Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
UC 14. Projeto de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais
UC 14. Projeto de Sistemas Eletroeletrônicos Industriais
PROJETO DE
SISTEMAS
ELETROELETRÔNICOS
INDUSTRIAIS
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Conselho Nacional
PROJETO DE
SISTEMAS
ELETROELETRÔNICOS
INDUSTRIAIS
© 2013. SENAI – Departamento Nacional
A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônico,
mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização,
por escrito, do SENAI.
Esta publicação foi elaborada pela equipe do Núcleo de Educação a Distância do SENAI - São
Paulo, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os
Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.
FICHA CATALOGRÁFICA
S491g
ISBN 978-85-7519-803-2
CDU: 005.95
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto
Aprendizagem Industrial Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001
Departamento Nacional Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br
Lista de ilustrações, quadros e tabelas
Figura 1 - Estrutura curricular do curso Técnico em Eletroeletrônica............................................................18
Figura 2 - Estrutura do transformador.......................................................................................................................22
Figura 3 - Transformador de Potencial – TP ............................................................................................................25
Figura 4 - Transformador de corrente tipo barra...................................................................................................26
Figura 5 - Transformador de corrente tipo janela..................................................................................................27
Figura 6 - Alicate amperímetro....................................................................................................................................28
Figura 7 - Transformador de força...............................................................................................................................30
Figura 8 - Transformador de distribuição.................................................................................................................32
Figura 9 - Transformadores para circuitos eletrônicos e utilizado na alimentação
de uma indústria............................................................................................................................................34
Figura 10 - Taps do Transformador ............................................................................................................................37
Figura 11 - Transformadores a óleo e a seco...........................................................................................................39
Figura 12 - Placa de identificação...............................................................................................................................45
Figura 13 - Relação entre força e velocidade .........................................................................................................47
Figura 14 - Vista frontal do eixo de um motor .......................................................................................................48
Figura 15 - Vista frontal do eixo de um motor .......................................................................................................50
Figura 16 - Acoplamento do motor ao conjunto mecânico..............................................................................51
Figura 17 - Representação da potência ativa e da potência útil......................................................................54
Figura 18 - Triângulo das potências...........................................................................................................................55
Figura 19 - Relação temperatura e funcionamento do motor..........................................................................58
Figura 20 - Torno mecânico...........................................................................................................................................60
Figura 21 - Atmosfera explosiva .................................................................................................................................64
Figura 22 - Placas de identificação..............................................................................................................................64
Figura 23 - Motores com eixo à direita e à esquerda...........................................................................................66
Figura 24 - Esmeril............................................................................................................................................................67
Figura 25 - Motor de bomba hidráulica....................................................................................................................68
Figura 26 - Motor elementar.........................................................................................................................................70
Figura 27 - Ônibus elétrico e detalhe de banco de resistores...........................................................................72
Figura 28 - Curvado conjugado...................................................................................................................................73
Figura 29 - Gráfico da potência....................................................................................................................................73
Figura 30 - Motor CC........................................................................................................................................................75
Figura 31 - Curva de conjugado versus rotação do motor gaiola de esquilo.............................................82
Figura 32 - Curvas características de torque (conjugado) em relação à velocidade................................85
Figura 33 - Comando de um sistema de partida direta......................................................................................90
Figura 34 - Ilustração de um dos modelos do relé térmico da família RW...................................................91
Figura 35 - Representação simbólica do relé térmico (relé de sobrecarga).................................................92
Figura 36 - Padrão de codificação do contator, conforme um fabricante....................................................98
Figura 37 - Gráfico da curva característica do fusível Diazed............................................................................99
Figura 38 - Gráfico com o resultado da operação (fase 2)............................................................................... 100
Figura 39 - Curva característica do fusível demarcado.................................................................................... 101
Figura 40 - Gráfico da corrente de partida em relação à velocidade de rotação.................................... 105
Figura 41 - Relação de conjugado de uma partida direta e estrela-triângulo......................................... 106
Figura 42 - Diagrama do circuito de uma partida estrela-triângulo com indicação de Ictm............. 107
Figura 43 - Diagrama de comando da partida estrela-triângulo.................................................................. 108
Figura 44 - Diagrama de potência e comando de uma chave compensadora........................................ 112
Figura 45 - Corrente de partida com chave compensadora........................................................................... 113
Figura 46 - Circuito de potência de uma partida de um motor com rotor bobinado........................... 118
Figura 47 - Padrão de codificação de um fabricante......................................................................................... 121
Figura 48 - Diagrama de potência da frenagem por contracorrente.......................................................... 123
Figura 49 - Diagrama de potência de frenagem por injeção CC................................................................... 124
Figura 50 - Circuito de comando de uma partida direta................................................................................. 127
Figura 51 - Painel de comando com destaque da canaleta............................................................................ 128
Figura 52 - Circuito de potência de uma partida direta com dispositivo
“disjuntor motor magnético”............................................................................................................... 131
Figura 53 - Simbologias para solenoides em comandos pneumáticos e elétricos................................ 138
Figura 54 - Circuito básico de acionamento de um solenoide...................................................................... 139
Figura 55 - Circuito básico acionado energizado............................................................................................... 139
Figura 56 - Circuito básico acionado energizado............................................................................................... 140
Figura 57 - Circuito com cilindro de dupla ação................................................................................................. 140
Figura 58 - Acionamento de um cilindro de dupla ação de dois locais diferentes................................ 141
Figura 59 - Acionamento do mesmo cilindro através de dois botões diferentes................................... 141
Figura 60 - Desenergização do comando OU de acionamento de um cilindro de dupla ação......... 142
Figura 61 - Comando E de acionamento de um cilindro de dupla ação.................................................... 142
Figura 62 - Circuito hidráulico com dois fins de curso...................................................................................... 143
Figura 63 - Circuito hidráulico com comando de intertravamento de segurança................................. 144
Figura 64 - Circuito de avanço do atuador energizado.................................................................................... 144
Figura 65 - Circuito de recuo do atuador energizado....................................................................................... 145
Figura 66 - Simbologia e elemento comuns de um relé.................................................................................. 146
Figura 67 - Elementos comuns de um circuito de autorretenção de uma bobina................................ 147
Figura 68 - Circuito de comando com autorretenção....................................................................................... 147
Figura 69 - Autorretenção da bobina de um relé............................................................................................... 148
Figura 70 - Circuito hidráulico com fins de curso para detecção de posição........................................... 149
Figura 71 - Circuito de comando com retorno automático e detecção de posição.............................. 150
Figura 72 - Circuito com fins de curso energizado............................................................................................. 150
Figura 73 - Tipos de relés de tempo ....................................................................................................................... 151
Figura 74 - Circuito de comando com temporização de recuo..................................................................... 152
Figura 75 - Comando iniciando temporização de recuo................................................................................. 153
Figura 76 - Como acontece a sobreposição de sinais....................................................................................... 154
Figura 77 - Circuito hidráulico com dois atuadores........................................................................................... 155
Figura 78 - Acionamento de partida do circuito sequencial – solenoide energizado.......................... 156
Figura 79 - Acionamento de partida do circuito seqüencial (A+) – posição memorizada.................. 157
Figura 80 - Circuito de comando (A+ B+) – separação de linhas de comando e
linhas de potência................................................................................................................................... 158
Figura 81 - Circuito de comando (A+ B+ A-)........................................................................................................ 158
Figura 82 - Circuito de comando completo (A+ B+ A- B-)............................................................................... 159
Figura 83 - Circuito de comando completo com dois fins de curso (S3 e S4) acionados.................... 159
Figura 84 - Circuito pneumático sem fins de curso........................................................................................... 160
Figura 85 - Sequência lógica de acionamento dos elementos de um comando elétrico................... 161
Figura 86 - Circuito de comando energizado com sobreposição de sinal................................................ 162
Figura 87 - Linhas de comando elaboradas pelo método cadeia estacionária....................................... 163
Figura 88 - Circuito de comando finalizado pelo método cadeia estacionária ............................164
Figura 89 - Linhas de comando para 5, 6, 7 e 8 passos..................................................................................... 165
Figura 90 - Grupos de alimentação elétrica do método cascata.................................................................. 166
Figura 91 - Representação dos grupos de alimentação do método cascata........................................... 167
Figura 92 - Circuito pneumático a ser comandado ...................................................................168
Figura 93 - Circuito pneumático com comando elétrico com dois grupos de alimentação.............. 168
Figura 94 - Circuito pneumático com três atuadores e válvulas de memória......................................... 169
Figura 95 - Circuito pneumático com três atuadores....................................................................................... 169
Figura 96 - Acionamento unidirecional com retificador.................................................................................. 176
Figura 97 - Sistema de acionamento reversível.................................................................................................. 176
Figura 98 - Regiões de operação do motor CC.................................................................................................... 177
Figura 99 - Acionamento com conversor dual.................................................................................................... 178
Figura 100 - Folha de dados para escolha do conversor................................................................................. 182
Figura 101 - Curva V/F do inversor de frequência.............................................................................................. 187
Figura 102 - Curva de região de enfraquecimento de campo....................................................................... 188
Figura 103 - Exemplos de situações em que o motor não sofre tantas variações
no seu funcionamento........................................................................................................................ 189
Figura 104 - Região de atuação dos inversores de frequência...................................................................... 193
Figura 105 - Exemplos de velocidades de operação do motor..................................................................... 193
Figura 106 - Check-list para dimensionamento do inversor - parte 1......................................................... 198
Figura 107 - Check-list para dimensionamento do inversor - parte 2......................................................... 199
Figura 108 - Inversor de frequência com IHM incorporada e teclas de programação e função....... 200
Figura 109 - Ocupação de dados na memória do CP........................................................................................ 209
Figura 110 - Diagrama Ladder com símbolos e comentários........................................................................ 213
Figura 111 - Processamento das linhas de programação Ladder................................................................. 213
Figura 112 - Diagrama Ladder utilizando a instrução set-reset.................................................................... 216
Figura 113 - Diagrama de tempos e eventos....................................................................................................... 216
Figura 114 - Utilização da instrução de temporização com retardo na energização............................ 217
Figura 115 - Utilização da instrução de temporização com retardo na energização............................ 218
Figura 116 - Utilização da instrução de temporização com retardo na desenergização..................... 218
Figura 117 - Utilização da instrução de temporização com retardo na desenergização..................... 219
Figura 118 - Utilização da instrução de temporização de pulso................................................................... 220
Figura 119 - Utilização da instrução de temporização com retardo na desenergização..................... 220
Figura 120 - Exemplo de programa utilizando um contador crescente.................................................... 222
Figura 121 - Gráfico de tempos e de eventos do contador crescente........................................................ 222
Figura 122 - Exemplo de programa utilizando um contador decrescente............................................... 223
Figura 123 - Gráfico de tempos e de eventos do contador decrescente................................................... 223
Figura 124 - Exemplo de programa utilizando a função de comparação................................................. 224
Figura 125 - Utilização da função adição.............................................................................................................. 226
Figura 126 - Utilização da função Move................................................................................................................. 227
Figura 127 - Estrutura de um programa em Lista de Instruções – IL........................................................... 230
Figura 128 - Exemplo de programa com linguagem de texto estruturado.............................................. 233
Figura 129 - Processo de enchimento de recipiente, utilizando linguagem SFC................................... 236
Figura 130 - Elementos básicos de representação em SFC............................................................................. 236
Figura 131 - Chamada de unidade de organização de programa ..............................................238
Figura 132 - Exemplo de programa elaborado de acordo com a IEC 61131-3........................................ 239
Figura 133 - Degraus de resolução de conversor analógico.......................................................................... 242
Figura 134 - Medição do volume de um tanque................................................................................................ 242
Figura 135 - Programa para transformar o sinal analógico............................................................................. 244
Figura 136 - Configuração de uma entrada analógica de 0 a 10 V............................................................... 245
Figura 137 - Medição do volume de um tanque................................................................................................ 246
Figura 138 - Análise da conversão de litros em sinal analógico de corrente........................................... 246
Figura 139 - Configuração de uma entrada analógica de 4 a 20 mA.......................................................... 247
Figura 140 - Escolha do controlador programável............................................................................................. 248
Figura 141 - Exemplo de tela com informações centralizadas...................................................................... 256
Figura 142 - Diagrama de blocos de um sistema de automação industrial............................................. 257
Figura 143 - Arquitetura de um sistema de automação com rede industrial.......................................... 261
Figura 144 - Estrutura de ligação de um sistema SCADA................................................................................ 262
Figura 145 - Exemplo de tela com excesso de elementos gráficos.............................................................. 266
Figura 146 - Tela com os elementos gráficos separados e mais detalhados............................................ 267
Figura 147 - Tela com animações e textos............................................................................................................ 268
Figura 148 - Exemplo de menu de navegação vertical.................................................................................... 269
Figura 149 - Exemplo de menu de navegação inferior.................................................................................... 270
Figura 150 - Exemplo de acionamento direto..................................................................................................... 271
Figura 151 - Exemplo de acionamento indireto................................................................................................. 272
Figura 152 - Tela de confirmação para sair da aplicação................................................................................. 273
Figura 153 - Exemplo de tela de alarmes.............................................................................................................. 274
Figura 154 - Exemplo de gráfico de tendência.................................................................................................... 275
Figura 155 - Exemplo de tela de receitas............................................................................................................... 276
Figura 156 - Exemplo de tela com várias funções.............................................................................................. 277
Figura 157 - Tela com teclado virtual ativo........................................................................................................... 278
Figura 158 - Níveis hierárquicos das redes de comunicação industrial..................................................... 282
Figura 159 - Componentes que formam uma rede de comunicação industrial..................................... 283
Figura 160 - Pirâmide de automação industrial.................................................................................................. 284
Figura 161 - Pirâmide de automação industrial com os níveis de comunicação.................................... 285
Figura 162 - Topologia ponto a ponto.................................................................................................................... 286
Figura 163 - Topologia de barramento................................................................................................................... 287
Figura 164 - Topologia do tipo anel......................................................................................................................... 287
Figura 165 - Topologia tipo estrela.......................................................................................................................... 288
Figura 166 - Topologia do tipo árvore.................................................................................................................... 288
Figura 167 - Diagrama estilizado de uma topologia do tipo árvore............................................................ 289
Figura 168 - Topologia híbrida.................................................................................................................................. 290
Figura 169 - Cabo de par trançado.......................................................................................................................... 292
Figura 170 - Cabo de par trançado UTP com conector RJ45.......................................................................... 293
Figura 171 - Cabo de par trançado blindado....................................................................................................... 293
Figura 172 - Cabo coaxial............................................................................................................................................ 294
Figura 173 - Sistema de transmissão com fibra ótica........................................................................................ 295
Figura 174 - Exemplos de fibras óticas e conectores........................................................................................ 296
Figura 175 - Comparação entre os meios de transmissão por cabos......................................................... 297
Figura 176 - Logomarca da rede AS-i...................................................................................................................... 299
Figura 177 - Cabo perfilado utilizado pela rede AS-i........................................................................................ 299
Figura 178 - Configuração de uma rede AS-i versão 2.0.................................................................................. 300
Figura 179 - Modulação de um sinal HART........................................................................................................... 302
Figura 180 - Configuração de uma conexão HART............................................................................................ 303
Figura 181 - Configuração de uma conexão com protocolo MODBUS...................................................... 305
Figura 182 - Configuração de uma conexão com protocolo PROFIBUS.................................................... 309
Figura 183 - Documentação para comissionamento........................................................................................ 315
Figura 184 - Planejando o comissionamento...................................................................................................... 316
Figura 185 - Inspeção de recebimento.................................................................................................................. 318
Figura 186 - Preservação dos itens comissionáveis........................................................................................... 319
Figura 187 - Simulação de inspeção elétrica durante o comissionamento.............................................. 320
Figura 188 - Transferência operacional.................................................................................................................. 323
2.1 Transformador...............................................................................................................................................22
2.2 Relação de transformação – RT...............................................................................................................23
2.3 Tipos de transformadores.........................................................................................................................24
2.3.1 Transformador de Potencial – TP..........................................................................................24
2.3.2 Transformadores de Corrente – TC......................................................................................25
2.3.3 Transformadores de energia..................................................................................................29
2.4 Classe de exatidão.......................................................................................................................................34
2.5 Ligação de transformadores....................................................................................................................35
2.6 Taps de transformador...............................................................................................................................36
2.7 Potência do transformador......................................................................................................................37
2.8 Índice de proteção – IP..............................................................................................................................38
Referências......................................................................................................................................................................... 327
Anexos................................................................................................................................................................................. 329
Índice................................................................................................................................................................................... 335
Introdução
Entrada
Observando o quadro, você pode perceber que já percorreu uma boa parte do
caminho. O conteúdo que estudará neste livro está diretamente ligado às ativida-
des de projeto que serão realizadas pelo Técnico. Com isso, acreditamos facilitar
o aprendizado do conteúdo ensinado, o que acreditamos ser muito motivador!
Dedicando-se a esses estudos, acreditamos que você se tornará capaz de:
• dimensionar sistemas eletroeletrônicos industriais;
• projetar sistemas eletroeletrônicos industriais;
• integrar sistemas eletroeletrônicos industriais;
• validar o projeto de sistemas eletroeletrônicos industriais.
1 INTRODUÇÃO
19
2.1 TRANSFORMADOR
Núcleo de ferro
Enrolamento Corrente do
do primário secundário
Np Is
Ip Ns
Corrente do Enrolamento
primário do secundário
Fluxo magnético
Up Us
=
Np Ns
Em que:
• Up → Tensão aplicada no primário
• Us → Tensão fornecida pelo secundário
• Np → Número de espiras do enrolamento primário
• Ns → Número de espiras do enrolamento secundário
Vamos aplicar essa fórmula para resolver um exemplo: um transformador ideal
não apresenta perdas, com 500 espiras no enrolamento primário, será ligada uma
rede de 120 V para alimentar o motor de um portão automático que trabalha com
12 V. Quantas espiras o enrolamento do secundário possui?
Dados: Up = 120 V, Np = 500 esp, Us = 12 V, Ns =?
Assim, temos:
Up Us Us × Np 12 × 500
= → Ns = → Ns = → Ns = 50 espiras
Np Ns Up 120
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
24
H1 H2
Primário
Tensão maior
Secundário
Tensão menor
X1 X2
TC tipo barra
S1 S2
S1
P2
P1 P2
Barra fixa P1
S2
TC tipo janela
S1 S2
S1
Condutor
móvel
S2 Janela
60 01 3 2,5
Observe que, nessa tabela, não constam valores de tensão. E por que isso ocor-
re? Como não existe aplicação direta da alimentação do primário sobre o TC, o
valor dessa tensão não é relevante na transformação, e sim, no campo magnético
criado pela corrente.
