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Aula 08

Direito Penal p/ PC-MS (Delegado) - Com videoaulas


Professor: Renan Araujo
DIREITO PENAL P/ PC-MS (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula 08 Ð Prof. Renan Araujo
AULA 08: DOS CRIMES CONTRA O PATRIMïNIO.
SUMçRIO
1 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMïNIO .................................................................. 3
1.1 Do furto ......................................................................................................... 3
1.1.1 Furto ............................................................................................................3
1.1.2 Furto de coisa comum .................................................................................. 11
1.2 Do roubo e da extors‹o ................................................................................ 12
1.2.1 Roubo ........................................................................................................ 12
1.2.2 Extors‹o ..................................................................................................... 16
1.2.3 Extors‹o mediante sequestro......................................................................... 18
1.3 Da usurpa•‹o ............................................................................................... 20
1.3.1 Altera•‹o de limites...................................................................................... 20
1.3.2 Supress‹o ou altera•‹o de marca em animais .................................................. 21
1.4 Do dano ....................................................................................................... 22
1.4.1 Dano .......................................................................................................... 22
1.4.2 Introdu•‹o ou abandono de animais em propriedade alheia ............................... 23
1.4.3 Altera•‹o de local especialmente protegido...................................................... 24
1.4.4 A•‹o Penal .................................................................................................. 24
1.5 Da apropria•‹o indŽbita ............................................................................... 24
1.5.1 Apropria•‹o indŽbita..................................................................................... 24
1.5.2 Apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria ................................................................ 25
1.5.3 Extin•‹o da punibilidade ............................................................................... 27
1.5.3.1 Perd‹o judicial e princ’pio da insignific‰ncia .............................................. 28
1.5.4 Apropria•‹o de coisa havida por erro, caso fortuito ou for•a maior...................... 29
1.6 Do estelionato e outras fraudes ................................................................... 30
1.6.1 Estelionato .................................................................................................. 30
1.6.2 Estelionato previdenci‡rio ............................................................................. 33
1.6.3 Duplicata simulada ....................................................................................... 34
1.6.4 Abuso de incapazes ...................................................................................... 35
1.6.5 Induzimento ˆ especula•‹o ........................................................................... 35
1.6.6 Fraude no comŽrcio...................................................................................... 36
1.6.7 Outras fraudes ............................................................................................ 36
1.6.8 Fraudes ou abusos na funda•‹o ou administra•‹o de de sociedades por a•›es...... 37
1.6.9 Emiss‹o irregular de conhecimento de dep—sito ou warrant ............................... 39
1.6.10 Fraude ˆ execu•‹o .................................................................................... 39
1.7 Da recepta•‹o .............................................................................................. 40
1.8 Das disposi•›es gerais ................................................................................. 44
1.9 Crimes patrimoniais e crimes hediondos ...................................................... 45
2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES ............................................................... 45
3 SòMULAS PERTINENTES ..................................................................................... 54
3.1 Sœmulas do STF............................................................................................ 54

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3.2 Sœmulas do STJ ............................................................................................ 55
4 JURISPRUDæNCIA CORRELATA ........................................................................... 56
5 RESUMO.............................................................................................................. 58
6 EXERCêCIOS PARA PRATICAR ............................................................................. 67
7 EXERCêCIOS COMENTADOS................................................................................. 81
8 GABARITO ........................................................................................................ 107

Ol‡, meus amigos!

Hoje vamos estudar os crimes contra o Patrim™nio.

Trata-se de um tema de extrema import‰ncia, pois s‹o pontos da matŽria


com algum grau de complexidade e com posicionamentos jurisprudenciais
importantes, alguns deles BEM recentes. Tem, inclusive, sœmula
relativamente recente do STJ.

Nossa aula j‡ est‡ atualizada de acordo com a Lei 13.228/15, que


incluiu o par‡grafo 4¼ ao art. 171 do CP, e com a Lei 13.330/16, que
incluiu o ¤6¼ ao art. 155 do CP, bem como criou o art. 180-A.

Como a matŽria Ž extensa, em nosso resumo, ao final da aula,


vamos trabalhar apenas os delitos mais importantes.

Bons estudos!

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1 DOS CRIMES CONTRA O PATRIMïNIO
Os crimes contra o patrim™nio est‹o previstos nos arts. 155 a 183 do CP.
Estes delitos est‹o divididos em sete cap’tulos:
ü Do Furto;
ü Do Roubo e da Extors‹o;
ü Da Usurpa•‹o;
ü Do Dano;
ü Da Apropria•‹o IndŽbita;
ü Do Estelionato e outras fraudes;
ü Da Recepta•‹o

Existe ainda o cap’tulo VIII, mas este n‹o prev• figuras t’pico-penais,
apenas estabelece algumas regrinhas gerais aplic‡veis aos crimes contra o
patrim™nio.
Vamos estudar os crimes contra o patrim™nio dividindo-os de acordo com os
cap’tulos do CP, para aperfei•oarmos o aprendizado de voc•s!

1.1 Do furto

1.1.1 Furto
O bem jur’dico tutelado no crime de furto Ž APENAS o patrim™nio, ou
seja, o furto Ž um crime que lesa apenas um bem jur’dico. Entretanto, a Doutrina
Ž PACêFICA ao entender que n‹o se tutela apenas a propriedade, mas qualquer
forma de domina•‹o sobre a coisa (propriedade, posse e deten•‹o leg’timas)1.
Est‡ previsto no art. 155 do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
¤ 1¼ - A pena aumenta-se de um ter•o, se o crime Ž praticado durante o repouso
noturno.
¤ 2¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de um a dois ter•os, ou
aplicar somente a pena de multa.
¤ 3¼ - Equipara-se ˆ coisa m—vel a energia elŽtrica ou qualquer outra que tenha valor
econ™mico.
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
I - com destrui•‹o ou rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa;

1
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume 2. 5¼ edi•‹o. Ed. Revista dos Tribunais. S‹o
Paulo, 2006, p. 393. CUNHA, RogŽrio Sanches. Manual de Direito Penal. Parte Especial. 7¼ edi•‹o. Ed.
Juspodivm. Salvador, 2015, p. 233

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II - com abuso de confian•a, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
¤ 5¼ - A pena Ž de reclus‹o de 3 (tr•s) a 8 (oito) anos, se a subtra•‹o for de ve’culo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 6o A pena Ž de reclus‹o de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtra•‹o for de semovente
domestic‡vel de produ•‹o, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtra•‹o (Inclu’do pela Lei n¼ 13.330, de 2016)

SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por


qualquer pessoa.
SUJEITO Aquele que teve a coisa subtra’da.
PASSIVO
TIPO OBJETIVO A conduta prevista Ž a de subtrair, PARA SI OU
(conduta) PARA OUTREM, coisa alheia m—vel. O conceito de
Òm—velÓ aqui Ž Òtudo aquilo que pode ser movido de
um lugar para outro2 sem perda de suas caracter’sticas
ou funcionalidadesÓ. A coisa subtra’da n‹o pode ser de
propriedade do infrator, caso contr‡rio, n‹o h‡ furto,
podendo haver, se for o caso, EXERCêCIO
ARBITRçRIO DAS PRîPRIAS RAZÍES (art. 345 do
CP). Este Ž um crime comum e genŽrico. Nada impede
que, em determinadas circunst‰ncias, a subtra•‹o de
coisa m—vel alheia configure outro crime, como ocorre,
por exemplo, quando um funcion‡rio pœblico, no
exerc’cio de suas fun•›es, subtrai bem da
administra•‹o pœblico, hip—tese na qual teremos um
PECULATO-FURTO (art. 312, ¤1¡ do CP). A maioria
da Doutrina entende que a coisa n‹o precisa ter valor
econ™mico significativo (embora a aus•ncia de valor
significativo possa gerar a atipicidade da conduta por
aus•ncia de lesividade). CUIDADO! O cad‡ver pode
ser objeto do furto, desde que perten•a a alguŽm (ex.:
Cad‡ver pertencente a uma faculdade de medicina).
TIPO Dolo. N‹o se admite na forma culposa. O agente
SUBJETIVO dever‡ possuir o ‰nimo, a inten•‹o de SE APODERAR
DA COISA furtada. Essa inten•‹o Ž chamada de
animus rem sibi habendi.3 N‹o havendo essa
inten•‹o, sendo a inten•‹o somente a de usar a coisa
e logo ap—s devolv•-la, teremos o que se chama de

2
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 396
3
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 236/237

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FURTO DE USO, que NÌO ƒ CRIME4. Se o agente
pratica o crime para saciar a fome (furto famŽlico), a
Jurisprud•ncia reconhece a excludente de ilicitude do
estado de necessidade (art. 24 do CP), podendo, a
depender das circunst‰ncias, caracterizar atipicidade
por reconhecimento do princ’pio da insignific‰ncia.
CONSUMA‚ÌO E O momento da consuma•‹o do delito Ž muito discutido
TENTATIVA na Doutrina, havendo quatro correntes. O que voc•s
devem saber Ž que o STF e o STJ adotam a teoria
segundo a qual o crime se consuma quando o
agente passa a ter o poder sobre a coisa, ainda
que por um curto espa•o de tempo, ainda que n‹o
tenha tido a posse mansa e pac’fica sobre a coisa
furtada (teoria da amotio)5. A tentativa Ž
plenamente poss’vel.

A exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico


caracteriza crime imposs’vel? N‹o. O STF e o STJ possuem entendimento
pac’fico no sentido de que, neste caso, h‡ possibilidade de consuma•‹o do furto,
logo, n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel. O STJ, inclusive, editou o
enunciado de sœmula n¼ 567 nesse sentido.

4
Requisitos do furto de uso: a) inten•‹o, desde o in’cio, de devolver a coisa; b) a coisa n‹o pode ser
consum’vel (destrui•‹o com o uso); c) restitui•‹o ˆ v’tima logo ap—s o uso.
5
A Doutrina CLçSSICA desenvolveu quatro teorias, basicamente, para tentar explicar a consuma•‹o no
crime de furto:
a) Concretatio Ð Bastaria tocar a coisa para que o furto se consumasse.
b) Apprehensio rei Ð Bastaria que o agente segurasse a coisa para que o delito restasse consumado.
c) Amotio Ð O furto se consumaria com o deslocamento da coisa para outro lugar, ainda que sem a posse
mansa e pac’fica sobre a coisa.
d) Ablatio Ð O agente deveria transportar a coisa para outro local, devendo obter a posse mansa e pac’fica
sobre a coisa.

Contemporaneamente, contudo, a Doutrina e a Jurisprud•ncia desenvolveram, com base nestes conceitos,


tr•s correntes de entendimento sobre a consuma•‹o do furto:
1 Ð Bastaria a mera subtra•‹o da coisa, sua retirada do poder da v’tima, ainda que por breve espa•o de
tempo e sem transporte para outro local, ainda que a coisa seja retomada rapidamente em virtude
de persegui•‹o policial, sendo desnecess‡rio que a coisa saia da esfera de vigil‰ncia da v’tima.
2 Ð Bastaria a subtra•‹o da coisa, COM A RETIRADA da coisa da esfera de vigil‰ncia da v’tima, ainda que
n‹o houvesse a posse mansa e pac’fica.
3 Ð ƒ necess‡rio, para a consuma•‹o do furto, que haja a posse mansa e pac’fica sobre a coisa.

Atualmente, prevalece a PRIMEIRA CORRENTE, tanto no STF quanto no STJ. Vale ressaltar que alguns
Doutrinadores (seguidos pelo STJ) entendem que as teorias da apprehensio e da amotio dizem, ao fim e ao
cabo, a mesma coisa, e que ela corresponderia, atualmente, ˆ primeira corrente, sendo portanto, a teoria
atualmente adotada (Ver, por todos, HC 222.888/MG, Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA
TURMA, julgado em 16/12/2014, DJe 02/02/2015)

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O ¤1¡ prev• a majorante no caso de o crime ser praticado durante o
repouso noturno (aumenta-se de 1/3). H‡ diverg•ncia doutrin‡ria a respeito da
aplica•‹o desta majorante. Uns entendem que se aplica em qualquer caso, desde
que seja durante o per’odo de repouso noturno. Outros entendem que s— se aplica
se estivermos diante de furto em resid•ncia habitada.
O STJ entende que se aplica ainda que se trate de resid•ncia
desabitada ou estabelecimento comercial!6
O STJ sempre entendeu, ainda, que a majorante (repouso noturno) s— se
aplicaria ao furto SIMPLES. Entretanto, o entendimento mais recente Ž no
sentido de que tal majorante pode ser aplicada tambŽm ao furto
qualificado:

(...) 2. A causa de aumento prevista no ¤ 1.¡ do art. 155 do C—digo Penal, que se refere
ˆ pr‡tica do crime durante o repouso noturno - em que h‡ maior possibilidade de •xito
na empreitada criminosa em raz‹o da menor vigil‰ncia do bem, mais vulner‡vel ˆ
subtra•‹o -, Ž aplic‡vel tanto na forma simples como na qualificada do delito de furto.
Tal entendimento revela, mutatis mutandis, a posi•‹o firmada por este Sodal’cio no julgamento
do Recurso Especial Representativo de ControvŽrsia n.¼ 1.193.194/MG, de minha Relatoria, no
qual afigurou-se poss’vel o reconhecimento do privilŽgio previsto no ¤ 2.¼ do art. 155 do C—digo
Penal nos casos de furto qualificado (CP, art. 155, ¤ 4.¼), m‡xime se presentes os requisitos.
(...)
(HC 306.450/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
04/12/2014, DJe 17/12/2014)

O ¤2¡ prev• o chamado FURTO PRIVILEGIADO, que Ž aquele no qual o


rŽu Ž prim‡rio e a coisa Ž de pequeno valor, hip—tese na qual o Juiz pode substituir
a pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente
a pena de multa.
A Jurisprud•ncia vem entendendo como Òcoisa de pequeno valorÓ aquela
que n‹o ultrapassa um sal‡rio m’nimo vigente (cabendo ao Juiz, porŽm,
analisar cada caso).7

6
(...) 2. A causa especial de aumento de pena do furto cometido durante o repouso noturno pode
se configurar mesmo quando o crime Ž cometido em estabelecimento comercial ou resid•ncia
desabitada, sendo indiferente o fato de a v’tima estar, ou n‹o, efetivamente repousando.
3. Precedentes do Superior Tribunal de Justi•a.
4. Habeas corpus denegado.
(HC 191.300/MG, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 12/06/2012, DJe 26/06/2012)
7
(...)"Para a caracteriza•‹o do furto privilegiado um dos requisitos necess‡rios Ž o pequeno valor do bem
subtra’do, podendo o valor do sal‡rio m’nimo ser adotado, em princ’pio, como refer•ncia. Todavia,
esse critŽrio n‹o Ž de absoluto rigor aritmŽtico, cabendo ao juiz da causa sopesar as
circunst‰ncias pr—prias ao caso" (AgRg no HC 246.338/RS, Rel. Min. Marco AurŽlio Belizze, Quinta
Turma, DJe 15/02/2013; AgRg no REsp 1.227.073/RS, Rel. Min. Sebasti‹o Reis Jœnior, Sexta Turma, DJe
21/03/2012) 03. Habeas corpus n‹o conhecido. Concess‹o da ordem, de of’cio, para reconhecer a ocorr•ncia

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ƒ poss’vel, ainda, a aplica•‹o do privilŽgio ao furto qualificado, desde que:
¥ Estejam presentes os requisitos que autorizam o reconhecimento do
privilŽgio
¥ A qualificadora seja de ordem objetiva

Mais recentemente, o STJ pacificou a quest‹o e editou o verbete de sœmula


n¼ 511. Vejamos:

Sœmula 511 - ƒ poss’vel o reconhecimento do privilŽgio previsto no ¤ 2¼ do art. 155 do CP nos


casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o
pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

J‡ o ¤3¡ traz uma CLçUSULA DE EQUIPARA‚ÌO, estabelecendo que se


equipara a coisa m—vel a ENERGIA ELƒTRICA ou qualquer outra energia que
possua valor econ™mico.8

de furto privilegiado (CP, Art. 155, ¤ 2¼), e, em consequ•ncia, aplicar t‹o somente a pena de multa,
reconhecendo-se, em seguida, a extin•‹o da punibilidade pela ocorr•ncia da prescri•‹o da pretens‹o punitiva
do Estado.Ó
(HC 282.268/RS, Rel. Ministro NEWTON TRISOTTO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SC), QUINTA
TURMA, julgado em 04/12/2014, DJe 02/02/2015)
8
Sobre o furto de sinal de TV a cabo existe controvŽrsia na Doutrina e na Jurisprud•ncia.
Na Doutrina, existem os que defendem a tipicidade e os que defendem a atipicidade. N‹o vou me alongar
aqui, mas os que defendem a TIPICIDADE ora alegam que se trata de furto (art. 155, ¤3¼) ora alegam que
se trata do crime previsto no art. 35 da Lei 8.977/95, que tem um grande defeito: N‹o possui preceito
secund‡rio (previs‹o de pena).
De toda sorte, na jurisprud•ncia o STF decidiu que seria fato at’pico, pois n‹o poderia ser equiparado a
energia elŽtrica e o art. 35 da Lei 8.977/95 n‹o poderia ser utilizado.
O STJ, porŽm, julgava e continua julgando no sentido de que Ž fato t’pico, equiparado ao furto de energia
elŽtrica:
"(...) o sinal de TV a cabo pode ser equiparado ˆ energia elŽtrica para fins de incid•ncia do artigo 155, ¤ 3¼,
do C—digo Penal. Doutrina. Precedentes.
4. Recurso improvido.
(RHC 30.847/RJ, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 20/08/2013, DJe 04/09/2013)\"
H‡, contudo, decis›es no mesmo STJ entendendo que o fato n‹o se enquadraria no art. 155, ¤3¼ do CP:
(...) 2. A capta•‹o clandestina de sinal de televis‹o fechada ou a cabo n‹o configura o crime previsto no art.
155, ¤ 3¼, do C—digo Penal.
(...)
(AgRg no REsp 1185601/RS, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/09/2013,
DJe 23/09/2013)
Podemos definir, ent‹o, que a quest‹o est‡ relativamente pacificada no STF e controvertida no STJ
(pela atipicidade).

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CUIDADO! O crime de furto de energia elŽtrica s— ocorrer‡ se o agente se
apodera daquilo que n‹o est‡ em sua posse, daquilo que n‹o Ž seu. Se o
agente altera o medidor de Luz (fraude), haver‡ o crime de estelionato.9
O ¤4¡ e seus incisos, bem como o ¤5¡ do art. 155 estabelecem as hip—teses
em que o furto ser‡ considerado QUALIFICADO, ou seja, mais grave, sendo
previstas penas m’nimas e m‡ximas mais elevadas. Vejamos as hip—teses:
Destrui•‹o ou rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa10
Ð Aquela conduta do agente que destr—i ou rompe um obst‡culo
colocado de forma a impedir o furto11: Ex.: Quebra de cadeado. Se a
viol•ncia for exercida contra o pr—prio bem furtado, n‹o h‡ a
qualificadora (ex.: Quebrar o vidro do carro para furtar o pr—prio
carro12). 13
Abuso de confian•a, fraude, escalada ou destreza Ð No abuso de
confian•a o agente se aproveita da confian•a nele depositada, de
forma que o propriet‡rio n‹o exerce vigil‰ncia sobre o bem, por confiar
no infrator. Na fraude o infrator emprega algum artif’cio para enganar
o agente e furt‡-lo. N‹o se deve confundir com o estelionato. No
estelionato o agente emprega algum ardil, artif’cio para fazer com que
a v’tima lhe entregue a vantagem. Aqui o agente emprega o artif’cio
para criar a situa•‹o que lhe permita subtrair a coisa (ex.: Camarada
se veste de instalador da TV a Cabo para, mediante a engana•‹o
realizada, adentrar na casa e furtar alguns pertences). Na escalada o
agente realiza um esfor•o fora do comum para superar uma barreira
f’sica (ex.: Saltar um muro ALTO). Vale ressaltar, contudo, que a
Doutrina entende que a supera•‹o da barreira pode se dar de qualquer
forma, n‹o apenas pelo alto (ex.: Escava•‹o de um tœnel
subterr‰neo)14, desde que n‹o ocorra a destrui•‹o da barreira (Neste
caso, ter’amos a qualificadora do rompimento de obst‡culo). Na
destreza o agente se vale de alguma habilidade peculiar (ex.: Batedor
de carteira, que furta com extrema destreza, sem ser percebido). Vale
ressaltar que se a v’tima percebe a a•‹o, o agente responde por

9
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 155
10
N‹o se aplica, neste caso, o princ’pio da insignific‰ncia (STJ: AgRg no REsp 1428174/RS, Rel.
Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 17/09/2015, DJe 24/09/2015)
11
H‡ parcela da Doutrina que inclui, no conceito de obst‡culo, os c‹es de guarda.
12
Este Ž o entendimento doutrin‡rio e jurisprudencial MAJORITçRIO, embora existam decis›es do STF e do
STJ em sentido contr‡rio.
13
A jurisprud•ncia possui alguns julgados no sentido de que a quebra do vidro do carro para furtar objetos
deixados em seu interior n‹o qualificaria o furto. Contudo, o STJ pacificou a quest‹o em sentido
contr‡rio, ou seja, entendendo que tal conduta qualifica o furto (ÒA subtra•‹o de objetos localizados
no interior de ve’culo automotor, mediante o rompimento ou destrui•‹o do vidro do autom—vel, qualifica o
furto. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Ó
(EREsp 1079847/SP, Rel. Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SE‚ÌO, julgado em 22/05/2013, DJe
05/09/2013)
14
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 248

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tentativa de furto simples, e n‹o por tentativa de furto qualificado, pois
o agente n‹o agiu com destreza alguma, j‡ que sua a•‹o foi notada.15
Chave falsa Ð Aqui o agente pratica o delito mediante o uso de alguma
chave falsificada. O conceito de Òchave falsaÓ abrange: a) A c—pia da
chave verdadeira, mas obtida sem autoriza•‹o do dono16; b) uma
chave diversa da verdadeira, mas alterada com a finalidade de abrir
a fechadura; c) Qualquer objeto capaz de abrir uma fechadura
sem provocar sua destrui•‹o (pode ser um grampo de cabelo, por
exemplo). A LIGA‚ÌO DIRETA EM VEêCULO NÌO ƒ
CONSIDERADA CHAVE FALSA!
Concurso de pessoas Ð Nessa hip—tese o crime ser‡ qualificado se
praticado por duas ou mais pessoas em concurso de agentes. SE O
CRIME ƒ PRATICADO POR ASSOCIA‚ÌO CRIMINOSA (ANTIGA
QUADRILHA OU BANDO), o STJ entende que todos respondem
pelo furto qualificado pelo concurso de pessoas + associa•‹o
criminosa em concurso MATERIAL (Entende que n‹o h‡ bis in
idem).17
Furto de ve’culo automotor (¤ 5¡) que venha A SER
TRANSPORTADO PARA OUTRO ESTADO OU PARA O EXTERIOR Ð
Aqui se pune, com a qualificadora, aquele que furta ve’culo automotor
que Ž levado para longe (outro estado ou pa’s). Visa a punir mais
drasticamente aquelas pessoas ligadas ˆ m‡fia do desmanche de
ve’culos. CUIDADO! Se o ve’culo n‹o chegar a ser levado para outro
estado ou pa’s, embora essa tenha sido a inten•‹o, NÌO Hç FURTO
QUALIFICADO TENTADO, mas furto simples CONSUMADO, pois
a subtra•‹o se consumou.

