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Como vimos na parábola dos talentos, nenhum

servo pode esquivar-se do dia da prestação de


contas (Mt 25.19). Da mesma forma a Bíblia
afirma que cada um dos salvos dará conta de si
mesmo a Deus (Rm 14.10) e receberá do
Senhor segundo o que tiver feito nesta vida de
bem ou mal (2Co 5.10). Este evento é o
Tribunal de Cristo, onde os salvos serão
julgados pelas suas obras a fim de serem
galardoados de acordo com o que fizeram e
com as motivações de seus corações (Ap
22.12). Diante disto, estudemos e sirvamos a
Deus com temor e cheios de esperança,
entendendo que o nosso trabalho não é vão
no Senhor (1Co 15.58).
O QUE E´ O
TRIBUNAL
DE CRISTO
O QUE É O TRIBUNAL DE CRISTO?
TÓPICO I 1. Uma avaliação das obras realizadas
pelos crentes
Não podemos confundir Tribunal de Cristo com o
Juízo Final (Ap 20.11-15; Rm 2.5-9). No Tribunal
de Cristo somente os salvos serão julgados
pelas obras que praticaram sejam boas ou más
(2Co 5.20). Estas obras más não podem ser
relacionadas com os pecados da vida pregressa,
mas com as ações e omissões dos salvos a partir
da sua conversão. Como diz o Pr. Ciro Zibordi:
“No Tribunal de Cristo seremos julgados como
servos, e não como filhos” (CPADNews).
E qualquer que tiver dado só que seja Trabalhemos com amor e fervor, pois apesar
um copo de água fria a um destes das obras não serem a causa da salvação (Ef
pequenos, em nome de discípulo, em 2.8,9) Deus nos chamou para as boas obras (Ef
verdade vos digo que de modo algum
perderá o seu galardão (Mt 10.42) 2.10; Tg 2.20; Tt 2.14; 3.14; Ap 2.19).
QUANDO OCORRERÁ O TRIBUNAL?
2. Uma prestação de contas
O dia da prestação de contas revelará como nos
portamos com a obra de Deus. As intenções de
cada um serão reveladas. Há alguns que trabalham
na obra exclusivamente visando reconhecimento
de homens; acerca destes o Senhor disse: “em
verdade vos digo que já receberam o seu galardão”
(Mt 6.5,16). Estes realizam o trabalho sagrado por
inveja e porfia e por isso não receberão galardão
(Fp 1.15). Porém, aos que são fiéis Cristo os
recompensará: “bem está, servo bom e fiel. Sobre
o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no
gozo do teu Senhor” (Mt 25.21). Vale a pena servir
a Deus e ao próximo com humildade, sempre
intentando cooperar com o crescimento do
Reino, mesmo que sem reconhecimento dos
homens. Naquele Dia o Senhor recompensará
todo o esforço do servo fiel (Hb 6.10; 1Co 15.58).
Na lição de jovens o comentarista afirma: “Nessa
Haverá hora, nossas obras, boas ou más, serão expostas
diante de uma multidão de pessoas” (tópico I, ponto
um Telão? 1). Acerca disto Paulo diz em 1Coríntios 3.13: "A obra
de cada um se manifestará; na verdade o dia a
declarará”. O termo grego para manifestar é
phaneros e significa: manifesto, evidente. Ou seja, a
essência de nossas obras será exposta diante de
Deus que tudo vê para muito além das meras
aparências! (1Sm 16.7; Hb 4.13). Nenhuma mentira,
falsidade, fingimento e vaidade ficará de pé quando
Deus julgar nossas obras para dar a justa
recompensa. Mas isso não significa que haverá um
grande telão no céu, full HD, de um milhão de
polegadas para todos assistirem, como se o tribunal
de Cristo fosse um cinema. Essa versão noveleira do
tribunal de Cristo não e sustenta na Palavra!
3. Um momento de recompensa
ou a perda delas
O propósito do Tribunal de Cristo não é punir, mas avaliar
toda obra supostamente de justiça e recompensar os servos
Jo 3.21 1Co 3.3 conforme a motivação e a qualidade do serviço de cada um.
Para explicar o critério do julgamento Paulo utiliza a metáfora
da prova do fogo (1Co 3.10-15). As obras que forem de metal
precioso (isto é de boa e valiosa qualidade) como o ouro,
prata e pedras preciosas suportarão o fogo e assim serão
galardoadas; porém, as obras que forem de fraca ou
Mt 5.11,12 Jr 48.10 nenhuma qualidade, como madeira, feno e palha, tais obras
serão consumidas pelo fogo (isto é, julgamento divino) e
assim não receberão recompensa alguma. O julgamento de
Cristo identificará as obras que foram realizadas com
prontidão, em humildade, para a glória de Deus e benefício
do próximo e as distinguirá daquelas que foram unicamente
Hb 10.24 Mt 15.8,9 para glória da carne (1Co 9.27; 1Co 3.15).
SALVO COMO PELO FOGO (1CO 3.15)
“Se a obra de alguém se queimar, sofrerá detrimento; mas
o tal será salvo, todavia, como pelo do fogo”
Eruditos explicam que a frase “como pelo fogo”
significa ‘como alguém que escapa de uma casa em
chamas, mas sem conseguir levar nada de valor de
dentro da casa.’ O fogo da exposição testará a vida de
cada servo. Quando o cristão edificou corretamente,
seu trabalho passa no teste, ele receberá galardão.
(Rick Howard. O Tribunal de Cristo, CPAD, p. 62)