O que você irá encontrar em relação à tensão são as classes de isolação, ou
melhor, a tensão máxima que a estrutura do TC poderá operar, sem sofrer danos
físicos. Esses valores de tensões podem variar de 600 V até 25 kV.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
28
Outro dado interessante é o valor da potência. Verifique que esse valor é pe-
queno em relação às correntes, principalmente, à corrente do primário. Esses
transformadores não são projetados para sustentar grandes cargas, mas, simples-
mente, para alimentar instrumentos de medição ou pequenos relés de baixa po-
tência em circuitos de controle.
A última análise que vamos fazer nessa tabela é a relação entre a corrente do
primário, valores diferentes e maiores que as correntes do secundário que neste
caso são fixas, indicando que cada um possui uma relação de transformação dife-
rente uma das outras. A primeira linha da tabela indica que uma corrente no pri-
mário de 60 A gera no secundário 1 A. Esta proporção de transformação se man-
tem para outros valores, por exemplo: 30 A no primário, gera 0,5 A no secundário.
As finalidades de uso desse transformador, que pode ser do tipo força, de dis-
tribuição ou industrial se dão em cada um de seus usos, peculiaridades que tor-
nam algumas características, como potência de transmissão, mais importantes
em um tipo do que em outro. Para entendermos melhor essa situação, vamos
conhecer um pouco de cada um deles:
Transformador de força
1 COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS Outro fator que devemos citar é com relação à corrente de transmissão. A po-
tência gerada deverá ser transmitida de forma estável até seu ponto final. Como
Substâncias de origem
mineral, formadas pelos a relação entre tensão e corrente é uma relação inversa, quanto maior a tensão,
compostos de carbono. menor é a corrente e vice-versa.
São originados pela
decomposição de resíduos
orgânicos. Porém, esse Já a seção dos cabos é diretamente proporcional à corrente. Vejamos: quanto
processo leva milhões maior a tensão de transmissão, menor será a corrente; consequentemente, tere-
de anos. Logo, são
considerados recursos mos cabos com diâmetros menores, reduzindo os custos com esses cabos e as
naturais não renováveis. São torres de transmissão.
os mais usados no mundo
para gerar energia elétrica e
movimentar veículos. Os transformadores de força são elevadores, partindo de 2200 V podendo che-
gar até a 750 kV dependendo da distância, quando transmitem a energia e abai-
xadores, reduzindo de 750 kV podendo chegar até 13.8 kV, quando as recebem
próximas do local de distribuição.
Na Figura 7 temos um transformador de força instalado numa subestação.
Observe, no detalhe da figura, que os cabos estão ligados aos isoladores, sen-
do estes destinados a separar as fases da estrutura metálica do transformador.
Após ser transmitida e reduzida pelos transformadores de força, essa energia
será distribuída na região em que se encontra, seja uma cidade inteira ou apenas
um bairro. A partir daí, entram em cena os transformadores de distribuição.
2 ESPECIFICAÇÃO DE TRANSFORMADORES ELÉTRICOS
31
Transformador de distribuição
rede de
alta tensão
Transformador industrial
CASOS E RELATOS
1 1 H2 x2 Ligação
Triângulo/
4 4 4 2 4 2 Triângulo
2 2
5 5 Ex = Nx . EH
3 3 1 5 1 5 NH
x1 x3
6 8 H1
6 3 6 3
P S H3
Triângulo Triângulo
1 1 H2 x1 Ligação
1 Triângulo/
4
7 4 2 4 Zigue-zague
4 10
2 2
5 11
8 9 12
5 11 1
8 Ex = Nx . EH . 3
5 5
3 3 2 . NH
6 7 2
9 3 6
6 3 x3 10
6 12 H1 H3 x2
P S Triângulo Zigue-zague
Fonte: SENAI-SP (2013)
X2
H2
Vs1
Vp1
Tensão de entrada Tensão de saída
H1 x1
Vent = Vp1 + Vp2 Vsai = Vs1 + Vs2
Vp2
Vs2
0
0
2 CONSERVADOR DE ÓLEO As perdas que citamos entre o primário e o secundário acontecem em dois mo-
mentos que são chamados de perda no cobre, que são as resistências ôhmicas
Acessório destinado a
compensar as variações de dos condutores utilizados nos enrolamentos e perdas no ferro são os fenômenos
volume do óleo decorrentes físicos da indução que acontecem no núcleo do transformador. Pela fórmula a se-
das oscilações de
temperatura e da pressão. guir, vamos ver como é o rendimento na relação entre o primário e o secundário.
Ps
Pp
Em que:
• h → rendimento do transformador em %
• Ps → Potência do secundário;
• Pp → Potência do primário.
Os fabricantes disponibilizam transformadores de distribuição com potências
que podem chegam a 300 KVA. Os transformadores de força são ainda maiores
com valores de 300 MVA de potência máxima.
A seguir, vamos estudar como esses transformadores, verdadeiros gigantes
em se tratando de equipamentos elétricos, são isolados e protegidos para funcio-
narem em áreas abertas ou fechadas com essa capacidade de energia.
RECAPITULANDO
Anotações:
Especificação de motores elétricos
Observe que a maioria dos dados, da parte superior desta placa, indicam as
informações referentes ao regime de trabalho que representam, como veremos
mais à frente, as condições do motor em funcionamento, isto é, como o motor se
comporta, quando ele é exigido pela carga. Entretanto, para que o motor possa
entrar em funcionamento, é preciso verificar algumas características do local em
que ele será instalado.
Conheçamos cada uma delas, acompanhando a explicação que prepara-
mos nos itens a seguir.
Antes de iniciarmos este assunto, diga o que sabe ou que imagina que seja
uma rede de alimentação. Agora, vamos conferir sua resposta? Acompanhe.
Bem, trata-se basicamente do sistema de alimentação de energia e dos valo-
res de tensões que um determinado consumidor, uma fábrica, por exemplo, que
recebe energia elétrica de uma distribuidora e os utiliza internamente em suas
cargas consumidoras.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
46
3.1.4 CONJUGADO
C=Fxd
Onde:
C = Conjugado em N.m ou kgf.m;
F = Força em Newton ou Kgf;
d = Distância em metros
c 0 716 x P
Ns
Em que:
• C0 → Conjugado Básico (kgf.m)
• P → Potência Mecânica (cv)
• Ns → Rotação nominal (rpm)
• 716 → Relação Potência mecânica p/watts
Nos conjugados a seguir, seus valores serão alterados em função dos momen-
tos de funcionamento em que se encontra o motor, em relação à sua velocidade
ou à sua potência.
Conjugado nominal ou plena carga (Cn): é o conjugado desenvolvido pelo
motor sob condições nominais;
Conjugado de partida (Cp): é o conjugado desenvolvido pelo motor, quando
este inicia seu movimento de giro;
Conjugado mínimo (Cmin): é o menor conjugado desenvolvido pelo motor na
aceleração até o conjugado máximo;
Conjugado máximo (Cmax): é o maior conjugado desenvolvido pelo motor
sob condições nominais.
Até aqui, vimos que, durante a aceleração, o motor desenvolve vários tipos
de conjugados e que o valor numérico kgfm ou Nm, proporcionados por eles em
cada momento da rotação, poderá variar de acordo com aplicação em análise.
Ou seja, será que o motor utilizado em um elevador, como o que vimos no exem-
plo, tem as mesmas características mecânicas de funcionamento de uma esteira
transportadora? Responderemos a essa pergunta por meio das categorias desses
conjugados que veremos a seguir.
Todas as aplicações que utilizam motores elétricos possuem uma caracterís-
tica mecânica específica, que define o tipo de conjugado motor que melhor se
aplica. Esses conjugados são divididos em três categorias, categoria D, categoria
H e categoria N, de acordo com as características de funcionamento.
Vejamos a seguir as aplicações dessas categorias.
Categoria N: representa a maioria das aplicações, com baixo escorregamento
e condições normais de partida, como por exemplo, as bombas, as máquinas ope-
ratrizes ou os ventiladores.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
50
Cp Cmin Cmax
300
Categoria D
250
200
Categoria H
150
Cnom
100 Categoria N
50
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 %
Velocidade
ocorre em curto espaço de tempo. Isso representa que o movimento, nesse mo-
mento, é realizado pela inércia da carga. O motor mantém o sistema estável, ou
seja, se a velocidade tende a diminuir, o seu conjugado é novamente estabeleci-
do.
Quando selecionar o motor para uma determinada aplicação, considere que
o conjugado que ele irá desenvolver está associado com o tipo de carga a movi-
mentar, ou seja, em que máquina ou sistema será instalado.
Você pode observar, por meio do gráfico que, na partida, o valor do conjugado
motor é bem alto. Isso é necessário em função da inércia da carga. Mas o que é
isso?
Momento de inércia é a resistência que a carga oferece à mudança de movi-
mento em torno do seu eixo acoplado ao motor. Os motores então devem possuir
um momento de inércia maior que a carga e seus acoplamentos e sistemas de
transmissões.
No conjunto Motor–Acoplamento1–Carga, o momento de inércia total é a
soma dos momentos do motor e da carga (Figura 16), lembrando que os momen-
tos de inércia da carga são fornecidos pelo sistema mecânico.
Jm Jc Nc
Motor
Nm
Acoplamento Carga
Em que:
• Jm → Momento de inércia do motor(kgm2),
• Nm → Conjugado motor (kgf.m ou N.m);
• Nc → Conjugado da carga ou resistente (kgf.m ou N.m);
• Jc → Momento de inércia da carga (kgf.m2).
Observando a Figura 16, veremos que, para o motor movimentar a carga na
partida, seu conjugado – Nm deve ser maior que o conjugado da carga – Nc. Isso
ocorre também com o seu momento de inércia.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
52
Quando o motor está parado, dizemos que ele não está em regime, ou seja,
não está na sua condição nominal de trabalho ou funcionamento. Por isso, as ca-
racterísticas em regime somente serão apresentadas ou analisadas com o motor
em funcionamento. Essas informações é o que chamamos de consequências do
funcionamento do motor.
As características relevantes ao seu funcionamento são:
• Potência nominal;
• Rendimento do motor;
• Fator de Potência;
• Aquecimento;
• Regime de serviço;
• Fator de serviço
Conheçamos cada uma delas.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
54
Potência nominal
η P (W)
u
P (W)
a
Em que:
• η → Rendimento do motor (%)
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
55
P = U. I. COS𝜑𝜑 √3 (W)
Q = U. I. SEN𝜑𝜑 √3 (VAr)
S = U. I. √3 (VA)
Em que:
• P → Potência Ativa ou Absorvida (W);
• S → Potência Aparente do sistema (VA);
• Q → Potência Reativa, que representa as perdas do sistema (VAr);
• φ → Ângulo Fi Defasagem entre U e I;
• U → Tensão Elétrica do sistema(V);
• I → Corrente Elétrica do sistema (A).
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
56
Essas perdas em função das cargas indutivas não são as únicas com as quais
devemos estar atentos. Outra perda de energia muito relevante ao bom funcio-
namento do motor é a energia em forma de calor, que é uma das características
de escolha do motor.
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
57
Aquecimento
Regime Continuo S1
Funcionamento da carga
Temperatura
Alem desses regimes, que podemos considerar como padrões, existem algu-
mas situações específicas em que os motores serão submetidos a regimes de
trabalho que exigirão bastante flexibilidade nos tempos de carga, constante ou
variável, e os tempos de partida. É aqui que devemos ficar atentos aos valores das
correntes de partida. Em muitos casos, as cargas podem exigir dos motores um
excedente de suas potências e, é claro, eles devem estar preparados para isso, de
acordo com o seu fator de serviço.
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
61
Esses centelhamentos geram riscos muitas vezes invisíveis aos nossos olhos e
isso pode ocorrer em qualquer equipamento que funcione por meio da eletrici-
dade.
Para cada área de risco, os fabricantes indicam os modelos recomendados. Por
isso, precisamos conhecer as áreas de riscos da instalação dos motores, conforme
relação a seguir:
• Zona 0: local onde ocorre a mistura de inflamáveis ou explosivos em regime
contínuo ou a longos períodos;
• Zona 1: lugar onde a atmosfera explosiva é frequente. A mistura está asso-
ciada a uma operação normal;
• Zona 2: local onde a ocorrência dessas misturas é improvável ou ocorre em
curtos períodos;
• Zona 20: local onde a existência de poeira combustível em forma de nuvens
está continuamente presente ou em longos períodos de duração;
• Zona 21: local onde a poeira combustível em forma de nuvem misturada ao
ar pode estar presente, durante uma operação ou ocorrer ocasionalmente;
• Zona 22: local onde a ocorrência dessas misturas é improvável ou ocorre em
curtos períodos.
Se você comparar a Zona 0, que é a mais prejudicial e perigosa para o motor e
o ambiente, com a Zona 22, que é a menos problemática, notará que uma escolha
de um motor errado na Zona 0 poderá afetar não só o motor como todo ambien-
te em que está instalado, com um possível acidente em forma de incêndio ou
explosão. Isso poderá ocorrer devido ao fato de que os motores para aplicação
em Zona 22 não possuem todos os requisitos de segurança exigidos na Zona 0.
A escolha dos motores em função dos ambientes em que serão instalados está
diretamente associado ao formato dos seus invólucros, que são as características
das suas carcaças definidas pelo seu grau de proteção. Podemos citar as indústrias
petroquímicas, refinarias e postos de gasolina como áreas consideradas como
ambientes explosivos.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
64
EX
Figura 22 - Placas de identificação
Fonte: SENAI-SP (2013)
Não protegido
0 IP 00 IP 01 IP 02
Protegido contra objetos sólidos
com O maior que 50mm 1 IP 10 IP 11 IP 12
Protegido contra objetos sólidos
com O maior que 12mm 2 IP 20 IP 21 IP 22 IP 23
1o Numeral
Para concluir a seleção do motor, você precisa verificar como esse motor será
fixado no conjunto mecânico da máquina ou do sistema. Como a variedade de
aplicações é muito grande, muitas aplicações são bem especificas e será, em mui-
tas vezes, necessária à sua presença no local da instalação para verificar o sistema
ideal de fixação e, principalmente, a posição da caixa de conexões dos cabos elé-
tricos. Vejamos, então, algumas dessas condições de aplicações para seu sistema
de fixação.
Você percebeu que os eixos dos motores dessas figuras estão voltadas para
frente, mas a caixa de ligação do motor azul está a esquerda do eixo e a caixa de
ligação do motor cinza está a direita do eixo? Esse é um detalhe que, se não for
observado, pode prejudicar a instalação.
CASOS E RELATOS
Figura 24 - Esmeril
Fonte: 123RF (2014)
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
68
2 FLANGE Esse equipamento utiliza um motor elétrico. Nas pontas dos eixos são fixadas
pedras de desbaste conhecidas como rebolos, fabricados de materiais abrasivos.
Elemento que une dois
componentes de um É muito utilizado em oficinas mecânicas.
sistema de tubulações,
permitindo ser desmontado Com relação ao sistema de fixação, os motores podem utilizar o sistema de
sem operações destrutivas.
fixação por base ou o sistema de fixação por meio de flanges2.
Muitas aplicações podem exigir um sistema único com base, um sistema único
com flange ou utilizar os dois sistemas, como representado na Figura 25, sendo a
base para a fixação do motor e o flange para o acoplamento mecânico.
Observe que o flange foi utilizado para fixar a bomba hidráulica ao motor, exi-
gindo nessa condição, o sistema de fixação por base para o próprio motor.
Essas características que estudamos para selecionar um motor elétrico são
aplicadas basicamente em todas as máquinas elétricas rotativas, ou seja, máqui-
nas elétricas de corrente alternada e de corrente contínua.
Então você deve estar se perguntando: por que basicamente? Porque todas
elas, excluindo aquela relacionada à rede de alimentação, são aplicadas em mo-
tores de CC. Além disso, algumas características são bem especificas para esse
tipo de motor. Portanto, não aparecem em motores CA. Vejamos, então, quais são
essas características próprias para motores de corrente contínua.
Quando nos referirmos ao motor CC, não podemos nos esquecer de que esta-
mos falando de uma máquina elétrica rotativa, que possui as mesmas caracterís-
ticas do conjunto mecânico de um motor CA. E você sabe o que isso representa?
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
69
Fluxo do campo
c
Ra Re
Ua Armadura Campo Ue
Ia Ie
Ns - C
rotação/conjugado
Em que:
• Ra → reostato da armadura;
• Re → reostato do campo;
• Ua → tensão sobre a armadura;
• Ue → tensão sobre a bobina de campo;
• Ia → corrente da armadura;
• Ie → corrente da bobina de campo;
• Фc → fluxo produzido pela bobina de campo;
• Ns-C → rotação do rotor e o conjugado.
De acordo com a figura elementar de um motor CC, você pode identificar os
componentes que realizam os controles de velocidade e do conjugado, sendo
que a corrente que circula pela armadura é responsável pelo conjugado e a ten-
são da armadura ou o fluxo do campo são responsáveis pela velocidade. Utilizan-
do essas grandezas, que vimos no diagrama da Figura 26, vamos equacioná-las e
entender como elas interagem.
O controle da velocidade do motor CC é dado pela equação:
Ns K1 x Ua
Φc
Em que:
• Ns → velocidade do eixo do motor CC
• K1 → constante de construção de acordo com o fabricante
• Ua → tensão da armadura;
• Фc → fluxo da bobina de campo.
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
71
Φc K 2 x Ie
Em que:
• K2 → constante de construção de acordo com o fabricante;
• Ie → corrente da bobina de campo;
• Фc → fluxo da bobina de campo.
Essas duas equações representam, portanto, o controle da velocidade do mo-
tor CC por meio do controle das componentes da bobina de campo.
Quando se trata do conjugado – força rotacional desenvolvida pelo motor –
a armadura é responsável pela produção do campo magnético, necessário para
manter o valor exigido pela carga constante. Você deve se lembrar de que, ao
estudar magnetismo eletromagnetismo, o campo produzido é diretamente pro-
porcional à corrente que circula pelas bobinas. E o que isso tem a ver?