Nos quatro primeiros casos a pena Ž de DOIS A OITO ANOS, e no œltimo


caso a pena Ž de TRæS A OITO ANOS.

CUIDADO! Muito se discutiu a respeito da possibilidade de aplica•‹o, ao furto,


da majorante prevista para o roubo, no que tange ao concurso de pessoas.
Isso porque o concurso de pessoas, no roubo, apenas Ž causa de aumento de
pena. J‡ no furto Ž causa que qualifica o delito (mais grave, portanto). Assim,

15
Parcela da Doutrina entende que se a v’tima somente percebeu a a•‹o depois de alertada por terceira
pessoa, o agente responderia por tentativa de furto qualificado pela destreza, pois o agente teria agido com
destreza, j‡ que a pr—pria v’tima, sozinha, n‹o percebeu.
16
O uso da pr—pria chave verdadeira (n‹o uma c—pia) n‹o qualifica o delito. PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p.
403
17
Ver AgRg no REsp 1404832/MS, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 25/03/2014,
DJe 31/03/2014

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boa parte da doutrina entendia que ao invŽs de aplicar a qualificadora o Juiz
deveria apenas aumentar a pena, valendo-se, por analogia, da causa de
aumento de pena do roubo. Isso, contudo, foi recha•ado pelo STJ, que editou
o verbete sumular de n¼ 442. Vejamos:
Sœmula 442 do STJ
ƒ inadmiss’vel aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante
do roubo.

Por fim, a Lei 13.330/16 acrescentou o ¤6¼ ao art. 155 do CP, com a seguinte
reda•‹o:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
¤ 6o A pena Ž de reclus‹o de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtra•‹o for de semovente
domestic‡vel de produ•‹o, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtra•‹o. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.330, de 2016)

O que a nova Lei fez foi estabelecer uma pena mais dura para o furto
desses animais. As raz›es para tanto? Certamente os elevados ’ndices de
ocorr•ncia destes furtos.
Importante ressaltar que n‹o Ž qualquer furto de semovente (animal) que
ir‡ se adequar ˆ nova previs‹o legislativa, mas apenas o furto de semovente
domestic‡vel de produ•‹o (ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtra•‹o), ou seja, apenas o furto de animais especificamente destinados ˆ
produ•‹o pecu‡ria.
Assim, se alguŽm subtrair um cachorro de estima•‹o n‹o estar‡ incorrendo
na previs‹o do aludido par‡grafo. Por outro lado, se subtrair uma vaca leiteira de
uma Fazenda, estar‡ caracterizada a figura delitiva do art. 155, ¤6¼, desde que
a vaca seja destinada ˆ produ•‹o, naturalmente. Se a vaca for mero animal de
estima•‹o n‹o ser‡ aplic‡vel o ¤6¼. :)
Vale destacar, ainda, que a conduta passou a constituir forma
qualificada do delito de furto, ou seja, a Lei estabeleceu novos patamares de
pena (m’nimo e m‡ximo). Desta forma, n‹o se trata de mera causa de aumento
de pena, mas verdadeira qualificadora.
Abaixo, trago algumas disposi•›es importantes sobre o crime de furto:
¥ Furto de folha de cheque em branco Ð H‡ diverg•ncia doutrin‡ria e
jurisprudencial a respeito. Entretanto, prevalece no STJ o entendimento
de que a mera subtra•‹o da folha de cheque, em branco, n‹o

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caracteriza furto, por possuir valor insignificante1819. Se o agente,
entretanto, preenche a folha fraudulentamente e, posteriormente, obtŽm
vantagem indevida, praticar‡ o delito de estelionato. Neste caso,
existem duas correntes (somente para aqueles que entendem que h‡
caracteriza•‹o do furto na subtra•‹o): a) O estelionato absorve o furto;
b) H‡ concurso material entre o furto e o estelionato. Embora haja
diverg•ncia, prevalece a tese de que o estelionato absorve o furto, neste
caso.
¥ Furto de coisas perdidas, abandonadas e que nunca tiveram dono
Ð a) Furto de coisas perdidas (res desperdicta) Ð Incab’vel, pois o
agente, neste caso, pratica o crime de apropria•‹o de coisa achada,
prevista no art. 169, ¤ œnico do CP; b) Furto de coisas abandonadas e
que nunca tiveram dono (res derelicta e res nullius, respectivamente) Ð
Incab’vel, pois o agente, ao se apossar da coisa, torna-se seu dono, j‡
que a coisa n‹o pertence a ninguŽm.

1.1.2 Furto de coisa comum


O art. 156 trata do FURTO DE COISA COMUM, vejamos:
Art. 156 - Subtrair o cond™mino, co-herdeiro ou s—cio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detŽm, a coisa comum:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
¤ 1¼ - Somente se procede mediante representa•‹o.
¤ 2¼ - N‹o Ž pun’vel a subtra•‹o de coisa comum fung’vel, cujo valor n‹o excede a
quota a que tem direito o agente.

O crime aqui Ž, tambŽm, de furto, motivo pelo qual se aplicam as mesmas


considera•›es relativas ao crime de furto comum.
No entanto, o crime aqui Ž PRîPRIO (exige qualidade especial do
infrator), ou seja, somente pode ser cometido pela pessoa que possua uma
daquelas caracter’sticas (seja s—cio, cond™mino, etc.). O sujeito passivo tambŽm
s— poder‡ ser alguma daquelas pessoas.
Vejam que a pena Ž menor que a do furto comum, exatamente porque a
coisa n‹o Ž de outrem (alheia), mas Ž comum, ou seja, tambŽm Ž do infrator.
Vejam, ainda, que se a coisa Ž FUNGêVEL, e a subtra•‹o n‹o excede a
quota-parte do infrator, n‹o h‡ crime.

18
(...) 3. De acordo com a jurisprud•ncia desta Corte Superior de Justi•a, folhas de cheque e cart›es
banc‡rios n‹o podem ser objeto material do crime de recepta•‹o, uma vez que desprovidos de valor
econ™mico, indispens‡vel ˆ caracteriza•‹o do delito contra o patrim™nio, entendimento tambŽm aplic‡vel
ao crime de furto, destinado ˆ tutela do mesmo bem jur’dico (...) (HC 118.873/SC, Rel. Ministro
JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 17/03/2011, DJe 25/04/2011)
19
Existe posi•‹o doutrin‡ria e jurisprudencial pela TIPICIDADE da conduta, j‡ que a folha de cheque, a
despeito de n‹o possui valor econ™mico enquanto ÒpapelÓ, possui utilidade.

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Coisa fung’vel Ž aquela que pode ser substitu’da por outra da mesma
espŽcie, qualidade e quantidade, sem preju’zo algum (exemplo: dinheiro).
EXEMPLO: Imagine que tr•s pessoas s‹o cond™minas de uma parcela em
dinheiro no valor de R$ 90.000,00, possuindo cotas iguais (trinta mil para cada).
Se um dos cond™minos furtar R$ 30.000,00 n‹o comete crime, pois a coisa Ž
fung’vel (dinheiro) e o montante n‹o excede ˆ sua cota-parte.
A a•‹o penal Ž pœblica, MAS DEPENDE DE REPRESENTA‚ÌO DA
VêTIMA.

1.2 Do roubo e da extors‹o


Aqui se tutelam, alŽm do patrim™nio, a integridade f’sica, mental e a vida da
v’tima, pois as condutas n‹o violam somente o patrim™nio destas, mas colocam
em risco, tambŽm, estes bens jur’dicos.
Vejamos cada um deles.

1.2.1 Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
¤ 1¼ - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtra’da a coisa, emprega
viol•ncia contra pessoa ou grave amea•a, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a deten•‹o da coisa para si ou para terceiro.
¤ 2¼ - A pena aumenta-se de um ter•o atŽ metade:
I - se a viol•ncia ou amea•a Ž exercida com emprego de arma;
II - se h‡ o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a v’tima est‡ em servi•o de transporte de valores e o agente conhece tal
circunst‰ncia.
IV - se a subtra•‹o for de ve’culo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
V - se o agente mantŽm a v’tima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 3¼ Se da viol•ncia resulta les‹o corporal grave, a pena Ž de reclus‹o, de sete a
quinze anos, alŽm da multa; se resulta morte, a reclus‹o Ž de vinte a trinta anos, sem
preju’zo da multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996) Vide Lei n¼ 8.072, de
25.7.90

BEM JURêDICO O patrim™nio e a integridade f’sica e ps’quica da v’tima.


TUTELADO
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.

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SUJEITO Aquele que teve a coisa subtra’da mediante viol•ncia
PASSIVO ou grave amea•a, ou ainda, depois de ter sido reduzida
ˆ impossibilidade de defesa.
TIPO OBJETIVO A conduta prevista Ž a de subtrair, PARA SI OU
(conduta) PARA OUTREM, coisa alheia m—vel, MEDIANTE
VIOLæNCIA, GRAVE AMEA‚A, OU APîS REDUZIR
A VêTIMA A UMA SITUA‚ÌO DE
IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA. Com rela•‹o ˆ
les‹o ao patrim™nio, aplicam-se as mesmas regras
ditas em rela•‹o ao furto. Mas, por se tratar de crime
complexo, devemos analisar, ainda, sob o aspecto da
viol•ncia ou grave amea•a ˆ pessoa. A viol•ncia pode
ser pr—pria, quando o agente aplica for•a f’sica sobre a
v’tima, ou impr—pria, quando aplica alguma medida
que torna a v’tima indefesa (Boa-noite-cinderela, por
exemplo). Aqui entende-se que n‹o se aplica o
privilŽgio previsto para o furto e nem o princ’pio da
insignific‰ncia.20
TIPO Dolo. N‹o se admite na forma culposa. O agente
SUBJETIVO dever‡ possuir o ‰nimo, a inten•‹o de SE APODERAR
DA COISA furtada, MEDIANTE VIOLæNCIA,
GRAVE AMEA‚A OU REDU‚ÌO DA VêTIMA Ë
SITUA‚ÌO DE IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA. N‹o
se admite na forma culposa. O roubo de uso Ž crime!
Ou seja, o agente que rouba alguma coisa para
somente us‡-la e devolver, comete crime de roubo.
Parte da Doutrina entende, entretanto, que nesse,
caso, haveria apenas constrangimento ilegal (mais a
pena das les›es corporais), n‹o havendo roubo
(minorit‡rio).21
CONSUMA‚ÌO E O STF e o STJ adotam a teoria segundo a qual o crime
TENTATIVA se consuma quando o agente passa a ter o poder sobre
a coisa, ap—s ter praticado a viol•ncia ou grave
amea•a22. Se o agente pratica a viol•ncia ou grave
amea•a, mas n‹o subtrai a coisa, o crime Ž
TENTADO. No roubo impr—prio o crime se consuma

20
STJ, RHC 56.431/SC, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em
18/06/2015, DJe 30/06/2015
21
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 156/157
22
O STJ sumulou entendimento no sentido de que a consuma•‹o do roubo ocorre com a mera invers‹o da
posse sobre o bem, mediante emprego de viol•ncia ou grave amea•a, sendo desnecess‡ria a posse
mansa e pac’fica ou desvigiada sobre a coisa:
Sœmula 582 do STJ - Consuma-se o crime de roubo com a invers‹o da posse do bem mediante emprego
de viol•ncia ou grave amea•a, ainda que por breve tempo e em seguida ˆ persegui•‹o imediata ao agente
e recupera•‹o da coisa roubada, sendo prescind’vel a posse mansa e pac’fica ou desvigiada.

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quando o agente, ap—s subtrair a coisa, emprega a
viol•ncia ou grave amea•a.
A tentativa Ž admitida em todas as formas do
roubo. Doutrina minorit‡ria, contudo, sustenta que
n‹o cabe no roubo impr—prio23.

CUIDADO! A inexist•ncia de valores em poder da v’tima configura crime


imposs’vel? N‹o, pois se trata de mera impropriedade RELATIVA do objeto,
caracterizando TENTATIVA.

O ¤1¡ traz a figura do roubo IMPRîPRIO. O roubo impr—prio ocorre


quando a viol•ncia ou amea•a Ž praticada APîS A SUBTRA‚ÌO DA COISA,
como meio de garantir a impunidade do crime ou assegurar o proveito do crime.
EXEMPLO: Imagine que o agente subtraia uma TV de uma loja de
eletroeletr™nicos. AtŽ a’, nada de roubo, apenas furto. No entanto, ao ser
abordado pelos seguran•as, j‡ do lado de fora da loja, tenta fugir e acaba
agredindo os seguran•as, fugindo com a coisa. Nesse caso, diz-se que o
roubo Ž IMPRîPRIO, pois a grave amea•a ou viol•ncia Ž posterior, e n‹o
tem como finalidade efetivar a subtra•‹o (que j‡ ocorreu), mas garantir a
impunidade ou a posse tranquila sobre o bem.24

O ¤ 2¡ prev• majorantes (causas de aumento de pena), que se aplicam tanto


ao roubo PRîPRIO (caput) quanto ao roubo IMPRîPRIO. Algumas observa•›es
quanto ˆs majorantes do ¤2¡:
O termo ÒarmaÓ, no inciso I, Ž considerado, pela Doutrina e Jurisprud•ncia
dominantes, QUALQUER INSTRUMENTO QUE POSSA SER USADO COMO
ARMA, independentemente de ter sido fabricado para esse fim (faca, por
exemplo).25
Ainda com rela•‹o ˆ arma, a Doutrina e Jurisprud•ncia entendem que deve
haver o USO EFETIVO DA ARMA ou, ao menos, o PORTE OSTENSIVO da
arma. Se o agente est‡ portando a arma, mas a v’tima n‹o chega a ter
conhecimento deste fato, n‹o incide a causa de aumento de pena.26
O USO DE ARMA DE BRINQUEDO27 NÌO GERA APLICA‚ÌO DA CAUSA
DE AUMENTO DE PENA.

23
Para esta parcela da Doutrina, neste caso, ou o agente emprega a viol•ncia ou grave amea•a e o roubo
impr—prio se consuma ou o agente n‹o emprega e temos um furto consumado
24
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 419
25
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 421
26
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 421. CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 259
27
O mesmo racioc’nio se aplica a qualquer arma INIDïNEA, ou seja, que n‹o tenha potencialidade lesiva
(arma desmuniciada, por exemplo). No que tange ˆ arma com defeito, ela somente n‹o ir‡ caracterizar a
majorante se o feito for ÒabsolutoÓ, ou seja, tornar a arma absolutamente ineficaz.

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ƒ necess‡rio que haja per’cia para apurar a potencialidade lesiva da
arma? Em regra, sim. Contudo, se n‹o for poss’vel, as demais provas podem ser
utilizadas para comprovar o fato (Posi•‹o do STJ).28
Com rela•‹o ˆ majorante do roubo praticado em concurso de
pessoas, e se estivermos diante de uma associa•‹o criminosa? O STJ
entende que os agentes respondem tanto pelo roubo com a causa de
aumento de pena do concurso de pessoas quanto pela associa•‹o
criminosa, em concurso MATERIAL.
O inciso V traz a hip—tese na qual a v’tima Ž privada de sua liberdade, sendo
mantida em poder do criminoso. Temos aqui, na verdade, a quest‹o do ÒrefŽmÓ.
Havendo utiliza•‹o de refŽm para garantir sucesso na fuga, por exemplo, haver‡
a causa de aumento de pena.
O ¤3¡, por sua vez, traz o que se chama de ROUBO QUALIFICADO PELO
RESULTADO (Les‹o corporal grave ou morte). N‹o se exige que o resultado
tenha sido querido pelo agente, bastando que ele tenha agido pelo menos de
maneira culposa em rela•‹o a eles (pois a reda•‹o do ¤ diz: Òse da viol•ncia
resulta...Ó). AlŽm disso, n‹o incide essa QUALIFICADORA quando o roubo
Ž realizado mediante GRAVE AMEA‚A.29
Ao crime de ROUBO QUALIFICADO PELO RESULTADO NÌO SE
APLICAM AS MAJORANTES DO ¤2¡.
A segunda parte do roubo qualificado pelo resultado trata do LATROCêNIO,
que Ž o roubo qualificado pelo resultado MORTE. Ele ocorrer‡ sempre que o
agente, VISANDO A SUBTRA‚ÌO DA COISA, praticar a conduta (empregando
viol•ncia) e ocorrer (dolosa ou culposamente) a morte de alguŽm. Caso o agente
deseje a morte da pessoa, e, somente ap—s realizar a conduta homicida, resolva
furtar seus bens, estaremos diante de um HOMICêDIO em concurso com
FURTO.

E se o agente mata o pr—prio comparsa (para ficar com todo o


dinheiro, por exemplo)? Neste caso, temos roubo em concurso material
com homic’dio, e n‹o latroc’nio.
E se o agente atira para acertar a v’tima, mas acaba atingindo o
comparsa? Temos erro na execu•‹o (aberratio ictus), e o agente responde
como se tivesse atingido a v’tima. Logo, temos latroc’nio.

28
(...)2. A Terceira Se•‹o pacificou o entendimento no sentido da desnecessidade de apreens‹o
e per’cia da arma de fogo para que seja configurada a causa de aumento prevista no art. 157, ¤
2¼, I, do C—digo Penal, desde que os demais elementos probat—rios demonstrem sua utiliza•‹o
na pr‡tica do delito. Ressalva de entendimento da relatora.
(...)
(HC 284.332/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 22/04/2014,
DJe 30/04/2014)
29
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 425. CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 263

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Quanto ˆ consuma•‹o do latroc’nio, muitas correntes tambŽm surgiram, mas
atualmente prevalece no STF o entendimento de que o crime de latroc’nio se
consuma com a ocorr•ncia do resultado morte, ainda que a subtra•‹o da
coisa n‹o tenha se consumado. Isso est‡ na sœmula n¡ 610 do STF:
Sœmula 610 do STF
Hç CRIME DE LATROCêNIO, QUANDO O HOMICêDIO SE CONSUMA, AINDA QUE NÌO
REALIZE O AGENTE A SUBTRA‚ÌO DE BENS DA VêTIMA.

Em resumo, o entendimento acerca da consuma•‹o do latroc’nio Ž o


seguinte:
SUBTRA‚ÌO CONSUMADA + MORTE CONSUMADA = Latroc’nio
consumado
SUBTRA‚ÌO TENTADA + MORTE TENTADA = Latroc’nio tentado
SUBTRA‚ÌO TENTADA + MORTE CONSUAMDA = Latroc’nio
consumado (sœmula 610 do STF)
SUBTRA‚ÌO CONSUMADA + MORTE TENTADA = Latroc’nio
tentado30

A a•‹o penal, neste crime, ƒ PòBLICA INCONDICIONADA.

1.2.2 Extors‹o
Art. 158 - Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, e com o intuito
de obter para si ou para outrem indevida vantagem econ™mica, a fazer, tolerar que
se fa•a ou deixar fazer alguma coisa:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
¤ 1¼ - Se o crime Ž cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um ter•o atŽ metade.
¤ 2¼ - Aplica-se ˆ extors‹o praticada mediante viol•ncia o disposto no ¤ 3¼ do artigo
anterior. Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90
¤ 3o Se o crime Ž cometido mediante a restri•‹o da liberdade da v’tima, e essa
condi•‹o Ž necess‡ria para a obten•‹o da vantagem econ™mica, a pena Ž de reclus‹o,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, alŽm da multa; se resulta les‹o corporal grave ou morte,
aplicam-se as penas previstas no art. 159, ¤¤ 2o e 3o, respectivamente. (Inclu’do pela
Lei n¼ 11.923, de 2009)

BEM JURêDICO O patrim™nio e a liberdade individual da v’tima


TUTELADO
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.

30
H‡ decis‹o do STF considerando haver, aqui, roubo consumado em concurso com homic’dio tentado. O
STJ, contudo, j‡ consolidou entendimento no sentido de haver, aqui, latroc’nio tentado (HC 314.203/PR,
Rel. Ministro GURGEL DE FARIA, QUINTA TURMA, julgado em 30/06/2015, DJe 04/08/2015).

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SUJEITO Aquele que teve a sua liberdade individual ou
PASSIVO patrim™nio lesados pela conduta do agente. Pode ser
qualquer pessoa.
TIPO OBJETIVO Aqui o constrangimento Ž mero ÒmeioÓ para a obten•‹o
(conduta) da vantagem indevida. O verbo Ž ÒconstrangerÓ, que Ž
sin™nimo de for•ar, obrigar alguŽm a fazer o que n‹o
deseja. N‹o se confunde com o delito de roubo, pois
naquele o agente se vale da viol•ncia ou grave amea•a
para subtrair o bem da v’tima. Neste o agente se vale
destes meios para fazer com que a v’tima LHE
ENTREGUE A COISA, ESPONTANEAMENTE, ou seja,
deve haver a colabora•‹o da v’tima.
TIPO Dolo. N‹o se admite na forma culposa. Se a vantagem
SUBJETIVO for:
Devida Ð Teremos crime de exerc’cio arbitr‡rio
das pr—prias raz›es (art. 345 do CP).
Sexual Ð Teremos estupro.
Meramente moral, sem valor econ™mico Ð
Constrangimento ilegal (art. 146 do CP);
CONSUMA‚ÌO E O STJ entende que se trata de CRIME FORMAL, que
TENTATIVA se consuma com o mero emprego da viol•ncia ou grave
amea•a, INDEPENDENTEMENTE DA OBTEN‚ÌO DA
VANTAGEM VISADA PELO AGENTE (sœmula n¡ 96
do STJ).

O ¤1¡ traz uma causa de aumento de pena (1/3 atŽ a metade), caso o crime
seja cometido por duas ou mais pessoas ou mediante o uso de arma. Aplicam-se
as mesmas observa•›es feitas no crime de roubo.
TambŽm se aplica o disposto no ¤3¡ do art. 157 (roubo qualificado pelo
resultado), ou seja, ocorrendo les‹o grave ou morte, teremos o crime de
EXTORSÌO QUALIFICADA PELO RESULTADO, com as mesmas penas
previstas no ¤3¡ do art. 157 do CP.
O ¤3¡ do art. 158 representa uma inova•‹o legislativa (realizada em 2009)
que criou a figura do SEQUESTRO RELåMPAGO.
Na verdade, esse nome Ž dado pela Doutrina. O que ocorreu foi a mera
inclus‹o do ¤3¼ no art. 158 do CP, criando uma outra forma de extors‹o
qualificada. Segundo este dispositivo, Ž necess‡rio:
§ Que o crime seja cometido mediante a restri•‹o da liberdade da
v’tima
§ Que essa circunst‰ncia seja necess‡ria para a obten•‹o da
vantagem econ™mica Ð Se for desnecess‡ria, o agente responde por
extors‹o simples em concurso material com sequestro ou c‡rcere
privado.

