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Descargas Atmosféricas
e Instalações
Elétricas Prediais
Sofia Maria A. F. Rodrigues
Aterramento Elétrico:
Descargas Atmosféricas e
Instalações Elétricas Prediais
Introdução
Você está na unidade Aterramento elétrico, proteção contra descargas atmosféricas
e o projeto de instalações elétricas prediais. Conheça aqui as principais premissas
para o desenvolvimento do aterramento elétrico em uma instalação de baixa tensão,
para segurança da instalação como um todo. Além disso, a este ponto você verá
como implementar também a proteção contra descargas atmosféricas para este tipo
de instalação. Por último, entenderá, em uma visão geral, como é feito um projeto
elétrico de instalação predial.
Bons estudos!
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Aterramentos Elétricos
O aterramento elétrico, por definição, denota a ligação realizada entre estruturas e/ou
instalações elétricas com a terra. Este tipo de ligação é feita, de maneira geral, para
estabelecer uma referência para a rede elétrica e também para permitir que o fluxo da
corrente elétrica se estabeleça para a terra, no caso de ocorrências adversas como:
Todas estas ocorrências poderão, então, levar a danos indesejáveis nos equipamentos
e demais elementos associados à instalação elétrica. Desenvolvendo-se um sistema
de aterramento elétrico, tais efeitos podem ser mitigados ou até mesmo evitados
(CREDER, 2007).
Existem alguns conceitos que são básicos, tanto para o desenvolvimento quanto
instalação, teremos em posse dados obtidos do sistema e alguns parâmetros que
devem ser pré-fixados, como ficará mais claro ao longo do estudo. Este projeto de
aterramento para a instalação elétrica de baixa tensão seguirá como base a norma
regulamentadora brasileira NBR 5410, proposta pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), que já é utilizada como a principal referência para o projeto
de instalações elétricas de baixa tensão.
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De maneira geral, sabe-se, também, que existem dois tipos básicos de sistema de
aterramento elétrico, como mostra o quadro a seguir:
Tipo Funcionalidade
Ligação de um dos condutores do sistema
(geralmente o neutro) à terra; permite o
Funcional
funcionamento correto, seguro e confiável da
instalação como um todo.
Conceitos Básicos
Existem alguns conceitos que são básicos, tanto para o desenvolvimento quanto
para o projeto de um sistema de aterramento elétrico, para uma instalação elétrica de
baixa tensão e, assim, compreendê-los a este ponto é essencial, antes de analisarmos
os principais tipos de sistemas que são desenvolvidos na prática, conforme orienta
a NBR 5410. Para isto, nos basearemos em outra norma regulamentadora, a NBR
15751, de 2013, que trata mais especificamente de sistemas de aterramento elétrico
de subestações, mas que tem, também, alguns dos principais conceitos necessários.
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Por outro lado, conforme já mencionado brevemente no começo da unidade, entende-
se como corrente de falta aquela que flui de um condutor a outro ou para o terra,
no caso de ocorrência de uma falta. A falta, adicionalmente neste caso, também
ganha o sentido de expressar o contato ou o arco acidental formado entre partes de
potenciais diferentes ou entre parte e terra, em um sistema ou equipamento elétrico
que esteja energizado.
Quando dizemos que um sistema está diretamente aterrado significa que não há a
interposição adicional de quaisquer impedâncias, já a relação de equipotencialização
reflete em uma forma de se ligar elementos específicos para obter a equipotencialidade
necessária para os fins desejados, ou seja, a instalação elétrica como um todo. Além
disso, uma outra definição possível deste conceito é o ato de interligar dois ou mais
corpos para redução da diferença de potencial entre eles.
Saiba mais
Um exemplo possível de ligação equipotencial é a feita entre o
SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) e
instalações metálicas de um ambiente, para reduzir as diferenças
de potencial em função da circulação da corrente produzida em
uma descarga atmosférica.