Bem, se a corrente da armadura aumentar, seu campo magnético também irá
aumentar, tornando um campo intenso, com grande força magnética e intera-
gindo com o campo magnético das bobinas de campo. Desta forma, o estator
desenvolverá um grande conjugado. Vejamos a equação a seguir:
C K 3 x Ia x ΦC
Em que:
• C → conjugado desenvolvido pelo motor;
• K3 → constante de construção de acordo com o fabricante;
• Ia → corrente da armadura;
• Фc → fluxo da bobina de campo.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
72
P
Cm 9,55 x
N
Em que:
• Cm → conjugado mecânico (N.m);
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
73
Em que:
• Cnom → Conjugado nominal
• Ck → Conjugado constante
• Nnom → Rotação nominal
• C → Conjugado
• N → Rotação
PNom Uk
Ik
NNom N
Em que:
• Pnom → Potência nominal
• Nnom → Rotação nominal
• Uk → Tensão constante
• Ik → Corrente constante
• P → Potência elétrica
Observe, no gráfico da Figura 28, que o conjugado nominal, Cnom, mantém-se
constante durante toda aceleração do motor até a velocidade atingir seu valor
nominal, Nnom.
Quando necessita de uma rotação maior que a rotação nominal, o conjugado
Ck deixa de ser constante e tem uma queda não linear, em função de o valor
da tensão de armadura, Uk já atingir o seu valor máximo, permanecendo, assim,
constante, como vemos na Figura 29, limitado pelo valor da tensão de alimenta-
ção das bobinas e da armadura.
Verifique na Figura 29 que, durante a aceleração do motor, a tensão U executa
uma rampa. Nesse momento, a corrente Ik permanece constante e é por isso que
o conjugado, Cnom, permanece também constante durante a aceleração.
Essas análises que vimos graficamente mostram a necessidade de conhecer-
mos uma das características de um motor CC, que são os valores das tensões da
armadura e das bobinas de campo que interagem para que tudo isso ocorra.
Na escolha do motor CC, você vai encontrar uma característica que é definida
por sua rede de alimentação. Como a tensão de armadura é diretamente propor-
cional à velocidade até a rotação nominal (Figura 29), o valor da tensão dessa
rede, para alimentar a armadura e as bobinas de campo devem ser compatíveis.
Se as tensões padronizadas pelos fabricantes não forem exatamente iguais
às disponíveis da rede, devemos escolher no catálogo de motores um valor de
tensão e velocidade logo acima do valor da rede que permita atingir velocidade
nominal e ajustar sua velocidade por meio dos bancos de resistores, que são con-
juntos de resistores interligados para permitir variação da resistência total.
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
75
Figura 30 - Motor CC
Fonte: SENAI-SP (2013)
Assim como vimos nos motores de CA, ele também apresenta sistema de fixa-
ção com base, de acordo com sua forma construtiva.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
76
Quando nos lembramos dos dias quentes de verão, muitas coisas nos vêm à
cabeça e a maioria delas está relacionada com a vontade de nos refrescarmos,
seja com um bom copo de água gelada ou um descanso em uma bela sombra, de
preferência com um ventilador girando à nossa volta.
E você pensa que os motores elétricos também podem ter essa mesma neces-
sidade? Sim, pois seu desempenho está ligado diretamente a esse fator. Manter
o motor refrigerado é uma necessidade vital para que ele possa desenvolver sua
potência nominal. Por isso, os fabricantes adotam 4 sistemas de refrigeração nas
máquinas CC. Vejamos cada uma deles.
1) Ventilação forçada – É um sistema de ventilação independente, acoplado
ao motor. Ele é muito utilizado em motores de CC. E você sabe qual o mo-
tivo?
É porque esse sistema permite a refrigeração do motor independentemen-
te da sua rotação. Imagine uma situação em que ele está com seu conju-
gado nominal máximo aplicado à carga, mas com rotação zero, conhecido
como freio motor. Se o eixo está parado, rotação zero, a refrigeração é rea-
lizada por esse motor independente, permitindo, assim, que ele se mante-
nha em sua temperatura nominal.
3 ESPECIFICAÇÃO DE MOTORES ELÉTRICOS
77
RECAPITULANDO
Anotações:
Dimensionamento do sistemas de partida
de motores elétricos de indução
C/CN(%)
conjugado
máximo (Cmáx)
conjugado com
rotor bloqueado
(Cp)
ns rotação
2 Polos - 60 Hz
0,16 0,12 63 3420 0,77 5,3 0,03 4,0 4,0
0,25 0,18 63 3380 1,02 4,7 0,05 3,0 3,4
0,33 0,25 63 3390 1,34 5,0 0,07 3,2 3,0
0,5 0,37 63 3360 1,71 5,5 0,11 3,2 3,2
0,75 0,55 71 3400 2,39 6,2 0,16 2,9 3,1
1,0 0,75 71 3425 3,01 7,2 0,21 3,5 3,6
1,5 1,1 80 3370 4,28 7,5 0,32 3,0 3,0
2,0 1,5 80 3380 5,46 7,5 0,42 3,0 2,8
Fonte: Catálogo de motores WEG, adaptada
300
conjugado de plena carga
categoria D
250
conjugado em % do
200
categoria H
150
100 categoria N
50
N
10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 % velocidade
Vamos supor que você foi contratado por uma empresa de projetos. A empresa
recebeu uma encomenda de um projeto de um triturador de papel. Toda a espe-
cificação foi concluída pelo setor de engenharia, assim como o projeto mecânico.
Falta apenas fazer o projeto do comando elétrico e essa atividade foi destinada a
você. O engenheiro enviou-lhe a seguinte especificação técnica:
1) Sistema de alimentação
Sistema trifásico a quatro fios (L1, L2, L3, N) e terra (PE), tensão de fase-fase
de 220 V.
2) Características do motor utilizado
a) motor de indução, modelo W21;
b) potência: 3 cv;
c) tensão/frequência: 220/380 V - 60 Hz;
d) quatro polos;
e) tempo de partida: 6 s;
4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMAS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
89
Como você está trabalhando em uma empresa privada, para a qual o fator cus-
to é relevante e, como a potência do motor usado está abaixo do limite máximo
de 5 cv, as outras características são admissíveis. Diante deste contexto, a opção
da partida direta mostra-se mais adequada para esta aplicação.
Agora chegou o momento de projetar a partida direta para o triturador de
papel. Você já conheceu esse tipo de acionamento de motores de indução por
partida direta, quando estudou o livro sobre manutenção industrial, no capítulo
2. Vamos resgatar um pouco desses conhecimentos.
O circuito de acionamento de partida direta é composto por um circuito de
potência, também conhecido como circuito principal, e o circuito de comando.
O circuito de potência tem a função básica de ligar e desligar o motor e utiliza
como dispositivo principal o contator. Nesse mesmo circuito, são incluídas a pro-
teção contra curto-circuito e a proteção contra a sobrecarga do motor.
O circuito de comando tem a função básica de controlar o circuito de potência,
controlar as sinalizações, os temporizadores e outros.
A figura a seguir mostra o diagrama elétrico de um acionamento de partida
direta.
t
L1
L2
t
L3
N
PE
F1 F2 F3 F4 F5
1 3 5 95
K1 FT1
2 4 6 96
3 23
1 3 5 S0 K1
FT1 4 24
2 4 6
1 13
S1 K1 H1
M
2 14
A1
Circuito de potência K1
Seção dos cabos = 4mm² A2
tttttttttttt
Seção dos cabos = 1 mm²
O relé térmico dessa família apresenta três contatos de potência e dois conta-
tos auxiliares. A seguir é mostrada sua representação simbólica.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
92
AC2
Esta categoria é utilizada para sistemas de frenagem em contracorrente e para
acionamentos a impulsos em motores de anéis. Ao ser fechado, o contator esta-
belece uma corrente próxima a 2,5 vezes a corrente nominal do motor. Na aber-
tura, ele deve ser capaz de abrir a corrente nominal do motor em tensão próxima
à da rede.
AC3
Abrange os motores de indução de gaiola cuja interrupção se efetua com o
motor em regime. No fechamento, o contator deve suportar a corrente de partida
do motor que gira em torno de 4 a 8 vezes a corrente nominal. Na abertura, ele
interrompe a corrente nominal do motor sob uma tensão de, aproximadamente,
20% da tensão nominal da rede.
Essa categoria é utilizada em: elevadores, escadas rolantes, correias transpor-
tadoras, compressores de todos os tipos, bombas, misturadores, climatizadores,
entre outros.
Em geral, qualquer aplicação feita com motores de indução trabalha neste re-
gime.
AC4
Esta classe diz respeito aos sistemas de frenagem por contracorrente e siste-
mas de partida por impulsos em motores tipo gaiola ou de anéis. O contator fecha
sob um pico de corrente da ordem de 4 a 8 vezes a corrente nominal do motor
e, quando ele abre, interrompe uma corrente de mesma magnitude e de tensão
tanto maior quanto for a velocidade do motor. Esta tensão pode ser igual à tensão
da rede, portanto, o desligamento é severo e exige muito do contator.
Exemplos de aplicação: máquinas de impressão, trefiladeiras, levantamento de
cargas e outros.
DC1:
Os contadores da categoria DC1 destinam-se a operar cargas não indutivas ou
pouco indutivas.
DC3:
Os contatores da categoria DC3 destinam-se a operar motores CC com excita-
ção independente: partindo, em operação contínua ou em chaveamento intermi-
tente. Frenagem dinâmica (processo de redução de velocidade de motor).
DC5:
Os contadores da categoria DC5 destinam-se a operar motores CC com exci-
tação série: partindo, em operação contínua ou em chaveamento intermitente.
Frenagem dinâmica.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
96
CWM9 - 10 30 V26
1 2 3 4
1 - Modelo do contator
2 - Contatos auxiliares
10 = 1NA 11 = 1NA + 1NF
01 = 1NF 22 = 2NA + 2NF
1) Primeiro critério:
A corrente de pico que o fusível (Ipf ) suporta deve ser maior ou igual à cor-
rente de pico do motor (Ip) que, matematicamente, pode ser escrita como:
Ipf ≥ Ip
A corrente de pico do motor (Ip) pode se obtida por meio de um dado da
especificação do motor, obtido pela expressão Ip/In = “valor” onde “valor” é
um dado numérico que depende das características construtivas do motor
e “In” é a corrente nominal do motor.
Para encontrar o valor da corrente de pico do motor (Ip), aplique a seguinte
fórmula:
Ip = In x “Valor”
Ip = 6,8 x 8,7 = 59,16 A (corrente de pico do motor)
A corrente de pico do fusível (Ipf) é obtida por meio da curva característica
do fusível, fornecida pelo fabricante. A seguir, vamos mostrar como obter
essa corrente graficamente.
Vamos levantar a corrente de pico do fusível Diazed por meio do gráfico do
fusível, fornecido pelo fabricante em três fases:
Fase 1: é preciso ter em mãos o gráfico da curva do fusível.
Veja a seguir o gráfico com as curvas do fusível Diazed.
4A
6A
10A
16A
20A
25A
35A
50A
63A
1000
Tempo de fusão virtual (s)
100
10
0,1
0,01
0,004
1 10 100 1000
Tolerância +- 5% da corrente
- Curvas tempo-corrente médias para fusíveis D partindo de um
estado não preaquecido por carga
4A
6A
10A
16A
20A
25A
35A
50A
63A
1000
Tempo de fusão virtual (s)
100
10 A
6
0,1
0,01
0,004
1 10 59,1 100 1000
Tolerância +- 5% da corrente
- Curvas tempo-corrente médias para fusíveis D partindo de um
estado não preaquecido por carga
2A
4A
6A
10A
16A
20A
25A
35A
50A
63A
1000
Tempo de fusão virtual (s)
100
10 B
6
0,1
0,01
0,004
1 10 60 100 1000
Tolerância +- 5% da corrente
- Curvas tempo-corrente médias para fusíveis D partindo de um
estado não preaquecido por carga
Sabemos que:
a) a corrente nominal do fusível é: Inf = 20 A; e
b) a corrente nominal do motor é: In = 6,8 A.
Substituindo-se os valores acima na fórmula, obteremos:
Inf ≥ 1,2 In → 20 ≥ 8,16;
então, a relação matemática é verdadeira.
Verificando-se que o fusível escolhido atendeu ao segundo critério, o passo
seguinte é verificar se ele atende ao 3º critério.
2) Terceiro critério:
O 3º critério busca proteger o relé térmico. Para isso, a corrente nominal
do fusível (Inf ) deve ser menor ou igual à corrente do fusível recomendado
pelo fabricante do relé térmico (IFRT). Esse requisito pode ser representado,
matematicamente, pela fórmula:
Inf ≤ IFRT
Sabemos que:
a) a corrente nominal do fusível é: Inf = 20 A; e
b) a corrente máxima do fusível de proteção recomendado é IFRT = 25 A;
Substituindo-se os valores acima na fórmula obteremos:
Inf ≤ IFRT → 20 ≤ 25;
então, a relação matemática é verdadeira.
Dessa forma, constatamos que o fusível escolhido atendeu ao terceiro crité-
rio. O passo seguinte é verificar se ele atende ao 4º critério.
3) Quarto critério:
O 4º critério busca proteger o contator. Para isso, a corrente nominal do fu-
sível (Inf ) deve ser menor ou igual à corrente do fusível recomendado pelo
fabricante do contator (IFCT). Esse requisito pode ser representado mate-
maticamente pela fórmula:
Inf ≤ IFCT
Sabemos que:
a) a corrente nominal do fusível é: Inf = 20 A; e
b) a corrente máxima do fusível de proteção recomendado é: IFCT = 20 A.
Substituindo-se os valores acima na fórmula obteremos:
Inf ≤ IFMCT → 20 ≤ 20;
então, a relação matemática é verdadeira.
4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMAS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
103
Assim sendo, podemos dizer que o fusível escolhido atendeu ao quarto cri-
tério.
Dessa forma, os fusíveis (F1, F2 e F3) são Diazeds do tipo retardado e aten-
dem aos requisitos de seletividade e pode ser utilizado no projeto.
Para ter acesso ao código do fabricante, você deve consultar o catálogo de
fusíveis Diazed. Para isso, você pode entrar no site do fabricante e baixar o
catálogo, com os seguintes dados:
• fusível Diazed, retardado do tipo gM; e
• corrente nominal 20 A.
Agora que você já tem capacidades técnicas para dimensionar o aciona-
mento de um motor por partida direta, chegou o momento de vencer um
novo desafio: fazer o dimensionamento de um acionamento com parti-
da estrela-triângulo.
a) Sistema de alimentação:
• sistema trifásico a quatro fios e terra (PE), tensão de fase-fase de 220 V.
b) Motor a ser utilizado:
• motor de indução trifásico, modelo W21 de 6 pontas;
• potência: 10 cv;
• tensão/frequência: 220/380 V - 60 Hz;
• quatro polos;
• tempo de partida: 5 s;
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
104
I/In
6
5
partida
direta
4
3
partida
estrela-triângulo
2
0 N/Ns
0 0,25 0,5 0,75 1
Corrente de partida na chave estrela-triângulo
C/Cn
3
2,5
partida
2 direta
partida
1,5 estrela-triângulo
1
Cr
0,5
0 N/Ns
0 0,25 0,5 0,75 1
Conjugado de partida na chave estrela-triângulo
b) se o motor não atingir pelo menos 90% da sua velocidade nominal na sua
comutação, o pico de corrente resultante terá quase a mesma amplitude
que a do motor de uma partida direta;
c) o motor precisa ter pelo menos 6 pontas; e
d) o valor da tensão da rede deve coincidir com a menor tensão de placa do
motor.
Devido à intensa diminuição do conjugado de partida, esse tipo de aciona-
mento estrela-triângulo é adotado apenas em sistemas nos quais a carga
apresenta um baixo conjugado resistente de partida, como é o caso do ven-
tilador do túnel de vento.
Analisando-se os prós e contras da adoção desse modelo de acionamento,
conclui-se que ele é perfeitamente adequado para aplicação. Principalmen-
te porque ele não apresenta nenhum impedimento técnico e sua complexi-
dade de implementação é mediana, a um custo relativamente baixo.
4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMAS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
107
3 60 Hz 220 V
L1
L2
L3
F10
1 3 5 1 3 5 1 3 5
K1 K3 K2
2 4 6 2 4 6 2 4 6
1 3 5
F7
2 4 6
U1 V1 W1
3 6
2 M 5
3
1 4
M1
Cabos seção = 6 mm²
2 60 Hz 220 V
L1
F10 95
F7
I>
96
11
S0
12
13
S1
14
31 13 23
K1
32 14 24
13 23 31
K2
14 24 32
11
K3
12
15
KT
16
A1 A1 A1 A1
KT K2 K1 K3
A2 A2 A2 A2
F11
L2
IL In 26, 6
=
If = = = 15,36 A
3 3 3
4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMAS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
109
Onde:
IL = In → corrente nominal do motor e vale 26,6 A (conforme especificação
do motor);
If = corrente de fase do motor (fechado em triângulo).
Dessa forma, a corrente mínima do contator deve ser Ictm ≥ If
If = Ictm = 15,3 A
Para dimensionar e codificar o contator de acordo com o código do fabri-
cante, vamos utilizar sua corrente mínima, Ictm = 15,3 A, e seguir o mesmo
procedimento aplicado no acionamento de partida direta (para a codifica-
ção do componente), da mesma forma que aprendeu neste mesmo capí-
tulo.
Dimensionamento do contator K2:
O contator K2 na partida estrela-triângulo só entra em operação no mo-
mento da partida, no 1º estágio, durante o qual os enrolamentos estão
fechados em estrela. Nesse momento, a corrente está reduzida a 33 % da
corrente nominal. Dessa forma, a corrente que passa pelos contatos do
contator, vale I = In x 0,33 = 26,6 x 0,33 = 8,78 A.
Assim sendo, a corrente usada para dimensionar o contator é: Ictm = 1,1 x I
= 1,1 x 8,78 = 9,66 A.
Para dimensionamento e codificação do contator, vamos utilizar a corren-
te Ictm = 9,66 A. Com esse parâmetro, para determinar o código do com-
ponente por meio do catálogo, você pode seguir o mesmo procedimento
utilizado no acionamento de partida direta, como aprendeu neste mesmo
capítulo.
Chegou o momento de especificar o relé térmico da partida estrela-triân-
gulo.
Especificando o relé térmico:
A corrente do relé térmico utilizada para o dimensionamento é a corren-
te de regime do motor, ou seja, quando o 2º estágio é ativado no aciona-
mento, momento esse em que os enrolamentos do motor são fechados
em triângulo. A corrente de fase das bobinas do motor é utilizada como
referência para o cálculo do dispositivo. Essa corrente foi calculada anterior-
mente e vale: If = 15,3 A.