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A pena Ž mais elevada (seis a doze anos). O crime tambŽm ser‡ considerado
qualificado (com penas mais severas31) no caso de ocorr•ncia de les›es graves
ou morte.
A a•‹o penal no crime de extors‹o, em qualquer hip—tese, Ž PòBLICA
INCONDICIONADA.
O art. 160, por sua vez, cria a figura da EXTORSÌO INDIRETA, que ocorre
quando um credor EXIGE ou RECEBE, do devedor, DOCUMENTO QUE
POSSA DAR CAUSA Ë INSTAURA‚ÌO DE PROCESSO CRIMINAL CONTRA
ELE. Vejamos:
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima ou contra
terceiro:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.

Exige-se, nesse caso, o dolo espec’fico, consistente na inten•‹o de exigir ou


receber o documento COMO GARANTIA DE DêVIDA. Necess‡rio, ainda, que o
agente SE VALHA DA CONDI‚ÌO DA VêTIMA, que se encontra em situa•‹o de
fragilidade (desesperada, aflita), de forma a exigir dela esta garantia abusiva.
Assim, deve haver:
§ O abuso de situa•‹o de necessidade (fragilidade) da v’tima
§ Inten•‹o de garantir, futuramente, o pagamento da d’vida (por meio da
amea•a)

O crime se consuma com a mera realiza•‹o da exig•ncia (nesse caso, crime


formal) ou com o efetivo recebimento (nesse caso, material) do documento. A
tentativa Ž poss’vel.
A a•‹o penal Ž pœblica incondicionada.

1.2.3 Extors‹o mediante sequestro


Art. 159 - SeqŸestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condi•‹o ou pre•o do resgate: Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90
Pena - reclus‹o, de oito a quinze anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.072, de 25.7.1990)
¤ 1o Se o seqŸestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqŸestrado Ž menor
de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime Ž cometido por bando
ou quadrilha. Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90 (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 10.741, de
2003)
Pena - reclus‹o, de doze a vinte anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.072, de 25.7.1990)
¤ 2¼ - Se do fato resulta les‹o corporal de natureza grave: Vide Lei n¼ 8.072, de
25.7.90

31
As penas, neste caso, ser‹o as mesmas previstas para o crime de extors‹o mediante sequestro qualificado
pela morte ou les›es graves (art. 159, ¤¤2¼ e 3¼ do CP).

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Pena - reclus‹o, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.072,
de 25.7.1990)
¤ 3¼ - Se resulta a morte: Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90
¤ 4¼ - Se o crime Ž cometido em concurso, o concorrente que o denunciar ˆ autoridade,
facilitando a liberta•‹o do seqŸestrado, ter‡ sua pena reduzida de um a dois ter•os.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.269, de 1996)

BEM JURêDICO O patrim™nio e a liberdade individual da v’tima


TUTELADO
SUJEITO ATIVO Trata-se de crime comum, podendo ser praticado por
qualquer pessoa.
SUJEITO Aquele que teve a sua liberdade individual ou
PASSIVO patrim™nio lesados pela conduta do agente. Pode ser
qualquer pessoa.
OBS.: Pessoa jur’dica pode ser sujeito passivo, na
qualidade de v’tima da les‹o patrimonial (Ex.:
Sequestra-se o s—cio, para exigir da PJ o pagamento
do resgate).
TIPO OBJETIVO O verbo (nœcleo do tipo) Ž sequestrar, ou seja, impedir,
(conduta) por qualquer meio, que a pessoa exer•a seu direito de
ir e vir. O CRIME OCORRERç AINDA QUE A VêTIMA
NÌO SEJA TRANSFERIDA PARA OUTRO LOCAL.
Aqui a priva•‹o da liberdade se d‡ como meio para se
obter um RESGATE, que Ž um pagamento pela
liberdade de alguŽm. Embora a lei diga Òqualquer
vantagemÓ, a Doutrina entende que a vantagem deve
ser PATRIMONIAL e INDEVIDA, pois se for
DEVIDA, teremos o crime de exerc’cio arbitr‡rio das
pr—prias raz›es.
TIPO Dolo. Exige-se a FINALIDADE ESPECIAL DE AGIR,
SUBJETIVO consistente na inten•‹o de obter uma vantagem
patrimonial como resgate.
CONSUMA‚ÌO E O STF entende que se trata de CRIME FORMAL, que
TENTATIVA se consuma com a mera priva•‹o da liberdade da
v’tima, INDEPENDENTEMENTE DA OBTEN‚ÌO DA
VANTAGEM VISADA PELO AGENTE (informativo
n¡ 27 do STF). A tentativa Ž plenamente poss’vel.
Trata-se de crime permanente, que se prolonga no
tempo, podendo haver pris‹o em flagrante a qualquer
momento, enquanto durar a atividade criminosa.

Segundo o ¤1¡, a pena ser‡ de DOZE A VINTE ANOS SE:

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O sequestro dura mais de 24 horas
Se o sequestrado Ž menor de 18 anos ou maior de 60 anos
Se o crime for cometido por quadrilha ou bando Ð Os agentes
respondem tanto pela extors‹o mediante sequestro qualificada
quanto pela associa•‹o criminosa (art. 288 do CP)

Se do crime resultar les‹o corporal GRAVE ou morte, tambŽm h‡


formas QUALIFICADAS, cujas penas, nos termos dos ¤¤ 2¡ e 3¡ do art. 159, ser‹o
de 16 a 24 anos e de 24 a 30 anos, RESPECTIVAMENTE.
A Doutrina n‹o Ž un‰nime quanto a quem possa ser a v’tima da les‹o grave
ou morte. No entanto, a maioria da Doutrina entende que o resultado (les‹o grave
ou morte) qualifica o crime, QUALQUER QUE SEJA A PESSOA QUE SOFRA A
LESÌO32, ainda que n‹o seja o pr—prio sequestrado, mas desde que ocorra no
contexto f‡tico do delito de extors‹o mediante sequestro.
O ¤4¡ prev• a chamada DELA‚ÌO PREMIADA, ou seja, um abatimento na
pena daquele que delata os demais cœmplices (redu•‹o de 1/3 a 2/3). ƒ
indispens‡vel que dessa dela•‹o decorra uma facilita•‹o na libera•‹o do
sequestrado (Doutrina majorit‡ria).33
A a•‹o pena ser‡ pœblica incondicionada.

1.3 Da usurpa•‹o
Os crimes previstos neste cap’tulo s‹o pouco exigidos, motivo pelo qual
abordaremos o tema de forma menos aprofundada que os crimes
anteriores, para que voc•s n‹o tenham que estudar aquilo que n‹o ser‡ objeto
de cobran•a na prova.

1.3.1 Altera•‹o de limites


Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de
linha divis—ria, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa im—vel alheia:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, e multa.
¤ 1¼ - Na mesma pena incorre quem:
Usurpa•‹o de ‡guas
I - desvia ou represa, em proveito pr—prio ou de outrem, ‡guas alheias;
Esbulho possess—rio
II - invade, com viol•ncia a pessoa ou grave amea•a, ou mediante concurso de mais
de duas pessoas, terreno ou edif’cio alheio, para o fim de esbulho possess—rio.
¤ 2¼ - Se o agente usa de viol•ncia, incorre tambŽm na pena a esta cominada.

32
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 279
33
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 444

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¤ 3¼ - Se a propriedade Ž particular, e n‹o h‡ emprego de viol•ncia, somente se
procede mediante queixa.

No crime previsto no caput do artigo Ž aquele no qual o agente, valendo-se


do deslocamento ou supress‹o de alguma marca divis—ria, BUSCA SE
APODERAR de bem im—vel que n‹o lhe pertence (mas que Ž divis—rio com o
seu).
ƒ necess‡rio o dolo espec’fico, CONSISTENTE NA VONTADE DE SE
APODERAR DA COISA ALHEIA ATRAVƒS DA CONDUTA.
O ¤1¡ traz formas equiparadas, relativas ˆ conduta daqueles que realizam a
usurpa•‹o de ‡guas alheias, mediante o desvio ou represamento (inciso I) e a
conduta daqueles que promovem a invas‹o, mediante viol•ncia ˆ pessoa, grave
amea•a, ou concurso de MAIS DE DUAS PESSOAS (m’nimo de tr•s, ent‹o),
DE TERRENO OU EDIFêCIO ALHEIO, COM O FIM DE ESBULHO
POSSESSîRIO.
Esbulhar a posse significa TOMAR A POSSE, retirar a posse de quem a
exer•a sobre o bem. Se o agente se valer de viol•ncia, responde, ainda, pelo
crime relativo ˆ viol•ncia.
A a•‹o penal, em regra, Ž PòBLICA INCONDICIONADA. No entanto, se a
propriedade lesada for particular e n‹o tiver havido emprego de viol•ncia, A
A‚ÌO PENAL SERç PRIVADA (¤3¡ do art. 161).

1.3.2 Supress‹o ou altera•‹o de marca em animais


Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou
sinal indicativo de propriedade:
Pena - deten•‹o, de seis meses a tr•s anos, e multa.

Aqui se pune a conduta do agente que retira (suprime) ou altera marca ou


sinal referente ˆ propriedade de gado ou rebanho alheio.
A Doutrina exige o dolo, mas n‹o Ž pac’fica quanto ˆ necessidade de dolo
espec’fico (especial fim de agir).
O crime se consuma com a mera realiza•‹o da supress‹o ou altera•‹o da
marca ou sinal, n‹o havendo necessidade de que o agente se apodere dos animais
cujas marcas foram adulteradas.
No entanto, se o agente se apoderar dos animais, teremos o crime de furto
mediante fraude (art. 155, ¤4¡, II do CP), que absorve este crime de usurpa•‹o.
A tentativa Ž plenamente poss’vel.
A a•‹o penal ser‡ sempre pœblica incondicionada.

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1.4 Do dano
Os crimes de dano s‹o crimes nos quais n‹o h‡ necessidade de um aumento
patrimonial do agente, ou seja, n‹o h‡ necessidade que ele se apodere de algo
pertencente a outrem, bastando que ele provoque um preju’zo ˆ v’tima. Vejamos:

1.4.1 Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Par‡grafo œnico - Se o crime Ž cometido:
I - com viol•ncia ˆ pessoa ou grave amea•a;
II - com emprego de subst‰ncia inflam‡vel ou explosiva, se o fato n‹o constitui crime
mais grave
III - contra o patrim™nio da Uni‹o, Estado, Munic’pio, empresa concession‡ria de
servi•os pœblicos ou sociedade de economia mista; (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 5.346,
de 3.11.1967)
IV - por motivo ego’stico ou com preju’zo consider‡vel para a v’tima:
Pena - deten•‹o, de seis meses a tr•s anos, e multa, alŽm da pena correspondente ˆ
viol•ncia.

O crime Ž comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, tendo como
sujeito passivo o propriet‡rio ou possuidor do bem danificado. O cond™mino
pode ser sujeito ativo, mas se a coisa Ž fung’vel (substitu’vel, como o
dinheiro, por exemplo) e o agente deteriora apenas a sua cota-parte, n‹o
h‡ crime, por analogia ao furto de coisa comum (Posi•‹o do STF).
O tipo objetivo (conduta) pode ser tanto a destrui•‹o (danifica•‹o total), a
inutiliza•‹o (danifica•‹o, ainda que parcial, mas que torna o bem inœtil) ou
deteriora•‹o (danifica•‹o parcial do bem) da coisa.
O crime deve ser praticado na forma comissiva (a•‹o). Nada impede,
contudo, que alguŽm responda pelo delito em raz‹o de uma omiss‹o, desde que
seja o respons‡vel por evitar o resultado (ex.: Um vigia que v• alguŽm destruir
o patrim™nio que ele deve zelar e nada faz, responder‡ pelo crime de dano, na
forma do art. 13, ¤2¼ do CP).
Exige-se o dolo. NÌO Hç CRIME DE DANO CULPOSO (n‹o havendo
necessidade de qualquer especial fim de agir).34
CUIDADO! O crime de Òpicha•‹oÓ Ž definido como CRIME CONTRA O
MEIO AMBIENTE (ambiente urbano), nos termos do art. 65 da Lei
9.605/98.

34
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 477

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Ali‡s, este crime de dano Ž bastante genŽrico, ocorrendo apenas quando n‹o
houver uma hip—tese espec’fica.
EXEMPLO: Danificar objeto destinado a culto religioso. Esta conduta
configura o crime do art. 208 do CP, e n‹o o crime de dano.

O crime se consuma com a ocorr•ncia do dano. N‹o havendo a ocorr•ncia


do dano, o crime ser‡ tentado.
O ¤1¡ do art. 163 traz algumas formas qualificadas do delito, que elevam a
pena para seis meses a tr•s anos, patamares bem mais altos que os do caput do
artigo.
Se o dano Ž praticado contra OBJETO TOMBADO pela autoridade
competente, em raz‹o de seu valor hist—rico, art’stico ou arqueol—gico, o crime
SERIA o do art. 165 do CP:
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente
em virtude de valor art’stico, arqueol—gico ou hist—rico:
Pena - deten•‹o, deseis meses a dois anos, e multa.

No entanto, CUIDADO! Este artigo foi TACITAMENTE REVOGADO pelo art.


62, I da Lei de Crimes Ambientais.35

1.4.2 Introdu•‹o ou abandono de animais em propriedade alheia


Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de
quem de direito, desde que o fato resulte preju’zo:
Pena - deten•‹o, de quinze dias a seis meses, ou multa.

Percebam que o final da reda•‹o do artigo menciona que Ž


INDISPENSçVEL A OCORRæNCIA DE PREJUêZO. Sim, pois a mera conduta
do agente, por si s—, n‹o causa dano. Aqui podemos ter o que se chama de
Òpastagem indevidaÓ, que Ž aquela na qual se levam os animais para outro
terreno, de propriedade alheia, para pastar.
O crime Ž comum e pode ser praticado na modalidade ÒintroduzirÓ ou ÒdeixarÓ
(manter) animais na propriedade alheia. O termo Òsem o consentimento de quem
de direitoÓ Ž ELEMENTO NORMATIVO DO TIPO PENAL. Se houver o
consentimento, n‹o h‡ fato t’pico.
O crime se consuma, como vimos, com a ocorr•ncia do efetivo preju’zo. A
Doutrina n‹o Ž pac’fica quanto ˆ tentativa, mas a maioria entende ser imposs’vel,
ao argumento de que o tipo exige o dano, de forma que, ou ele ocorre, ou o crime
sequer Ž tentado (ƒ o que prevalece).

35
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 489. CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 300

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1.4.3 Altera•‹o de local especialmente protegido
Art. 166 - Alterar, sem licen•a da autoridade competente, o aspecto de local
especialmente protegido por lei:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.

Aqui temos a conduta daquele que altera os aspectos (internos ou externos)


de algum local que esteja protegido por lei (um bem tombado, por exemplo). N‹o
h‡ necessidade de deteriora•‹o ou dano, mas Ž necess‡rio que o agente altere o
aspecto (apar•ncia) do local.
No entanto, este artigo tambŽm foi revogado pela Lei de Crimes Ambientais,
que trouxe, em seu art. 63, normatiza•‹o acerca da conduta.

1.4.4 A•‹o Penal


A a•‹o penal ser‡, em todos os crimes de dano, PòBLICA
INCONDICIONADA. No entanto, se o crime Ž o de dano simples (art. 163), ou
se Ž praticado por motivo ego’stico ou com preju’zo consider‡vel ˆ v’tima (163,
¤ œnico, IV), ou no caso de introdu•‹o ou abandono de animais em propriedade
alheia, o crime ser‡ de A‚ÌO PENAL PRIVADA:
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu par‡grafo e do art. 164, somente
se procede mediante queixa.

1.5 Da apropria•‹o indŽbita


Os crimes de apropria•‹o indŽbita diferem dos crimes de furto e roubo, pois
aqui o agente POSSUI A POSSE SOBRE O BEM, mas se RECUSA A DEVOLVæ-
LO ou REPASSç-LO a quem de direito. Ou seja, aqui o crime se d‡ pela
INVERSÌO DO ANIMUS DO AGENTE, QUE ANTES ESTAVE DE BOA-Fƒ, e
passa a estar de m‡-fŽ.

1.5.1 Apropria•‹o indŽbita


Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia m—vel, de que tem a posse ou a deten•‹o:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
¤ 1¼ - A pena Ž aumentada de um ter•o, quando o agente recebeu a coisa:
I - em dep—sito necess‡rio;
II - na qualidade de tutor, curador, s’ndico, liquidat‡rio, inventariante, testamenteiro
ou deposit‡rio judicial;
III - em raz‹o de of’cio, emprego ou profiss‹o.

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Vejam que a coisa lhe foi entregue espontaneamente, e o agente
deveria devolv•-la, mas n‹o o faz. H‡, portanto, viola•‹o ˆ confian•a eu lhe
fora depositada. O crime Ž comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
Trata-se, ainda, de crime genŽrico, podendo ser afastada sua aplica•‹o no
caso de haver norma espec’fica, como ocorre no caso de funcion‡rio pœblico que
se apropria de bens que lhe foram confiados em raz‹o da fun•‹o (crime de
peculato, art. 312 do CP).
A posse que o infrator tem sobre a coisa deve ser ÒDESVIGIADAÓ, ou seja,
sem vigil‰ncia, decorrendo de confian•a entre o dono da coisa e o infrator.
Caso haja mera deten•‹o (sem rela•‹o de confian•a entre dono e
infrator)36, estaremos diante do crime de furto.
EXEMPLO: Caixa da loja que aproveita a distra•‹o do dono para surrupiar
alguns reais do caixa. Temos aqui, crime de furto. N‹o h‡ apropria•‹o
indŽbita.

A Òdeten•‹oÓ apontada no tipo penal Ž aquela cl‡ssica do C—digo Civil,


ou seja, aquela decorrente de uma rela•‹o de confian•a entre o dono e o
detentor.
O elemento exigido Ž o dolo, n‹o se punindo a forma culposa.
O crime se consuma com a invers‹o da inten•‹o do agente.37 A
inten•‹o, que antes era boa (a de apenas guardar a coisa), agora n‹o Ž t‹o boa
assim, pois se torna em inten•‹o de ter a coisa como sua, se apoderar de algo
que lhe fora confiado. Trata-se, portanto, de crime unissubsistente, sendo invi‡vel
a tentativa (embora Doutrina minorit‡ria entenda o contr‡rio).
O ¤1¡ traz causas de aumento de pena (1/3), quando o agente tiver recebido
a coisa em determinadas situa•›es espec’ficas.

1.5.2 Apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria


Art. 168-A. Deixar de repassar ˆ previd•ncia social as contribui•›es recolhidas dos
contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de
2000)
Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de
2000)
¤ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
I - recolher, no prazo legal, contribui•‹o ou outra import‰ncia destinada ˆ previd•ncia
social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou
arrecadada do pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
II - recolher contribui•›es devidas ˆ previd•ncia social que tenham integrado despesas
cont‡beis ou custos relativos ˆ venda de produtos ou ˆ presta•‹o de servi•os;
(Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)

36
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 303.
37
PRADO, Luiz Regis. Op. Cit., p. 503

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III - pagar benef’cio devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores j‡
tiverem sido reembolsados ˆ empresa pela previd•ncia social. (Inclu’do pela Lei n¼
9.983, de 2000)
¤ 2o ƒ extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua
o pagamento das contribui•›es, import‰ncias ou valores e presta as informa•›es
devidas ˆ previd•ncia social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do in’cio
da a•‹o fiscal. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
¤ 3o ƒ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for prim‡rio e de bons antecedentes, desde que: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983,
de 2000)
I - tenha promovido, ap—s o in’cio da a•‹o fiscal e antes de oferecida a denœncia, o
pagamento da contribui•‹o social previdenci‡ria, inclusive acess—rios; ou (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
II - o valor das contribui•›es devidas, inclusive acess—rios, seja igual ou inferior ˆquele
estabelecido pela previd•ncia social, administrativamente, como sendo o m’nimo para
o ajuizamento de suas execu•›es fiscais. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)

O sujeito ativo aqui Ž o RESPONSçVEL TRIBUTçRIO, aquele que por lei


est‡ obrigado a reter na fonte a contribui•‹o previdenci‡ria ao INSS e repass‡-
la, mas n‹o o faz. O sujeito passivo Ž a UNIÌO.
A conduta Ž apenas uma: Òdeixar de repassarÓ, ou seja, reter, mas n‹o
repassar ao —rg‹o respons‡vel, os valores referentes ˆs contribui•›es
previdenci‡rias.
Trata-se de norma penal em branco, pois deve haver a complementa•‹o com
as normas previdenci‡rias, que estabelecem o prazo para repasse das
contribui•›es retidas pelo respons‡vel tribut‡rio.
O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, n‹o se punindo a conduta culposa,
daquele que apenas se esqueceu de repassar as contribui•›es recolhidas. N‹o se
exige o dolo espec’fico (Posi•‹o do STF e do STJ).

