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Documento Assinado Digitalmente por: Anderson Cavalcanti Galvao
8 Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco Recife, 19 de outubro de 2022
LEANDRO GONCALVES DA SILVA 051.587.854-57 CONTADOR - IPREO 03/08/2021
BRUNO APOLINARIO DE CARVALHO 083.988.854-67 MEDICO (PSF) 01/07/2021
DAYANE GOMES DE OLIVEIRA 082.695.774-99 ENFERMEIRO (PSF) 01/03/2021
DIOGO FABRICIO APRIGIO DE ANDRADE 042.868.674-55 MEDICO (PSF) 03/11/2021
EDIELSON JOSE DE SANTANA 101.491.214-82 FISIOTERAPEUTA 01/09/2021
FERNANDA DE BRITO RODRIGUES MATOS 111.600.424-03 AUXILIAR DE SAÚDE BUCAL 03/11/2021
FILIPE SOUZA LEMOS 107.420.484-03 ENFERMEIRO (PSF) 06/01/2021
LILIANE DE ABREU ARRUDA SILVA 089.002.204-62 ODONTOLOGO (PSF) 03/02/2021
MARIA DE FATIMA KEDMA PEREIRA DE SOUSA 057.865.274-92 ODONTOLOGO (PSF) 03/05/2021
MARIA EDUARDA BRANCO AMORIM 101.945.874-79 ODONTOLOGO (PSF) 01/06/2021
VERONICA DE FONTES RIBEIRO 067.053.724-19 AUXILIAR DE SAUDE BUCAL 06/01/2021
RODRIGO MANOEL DA SILVA 069.355.774-54 PROFESSOR MATEMATICA - POLO ZONA RURAL 29/03/2021
ANTONIO JAMESSON BARBOSA RODRIGUES 010.434.454-71 PROFESSOR MATEMATICA POLO ZONA RURAL 03/05/2021
WANDERSON GOMES DA SILVA 112.542.054-54 PROFESSOR GEOGRAFIA - POLO ZONA RURAL 03/05/2021
RAINNER OLIVEIRA REGIS 066.714.524-90 PROFESSOR HISTORIA - POLO ZONA RURAL 29/03/2021

ANEXO III

NOME CPF CARGO DATA DE NOMEAÇÃO


IVAN BERNARDO DOS SANTOS 061.481.594-06 PROFESSOR EDUCACAO FISICA - POLO ZONA RURAL 29/03/2021
LUCAS SOARES RIBEIRO 107.371.654-64 PROFESSOR EDUCACAO FISICA - POLO ZONA RURAL 29/03/2021
ANTONIO VIEIRA CABRAL 081.388.244-33 PROFESSOR EDUCACAO FISICA POLO ZONA RURAL 01/06/2021
FILIPE FRAGOSO MENDES 097.359.564-70 PROFESSOR EDUCACAO FISICA POLO ZONA RURAL 21/07/2021

Decisões Monocráticas

Processo TC nº 22100889-5
Relator: Conselheiro Marcos Loreto
Órgão: Secretaria da Fazenda de Pernambuco - SEFAZ/PE
Modalidade/Tipo: MEDIDA CAUTELAR
Exercício: 2022
Requerente: Victor Almeida Oliveira

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Em 15/09/2022, protocolou-se nesta Corte representação do Sr. Victor Almeida Oliveira apontando irregularidades no âmbito da Secretaria da Fazenda de Pernambuco - SEFAZ/PE referente à formalização
de contratos de prestação de serviços terceirizados quando há um concurso público vigente e com vagas para cargos com atribuições assemelhadas (DOC. 1).

Pretende-se que as vagas sejam preenchidas não só pelos aprovados nas vagas fixadas no Edital do concurso público, mas por todos os outros aprovados para os cargos efetivos de Analista de Apoio
Administrativo e de Assistente de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias, haja vista clara preterição da administração pública e inequívoca necessidade do órgão público, restado demonstrado o direito
subjetivo à nomeação;

Requer, ao final, medida cautelar para suspensão da execução dos seguintes Contratos para serviços terceirizados:

Todos os contratos com terceirizados ocupando os cargos no Quadro de Apoio Administrativo e vedação de prorrogação,

Contrato C-SAFI Nº 024/22 com a empresa Unika Terceirização e Serviços Eireli–EPP, (CNPJ/MF nº 11.788.943/0001.47), para as funções de 25 (vinte e cinco) Agentes Administrativos Plenos, com vigor a
partir de 01/11/2022, pelo prazo de 30 (trinta) meses, perfazendo um valor anual de R$ 1.139.763,00, originado da adesão à Ata de Registro de Preços nº 30 / 2022 – SEE/ PE, do Processo Licitatório nº 0054
. 2021 .CPLOSE.PE. 0027 . SEDUC