Para calcular a corrente do relé térmico (IRT) é utilizado o seguinte proce-
dimento:
Para o FS < 1,15, a corrente de ajuste do relé térmico vale: IFRT = 1,15 * If
Para o FS ≥ 1,15, a corrente de ajuste do relé térmico vale: IFRT = 1,25 * If
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
110
a) Sistema de alimentação:
• sistema trifásico a quatro fios e terra (PE), tensão de fase-fase de 220 V.
b) Motor utilizado:
• motor de indução trifásico, modelo W21;
• potência: 20 cv;
• tensão/frequência: 220 V - 60 Hz;
• quatro polos;
• tempo de partida: 6 s;
• fator de serviço (FS): 1,15;
• corrente nominal (In): 52,6 A;
• Ip/In: 6,3;
• tap de partida = 80%.
c) Requisitos de projeto:
• botão de partida;
• botão de parada de emergência;
• proteção contra curto-circuito e sobrecarga;
• desligamento automático na condição de sobrecarga;
• em caso de desacionamento por sobrecarga, o acionamento seguinte
deve ser manual.
Você já tem todas as informações de entrada de projeto para construir o co-
mando elétrico para uma Laminadora. Já estudou, no livro sobre manutenção
industrial, os diversos modelos de acionamento de motores. Assim sendo, com
esse conhecimento, deve escolher o melhor modelo para esta aplicação.
Você aprendeu que a partida direta não pode ser usada devido ao limite de
potência do motor. Quanto à partida estrela-triângulo, sua aplicação não é viável
porque esse modelo só pode partir em vazio ou com um conjugado de carga
muito pequeno. Dessa forma, a opção é implementar o acionamento por partida
compensadora (ou compensada).
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
112
Sendo
• T = torque (conjugado)
• Z = constante do motor
• V = tensão do motor
Veja , na tabela a seguir, qual é a redução do conjugado nominal em função do
tap do autotransformador.
Tabela 12 - Relação de transformação x percentual nominal do conjugado
PERCENTAGEM DE
TAP DE TRANSFORMAÇÃO K
CONJUGADO NOMINAL
50% 0,5 25%
65% 0,65 42,25%
80% 0,8 64%
I/In
6
partida
5 direta
4 partida
compensadora
0 N/Ns
0 0,25 0,5 0,75 1
Dimensionar o contator K3
Como podemos constatar pelo diagrama, o contator recebe a corrente pro-
porcional ao tap (K) do autotransformador. Dessa forma, a corrente mínima para
especificar o contator é:
Ictm = 1,1 x In x (K – K²)
Onde:
• In = corrente nominal do motor;
• K = índice de redução de tensão associado ao tap do autotransformador.
Vamos calcular a corrente mínima do contator Ictm
Ictm = 1,1 x In x (K- K²) = 1,1x 52,6 x (0,8 - 0,8²) = 9,2 A
Para dimensionar e codificar o contator de acordo com o código do fabricante,
vamos utilizar sua corrente mínima, Ictm = 9,2 A e seguir o mesmo procedimento
utilizado no acionamento de partida direta, como você já aprendeu e que se en-
contra neste mesmo capítulo.
Vamos agora dimensionar o relé térmico.
Você só tem recebido elogios por vencer todos os desafios aos quais foi sub-
metido e, de fato, para quem trabalha numa empresa de engenharia, essa é a
rotina: um desafio atrás do outro.
Nesse contexto, a empresa recebeu uma nova encomenda: a reforma de uma
ponte rolante. Toda especificação referente à alteração foi concluída pelo setor
de engenharia, inclusive as alterações mecânicas necessárias. Agora, era preciso
decidir quem iria projetar o comando elétrico e você foi escolhido para realizar
essa tarefa. O engenheiro enviou-lhe a seguinte especificação técnica:
a) Sistema de alimentação:
• sistema trifásico a quatro fios e terra (PE), tensão de fase-fase de 380 V.
b) Características do motor a ser utilizado:
• motor de indução com rotor bobinado;
• potência: 20 CV;
• tensão/frequência: 380/60 Hz;
4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMAS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
117
• quatro polos;
• tempo de partida: 5 s;
• fator de serviço (FS): 1,15;
• corrente nominal (In): 63,1 A;
• Ip/In = 2.
A partida de um motor com rotor bobinado apresenta as seguintes caracterís-
ticas e aplicações:
a) elevado torque com pequena corrente de partida;
b) partidas à plena carga;
c) aplicação com cargas de alta inércia;
d) aplicação com cargas que exijam conjugados de partidas elevadas, tais
como, elevadores, compressores, transportadoras, guindastes, pontes ro-
lantes e outros.
Vamos relembrar um pouco sobre as características do motor de indução com
rotor bobinado que você já aprendeu no livro sobre instalação industrial.
O motor de indução com rotor bobinado tem o seu estator parecido com o
motor de gaiola; o que os difere é o rotor. Ele é construído por um núcleo ferro-
magnético laminado sobre o qual são alojadas espiras que constituem o enrola-
mento trifásico, cujas pontas (terminais livres) são ligados a três anéis, colocados
no eixo do motor. Esses três anéis são ligados externamente por três bancos de
resistores. Cada banco de resistores é curto-circuitado progressivamente durante
a partida do motor. O resultado é uma partida mais suave, com pico de corrente
de partida de menor amplitude.
Vamos ver como é o dimensionamento do circuito de potência.
Dimensionamento
A maneira mais adequada para dimensionar o banco de resistores (que é co-
nhecido no mercado por “resistor de partida”) é entrar em contato com os fabri-
cantes ou distribuidores desses resistores de partida, informar qual o tipo de mo-
tor, por exemplo, motor de indução trifásico com rotor bobinado, tensão: 380 V
e corrente: 63,1 A e a topologia do acionamento, e aguardar, pois a empresa vai
fornecer orientações sobre qual é o resistor de partida mais adequado para a apli-
cação.
O dimensionamento dos fusíveis, dos contatores e do relé térmico são dimen-
sionados como se fossem uma partida direta, pois, em regime, os resistores estão
todos curto-circuitados.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
118
L3
L2
L1
PE
1 3 5
Fm1-m2-m3
2 4 6 Seçãomdosmcabosm=m25mmm²
1 3 5
K1
2 4 6
1 3 5
FT
2 4 6
U1 V1 W1 PE
Seçãomdosmcabosm=m6mmm²
M
M1 3 ~
K L M
1 3 5
-R
2 4 6
1 3 5
-R
2 4 6
1 3 5
1 3 5 1 3 5 1 3 5
-R K2 K3 K4
2 4 6 2 4 6 2 4 6 2 4 6
Com a evolução dos dispositivos de potência, torna-se cada vez mais viável,
econômico e prático o uso deste tipo de acionamento. Você já aprendeu anterior-
mente sobre este tipo de acionador. Vamos lembrar um pouco sobre isso.
Soft-starters são chaves de partida estática, projetadas para a aceleração, de-
saceleração e proteção de motores elétricos de indução trifásicos, por meio do
controle da tensão aplicada ao motor. Eles são compactos e contribuem para a
otimização de espaços em painéis elétricos. Além disso, possuem todas as pro-
teções para o motor elétrico, adaptando-se às necessidades das aplicações por
meio de acessórios opcionais, que podem ser facilmente instalados.
Em geral, apresentam as seguintes características:
a) evitam o “golpe de aríete” em bombas;
b) possuem relé térmico eletrônico incorporado ;
c) têm função kick-start para partida de cargas com elevado atrito estático;
d) possibilitam facilidade de operação, ajuste e manutenção;
e) permitem a monitoração da tensão da eletrônica, possibilitando fazer back-
-up dos valores de i x t (imagem térmica);
f ) são de simples instalação elétrica; e
g) possuem fonte de alimentação eletrônica, do tipo chaveada com filtro EMC
(110 a 240 V CA).
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
120
Os soft-starters podem acionar cargas dos tipos: leves e moderadas, tais como:
a) bomba centrífuga;
b) compressor a parafuso;
c) refinador de celulose;
d) peneira; e
e) misturador.
Os soft-starters podem também acionar cargas pesadas, tais como:
a) britador;
b) centrífuga;
c) cevadeira – fecularia;
d) desfibrador de madeira;
e) esteira transportadora;
f ) exaustor; e
g) moinho de bolas – cerâmica.
Você já resgatou alguns conhecimentos sobre o soft-stater. Agora é o momen-
to de você resolver um novo desafio.
O seu projeto de comando de um acionamento de uma partida por chave com-
pensadora foi finalizado e outro projeto de comando já está em sua mesa à espe-
ra. A empresa recebeu uma encomenda de um projeto de uma esteira transpor-
tadora. Toda especificação foi concluída pelos engenheiros, assim como o projeto
mecânico. É preciso agora fazer o projeto do dimensionamento do acionamento
e essa tarefa a você foi atribuída. Então, o setor de engenharia encaminhou-lhe a
seguinte especificação técnica:
a) Sistema de alimentação:
• sistema trifásico a quatro fios e terra (PE), tensão de fase-fase de 220 V.
b) Motor utilizado:
• motor de indução de gaiola;
• potência: 20 cv;
• tensão/frequência: 220 V - 60 Hz;
4 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMAS DE PARTIDA DE MOTORES ELÉTRICOS DE INDUÇÃO
121
• quatro polos;
• tempo de partida: 6 s;
• fator de serviço (FS): 1,15;
• corrente nominal (In): 52,6 A;
• Ip/In: 6,3.
Dimensionamento do soft-starter
Existem no mercado alguns fabricantes de soft-starter. Eles fabricam algumas
famílias de equipamentos que se diferenciam entre si por terem, mais ou menos,
as mesmas características operacionais, para atender aos mais variados segmen-
tos de aplicação. Em cada família, os soft-starters diferenciam-se, principalmente,
pela faixa de tensão e pela potência fornecida à carga.
Os parâmetros essenciais na especificação do soft-starter são tensão e corrente
na carga, em operação de regime. Com esses dados, consulta-se o catálogo do
fabricante e especifica-se o código. Vamos agora especificar o soft-starter para o
nosso projeto.
Em geral, todo fabricante tem um padrão de codificação, composto de alguns
campos que identificam os diversos modelos de equipamentos. Veja a seguir o
padrão de codificação de um fabricante.
1 2 3 4 5 6 7 8 9
2 - Corrente nominal de saída: 0003 = 3 A 7 - Hardware especial: Em branco = Standard (não há)
0010 = 10 A Hx = Opcinal versão x (H1 ... Hn)
0016 = 16 A 8 - Software especial: Em branco = Standard (não há)
0023 = 23 A Sx = Opcinal versão x (S1 ... Sn)
0030 = 30 A
0045 = 45 A 9 - Fim de código:
0060 = 60 A
0085 = 85 A
L1 L2 L3
F1, 2, 3
K1 K2
FT1
M
3 ~
L1 L2 L3
F1, 2, 3
K1 K3 K2
FT1
U V W
M
3 ~
4.6.1 BOTOEIRAS
4.6.2 SINALIZAÇÃO
220 V
L1 (R)
L2 (S)
127 V
L3 (T)
N
PE
F4 F5
lt
l1 l2
95
FT1
96
3 23
S0 K1
4 24
1 13
S1 K1 H1
2 14
A1
Circuito de potência K1
A2
Circuito de comando
Vamos calcular qual é a máxima corrente que passa pelos fusíveis F4 e F5,
que são iguais. Você deve calcular a corrente que circula em cada circuito do co-
mando, analisando o consumo de cada dispositivo do referido circuito, como por
exemplo:
Circuito 1:
I1 = IK1
Circuito 2:
I2 = IH2
Como, a corrente que passa no fusível é: It = I1 + I2, sobre o valor calculado,
aplique um fator de segurança de 20%. Então, a corrente nominal do fusível deve
ser: It’ = 1,2 x It.
Para especificar o fusível, tenha em mãos a corrente nominal do fusível (It’), a
tensão de operação do circuito, o tipo de fusível, que, para essa aplicação, é do
tipo ação retardada. De posse desses dados, o passo seguinte é especificar o dis-
positivo de acordo com o catálogo do fabricante. Para ter acesso a esses catálogos
entre em contato com o fabricante e solicite um ou baixe-os pela internet, pela
página do fabricante.
4.6.5 BORNEIRAS
• Modularidade: são projetados para ocupar o menor espaço, por isso são
montados lado a lado.
• Facilidade de instalação: com o objetivo de reduzir o tempo de montagem,
ela é feita em trilho DIN.
• Disponibilidade: são disponíveis em uma variedade de sistemas de cone-
xão: tipo parafuso, mola e outros.
• Ampla linha de acessórios: pontes conectoras, identificadores, trilho DIN,
tampa final e postes finais.
Para especificar os bornes, tenha em mãos os seguintes dados: a tensão má-
xima (para garantir a isolação elétrica), a corrente que passa pelo condutor usado
no borne, a área do condutor (desencapado) e o tipo de fixação.
De posse dessas informações, o passo seguinte é especificar o borne, de acor-
do com o catálogo do fabricante. Para ter acesso a esses catálogos entre em con-
tato com o fabricante e solicite um ou baixe-os pela internet, pela página do fa-
bricante.
SAIBA http://ecatalog.weg.net/files/wegnet/WEG-bornes-linha-
-btw-50022910-catalogo-portugues-br.pdf
MAIS
Para outros modelos e fabricantes, faça uma pesquisa via
internet e, no ambiente de busca, pesquise por borneiras.
L1 L2 L3
1 3 5
K1
A
B
1 3 5
K2
2 4 6
1 3 5
FT1
2 4 6
U1 V1
W1
M
3 ~
Figura 52 - Circuito de potência de uma partida direta com dispositivo “disjuntor motor magnético”
Fonte: SENAI-SP (2014)
Especificação do componente
Para especificar o disjuntor motor magnético, identifique qual é a corrente no-
minal do motor (In) e a tensão de operação do motor, dados esses que você pode
obter no catálogo do fabricante ou na plaqueta do motor.
A corrente nominal do disjuntor (InDisj) deve ser igual ou maior do que a cor-
rente nominal (In) do motor. Matematicamente, isto pode ser expresso pela equa-
ção InDisj ≥ In. De posse do catálogo do fabricante, você seleciona o disjuntor-
-motor e identifica o código do dispositivo.
Veja um exemplo a seguir.
Você está trabalhando com um motor de partida direta, conforme diagrama
mostrado na figura acima. O circuito possui um motor trifásico de indução mode-
lo w22, quatro polos e tensão de 220 V e potência de 1 cv. Além disso, esse motor
tem uma corrente nominal (In) de valor de 3,02 A (conforme especificação do
motor) e a corrente nominal do disjuntor é dada por:
InDisj ≥ In → InDisj ≥ 3,02 A.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
132
De posse desses documentos, você deve fazer uma avaliação técnica do painel
e gerar um documento identificado como dados preliminares da especificação
de painel elétrico, levando-se em consideração:
a) quais as variáveis críticas do painel;
b) a área disponível para a instalação;
c) o tipo de ambiente da instalação;
d) a altitude da instalação do painel;
e) a dissipação de potência dos elementos do acionamento;
f ) a cor do painel;
g) a segurança de acesso;
h) o dimensionamento e a especificação dos condutores;
i) a distribuição, indicada em um croqui feito por você, mais adequada na
aplicação de todos os elementos do acionamento. Não se esqueça de que é
recomendável separar o circuito de potência do circuito de comando;
j) a lista “De-Para”, tendo em vista a interligação entre todos os elementos.
O passo seguinte é consultar os catálogos dos diversos fabricantes e verificar
qual especificação melhor se adequa à sua especificação preliminar.
Após a escolha preliminar do painel (e caixa), faça um desenho mecânico, em
um software de CAD, indicando nesse desenho como deve ser a distribuição de
todos os componentes do acionamento, bornes, condutores e outros, para aten-
der à sua finalidade.
Após todas essas etapas bem sucedidas, a documentação da especificação do
painel deve conter:
a) código do painel do fabricante;
b) desenho mecânico da distribuição de todos os elementos do painel;
c) desenho mecânico dos cabos com as seguintes informações:
• bitola de cada condutor;
• cor de cada condutor;
• comprimento de cada condutor;
• posição das fixações;
d) projeto elétrico do acionamento;
e) lista de materiais de todos os elementos do painel;
f ) lista “De-Para”.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
134
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Observe que nesse circuito utilizamos um botão “S1” (botão push botton) para
acionamento do solenoide Y1. Verifique ainda que a fonte de tensão do comando
elétrico de acionamento do circuito não aparece. Por isso, nós a representamos
com linhas tracejadas.
Verifique, na Figura 55 a seguir, que, mantendo o botão S1 acionado, o sole-
noide será energizado, mudando a posição da válvula direcional de 3/2 vias com
retorno por mola para condição aberta, isto é, o fluxo de ar comprimido da via 1
para a via 2, fazendo com que o cilindro de simples ação com retorno por mola
avance, comprimindo a mola.
Para compreender melhor esse assunto, saiba que podemos ainda comandar
o mesmo circuito pneumático com um comando elétrico denominado “E”. Este
comando é análogo ao funcionamento das portas lógicas And ou E.
Na Figura 61, apresentamos, à esquerda, o circuito proposto com seu coman-
do de acionamento e, à direita, o solenoide Y1 energizado por meio do aciona-
mento simultâneo dos dois botões, S1 e S2.
via 1 para a via 4, até o fundo do cilindro, fazendo-o avançar. O ar do lado da haste
do atuador é direcionado para a atmosfera por meio das vias 2 e 3. Soltando qual-
quer um dos botões, o atuador recuará e se manterá recuado, pois o solenoide Y1
será desenergizado e a mola reposicionará a válvula, direcionando o ar compri-
mido por meio das vias 1 e 2 para o lado da haste do cilindro, recuando-o, com o
ar do fundo do cilindro sendo exaurido para a atmosfera, por meio das vias 4 e 5.
Ao longo do tópico a seguir, apresentaremos comandos elétricos para aciona-
mento de circuitos hidráulicos. Também faremos uso de fins de curso e elementos
de processamento de sinais, no qual o relé é o principal representante.
O acionamento simultâneo dos dois botões (S1 e S2) desenergiza as duas li-
nhas de acionamento dos solenoides. Nessa situação, a válvula direcional 4/3 vias
centraliza por possuir molas em ambos os lados. A centralização da válvula faz o
cilindro parar em qualquer ponto do seu curso, pois a válvula na posição central
tem todas as vias bloqueadas.