(...) 2. A Terceira Se•‹o desta Corte, no julgamento do EREsp 1296631/RN, da


relatoria da ilustre Ministra Laurita Vaz, acolheu a tese segundo a qual o delito de
apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria prescinde do dolo espec’fico (...)
3. Agravo regimental improvido.
(AgRg no REsp 1265636/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 04/02/2014, DJe 18/02/2014)

A Doutrina majorit‡ria sustenta que o crime Ž formal, e se consuma no


momento em que se exaure o prazo para o repasse dos valores. O STF, contudo,
possui julgados no sentido de que se trata de crime material, ou seja, no sentido
de que seria necess‡ria a constitui•‹o definitiva do tributo (contribui•‹o

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previdenci‡ria) para que pudesse ser iniciada a persecu•‹o penal.38 O STJ seguiu
o mesmo entendimento (crime material):

Ó(...) Esta Corte Superior de Justi•a, na esteira da jurisprud•ncia do Supremo Tribunal


Federal, pacificou o entendimento de que os crimes de sonega•‹o e apropria•‹o
indŽbita previdenci‡ria, a exemplo dos delitos previstos no artigo 1¼ da Lei
8.137/1990, tambŽm s‹o materiais.
2. Por esta raz‹o, os il’citos em quest‹o n‹o se configuram enquanto n‹o lan•ado
definitivamente o crŽdito previdenci‡rio, o que tambŽm impede o in’cio da contagem
do prazo prescricional. Precedente.
(...) (HC 324.131/SP, Rel. Ministro LEOPOLDO DE ARRUDA RAPOSO
(DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PE), QUINTA TURMA, julgado em
17/09/2015, DJe 23/09/2015)Ó

Percebe-se, assim, a aplica•‹o da Sœmula Vinculante n¼ 24 a este delito,


apesar de n‹o constar expressamente no enunciado da sœmula:
Sœmula Vinculante n¼ 24
ÒN‹o se tipifica crime material contra a ordem tribut‡ria, previsto no art. 1¼, incisos I
a IV, da Lei n¼ 8.137/90, antes do lan•amento definitivo do tributo.Ó

Tratando-se de CRIME OMISSIVO PURO, n‹o Ž poss’vel o fracionamento


da conduta, de forma que ƒ INCABêVEL A TENTATIVA.
O ¤1¡ traz formas equiparadas (assemelhadas), nas quais o agente estar‡
sujeito ˆs mesmas penas previstas no caput do artigo. Ou seja, responde pelas
mesmas penas do caput do artigo quem deixar de:
§ Recolher, no prazo legal, contribui•‹o ou outra import‰ncia destinada
ˆ previd•ncia social que tenha sido descontada de pagamento efetuado
a segurados, a terceiros ou arrecadada do pœblico
§ Recolher contribui•›es devidas ˆ previd•ncia social que tenham
integrado despesas cont‡beis ou custos relativos ˆ venda de produtos
ou ˆ presta•‹o de servi•os
§ Pagar benef’cio devido a segurado, quando as respectivas cotas ou
valores j‡ tiverem sido reembolsados ˆ empresa pela previd•ncia social

1.5.3 Extin•‹o da punibilidade


A extin•‹o da punibilidade em rela•‹o a tal delito pode ocorrer em
diversas situa•›es espec’ficas (alŽm daquelas previstas para todos os delitos).
Se o agente se arrepende e resolve a situa•‹o, declarando o dŽbito e
pagando o que for necess‡rio, ANTES DO INêCIO DA A‚ÌO FISCAL (a

38
Inq 2537 AgR, Relator(a): Min. MARCO AURƒLIO, Tribunal Pleno, julgado em 10/03/2008, DJe-107
DIVULG 12-06-2008 PUBLIC 13-06-2008 EMENT VOL-02323-01 PP-00113 RET v. 11, n. 64, 2008, p. 113-
122 LEXSTF v. 30, n. 357, 2008, p. 430-441

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atividade desenvolvida pelo Fisco), estar‡ EXTINTA A PUNIBILIDADE, nos
termos do ¤2¡ do art. 168-A.
Entretanto, o STF e o STJ entendem que o pagamento, a qualquer tempo
(antes do tr‰nsito em julgado) extingue a punibilidade.39

Ø E se o rŽu adere ao parcelamento do dŽbito? Neste caso, fica


SUSPENSA a punibilidade (e tambŽm o curso do prazo prescricional). Uma vez
quitado o parcelamento, extingue-se a punibilidade.40

1.5.3.1 Perd‹o judicial e princ’pio da insignific‰ncia


O ¤3¡ traz o chamado Òperd‹o judicialÓ, ao afirmar que o Juiz poder‡ deixar
de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa (nesse œltimo caso teremos um
crime privilegiado) quando o rŽu seja prim‡rio e de bons antecedentes, desde
que:
Tenha promovido, ap—s o in’cio da execu•‹o fiscal e antes do
oferecimento da denœncia, o pagamento da contribui•‹o social devida
(inciso I do ¤3¼ do art. 168-A do CP); ou
O valor do dŽbito seja igual ou inferior ao estabelecido pela previd•ncia
como sendo o m’nimo para ajuizamento das a•›es fiscais (inciso II do
¤3¼ do art. 168-A do CP).

Contudo, esse dispositivo (¤3¼ do art. 168-A) perdeu aplica•‹o


pr‡tica. Explico:
Com a promulga•‹o de Leis relativas ˆ extin•‹o da punibilidade pelo
pagamento (Lei 10.684/03 e outras), cujo alcance foi absurdamente ampliado
pelo STJ e pelo STF (para alcan•ar o pagamento realizado a qualquer tempo,
desde que antes do tr‰nsito em julgado), o inciso I do art. 168-A, ¤3¼ perdeu
completamente o sentido, j‡ que, atualmente, o mero pagamento do tributo,
antes do tr‰nsito em julgado, gera extin•‹o da punibilidade (n‹o havendo
necessidade de se tratar de rŽu prim‡rio, etc.).
AlŽm disso, o inciso II do referido ¤3¼ do art. 168-A tambŽm perdeu o
sentido. Isto porque, nestes casos (o valor do dŽbito seja igual ou inferior ao

39
(...) A quita•‹o do dŽbito decorrente de apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria enseja a extin•‹o
da punibilidade (art. 9¼, ¤ 2¼, da Lei n¼ 10.684/03), desde que realizada antes do tr‰nsito em
julgado da senten•a condenat—ria. (...)
(HC 90.308/SP, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 12/06/2015)
40
(...) A jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a Ž firme no sentido de que o parcelamento
do dŽbito tribut‡rio, por meio da ades‹o ao Refis, quando efetivado na vig•ncia da Lei n.
9.964/2000, apenas suspende a flu•ncia da prescri•‹o, n‹o extinguindo a punibilidade,
mesmo que os dŽbitos tribut‡rios sejam anteriores ao referido diploma legal (...)
(AgRg no REsp 1245008/RJ, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 15/03/2016, DJe
28/03/2016)

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estabelecido pela previd•ncia como sendo o m’nimo para ajuizamento das a•›es
fiscais), atualmente se entende que deve ser aplicado o princ’pio da
insignific‰ncia. Nesse sentido, o posicionamento do STJ41:

Ó(...) A jurisprud•ncia do Superior Tribunal de Justi•a Ž un’ssona em


reconhecer a aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia ao delito de
apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, quando o valor do dŽbito com a
Previd•ncia Social n‹o ultrapassar o montante de R$ 10.000,00.
Precedentes. Ressalva do Relator.
3. Agravo regimental n‹o provido.
(AgRg no AREsp 392.108/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA,
julgado em 01/03/2016, DJe 09/03/2016)Ó

1.5.4 Apropria•‹o de coisa havida por erro, caso fortuito ou for•a maior
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre:
Apropria•‹o de tesouro
I - quem acha tesouro em prŽdio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota
a que tem direito o propriet‡rio do prŽdio;
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando
de restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente,
dentro no prazo de 15 (quinze) dias.

Aqui se pune a conduta daquele que se apodera de algo que n‹o Ž seu, mas
veio ao seu poder em raz‹o de caso fortuito, for•a maior, ou erro, e n‹o em raz‹o
da confian•a depositada nele.
EXEMPLO: Imagine o caso de alguŽm que entrega uma mercadoria em
local errado. Se aquele que recebeu a mercadoria por erro dela se
apropriar, comete este crime.

Aplicam-se a este crime as demais disposi•›es j‡ faladas acerca do


crime de apropria•‹o indŽbita.
O ¤ œnico traz duas hip—teses interessantes de apropria•‹o indŽbita. A
primeira Ž a da apropria•‹o de tesouro, que pode ocorrer quando alguŽm se

41
Importante ressaltar que h‡ controvŽrsia quanto ao valor. Para o STJ, somente quando o valor do dŽbito
for inferior a R$ 10.000,00 poderemos falar em princ’pio da insignific‰ncia. J‡ o STF adota o entendimento
de que este valor pode ser de atŽ R$ 20.000,00.

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apodera da parte relativa ao DONO DO PRƒDIO (TERRENO) NO QUAL FOI
ACHADO O TESOURO.
A segunda hip—tese Ž a que muita gente n‹o deve conhecer. TambŽm Ž crime
se apoderar de algo que foi achado, desde que esta coisa tenha sido perdida por
alguŽm, caso o infrator n‹o entregue a coisa achada em 15 dias.
Portanto, a m‡xima de que Òachado n‹o Ž roubadoÓ atŽ que est‡ certa, pois
n‹o h‡ roubo, mas poder’amos alter‡-la para Òachado Ž indebitamente
apropriadoÓ.
O art. 170, por sua vez, estabelece que:
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Cap’tulo, aplica-se o disposto no art. 155, ¤ 2¼.

Ora, o art. 155, ¤2¡ trata da possibilidade do furto privilegiado, quando


ocorrerem determinadas circunst‰ncias. Vejamos:
¤ 2¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de um a dois ter•os, ou
aplicar somente a pena de multa.

Estas disposi•›es se aplicam aos delitos de apropria•‹o indŽbita.

1.6 Do estelionato e outras fraudes


Este cap’tulo cuida dos crimes de estelionato e fraudes diversas, que s‹o
aqueles nos quais h‡ les‹o patrimonial, mas com a peculiaridade de que o infrator
se vale de algum meio ardiloso para obter a vantagem indevida em preju’zo da
v’tima.
Vejamos cada um dos tipos penais:

1.6.1 Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem il’cita, em preju’zo alheio,
induzindo ou mantendo alguŽm em erro, mediante artif’cio, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
¤ 1¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor o preju’zo, o juiz pode aplicar
a pena conforme o disposto no art. 155, ¤ 2¼.
¤ 2¼ - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposi•‹o de coisa alheia como pr—pria
I - vende, permuta, d‡ em pagamento, em loca•‹o ou em garantia coisa alheia como
pr—pria;
Aliena•‹o ou onera•‹o fraudulenta de coisa pr—pria
II - vende, permuta, d‡ em pagamento ou em garantia coisa pr—pria inalien‡vel,
gravada de ™nus ou litigiosa, ou im—vel que prometeu vender a terceiro, mediante
pagamento em presta•›es, silenciando sobre qualquer dessas circunst‰ncias;

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Defrauda•‹o de penhor
III - defrauda, mediante aliena•‹o n‹o consentida pelo credor ou por outro modo, a
garantia pignorat’cia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda subst‰ncia, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a
alguŽm;
Fraude para recebimento de indeniza•‹o ou valor de seguro
V - destr—i, total ou parcialmente, ou oculta coisa pr—pria, ou lesa o pr—prio corpo ou
a saœde, ou agrava as conseqŸ•ncias da les‹o ou doen•a, com o intuito de haver
indeniza•‹o ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provis‹o de fundos em poder do sacado, ou lhe
frustra o pagamento.
¤ 3¼ - A pena aumenta-se de um ter•o, se o crime Ž cometido em detrimento de
entidade de direito pœblico ou de instituto de economia popular, assist•ncia social ou
benefic•ncia.
Estelionato contra idoso
¤ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra
idoso. (Inclu’do pela Lei n¼ 13.228, de 2015)

O bem jur’dico tutelado aqui Ž o patrim™nio e a boa-fŽ que se deve ter nas
rela•›es sociais. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, sendo, portanto,
CRIME COMUM. O sujeito passivo pode ser tanto aquele que foi enganado pela
fraude do agente ou aquele que teve a efetiva les‹o patrimonial (pois podem ser
pessoas distintas).
O elemento subjetivo exigido Ž O DOLO, e, alŽm dele, se exige a finalidade
especial de agir, consistente na inten•‹o de obter vantagem il’cita em detrimento
(preju’zo) de outrem.
A vantagem perquirida pelo agente deve ser patrimonial (maioria da
Doutrina), embora haja Doutrinadores que entendam que pode ser qualquer
vantagem.
Temos aqui outro crime genŽrico, que ter‡ sua aplica•‹o afastada quando
estivermos diante de um caso em que haja regulamenta•‹o em norma penal
espec’fica.
E se o agente fraudar concurso pœblico? A conduta, que antes foi
considerada at’pica pelo STF, atualmente se encontra tipificada no art. 311-A
do CPP (crime de fraude em certames de interesse pœblico), inclu’do pela Lei
12.550/11.
E se o agente praticar o estelionato mediante a utiliza•‹o de
documento falso?
O STJ e o STF entendem que se trata de concurso FORMAL. Uma
terceira corrente, menos aceita nos Tribunais, entende que o crime de falso
absorve o de estelionato, pois a pena daquele Ž mais severa.

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No entanto, embora ambos entendam tratar-se de concurso formal,
entendem que se a potencialidade lesiva do falso se exaure no
estelionato, o crime de estelionato absorve o falso, que foi apenas um
meio para a sua pr‡tica.

Sœmula 17 do STJ
QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE
LESIVA, ƒ POR ESTE ABSORVIDO.

O crime somente se consuma com a efetiva obten•‹o da vantagem indevida


com preju’zo a terceiro (crime de resultado duplo). A tentativa Ž plenamente
admiss’vel.
E se o agente obtŽm um cheque da v’tima? O crime Ž tentado ou
consumado?
Enquanto o agente n‹o obtiver o valor prescrito no cheque, o crime ainda Ž
tentado, apenas se consumando quando o agente obtiver o valor constante no
cheque (posi•‹o majorit‡ria da Doutrina).
O ¤1¡ prev• o ESTELIONATO PRIVILEGIADO, que Ž aquele no qual o
agente Ž PRIMçRIO e o preju’zo Ž DE PEQUENO VALOR. Nesse caso, o Juiz
pode reduzir a pena ou aplicar somente a pena de multa, CONFORME O ART.
155, ¤2¡.
J‡ o ¤2¡ prev• diversas formas pelas quais se pode praticar o estelionato, e,
em todas elas, o agente responder‡ pelas mesmas penas previstas no caput.
Algumas observa•›es devem ser feitas:
No inciso V (fraude contra seguro), o sujeito ativo Ž o segurado (infrator) e
o sujeito passivo Ž a seguradora, e n‹o o pr—prio segurado, embora a coisa
destru’da seja sua, pois o preju’zo patrimonial, ao fim e ao cabo, ser‡ da
seguradora, que dever‡ pagar o preju’zo.
Essa Ž a œnica das modalidades equiparadas que constitui CRIME FORMAL,
pois se consuma com o emprego da fraude, independentemente da obten•‹o do
recebimento da indeniza•‹o de seguro.
J‡ no inciso VI, temos o famoso Òcheque voadorÓ. Entretanto, CUIDADO!
Para que se configure crime, Ž necess‡rio que o agente tenha, de antem‹o,
a inten•‹o de n‹o pagar, ou seja, o agente sabe que n‹o possui fundos para
adimplir a obriga•‹o contra’da. Diferente da hip—tese na qual o agente possui
fundos, mas, antes da data prevista para o desconto do cheque, tem que retirar
o dinheiro por algum motivo e o cheque Òbate sem fundosÓ. Isso n‹o Ž crime.
Se o agente repara o dano ANTES DO RECEBIMENTO DA DENòNCIA,
obsta o prosseguimento da a•‹o penal (sœmula 554 do STF).

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A emiss‹o de cheques sem fundos para pagamento de d’vidas de jogo NÌO
CONFIGURA CRIME, pois estas d’vidas n‹o s‹o pass’veis de cobran•a judicial,
nos termos do art. 814 do CC.42
Por fim, a Lei 13.228/15 incluiu o ¤4¼ no art. 171 do CP, estabelecendo
que a pena ser‡ aplicada em dobro caso praticada contra pessoa idosa (60
anos ou mais).

1.6.2 Estelionato previdenci‡rio


O ¤3¡ prev• o chamado estelionato contra entidade de direito pœblico, que Ž
aquele cometido contra qualquer das institui•›es previstas na norma penal citada.
Nesses casos, a pena aumenta-se de 1/3.
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem il’cita, em preju’zo alheio,
induzindo ou mantendo alguŽm em erro, mediante artif’cio, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
(...) ¤ 3¼ - A pena aumenta-se de um ter•o, se o crime Ž cometido em detrimento de
entidade de direito pœblico ou de instituto de economia popular, assist•ncia social ou
benefic•ncia.

Contudo, geralmente este tipo de estelionato Ž cometido em face do


INSS (mediante fraude para obten•‹o de benef’cios previdenci‡rios indevidos).
O bem jur’dico tutelado, neste caso, Ž o er‡rio (patrim™nio pœblico), pois a
fraude causa preju’zo ao Estado.
O ponto mais controvertido a respeito deste delito Ž o momento
consumativo. Houve muita discuss‹o a respeito de se tratar de crime permanente
ou de crime instant‰neo de efeitos permanentes.
Firmou-se entendimento no sentido de que tal delito possui natureza bin‡ria,
e a consuma•‹o depender‡, portanto, do sujeito ativo do delito43:
¥ Momento consumativo para o pr—prio benefici‡rio dos valores
indevidos Ð Trata-se de crime permanente, que se ÒrenovaÓ a cada
saque do benef’cio indevido.
¥ Momento consumativo para terceira pessoa que participou do
delito Ð Ocorre com o recebimento da vantagem indevida pela
primeira vez (j‡ que o delito de estelionato Ž material, pois o tipo penal
exige o efetivo recebimento da vantagem indevida), seja pelo pr—prio
ou por outra pessoa.

Este Ž o entendimento que foi solidificado pelo STJ e pelo STF:

42
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 334
43
CUNHA, RogŽrio Sanches. Op. Cit., p. 335/336

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1. O delito de estelionato previdenci‡rio capitulado no art. 171, ¤ 3.¼, do C—digo
Penal, segundo a jurisprud•ncia pacificada do Supremo Tribunal Federal, tem
natureza bin‡ria. Assim, praticado pelo pr—prio benefici‡rio dos valores
indevidos, Ž crime permanente, cujo momento consumativo se protai no tempo, j‡
que o Agente tem o poder de fazer cessar, a qualquer tempo, a a•‹o criminosa. Por outro
lado, praticado por terceira pessoa para permitir que outrem receba a vantagem
il’cita, constitui-se crime instant‰neo de efeitos permanentes, pois todos os
elementos do tipo penal s‹o verificados no momento da conduta. Precedentes.
(...)
(AgRg no REsp 1271901/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA,
julgado em 18/02/2014, DJe 07/03/2014)

1.6.3 Duplicata simulada


Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que n‹o corresponda ˆ mercadoria
vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao servi•o prestado. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 8.137, de 27.12.1990)
Pena - deten•‹o, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
8.137, de 27.12.1990)
Par‡grafo œnico. Nas mesmas penas incorrer‡ aqu•le que falsificar ou adulterar a
escritura•‹o do Livro de Registro de Duplicatas. (Inclu’do pela Lei n¼ 5.474. de 1968)

Aqui se pune a conduta daquele que emite fatura, duplicata ou nota de venda
que n‹o corresponda ˆ realidade. O sujeito ativo ser‡ aquele que emite o t’tulo
em desconformidade com a realidade. O sujeito passivo ser‡ o sacado, quando
aceita o t’tulo de boa-fŽ ou o tomador, que Ž aquele desconta a duplicata.
Como esta reda•‹o foi dada pela Lei 8.137/90, excluindo a men•‹o anterior
a Òexpedir ou aceitar duplicata que n‹o corresponda, juntamente com a fatura
respectiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real presta•‹o de servi•oÓ,
parte da Doutrina entendeu que a emiss‹o de duplicata FRIA passou a ser fato
at’pico. Entretanto, a maioria da Doutrina e o STF entendem que a emiss‹o
de duplicata fria n‹o Ž fato at’pico, pois se a lei pune a conduta daquele que
emite uma duplicata em desacordo parcial com a realidade, com muito mais raz‹o
este tipo penal pune aquele que emite uma duplicata em COMPLETO
DESACORDO COM A REALIDADE.
O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, n‹o existindo forma culposa.
O crime se consuma com a mera emiss‹o do t’tulo, n‹o sendo necess‡ria
sua coloca•‹o em circula•‹o. Logo, mais dispens‡vel ainda Ž a efetiva obten•‹o
da vantagem. A tentativa Ž poss’vel.
O ¤ œnico traz a forma equiparada, que Ž a daquela pessoa que falsifica ou
adultera o livro de registro das duplicatas. Embora seja um crime de falsidade, a
lei decidiu por bem coloc‡-la no T’tulo relativo aos crimes contra o patrim™nio. O
sujeito passivo aqui Ž o Estado!

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1.6.4 Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito pr—prio ou alheio, de necessidade, paix‹o ou
inexperi•ncia de menor, ou da aliena•‹o ou debilidade mental de outrem, induzindo
qualquer deles ˆ pr‡tica de ato suscet’vel de produzir efeito jur’dico, em preju’zo
pr—prio ou de terceiro:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.

Tutela-se aqui o patrim™nio destas pessoas que possuem uma fragilidade


maior, ou seja, que est‹o mais vulner‡veis a serem enganadas. O sujeito ativo
pode ser qualquer pessoa, mas o sujeito passivo s— poder‡ ser uma das pessoas
descritas no caput do artigo.
Na verdade, aqui n‹o h‡ propriamente fraude, mas abuso de uma condi•‹o
de vulnerabilidade, sendo, portanto, dispens‡vel o emprego de algum meio
ardiloso, pois a v’tima Ž bastante vulner‡vel.
O elemento subjetivo, mais uma vez, Ž o dolo, n‹o havendo forma culposa.
A lei n‹o exclui a possibilidade de DOLO EVENTUAL.
O crime se consuma com a pr‡tica do ato pela v’tima, pouco importando se
o agente aufere o proveito ou se a v’tima vem a ter efetivo preju’zo (Posi•‹o do
STF).

1.6.5 Induzimento ˆ especula•‹o


Art. 174 - Abusar, em proveito pr—prio ou alheio, da inexperi•ncia ou da simplicidade
ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o ˆ pr‡tica de jogo ou aposta, ou ˆ
especula•‹o com t’tulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a opera•‹o Ž
ruinosa:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.

Aqui temos um crime no qual tambŽm h‡ abuso de uma condi•‹o de


vulnerabilidade da v’tima. O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. O sujeito
passivo tambŽm pode ser qualquer pessoa, desde que se enquadre numa das
caracter’sticas estabelecidas (pessoa inexperiente, mentalmente inferior, etc.).
A conduta Ž muito similar ˆ anterior, com a diferen•a de que, aqui, o agente
n‹o induz a v’tima a praticar ato jur’dico, mas a induz ˆ pr‡tica de jogo ou aposta,
ou ˆ especula•‹o com t’tulos ou mercadorias, sabendo OU DEVENDO SABER
que a opera•‹o ser‡ ruinosa.
O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, com a finalidade especial de agir
consistente na INTEN‚ÌO de obter proveito pr—prio ou alheio. Quando a lei fala
em Òdevendo saberÓ estabelece uma espŽcie de dolo eventual em rela•‹o ˆ
possibilidade de a opera•‹o ˆ qual a v’tima foi induzida ser ruinosa.
O crime se consuma com a pr‡tica do jogo ou aposta ou com a especula•‹o,
independentemente da obten•‹o do proveito pelo infrator. A tentativa Ž
plenamente poss’vel.

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1.6.6 Fraude no comŽrcio
Art. 175 - Enganar, no exerc’cio de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
¤ 1¼ - Alterar em obra que lhe Ž encomendada a qualidade ou o peso de metal ou
substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor;
vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra
qualidade:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
¤ 2¼ - ƒ aplic‡vel o disposto no art. 155, ¤ 2¼.

