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Geometria Analı́tica - Aula 2

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO


UNIDADE ACADÊMICA DE BELO JARDIM

Prof. Dr. Mauri Pereira da Silva

cartaz
6 de julho de 2022

UFRPE/UABJ Geometria Analı́tica - Aula 2 6 de julho de 2022 1 / 27


Vetores no R2 e no R3

Decomposição de um Vetor no Plano


Dados dois vetores →−
v1 e →−v2 , não colineares, qualquer vetor →

v
(coplanar com v1 e v2 ) pode ser decomposto segundo as direções de →

− →
− −
v1 e


v2 . O problema consiste em determinar dois vetores cujas direções sejam
as de →

v1 e →

v2 e cuja soma seja → −v . Em outras palavras, iremos determinar
dos números reais a1 e a2 , tais que:


v = a1 →

v1 + a2 →

v2

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Vetores no R2 e no R3

Exemplos
1) Dados os vetores → −
v1 e →

v2 , não colineares e → −v (arbitrário), a figura
abaixo mostra como é possı́vel formar um paralelogramo em que os lados
são determinados pelos vetores a a1 → −
v 1 e a2 →

v2 , portanto, a soma deles é o
vetor →
−v , que corresponde à diagonal desse paralelogramo:

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Vetores no R2 e no R3

2) Na figura seguinte os vetores →



v1 e →

v2 são mantidos e consideramos um
outro vetor →

v:

Para esta figura, tem-se a1 > 0 e a2 < 0.


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Vetores no R2 e no R3

3) Se, no caso particular, o vetor tiver a mesma direção de →



v1 ou de →

v2 , ou
de →
−v , digamos de →

v1 , como na figura abaixo, →
−v não pode ser diagonal do
paralelogramo e, portanto, a2 deve ser igual a zero:

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Vetores no R2 e no R3
Quando o vetor →

v estiver representado por:

v1 + a2 →
v = a1 →

− − −
v2

dizemos que → −
v é combinação linear de →−
v1 e → −
v2 . O par de vetores →

v1 e →

v2 ,
não colineares, é chamado base no plano. Aliás, qualquer conjunto
{→

v1 , →

v2 } de vetores não colineares constitui uma base no plano. Os
números → −
a1 e →

a2 da representação acima são chamados componentes ou
coordenadas de → −v em relação à base {→

v1 , →

v2 }.

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Vetores no R2 e no R3

Observação 1
Embora estejamos simbolizando a base como um conjunto, nós a
pensamos como um conjunto ordenado. O vetor a1 → −
v1 chamado projeção
de v sobre v1 segundo a direção de v2 . Do mesmo modo, a2 →

− →
− →
− −
v2 é a

− →
− →

projeção de v sobre v2 segundo a direção de v1 .

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Vetores no R2 e no R3
Na prática, as bases mais utilizadas são as bases ortonormais.
Uma base {→ −
e1 , →

e2 } dita ortonormal se os seus vetores forem
ortogonais e unitários, isto é, →
1

e ⊥→ −
e e |→
2
−e | = |→

e | = 1.
1 2

Na figura abaixo consideramos uma base ortonormal {→



e1 , →

e2 } no


plano xOy e um vetor v com componentes 3 e 2, respectivamente, isto é,


v = 3→ −
e1 + 2→

e2 .

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Vetores no R2 e no R3

Existem naturalmente infinitas bases ortonormais no plano xOy ,


porém uma delas é particularmente importante. Trata-se da base formada
pelos vetores representados por segmentos orientados com origem em O e
extremidade nos pontos (1, 0) e (0, 1). Estes vetores são simbolizados com

− → − →
− →−
i e j e a base { i , j } é chamada canônica.

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Vetores no R2 e no R3
A menos que haja referência em contrário, trataremos somente da
base canônica.

− →

Dado um vetor → −
v = x i + y j no qual x e y são as componentes de

− →
− →
− →

v em relação à base { i , j }, o vetor x i é a projeção ortogonal de →

v

− →
− →

sobre i (ou sobre o eixo dos x) e y j é a projeção ortogonal de v sobre


j (ou sobre o eixo dos y ). Como a projeção sempre será ortogonal,
diremos somente projeção.