Estudaremos no tópico seguinte alguns elementos de processamento de si-
nais. Esses dispositivos possibilitam a confecção de circuitos de comando com
mais dispositivos sendo acionados ou desacionados, além de permitir controle
de tempo e de contagem.
Para recuar o atuador, basta pulsar o botão S2 (botão com contato normal fe-
chado). Assim, seu contato se abrirá e desenergizará a bobina do relé K1, fazendo
os contatos de K1 nas linhas 2 e 3 se abrirem, desligando a autorretenção e, con-
sequentemente, desenergizando o solenoide Y1, com a mola da válvula 4/2 vias,
reposicionando-a para a posição cruzada. Nessa configuração da válvula, o fluido
será direcionado para o lado da haste do atuador, fazendo-o recuar até seu início
de curso.
Os fins de curso, nas suas configurações mais simples, são sensores eletrome-
cânicos usados para detectar a posição do êmbolo de atuadores pneumáticos ou
hidráulicos.
A Figura 70 apresenta um circuito hidráulico com dois fins de curso, denomi-
nados FC1 e FC2, posicionados no fim de curso de avanço e de recuo do cilindro
do circuito.
No circuito que veremos a seguir, foi utilizado outro tipo de relé, o de tempo,
que vimos no módulo Sistemas Eletropneumáticos e Eletro-hidráulicos.
5 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS ELETROPNEUMÁTICOS E ELETRO-HIDRÁULICOS
151
Quando o cilindro A atingir o fim de curso S1, este acionará o relé K2. O contato
normal aberto do relé K2 da linha 4 energizará Y2, iniciando o próximo movimen-
to, ou seja, o avanço do cilindro B. Podemos então, na Figura 80, visualizar mais
um passo sendo efetuado.
Observe também que estamos separando as linhas de comando das linhas de
potência.
Linhas de comando são compostas por elementos de entrada de sinais e ele-
mentos de processamento de sinais. Os botões, fins de curso e relés são os princi-
pais representantes das linhas de comando.
Linhas de potência são as que energizam elementos de saída de sinais, ou seja,
aquelas que energizam os solenoides.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
158
Figura 80 - Circuito de comando (A+ B+) – separação de linhas de comando e linhas de potência
Fonte: SENAI-SP (2013)
Verifique ainda na Figura 81 que, quando o cilindro B completar seu curso irá
atingir o fim de curso S2. O fim curso S2 acionará o relé K3 que, por meio do seu
contato normal aberto na coluna 6, acionará o solenoide Y3, responsável pelo re-
torno do cilindro A. Podemos verificar essa parte do circuito e o início do recuo do
cilindro na Figura 81.
Na Figura 82, podemos ver que, quando o cilindro A completar seu curso de
retorno, acionará o fim de curso S3. Esse fim de curso acionará a bobina do relé K4,
que por meio do seu contato normal aberto, posicionado na coluna 8 do circuito
5 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS ELETROPNEUMÁTICOS E ELETRO-HIDRÁULICOS
159
Podemos ainda acrescentar ao circuito final um fim de curso que permita que
a partida do comando somente se efetive caso o cilindro A esteja totalmente re-
cuado. No nosso comando, o fim de curso S4 terá essa função. Verifique na Figura
83 o circuito final com S4.
Devemos também observar que os fins de curso S3 e S4 estão com os conta-
tos fechados. Apesar de serem representados fechados, esses contatos são aber-
tos, sendo representados fechados porque os cilindros na posição de recuo estão
acionando-os.
Figura 83 - Circuito de comando completo com dois fins de curso (S3 e S4) acionados
Fonte: SENAI-SP (2013)
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
160
O método cadeia estacionária pode ser usado para se projetar circuitos se-
quenciais diretos ou indiretos. No entanto, não se recomenda sua aplicação para
circuitos diretos, pois para sua solução, utiliza-se um número maior de relés.
Vamos conhecê-lo exemplificando uma sequência de trabalho indireta de dois
atuadores, a ser resolvida: A+B+B-A-.
Mostraremos, inicialmente, a solução pelo método intuitivo para que o aluno
visualize a sobreposição de sinal. Em seguida, aplicaremos o método cadeia esta-
cionária para resolvê-la.
Na Figura 84, apresentamos o circuito pneumático para o qual desenvolvere-
mos o comando elétrico de acionamento. Note que não foram acrescentados fins
de curso no circuito.
4) O último relé que compõe as linhas de comando será usado para desabilitar
toda a cadeia de comando.
Veja na Figura 87 a montagem das linhas de comando, aplicando-se o método
cadeia estacionária, para a solução da sequência A+B+B-A- (4 passos).
Devemos também observar atentamente que a solução seria a mesma para
qualquer sequência de quatro passos, por exemplo: A+A-B+B-; A-B-B+A+; A+B-
-B+A- etc.
Veja que existem cinco relés e que todos têm autorretenção. Outro detalhe
importante é a presença de um contato normal aberto do relé da linha anterior,
posicionado antes do relé da linha posterior, ou seja: contato normal aberto de K1
antes da bobina do relé de K2; contato normal aberto de K2 antes da bobina do
relé de K3; contato normal aberto de K3 antes da bobina do relé de K4 e; contato
normal aberto de K4 antes da bobina do relé de K0.
Cada relé, com sua respectiva autorretenção, tem a função de realizar um pas-
so do circuito, enquanto que o último relé tem a função de desligar todos os de-
mais que compõem a cadeia comando.
Na Figura 87, colocamos abaixo de cada relé o passo correspondente. Para o
relé K1 – A+, para K2 – B+, para K3 – B-, para K4 – A- e com o acionamento de K0 a
desenergização de todas as linhas, ou seja, reset do comando.
Veja na Figura 88 a solução para a sequência que foi proposta, resolvida pelo
método cadeia estacionária. Observe a separação das linhas de comando e o flu-
xograma, à esquerda, que apresenta a ordem de acionamento de elementos de
sinais de entrada (S0, S1, S2, S3 e S4 – botões e fins de curso), elementos de pro-
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
164
cessamento de sinais (K0, K1, K2, K3, K4 e K5 - relés) e de elementos de saída (Y1,
Y2, Y3 e Y4 - solenoides).
Reforçamos ainda que o fluxograma não só auxilia no ordenamento de aciona-
mento de fins de cursos ou sensores de qualquer circuito que seja implementado,
como também ajuda na compreensão e interpretação de sua lógica de aciona-
mento.
Outro detalhe visto na Figura 88 é a necessidade de contatos normais fecha-
dos (k3 e k4), nas colunas 11 e 12, para eliminar a sobreposição de sinais. Essa é
uma particularidade dos comandos elaborados por esse método.
Todas as sobreposições são eliminadas nas linhas de potência, por meio desse
artifício. Não devemos nunca tentar alterar a lógica das linhas de comando, pois
as linhas vão sendo energizadas (seladas), uma após a outra, pelo acionamento
sequencial dos fins de curso do circuito pneumático, até que, por meio do aciona-
mento do último fim de curso (S4), todos os relés sejam desligados (reset).
Note que cada grupo de alimentação elétrica responderá por apenas um dos
movimentos de cada atuador. Essa é a maneira pela qual esse método elimina as
sobreposições de sinais.
Observando o primeiro exemplo da Figura 90, é possível verificar que o avan-
ço do cilindro A (A+) ocorre no primeiro grupo de alimentação. Seu movimento
de recuo (A-) ocorre no segundo. O avanço do cilindro B (B+) ocorre no segundo
grupo, enquanto que o seu movimento de recuo (B-) ocorre no terceiro. A mesma
sistemática é adotada nos outros exemplos.
O próximo passo é a representação da cascata elétrica (Figura 91) para os
exemplos de sequências apresentadas. Na representação para dois grupos, ne-
cessitamos de apenas um relé com autorretenção. Na representação para três
grupos, necessitamos de dois relés com autorretenção e para quatro grupos, ne-
cessitamos de três relés com autorretenção. O número de relés que comandará os
grupos de alimentação da cascata será sempre igual ao número de grupos menos
um.
5 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS ELETROPNEUMÁTICOS E ELETRO-HIDRÁULICOS
167
Na Figura 92, também é possível ver, na representação para dois grupos, que
acionando-se o relé k1, o grupo de alimentação 1 é energizado. Desligando-se o
relé k1, o grupo 2 é energizado. Na representação para três grupos, com os dois
relés desligados, o grupo três é energizado. Se for energizado K1, o grupo 1 é
energizado. Se for energizado K2, o grupo 2 é energizado.
Note também que o intertravamento dos contatos dos relés só permite a ener-
gização de um grupo de alimentação por vez. Essa é uma característica similar ao
método cascata pneumático puro.
Veremos a seguir a resolução de um comando eletropneumático pelo método
cascata.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
168
Figura 93 - Circuito pneumático com comando elétrico com dois grupos de alimentação
Fonte: SENAI-SP (2013)
Veja que na resolução apresentada foram colocados dois fins de curso (S3 e
S5). O fim de curso S3 tem a função de mudar o grupo de alimentação elétrica, ou
5 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DE CIRCUITOS ELETROPNEUMÁTICOS E ELETRO-HIDRÁULICOS
169
De acordo com a explicação da Figura 94, já sabemos que essa sequência tem
3 grupos de alimentação elétrica.
RECAPITULANDO
Anotações:
Especificação e parametrização
de conversor CA/CC
Um conversor para máquinas CC, como todo equipamento que emprega gran-
de tecnologia eletrônica, deve ser bem escolhido para que suas funções sejam
aproveitadas na sua totalidade.
Confira as vantagens e as desvantagens de um motor de corrente contínua
para um motor CA de indução trifásico.
Tabela 17 - Vantagens e desvantagens do motor CC
VANTAGENS DESVANTAGENS
a) Acionamento unidirecional
Neste tipo de acionamento, os conversores trabalham como circuitos reti-
ficadores de potência.
Para se alimentar o circuito da armadura, é utilizado um retificador contro-
lado (ou semicontrolado). Desse modo, é possível variar a tensão e, assim,
variar também a velocidade do motor.
Já o circuito de campo é alimentado por um retificador não controlado. Veja
na figura a seguir um esquema básico de um conversor unidirecional.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
176
R S T R S T
Ia If
L Filtro A1 F1
Retificador Retificador
controlado Va MCC Vf não
controlado
A1 F2
Circuito de Ajuste de
disparo velocidade
R S T R S T
L Filtro If
K
A1 F1
Retificador
Retificador
MCC Vf não
controlado
controlado
A2 F2
Circuito de
disparo
2º quadrante 1º quadrante
Região de frenagem Região motora
direta direta
+ Velocidade + Velocidade
- Conjugado + Conjugado
3º quadrante 4º quadrante
Região motora Região de frenagem
reversa reversa
- Velocidade - Velocidade
- Conjugado + Conjugado
Quando se opta por acionar uma carga por um conversor CA/CC estático,
devemos definir em qual quadrante esse conversor terá seu regime de tra-
balho.
Caso seja necessário um controle melhor de velocidade e de acionamento
do motor, devemos optar por conversores duais, que veremos a seguir.
c) Acionamento por conversor dual
Nesse tipo de acionamento, os conversores caracterizam por serem elabo-
rados com dois retificadores totalmente controlados e ligados em antipa-
ralelo.
Observe na figura a seguir o funcionamento desse conversor.
R S T R S T R S T
Ia Ib
L If
A1 L F1
Retificador Retificador Retificador
VM MCC IM não
controlado Va Vb controlado Vf
controlado
A2 F2
Estrutura A L L Estrutura B
Nesse tipo de conversor, cada uma das estruturas é capaz de operar o mo-
tor em dois quadrantes. Vejamos como isso pode ser feito:
1) A estrutura A é capaz de fornecer tanto tensão positiva quanto negativa,
permitindo, assim, a operação da carga no 1° (região motora direta) e no
4° (região de frenagem reversa) quadrantes;
2) A estrutura B, por sua vez, é capaz de fornecer corrente positiva ou ne-
gativa, permitindo a operação no 2° (região de frenagem direta) e no 3°
(região motora reversa) quadrantes.
CASOS E RELATOS
6.3 PARAMETRIZAÇÃO
FUNÇÃO OPÇÕES
• ativo
Enfraquecimento de campo
• inativo
• unidirecional
Tipo de conversor
• dual (quatro quadrantes)
• ativo
Controle de torque
• inativo
• com regulador de velocidade
Controle do ângulo de disparo
• sem regulador de velocidade
• lento (ajustado por tempo)
Tipo de bloqueio da rampa de velocidade
• rápido (ajustado pelo limitador de corrente)
• ativa
Proteção térmica
• inativa
• FCEM
Tipo de realimentação • tacogerador CC
• encoder
• 10 bits
Conversor A/D
• 12 bits
Observações técnicas:
Observe, nessa figura que, além dos dados de placa do motor, como tensão de
armadura, corrente de armadura, detectores de temperatura e tipo de rea-
limentação, é preciso definir também o modo como faremos o acionamento e o
controle desse mesmo motor, por exemplo: o sistema de operação, a tensão da
rede de alimentação do local em que o conversor será instalado, a rede de comu-
nicação utilizada, entre outros.
No próximo item, veremos a importância dos manuais e dos catálogos técni-
cos para melhor utilização do equipamento.
RECAPITULANDO
Neste capítulo, serão abordados os tipos de inversores de frequência existentes, como fun-
cionam e como devem ser corretamente dimensionados e parametrizados.
Assim, para que um bom sistema elétrico de partida de motores seja bem dimensionado,
precisamos conhecer bem em que máquina ou equipamento ele está instalado.
Assim, aprenderemos qual a potência elétrica consumida pelo motor, qual a tensão de tra-
balho nominal, qual a corrente elétrica desse equipamento e por quanto tempo ele permane-
cerá ligado em um dia.
Podemos alcançar níveis muito técnicos no dimensionamento de um inversor de frequên-
cia, fazendo correções de erro na parametrização do equipamento e levando em consideração
a altura em relação ao nível do mar (em metros), as condições do ambiente de instalação (por
exemplo: úmido, seco, quimicamente agressivo) e o tipo de conjugado do seu motor elétrico
(como vimos no capítulo 3).
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
186
Reatância indutiva:
Xl= 2 ⋅ π⋅ f ⋅ L
Em que:
• Xl é a reatância indutiva
• F é a frequência
• L indica o valor da indutância
O valor da reatância indutiva de um motor tem influência direta na corrente
estatórica, como podemos ver na fórmula a seguir:
Corrente do estator:
V
I=
(R + Xl2 )
2
Em que:
• I indica a corrente do estator,
7 ESPECIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSOR DE FREQUÊNCIA
187
• V indica a tensão,
• R indica a resistência
• Xl indica a reatância indutiva
A partir desta fórmula, podemos constatar que a corrente do estator é direta-
mente proporcional à tensão aplicada no estator e inversamente proporcional à
resistência e à reatância indutiva. Ou seja, quanto maior for Xl menor será a cor-
rente no estator no motor.
Quando a frequência do motor atinge valores acima de 30 Hz, a resistência (R)
torna-se desprezível. Portanto, o valor da corrente será proporcional à Tensão de
Alimentação (V), à Indutância (L) e à Frequência (f). Logo, nessa situação, o
controle escalar do motor torna-se ideal.
Quando está com controle escalar, o inversor trabalha com uma relação que
chamamos de “curva V/F constante”.
Essa relação mantém um valor constante entre a tensão aplicada ao motor (V,
em Volts) e a frequência de trabalho desse motor (F, em Hertz). Com isso, pode-
mos assegurar que o motor mantenha o seu torque constante independente de
sua velocidade de funcionamento.
A curva V/F é linear até a frequência nominal do motor (50 ou 60 Hz). Após
esse valor, somente a frequência aumenta, pois a tensão nominal (Vn) já atingiu
seu valor máximo.
Vejamos a seguir um exemplo dessa curva.
Tensão (V)
380
254
127
Frequência (Hz)
20 40 60 80 100
Como você pode observar na Figura 101, a partir do ponto máximo da tensão,
a tensão no motor se mantém constante.
A partir desse ponto, se a frequência no motor for superior à nominal, por
exemplo, 100 Hz, inicia-se um efeito que chamamos de “enfraquecimento de
campo”. Enquanto isso, a corrente no motor e, consequentemente, o seu torque
também diminuem.
Vejamos a seguir, na Figura 102, uma relação entre torque e frequência para
que possamos entender o que significa a região de enfraquecimento de campo
do motor:
Torque
Tn
Frequência (Hz)
Figura 103 - Exemplos de situações em que o motor não sofre tantas variações no seu funcionamento
Fonte: SENAI-SP (2013)
Este tipo de inversor faz o controle vetorial de maneira simples, pois, como o
próprio nome diz, é um equipamento sem sensores para realimentação do siste-
ma, ou seja, esse inversor trabalha em malha aberta. No entanto, ainda assim, tem
o desempenho superior ao do inversor V/F.
7.2.2 Inversor com realimentação por encoder
Este equipamento é capaz de
controlar a velocidade e o torque do motor, pois calcula os dois componentes da
corrente do motor (ver item 7.1.2).
O inversor com realimentação por encoder , possibilita que obtenhamos res-
postas rápidas do sistema e ótima performance na regulação.
Vejamos a seguir um comparativo entre os dois tipos de inversores com con-
trole vetorial.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
192
Torque de
partida
200 Torque máximo
de partida Torque intermitente 150%
150
Torque mínimo Torque e corrente nominal
100 100 de partida
100 % Velocidade
% Torque
200
Frequência
30 Hz 60 Hz 90 Hz
900 Rpm 1800 Rpm 2700 Rpm Velocidade
850 Rpm 1750 Rpm 2650 Rpm
Para darmos início a este item, você precisa ter conhecimento sobre alguns
aspectos importantes da máquina e ou do sistema. Basicamente, o dimensiona-
mento do nosso inversor deve ser baseado no TORQUE requerido pela carga.
Além disso, você pode fazer algumas perguntas, como, por exemplo:
• Qual a potência da minha carga?
• Qual a velocidade com que meu motor trabalhará?
• Como serão feitas a aceleração e desaceleração da minha carga?
Vamos, agora, iniciar um passo-a-passo para obtermos alguns dados da nossa
carga ou do nosso sistema de acionamento, acompanhando os itens a seguir que
tratam do torque, da velocidade, da potência, da aceleração e desaceleração e do
check-list.
7 ESPECIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSOR DE FREQUÊNCIA
195
7.4.1 O TORQUE
O torque T (Nm) é o produto da força F (N) necessária para girar o eixo do mo-
tor pela distância r (m) do ponto de aplicação da força.