O Edital nº 001/2022 de Concurso Público da SEFAZ-PE foi realizado pelo Instituto de Apoio à Fundação Universidade de Pernambuco – IAUPE, com homologação publicada na edição de 29/06/2022 do
Diário Oficial do Estado e objetivou o provimento de 40 (quarentas) vagas para 02 (dois) cargos públicos, conforme detalhamento abaixo:
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Importa registrar que, conforme item 12.4 do Edital, o prazo de validade do concurso é de 02 (dois) anos a contar da data da publicação da homologação do seu resultado final no Diário Oficial do Estado de
Pernambuco, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, a critério da SEFAZ-PE.

Quanto ao Contrato C-SAFI Nº 024/22 celebrado com a empresa Unika Terceirização e Serviços Eireli–EPP, na data de 12/09/2022, decorreu de adesão à Ata de Registro de Preços- Pregão Eletrônico da
Secretaria de Educação, para a alocação de 25 Agentes Administrativos Plenos, e o prazo de vigência é de 30 meses, no período entre 01/11/2022 e 30/04/2025, nos termos das cláusulas primeira, quarta e
quinta, abaixo transcritos, e as atribuições estão previstas no termo de referência do Edital de Pregão (DOC. 2):
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Em 15/09/2022, solicitamos análise sobre os fatos objeto de representação (DOC. 5).

Na data de 27/09/2022, parecer técnico da Gerência de Admissão de Pessoal enviado ao Gabinete concluiu pela procedência das irregularidades apontadas na representação, recomendando a suspensão
de todas as contratações de terceirizados com funções semelhantes aos dos dois cargos públicos advindos do Concurso Público (DOC. 7)

4. DA CONCLUSÃO

Do exposto, sugere-se a expedição de MEDIDA CAUTELAR com base nos artigos 2º, 3º e 4º da Resolução TC nº 155/2021, a fim de suspender os contratos com os terceirizados ocupando os cargos no
Quadro Permanente de Pessoal Administrativo da Sefaz, bem como vedar a prorrogação de outros, e ainda, suspender a adesão à Ata de Registro de Preços 030/2022 referente ao contrato C-SAFI nº024/22
celebrado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco e a Empresa Unika Terceirização e Serviços Eireli -EPP, a fim de que as vagas sejam efetivamente preenchidas pelos candidatos aprovados
nos cargos ofertados no concurso público, Assistente de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias e Analista de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias, uma vez que restou demonstrada a
carência de pessoal para exercer as atribuições dos referidos cargos públicos.

Após notificação em 29/09/2022 para oferecimento de Defesa em relação aos fatos objeto da representação e parecer técnico (DOC. 8), o Sr. Fabio Henrique Soares de Oliveira, Secretario Executivo de
Coordenação Institucional da SEFAZ-PE, apresentou as razões defensórias em 06/10/2022 cuja conclusão destacamos abaixo(DOC.9):

DA CONCLUSÃO

Ante todo o exposto, prestados os devidos esclarecimentos, requer:

1.Seja recebida a presente defesa, tendo em vista a sua patente tempestividade;

2. Seja indeferida a medida cautelar pleiteada que deu origem ao presente procedimento, uma vez demonstrada a inexistência de qualquer
ato que macule a contratação decorrente da adesão a ata de registro de preços, o Edital do certame, as leis aplicaveis a especie ou os
princípios da Administração Pública;

3. Seja indeferida a medida cautelar, por não restar configurado o periculum in mora e o fumus bonis iuris, elementos essenciais para sua deflagração;

4. Seja reconhecida a impossibilidade de nomeação de novos concursados até o final do presente exercício, em virtude de vedação expressa da Lei de Responsabilidade Fiscal;

5. Seja autorizada a manutenção dos contratos terceirizados, bem como suas prorrogações ou novas licitações para substituir esses contratos existentes, considerando a incompatibilidade das atividades
terceirizadas com as atividades inerentes aos cargos do concurso público;

6. Caso não atendidas nenhuma das solicitações anteriores, que sejam especificados quais contratos devem ser suspensos, de modo a não resultar na descontinuidade das atividades meio, que repercutem
diretamente nas atividades institucionais desta Secretaria da Fazenda.

Reafirmamos, porém, o pleno interesse da Secretaria da Fazenda em promover, a oportuna substituição dos 14 (quatorze) candidatos que foram aprovados, nomeados, mas não tomaram posse para os cargos
de Analista e de Assistente de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias, tão logo a legislação pátria nos permita.

Ademais, reiteramos o compromisso de criar um cronograma de novas nomeações, respeitando o quantitativo de vagas para os grupos ocupacionais em testilha, para os candidatos aprovados no concurso
público, cronograma este que sugerimos vir a ser construído em conjunto com esta egrégia Corte.