Aqui se busca tutelar a boa-fŽ nas rela•›es comerciais, bem como o


patrim™nio daquele que for lesado. O sujeito ativo s— pode ser aquele que
EXER‚A A ATIVIDADE COMERCIAL (com habitualidade e profissionalismo),
sendo sujeito passivo somente o consumidor ou adquirente.
Parte da Doutrina entende que este artigo foi revogado pelas Leis 8.078/90
(C—digo de Defesa do Consumidor) e 8.137/90 (Crimes contra a ordem tribut‡ria,
econ™mica e contra as rela•›es de consumo). Entretanto, para a maioria da
Doutrina, ele continua em vigor, e deve ser aplicado como norma geral.
Havendo enquadramento em norma espec’fica, ficar‡ afastada sua aplica•‹o.
A conduta pode ser praticada mediante a VENDA (somente esta forma
comercial) de mercadoria FALSA OU DETERIORADA, desde que tenha sido
informado ao comprador que se tratava de mercadoria verdadeira ou perfeita.
Caso o consumidor saiba que se trata de mercadoria falsa ou com defeito, e tenha
pagado o pre•o a menor, sabendo disso, n‹o h‡ crime, pois n‹o houve les‹o ˆ
boa-fŽ nos contratos.
A segunda Ž aquela na qual o agente entrega uma mercadoria quando
deveria entregar outra.
O elemento subjetivo Ž somente o dolo, n‹o havendo forma culposa.
O crime se consuma com a efetiva entrega ou venda da mercadoria, atravŽs
da fraude sobre a v’tima. A tentativa Ž admitida.
O ¤ 1 prev• uma forma qualificada do delito, que ocorrer‡ nas hip—teses ali
previstas, cuja pena ser‡ de UM A CINCO ANOS E MULTA.
J‡ o ¤2¡ estabelece que se aplica o disposto no ¤2¡ do art. 155, que nada
mais Ž que a aplica•‹o do PRIVILƒGIO, referente ˆ possibilidade de diminui•‹o
de pena ou aplica•‹o somente da multa, nas hip—teses em que o rŽu seja prim‡rio
e a les‹o seja de pequeno valor.

1.6.7 Outras fraudes


Art. 176 - Tomar refei•‹o em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio
de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:

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Pena - deten•‹o, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Par‡grafo œnico - Somente se procede mediante representa•‹o, e o juiz pode,
conforme as circunst‰ncias, deixar de aplicar a pena.

Aqui se pune a conduta daquele que se alimenta, se hospeda ou toma


transporte, cujo pagamento deva se dar ao final do servi•o prestado, mas que
NÌO DISPONHA DE RECURSOS PARA PAGAR.
O crime Ž COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa. O sujeito
passivo tambŽm poder‡ ser qualquer pessoa.
As express›es ÒrestauranteÓ e ÒhotelÓ devem ser interpretadas de maneira
extensiva, de forma a abarcar ÒmotŽisÓ, ÒpousadasÓ, ÒlanchonetesÓ, ÒbaresÓ, etc.
CUIDADO! O agente n‹o deve dispor dos recursos necess‡rios. Caso o
agente disponha dos recursos e se recuse a pagar, por algum motivo (ex.:
m‡ presta•‹o do servi•o), n‹o h‡ crime. Na verdade, ainda que o agente
n‹o possua nenhum motivo justo, apenas se negando ao pagamento, n‹o
h‡ crime, desde que tenha recursos para tal.
Mas, e o que fazer se o agente n‹o quiser pagar? O que resta Ž mover
a•‹o civil para cobran•a dos valores devidos, nada mais.

O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, n‹o se admitindo a forma culposa. Se


h‡ erro sobre um dos elementos do tipo, como sabemos, n‹o h‡ crime. Portanto,
se o agente utiliza os servi•os, acreditando possuir os recursos e, ao final, verifica
que teve sua carteira furtada, ou que deixou cair o dinheiro na rua, n‹o pratica
crime.
A consuma•‹o Ž controvertida, mas a maioria da Doutrina entende que o
crime Ž formal, consumando-se com a mera realiza•‹o das condutas,
independentemente de haver efetivo preju’zo ou do pagamento posterior da
conta. No entanto, h‡ posi•›es em contr‡rio. A tentativa Ž admiss’vel.
A a•‹o penal Ž PòBLICA CONDICIONADA Ë REPRESENTA‚ÌO, e o Juiz
pode conceder o PERDÌO JUDICIAL, nos termos do ¤ œnico do artigo.

1.6.8 Fraudes ou abusos na funda•‹o ou administra•‹o de de sociedades por


a•›es
Fraudes e abusos na funda•‹o ou administra•‹o de sociedade por a•›es
Art. 177 - Promover a funda•‹o de sociedade por a•›es, fazendo, em prospecto ou
em comunica•‹o ao pœblico ou ˆ assemblŽia, afirma•‹o falsa sobre a constitui•‹o da
sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa, se o fato n‹o constitui crime contra a
economia popular.
¤ 1¼ - Incorrem na mesma pena, se o fato n‹o constitui crime contra a economia
popular: (Vide Lei n¼ 1.521, de 1951)
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por a•›es, que, em prospecto, relat—rio,
parecer, balan•o ou comunica•‹o ao pœblico ou ˆ assemblŽia, faz afirma•‹o falsa sobre

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as condi•›es econ™micas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em
parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artif’cio, falsa cota•‹o
das a•›es ou de outros t’tulos da sociedade;
III - o diretor ou o gerente que toma emprŽstimo ˆ sociedade ou usa, em proveito
pr—prio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prŽvia autoriza•‹o da
assemblŽia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, a•›es por
ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crŽdito social, aceita em penhor ou
em cau•‹o a•›es da pr—pria sociedade;
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balan•o, em desacordo com este, ou
mediante balan•o falso, distribui lucros ou dividendos fict’cios;
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com
acionista, consegue a aprova•‹o de conta ou parecer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade an™nima estrangeira, autorizada a funcionar no
Pa’s, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou d‡ falsa informa•‹o ao
Governo.
¤ 2¼ - Incorre na pena de deten•‹o, de seis meses a dois anos, e multa, o acionista
que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas delibera•›es
de assemblŽia geral.

A conduta prevista no caput do artigo visa a proteger o patrim™nio e a boa-


fŽ dos futuros s—cios da sociedade por a•›es. O sujeito ativo SOMENTE PODE
SER SîCIO-FUNDADOR da sociedade por a•›es. Sujeito passivo poder‡ ser
qualquer pessoa.
A conduta Ž a de fazer afirma•‹o falsa ou ocultar FRAUDULENTAMENTE
fato relativo ˆ sociedade por a•›es a ser constitu’da. Portanto, s‹o duas as
condutas incriminadas no tipo penal do caput.
O elemento subjetivo exigido Ž somente o dolo, n‹o se admitindo forma
culposa.
O crime se consuma com a mera realiza•‹o das condutas (CRIME FORMAL),
sendo irrelevante a efetiva ocorr•ncia de preju’zo. A tentativa Ž admiss’vel
somente na forma comissiva (Fazer declara•‹o falsa...).
O preceito secund‡rio (aquele que prev• a san•‹o penal) diz que s—
haver‡ crime se o fato n‹o constituir crime contra a economia popular.
Na verdade, a Doutrina entende que os crimes contra a economia popular tutelam
a coletividade, as boas pr‡ticas na economia como direito de todos n—s e,
portanto, o crime que afetasse pessoas incertas e indeterminadas seria crime
contra a economia popular, e aquele que lesasse pessoas certas e determinadas
seria este crime contra o patrim™nio.
O ¤1¡ prev• as formas equiparadas, que n‹o se referem mais ˆ funda•‹o da
sociedade por a•›es, mas ˆ sua ADMINISTRA‚ÌO. Naquelas hip—teses, sendo
uma figura equiparada ao caput, aplicam-se as mesmas penas.

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O ¤2¡, por sua vez, trata da conduta do acionista que negocia seu voto nas
assembleias, com a finalidade de obter vantagem para si ou para outrem. H‡
necessidade, aqui, do dolo espec’fico, referente ˆ inten•‹o de obter vantagem
atravŽs da negocia•‹o de seu voto.

1.6.9 Emiss‹o irregular de conhecimento de dep—sito ou warrant


Art. 178 - Emitir conhecimento de dep—sito ou warrant, em desacordo com disposi•‹o
legal:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.

O crime Ž COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa. Sujeito


passivo ser‡ o endossat‡rio do t’tulo, que ignore a sua natureza de t’tulo emitido
ilegalmente.
O conhecimento de dep—sito e o warrant s‹o t’tulo emitidos por donos de
estabelecimentos de guarda de mercadoria (geralmente, os armazŽns-gerais)
quando uma mercadoria Ž deixada no estabelecimento, de forma que este t’tulo
Ž representativo dos bens ali deixados, podendo ser negociado pelo depositante
no mercado (pois possui valor econ™mico).
A conduta Ž a de ÒemitirÓ, ou seja, p™r em circula•‹o o t’tulo, sem as
formalidades legais. Trata-se de norma penal em branco, pois deve ser
complementada por outra norma.
O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, direto ou eventual.
O crime se consuma com a mera emiss‹o do conhecimento de dep—sito ou
warrant, n‹o importando se h‡ ou n‹o preju’zo a terceiros. A tentativa NÌO ƒ
ADMITIDA, eis que o crime Ž UNISSUBSISTENTE.

1.6.10 Fraude ˆ execu•‹o


Art. 179 - Fraudar execu•‹o, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens,
ou simulando d’vidas:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
Par‡grafo œnico - Somente se procede mediante queixa.

Aqui se pune a conduta daquele que deliberadamente se desfaz dos seus


bens, seja alienando-os, desviando-os, destruindo-os ou danificando-os, com a
finalidade de FRUSTRAR A SATISFA‚ÌO DO CRƒDITO QUE ESTç SENDO
COBRADO EM SEDE DE EXECU‚ÌO. A conduta pode ser praticada, ainda, na
modalidade de SIMULA‚ÌO DE DêVIDAS.
O sujeito ativo Ž o devedor que est‡ sendo executado, e o sujeito passivo
ser‡ o credor prejudicado na satisfa•‹o do seu crŽdito.

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O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, consistente na vontade de se desfazer
dos seus bens ou simular d’vidas, com a finalidade de frustrar a solv•ncia do
crŽdito de seu credor.
O crime se consuma quando o agente pratica efetivamente o ato de aliena•‹o
ou destrui•‹o do bem, ou simula a exist•ncia das d’vidas, n‹o importando se h‡
o efetivo preju’zo.
CUIDADO! Este crime s— poder‡ ser praticado se Jç ESTIVER EM CURSO
A A‚ÌO NO JUêZO CêVEL, E Jç TIVER SIDO O DEVEDOR CITADO, conforme
posi•‹o da Jurisprud•ncia.
A a•‹o penal Ž PRIVADA, nos termos do ¤ œnico.

1.7 Da recepta•‹o
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito pr—prio ou
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fŽ, a
adquira, receba ou oculte: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de
1996)
Recepta•‹o qualificada(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 1¼ - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em dep—sito, desmontar,
montar, remontar, vender, expor ˆ venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
pr—prio ou alheio, no exerc’cio de atividade comercial ou industrial, coisa que deve
saber ser produto de crime: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - reclus‹o, de tr•s a oito anos, e multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de
1996)
¤ 2¼ - Equipara-se ˆ atividade comercial, para efeito do par‡grafo anterior, qualquer
forma de comŽrcio irregular ou clandestino, inclusive o exerc’cio em resid•ncia.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 3¼ - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela despropor•‹o entre o
valor e o pre•o, ou pela condi•‹o de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 4¼ - A recepta•‹o Ž pun’vel, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 5¼ - Na hip—tese do ¤ 3¼, se o criminoso Ž prim‡rio, pode o juiz, tendo em
considera•‹o as circunst‰ncias, deixar de aplicar a pena. Na recepta•‹o dolosa aplica-
se o disposto no ¤ 2¼ do art. 155. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 6¼ - Tratando-se de bens e instala•›es do patrim™nio da Uni‹o, Estado, Munic’pio,
empresa concession‡ria de servi•os pœblicos ou sociedade de economia mista, a pena
prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de
1996)
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em dep—sito ou
vender, com a finalidade de produ•‹o ou de comercializa•‹o, semovente domestic‡vel
de produ•‹o, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.330, de 2016)

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Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei n¼
13.330, de 2016)

A figura prevista no caput do artigo possui como sujeito ativo QUALQUER


PESSOA, sendo, portanto, crime comum, exceto aquele que participou do crime
anterior, pois a obten•‹o, pelo cœmplice, da sua cota-parte no delito, n‹o
configura o crime de recepta•‹o, sendo considerada como PîS-FATO
IMPUNêVEL (P—s-factum impun’vel). O sujeito passivo pode ser o terceiro de
boa-fŽ que adquire o bem sem saber ser produto de crime ou a v’tima do crime
anterior.
A conduta (tipo objetivo) pode ser dividida em duas partes:
ü RECEPTA‚ÌO PRîPRIA (1¡ parte do caput do artigo) Ð Aqui o
agente sabe que a coisa Ž produto de crime e a adquire, recebe,
transporta, conduz ou oculta. NÌO ƒ NECESSçRIO AJUSTE,
CONLUIO ENTRE O ADQUIRENTE (RECEPTADOR) E O
VENDEDOR (O QUE PRATICOU O CRIME ANTERIOR);
ü RECEPTA‚ÌO IMPRîPRIA (2¡ parte do caput do artigo) Ð Aqui o
agente n‹o adquire o bem, mas, sabendo que Ž produto de crime,
INFLUI PARA QUE TERCEIRO DE BOA-Fƒ O ADQUIRA, RECEBA
OU OCULTE.

E se a coisa for produto de ato infracional (praticado por


adolescente) e n‹o crime? Haver‡ o crime de recepta•‹o? A Doutrina
majorit‡ria entende que sim.
Somente a coisa m—vel poder‡ ser objeto material do delito (Posi•‹o
adotada pelo STF).
O elemento subjetivo exigido Ž o dolo, aliado ao dolo espec’fico, consistente
na inten•‹o de obter vantagem, ainda que para terceira pessoa. Se n‹o houver
inten•‹o de obten•‹o de vantagem, mas mera inten•‹o de ajudar aquele que
praticou o crime anterior, poderemos estar diante do crime de FAVORECIMENTO
REAL (art. 349 do CP).
A consuma•‹o, na RECEPTA‚ÌO PRîPRIA, se d‡ com a efetiva inclus‹o
da coisa na esfera de posse do agente (CRIME MATERIAL). J‡ a
RECEPTA‚ÌO IMPRîPRIA ƒ CRIME FORMAL, bastando que o infrator
influencie o terceiro a praticar a conduta, pouco importando se este vem a pratic‡-
la ou n‹o. A Doutrina s— admite a tentativa na recepta•‹o pr—pria (mas existem
posi•›es em contr‡rio).
A recepta•‹o QUALIFICADA est‡ prevista no ¤ 1¡ do art. 180, e traz uma
sŽrie de condutas que se assemelham ˆ RECEPTA‚ÌO PRîPRIA, mas o artigo
traz um rol de condutas bem maior.
A diferen•a na recepta•‹o qualificada Ž, basicamente, que a conduta deva
ter sido praticada NO EXERCêCIO DE ATIVIDADE COMERCIAL, sendo,
portanto, crime PRîPRIO. A atividade comercial se equipara qualquer forma
de comŽrcio, ainda que irregular ou clandestino (camel™s), nos termos do ¤2¡.

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O elemento subjetivo aqui Ž tanto o dolo DIRETO QUANTO O DOLO
EVENTUAL, pois a lei usa a express‹o Òdeva saber...Ó. Entretanto, h‡ um
impasse. A recepta•‹o qualificada (mais grave) Ž punida atŽ mesmo quando h‡
apenas DOLO EVENTUAL, j‡ a recepta•‹o simples (pr—pria e impr—pria) s— Ž
punida a t’tulo de dolo direto. Assim, ter’amos a possibilidade de aplicar uma pena
mais grave ˆquele que apenas deveria saber (embora n‹o soubesse) que a coisa
era produto de crime e uma pena mais branda ˆquele que SABIA ser produto
de crime.
Os Tribunais est‹o bem divididos, ora julgando pela inconstitucionalidade
desta previs‹o (do ¤1¡, relativa ˆ penalidade mais grave), ora julgando pela
constitucionalidade. No entanto, o STF possui posi•‹o no sentido de que
NÌO Hç INCONSTITUCIONALIDADE, tendo a lei buscado punir mais
severamente aquele que pratica recepta•‹o no exerc’cio de atividade comercial,
ainda que por dolo eventual, embora isso n‹o exclua o dolo direto. O STJ
corrobora isso:

I. A jurisprud•ncia desta Corte firmou entendimento no sentido de que "n‹o se mostra


prudente a imposi•‹o da pena prevista para a recepta•‹o simples em condena•‹o pela
pr‡tica de recepta•‹o qualificada, pois a distin•‹o feita pelo pr—prio legislador atende
aos reclamos da sociedade que representa, no seio da qual Ž mais reprov‡vel a
conduta praticada no exerc’cio de atividade comercial" (STJ, EREsp 879.539/SP, Rel.
Ministro JORGE MUSSI, TERCEIRA SE‚ÌO, DJe de 11/04/2011).
(...)
(AgRg no REsp 1172096/RS, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÌES, SEXTA TURMA, julgado em
01/10/2013, DJe 25/11/2013)

O ¤3¡ prev• a recepta•‹o culposa, que ocorre quando o agente age com
imprud•ncia, adquirindo um bem em circunst‰ncias an™malas, sem atentar para
o fato e que Ž bem prov‡vel que seja produto de crime.
O ¤4¡ estabelece que a recepta•‹o seja pun’vel ainda que seja desconhecido
ou isento de pena o autor do CRIME ANTERIOR. Entretanto, deve haver prova
da ocorr•ncia do crime anterior, ainda que n‹o se exija a condena•‹o de qualquer
pessoa por ele. PorŽm, se tiver havido a absolvi•‹o no CRIME ANTERIOR, em
raz‹o do reconhecimento da INEXISTæNCIA DE CRIME, da exist•ncia de
circunst‰ncia que exclui o crime ou pelo fato de n‹o constituir infra•‹o penal, a
recepta•‹o n‹o ser‡ pun’vel.
O ¤5¡, por sua vez, trata do PERDÌO JUDICIAL E DO PRIVILƒGIO. O
perd‹o judicial pode ser aplicado somente ˆ RECEPTA‚ÌO CULPOSA, caso
o rŽu seja prim‡rio. Caso a recepta•‹o seja dolosa, pode ser aplicada a norma
prevista no ¤2¡ do art. 155 do CP (que trata do furto privilegiado).

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O ¤6¡ nos traz uma causa de aumento de pena aplic‡vel ˆ recepta•‹o
SIMPLES, quando praticada em detrimento de bens das entidades ali
discriminadas. Nestes casos, a pena ser‡ aplicada EM DOBRO.
Por fim, a Lei 13.330/16 alterou o crime de recepta•‹o, incluindo o art. 180-
A ao C—digo Penal, com a seguinte reda•‹o:
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em dep—sito ou
vender, com a finalidade de produ•‹o ou de comercializa•‹o, semovente domestic‡vel
de produ•‹o, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.330, de 2016)
Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei n¼
13.330, de 2016)

Primeiramente, Ž importante destacar que o tipo penal traz sete condutas


t’picas:
v Adquirir
v Receber
v Transportar
v Conduzir
v Ocultar
v Ter em dep—sito
v Vender

Trata-se, portanto, de tipo misto alternativo, ou seja, a pr‡tica de


qualquer das condutas j‡ configura o delito, em sua forma consumada. Todavia,
a pr‡tica de mais de uma conduta, no mesmo contexto criminoso, configura crime
œnico.
Quanto ao elemento subjetivo, o tipo penal previu apenas a forma dolosa,
mas com duas nuances importantes:
⇒ Em rela•‹o ˆ finalidade da pr‡tica delituosa (conduta
propriamente dita), o tipo penal exigiu o chamado Òespecial fim de
agirÓ (tambŽm chamado de dolo espec’fico), que consiste na inten•‹o
de produzir ou comercializar o objeto do delito. Assim, se a finalidade
do agente ao praticar a conduta Ž outra (consumo pr—prio, por
exemplo), n‹o estar‡ caracterizado este delito, podendo configurar
outra modalidade de recepta•‹o (ou, atŽ mesmo, favorecimento real,
na forma do art. 349 do CP).
⇒ Em rela•‹o ˆ proced•ncia do semovente, o tipo n‹o exigiu que o
agente saiba que se trata de produto de crime, exigindo apenas que o
agente Òdeva saberÓ. O que isso significa? Significa a previs‹o de
uma espŽcie de Òdolo eventualÓ, ou seja, o agente ser‡ punido mesmo
que n‹o saiba, efetivamente, que se trata de produto de crime, mas
desde que haja, no caso concreto, elementos suficientes para indicar
que ele Òdeveria saberÓ que era produto de crime (ex.: pre•o muito
abaixo do valor de mercado, aus•ncia de nota fiscal, etc.).

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Por fim, como a pena m’nima Ž superior a 01 ano de priva•‹o da liberdade,


n‹o ser‡ cab’vel a suspens‹o condicional do processo, nos termos do art. 89 da
Lei 9.099/95.

1.8 Das disposi•›es gerais


Aquele que comete QUALQUER DOS CRIMES CONTRA O PATRIMïNIO
Ž isento de pena se pratica o fato contra:
Art. 181 - ƒ isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste t’tulo,
em preju’zo:
I - do c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco leg’timo ou ileg’timo, seja civil
ou natural.

A norma do inciso I se estende, tambŽm, ˆqueles que vivam em Uni‹o


Est‡vel.
Este artigo cuida do que a doutrina chama de escusas absolut—rias.44
Os crimes contra o patrim™nio s‹o, em regra, DE A‚ÌO PENAL PòBLICA
INCONDICIONADA. No entanto, caso sejam praticados contra determinadas
pessoas, embora sejam pun’veis, ser‹o crimes de A‚ÌO PENAL PòBLICA
CONDICIONADA Ë REPRESENTA‚ÌO. Vejamos o que diz o art. 182 do CP:
Art. 182 - Somente se procede mediante representa•‹o, se o crime previsto neste
t’tulo Ž cometido em preju’zo:
I - do c™njuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irm‹o, leg’timo ou ileg’timo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

PorŽm, se mesmo se enquadrando a v’tima numa destas circunst‰ncias, o


CRIME SERç DE A‚ÌO PENAL PòBLICA INCONDICIONADA nos seguintes
casos:
Art. 183 - N‹o se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime Ž de roubo ou de extors‹o, ou, em geral, quando haja emprego de grave
amea•a ou viol•ncia ˆ pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime Ž praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 10.741, de 2003)

44
PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal Brasileiro. Volume 2. 5¼ edi•‹o. Ed. Revista dos Tribunais. S‹o
Paulo, 2006, p. 652/653

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Vejam, portanto, que se o crime Ž praticado contra pessoa maior de
60 anos e se o crime Ž de roubo ou extors‹o (ou praticado com viol•ncia
ou grave amea•a em geral), n‹o se aplica a regra dos arts. 181 e 182,
que, no primeiro caso, traz uma causa de imunidade absoluta (isen•‹o de pena)
e, no segundo, que exige representa•‹o como condi•‹o de procedibilidade da
a•‹o penal.
O inciso II, por sua vez, retira do raio de aplica•‹o dos arts. 181 e 182, a
figura do comparsa, ou seja, se duas pessoas praticam o delito, os arts. 181 e
182 s— se aplicam ao parente da v’tima, e n‹o ao seu comparsa que n‹o tenha
v’nculo com a v’tima.45

1.9 Crimes patrimoniais e crimes hediondos


Alguns crimes contra o patrim™nio s‹o considerados hediondos, na forma
do art. 1¼ da Lei 8.072/90. S‹o eles:
§ Roubo com resultado morte (latroc’nio)
§ Extors‹o qualificada pela morte (art. 158, ¤2¼ do CP)
§ Extors‹o mediante sequestro (forma simples e formas qualificadas)

ATEN‚ÌO! O crime de extors‹o mediante restri•‹o da liberdade da v’tima


(art. 158, ¤3¼) Ž considerado hediondo quando resultar em morte. Essa Ž a
posi•‹o da doutrina majorit‡ria, embora seja bastante controvertido.