Assim, para fazermos um cálculo do torque requerido pela carga, devemos
aplicar a seguinte fórmula:
T= F ×r
Em que:
• T indica o torque
• F indica a força
• r indica a distância
Exemplo:
Para movimentar uma esteira de transporte de caixas, um motor precisa pro-
duzir uma força de 130N no redutor da esteira, que está a 0,7 m (700 mm) do
centro do eixo do motor. Assim, responda: qual é o torque requerido pela carga?
Dados:
T = ? , F = 130 N, r = 0,7 m
Aplicando a fórmula que vimos anteriormente, temos:
=
T 130 × 0,7
T = 91, 0 Nm
7.4.2 A VELOCIDADE
60 × f
n=
p
Em que:
• n indica a velocidade do motor
• f indica a frequência de saída
• p indica o número de par de polos
Exemplo:
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
196
Qual será a máxima velocidade síncrona do nosso motor já que ele possui 4
polos e será comandado por um inversor cuja frequência máxima de saída é de
150Hz?
Dados:
n = ? , f = 150 Hz , p = 4 polos = 2 pares de polos
Aplicando a fórmula que vimos anteriormente, temos:
60 × 150
n=
2
n = 4.500 rpm
CASOS E RELATOS
60 × f
n=
p
7.4.3 A POTÊNCIA
Agora que já sabemos qual o torque necessário para nossa carga e também
temos conhecimento da velocidade máxima que o motor pode atingir, faremos o
cálculo da potência do sistema.
A potência P (W) é dada pelo produto do torque pela velocidade de rotação. E
pode ser calculada pela fórmula:
2× π
=P × T ×n
60
Exemplo:
Se nossa máquina demandasse os mesmos 91,0 Nm de torque a uma velocida-
de de 1200 rpm, qual seria a potência?
Dados:
P = ? , T = 91,0 Nm , n = 1200 rpm
Aplicando a fórmula que vimos anteriormente, temos:
2× π
P= × 91, 0 × 1.200
60
P = 11.436 W (11,5 KW )
Outro fator importante que precisamos saber é como poderá ser feita a acele-
ração e a desaceleração da nossa carga. Ou seja, devemos nos preocupar se será
necessária uma aceleração rápida e se o ciclo de trabalho será contínuo ou não.
Empresa: Tel.:
Cidade / Estado: Ramal:
Contato: E-mail:
Aplicação / Carga:
Dados da Aplicação:
Potência nominal: Nº de Polos / Rotação Tensão/ Corrente de
__________CV Nominal Placa
( ) 2 Polos (3600 rpm) ( ) 220 V
Tensão CC:
( ) 4 Polos (1800 rpm) ( ) 380 V
Armadura:_______V
( ) 6 Polos (1200 rpm) ( ) 440 V
Motor Campo:_________V
( ) 8 polos (900 rpm) ( ) __ V
( ) __ Polos (___ rpm)
É utilizado? Faixa de rotação desejada: Número de partida
( ) Sim De ___ a ___ rpm por hora:
( ) Não ____Partida / Hora
Tipo de Carga: Relação de redução entre Sobrecarga na par-
( ) Torque constante o eixo do motor e a carga: tida ou em regime é
( ) Torque quadrático Relação ð1: maior que 150%?
( ) Torque indefinido _____________ ( ) Não
(especificar nas obs.) Rotação no Motor: ______ ( ) Sim ð ______%
rpm
Rotação na Carga:
Carga ______rpm
Tipo de parada (Frenagem) necessária:
( ) Parada por inércia (desligando o motor e o inversor)
( ) Parada suave por Rampa de Desaceleração ð (Tempo desejado de ___
segundos)
( ) Parada rápida por Frenagem Elétrica ð (Tempo desejado de ___ segun-
dos)
Rede de Alimentação: Método de Comando:
( ) 220 V ( ) Botões Liga e Desliga + Poten-
( ) 380 V ciômetro
( ) 440 V ( ) 50 Hz ( ) IHM do Inversor
( ) ___ V ( ) 60 Hz ( ) Entrada analógica do CLP
Grau de Alimentação: Condições para instalação:
Instalação
( ) IP 00 (aberto sem proteção) Altitude: Temperatura:
( ) IP 20 (proteção contra choques) ( ) Até 1000 m ( ) Até 40 °C
( ) IP 54 (fechado – montado em painel) ( ) _______ m ( ) _____ °C
( ) Ao tempo (painel especial para chuva)
Distância entre o Motor e inversor
( ) _________________(especificar nas
Comprimento do cabo:
obs.)
_________m
Observações técnicas:
Observações:
Figura 108 - Inversor de frequência com IHM incorporada e teclas de programação e função
Fonte: SENAI-SP (2013)
Como seu nome indica, os parâmetros de leitura permitem que o usuário vi-
sualize as informações sobre o inversor de frequência ou sobre a carga.
Esses parâmetros não permitem que seja alterado qualquer valor, pois são
apenas para LEITURA e VISUALIZAÇÃO.
Veja na tabela a seguir os parâmetros de leitura dos inversores:
7 ESPECIFICAÇÃO E PARAMETRIZAÇÃO DE INVERSOR DE FREQUÊNCIA
201
Velocidade do motor rpm (rotações por minuto) Valor real da velocidade do motor
Tensão nominal do
V (volts) Valor real da tensão aplicada ao motor
motor
Relação do torque em função da corren-
Torque do motor % (Porcentagem)
te do motor
Valor real da frequência aplicada ao
Frequência do motor Hz (hertz)
motor
Esta informação varia de acordo com
Estado (status) do
------- cada fabricante: pode ser: pronto [Ready,
inversor
em inglês], em falha, stand-by etc.
No próximo item, veremos onde e como devem ser buscadas informações téc-
nicas sobre o seu inversor de frequência.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
204
RECAPITULANDO
Anotações:
Controladores programáveis
Neste capítulo, iremos retomar e ampliar o que estudamos sobre Controlador Lógico Pro-
gramável, assunto que tivemos a oportunidade de aprender nos livros de instalação e manu-
tenção de sistemas eletroeletrônicos industriais.
Você já conheceu alguns conceitos básicos sobre linguagem de programação Ladder. Então
o que você acha de criar programas em mais quatro linguagens diferentes? Interessante não
é? Pois bem, teremos a oportunidade de estudá-las nesse capítulo, com base na norma IEC
61131-3.
Além disso, aprenderemos como devemos especificar o hardware de um CP para determi-
nadas aplicações. Será que devemos escolher um CP modular ou monobloco? Tiraremos essas
e outras dúvidas no decorrer deste capítulo.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
208
Note que a IEC define o caractere “%” para ser utilizado antes do acesso à área
de memória. Vejamos alguns exemplos:
• Entrada: % IX0.0 – acesso ao bit 0 do byte 0;
• Entrada: % IW0 – acesso a Word 0;
• Saída: % QB4 – acesso ao byte 4;
• Memória: % MD0 – acesso ao Double Word 100.
A seguir, veremos uma figura que ilustra o tamanho da ocupação na memória
de cada tipo de dado visto anteriormente.
dessa emergência. Assim, para cada tarefa, é possível determinar uma série
de programas que serão iniciados por ela, atribuindo um período de execu-
ção e uma prioridade específica.
A IEC 61131-3 padroniza cinco linguagens de programação, das quais duas são
consideradas linguagens textuais e três gráficas. Vejamos:
Quadro 2 - Linguagens de programação segundo a IEC 61131-3
LINGUAGENS TEXTUAIS LINGUAGENS GRÁFICAS
Ladder (LD – Ladder Diagram)
Lista de Instruções (IL – Instruction List)
Diagrama de Blocos Funcionais (FBD – Function
Block Diagram)
Perceba que, mesmo sendo um circuito simples, a inserção dos símbolos e co-
mentários faz com que a compreensão seja muito mais rápida.
No próximo item, aprenderemos como o processador executa a leitura do dia-
grama Ladder.
Perceba, nessa figura, que há duas bobinas de saída. Agora, imagine que elas
tenham endereços diferentes e que tenham a função de ligar, cada uma, um mo-
tor. Será que eles seriam ligados ao mesmo tempo?
Observando o diagrama, poderíamos afirmar que, primeiramente, seria ligada
a saída 1 e depois a saída 2. Porém, não é isso que acontece, pois as duas saídas
são ligadas simultaneamente.
Isso acontece porque o processador efetua a atualização das saídas de uma
só vez, ao final do ciclo de varredura, ou seja, nesse caso, os dois motores seriam
acionados simultaneamente.
A seguir, veremos alguns recursos importantes que são disponibilizados pelos
fabricantes de CP: a simulação e monitoração.
O programa acima não está conectado fisicamente a nenhum CP, mas simula
como se estivesse. Vejamos uma descrição dessa simulação:
8 CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
215
A linha azul, no caso do programa em Ladder, significa que ela está energizada.
É o que chamamos de monitoração ON-LINE. Dessa forma, fica fácil, por exemplo,
perceber o que deve ser acionado para que uma determinada saída seja ligada.
Observe que, para a saída Motor ser acionada, o botão Liga é simulado como
se estive sendo pressionado, o que faz passar do estado de nível 0 (FALSE) para
nível 1 (TRUE). Cada software utilizado determina uma forma de simular, para que
haja alteração de estado, ou seja, de False para True usam-se as teclas CTRL-F7.
Se o programa for simulado com sucesso, ele pode ser enviado ao controlador
programável para que aí, sim, execute o controle de uma aplicação.
Percebeu o quanto pode ser útil a simulação e a monitoração na criação de um
programa?
A instrução set-reset possui uma bobina chamada de set e outra de reset. Quan-
do a bobina de set recebe apenas um pulso, ela é ligada e se mantém dessa forma
até que a bobina de reset receba também um pulso. Veja os seus símbolos em
forma de bobina, no quadro a seguir:
Quadro 6 - Símbolo da Instrução set-reset
BOBINA SET BOBINA RESET
–(S)– –(R)–
Saiba que uma grande parte dos fabricantes também disponibiliza instruções
de temporização na forma de bobina.
Há, a seguir, alguns exemplos de funcionamento desses tipos de instruções de
temporizadores.
Sensor ligado
Sensor desligado
Sensor
Início da contagem
de tempo
T1 (Q)
4 segundos
Motor
T2
Sensor Motor
IN TOF Q
t#3s PT ET
Sensor
T2 (saída Q)
Motor
3 segundos 3 segundos
T3
Botão Motor
IN TP Q
t#5s PT ET
Analise o diagrama acima e veja que é dado apenas um pulso pelo botão na
entrada IN do temporizador T3 e isso faz com que ele inicie sua temporização
programada. Nesse mesmo momento, a saída do temporizador T3 é ligada, acio-
nando a saída “motor”.
Note ainda na Figura 119 que demonstramos mais dois exemplos de acio-
namentos pelo botão: no primeiro vemos que, mesmo quando são dados dois
pulsos em sequência na entrada IN do temporizador, o segundo pulso não inter-
fere na temporização programada. Isso também acontece no segundo exemplo,
quando mantemos o botão pressionado por um longo período.
Perceba que, somente no instante em que o “S1” é atuado pela quarta vez, a
saída “Q” aciona o alarme, pois a contagem pré-configurada é “4”. Observe que a
saída Q só será desligada quando houver um pulso por meio do contato “Zera”.
O próximo contador a vermos é do tipo decrescente.
S1 CTD Motor
CD Q
Carrega Valor
LD
4 PV CV Valor Contagem
Observe que o valor de contagem é carregado somente após ter sido dado o
primeiro pulso no “carrega valor”, e que o decremento da contagem é executado
após cada pulso em S1, até ser ligada a saída do motor. Acompanhe que, enquan-
to “LD (carrega valor)” estiver com estado booleano nível 1, a contagem não é
iniciada.
A seguir aprenderemos as funções de comparação.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
224
Resistência
LE
Temp. Ambiente IN1 Q
Saída
Função
Entrada_1 Q = IN1 + IN2
Adição
Entrada_2
Saída
Função Entrada_1
Subtração Q = IN1 - IN2
Entrada_2
Função Saída
Entrada_1 Q = IN1 * IN2
Multiplicação
Entrada_2
Função Saída
Entrada_1 Q = IN1 / IN2
Divisão
Entrada_2
Saída
Função Q = resto inteiro de
Entrada_1
Módulo (IN1 / IN2)
Entrada_2
FimMistura
ADD
EN
Q PesoTotal
PesoAreia IN1
PesoCimento IN2
Motor
MOV
EN
Q TempGuarda
Templnício IN
AND
Função “E” EN Entrada_1 Entrada_2 Saida
(AND) Entrada_1 Saida ()
Entrada_2
OR Entrada_1 Saida
Função EN ()
“OU” (OR) Entrada_1 Saida
Entrada_2 Entrada_2
Motor
AND Motor
Botao_des Motor
Rele_term
Analise o diagrama FBD e note que, para acionar a saída “motor”, o bloco E
deve estar com nível 1 nas suas três entradas: “Botao_des”, “Rele_term” e a saída
do bloco OU, sendo que esse último depende do acionamento do botão_lig ou
do selo virtual.
Veremos a seguir outra linguagem de programação de CP.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
230
• Comentários: devem ser iniciados pelos caracteres (* e finalizados por esses *).
Para entendermos melhor essa linguagem, vejamos a seguir como seria a ins-
trução em IL que vimos no início desse item e o seu equivalente em Ladder.
Quadro 17 - Exemplo de instrução IL e o seu equivalente em Ladder
LD Entrada_1
Entrada_1 Entrada_2 Saida
ANDN Entrada_2
()
ST Saida
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
232
LD Entrada_1
Função “E” Entrada_1 Entrada_2 Saida
AND Entrada_2
(AND) ()
ST Saida
Entrada_1 Saida
LD Entrada_1
Função ()
OR Entrada_2
“OU” (OR)
ST Saida
Entrada_2
LD Térmico
AND Desliga Térmico Desliga Liga Motor
AND (Liga ()
OR Motor Motor
)
ST Motor
Vamos conhecer agora mais uma linguagem textual, A linguagem Texto Es-
truturado ou ST (do inglês Struction Text) que, diferentemente da anterior, é
considerada de alto nível. Isso significa que é uma linguagem mais próxima da
humana caracterizada por ser bastante flexível e intuitiva.
Pessoas que têm um conhecimento em programação de computadores ou mi-
crocontroladores em linguagens, como Pascal e C, acabam tendo maior facilidade
no aprendizado da ST.
A linguagem de texto estruturado é recomendada para tarefas que são con-
sideradas mais complexas, como cálculos matemáticos e tomadas de decisões.
Para entendermos melhor, vejamos um exemplo da sua estrutura.
LL
LL
variáveveis
VAR
LLpLLLL
LLpLLLLBOOL;
LLLLLLLLpLLLL
END_VAR
LLLLORL
LL
Função “E”
SAÍDA_1
END_VAR
AT %QXO . 1 : BOOL;
Entrada_1 Entrada_2 Entrada_3 Saida_1
(AND) ()
SAIDA_1: = ENTRADA_1 AND ENTRADA_2 AND ENTRADA_3;
VAR
VAR
Início
Nível Botão 1 = Pressionado?
máximo
Passo 1 Liga Bomba
Nível máximo = Atingido?
Esse diagrama foi criado para facilitar o entendimento da sua linguagem. Por
isso, não está com a sua simbologia padrão.
Perceba que a sua interpretação é bastante intuitiva: o processo é iniciado
quando um botão é pressionado. Assim, uma bomba é ligada e começa a en-
cher o tanque com água. Quando seu nível atingir valor máximo, um sistema de
aquecimento é ligado. Ao atingir 100 °C, a água faz liberar a abertura, que é uma
válvula que despeja a água para outra fase do processo. Quando o tanque atingir
o nível, fica aguardando um novo comando do botão para reinício do processo.
No diagrama SFC, os retângulos são os passos do processo cuja função é exe-
cutar uma ação pré-determinada. No entanto, o passo só ocorrerá se uma condi-
ção for atendida. Esta condição é chamada de transição. Atendida a última con-
dição, ocorre um “salto” dessa para o retângulo “início”.
Entenda um pouco mais sobre a composição da linguagem SFC, observando a
sequência que descreve os seus principais elementos.
Início
Bomba
Aquecimento
Válvula
VAR
ENTRADA_1 AT % IX0.1 : BOOL ; Declaração das variáveis: é o local para a atribuição dos seus
ENTRADA_2 AT % IX0.2 : BOOL ; respectivos endereços.
SAIDA_1 AT % QX0.2 : BOOL ;
END_VAR
Passo início (sem ação): aguarda a condição de transição seguin-
te ser atendida para ir para o próximo passo.
inicio
Transição bot_lig: tem a função de transitar do passo início para
o passo motor assim que o botão liga for pressionado.
bot_lig
rele_term
Salto inicio: tem a função de retornar para o passo início assim
que a transição Desliga ocorrer.
inicio
Programa
Perceba que:
• Um Programa: pode “chamar” uma Função ou Bloco funcional;
• Um Bloco Funcional: pode “chamar” outros Blocos Funcionais ou Funções;
• Uma Função: pode “chamar” apenas outras Funções.
Acompanhe a descrição das POUs:
• Programa: consiste em um agrupamento lógico dos elementos necessários
a todas as linguagens de programação. Ele é considerado o “programa” prin-
cipal no qual serão chamados os outros elementos da POU, como funções
e blocos funcionais, mas não ao contrário. Além disso, o programa pode se
comunicar com outros programas e acessar variáveis de entrada e de saída.
• Função: apresenta os elementos de software usados para tratamento co-
mum de dados. Podemos citar como exemplos as funções: E, OU, SOMA e
SUBTRAÇÃO entre outros, muito utilizadas na programação de blocos fun-
cionais.
8 CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
239
Além disso, não é designada uma área de memória para as funções, fazendo
com que elas existam apenas durante a execução e não possuindo, assim,
estados internos.
• Blocos Funcionais: são formados internamente por funções ou sequências
de comandos lógicos que criam entradas e saídas disponíveis do lado exter-
no ao bloco. Assim, após a sua criação, eles se tornam uma “caixa fechada”,
não sendo tão importante conhecer mais a lógica interna ao bloco e sim o
conhecimento da sua aplicação. Os blocos funcionais podem ser reutilizados
quantas vezes forem necessárias ao desenvolvimento do programa.
Ao contrário da POU Função, cada bloco funcional possui uma área de memó-
ria para armazenar os seus dados, chamada de instância e que deve ser declarada
pelo programador.