É o Relatório.

Passo à análise:

De início, é relevante destacar os precedentes do STF sobre a temática do direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previstas no Edital.

O Plenário do STF, em sede de repercussão geral, firmou a tese sobre o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previstas no Edital quando surgirem
novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos acima:
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RE 837311
Repercussão Geral – Mérito (Tema 784)
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. LUIZ FUX
Julgamento: 09/12/2015
Publicação: 18/04/2016
Tema
784 - Direito à nomeação de candidatos aprovados fora do número de vagas previstas no edital de concurso público no caso de surgimento de novas vagas durante o prazo de validade do certame.
Tese
O surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados
fora das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da administração, caracterizada por comportamento tácito ou expresso do Poder Público capaz de
revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, o direito subjetivo à nomeação do candidato
aprovado em concurso público exsurge nas seguintes hipóteses: 1 - Quando a aprovação ocorrer dentro do número de vagas dentro do edital; 2 - Quando houver preterição na nomeação por não observância
da ordem de classificação; 3 - Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte
da administração nos termos acima.

Há diversos precedentes da Suprema Corte - STF, com relatoria de ministros atuais, tanto das turmas, quanto do Plenário, no sentido de que a contratação precária mediante contratação de terceirizados,
temporários ou comissionados configura preterição na ordem de nomeação de aprovados em concurso público vigente, ainda que fora do número de vagas previstas no edital, quando houver cargos efetivos
vagos e similitude de atribuições entre o cargo público efetivo e as funções precárias:

ARE 971251 AgR


Órgão julgador: Primeira Turma
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 09/08/2016
Publicação: 06/09/2016
Ementa
EMENTA: DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONCURSO PÚBLICO. RECURSO QUE NÃO ATACA OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. EXISTÊNCIA DE CARGOS VAGOS A SEREM PREENCHIDOS. CONTRATAÇÃO PRECÁRIA DE PESSOAL. NECESSIDADE DE ANÁLISE DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO SÚMULA
279/STF. CARÁTER PROTELATÓRIO. IMPOSIÇÃO DE MULTA. 1. A petição de agravo regimental não impugnou os fundamentos da decisão agravada, limitando-se a repetir as razões de mérito desenvolvidas
no recurso extraordinário. Nesses casos, é inadmissível o agravo, conforme orientação do Supremo Tribunal Federal. Precedente. 2. O exercício precário, por meio de provimento de cargo em comissão ou
celebração de contrato de terceirização, de atribuições próprias do servidor de cargo efetivo para o qual há vagas e concurso público vigente configuraria preterição dos candidatos aprovados, ainda que em
número excedente às vagas inicialmente previstas no edital. Caso comprovado que o número de contratações precárias alcançou a posição ocupada pelo candidato no momento da aprovação no respectivo
certame, ficaria caracterizada a preterição e garantido o direito subjetivo à nomeação. 3. O Tribunal de origem assentou a existência de contratação de pessoal, a título precário, para o mesmo cargo para o
qual a ora recorrida havia sido aprovada em concurso público, o que evidencia sua preterição. De modo que dissentir dessa conclusão demandaria uma nova análise dos fatos e do material probatório constante
dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279/STF. Precedente. 4. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009
e Súmula 512/STF). 5. Agravo interno a que se nega provimento.