Esta interpretação é fundamentada no contexto bíblico,


especialmente porque Paulo alerta anteriormente
usando a metáfora de uma construção: “..lancei o
alicerce como um construtor competente, e agora
outros estão construindo sobre ele. Mas quem constrói
o alicerce precisa ter muito cuidado... Aqueles que
constroem sobre esse alicerce podem usar vários
materiais: ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno
ou palha...” (1Co 3.10,12, NVT).
O QUE
ACONTECERA ´
NO TRIBUNAL
DE CRISTO
TÓPICO I 1. A fidelidade ao Senhor será
recompensada
“Além disso requer-se dos despenseiros que cada um
se encontre fiel” (1Co 4.2). Conhecer a escatologia
bíblica nos conduz à fidelidade na obra de Deus. Paulo
escreve umas das mais belas exortações escatológicas
acerca da nossa esperança em Cristo (1Co 15.12-
27,35-57) e conclui o seu pensamento dizendo:
“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e
constantes, sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”
(1Co 15.58). Vale a pena ao jovem, no vigor da
mocidade servir a Deus com fidelidade, empenhar-
se ao máximo para agradar Aquele que o alistou
para a batalha. Dedique ao Senhor estes melhores
anos de sua vida! Sirva-o com fervor! (Rm 12.11)
TÓPICO I 2. Um julgamento individual
Todos nós compareceremos ante o Tribunal de Cristo,
contudo cada um dará conta de si mesmo a Cristo (Rm
14.12). À semelhança da parábola dos talentos, cada
crente recebeu do Senhor um dom ou ministério. Uns
recebem mais e outros menos, de acordo com a
capacidade (Mt 25.15; Rm 12.3). Assim, devemos
desenvolver o dom que nos foi dado com zelo e
temor, pois naquele Dia não haverá desculpas
diante do Senhor. Cada qual é responsável por aquilo
que o Senhor lhe entregou, não haverá um julgamento
por família ou denominação. Nem haverá torcida
organizada em favor de ninguém! Cada um terá as
entranhas de suas motivações expostas e examinadas
pelo Senhor. Portanto, “tem cuidado de ti mesmo”!
3. A qualidade precederá a quantidade
O homem vê o exterior, porém Deus não se
impressiona com o belo discurso ou a aparência
impecável. Em Mateus 20.1-16 Cristo conta a
parábola do trabalhadores da vinha e deixa claro
que o Senhor é bom e justo e recompensará cada
trabalhador não pela ótica humana; assim,
o Tribunal de Cristo surpreenderá os que
observam somente a aparência. Jesus
considera mais a qualidade do que a
quantidade. Quantos se esforçam somente para
autopromoção, muitas vezes utilizando-se de meios
ilícitos. Buscam somente o reconhecimento e o
louvor dos homens; expõem tudo que fazem na
obra de Deus para serem elogiados e considerados
bons. Deus conhece a intenção de cada um e o
Tribunal de Cristo trará à luz todas as intenções
do coração dos homens (Mt 23.1-15,27).
O QUE
RECEBEREMOS
NO TRIBUNAL
DE CRISTO
1. Recompensas eternas “Por isso não desfalecemos; mas, ainda
“Não ajunteis tesouros na terra, onde nem a traça que o nosso homem exterior se
e nem a ferrugem não consomem, e nem onde os corrompa, o interior, contudo, se renova
ladrões não minam e roubam” (Mt 6.20). de dia em dia. [...] não atentando nós