2 DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES


CîDIGO PENAL
Ä Arts. 155 a 183 do CP Ð Tipificam os crimes contra o patrim™nio:
TêTULO II
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMïNIO
CAPêTULO I
DO FURTO
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
¤ 1¼ - A pena aumenta-se de um ter•o, se o crime Ž praticado durante o repouso
noturno.
¤ 2¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor a coisa furtada, o juiz
pode substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de um a dois ter•os,
ou aplicar somente a pena de multa.
¤ 3¼ - Equipara-se ˆ coisa m—vel a energia elŽtrica ou qualquer outra que tenha
valor econ™mico.

45
Trata-se de circunst‰ncia de car‡ter pessoal, que n‹o se comunica aos demais agentes do delito, nos
termos do art. 30 do CP.

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Furto qualificado
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
I - com destrui•‹o ou rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa;
II - com abuso de confian•a, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
¤ 5¼ - A pena Ž de reclus‹o de tr•s a oito anos, se a subtra•‹o for de ve’culo
automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
(Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 6o A pena Ž de reclus‹o de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtra•‹o for de semovente
domestic‡vel de produ•‹o, ainda que abatido ou dividido em partes no local da
subtra•‹o (Inclu’do pela Lei n¼ 13.330, de 2016)

Furto de coisa comum


Art. 156 - Subtrair o cond™mino, co-herdeiro ou s—cio, para si ou para outrem,
a quem legitimamente a detŽm, a coisa comum:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
¤ 1¼ - Somente se procede mediante representa•‹o.
¤ 2¼ - N‹o Ž pun’vel a subtra•‹o de coisa comum fung’vel, cujo valor n‹o excede
a quota a que tem direito o agente.

CAPêTULO II
DO ROUBO E DA EXTORSÌO
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
amea•a ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
¤ 1¼ - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtra’da a coisa, emprega
viol•ncia contra pessoa ou grave amea•a, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a deten•‹o da coisa para si ou para terceiro.
¤ 2¼ - A pena aumenta-se de um ter•o atŽ metade:
I - se a viol•ncia ou amea•a Ž exercida com emprego de arma;
II - se h‡ o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a v’tima est‡ em servi•o de transporte de valores e o agente conhece tal
circunst‰ncia.
IV - se a subtra•‹o for de ve’culo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
V - se o agente mantŽm a v’tima em seu poder, restringindo sua liberdade.
(Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 3¼ Se da viol•ncia resulta les‹o corporal grave, a pena Ž de reclus‹o, de sete
a quinze anos, alŽm da multa; se resulta morte, a reclus‹o Ž de vinte a trinta anos,
sem preju’zo da multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996) Vide Lei n¼ 8.072,
de 25.7.90

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Teoria e quest›es
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Extors‹o
Art. 158 - Constranger alguŽm, mediante viol•ncia ou grave amea•a, e com o
intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econ™mica, a fazer, tolerar
que se fa•a ou deixar de fazer alguma coisa:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
¤ 1¼ - Se o crime Ž cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de
arma, aumenta-se a pena de um ter•o atŽ metade.
¤ 2¼ - Aplica-se ˆ extors‹o praticada mediante viol•ncia o disposto no ¤ 3¼ do
artigo anterior. Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90
¤ 3o Se o crime Ž cometido mediante a restri•‹o da liberdade da v’tima, e essa
condi•‹o Ž necess‡ria para a obten•‹o da vantagem econ™mica, a pena Ž de reclus‹o,
de 6 (seis) a 12 (doze) anos, alŽm da multa; se resulta les‹o corporal grave ou morte,
aplicam-se as penas previstas no art. 159, ¤¤ 2o e 3o, respectivamente. (Inclu’do pela
Lei n¼ 11.923, de 2009)
Extors‹o mediante seqŸestro
Art. 159 - SeqŸestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condi•‹o ou pre•o do resgate: Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90
(Vide Lei n¼ 10.446, de 2002)
Pena - reclus‹o, de oito a quinze anos.. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.072, de
25.7.1990)
¤ 1o Se o seqŸestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqŸestrado Ž
menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime Ž cometido por
bando ou quadrilha. Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90 (Reda•‹o dada pela Lei n¼
10.741, de 2003)
Pena - reclus‹o, de doze a vinte anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.072, de
25.7.1990)
¤ 2¼ - Se do fato resulta les‹o corporal de natureza grave: Vide Lei n¼ 8.072, de
25.7.90
Pena - reclus‹o, de dezesseis a vinte e quatro anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼
8.072, de 25.7.1990)
¤ 3¼ - Se resulta a morte: Vide Lei n¼ 8.072, de 25.7.90
Pena - reclus‹o, de vinte e quatro a trinta anos. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 8.072,
de 25.7.1990)
¤ 4¼ - Se o crime Ž cometido em concurso, o concorrente que o denunciar ˆ
autoridade, facilitando a liberta•‹o do seqŸestrado, ter‡ sua pena reduzida de um a
dois ter•os. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.269, de 1996)
Extors‹o indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de
alguŽm, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima ou
contra terceiro:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.

CAPêTULO III
DA USURPA‚ÌO
Altera•‹o de limites

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Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo
de linha divis—ria, para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa im—vel alheia:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, e multa.
¤ 1¼ - Na mesma pena incorre quem:
Usurpa•‹o de ‡guas
I - desvia ou represa, em proveito pr—prio ou de outrem, ‡guas alheias;
Esbulho possess—rio
II - invade, com viol•ncia a pessoa ou grave amea•a, ou mediante concurso de
mais de duas pessoas, terreno ou edif’cio alheio, para o fim de esbulho possess—rio.
¤ 2¼ - Se o agente usa de viol•ncia, incorre tambŽm na pena a esta cominada.
¤ 3¼ - Se a propriedade Ž particular, e n‹o h‡ emprego de viol•ncia, somente se
procede mediante queixa.
Supress‹o ou altera•‹o de marca em animais
Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca
ou sinal indicativo de propriedade:
Pena - deten•‹o, de seis meses a tr•s anos, e multa.

CAPêTULO IV
DO DANO
Dano
Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
Pena - deten•‹o, de um a seis meses, ou multa.
Dano qualificado
Par‡grafo œnico - Se o crime Ž cometido:
I - com viol•ncia ˆ pessoa ou grave amea•a;
II - com emprego de subst‰ncia inflam‡vel ou explosiva, se o fato n‹o constitui
crime mais grave
III - contra o patrim™nio da Uni‹o, Estado, Munic’pio, empresa concession‡ria
de servi•os pœblicos ou sociedade de economia mista; (Reda•‹o dada pela Lei n¼
5.346, de 3.11.1967)
IV - por motivo ego’stico ou com preju’zo consider‡vel para a v’tima:
Pena - deten•‹o, de seis meses a tr•s anos, e multa, alŽm da pena
correspondente ˆ viol•ncia.
Introdu•‹o ou abandono de animais em propriedade alheia
Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem
consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte preju’zo:
Pena - deten•‹o, de quinze dias a seis meses, ou multa.
Dano em coisa de valor art’stico, arqueol—gico ou hist—rico
Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade
competente em virtude de valor art’stico, arqueol—gico ou hist—rico:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, e multa.
Altera•‹o de local especialmente protegido

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Art. 166 - Alterar, sem licen•a da autoridade competente, o aspecto de local
especialmente protegido por lei:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
A•‹o penal
Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu par‡grafo e do art. 164,
somente se procede mediante queixa.

CAPêTULO V
DA APROPRIA‚ÌO INDƒBITA
Apropria•‹o indŽbita
Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia m—vel, de que tem a posse ou a deten•‹o:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
Aumento de pena
¤ 1¼ - A pena Ž aumentada de um ter•o, quando o agente recebeu a coisa:
I - em dep—sito necess‡rio;
II - na qualidade de tutor, curador, s’ndico, liquidat‡rio, inventariante,
testamenteiro ou deposit‡rio judicial;
III - em raz‹o de of’cio, emprego ou profiss‹o.
Apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
Art. 168-A. Deixar de repassar ˆ previd•ncia social as contribui•›es recolhidas
dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983,
de 2000)
Pena Ð reclus‹o, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei n¼
9.983, de 2000)
¤ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de
2000)
I Ð recolher, no prazo legal, contribui•‹o ou outra import‰ncia destinada ˆ
previd•ncia social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a
terceiros ou arrecadada do pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
II Ð recolher contribui•›es devidas ˆ previd•ncia social que tenham integrado
despesas cont‡beis ou custos relativos ˆ venda de produtos ou ˆ presta•‹o de
servi•os; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
III - pagar benef’cio devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores
j‡ tiverem sido reembolsados ˆ empresa pela previd•ncia social. (Inclu’do pela Lei n¼
9.983, de 2000)
¤ 2o ƒ extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa
e efetua o pagamento das contribui•›es, import‰ncias ou valores e presta as
informa•›es devidas ˆ previd•ncia social, na forma definida em lei ou regulamento,
antes do in’cio da a•‹o fiscal. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
¤ 3o ƒ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa
se o agente for prim‡rio e de bons antecedentes, desde que: (Inclu’do pela Lei n¼
9.983, de 2000)
I Ð tenha promovido, ap—s o in’cio da a•‹o fiscal e antes de oferecida a denœncia,
o pagamento da contribui•‹o social previdenci‡ria, inclusive acess—rios; ou (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.983, de 2000)

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II Ð o valor das contribui•›es devidas, inclusive acess—rios, seja igual ou inferior
ˆquele estabelecido pela previd•ncia social, administrativamente, como sendo o
m’nimo para o ajuizamento de suas execu•›es fiscais. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de
2000)
Apropria•‹o de coisa havida por erro, caso fortuito ou for•a da natureza
Art. 169 - Apropriar-se alguŽm de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso
fortuito ou for•a da natureza:
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa.
Par‡grafo œnico - Na mesma pena incorre:
Apropria•‹o de tesouro
I - quem acha tesouro em prŽdio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da
quota a que tem direito o propriet‡rio do prŽdio;
Apropria•‹o de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente,
deixando de restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade
competente, dentro no prazo de quinze dias.
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Cap’tulo, aplica-se o disposto no art. 155,
¤ 2¼.

CAPêTULO VI
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem il’cita, em preju’zo alheio,
induzindo ou mantendo alguŽm em erro, mediante artif’cio, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil rŽis a dez contos
de rŽis.
¤ 1¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor o preju’zo, o juiz pode
aplicar a pena conforme o disposto no art. 155, ¤ 2¼.
¤ 2¼ - Nas mesmas penas incorre quem:
Disposi•‹o de coisa alheia como pr—pria
I - vende, permuta, d‡ em pagamento, em loca•‹o ou em garantia coisa alheia
como pr—pria;
Aliena•‹o ou onera•‹o fraudulenta de coisa pr—pria
II - vende, permuta, d‡ em pagamento ou em garantia coisa pr—pria inalien‡vel,
gravada de ™nus ou litigiosa, ou im—vel que prometeu vender a terceiro, mediante
pagamento em presta•›es, silenciando sobre qualquer dessas circunst‰ncias;
Defrauda•‹o de penhor
III - defrauda, mediante aliena•‹o n‹o consentida pelo credor ou por outro
modo, a garantia pignorat’cia, quando tem a posse do objeto empenhado;
Fraude na entrega de coisa
IV - defrauda subst‰ncia, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a
alguŽm;
Fraude para recebimento de indeniza•‹o ou valor de seguro

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V - destr—i, total ou parcialmente, ou oculta coisa pr—pria, ou lesa o pr—prio corpo
ou a saœde, ou agrava as conseqŸ•ncias da les‹o ou doen•a, com o intuito de haver
indeniza•‹o ou valor de seguro;
Fraude no pagamento por meio de cheque
VI - emite cheque, sem suficiente provis‹o de fundos em poder do sacado, ou
lhe frustra o pagamento.
¤ 3¼ - A pena aumenta-se de um ter•o, se o crime Ž cometido em detrimento de
entidade de direito pœblico ou de instituto de economia popular, assist•ncia social ou
benefic•ncia.
Estelionato contra idoso
¤ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for cometido contra idoso. (Inclu’do
pela Lei n¼ 13.228, de 2015)
Duplicata simulada
Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que n‹o corresponda ˆ
mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao servi•o prestado. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 8.137, de 27.12.1990)
Pena - deten•‹o, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. (Reda•‹o dada pela Lei
n¼ 8.137, de 27.12.1990)
Par‡grafo œnico. Nas mesmas penas incorrer‡ aqu•le que falsificar ou adulterar
a escritura•‹o do Livro de Registro de Duplicatas. (Inclu’do pela Lei n¼ 5.474. de 1968)
Abuso de incapazes
Art. 173 - Abusar, em proveito pr—prio ou alheio, de necessidade, paix‹o ou
inexperi•ncia de menor, ou da aliena•‹o ou debilidade mental de outrem, induzindo
qualquer deles ˆ pr‡tica de ato suscet’vel de produzir efeito jur’dico, em preju’zo
pr—prio ou de terceiro:
Pena - reclus‹o, de dois a seis anos, e multa.
Induzimento ˆ especula•‹o
Art. 174 - Abusar, em proveito pr—prio ou alheio, da inexperi•ncia ou da
simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o ˆ pr‡tica de jogo ou
aposta, ou ˆ especula•‹o com t’tulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que
a opera•‹o Ž ruinosa:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Fraude no comŽrcio
Art. 175 - Enganar, no exerc’cio de atividade comercial, o adquirente ou
consumidor:
I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou
deteriorada;
II - entregando uma mercadoria por outra:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
¤ 1¼ - Alterar em obra que lhe Ž encomendada a qualidade ou o peso de metal
ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor;
vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de ou outra
qualidade:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa.
¤ 2¼ - ƒ aplic‡vel o disposto no art. 155, ¤ 2¼.

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Outras fraudes
Art. 176 - Tomar refei•‹o em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de
meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
Pena - deten•‹o, de quinze dias a dois meses, ou multa.
Par‡grafo œnico - Somente se procede mediante representa•‹o, e o juiz pode,
conforme as circunst‰ncias, deixar de aplicar a pena.
Fraudes e abusos na funda•‹o ou administra•‹o de sociedade por a•›es
Art. 177 - Promover a funda•‹o de sociedade por a•›es, fazendo, em prospecto
ou em comunica•‹o ao pœblico ou ˆ assemblŽia, afirma•‹o falsa sobre a constitui•‹o
da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa, se o fato n‹o constitui crime
contra a economia popular.
¤ 1¼ - Incorrem na mesma pena, se o fato n‹o constitui crime contra a economia
popular: (Vide Lei n¼ 1.521, de 1951)
I - o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por a•›es, que, em prospecto,
relat—rio, parecer, balan•o ou comunica•‹o ao pœblico ou ˆ assemblŽia, faz afirma•‹o
falsa sobre as condi•›es econ™micas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no
todo ou em parte, fato a elas relativo;
II - o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artif’cio, falsa
cota•‹o das a•›es ou de outros t’tulos da sociedade;
III - o diretor ou o gerente que toma emprŽstimo ˆ sociedade ou usa, em
proveito pr—prio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prŽvia autoriza•‹o
da assemblŽia geral;
IV - o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, a•›es
por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V - o diretor ou o gerente que, como garantia de crŽdito social, aceita em penhor
ou em cau•‹o a•›es da pr—pria sociedade;
VI - o diretor ou o gerente que, na falta de balan•o, em desacordo com este, ou
mediante balan•o falso, distribui lucros ou dividendos fict’cios;
VII - o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado
com acionista, consegue a aprova•‹o de conta ou parecer;
VIII - o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;
IX - o representante da sociedade an™nima estrangeira, autorizada a funcionar
no Pa’s, que pratica os atos mencionados nos ns. I e II, ou d‡ falsa informa•‹o ao
Governo.
¤ 2¼ - Incorre na pena de deten•‹o, de seis meses a dois anos, e multa, o
acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas
delibera•›es de assemblŽia geral.
Emiss‹o irregular de conhecimento de dep—sito ou "warrant"
Art. 178 - Emitir conhecimento de dep—sito ou warrant, em desacordo com
disposi•‹o legal:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
Fraude ˆ execu•‹o
Art. 179 - Fraudar execu•‹o, alienando, desviando, destruindo ou danificando
bens, ou simulando d’vidas:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.

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Par‡grafo œnico - Somente se procede mediante queixa.

CAPêTULO VII
DA RECEPTA‚ÌO
Recepta•‹o
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito pr—prio
ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-
fŽ, a adquira, receba ou oculte: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426,
de 1996)
Recepta•‹o qualificada (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 1¼ - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em dep—sito,
desmontar, montar, remontar, vender, expor ˆ venda, ou de qualquer forma utilizar,
em proveito pr—prio ou alheio, no exerc’cio de atividade comercial ou industrial, coisa
que deve saber ser produto de crime:(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - reclus‹o, de tr•s a oito anos, e multa.(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426,
de 1996)
¤ 2¼ - Equipara-se ˆ atividade comercial, para efeito do par‡grafo anterior,
qualquer forma de comŽrcio irregular ou clandestino, inclusive o exerc’cio em
resid•ncia. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 3¼ - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela despropor•‹o
entre o valor e o pre•o, ou pela condi•‹o de quem a oferece, deve presumir-se obtida
por meio criminoso: (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Reda•‹o
dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 4¼ - A recepta•‹o Ž pun’vel, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor
do crime de que proveio a coisa. (Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 5¼ - Na hip—tese do ¤ 3¼, se o criminoso Ž prim‡rio, pode o juiz, tendo em
considera•‹o as circunst‰ncias, deixar de aplicar a pena. Na recepta•‹o dolosa aplica-
se o disposto no ¤ 2¼ do art. 155. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
¤ 6¼ - Tratando-se de bens e instala•›es do patrim™nio da Uni‹o, Estado, Munic’pio,
empresa concession‡ria de servi•os pœblicos ou sociedade de economia mista, a pena
prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de
1996)
Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em dep—sito ou
vender, com a finalidade de produ•‹o ou de comercializa•‹o, semovente domestic‡vel
de produ•‹o, ainda que abatido ou dividido em partes, que deve saber ser produto de
crime: (Inclu’do pela Lei n¼ 13.330, de 2016)

Pena - reclus‹o, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Inclu’do pela Lei n¼


13.330, de 2016)

CAPêTULO VIII
DISPOSI‚ÍES GERAIS
Art. 181 - ƒ isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste
t’tulo, em preju’zo: (Vide Lei n¼ 10.741, de 2003)

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I - do c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco leg’timo ou ileg’timo, seja
civil ou natural.
Art. 182 - Somente se procede mediante representa•‹o, se o crime previsto
neste t’tulo Ž cometido em preju’zo: (Vide Lei n¼ 10.741, de 2003)
I - do c™njuge desquitado ou judicialmente separado;
II - de irm‹o, leg’timo ou ileg’timo;
III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - N‹o se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime Ž de roubo ou de extors‹o, ou, em geral, quando haja emprego
de grave amea•a ou viol•ncia ˆ pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III Ð se o crime Ž praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 10.741, de 2003)

3 SòMULAS PERTINENTES
3.1 Sœmulas do STF
Ä Sœmula 610 do STF Ð Trata da consuma•‹o no delito de latroc’nio:

Sœmula 610 do STF


Hç CRIME DE LATROCêNIO, QUANDO O HOMICêDIO SE CONSUMA, AINDA QUE NÌO
REALIZE O AGENTE A SUBTRA‚ÌO DE BENS DA VêTIMA.

Ä Sœmula 554 do STF Ð O STF sumulou entendimento no sentido de que o


pagamento do cheque emitido sem provis‹o de fundos n‹o obsta o
prosseguimento da a•‹o penal:
Sœmula 554 do STF - ÒO pagamento de cheque emitido sem provis‹o de fundos,
ap—s o recebimento da denœncia, n‹o obsta ao prosseguimento da aç‹o penal.Ó

Ä Sœmula 246 do STF Ð O STF sumulou entendimento no sentido de que, para


a configura•‹o do crime do art. 171, VI, Ž necess‡rio que o agente tenha, de
antem‹o, a inten•‹o de n‹o pagar, ou seja, o agente sabe que n‹o possui fundos
para adimplir a obriga•‹o contra’da. Assim, Ž necess‡rio que haja uma fraude, e
n‹o mera inadimpl•ncia:
Sœmula 246 do STF - ÒComprovado n‹o ter havido fraude, n‹o se configura o crime
de emiss‹o de cheque sem fundos.Ó

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Ä Sœmula 603 do STF Ð Por se tratar o latroc’nio de crime patrimonial, e n‹o
crime doloso contra a vida, o STF sumulou entendimento no sentido de que a
compet•ncia para processar e julgar o delito Ž do Juiz singular, e n‹o do Tribunal
do Jœri:
Sœmula 603 do STF - ÒA competência para o processo e julgamento de latroc’nio Ž
do juiz singular e n‹o do Tribunal do Jœri.Ó

3.2 Sœmulas do STJ


Ä Sœmula 582 do STJ - O STJ sumulou entendimento no sentido de que a
consuma•‹o do roubo ocorre com a mera invers‹o da posse sobre o bem,
mediante emprego de viol•ncia ou grave amea•a, sendo desnecess‡ria a posse
mansa e pac’fica ou desvigiada sobre a coisa:
Sœmula 582 do STJ - Consuma-se o crime de roubo com a invers‹o da posse do bem
mediante emprego de viol•ncia ou grave amea•a, ainda que por breve tempo e em
seguida ˆ persegui•‹o imediata ao agente e recupera•‹o da coisa roubada, sendo
prescind’vel a posse mansa e pac’fica ou desvigiada.

Ä Sœmula 96 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que o crime


de extors‹o Ž FORMAL, e n‹o depende da obten•‹o da vantagem pelo agente
para que haja a consuma•‹o (que ocorre com o mero emprego da viol•ncia ou
grave amea•a):
Sœmula 96 do STJ - O CRIME DE EXTORSÌO CONSUMA-SE INDEPENDENTEMENTE
DA OBTENÇÌO DA VANTAGEM INDEVIDA

Ä Sœmula 17 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que, se a


potencialidade lesiva do falso se exaure no estelionato, o crime de estelionato
absorve o falso, que foi apenas um meio para a sua pr‡tica:
Sœmula 17 do STJ
QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE
LESIVA, ƒ POR ESTE ABSORVIDO.

Ä Sœmula 567 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que a


exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico n‹o impede a
consuma•‹o do furto, logo, n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel:
Sœmula 567 do STJ - Sistema de vigil‰ncia realizado por monitoramento eletr™nico
ou por exist•ncia de seguran•a no interior de estabelecimento comercial, por si s—,
n‹o torna imposs’vel a configura•‹o do crime de furto.

Ä Sœmula 511 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que Ž


poss’vel a figura do furto qualificado-privilegiado, desde que a qualificadora seja
de ordem objetiva e estejam presentes os requisitos do privilŽgio:

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Sœmula 511 - ƒ poss’vel o reconhecimento do privilŽgio previsto no ¤ 2¼ do art. 155
do CP nos casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade
do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.