ARE 649046 AgR


Órgão julgador: Primeira Turma
Relator(a): Min. LUIZ FUX
Julgamento: 28/08/2012
Publicação: 13/09/2012
Ementa
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO.
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. EXISTÊNCIA DE CANDIDATOS DEVIDAMENTE APROVADOS E HABILITADOS EM CERTAME VIGENTE. PRECEDENTES. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1.
A ocupação precária, por comissão, terceirização, ou contratação temporária, para o exercício das mesmas atribuições do cargo para o qual promovera o concurso público, configura ato administrativo eivado
de desvio de finalidade, caracterizando verdadeira burla à exigência constitucional do artigo 37, II, da Constituição Federal. Precedente: AI 776.070-AgR, Relator Ministro Gilmar Mendes, Dje 22/03/2011. 2.
In casu, o acórdão originariamente recorrido assentou: “MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO.
CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. EXISTÊNCIA DE CANDIDATOS DEVIDAMENTE APROVADOS E HABILITADOS EM CERTAME VIGENTE. BURLA À EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DO ART. 37, II, DA
CF/88. CARACTERIZAÇÃO. DEFERIMENTO DA ORDEM QUE SE IMPÕE. I- A aprovação em concurso público, fora da quantidade de vagas, não gera direito à nomeação, mas apenas expectativa de direito.
II- Essa expectativa, no entanto, convola-se em direito subjetivo, a partir do momento em que, dentro do prazo de validade do concurso, há contratação de pessoal, de forma precária, para o preenchimento
de vagas existentes, em flagrante preterição àqueles que, aprovados em concurso ainda válido, estariam aptos a ocupar o mesmo cargo ou função. Precedentes do STJ (RMS nº 29.973/MA, Quinta Turma.
Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIS FILHO. DJE 22/11/2010). III- A realização de processo seletivo simplificado, no caso ora apresentado, representou manifesta afronta à Lei Estadual nº 6.915/97, a qual
regula a contratação temporária de professores no âmbito do Estado do Maranhão, especificamente do inciso VII do seu art. 2º. IV- Com efeito, a disposição acima referida é clara no sentido de que somente
haverá necessidade temporária de excepcional interesse público na admissão precária de professores na Rede Estadual de Ensino acaso não existam candidatos aprovados em concurso público e
devidamente habilitados. V- A atividade de docência é permanente e não temporária. Ou seja, não se poderia admitir que se façam contratações temporárias para atividades permanente, mormente quando
há concurso público em plena vigência, como no caso em apreço. Essa contratação precária, friso uma vez mais, é uma burla à exigência constitucional talhada no art. 37, II, da CF/88. VI- Segurança
concedida.” 3. Agravo regimental não provido.

SL 898 AgR
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI (Presidente)
Julgamento: 29/04/2019
Publicação: 16/05/2019
Ementa
EMENTA Agravo regimental na suspensão de liminar. Servidor público. Concurso público. Preterição na ordem de classificação. Segundo a jurisprudência da Corte, há preterição na ordem de nomeação de
aprovados em concurso público vigente quando ficar comprovada a contratação precária de servidores mediante terceirização do serviço. Precedentes. Alegação de grave lesão à economia não demonstrada.
Agravo regimental ao qual se nega provimento.

SS 5026 AgR
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI (Presidente)
Julgamento: 07/10/2015
Publicação: 29/10/2015
Ementa
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. CONCURSO PÚBLICO. NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS APROVADOS. CONTRATAÇÃO PRECÁRIA. DECISÃO AGRAVADA QUE
INDEFERIU A SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. AUSÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – A natureza excepcional da contracautela
permite tão somente juízo mínimo de delibação sobre a matéria de fundo e análise do risco de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas. II – Decisão agravada que indeferiu o pedido
de contracautela diante da ausência de comprovação da alegada lesão e da indisponibilidade financeira para o cumprimento das decisões. III – O Supremo Tribunal Federal já decidiu que os aprovados em
concurso público dentro do número de vagas previstas no edital possuem direito à nomeação. Precedente. IV – A contratação precária mediante terceirização de serviço configura preterição na ordem de
nomeação de aprovados em concurso público vigente, ainda que fora do número de vagas previstas no edital, quando referida contratação tiver como finalidade o preenchimento de cargos efetivos vagos.
Precedentes. V – Não se configura preterição quando a Administração realiza nomeações em observância a decisões judiciais. Precedentes. VI – Alegações suscitadas na peça recursal que ultrapassam os
estreitos limites da presente via processual e concernem somente ao mérito, cuja análise deve ser realizada na origem, não se relacionando com os pressupostos da suspensão de segurança. VII – Agravo
regimental a que se nega provimento.

RE 596028 AgR
Órgão julgador: Primeira Turma
Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento: 22/10/2013
Publicação: 20/11/2013
Ementa
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EXISTÊNCIA DE CANDIDATOS APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO. CONTRATAÇÃO DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS.
PRETERIÇÃO CONFIGURADA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356/STF. PRECEDENTES A questão constitucional referente à suposta violação ao art. 37, IX, da Constituição
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12 Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco Recife, 19 de outubro de 2022
Federal não foi objeto de análise pelo Tribunal de origem. Incidência das Súmulas 282 e 356/STF. O acórdão recorrido está alinhado à jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que a
contratação de temporários para o exercício de atribuições próprias do cargo efetivo, durante a vigência de concurso público com candidatos aprovados, configura preterição e gera a estes direito subjetivo à
nomeação. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento.

ARE 802958 AgR


Órgão julgador: Primeira Turma
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 23/09/2014
Publicação: 14/11/2014
Ementa
EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Concurso público. Nomeação de servidores temporários. Existência de cargos efetivos vagos. Preterição de candidatas
aprovadas em concurso vigente. Ocorrência. Reexame de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. 1. A jurisprudência da Corte é no sentido de que a contratação precária de agentes públicos somente
configura preterição na ordem de nomeação de aprovados em concurso público vigente - ainda que fora do número de vagas previsto no edital - quando referida contratação tiver como finalidade o
preenchimento de cargos efetivos vagos. 2. Inadmissível, em recurso extraordinário, o reexame dos fatos e das provas dos autos. Incidência da Súmula nº 279/STF. 3. Agravo regimental não provido.