Vejamos um exemplo de um programa, utilizando os conceitos apresentados
sobre POU:
Imagine um processo industrial que precisa ser automatizado, sendo que par-
te dessa automação está relacionada à partida direta de diversos motores. Como
esses motores possuem acionamentos independentes, inicialmente, seria neces-
sário elaborar um programa para cada motor. No entanto, nesse caso, cabe aplicar
a estrutura, segundo a IEC 61131-3. Vejamos.
Para demonstrar esse exemplo, inserimos no programa “saídas” para apenas
dois motores.
Internamente ao bloco, foi escrita uma Função para que o bloco realize a lógica
característica de um comando Partida_direta.
O Programa (PLC_PRG) é a POU responsável por armazenar a lógica de pro-
gramação para controle dos motores. A linguagem básica escolhida foi a Ladder
e a partir dela foi inserido o Bloco Funcional Partida_direta, para acionamento de
cada motor, criando uma instância para cada bloco.
Enfim, perceba que, se fosse necessário adicionar o controle de mais motores,
bastaria reutilizar o Bloco funcional Partida_direta, facilitando, assim, a programa-
ção.
Isso quer dizer que o CP, ao fornecer um sinal de 0 a 10 V, muda de valor nu-
mérico em “degraus” de 2,44 mV, ou seja, para que ele incremente o valor de um
degrau. Por exemplo, de 4094 para 4095 a tensão terá que ter um acréscimo de
2,44 mV. Acompanhe, por meio do exemplo a seguir.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
242
10 V
4096 valores
numéricos
(degraus)
4,88 mV resolução do
2,44 mV conversor
0V
Perceba, portanto, que quanto maior a quantidade de bits dos módulos analó-
gicos, menor será o valor de tensão de cada degrau e mais sensíveis serão quanto
às variações de tensão, caracterizando uma maior resolução. É isso o que possibi-
lita manipular de forma mais precisa os sinais do processo.
Entendido o conceito sobre resolução, vamos aprender, por meio de um exem-
plo, o que o CP faz quando recebe um sinal analógico de 0 a 10 V.
Um equipamento precisa ser configurado para medir o nível de um tanque,
com os seguintes dados:
• variação de volume do tanque 0 a 10.000 litros;
• sensor de nível fornece uma variação de tensão de 0 a 10 V;
• o CP tem um módulo de entrada analógica de 12 bits.
Veja na figura um esquema de como é essa situação.
tanque
sensor de nível
10.000 litros 0 a 10 V
CLP
sinal Al 1
analógico
0V
Máximo 10.000 10
A saber 5.000 X
Então:
Como você observou, o sensor de nível converterá o nível de 5.000 L que está
no tanque, num sinal de 5 V.
Esse sinal de tensão, enviado pelo sensor será convertido pelo módulo de en-
trada, proporcionalmente, em um valor binário que depende de cada CP, corres-
pondente à sua resolução.
O CP utilizado nesse exemplo possui um módulo de entrada analógica com
resolução de 12 bits, que, como vimos, terá uma variação de 0 a 4095.
Como esses valores são proporcionais, poderemos também calcular o valor
numérico do nosso exemplo por meio de outra regra de três. Veja.
Máximo 10 4.095
A saber 5 N
Então:
Dessa forma, aplicando ao nosso exemplo, seria útil transformar o valor nu-
mérico em litros, de modo que possamos ver isso diretamente no CP. Para isso,
vejamos mais uma vez a proporcionalidade.
MUL
EN
Al 1 Multiplicado
INT#10000
DIV
EN
multiplicado Litros
INT#4095
Acompanhe na tela acima e note que a entrada analógica AI0 foi configurada
para leitura de 0 a 10 V e Fundo de Escala 10000 litros.
Ficando assim:
0V=0
10 V = 10000 (fundo de escala)
Podemos perceber que esse recurso facilita a elaboração e a compreensão de
um programa. Entretanto, saiba que o recurso demonstrado foi de um modelo
específico de CP e que cada fabricante define uma forma particular de transfor-
mar o sinal analógico em valores compreensíveis de grandezas físicas, utilizadas
pelo programador, sendo que um recurso bastante utilizado é o bloco funcional.
tanque
sensor de nível
10.000 litros 4 a 20 mA
CLP
sinal Al 1
analógico
0V
A conversão dos valores de litros para corrente deve ocorrer de forma propor-
cional. Acompanhe a análise gráfica dessas grandezas.
5.000 12 8
16
8
0 4 0
Máximo 10.000 16
A saber 5.000 X
Não se esqueça de que esse valor de amplitude deve ser somado ao valor ini-
cial da escala, que é 4 mA, para que se obtenha o valor do sinal analógico que será
enviado ao CP.
Assim, 8 mA na escala da amplitude será equivalente a 12 mA ( 8 + 4 ) na escala
do sinal analógico.
Resumindo, um nível de 5.000 litros no tanque será convertido num sinal de 12
mA pelo sensor de nível e enviado ao CP.
8 CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
247
Como nosso CP possui 12 bits, ele poderá representar do número 0 até o nú-
mero 4.095, sendo que o número 0 será interpretado pelo CP quando este receber
um sinal analógico de 4 mA e o número 4.095, quando o CP estiver recebendo 20
mA.
Caso o CP utilizado possua o recurso de configuração de fundo de escala, não
é necessário se preocupar, pois é possível determinar os valores de corrente pro-
porcionais à grandeza que se está manipulando, como demonstrado na figura a
seguir.
Note que é a mesma tela utilizada anteriormente. No entanto, nesse caso, ape-
nas foi alterado o sinal para 4 a 20 mA.
Assim:
4 mA = 0
20 mA = 10000 (fundo de escala)
Enfim, estudamos bastante até aqui sobre programação de CP. Mas e se tivés-
semos que selecionar um CP para alguma aplicação? O que deveríamos levar em
consideração? É o que vamos ver a seguir.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
248
Para que possamos fazer a escolha mais adequada de um CP, ou seja, a escolha
de hardware e software, o técnico deve conhecer as diversas opções existentes no
mercado, sempre levando em consideração as necessidades da sua aplicação. Por
exemplo, você quer fazer o controle do fluxo da caixa d’água de um prédio, o que
podemos considerar como um controle simples.
Nesse caso, deveríamos selecionar um CP de alta capacidade do tipo modular
ou um CP de pequeno porte, como vemos na figura a seguir.
Percebe-se, de uma forma geral, que nesse caso a escolha que atende à aplica-
ção é o CP de pequeno porte, o mais indicado para aplicações simples.
Podemos dizer que as características de hardware são aquelas que estão liga-
das à construção, como, por exemplo, de modularidade, IHM, tipo de módulos,
quantidade de entradas e de saídas.
Já as características de software estão ligadas aos recursos de programação,
como, por exemplo, se o software obedece às linguagens da norma IEC 61131-3
ou mesmo se o ele é de fácil programação.
Vejamos a seguir algumas recomendações que devem ser observadas para a
seleção de hardware e software, de acordo com determinada aplicação.
Para começar, vejamos as características a serem avaliadas quanto ao hardware:
1) Tipo de CP:
• modular;
8 CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
249
• monobloco;
• com ou sem IHM;
• facilidade de manutenção (itens de estoque).
2) Seleção do rack
• de acordo com número de slots.
3) Seleção das fontes de alimentação:
• valor da tensão de entrada/saída; e
• valor da corrente máxima de saída.
4) CPU
• tensão de alimentação;
• capacidade de memória;
• capacidade de processamento;
• tipo de comunicação com terminal de programação;
• autodiagnose (capacidade de sinalizar falhas e indicar possível solução);
e
• possibilidade de comunicação de rede industrial.
5) Módulos de entradas e de saídas
• tipo de entrada e de saída (ex. analógica ou digital);
• tensão auxiliar de alimentação;
• quantidade de entradas e saídas;
• tipo de entrada e de saída digital (P ou N );
• tipo de entrada e de saída analógica (Ex. 4 a 20 mA ou 0 a 10 V );
• resolução de módulo analógicos ( Ex. 8, 12 ou 16 bits);
• possibilidade de “troca a quente” dos cartões (capacidade de fácil inser-
ção/extração dos módulos do CLP com o equipamento ligado e operan-
do);
• isolação óptica de entradas e de saídas (proteção da eletrônica fina do
CLP em relação aos circuitos exteriores).
6) Módulo de comunicação de rede industrial
Para que os CPs se comuniquem em um ambiente industrial, a sua CPU
pode vir de fábrica com uma conexão para uma rede industrial específica.
No entanto, quando essa não vem de fábrica, é comum adicionar módulos
especiais de rede industrial.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
250
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
Neste capítulo estudamos a norma IEC 61131-3 e vimos que ela teve gran-
de importância na padronização de linguagens de programação.
Aprendemos que são cinco as linguagens padronizadas: Lista de Instru-
ções, Texto Estruturado, Ladder, Sequenciamento Gráfico de Funções e
Diagrama de Blocos Funcionais.
Vimos ainda que é possível simular e monitorar um programa antes de uti-
lizá-lo em situações práticas.
Estudamos as instruções de temporização, set-reset e de contagem, muito
utilizadas em conjunto com a linguagem Ladder, além das funções de com-
paração e a aritmética.
Estudamos também que a norma IEC 61131-3 possibilitou estruturar e mo-
dularizar a programação dos CPs, definindo para sua elaboração as unida-
des organizacionais de programas (POUs), que são: PROGRAMA, BLOCO
FUNCIONAL E FUNÇÃO.
Vimos um pouco mais sobre sinais analógicos, estudando como eles são
tratados dentro de um CP.
Aprendemos que, para a especificação de um CP, devemos observar diver-
sos itens de hardware e software, conhecendo-os melhor por meio de con-
sultas a catálogos e a manuais de fabricantes.
Enfim, chegamos ao final dos estudos sobre Controladores Programáveis.
Você deve ter constado que o assunto é bastante extenso e, portanto, seu
aprendizado não deve se limitar apenas aos conceitos aprendidos aqui. En-
tão, continue sempre buscando aprender mais.
8 CONTROLADORES PROGRAMÁVEIS
253
Anotações:
Sistema supervisório
9.2 AUTOMAÇÃO
Supervisão
Controlador
CLP
Entradas Saídas
Sensores Atuadores
Processo
Sempre que formos criar nosso sistema supervisório, não podemos nos esque-
cer do principal usuário desse sistema: o OPERADOR.
Neste capítulo, trataremos das facilidades que podemos proporcionar ao ope-
rador do sistema, se nos atentarmos a alguns detalhes no momento da criação da
devida aplicação.
Atendendo a essa exigência, as telas do sistema devem ser bem dimensiona-
das e seus elementos e animações devem seguir certa coerência quanto à quan-
tidade e à parametrização.
O usuário e o operador devem se sentir confortáveis para operarem o sistema.
Assim, para lembrar que um sistema supervisório, IHM ou SCADA, é criado para
FACILITAR o controle e a operação do processo, estude com bastante atenção o
item a seguir.
No item 9.9, “Criando o supervisório”, você verá algumas dicas importantes so-
bre a criação das tags, como padronizá-las e como escolher nomeá-las de maneira
que facilite a programação.
Agora que você já conhece sobre tags, veremos como estabelecer a comuni-
cação entre supervisório e equipamentos de campo, utilizando os seus códigos.
Quanto ao procedimento que será tratado neste item, não direcionamos nos-
so estudo para um fabricante específico, pois durante sua vida profissional você
irá se deparar com dezenas de fabricantes, marcas e modelos de supervisórios e
IHMs.
Porém, os tipos de tela, figuras, botões, menus são de uso padrão para a maio-
ria dos softwares de programação.
Basta você saber quais são e onde estão as ferramentas de programação e de
criação de tela no software que você está utilizando.
Vamos chamar essa sequência de ações para criação de telas de: MANUAL DE
BOAS PRÁTICAS PARA CRIAÇÃO DE TELAS.
Assim, antes de iniciar sua primeira aplicação, leia o pequeno manual a seguir.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
266
A tela não deve conter uma quantidade exagerada de elementos gráficos, pois
a visualização desses elementos pode ser prejudicada, caso a tela esteja desba-
lanceada. Observe a Figura 145.
Caso você tenha uma planta industrial muito complexa, com dezenas de sen-
sores, atuadores, máquinas ou processos, opte por dividir a visualização desse
elementos em mais de uma tela. Veja na Figura 146 como isso pode ser feito.
9 SISTEMA SUPERVISÓRIO
267
Observe na Figura 146 que a tela contém, agora, menos elementos gráficos e
que a leitura de instrumentos está feita de maneira mais clara para o entendimen-
to do usuário.
A tela deve conter caracteres com diversas formas e tamanhos, além de repre-
sentações gráficas dinâmicas (animações).
Quando for apresentar uma informação na tela, ela pode vir de diversas ma-
neiras, por exemplo, por meio de gráficos, textos ou barras, fazendo com que te-
nhamos redundância na informação.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
268
Crie uma barra de menu de navegação em que o usuário tenha acesso rápido
às principais telas e funções do supervisório.
A função principal desse menu é facilitar a navegação do usuário entre as dife-
rentes telas e janelas do supervisório, não precisando retornar às telas abertas ou
fechar várias janelas para abrir outra.
Veja nas figuras abaixo dois exemplos de menus de navegação.
9 SISTEMA SUPERVISÓRIO
269
Esse tipo de acionamento direto deve ser feito nos elementos cuja manipula-
ção (ligar e desligar) ocorre com grande frequência ou cuja ligação indevida não
oferece riscos ao produto ou às pessoas.
No exemplo da Figura 150, a válvula FCV 1000 é ligada de maneira manual
sempre que o operador precisa medir o nível de água de um determinado tanque
(acionamento constante) e, caso seja acionada no momento errado, não prejudi-
cará a produção e não oferecerá riscos às pessoas.
Veja agora um exemplo de acionamento indireto de equipamentos via super-
visório.
Acionamento indireto:
• ao clicar no ícone do elemento a ser operado, ele NÃO atuará imediatamen-
te. Outra janela se abrirá, solicitando a confirmação dessa operação.
Veja na Figura 151 o acionamento indireto de uma válvula, por exemplo.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
272
Assim, você tem duas opções: apague o alarme da lista ou modifique a cor do
texto. Por exemplo: alarme ativo – texto de cor vermelha e alarme inativo – texto
na cor azul.
Para ilustrar uma tela com alarmes, veja a Figura 153 a seguir:
Faça uma tela que seja possível para ao usuário criar e observar gráficos. Estes
gráficos podem ser indicadores de diversas variáveis do processo e podem ser
utilizados pelas equipes de operação, manufatura, qualidade, manutenção, pela
gerência, entre outras áreas da empresa.
Esses indicadores podem ser exemplificados por:
• quantidade de peças produzidas;
• horas trabalhadas no dia, semana, mês, ano;
• peças de refugo (não aproveitadas);
9 SISTEMA SUPERVISÓRIO
275
Sempre que possível, crie telas com mais de uma função. Isso pode ser mais
frequente em pequenas aplicações nas quais o processo pode ser mais simples.
Dessa maneira, a aplicação fica mais compacta e o operador pode ganhar tem-
po na execução das diversas funções do processo.
Veja na Figura 156 um exemplo de uma tela multifunção:
2 SINÓTICO
RECAPITULANDO
10
1 SISTEMA MES - De acordo com a Figura 159, temos, no primeiro nível, os elementos de cam-
MANUFACTURING
EXECUTION SYSTEM
po como válvulas, sensores e atuadores. No segundo nível, demarcado na figura
como nível de controle, encontramos os CLPs, PCs industriais e CNCs. E, no último
Sistema de gerenciamento nível, o de gerência, encontramos computadores, sistemas supervisórios e CLPs
da produção que fornece
informações precisas e em de grande porte.
tempo real.
As redes de comunicação industrial são importantes dentro de um contexto
mais amplo que é a área de automação industrial. Por isso, cuidado para não con-
2 SISTEMA ERP - ENTERPRISE fundir os níveis hierárquicos das redes de comunicação com os níveis hierárqui-
RESOURCE PLANNING cos da pirâmide de automação industrial, que apresenta um contexto semelhan-
te, porém com mais níveis.
Sistema de gestão
empresarial que integra Para que fique mais clara a relação entre eles, observe, na Figura 160, a pirâmi-
vários departamentos para o
gerenciamento de recursos, de de automação industrial.
dados e processos.
Nível 5:
Administração de recursos da empresa. Neste nível Gerenciamento
encontram - se software para gestão de vendas e financeira. Corporativo
Mainframe
Workstation
Gerenciamento
Corporativo Administração de recursos da empresa. Neste nível
Mainframe encontram - se software para gestão de vendas e financeira.
Nível 4:
Ethernet TCP/IP
OPC Nível responsável pela programação e pelo
Gerenciamento de planta
DDE, DCOM planejamento de produção, realizando o controle,
Workstation agendamento e a logistica de suprimentos.
Nível 3:
Ethernet TCP/IP
OPC
Supervisão Permite a supervisão e otimização de processo.
DDE, DCOM
normalmente possui banco de dados com
Nível 2: Workstation, PC, IHM
informações relativas ao processo.
ControNet
Ethernet IP
Foundatiom - HSE Nível onde se encontram os
OPC, Modbus Controle
equipamentos que executam controle
Profibus FMS, DP, ProfiNet automático centralizado ou não das
CLP, PC, CNC, SDCD
atividades da planta.
Nível 1:
Fieldbus H1 Nível do chão de fábrica, máquinas e
CAN,
componentes da planta. Neste nível
Profibus DP, PA
HART Dispositivos de campo, sensores e atuadores também se encontram os equipa -
AS - i mentos que executam controle
automático distribuído.
Computador
CLP
Terminador
Acoplador
DP/PA
Inversor Inversor
Atuadores Válvula
de de
pneumáticos proporcional
frequência 1 frequência 2
HUB HUB
Computador
Computador
Junction
box
EEE EEE
EEEEEEE EEEE EEEEEEE Válvula
E E E
EEE
EEEEEEE Válvula
E
EEEEEE EEEE
Essa figura ilustra as topologias tipo barramento, ponto a ponto e estrela as-
sociadas.
Bem, depois de tantos conceitos sobre topologias de redes, você pode estar se
perguntando: “Qual o melhor sistema que eu posso utilizar?”
A resposta não é simples, pois depende de vários fatores como: quantidade
de dispositivos, extensão da rede, nível de automação desejado, recursos dispo-
níveis, entre outros.