Ä Sœmula 442 do STJ Ð Durante muito tempo se discutiu a respeito da


possibilidade de aplica•‹o, ao furto, da majorante prevista para o roubo, no que
tange ao concurso de pessoas. Isso porque o concurso de pessoas, no roubo,
apenas Ž causa de aumento de pena. J‡ no furto Ž causa que qualifica o delito
(mais grave, portanto). Assim, boa parte da doutrina entendia que ao invŽs de
aplicar a qualificadora o Juiz deveria apenas aumentar a pena, valendo-se, por
analogia, da causa de aumento de pena do roubo. O STJ entendeu ser
inadmiss’vel a tese, tendo sumulado a quest‹o:
Sœmula 442 do STJ
ƒ inadmiss’vel aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do
roubo.

Ä Sœmula 48 do STJ Ð O STJ sumulou entendimento no sentido de que a


compet•ncia territorial para o processo e julgamento do crime de estelionato
mediante falsifica•‹o de cheque Ž do Ju’zo do lugar em que ocorrer a obten•‹o
da vantagem il’cita:
Sœmula 48 do STJ - Compete ao ju’zo do local da obten•‹o da vantagem il’cita
processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsifica•‹o de cheque.

Ä Sœmula 244 do STJ - O STJ sumulou entendimento no sentido de que a


compet•ncia territorial para o processo e julgamento do crime de estelionato
mediante emiss‹o de cheque sem suficiente provis‹o de fundos Ž do Ju’zo
do lugar em que ocorrer a recusa do pagamento:
Sœmula 244 do STJ - Compete ao foro do local da recusa processar e julgar o crime
de estelionato mediante cheque sem provis‹o de fundos.

4 JURISPRUDæNCIA CORRELATA

Ä STJ - AGRG nos EARESP 443.045/DF Ð O STJ reiterou entendimento no


sentido de que Ž desnecess‡ria a realiza•‹o de per’cia para que possa ser aplicada
a majorante do emprego de arma:
Ò(...)I. "Para a caracteriza•‹o da majorante prevista no art. 157, ¤ 2¼, inciso I, do
C—digo Penal, prescinde-se da apreens‹o e realiza•‹o de per’cia em arma
utilizada na pr‡tica do crime de roubo, se por outros meios de prova restar
evidenciado o seu emprego. Precedentes do STF" (EREsp n. 961.863/RS, Rel. p/
ac—rd‹o Min. Gilson Dipp, 3» Se•‹o, DJe de 06.04.2011). Incid•ncia ˆ espŽcie da
Sœmula n. 168/STJ. (...) (AgRg nos EAREsp 443.045/DF, Rel. Ministro GURGEL DE
FARIA, TERCEIRA SE‚ÌO, julgado em 08/10/2014, DJe 14/10/2014)

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Ä STJ - REsp 1193074/MG Ð O STJ reiterou entendimento no sentido de que
a majorante do repouso noturno tambŽm Ž aplic‡vel ao furto praticado contra
estabelecimento comercial:
Ò(...)1. A majorante prevista no art. 155, ¤ 1¼, do C—digo Penal incide na hip—tese
de furto praticado em estabelecimento comercial no per’odo do repouso
noturno, em que h‡ maior possibilidade de •xito na empreitada criminosa em raz‹o
da menor vigil‰ncia do bem, mais vulner‡vel ˆ subtra•‹o. Precedentes. 2. Recurso
especial provido. (REsp 1193074/MG, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS
MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 05/03/2013, DJe 15/03/2013)

Ä STJ - HC 219.953/MS Ð O STJ reiterou entendimento no sentido de que Ž


necess‡ria per’cia para que seja apurada a exist•ncia da qualificadora do
Òrompimento de obst‡culo e escaladaÓ, quando deixar vest’gios:
Ò(...) A qualificadora do crime de furto "rompimento de obst‡culo e escalada", quando
deixa vest’gios (crime n‹o transeunte), exige, de regra, o exame pericial para a sua
comprova•‹o, nos termos do art. 158 do C—digo de Processo Penal. Precedentes. 4.
Habeas corpus n‹o conhecido. Ordem parcialmente concedida, de of’cio, para retirar
a qualificadora de rompimento de obst‡culo e, consequentemente, reduzir a pena, nos
termos do voto. (HC 219.953/MS, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, QUINTA
TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe 21/10/2013)

Ä STJ - REsp 1.172.349-PR Ð O STJ firmou entendimento no sentido de que Ž


desnecess‡rio o dolo espec’fico no crime de apropria•‹o indŽbita
previdenci‡ria:
Ò(...)Para a caracteriza•‹o do crime de apropria•‹o indŽbita de contribui•‹o
previdenci‡ria (art. 168-A do CP), n‹o h‡ necessidade de comprova•‹o de dolo
espec’fico. Trata-se de crime omissivo pr—prio, que se perfaz com a mera
omiss‹o de recolhimento de contribui•‹o previdenci‡ria no prazo e na forma legais.
Desnecess‡ria, portanto, a demonstra•‹o do animus rem sibi habendi, bem como a
comprova•‹o do especial fim de fraudar a Previd•ncia Social. Precedentes citados do
STJ: (REsp 1.172.349-PR, Quinta Turma, DJe 24/5/2012; e HC 116.461-PE, Sexta
Turma, DJe 29/2/2012; Precedentes citados do STF: AP 516-DF, Pleno, DJe de
6/12/2010; e HC 96.092-SP, Primeira Turma, DJe de 1¼/7/2009. EREsp 1.296.631-
RN, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 11/9/2013.) Ð Informativo 528 do STJ

Ä STJ - REsp 1339987/MG Ð O STJ firmou entendimento no sentido de que,


no caso do delito de latroc’nio, se h‡ uma œnica subtra•‹o patrimonial, com
quatro resultados morte, caracteriza concurso formal impr—prio:
Ò(...) Segundo a jurisprud•ncia desta Corte, "tipifica-se a conduta do agente que,
mediante uma s— a•‹o, dolosamente e com des’gnios aut™nomos, pratica dois ou mais
crimes, obtendo dois ou mais resultados, no art. 70, 2» parte, do C—digo Penal -
concurso formal impr—prio, aplicando-se as penas cumulativamente. Na
compreens‹o do Superior Tribunal de Justi•a, no caso de latroc’nio (artigo
157, par‡grafo 3¼, parte final, do C—digo Penal), uma œnica subtra•‹o
patrimonial, com quatro resultados morte, caracteriza concurso formal
impr—prio" (REsp 1339987/MG, Rel. Ministro SEBASTIÌO REIS JòNIOR, Rel. p/
Ac—rd‹o Ministra ASSUSETE MAGALHÌES, SEXTA TURMA, julgado em 20/08/2013,
DJe 11/03/2014)

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Ä STJ - REsp 1339987/MG Ð O STJ firmou entendimento no sentido de que h‡
latroc’nio tentado quando h‡ dolo de roubar e dolo de matar, ainda que o
resultado (morte) n‹o ocorra por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do agente:
Ò(...)1. Nesta Corte, prevalece o entendimento de que o crime de latroc’nio
tentado est‡ caracterizado quando, independente da natureza das les›es
sofridas pela(s) v’tima(s), h‡ dolo de roubar e dolo de matar, e o resultado
agravador somente n‹o ocorre por circunst‰ncias alheias ˆ vontade do
agente. (...) (REsp 1414303/RS, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA
TURMA, julgado em 05/06/2014, DJe 25/06/2014)

Ä STJ - REsp 1339987/MG Ð O STJ consolidou entendimento no sentido de


que, em havendo les‹o a patrim™nios distintos (ainda que na mesma conduta),
haver‡ mais de um delito de roubo. Contudo, caso os bens sejam de propriet‡rios
diversos mas estejam na posse de uma œnica pessoa, teremos crime œnico:
Ò(...) Em roubo praticado no interior de ™nibus, o fato de a conduta ter ocasionado
viola•‹o de patrim™nios distintos, o da empresa de transporte coletivo e o do
cobrador, n‹o descaracteriza a ocorr•ncia de crime œnico se todos os bens
subtra’dos estavam na posse do cobrador. ƒ bem verdade que a
jurisprud•ncia do STJ e do STF entende que o roubo perpetrado com viola•‹o
de patrim™nios de diferentes v’timas, ainda que em um œnico evento,
configura concurso formal de crimes, e n‹o crime œnico. Todavia, esse mesmo
entendimento n‹o pode ser aplicado ao caso em que os bens subtra’dos,
embora perten•am a pessoas distintas, estavam sob os cuidados de uma
œnica pessoa, a qual sofreu a grave amea•a ou viol•ncia. Precedente citado: HC
204.316-RS, Sexta Turma, DJe 19/9/2011. AgRg no REsp 1.396.144-DF, Rel. Min.
Walter de Almeida Guilherme (Desembargador Convocado do TJ/SP), julgado em
23/10/2014. Ð Informativo 551 do STJ.

5 RESUMO
FURTO
Bem jur’dico Ð Tutela-se n‹o s— a propriedade, qualquer forma de domina•‹o
sobre a coisa (propriedade, posse e deten•‹o leg’timas).
Coisa alheia m—vel - O conceito de Òm—velÓ aqui Ž Òtudo aquilo que pode ser
movido de um lugar para outro sem perda de suas caracter’sticas ou
funcionalidadesÓ. OBS.: Cad‡ver pode ser objeto de furto, desde que perten•a a
alguŽm. OBS.2: Equipara-se a coisa m—vel a ENERGIA ELƒTRICA ou qualquer
outra energia que possua valor econ™mico.
Elemento subjetivo Ð Dolo, com a inten•‹o de se apoderar da coisa (animus
rem sibi habendi). N‹o se pune na forma culposa. OBS.: Furto de uso n‹o Ž crime
(subtrair s— para usar a coisa, j‡ com a inten•‹o de devolver).
Consuma•‹o Ð Teoria da amotio: furto se consuma quando o agente tem a
posse sobre a coisa, ainda que por um breve espa•o de tempo e ainda que n‹o
tenha a Òposse e mansa e pac’ficaÓ sobre a coisa.
OBS.: A exist•ncia de sistema de vigil‰ncia ou monitoramento eletr™nico
caracteriza crime imposs’vel? N‹o. O STF e o STJ possuem entendimento
pac’fico no sentido de que, neste caso, h‡ possibilidade de consuma•‹o do furto,

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logo, n‹o h‡ que se falar em crime imposs’vel. O STJ, inclusive, editou o
enunciado de sœmula n¼ 567 nesse sentido.

Repouso noturno Ð Se o crime for praticado durante o repouso noturno, a pena


Ž aumentada em 1/3. Disposi•›es importantes sobre o repouso noturno:
¥ Aplica-se tanto ao furto simples quanto ao furto qualificado
¥ Aplica-se ainda que se trate de casa desabitada ou estabelecimento
comercial
Furto privilegiado Ð O Juiz pode substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o,
diminu’-la de 1/3 a 2/3 ou aplicar somente a pena de multa, desde que:
¥ O rŽu seja prim‡rio
¥ Seja de pequeno valor a coisa furtada

ƒ poss’vel a aplica•‹o do privilŽgio ao furto qualificado? Sim, desde


que (sœmula 511 do STJ):
¥ Estejam presentes os requisitos que autorizam o reconhecimento do
privilŽgio
¥ A qualificadora seja de ordem objetiva
Furto qualificado Ð Existem v‡rias hip—teses que qualificam o furto. S‹o elas:
§ Destrui•‹o ou rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa Ð
Aquela conduta do agente que destr—i ou rompe um obst‡culo colocado de
forma a impedir o furto. Se a viol•ncia for exercida contra o pr—prio
bem furtado, n‹o h‡ a qualificadora.
§ Abuso de confian•a, fraude, escalada ou destreza Ð No abuso de
confian•a o agente se aproveita da confian•a nele depositada, de forma
que o propriet‡rio n‹o exerce vigil‰ncia sobre o bem, por confiar no
infrator. Na fraude o infrator emprega algum artif’cio para enganar o
agente e furt‡-lo. Na escalada o agente realiza um esfor•o fora do comum
para superar uma barreira f’sica (ex.: Saltar um muro ALTO). A supera•‹o
da barreira pode se dar de qualquer forma, n‹o apenas pelo alto (ex.:
Escava•‹o de um tœnel subterr‰neo), desde que n‹o ocorra a destrui•‹o da
barreira (Neste caso, ter’amos a qualificadora do rompimento de
obst‡culo). Na destreza o agente se vale de alguma habilidade peculiar
(ex.: Batedor de carteira, que furta com extrema destreza, sem ser
percebido). Se a v’tima percebe a a•‹o, o agente responde por tentativa
de furto simples, e n‹o por tentativa de furto qualificado, pois o agente n‹o
agiu com destreza alguma.
§ Chave falsa Ð O conceito de Òchave falsaÓ abrange: a) A c—pia da chave
verdadeira, mas obtida sem autoriza•‹o do dono; b) uma chave diversa
da verdadeira, mas alterada com a finalidade de abrir a fechadura; c)
Qualquer objeto capaz de abrir uma fechadura sem provocar sua
destrui•‹o (pode ser um grampo de cabelo, por exemplo).
§ Concurso de pessoas Ð Nessa hip—tese o crime ser‡ qualificado se
praticado por duas ou mais pessoas em concurso de agentes. Em caso de

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associa•‹o criminosa - Todos respondem pelo furto qualificado pelo
concurso de pessoas + associa•‹o criminosa em concurso MATERIAL (STJ).
§ Furto de ve’culo automotor (¤ 5¡) que venha A SER
TRANSPORTADO PARA OUTRO ESTADO OU PARA O EXTERIOR Ð Se
o ve’culo n‹o chegar a ser levado para outro estado ou pa’s, embora essa
tenha sido a inten•‹o, n‹o h‡ furto qualificado tentado, mas furto simples
consumado, pois a subtra•‹o se consumou (Pena Ž diversa das demais
formas qualificadas: 03 a 08 anos).
§ Furto de semovente domestic‡vel de produ•‹o Ð Forma qualificada de
furto.

T—picos importantes sobre o crime de furto


¥ Òƒ inadmiss’vel aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a
majorante do rouboÓ (Sœmula 442 do STJ)
¥ Furto de folha de cheque em branco Ð H‡ diverg•ncia doutrin‡ria e
jurisprudencial a respeito. Entretanto, prevalece no STJ o entendimento de
que a mera subtra•‹o da folha de cheque, em branco, n‹o
caracteriza furto, por possuir valor insignificante.
¥ Furto de coisas perdidas, abandonadas e que nunca tiveram dono Ð
a) Furto de coisas perdidas (res desperdicta) Ð Incab’vel, pois o agente,
neste caso, pratica o crime de apropria•‹o de coisa achada, prevista no art.
169, ¤ œnico do CP; b) Furto de coisas abandonadas e que nunca tiveram
dono (res derelicta e res nullius, respectivamente) Ð Incab’vel, pois o
agente, ao se apossar da coisa, torna-se seu dono, j‡ que a coisa n‹o
pertence a ninguŽm.

ROUBO
Roubo pr—prio Ð O agente pratica a viol•ncia ou grave amea•a PARA subtrair a
coisa.
Roubo impr—prio Ð O agente pratica a viol•ncia ou grave amea•a DEPOIS de
subtrair a coisa, como forma de assegurar o sucesso do crime.
Roubo com viol•ncia impr—pria Ð O agente, sem viol•ncia ou grave amea•a,
reduz a v’tima ˆ condi•‹o de impossibilidade de defesa (ex.: coloca uma droga
em sua bebida).
Roubo de uso Ž crime? Controvertido, mas prevalece que o agente
responde pelo roubo. Doutrina minorit‡ria sustenta que responde apenas por
constrangimento ilegal (mais a pena relativa ˆs les›es corporais que causar, se
for o caso).
Consuma•‹o - Quando o agente passa a ter o poder sobre a coisa (ainda que
por um breve espa•o de tempo e ainda que n‹o seja posse mansa e pac’fica Ð
teoria da amotio), ap—s ter praticado a viol•ncia ou grave amea•a. OBS.: No
roubo impr—prio o crime se consuma quando o agente, ap—s subtrair a coisa,
emprega a viol•ncia ou grave amea•a. OBS.: A inexist•ncia de valores em poder

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da v’tima n‹o configura crime imposs’vel (mera impropriedade RELATIVA do
objeto).
Tentativa Ð Cab’vel, em todas as formas (Doutrina minorit‡ria, contudo,
sustenta que n‹o cabe no roubo impr—prio).

Majorantes Ð A pena do crime de roubo ser‡ aumentada de um ter•o atŽ a


metade em determinadas situa•›es:
1. Se a viol•ncia ou amea•a Ž exercida com emprego de arma:
Qualquer instrumento que possa ser usado como arma
Exige-se o uso efetivo da arma
Uso de arma de fogo de brinquedo n‹o autoria a aplica•‹o da majorante
Per’cia Ð Deve ser realizada, como regra, mas nada impede que a prova do
fato se d• por outros meios
2. Se h‡ o concurso de duas ou mais pessoas
Se houver associa•‹o criminosa Ð Todos respondem por roubo
majorado e por associa•‹o criminosa.
3. Se a v’tima est‡ em servi•o de transporte de valores e o agente
conhece tal circunst‰ncia
4. Se a subtra•‹o for de ve’culo automotor que venha a ser transportado
para outro Estado ou para o exterior
5. Se o agente mantŽm a v’tima em seu poder, restringindo sua liberdade

Roubo qualificado pelo resultado


Les‹o corporal grave Ð Pena de 07 a 15 anos de reclus‹o e multa.
Morte Ð Pena de 20 a 30 anos de reclus‹o e multa.

T—picos importantes sobre o latroc’nio


§ Caracteriza•‹o - Ocorrer‡ sempre que o agente, VISANDO A
SUBTRA‚ÌO DA COISA, praticar a conduta (empregando viol•ncia) e
ocorrer (dolosa ou culposamente) a morte de alguŽm. Caso o agente deseje
a morte da pessoa, e, somente ap—s realizar a conduta homicida, resolva
furtar seus bens, estaremos diante de um HOMICêDIO em concurso com
FURTO.

OBS.: E se o agente mata o pr—prio comparsa (para ficar com todo o


dinheiro, por exemplo)? Neste caso, temos roubo em concurso material com
homic’dio, e n‹o latroc’nio.
OBS.: E se o agente atira para acertar a v’tima, mas acaba atingindo o
comparsa? Temos erro na execu•‹o (aberratio ictus), e o agente responde como
se tivesse atingido a v’tima. Logo, temos latroc’nio.

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§ Consuma•‹o - Em resumo, o entendimento acerca da consuma•‹o do
latroc’nio Ž o seguinte:
SUBTRA‚ÌO CONSUMADA + MORTE CONSUMADA = Latroc’nio
consumado
SUBTRA‚ÌO TENTADA + MORTE TENTADA = Latroc’nio tentado
SUBTRA‚ÌO TENTADA + MORTE CONSUAMDA = Latroc’nio
consumado (sœmula 610 do STF)
SUBTRA‚ÌO CONSUMADA + MORTE TENTADA = Latroc’nio
tentado (STJ)

EXTORSÌO
Caracteriza•‹o - O constrangimento (viol•ncia ou grave amea•a) Ž mero ÒmeioÓ
para a obten•‹o da vantagem indevida. O verbo Ž ÒconstrangerÓ, que Ž sin™nimo
de for•ar, obrigar alguŽm a fazer o que n‹o deseja. N‹o se confunde com o delito
de roubo, pois naquele o agente se vale da viol•ncia ou grave amea•a para
subtrair o bem da v’tima. Neste o agente se vale destes meios para fazer com
que a v’tima entregue a coisa, ou seja, deve haver a colabora•‹o da v’tima,
sem a qual a vantagem n‹o poderia ser obtida.

Elemento subjetivo Ð Exige-se o dolo de obter a vantagem indevida. N‹o se


pune na forma culposa. Casos especiais:
Vantagem devida Ð Teremos crime de exerc’cio arbitr‡rio das pr—prias
raz›es (art. 345 do CP).
Vantagem sexual Ð Teremos estupro.
Vantagem meramente moral, sem valor econ™mico Ð
Constrangimento ilegal (art. 146 do CP).

Consuma•‹o e tentativa Ð A tentativa Ž plenamente admiss’vel. O crime se


consuma com o mero constrangimento (emprego da viol•ncia ou grave amea•a),
sendo irrelevante o eventual recebimento da vantagem. Trata-se de crime
FORMAL (sœmula 96 do STJ).

Causas de aumento de pena (majorantes)


A pena ser‡ aumentada de um ter•o atŽ a metade se o crime for:
§ Cometido por duas ou mais pessoas
§ Mediante emprego de arma Ð Qualquer arma (ainda que n‹o se trate de
objeto fabricado com tal finalidade). Arma de brinquedo n‹o majora o
delito.

Extors‹o qualificada pelo resultado


Aplicam-se as mesmas regras previstas para o roubo qualificado pelo resultado
(morte ou les‹o corporal grave).

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Sequestro-rel‰mpago (art. 158, ¤3¼ do CP)
A pena Ž mais elevada (seis a doze anos). O crime tambŽm ser‡ considerado
qualificado (com penas mais severas) no caso de ocorr•ncia de les›es graves
ou morte.
Caracteriza•‹o - Segundo este dispositivo, Ž necess‡rio:
§ Que o crime seja cometido mediante a restri•‹o da liberdade da
v’tima
§ Que essa circunst‰ncia seja necess‡ria para a obten•‹o da
vantagem econ™mica Ð Se for desnecess‡ria, o agente responde por
extors‹o simples em concurso material com sequestro ou c‡rcere
privado.

Extors‹o indireta - ocorre quando um credor EXIGE ou RECEBE, do devedor,


documento que possa dar causa ˆ instaura•‹o de procedimento criminal contra a
v’tima (devedor) ou contra terceiro. Deve haver, ainda:
§ Abuso de situa•‹o de necessidade (fragilidade) da v’tima
§ Inten•‹o de garantir, futuramente, o pagamento da d’vida (por meio da
amea•a)
Consuma•‹o e tentativa na extors‹o indireta - O crime se consuma com a mera
realiza•‹o da exig•ncia (nesse caso, crime formal) ou com o efetivo recebimento
(nesse caso, material) do documento. A tentativa Ž poss’vel.