STA 871 AgR-AgR


Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI (Presidente)
Julgamento: 20/12/2019
Publicação: 19/02/2020
Ementa
EMENTA Agravo regimental no agravo regimental na suspensão de tutela antecipada. Decisão que impôs ao agravante ordem para nomear e empossar aprovados em concurso público. Substituição de
servidores temporários por concursados. Lesão à ordem e à economia públicas não demonstrada. Agravo regimental não provido. 1. A nomeação de candidatos aprovados em concurso público deve preceder
a indicação de servidores sem vínculo com a Administração, procedendo o estado, caso necessário, à rescisão dos contratos temporários que extrapolem o teto fiscal. 2. Não se pode afirmar que a imposição
de medidas que visem à contratação de aprovados em concurso público quando há evidente necessidade e possibilidade jurídica represente potencial lesividade à ordem jurídica e à economia públicas. 3.
Agravo regimental não provido.

STP 151 AgR


Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. LUIZ FUX (Presidente)
Julgamento: 11/04/2022
Publicação: 27/04/2022
Ementa
Ementa: AGRAVO INTERNO NA SUSPENSÃO DE TUTELA PROVISÓRIA. SERVIDORES PÚBLICOS. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA. DECISÃO IMPUGNADA QUE DETERMINA A NOMEAÇÃO DE
SERVIDORES EFETIVOS, APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO. ALEGADO RISCO À ORDEM PÚBLICA. INOCORRÊNCIA. DETERMINAÇÃO DE MERA SUBSTITUIÇÃO DE SERVIDORES
TEMPORÁRIOS POR EFETIVOS. AUSÊNCIA DE RISCO DE PARALISAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL QUE TEVE TEMPO SUFICIENTE PARA A REALIZAÇÃO DA
SUBSTITUIÇÃO. ESTREITO ÂMBITO DE COGNIÇÃO DOS INCIDENTES DE CONTRACAUTELA. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O incidente de contracautela é meio processual autônomo
de impugnação de decisões judiciais, franqueado ao Ministério Público ou à pessoa jurídica de direito público interessada exclusivamente quando se verifique risco de grave lesão à ordem, à saúde, segurança
e à economia públicas no cumprimento da decisão impugnada (art. 4º, caput, da Lei 8.437/1992; art. 15 da Lei 12.016/2009 e art. 297 do RISTF). 2. In casu, não se exsurge da decisão impugnada risco
relevante à ordem ou à economia públicas, na medida em que se determina a mera substituição dos servidores temporários por servidores efetivos classificados em concurso público válido destinado ao
preenchimento de cargos efetivos correlatos. 3. Verifica-se, outrossim, o transcurso de período de tempo suficiente para a efetivação da substituição dos servidores temporários por servidores efetivos,
aprovados no concurso público então realizado, a reforçar a inexistência de risco atual à ordem pública no caso concreto. 4. Agravo interno a que se nega provimento.
Todavia, em outras decisões, o STF negou o direito à nomeação de candidatos aprovados para cargo público efetivo advindo de concurso público devido à ausência de prova de vagas ou da igualdade de
atribuições entre o cargo originado do concurso e as funções terceirizadas:

ARE 756227 AgR


Órgão julgador: Primeira Turma
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 22/04/2014
Publicação: 30/05/2014
Ementa
EMENTA Agravo regimental no recurso extraordinário com agravo. Administrativo. Concurso público. Candidato aprovado fora do número de vagas previsto no edital. Concurso vigente. Terceirização.
Inexistência de vagas. Preterição. Não ocorrência. Precedentes. 1. A jurisprudência da Corte é no sentido de que a contratação precária mediante terceirização de serviço somente configura preterição na
ordem de nomeação de aprovados em concurso vigente, ainda que fora do número de vagas previsto no edital, quando referida contratação tiver como finalidade o preenchimento de cargos efetivos vagos.
2. Agravo regimental não provido.