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Vetores no R2 e no R3

Expressão Analı́tica de um Vetor



− → −
Fixada base { i , j }, fica estabelecida uma correspondência
biunı́voca entre os vetores do plano e os pares ordenados (x, y ) de
números reais. Nestas condições, a cada vetor do plano pode-se associar
um par (x, y ) de números reais que são suas componentes na base dada,
razão porque define-se:
Vetor no plano é um par ordenado (x, y ) de números reais e se
representa por:


v = (x, y )


que é a expressão analı́tica de v .
A primeira componente a chamada abscissa e a segunda, ordenada.

− →

Por exemplo, em vez de escrever →

v = 3 i − 5 j pode-se escrever cartaz


v = (3, −5).

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Vetores no R2 e no R3

Observação 2

− →−
A escolha proposital da base { i , j } deve-se a simplificação. Assim, para
exemplificar, quando nos referimos um ponto P(x, y ), ele pode ser
−→ →
− →

identificado com o vetor →

v = OP = x i + y j , sendo O a origem do
sistema.

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Desta forma, o plano pode ser encarado como um conjunto de pontos
ou um conjunto de vetores.
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Igualdade e Operações

Igualdade
Dois vetores →−u = (x1 , y1 ) e →

v = (x2 , y2 ) são iguais se, e somente se,
x1 = x2 e y1 = y2 , e escreve-se u = →

− −v.

Exemplos
1) Os vetores → −
u = (3, 5) e →−
v = (3, 5) são iguais.
2) Se o vetor u = (x + 1, 4) e →

− −v = (5, 2y − 6) , de acordo com a
definição de igualdade dos vetores, x + 1 = 5 e 2y − 6 = 4 ou x = 4 e
y = 5. Assim, se → −u =→−v , então x = 4 e y = 5.

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Igualdade e Operações

Operações
Sejam os vetores →−u = (x1 , y1 ) e →

v = (x2 , y2 ) e a ∈ R. Define-se:
a) →

u +→ −v = (x1 + x2 , y1 + y2 )
b) a→

u = (ax , ay )
1 1

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Igualdade e Operações

Exemplos
1) Dados os vetores →

u = (4, 1) e →

v = (2, 6), vamos calcular →

u +→
− v e


2u.
2) Determinar o vetor →

w na igualdade →

w =→ −
u − 2→−
v , sendo dados

− →

u = (1, −1) e v = (3, 2).
1− →
3) Determinar o vetor →

w na igualdade 3→
− u = →
w + 2→
− v +−
w , sendo

− →
− 2
dados u = (3, −1) e v = (−2, 4).

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Igualdade e Operações

Vetor Definido por Dois Pontos


Inúmeras vezes um vetor é representado por um segmento orientado
−→
que não parte da origem do sistema. Consideremos o vetor AB de origem
no ponto A(x1 , y1 ) extremidade em B(x2 , y2 ).

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Igualdade e Operações
−→ −→
Os vetores OA e OB têm expressões analı́ticas:
−→ −→
OA = (x1 , y1 ) e OB = (x2 , y2 )

Por outro lado, do triângulo OAB da figura, vem:


−→ −→ −→
OA + AB = OB

donde
−→ −→ −→
AB = OB − OA
ou
−→
AB = (x2 , y2 ) − (x1 , y1 )
e
−→
AB = (x2 − x1 , y2 − y1 ). cartaz

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Decomposição no Espaço

Todo o estudo de vetores feito até aqui, no plano, pode ser realizado
no espaço de forma análoga, consideradas as adequações necessárias.
No plano, qualquer conjunto {→ −
v1 , →

v2 }, de dois vetores, não colineares,
é uma base e, portanto, todo vetor →
−v deste plano é combinação linear dos
vetores da base, isto é, sempre existem os números a1 e a2 reais tais que

− v1 + a2 →
v = a1 →
− −
v2 . No espaço, qualquer conjunto {→ −
v1 , →

v2 , →

v3 } de três
vetores não coplanares é uma base e, de forma análoga, demonstra-se que
todo vetor →−
v do espaço é combinação linear dos vetores da base, isto é,
sempre existem números reais a1 , a2 e a3 , tais que:


v = a1 →

v1 + a2 →

v2 + a3 →

v3

onde a1 , a2 e a3 são as componentes de →



v em relação base considerada.
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Decomposição no Espaço
Uma base no espaço é ortonormal se os três vetores forem unitários e
dois a dois, ortogonais. Por analogia ao que fizemos no plano, dentre as
infinitas bases ortonormais existentes, escolhemos a base canônica

− →− →−
representada por { i , j , k }.