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Quanto aos esquemas de aterramento, a NBR 5410 apresenta cinco tipos básicos
e, para compreender como executá-los, deve-se ter em mente alguns pontos gerais
principais (CREDER, 2007; GEBRAN & RIZZATO, 2017):
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Função Símbolo gráfico
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Primeira letra: situação da alimentação com relação à terra
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Figura 1 - Tipos de esquema TN
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020
#PraCegoVer: Na imagem, vemos três tipos de ligação, TN-S, TN-C-S e TN-C
(da esquerda para a direita), representados pelo sistema trifásico de alimen-
tação (linhas L1 a L3), o neutro N e o condutor de proteção (PE). Além disso,
utiliza-se a representação dos condutores em cada um dos tipos de ligações
com as padronizações gráficas para condutores.
O esquema TT, como o próprio código apresentado, possui tudo diretamente aterrado,
como pode ser visto no arranjo de exemplo adiante:
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Figura 2 - Exemplo de ligação no esquema TT
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020
#PraCegoVer: Na imagem, vemos um exemplo de ligação TT, representado
pelo sistema trifásico de alimentação (linhas L1 a L3), o neutro N e o condutor
de proteção (PE). Além disso, utiliza-se a representação dos condutores em
cada um dos tipos de ligações com as padronizações gráficas
para condutores.
Existe, também, o esquema IT, no qual todas as partes vivas estão isoladas da terra
ou, ainda, um ponto de alimentação é aterrado através de uma impedância. Além
disso, como denota a sigla, neste caso, as massas também são aterradas e, com isto,
haverão algumas possibilidades: que se utilize o mesmo eletrodo da alimentação
para as massas ou utilizar eletrodos próprios para estas (ZEBRAN & RIZZATO, 2017).
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Assim, de maneira geral, orienta-se que o nível de proteção que o SPDA deverá
possuir um nível de proteção conforme designado pela própria norma NBR 5419, o
tipo e o posicionamento do sistema deverão ser estudados, por sua vez, de maneira
cuidadosa ao longo do estágio de projeto da edificação em questão, para obtenção
de proveito máximo dos condutores da própria estrutura da instalação. Além disso,
é esta condição que facilitará outra importante relação entre o sistema de proteção e
a instalação: a integração, sendo que esta se relaciona não só a aspectos estéticos
mas também é capaz de minimizar custos e aumentar a eficiência do próprio SPDA
(GEBRAN & RIZZATO, 2017). São estas relações que veremos no subtópico adiante,
para compreender alguns aspectos práticos importantes do SPDA na instalação de
baixa tensão.
Desta forma, como já mencionado, o acesso à terra e a própria estrutura metálica das
fundações devem ser consideradas para o desenvolvimento do projeto do sistema de
aterramento elétrico e, com isto, é importante salientar que após o início da construção
da edificação para a qual se destina o projeto elétrico, pode não ser possível utilizar
esta estrutura de fundação como eletrodo de aterramento. Assim, tanto a natureza
quanto a resistividade do solo devem ser consideradas já no estágio inicial do
desenvolvimento do projeto e este parâmetro pode ser útil para o dimensionamento
de um possível subsistema de aterramento elétrico, sendo que este pode influenciar
em determinados detalhes do projeto civil das fundações. Para evitar retrabalho,
então, ou até mesmo erros no projeto da instalação, deve-se estabelecer diálogos
constantes entre os construtores, os arquitetos e os projetistas do SPDA (GEBRAN &
RIZZATO, 2017).
Saiba mais
A NBR 7117, de 2012, traz as principais premissas da medição da
resistividade e da determinação da estratificação do solo.
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Ligação Equipotencial, Para-Raios e Antenas
Para entendermos, então, tais relações, será necessário retornarmos à norma NBR
5410, já que esta estabelece que, em qualquer tipo de instalação elétrica de baixa
tensão, deve ser previsto um terminal ou barra de aterramento principal (também
conhecida pela sigla BEP). Esta barra deve estar localizada na própria edificação para
a qual a instalação se destina e a nela podem estar ligados os seguintes tipos de
condutores (NBR 5410):
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Proteção contra danos Sem proteção contra danos
mecânicos mecânicos
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Figura 3 - Modelo de instalação do aterramento e descrição dos componentes
Fonte: CREDER, 2007. p. 131.