RMS 29915 AgR


Órgão julgador: Primeira Turma
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento: 04/09/2012
Publicação: 26/09/2012
Ementa
EMENTA Agravo regimental em recurso ordinário em mandado de segurança. Concurso público. Contratação precária de terceirizados. Preterição de concursados. Não comprovação da existência de vagas
de caráter efetivo. Ausência de direito líquido e certo. Agravo regimental a que se nega provimento. 1. É posição pacífica desta Suprema Corte que, havendo vaga e candidatos aprovados em concurso público
vigente, o exercício precário, por comissão ou terceirização, de atribuições próprias de servidor de cargo efetivo faz nascer para os concursados o direito à nomeação, por imposição do art. 37, inciso IV, da
Constituição Federal. 2. O direito subjetivo à nomeação de candidato aprovado em concurso vigente somente surge quando, além de constatada a contratação em comissão ou a terceirização das respectivas
atribuições, restar comprovada a existência de cargo efetivo vago. Precedentes. 3. No caso em questão, não ficou comprovada, nos documentos acostados aos autos, a existência de vaga efetiva durante a
vigência do concurso, sendo necessário, para tanto, que haja dilação probatória, o que não se admite em via mandamental. Ausência de direito líquido e certo do agravante. 4. Agravo regimental a que se
nega provimento

MS 33064 AgR
Órgão julgador: Tribunal Pleno
Relator(a): Min. LUIZ FUX
Julgamento: 15/09/2017
Publicação: 10/10/2017
(...) 2. In casu, a agravante não logrou comprovar, por prova pré-constituída, que as funções licitadas por terceirização são as mesmas oferecidas em concurso público. A partir dos elementos trazidos aos
autos, resta manifesta a distinção de atribuições entre o cargo para o qual a impetrante prestou concurso e as funções licitadas pelo Supremo Tribunal Federal, o que desconfigura hipótese de preterição
arbitrária e imotivada. 3. Agravo interno a que se NEGA PROVIMENTO.

Como exposto, os precedentes do STF condicionam o direito à nomeação dos candidatos aprovados além do quantitativo de vagas fixados no Edital à demonstração de similitude entre as atribuições do cargo
público e das funções precárias e vagas disponíveis para os cargos em questão.

Em análise preliminar, inerente ao processo cautelar, reputo assistir razão em parte à representação e à equipe de auditoria.

Há elementos suficientes nos quesitos apontados na representação e no parecer da equipe de auditoria desta Corte de Contas, no sentido de caracterização de indícios de burla ao concurso público deflagrado
pela SEFAZ-PE devido à existência de vagas nos cargos para os quais deflagrou-se concurso público, bem como há admissão de vínculos precários por meio de contratação de serviços terceirizados para
função pelo menos em parte semelhante.

Passemos a verificar se, no caso em tela, há vagas para os dois cargos públicos efetivos derivados do referido Concurso Público, e se há identidade ou semelhança com as funções exercidas pelos terceirizados.

Há fundamento para a configuração de possível desrespeito ao instituto do concurso público, pois, à primeira vista, há alguma similitude em parte das funções a serem desempenhadas pelos 25 Agentes
Administrativos Plenos, originados de contrato de terceirização de pessoal e as atribuições legais dos 02 (dois) cargos públicos efetivos - Analista de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias e Assistente
de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias.
Acesse em: https://etce.tce.pe.gov.br/epp/validaDoc.seam Código do documento: 2c3618a8-b7f8-42eb-8b42-7f62a7f40a5a
Documento Assinado Digitalmente por: Anderson Cavalcanti Galvao
Recife, 19 de outubro de 2022 Diário Eletrônico do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco 13
Entretanto, faz-se necessária auditoria mais aprofundada inclusive com eventuais visitas in loco e questionários com os ocupantes das funções terceirizadas e dos ocupantes dos cargos públicos efetivos para
uma maior certeza da identidade ou semelhança das atribuições exercidas.

Ademais, para conferir um panorama da estrutura de pessoal da SEFAZ-PE, torna-se relevante a análise acurada de outros contratos de terceirização além de contratações temporárias com funções similares.

No tocante à existência de vagas para os dois cargos públicos oriundos de recente concurso público realizado pela IAUPE, consta em documento interno assinado pelo Secretário Executivo de Coordenação
Institucional, Sr. Fábio Henrique Soares de Oliveira com a finalidade de justificar a celebração do contrato de prestação de serviços terceirizados, que a SEFAZ-PE contava apenas com 149 (cento e quarenta
e nove) servidores ativos da área administrativa em relação ao total de 550 (quinhentos e cinquenta) vagas, representando 27% das vagas ocupadas (DOC.3)

Conforme parecer técnico da Gerência de Admissão de Pessoal do TCE-PE, o quantitativo de vagas do Quadro Permanente de Pessoal Administrativo da Sefaz, está previsto na Lei Complementar nº 277/2014,
c/c o parágrafo único do art. 5º do Decreto nº46.152/2018, segundo os quais o quantitativo do cargo de Assistente de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias poderá chegar a 444 (quatrocentos e
quarenta e quatro), à medida que forem extintos os cargos de Auxiliar de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias.

Assim, em rápida análise, não restam dúvidas sobre a existência de vagas, porém, faz-se necessário certificar o quantitativo exato de cargos vagos.