O nosso alvo neste mundo deve ser: nas coisas que se veem, mas nas que
os tesouros celestiais, ou seja, se não veem; porque as que se veem
aquilo que é eterno e não efêmero. são temporais, e as que se não veem
Toda recompensa recebida aqui na são eternas (2Co 4.16-18). Não é
terra ficará aqui mesmo. Contudo, o pecado em si ter riquezas na terra, o
que receberemos no Tribunal de problema é amar mais as riquezas do
Cristo não terá data de validade. que o próprio Deus (Mt 6.24; 1Tm 6.10).
Quantos acumularam tantas riquezas na
terra que não sabem nem como gastar,
e o seu coração está firme nas riquezas
(Mt 6.21; 1Tm 6.17-19). Sábio é investir
no céu, e isso nós fazemos por meio de
obras que glorificam a Deus e servem
ao nosso próximo (Tg 5.1-9).
2. Recompensas inimagináveis
Mas, como está escrito: “As coisas que olhos não
viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o
coração do homem, são as que Deus preparou para
os que o amam” (1Co 2.9). Nem a mente mais fértil
desta terra pode imaginar a grandeza das riquezas que
o Senhor reservou para os salvos! Há promessas de
coroação para os que suportarem toda provação e
trabalhado com fidelidade, pois receberão:
❖ coroa incorruptível (1Co 9.25);
❖ coroa da vida (Tg 1.12; Ap 2.10);
❖ coroa de justiça (2Tm 4.8);
❖ coroa de glória (1Pe 5.4).
Vale a pena ser fiel! (Rm 8.17,18).
TÓPICO I 3. Recompensas imerecidas
Deus é justo e recompensará cada um conforme as
suas obras; porém, isto não anula uma verdade: tudo é
pela graça de Deus! Trabalhar para Cristo é privilégio
recebido por meio da graça de Deus. Ainda que cada
obra de justiça do salvo será galardoada, jamais
devemos esquecer que tudo é consequência da graça
divina (2Co 3.5; Tg 1.17). Na parábola dos
trabalhadores da vinha (Mt 20.1-16) o Senhor
demonstra a justiça e graça divina. Os que trabalharam
menos receberam o mesmo daqueles que já estavam
trabalhando antes. Aqui não há injustiça pois estes
trabalharam menos porque ninguém os "contratou“ e o
senhor da vinha foi misericordioso, concedendo aquilo
Não tenho o direito de fazer o que que eles precisavam o sustento da casa. E os que
quero com o meu dinheiro? Ou primeiro foram contratados recebem aquilo que foi
você está com inveja porque sou combinado. Aquela atitude revelou a inveja que havia
generoso? Assim, os últimos serão naqueles corações. Não deixemos que nossos
primeiros, e os primeiros serão
últimos (Mt 20.15,16) corações se encham de inveja e brigas!
À medida que se aproxima aquele Dia precisamos
de ousadia, ânimo e amor para anunciar o nome de
Jesus, para cooperar com o Reino. Como está a
sua disposição, jovem? Trabalhe com afinco para o
Senhor da vinha! Não há razão para deixarmos que
as distrações, ocupações e provações impeçam
que “façamos o bem, porque a seu tempo
ceifaremos, se não desfalecermos” (Gl 6.9)
Não é tempo de parar, nem desistir! É tempo de
levantar-se e corrermos de tal modo que
alcancemos a coroa incorruptível (1Co 9.24,25).

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