#PraCegoVer: Sistema completo de aterramento, com descrição e represen-
tação de cada um de seus componentes, conforme previsto pela NBR 5410.
Começamos pelos condutores de proteção (PE), seguimos para o quadro de
distribuição principal, o barramento geral de terra associado ao motor elétrico
da instalação. Em seguida tem-se os condutores de proteção principal (PE
principal), o de equipotencialidade suplementar (EQS) e o principal (EQP),
além da barra BEP, do condutor de aterramento e do eletrodo de aterramento,
enterrado no solo.
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tensão. Assim, os para-raios são construídos de forma a proporcionar um caminho
para a circulação da corrente gerada, devido à ocorrência de descargas atmosféricas
capazes de ocasionar prejuízos na segurança dos equipamentos envolvidos na
instalação. Logo, quando ocorrer uma descarga atmosférica nos circuitos, haverá
um escoamento de energia através da circulação de corrente, através deste caminho
alternativo, sendo que as correntes chegarão parcialmente nas estruturas e serão
direcionadas à terra devido ao sistema projetado para segurança (DE MOURA et
al., 2019). Em contrapartida as antenas são, basicamente, dispositivos capazes de
transformar a energia eletromagnética guiada pela linha em energia eletromagnética
irradiada ou vice-versa, sendo elementos essenciais na comunicação em geral.
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Por outro lado, a própria NBR 5419 estabelece parâmetros acerca das seções
mínimas sugeridas para os condutores de descida, sendo que estas constituem casos
particulares de condutores de aterramento. O quadro com tais referências pode ser
visto adiante:
Alumínio 25 70
Ademais, no último subtópico desta parte, você verá como realizar o projeto do
condutor de proteção e quais as premissas principais matemáticas relacionadas a
esta parte do desenvolvimento do projeto.
Condutores de Proteção
Como já visto ao longo desta unidade, os condutores de proteção têm como função
principal, no contexto da instalação elétrica de baixa tensão, a proteção das massas
metálicas dos equipamentos elétricos, através do aterramento destas. Com isto, é
possível prevenir choques elétricos por contatos indiretos, entre a carcaça de um
dado equipamento ou alguma estrutura metálica anexa a ele, que está sob tensão
devido a uma falha no isolamento interno do equipamento, por exemplo (CREDER,
2007). Além disso, sabe-se que o condutor de proteção proverá, no esquema TN
(predominante nas redes industriais), o aterramento das massas diretamente do
ponto de aterramento da alimentação ou, ainda, a partir de um ponto distinto, como é
o caso dos esquemas TT e TI (CREDER, 2007).
Com base na NBR 5410, tem-se que a continuidade do condutor de proteção constitui
em um dos cinco tipos de ensaios e testes básicos, os quais uma instalação elétrica
projetada deve ser submetida, para seu completo comissionamento e garantia de
efetividade. Dada a importância do elemento, vamos definir algumas formulações
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matemáticas então. A seção mínima do condutor (S) pode ser utilizada no cálculo
para tempos de atuação dos dispositivos de proteção inferiores a 5 segundos, onde I
é o valor eficaz da corrente de falta, que pode circular pelo dispositivo de proteção no
caso da ocorrência de uma falta direta, medida em Ampéres:
Independentes (condutor
Cobre 143 176
isolado, cabo unipolar ou nu
Alumínio 95 116
em contato com a cobertura
Aço 52 64
do cabo)
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Para cabos nus, tem-se:
Condições de
Cobre Alumínio Aço
aplicação
Visível e em área restrita
228 125 (300 ºC) 82
(500 ºC)
Assim, dado o cenário, estabelece-se que a seção mínima pode ser estipulada de
forma alternativa, em função dos condutores de fase dos circuitos, nos casos em que
estes são feitos dos mesmos materiais, para que se garanta as propriedades físico-
químicas esperadas. Estes critérios passam a atender, então, aos requisitos elétricos
e mecânicos, tornando-os adequados para o dimensionamento de condutores de
proteção utilizados juntamente com dispositivos de proteção de sobrecorrente
(CREDER, 2007).