Outrossim, outra dúvida relevante é sobre a alegação da SEFAZ-PE sobre parte das atribuições das funções terceirizadas objetivar a substituição de servidores oriundos do cargo público de Auxiliar de Apoio
Administrativo às Atividades Fazendárias, o qual foi extinto e para o qual não houve concurso público.

Por outro lado, resta demonstrada a boa fé e a lisura dos gestores da SEFAZ-PE haja vista que o quantitativo total de candidatos nomeados (92) foi superior ao dobro das vagas originalmente disponibilizadas
no Edital de Concurso para os dois cargos (40) .

Além disso, em análise preliminar, parece-nos que há justificativas para ausência de novas nomeações, pois do total de 92 nomeados, apenas 78 entraram em exercício no dia 01/08/2022, restando 14 que
não entraram em exercício por motivos variados, entretanto, entendimento da PGE-PE recomendou a não nomeação nos últimos 180 dias do mandato do Chefe do Executivo Estadual (a partir de 04/07/2022),
com fulcro no inciso II do artigo 21 da LRF.

Poder-se-ia considerar válida a nomeação de candidatos desde que atendidos alguns requisitos, a exemplo de comprovação de ausência de aumento de despesa a partir da aposentadoria de ocupantes de
outros cargos públicos e/ou não formalização ou prorrogação de vínculos precários (terceirizados e temporários), entretanto, na dúvida, revela-se prudente a interpretação mais restritiva do comando do LRF
ainda mais restando cerca de 02 meses para o encerramento do mandato do atual Governador.

Em arremate, penso não atender o interesse público a concessão de cautelar para suspender na totalidade a execução contratual dos terceirizados, sob pena de potencial prejuízo às atividades da SEFAZ-
PE, notadamente em se tratando dos meses finais de gestão da atual Administração Pública Estadual a qual se encerrará em 31/12/2022.

Por outro lado, até que as diversas dúvidas apontadas sejam esclarecidas em futuro processo de auditoria especial, e visando salvaguardar os legítimos interesses dos candidatos aprovados no concurso
público e, simultaneamente, evitar descontinuidade administrativa na SEFAZ-PE, deve-se deferir parcialmente a cautelar pleiteada para, mediante Termo Aditivo, proceder a ajustes visando à redução do prazo
de vigência de 30 (trinta) para 06 (seis) meses do contrato formalizado com a Unika Terceirização e Serviços Eireli–EPP para as funções de 25 (vinte e cinco) Agentes Administrativos Plenos, com vigor a partir
de 01/11/2022.

Outrossim, em havendo necessidade, o referido prazo de contratação por mais 06 (seis) meses deve ser aplicado, também, a outros contratos que se vençam nos próximos 06 (seis) meses, em relação às
empresas terceirizadas em que as funções contratadas possuam atribuições semelhantes aos cargos públicos de Assistente e Analista de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias.