Para facilitar a escolha entre as diferentes topologias apresentadas, fizemos, na
tabela a seguir, uma comparação com as principais vantagens e desvantagens de
cada topologia. Observe.
10 REDES DE COMUNICAÇÃO INDUSTRIAL
291
• confiabilidade;
• problemas difíceis de isolar.
• facilidade de expansão.
• Cabos por par trançado sem blindagem: conhecido como UTP, do inglês
Unshielded Twisted Pair, bastante utilizado em redes domésticas e também
em redes industriais devido ao baixo custo, à facilidade de manuseio e de
instalação. Permite taxas de transmissão de até 100 Mbps. No entanto, não
deve ser utilizado em ambientes que possuem fontes de interferência ele-
tromagnéticas.
A Figura 170 mostra um cabo de par trançado UTP com conector RJ45, bastan-
te utilizado em redes de comunicação.
• Cabos por par trançado blindado: conhecido com STP, do inglês Shield
Twisted Pair, é similar ao cabo UTP. A única diferença é que possui uma blin-
dagem eletromagnética feita por uma malha metálica que permite sua utili-
zação em ambientes com fontes de interferências eletromagnéticas.
A Figura 171 mostra os detalhes construtivos de um cabo de par trançado blin-
dado.
Outro meio físico bastante utilizado são os cabos coaxiais que possuem uma
malha de aterramento que envolve o cabo e o tornam bastantes imunes a ruídos
eletromagnéticos.
Eles são formados por dois condutores concêntricos separados por um ele-
mento isolante. A camada exterior também é um material isolante. Observe a Fi-
gura 172.
Capa protetora
Trança metálica
Capa isolante
Alma de cobre
Cabo multimodo
62.5/125 micrometros
Fibra ótica
Maior
DISTÂNCIA*
MEIO SINALIZAÇÃO BITRATE (MAX.)
(P. BITRATE MAX.)
Digital 2 Gbps 1 km
Cabo coaxial
Analógica 3 Mbps 100 km
1 Gbps 100 km
Fibra ótica Digital
1 Tbps 1 km
50 Mbps (telecom.) 1000 km
VLF, LF, MF
Rádio 50 Kbps (celular) 50 km
Microwave
54 Mbps (rede) 100 m
* Sem repetidores
NTERFACE
Observando a Figura 178, vemos o metre AS-i conectado aos escravos pelo
cabo em uma topologia do tipo barramento. Note que cada escravo é constituído
por um módulo que possui 4 canais de entrada ou saída, identificadas na figura
por E/S. Portanto, em cada escravo é possível ligar até 4 elementos que podem
ser sensores ou atuadores. A rede toda pode comportar um total de 124 entra-
das/saídas (E/S), sendo que o mestre demora cerca de 5 ms para varrer todos os
elementos.
10 REDES DE COMUNICAÇÃO INDUSTRIAL
301
A Figura 179 mostra a modulação de um sinal HART em FSK (a) e o sinal modu-
lado sobreposto ao sinal de 4 a 20 mA(b).
A topologia do protocolo HART é do tipo ponto a ponto, por meio de par tran-
çado de até 3000 metros. No entanto, é necessário verificar se a resistência do
cabo em grandes comprimentos não acarreta atenuações ou distorções do sinal.
O protocolo emprega o método mestre/escravo, no qual é possível utilizar até
dois mestres, sendo o primeiro um CLP ou computador e o mestre secundário,
normalmente, um terminal de calibração e configuração chamado de hand-held,
ou programadores de mão. O tempo médio gasto para aquisição de dados é de
378,5 ms com uma taxa de transmissão de 1200 bps.
10 REDES DE COMUNICAÇÃO INDUSTRIAL
303
Protocolo HART
Computador
modem
4 - 20 mA
10.3.3 MODBUS
Esse protocolo foi desenvolvido em 1971 pela MODICON INC. visando a comu-
nicação entre controladores, atuadores e sensores. Tornou-se um padrão indus-
trial em 1980 e atualmente é um protocolo proprietário da Schneider Electric que
optou por uma licença sem royalties e colocou as especificações e normas que
definem o Modbus em domínio público.
O protocolo MODBUS se enquadra ao padrão OSI nos níveis 1, 2 e 7 da seguin-
te forma:
Nível 1 (camada física): normalmente implementado utilizando o RS232 na to-
pologia ponto a ponto e RS485 na topologia barramento multiponto;
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
304
10.3.4 PROFIBUS
Taxa de
31,25 Kbits/s 9,6 a 12000 Kbits/s 9,6 a 1500 Kbits/s 9,6 a 12000 Kbits/s
Transmissão
Fibra de Vidro
Multímodo ou
Cabeamento STP STP STP - 4 FIOS
monomodo,
plástico.
Opcional Opcional Opcional
Opcional
Alimentação (cabo do (cabo do aciona- (cabo do aciona-
(linha híbrida)
sinal) mento) mento)
Estrela e anel,
Barramento
Topologia Barramento Barramento barramento
e/ou árvore
também possível
32 por 32 por segmento 32 por segmento
Número de
segmento, sem repetidor, sem repetidor, 126 por rede
estações
126 por rede 126 com repetidor 126 com repetidor
10 REDES DE COMUNICAÇÃO INDUSTRIAL
307
PROFIBUS DP
PROFIBUS PA
PROFIBUS FMS
PROFINet
PROFISafe
Do inglês Profibus for safe, é baseado nos padrões para aplicações com segu-
rança orientada, determinando mecanismos de comunicação segura entre peri-
féricos.
10 REDES DE COMUNICAÇÃO INDUSTRIAL
309
PROFIDrive
Nível Internet
gerencial
Gateway
PROFINet
Nível de Válvula
Inversor de Inversor de
campo frequência 1 frequência 2
Transmissor de Transmissor de
pressão temperatura
CASOS E RELATOS
RECAPITULANDO
11
Neste capítulo, iremos aprender mais sobre comissionamento e validação, assuntos que co-
meçamos a ver no capítulo 11 do livro sobre instalações de sistemas eletroeletrônicos indus-
triais. Agora há a oportunidade de nos aprofundarmos um pouco mais.
Veremos que a validação ocorre, normalmente, em decorrência do comissionamento e,
para isso, demonstraremos uma sequência para a partida de um novo sistema industrial.
Aprenderemos que o aconselhável, principalmente em novas construções e montagens, é
realizar a validação em várias etapas, de acordo com o andamento do comissionamento. Isso
irá gerar validações parciais a serem registradas em documentos, definidos de comum acordo
entre a empresa que contratou a execução do projeto, chamada de contratante, e a empresa
contratada para executá-lo.
Para iniciar, é importante saber que as nomenclaturas e alguns conceitos que serão apre-
sentados neste capítulo podem variar de empresa para empresa devido à diversidade em prá-
ticas de comissionamento adotadas por elas.
PROJETO DE SISTEMAS ELETROELETRÔNICOS INDUSTRIAIS
314
11.4 CONDICIONAMENTO
3 CANTEIRO DE OBRAS Dessa forma, esses testes são muito importantes na etapa de condicionamen-
to de um sistema industrial, pois garantem o funcionamento do equipamento
Instalações construídas
em caráter provisório que antes que seja instalado, evitando possíveis atrasos.
têm por objetivo apoiar
a implementação de
construção e montagem
de um projeto. Nesse
local concentram-se, 11.4.2 INSPEÇÕES DE RECEBIMENTO
por exemplo, escritórios,
almoxarifado, depósito
entre outros. Muitos são os materiais e equipamentos recebidos no canteiro de obras3 para
a montagem de um sistema industrial. E para que eles sejam devidamente con-
trolados, precisamos inspecionar os itens comissionáveis no instante em que são
entregues, comparando se estão conforme as especificações de compra em ter-
mos quantitativos e qualitativos (Figura 185). Ou seja, devemos checar se a quan-
tidade recebida está correta e se há algum dano causado a esses equipamentos
por um mau armazenamento e transporte.
11.4.3 PRESERVAÇÃO
11.4.4 CALIBRAÇÃO
Nesse momento, o sistema industrial irá partir sob condições próximas das
reais de operação, para que seja analisado se está tudo conforme as especifica-
ções de projeto. Esse teste também é conhecido como de aceitação de perfor-
mance.
Por segurança, inicialmente, recomenda-se que seja feito uma primeira partida
com um material de produção seguro, ou seja, um material que substitua de for-
ma semelhante ao que será utilizado concretamente na produção, pois se houver
algum problema, não ocasionará nenhum dano às pessoas nem ao equipamento.
Apenas depois de concluída satisfatoriamente a partida com material seguro
é que devemos inserir nos equipamentos o material real a ser produzido. É nesse
instante que ocorre a primeira partida da máquina conhecida como start-up.
Os testes devem ser acompanhados por meio de documentos como check-list,
avaliando o correto funcionamento ou não dos equipamentos que compõem
todo o sistema. Na conclusão, um documento deve validar os testes operacionais,
o que irá caracterizar a sua aceitação por parte da contratante, dando condições
para início da operação assistida e da transferência das operações, assunto que
veremos a seguir.
11 COMISSIONAMENTO E VALIDAÇÃO DE PROJETOS INDUSTRIAIS
323
CASOS E RELATOS
O caso e relato a seguir, apresenta uma empresa siderúrgica onde está sen-
do realizada a execução de modernização em um dos seus equipamentos
industriais. Nesse contexto veremos o que uma falha no processo de comis-
sionamento pode causar.
O projeto de modernização começou há 2 anos e, em paralelo à sua execu-
ção, foi sendo desenvolvido o processo de comissionamento e validações.
Tudo transcorria de acordo com o planejado, até o momento em que se ini-
ciou a fase de testes operacionais e no instante que o equipamento deveria
executar o corte de uma chapa metálica, ele não funcionou como previsto.
Além disso, causou um acidente operacional com diversos danos ao equi-
pamento.
A equipe de comissionamento interrompeu os testes operacionais para in-
vestigar a causa da falha e constatou que tudo aconteceu porque um dos
sensores não foi fixado corretamente, soltando-se, assim, da base. Esse aci-
dente gerou um atraso significativo no start-up do equipamento.
Essa mesma equipe de comissionamento analisou os registros de valida-
ções que ocorreram durante o condicionamento e verificou que o tal sen-
sor não constava na lista de itens comissionáveis, logo não houve uma ins-
peção.
Enfim, a equipe efetuou a troca do sensor e, após três dias de conserto do
equipamento, foi realizado com sucesso o seu start-up. Contudo, podemos
perceber que a falha em um simples sensor pode causar atrasos, prejuízos
e até acidentes e que tudo isso pode ser evitado, caso haja uma maior aten-
ção por todos envolvidos no comissionamento de um projeto industrial.
RECAPITULANDO
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 1219: Fluid power systems and components
- graphical symbols and circuit diagrams - part 1: graphical symbols for conventional use and data-
processing applications. Rio de Janeiro, 2012.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 1219: Fluid power systems and components
- graphical symbols and circuit diagrams - part 2: circuit diagrams. Rio de Janeiro, 2012.
ALTUS. Disponível em: <www.altus.com.br>. Acesso em: 01 de agosto de 2013.
CASSIOLATO, Cesar. Redes Industriais. Disponível em: <http://www.smar.com/brasil/
artigostecnicos/artigo.asp?id=48>. Acesso em: 23 de janeiro 2014.
CASSIOLATO, Cesar. Tecnologia Profibus. Disponível em: <http://www.smar.com/brasil/
artigostecnicos/artigo.asp?id=103>. Acesso em: 23 de janeiro de 2014.
FRANCHI, Claiton Moro; CAMARGO, Valter Luís Arlindo de. Controladores lógicos programáveis:
sistemas discretos. 2. ed. São Paulo: Érica, 2009.
FESTO Automação. Sistemas eletropneumáticos. São Paulo, 2001.
GILBERTO FALCONE, AURIO. Eletromecânica vol. 1 e 2. 1ª ed. São Paulo: Edgar Blucher, 1979,
reimpresso em 2009.
HASEBRINK, J. P.. Manual de pneumática: fundamentos. Atibaia - SP: Rexroth Bosch, 1990. V.1.
LUGLI , Alexandre Baratella; SANTOS, Max Mauro Dias. Redes Industriais para Automação
Industrial: AS-I, PROFIBUS e PROFINET. São Paulo: Érica, 2010.
L. KOSOW, IRVING. Máquinas elétricas e transformadores. 15ª ed. Rio de Janeiro: Globo, 2005.
MARTIGNONI, Afonso. Máquinas elétricas de corrente contínua. 5ª ed. Rio de Janeiro: Globo,
1987.
MÜLLER, Rolf. Neumatica: Teoria y práctica. Germany: Rexroth Bosch Group, 2006.
MOREIRA, Ilo da Silva. Comandos elétricos de sisitemas pneumáticos e hidráulicos. São Paulo:
SENAI-SP, 2012.
PERAGALLO TORREIRA,RAUL. Manual Básico de Motores Elétricos. 2ª ed. Rio de Janeiro: Antenna,
1980.
SILVA, Clodoaldo. O controlador lógico programável. Disponível em: <http://www.
clubedaeletronica.com.br>. Acesso em: 10 abr. 2013.
STEMMER, M.R. Redes locais industriais: a integração da produção através das redes de
comunicação. São Paulo: Editora UFSC, 2010.
SEIXAS FILHO, C. Profibus - Process Fieldbus. 2004a. Disponível em: <http://www.cpdee.ufmg.
br/~seixas/PaginaSDA/Download/DownloadFiles/R3_Profibus.pdf>. Acesso em 23 de janeiro 2014.
SEIXAS FILHO, C. Introdução ao Protocolo HART. 2003a. Disponível em: <http://www.cpdee.
ufmg.br/~seixas/PaginaSDA/Download/DownloadFiles/Hart.pdf>. Acesso em 23 de janeiro 2014.
WEG. Manual Weg de motores elétricos. Ed. Out/2004. Jaraguá do Sul, SC: Publicação WEG
Indústrias S.A., 2004.
WEG. Manual de instalação e manutenção de motores de corrente contínua. Ed. Fev/2003.
Jaraguá do Sul, SC: Publicação WEG Indústrias S.A., 2003.
WEG. Especificação de motores elétricos. Ed. Dez/2011. Jaraguá do Sul, SC: Publicação WEG
Indústrias S.A., 2011.
WEG. Manual de Automação contatores e reles de sobrecarga. Jaraguá do Sul, SC: Publicação
WEG Indústrias S.A.
WEG. Manual Weg: Módulo 1 – Comando e proteção. Weg Indústrias SA. Centro de treinamento de
clientes. Jaraguá do Sul, SC. Código tr_CTC-238 – P3. s/ano.
ANEXOS
ANEXO 1
Não protegido
0 IP 00 IP 01 IP 02
Protegido contra objetos sólidos
com O maior que 50mm 1 IP 10 IP 11 IP 12
Protegido contra objetos sólidos
com O maior que 12mm 2 IP 20 IP 21 IP 22 IP 23
1o Numeral
ANEXO 2
ANEXO 4
Operadores padrões para linguagem de lista de instruções segundo a norma IEC 61131-3.
OPERADOR DESCRIÇÃO
LD Mnemônico da palavra LOAD – carrega o operando para o acumulador
Mnemônico da palavra STORE – envia o conteúdo do acumulador para
ST
um local definido pelo operando
AND Função “E”
OR Função “OU”
XOR Função “OU-EXCLUSIVO”
S Mnemônico de SET
R Mnemônico de RESET
GT Compara maior que
GE Compara maior ou igual
EQ Comparação igual
NE Comparação diferente
LE Comparação menor ou igual
LT Comparação menor
JMP Salto
CAL Chamada
RET Retorno de função ou bloco funcional
) Executa o último operador adiado
ANEXO 5
Operadores padrões para linguagem de texto estruturado segundo a norma IEC 61131-3
OPERADOR DESCRIÇÃO
(...) Expressão com parênteses
Função (...) Lista de parâmetros de uma função
** Exponenciação
- Negação
NOT Complemento booleano
* Multiplicação
/ Divisão
MOD Operador de módulo
+ Soma
- Subtração
Comparação
= Igualdade
Desigualdade
AND,& E booleano
XOR OU Exclusivo booleano
OR OU Booleano
MINICURRÍCULO DOS AUTORES
Paulo André dos Santos é Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do ABC.
Tem formação como Técnico em Eletroeletrônica e como Tecnólogo em Mecatrônica, pelo SENAI.
Atuou em empresas na área de Eletrônica como Técnico de Laboratório por 5 anos e na área de
Automação Industrial por mais 4 anos. Atua como docente no SENAI-SP desde 2008, onde mi-
nistra aulas em diversas unidades curriculares da área de Eletroeletrônica em cursos técnicos de
Eletrônica e de Automação Industrial.
Paulo Paz é técnico em Eletrotécnica industrial e projetista de instalações elétricas industriais.
Atuou em empresa de transportes ferroviários como técnico em manutenção de motores de Cor-
rente Continua, quando foi responsável pela manutenção do sistema de tração elétrica. No SENAI
SP, atua como instrutor de ensino técnico desde 1986, ministrando aulas na área de Eletroeletrô-
nica. Participou da elaboração da função “Instrutor técnico” pela CBO como especialista da área
elétrica, Atualmente, participa da equipe do curso técnico em Eletroeletrônica e Telecomunica-
ções da escola SENAI Roberto Simonsen.
Wilson Donizeti Fernandes é profissional com Mestrado em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Paulista - UNIP, Especialização em Automação Industrial pela Universidade de São Paulo
- USP, Graduação em Tecnologia Elétrica - Modalidade Eletrônica pelo Mackenzie e com formação
Técnica em Mecânica de Precisão pela Escola SENAI Suiço Brasileira. Experiência profissional como
docente de 18 anos e na indústria de 8 anos. Sólidos conhecimentos em Automação Hidráulica e
Pneumática, Metrologia Industrial e Instrumentação Industrial. Exercicio de docência nas seguintes
disciplinas pelo SENAI e Fatec Osasco: Hidráulica Industrial, Pneumática Industrial, Eletro-Hidráu-
lica, Eletropneumática, Hidráulica Proporcional, Controladores Lógicos Programáveis, Metrologia
Industrial, Instrumentação Industrial, AutoCAD 2D, Inventor e SolidWorks.
ÍNDICE
acoplamento 50, 51
booleana 224
booleano 224
flange 68
flanges 68
mnemônico 230
mnemônicos 230
Diana Neri
Coordenação Geral do Desenvolvimento dos Livros
i-Comunicação
Projeto Gráfico