O que “Matrix” e “Alice no país das maravilhas” podem nos ensinar sobre nosso PROJETO DE

VIDA?

Olá queridos alunos,

Caminho, escolha, ilusão, verdade, sentido, realidade, essas são algumas das
palavras do vocabulário existencialista e que podemos encontrar também nos
filmes/livro: Matrix e Alice no país das maravilhas. Nossa vida é marcada por escolhas,
alguns psicólogos afirmam que as pessoas fazem em média cerca de 70 decisões por dia
(outros afirmam que são centenas). Independente da precisão numérica, o fato é que
cada decisão que tomamos tem algum tipo de consequência.

Para o filósofo francês Jean-Paul Sartre, o ser humano é livre, e a liberdade

consiste no ato da escolha. Não há como fugir disso, por isso Sartre entende que até
quando decidimos não escolher já tomamos uma decisão, isso já é uma escolha e terá
também suas consequências.

Sendo assim, precisamos ter consciência que o que há de mais complexo e

precioso que devemos conduzir bem é a nossa própria vida. Somos pressionados logo
cedo a decidir o que vamos fazer da nossa vida. Nossos pais, devido a uma falta de
reflexão repete aquilo que eles já ouviram dos seus pais: você precisa ser alguém na
vida, estude para ser alguém na vida, se seu pai tivesse pensado mais, estudado mais,
hoje era alguém na vida.

Essas frases mostram como nossa sociedade de mercado relaciona à vida com
teorias fechadas, abstratas e teóricas. Ou seja, eu só serei “alguém” se alcançar um
padrão pré-estabelecido e que se relaciona praticamente em tudo com aquilo que se
possa adquirir financeiramente. Claro, não sou romântico ao ponto de afirmar que não
precisamos de dinheiro e buscar o melhor que podemos. Todavia, preciso lembrar que
a vida não é uma receita de bolo, que se seguida resultará em sucesso – a vida é
caminho.
 Existe um momento no filme “Alice no país das maravilhas”que ela se vê cheia
de opções, vários caminhos se colocam na frente de Alice, mas a questão é: QUAL O
CAMINHO CERTO A SERGUIR?

Tão quanto em “Alice”, o filme Matrix também aborda essa ideia. Isso se
apresenta quando NEO, personagem de Keanus Reeves, recebe as informações de
Morfeu, que sua vida não passa de uma falsa realidade produzida por uma inteligência
artificial. Agora, NEO (que significa novo em grego) precisa ESCOLHER entre a verdade
(realidade como ela é) e a ilusão de um mundo irreal. Morfeu oferece duas pílulas, ou
seja, duas opções, dois caminhos duas escolhas, e escolher o destino da própria vida não
é tarefa fácil para ninguém.

Segundo o filósofo contemporâneo Paul Sartre, nascemos condenados a sermos

livres. O que isso significa? Significa que quando abrimos mão do nosso direito de
escolha, abrimos mão de um atributo que nos identifica como seres humanos. Vou
explicar com um exemplo. Minha esposa três vezes seguidas escolheu o restaurante
onde fomos comer. Coincidência ou não, os três eram péssimos, comida ruim e preço
ruim. Depois dela perceber meu desgosto pelos três almoços terríveis que tivemos, ela
simplesmente deixou de escolher. Certo dia, no carro, ela disse: olha, escolhe você
porquê das outras vezes que eu escolhi foram terríveis e não quero mais levar a culpa.
Perceba que ela abriu mão da liberdade de escolher, mesmo eu não tendo ficado
chateado com ela, ela se sentiu culpada pelas escolhas, e a melhor opção dela foi fazer
o que a maioria das pessoas fazem: abrem mão do direito de escolher por medo das
consequências das suas escolhas.

Você já se arrependeu de alguma decisão que não tinha como voltar atrás? Há
um provérbio indígena que diz que “palavras são como a flecha que sai do arco do
arqueiro, não voltam mais depois de disparadas”. Algumas oportunidades também não
voltam mais, algumas são únicas.

Não podemos abrir mão do nosso direito de escolher, de decidir por medo das
consequências. Na vida, errar é regra. Na vida ninguém tem a obrigação de acertar
sempre, mas tem a obrigação de querer acertar depois de perceber os erros.
 Percebeu a importância de refletir sobre as escolhas que fazemos? Notou as
consequências que uma decisão errada pode causar sobre nossa vida? Espero que o
vídeo de Alice, Matrix e o do professor Mario Sergio Cortela tenham ajudado você a
entender que você precisa saber onde quer chegar. Espero que você tenha entendido a
relação que existe em saber a importância de saber onde se quer chegar, para só depois
saber, qual caminho seguir.

Forte abraço e até a próxima – Prof. Erick Newman.