Isto posto,

CONSIDERANDO em parte as razões da Representação, do Parecer Técnico da Gerência de Admissão de Pessoal do TCE-PE e da Defesa da Secretaria da Fazenda de Pernambuco - SEFAZ/PE;
CONSIDERANDO que o Edital nº 001/2022 de Concurso Público da Secretaria da Fazenda de Pernambuco - SEFAZ/PE, realizado pelo Instituto de Apoio à Fundação Universidade de Pernambuco – IAUPE,
objetivou o provimento de 40 (quarentas) vagas para 02 (dois) cargos públicos de Analista de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias e Assistente de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias,
com homologação publicada na edição de 29/06/2022 do Diário Oficial do Estado
CONSIDERANDO que o Contrato C-SAFI Nº 024/22 celebrado entre a SEFAZ-PE e a empresa Unika Terceirização e Serviços Eireli–EPP, na data de 12/09/2022, decorreu de adesão à Ata de Registro de
Preços-Pregão Eletrônico da Secretaria de Educação, para a alocação de 25 (vinte e cinco) Agentes Administrativos Plenos, e o prazo de vigência é de 30 meses, no período entre 01/11/2022 e 30/04/2025;
CONSIDERANDO que existe a possibilidade de outros contratos com empresas terceirizadas, e que as funções se assemelhem às atribuições do cargos oriundos do concurso aqui analisado, possam se
vencer nos próximos meses;
CONSIDERANDO a caracterização de indícios de burla ao concurso público deflagrado pela SEFAZ-PE devido à existência de vagas nos cargos para os quais deflagrou-se Concurso Público, bem como a
admissão de vínculos precários por meio de contratação de serviços terceirizados para função, pelo menos em parte, semelhante;
CONSIDERANDO os indícios de que a SEFAZ-PE conta apenas com 149 (cento e quarenta e nove) servidores ativos da área administrativa em relação ao total de 550 (quinhentos e cinquenta) vagas,
representando 27% das vagas ocupadas;
CONSIDERANDO que o Plenário do STF, em sede de repercussão geral, firmou a tese sobre o direito subjetivo à nomeação do candidato aprovado em concurso público fora do número de vagas previstas
no Edital quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos de forma arbitrária e imotivada por parte da administração
nos termos acima (RE 837311, Repercussão Geral – Mérito (Tema 784), Órgão julgador: Tribunal Pleno, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Julgamento: 09/12/2015, Publicação: 18/04/2016);
CONSIDERANDO que a atual jurisprudência da Suprema Corte - STF é no sentido de que a contratação precária mediante contratação de terceirizados, temporários ou comissionados configura preterição
na ordem de nomeação de aprovados em concurso público vigente, ainda que fora do número de vagas previstas no edital, quando houver cargos efetivos vagos e similitude de atribuições entre o cargo
público efetivo e as funções precárias (ARE 971251 AgR, ARE 649046 AgR, SL 898 AgR, SS 5026 AgR, RE 596028 AgR, ARE 802958 AgR, STA 871 AgR-AgR, STP 151 AgR);
CONSIDERANDO, todavia, que a suspensão total das contratações de terceirizados poderá causar prejuízo às atividades da SEFAZ-PE, notadamente em se tratando dos meses finais de gestão da atual
Administração Pública Estadual a qual se encerrará em 31/12/2022, caracterizando periculum in mora reverso;
CONSIDERANDO, porém, a necessidade de uma análise mais aprofundada por parte deste Tribunal quanto à possibilidade de haver atribuições assemelhadas entre as funções exercidas por vínculos
precários (terceirizados/contratos temporários) e as dos cargos públicos efetivos de Analista de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias e de Assistente de Apoio Administrativo às Atividades
Fazendárias, bem como quanto ao quantitativo exato de vagas, além de esclarecimento de diversas dúvidas supracitadas;
CONSIDERANDO a caracterização, em princípio, dos indícios da plausibilidade jurídica e do periculum in mora para a concessão da cautelar pretendida;
CONSIDERANDO o disposto na Resolução TC Nº 155/2021, que disciplina o instituto da Medida Cautelar no âmbito do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco;
DEFIRO, ad referendum da Primeira Câmara, parcialmente a Medida Cautelar solicitada de modo a proceder-se à alteração, por Termo Aditivo, ao Contrato C-SAFI Nº 024/22 formalizado com a
empresa Unika Terceirização e Serviços Eireli–EPP, (CNPJ/MF nº 11.788.943/0001.47), para as funções de 25 (vinte e cinco) Agentes Administrativos Plenos, com termo inicial de vigência a partir de
01/11/2022, visando à redução do prazo de vigência de 30 (trinta) para 06(seis) meses.
DEFIRO, ainda, a cautelar para que, caso outros contratos com empresas terceirizadas sejam concluídos nos próximos 06 (seis) meses, e que as funções sejam assemelhadas com as atribuições dos cargos
públicos de Assistente e Analista de Apoio Administrativo às Atividades Fazendárias, sua possível prorrogação seja, no máximo, por 06 (seis) meses.
Determino, ainda, caso assim entenda o órgão colegiado quando da homologação, ou não, da presente decisão monocrática, a abertura de Auditoria Especial para proceder ao aprofundamento da
matéria, a exemplo de esclarecimento das dúvidas supracitadas, levantamento de informações atualizadas sobre o cronograma de nomeações, quantitativo exato de vagas em cada um dos cargos públicos
derivados de concurso público vigente, semelhança entre as funções dos vínculos precários (terceirizados, temporários) e as atribuições dos cargos públicos efetivos, etc.
Comunique-se, com urgência, o teor da presente Decisão Interlocutória ao Sr. Décio Padilha da Cruz, Secretário da Fazendo da SEFAZ-PE e ao Sr. Fabio Henrique Soares de Oliveira, Secretário Executivo
de Coordenação Institucional da SEFAZ-PE.
Comunique-se, outrossim, aos demais membros da 1ª Câmara, ao Ministério Público de Contas (MPCO) e à Diretoria de Controle Externo (DEX), nos termos do Art. 13, §3º e Art. 14 da Resolução TC nº
155/2021.

Recife, 18 de outubro de 2022.

Conselheiro MARCOS LORETO


Relator

EXTRATO DA DECISÃO MONOCRÁTICA DE Nº 6574/2022


PROCESSO TC Nº 2159651-7
APOSENTADORIA
INTERESSADO(s): DILSON CINTRA DE FARIAS

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