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Condutor fase Condutor de proteção
S<16 S
16<S<35 16
S<35 S/2
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do projeto e, além disso, é também a NBR 5444 que dita os padrões e simbologias,
juntamente com as normas técnicas internacionais do IEC (Comissão Eletrotécnica
Internacional), a IEC 60417 e a 60617. Além disso, a este ponto é importante ressaltar,
como mostra o quadro adiante, que existem algumas normas técnicas que também
serão de grande valia em diversos contextos de instalações elétricas, incluindo
edificações prediais, além das já citadas:
Norma Resumo
ABNT NR Iluminação de ambientes de trabalho, na parte 1 fala acerca de
ISO/CIE 8995-1 iluminação de interiores.
Figura 5 - Relação geral de algumas das regulamentações mais importantes para instalações
elétricas de baixa tensão
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020
#PraCegoVer: Na imagem, vemos um quadro com seis linhas e duas colunas
com informações sobre as normas regulamentadoras e seus respectivos
resumos.
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Acessibilidade
Confiabilidade
Com a planta baixa, é possível então desenvolver o diagrama unifilar do projeto elétrico
da instalação predial, de forma que este atenda todos os cômodos e instalações físicas
disponíveis, atentando-se sempre à disposição dos elementos. Em seguida, como já
visto em outras colocações feitas ao longo da disciplina para projetos de baixa tensão,
o desenho técnico do diagrama unifilar é desenvolvido a partir da utilização da NBR
5444, juntamente com as normas internacionais IEC 60417 e 60617, que fornecem
as padronizações e simbologias mais utilizadas para a construção dos diagramas.
O conceito CAD (do inglês computer aided design) é também um grande aliado, como
em projetos residenciais, para o desenvolvimento do desenho técnico do diagrama.
No caso ainda do exemplo já citado, o AutoCAD possui também algumas bibliotecas
voltadas para a área de Engenharia Elétrica, que facilitam ao desenvolvimento
do diagrama elétrico. Juntamente, deve-se apresentar o memorial de cálculo e
um descritivo dos equipamentos e elementos utilizados, pois o detalhamento do
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projeto facilita não apenas a realização da manutenção, mas a execução da obra
de instalação prevista. É nesta etapa de cálculo que se prevê, também conforme as
orientações técnicas da NBR 5410 e da própria experiência do projetista, qual será
a previsão de carga. Ademais, lembre-se que existem regulamentações específicas
da concessionária do local no qual a instalação será realizada e estas devem ser
consideradas, como para o cálculo da demanda de carga, por exemplo, e sabe-se
ainda que o desenvolvimento da lista de materiais também é útil e solicitado em
vários projetos.
Por último, você verá uma visão geral do desenvolvimento do projeto considerando
os passos elucidados, através de um exemplo.
TUG TUE
Iluminação
Cômodo Potência Potência
(W) Número Número
(VA) (VA)
Banheiro 100 1 600 1 5500
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se representar a conexão destes. Como já visto, linhas indicarão o caminho percorrido
pelos condutores, que precisam ser instalados através de dutos, que podem ser de
vários tipos, como: eletrodutos, calhas ou bandejas. No caso de um prédio comercial,
geralmente utiliza-se elementos que possibilitam fácil acesso e, além disso, do
ponto de vista estético, é cada vez mais comum a visão estética “industrial”, onde as
instalações elétricas estão expostas.
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Conclusão
Neste conteúdo, você teve a oportunidade de:
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Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15751. Rio de Janeiro. 2013.
Disponível em: https://www.abntcatalogo.com.br/norma.aspx?ID=51403. Acesso
em: 07 jun. 2020.
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