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Decomposição no Espaço



A reta com a direção do vetor i é o eixo dos x (das abscissas), a


reta com a direção do vetor j é eixo dos y (das ordenadas) e a reta com


a direção do vetor k to eixo dos z (das cotas). As setas indicam o sentido
positivo de cada eixo. Estes eixos são chamados eixos coordenados.

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Decomposição no Espaço

Considerando o ponto P(2, 4, 3), terı́amos o paralelepı́pedo da figura


abaixo:

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Decomposição no Espaço

O produto cartesiano R × R ou R2 é o conjunto R2 = {(x, y ) |


x, y ∈ R} e sua representação geométrica é o plano cartesiano
determinado pelos dois eixos cartesianos ortogonais x e y .

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Decomposição no Espaço
O produto cartesiano R × R × R ou R3 é o conjunto R3 = {(x, y , z) |
x, y , z ∈ R} e sua representação geométrica é o espaço cartesiano
determinado pelos três eixos cartesianos, dois a dois ortogonais, Ox, Oy e
Oz.

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Igualdade - Operações - Vetor Definido por Dois Pontos

Da mesma forma como tivemos no plano, teremos no espaço:


I) Dois vetores →−
u = (x1 , y1 , z1 ) e →

v = (x2 , y2 , z2 ) são iguais se, e somente
se, x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 ;
II) Dados os vetores →−u = (x , y , z ) e →
1 1 1

v = (x , y , z ) e a ∈ R, define-se:
2 2 2



u +→

v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 )

a→

u = (ax1 , ay1 , az1 )
III) Se A(x1 , y1 , z1 ) e B(x2 , y2 , z2 ) são dois pontos quaisquer no espaço,
então:
−→
AB = (x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 )
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Condição de Paralelismo de Dois Vetores
Se dois vetores →
−u = (x1 , y1 , z1 ) e →

v = (x2 , y2 , z2 ) são colineares (ou
paralelos), existe um número k tal que u = k →

− −
v , ou seja,

(x1 , y1 , z1 ) = k(x2 , y2 , z2 )

ou
(x1 , y1 , z1 ) = (kx2 , ky2 , kz2 )
mas, pela definição de igualdade de vetores:

x1 = kx2
y1 = ky2
z1 = kz2

ou
x1 y1 z1 cartaz
= = = k.
x2 y2 z2

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Condição de Paralelismo de Dois Vetores

Esta é a condição de paralelismo de dois vetores, isto é, dois vetores


são paralelos quando suas coordenadas são proporcionais. Representa-se
por →−
u // →

v dois vetores de paralelos.

Exemplo 1
Os vetores →

u = (−2, 3, −4) e →

u = (−4, 6, −8) são paralelos, pois

−2 3 −4 1−
= = , ou seja, →

u = →v.
−4 6 −8 2

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Condição de Paralelismo de Dois Vetores

Exemplos:
1) Dados os pontos A(0, 1, −1) e B(1, 2, −1) e os vetores


u = (−2, −1, 1), → −
v = (3, 0, −1) e →
−w = (−2, 2, 2), verificar se existem os
−→
números a1 , a2 e a3 , tais que →

w = a1 AB + a2 →

u + a3 →
−v.
2) Dados os pontos P(1, 2, 4), Q(2, 3, 2) e R(2, 1, −1), determinar as
coordenadas de um ponto S tal que P, Q, R e S sejam vértices de um
paralelogramo.
3) Determinar os valores de m e n para que sejam paralelos os vetores


u = (m + 1, 3, 1) e →
−v = (4, 2, 2n − 1).

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