Extors‹o mediante sequestro


Carateriza•‹o - O verbo Ž sequestrar, ou seja, impedir, por qualquer meio, que
a pessoa exer•a seu direito de ir e vir. O CRIME OCORRERç AINDA QUE A
VêTIMA NÌO SEJA TRANSFERIDA PARA OUTRO LOCAL. Aqui a priva•‹o da
liberdade se d‡ como meio para se obter um RESGATE, que Ž um pagamento
pela liberdade de alguŽm (ou seja, o dolo espec’fico consistente na inten•‹o de
obter a vantagem).
Qualquer vantagem pode ser exigida? Doutrina entende que a vantagem
deve ser PATRIMONIAL e INDEVIDA, pois se for DEVIDA, teremos o crime de
exerc’cio arbitr‡rio das pr—prias raz›es.
Quem Ž o sujeito passivo do delito? Quem Ž sequestrado ou a pessoa a
quem se exige o resgate? Ambos.
OBS.: Pessoa jur’dica pode ser sujeito passivo, na qualidade de v’tima da les‹o
patrimonial (Ex.: Sequestra-se o s—cio, para exigir da PJ o pagamento do
resgate).
Qualificadoras - A pena ser‡ de DOZE A VINTE ANOS SE:
O sequestro dura mais de 24 horas
Se o sequestrado Ž menor de 18 anos ou maior de 60 anos
Se o crime for cometido por quadrilha ou bando - Os agentes
respondem tanto pela extors‹o mediante sequestro qualificada
quanto pela associa•‹o criminosa (art. 288 do CP)

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Extors‹o mediante sequestro qualificada pelo resultado
Les‹o corporal grave Ð Pena de 16 a 24 anos de reclus‹o
Morte Ð Pena de 24 a 30 anos de reclus‹o
OBS.: A maioria da Doutrina entende que o resultado (les‹o grave ou morte)
qualifica o crime, QUALQUER QUE SEJA A PESSOA QUE SOFRA A LESÌO, ainda
que n‹o seja o pr—prio sequestrado, mas desde que ocorra no contexto f‡tico do
delito de extors‹o mediante sequestro.

Dela•‹o premiada - Abatimento na pena (causa especial de redu•‹o de pena)


daquele que delata os demais cœmplices (redu•‹o de 1/3 a 2/3). ƒ indispens‡vel
que dessa dela•‹o decorra uma facilita•‹o na libera•‹o do sequestrado.

DANO
Carateriza•‹o - O tipo objetivo (conduta) pode ser tanto a destrui•‹o
(danifica•‹o total), a inutiliza•‹o (danifica•‹o, ainda que parcial, mas que torna
o bem inœtil) ou deteriora•‹o (danifica•‹o parcial do bem) da coisa.
O crime Ž comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, tendo como
sujeito passivo o propriet‡rio ou possuidor do bem danificado. O cond™mino
pode ser sujeito ativo, mas se a coisa Ž fung’vel (substitu’vel, como o
dinheiro, por exemplo) e o agente deteriora apenas a sua cota-parte, n‹o
h‡ crime, por analogia ao furto de coisa comum (Posi•‹o do STF).
Elemento subjetivo Ð Dolo. N‹o se pune na forma culposa.
OBS.: O crime de Òpicha•‹oÓ Ž definido como CRIME CONTRA O MEIO
AMBIENTE (ambiente urbano), nos termos do art. 65 da Lei 9.605/98.

APROPRIA‚ÌO INDƒBITA PREVIDENCIçRIA


Caracteriza•‹o - A conduta Ž apenas uma: Òdeixar de repassarÓ, ou seja, reter,
mas n‹o repassar ao —rg‹o respons‡vel, os valores referentes ˆs contribui•›es
previdenci‡rias. Trata-se de norma penal em branco, pois deve haver a
complementa•‹o com as normas previdenci‡rias, que estabelecem o prazo para
repasse das contribui•›es retidas pelo respons‡vel tribut‡rio.
Elemento subjetivo Ð Dolo. N‹o se pune na forma culposa. N‹o se exige o
dolo espec’fico (STF e STJ).
Consuma•‹o e tentativa - A Doutrina majorit‡ria sustenta que o crime Ž
formal, e se consuma no momento em que se exaure o prazo para o repasse dos
valores. STF e STJ - Trata-se de crime material, sendo necess‡ria a
constitui•‹o definitiva do tributo (contribui•‹o previdenci‡ria) para que possa ser
considerado ÒconsumadoÓ o crime (aplica•‹o da sœmula vinculante n¼ 24).
N‹o se admite tentativa (crime omissivo puro).
Extin•‹o da punibilidade
O STF e o STJ entendem que o pagamento, a qualquer tempo (antes do
tr‰nsito em julgado) extingue a punibilidade.

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E se o rŽu adere ao parcelamento do dŽbito? Neste caso, fica SUSPENSA a
punibilidade (e tambŽm o curso do prazo prescricional). Uma vez quitado o
parcelamento, extingue-se a punibilidade.
Princ’pio da insignific‰ncia Ð Quando o valor do dŽbito for igual ou inferior ao
estabelecido pela previd•ncia como sendo o m’nimo para ajuizamento das a•›es
fiscais, atualmente se entende que deve ser aplicado o princ’pio da
insignific‰ncia. Patamar: STJ Ð R$ 10.000,00; STF Ð R$ 20.000,00.

ESTELIONATO
Caracteriza•‹o Ð O agente obtŽm vantagem il’cita (crime material, portanto),
para si ou para outrem, em preju’zo alheio, induzindo ou mantendo alguŽm em
erro, mediante qualquer meio fraudulento. Considerado crime de resultado
duplo (o agente deve obter a vantagem e a v’tima deve sofrer preju’zo).
Vantagem Ð Deve ser patrimonial (doutrina majorit‡ria).
Elemento subjetivo Ð Dolo. N‹o se pune a forma culposa. Exige-se, ainda, a
finalidade especial de agir, consistente na inten•‹o de obter vantagem il’cita
em detrimento (preju’zo) de outrem.
Estelionato privilegiado Ð Aplicam-se as mesmas disposi•›es do furto
privilegiado.

T—picos importantes
E se o agente fraudar concurso pœblico? A conduta, que antes foi
considerada at’pica pelo STF, atualmente se encontra tipificada no art. 311-A
do CPP (crime de fraude em certames de interesse pœblico), inclu’do pela Lei
12.550/11.
E se o agente praticar o estelionato mediante a utiliza•‹o de
documento falso? O STJ e o STF entendem que se trata de concurso
FORMAL. Contudo, se a potencialidade lesiva do falso se exaure no
estelionato, o crime de estelionato absorve o falso, que foi apenas um meio
para a sua pr‡tica (Sœmula 17 do STJ).
E se o agente obtŽm um cheque da v’tima? O crime Ž tentado ou
consumado? Enquanto o agente n‹o obtiver o valor prescrito no cheque, o crime
ainda Ž tentado, apenas se consumando quando o agente obtiver o valor
constante no cheque (posi•‹o majorit‡ria da Doutrina).
Emiss‹o de cheque sem fundos - Para que se configure crime, Ž
necess‡rio que o agente tenha, de antem‹o, a inten•‹o de n‹o pagar, ou
seja, o agente sabe que n‹o possui fundos para adimplir a obriga•‹o contra’da.
Diferente da hip—tese na qual o agente possui fundos, mas, antes da data prevista
para o desconto do cheque, tem que retirar o dinheiro por algum motivo e o
cheque Òbate sem fundosÓ. Isso n‹o Ž crime. A emiss‹o de cheques sem fundos
para pagamento de d’vidas de jogo NÌO CONFIGURA CRIME, pois estas d’vidas
n‹o s‹o pass’veis de cobran•a judicial, nos termos do art. 814 do CC.

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OBS.: Neste caso (art. 171, ¤2¼, VI do CP), se o agente repara o dano ANTES
DO RECEBIMENTO DA DENòNCIA, obsta o prosseguimento da a•‹o penal
(sœmula 554 do STF).
Estelionato contra idoso Ð A pena ser‡ aplicada em dobro se o crime de
estelionato (qualquer de suas formas) for praticado contra pessoa idosa (60 anos
ou mais).

Estelionato previdenci‡rio
O ¤3¡ prev• o chamado estelionato contra entidade de direito pœblico, que Ž
aquele cometido contra qualquer das institui•›es previstas na norma penal
citada. Trata-se de causa de aumento de pena (aumenta-se de um ter•o).
Consuma•‹o Ð Tal delito possui natureza bin‡ria, e a consuma•‹o depender‡,
portanto, do sujeito ativo do delito:
§ Momento consumativo para o pr—prio benefici‡rio dos valores
indevidos Ð Trata-se de crime permanente, que se ÒrenovaÓ a cada saque
do benef’cio indevido.
§ Momento consumativo para terceira pessoa que participou do delito
Ð Ocorre com o recebimento da vantagem indevida pela primeira vez (j‡
que o delito de estelionato Ž material, pois o tipo penal exige o efetivo
recebimento da vantagem indevida), seja pelo pr—prio ou por outra pessoa.

Disposi•›es gerais sobre os crimes contra o patrim™nio


Causa pessoal de isen•‹o de pena (Escusa absolut—ria)
ƒ isento de pena quem comete qualquer dos crimes contra o patrim™nio em
preju’zo:
§ Do c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal
§ De ascendente ou descendente

Contudo, isso NÌO se aplica:


§ Se o crime Ž cometido com emprego de grave amea•a ou viol•ncia ˆ pessoa
§ Ao estranho que participa do crime
§ Se o crime Ž praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos

A•‹o penal
REGRA - A‚ÌO PENAL PòBLICA INCONDICIONADA.
EXCE‚ÍES:
§ A‚ÌO PENAL PòBLICA CONDICIONADA Ë REPRESENTA‚ÌO Ð Se o
crime Ž cometido contra:
§ C™njuge desquitado ou judicialmente separado
§ Irm‹o, leg’timo ou ileg’timo
§ Tio ou sobrinho, com quem o agente coabita

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ATEN‚ÌO! Mesmo numa destas circunst‰ncias, o CRIME SERç DE A‚ÌO
PENAL PòBLICA INCONDICIONADA quando ocorrerem as hip—teses em que
n‹o se aplicam as escusas absolut—rias, ou seja:
§ Se o crime Ž cometido com emprego de grave amea•a ou viol•ncia ˆ pessoa
§ Ao estranho que participa do crime
§ Se o crime Ž praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60
(sessenta) anos

Crimes patrimoniais e crimes hediondos


Alguns crimes contra o patrim™nio s‹o considerados hediondos. S‹o eles:
§ Roubo com resultado morte (latroc’nio)
§ Extors‹o qualificada pela morte (art. 158, ¤2¼ do CP)
§ Extors‹o mediante sequestro (forma simples e formas qualificadas)
OBS.: O crime de extors‹o mediante restri•‹o da liberdade da v’tima (art.
158, ¤3¼) Ž considerado hediondo quando resultar em morte (doutrina
majorit‡ria).
_______
Bons estudos!
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6 EXERCêCIOS PARA PRATICAR

01. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


A e B, agindo em concurso e com unidade de des’gnios entre si, mediante grave
amea•a, exercida com o emprego de arma de fogo, abordaram C, que reagiu
ap—s o anœncio de assalto. Ante a rea•‹o, B efetuou um disparo contra C, mas
por erro na execu•‹o, o projŽtil atingiu o comparsa, causando-lhe a morte. Em
seguida, B p™s-se em fuga, sem realizar a subtra•‹o patrimonial visada.
Esse fato configura
a) roubo tentado e homic’dio consumado, em concurso material.
b) latroc’nio tentado.
c) homic’dio consumado.
d) latroc’nio consumado.

02. (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLêCIA)


No que diz respeito aos crimes contra o patrim™nio previstos no C—digo Penal, Ž
correto afirmar que

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a) subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, e mantendo a v’tima em seu poder, restringindo sua
liberdade, caracteriza o crime de extors‹o mediante sequestro.
b) o crime de furto Ž qualificado se praticado com destrui•‹o ou rompimento de
obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa.
c) sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condi•‹o ou pre•o do resgate, caracterizar‡ o crime de roubo
mediante sequestro se este durar menos do que 24 (vinte e quatro) horas.
d) o crime de furto Ž qualificado se praticado durante o repouso noturno.
e) quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, deixando de restitu’-la ao
dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente, dentro do
prazo de 15 (quinze) dias, n‹o comete crime se desconhece a identidade do
propriet‡rio do objeto.

03. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


Imagine que Jo‹o confunda seu aparelho de telefone celular com o de seu colega
Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o aparelho de Pedro. Ao perceber
o equ’voco, Jo‹o imediatamente comunica-se com Pedro e informa o ocorrido.
No dia seguinte, Jo‹o devolve o aparelho ao colega sem qualquer dano.
Analisando a hip—tese narrada, Ž poss’vel afirmar que Jo‹o
(A) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto da
desist•ncia volunt‡ria.
(B) n‹o cometeu crime algum.
(C) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em vista do
instituto da desist•ncia volunt‡ria.
(D) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto do
arrependimento eficaz.
(E) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em vista do
instituto do arrependimento eficaz.

04. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


No que concerne ao crime de recepta•‹o, analise as seguintes assertivas:
I. N‹o Ž pun’vel se desconhecido o autor do crime de que proveio a coisa.
II. N‹o Ž pun’vel se isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
III. A pena para a figura simples dolosa (CP, art. 180, caput) Ž aplicada em dobro
caso se trate de bem da Uni‹o.
As assertivas est‹o, respectivamente:
(A) correta; correta; incorreta.
(B) incorreta; correta; incorreta.
(C) correta; correta; correta.
(D) incorreta; incorreta; incorreta.

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(E) incorreta; incorreta; correta.

05. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


O crime de fraude no pagamento por meio de cheque (CP, art. 171, ¤ 2.¼, VI)
tem expressa previs‹o de aumento de pena, na raz‹o de um ter•o, se
(A) cometido em detrimento de entidade de direito pœblico.
(B) cometido por funcion‡rio pœblico.
(C) causa qualquer preju’zo ˆ v’tima.
(D) consumado.
(E) causa vultoso preju’zo ˆ v’tima.

06. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


Estabelece o art. 155, ¤ 2.¼ do CP como requisitos necess‡rios para que, no crime
de furto, o juiz aplique somente a pena de multa, ser o criminoso
(A) confesso e de insignificante valor a coisa subtra’da.
(B) prim‡rio e de pequeno valor a coisa furtada.
(C) n‹o reincidente e portador de condi•›es pessoas favor‡veis, como domic’lio
fixo e ocupa•‹o l’cita.
(D) menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 70 (setenta) anos e que proceda
ˆ restitui•‹o volunt‡ria da coisa subtra’da.
(E) confesso e que proceda ˆ restitui•‹o volunt‡ria da coisa subtra’da.

07. (VUNESP Ð 2010 Ð PM/SP Ð TECNîLOGO DE ADMINISTRA‚ÌO)


A subtra•‹o de coisa alheia m—vel, para utiliza•‹o moment‰nea, com sua
devolu•‹o imediata nas mesmas condi•›es, caracteriza
(A) furto comum.
(B) furto de uso.
(C) furto simples.
(D) furto privilegiado.
(E) furto qualificado.

08. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð INVESTIGADOR)


No que diz respeito aos crimes contra o patrim™nio previstos no C—digo Penal, Ž
correto afirmar que
(A) subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, e mantendo a v’tima em seu poder, restringindo sua
liberdade, caracteriza o crime de extors‹o mediante sequestro.
(B) o crime de furto Ž qualificado se praticado com destrui•‹o ou rompimento de
obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa.

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(C) sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condi•‹o ou pre•o do resgate, caracterizar‡ o crime de roubo
mediante sequestro se este durar menos do que 24 (vinte e quatro) horas.
(D) o crime de furto Ž qualificado se praticado durante o repouso noturno.
(E) quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, deixando de restitu’-la ao
dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade competente, dentro do
prazo de 15 (quinze) dias, n‹o comete crime se desconhece a identidade do
propriet‡rio do objeto.

09. (VUNESP Ð 2014 Ð PC/SP Ð INVESTIGADOR)


Nos termos do C—digo Penal, assinale a alternativa que contenha apenas crimes
contra o patrim™nio.
(A) Homic’dio; estelionato; extors‹o.
(B) Estelionato; furto; roubo.
(C) Dano; estupro; homic’dio.
(D) Furto; roubo; les‹o corporal.
(E) Extors‹o; les‹o corporal; dano.

10. (FCC - 2011 - TRT - 1» REGIÌO (RJ) - TƒCNICO JUDICIçRIO -


SEGURAN‚A)
C’cero entrou no autom—vel de Augustus e subtraiu-lhe um computador port‡til
que estava no banco traseiro. Augustus percebeu a a•‹o delituosa e perseguiu
C’cero, com o qual entrou em luta corporal. No entanto, C’cero causou
ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir do local, de posse do aparelho
subtra’do. C’cero responder‡ por crime de
A) roubo impr—prio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de les›es corporais.
E) apropria•‹o indŽbita.

11. (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVI‚OS DE NOTAS E DE


REGISTROS)
Mara, empregada domŽstica, subtraiu joias de sua empregadora Dora,
colocando-as numa caixa que enterrou no quintal da resid•ncia. No dia seguinte,
porŽm, Dora deu pela falta das joias e chamou a pol’cia que realizou busca no
im—vel e encontrou o esconderijo onde Mara as havia guardado. Nesse caso,
Mara responder‡ por
A) apropria•‹o indŽbita.
B) furto tentado.
C) furto consumado.

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D) roubo.
E) estelionato.

12. (FCC - 2011 - TRE-RN - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


ADMINISTRATIVA)
Paulo fez uma liga•‹o clandestina no rel—gio de seu vizinho e subtraiu energia
elŽtrica para a sua resid•ncia. Paulo
A) n‹o responder‡ por crime contra o patrim™nio, pois a energia elŽtrica Ž bem
de uso comum.
B) responder‡ por crime de estelionato.
C) responder‡ por crime de furto.
D) responder‡ por crime de roubo.
E) responder‡ por crime de apropria•‹o indŽbita.

13. (FCC - 2010 - TRT - 8» REGIÌO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIçRIO


- EXECU‚ÌO DE MANDADOS)
Paulo postou-se em frente a um restaurante e apresentou- se como manobrista
a um fregu•s que chegou para jantar. Entregou-lhe um papel com um nœmero
e recebeu deste as chaves o ve’culo, do qual se apossou, fugindo do local. Paulo
responder‡ por crime de
A) apropria•‹o indŽbita.
B) estelionato.
C) furto qualificado pela fraude.
D) furto simples.
E) furto com abuso de confian•a.

14. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


JosŽ encontrou um talon‡rio de cheques na rua. Retirou uma das folhas,
preencheu e a utilizou para pagar R$ 200,00 de combust’vel num posto de
gasolina.
Tal conduta configurou o delito de
A) estelionato.
B) furto qualificado mediante fraude.
C) venda de coisa alheia como pr—pria.
D) recepta•‹o.
E) extors‹o.

15. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


Incorre na pena prevista para o crime de roubo quem

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a) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel, com abuso de confian•a,
ou mediante fraude, escalada ou destreza.
b) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel, com destrui•‹o ou
rompimento de obst‡culo.
c) emprega viol•ncia contra pessoa ou grave amea•a, logo ap—s subtra’da a coisa,
a fim de assegurar a impunidade do crime.
d) apropria-se de coisa alheia m—vel, de que tem a posse ou deten•‹o em raz‹o
de of’cio, emprego ou profiss‹o.
e) recebe, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm, documento
que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima.

16. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


Jo‹o e Pedro s‹o co-herdeiros, na propor•‹o de metade para cada um, de uma
heran•a de R$ 100.000,00 em dinheiro, que estava guardada num arm‡rio da
resid•ncia de Pedro, por ser o inventariante. Jo‹o, ˆ noite, entrou na casa, abriu
o arm‡rio e subtraiu para si R$ 50.000,00. A conduta de Jo‹o
A) n‹o Ž pun’vel, por tratar-se subtra•‹o de coisa comum, cujo valor n‹o excede
ˆ quota a que tem direito o agente.
B) Ž pun’vel a t’tulo de furto de coisa comum, pois o dinheiro estava sendo
legitimamente guardado por Pedro.
C) Ž pun’vel a t’tulo de furto de coisa comum, pois o dinheiro ainda n‹o havia
sido partilhado entre os dois.
D) Ž pun’vel a t’tulo de apropria•‹o indŽbita, posto que, na condi•‹o de herdeiro,
tinha posse da heran•a.
E) Ž pun’vel a t’tulo de estelionato, por ter empregado meio fraudulento para
ludibriar Pedro.

17. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


ƒ certo que furto qualificado Ž a
A) aquisi•‹o de qualquer objeto alheio por influ•ncia de assaltantes.
B) subtra•‹o de objeto m—vel alheio para si ou para outrem atravŽs do abuso de
confian•a, fraude, chave falsa e rompimento de obst‡culos.
C) aquisi•‹o ou recep•‹o de algum objeto de outros, sabendo-se que Ž oriundo
de crime.
D) subtra•‹o de algum objeto alheio por meio da for•a f’sica.
E) subtra•‹o de objeto alheio para si ou para outrem mediante grave amea•a ou
viol•ncia ˆ pessoa.

18. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


Paulo subtraiu um toca-fitas e vendeu o referido aparelho para Jo‹o. Jo‹o n‹o
sabia que se tratava de produto de furto, interessou-se pelo neg—cio porque o

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pre•o do r‡dio correspondia a 10% do valor de mercado.
Nesse caso, Jo‹o cometeu crime de
A) estelionato.
B) recepta•‹o dolosa.
C) recepta•‹o culposa.
D) furto.
E) apropria•‹o indŽbita.

19. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð ANALISTA/çREA 4)


No tocante aos crimes contra o patrim™nio, Ž correto afirmar que
A) a subtra•‹o de coisa comum n‹o constitui crime.
B) Ž cab’vel o arrependimento posterior no crime de extors‹o.
C) o dano culposo constitui infra•‹o de menor potencial ofensivo.
D) a apropria•‹o indŽbita admite a figura privilegiada do delito.
E) no estelionato praticado em preju’zo de irm‹o a a•‹o penal Ž privada.

20. (FCC Ð 2010 Ð SEFIN/RO Ð AUDITOR FISCAL)


Paulo deu in’cio ˆ execu•‹o de crime de furto e ingressou na casa de Pedro com
o objetivo de subtrair um televisor. J‡ no interior da moradia, percebeu que a
v’tima dormia no sof‡ da sala, onde o aparelho est‡ instalado. Em vista disso,
antevendo os riscos que assumiria em prosseguir no seu intento e pressentindo
a possibilidade de ser surpreendido, desistiu de prosseguir na execu•‹o do delito.
Nesse caso, Paulo
A) responder‡ por tentativa de furto.
B) n‹o responder‡ por nenhum delito, pois houve desist•ncia volunt‡ria.
C) n‹o responder‡ por nenhum delito, pois houve arrependimento eficaz.
D) responder‡ apenas por invas‹o de domic’lio.
E) n‹o responder‡ por nenhum delito, pois houve arrependimento posterior.

21. (FCC Ð 2009 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO)


H‡ previs‹o legal de escusa absolut—ria nos delitos patrimoniais desde que seja
cometido contra c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal,
A) ascendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de extors‹o, ou, em geral,
quando haja emprego de viol•ncia ou grave amea•a somente contra a pessoa.
B) ascendente, descendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de extors‹o, ou,
em geral, quando haja emprego de viol•ncia ou grave amea•a somente contra a
pessoa.
C) ascendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de extors‹o, ou, em geral,
quando haja emprego de viol•ncia ou grave amea•a contra a pessoa e ao
estranho que participa do crime.

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D) ascendente, descendente, exclu’dos os crimes de roubo, extors‹o e latroc’nio.
E) ascendente, descendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de extors‹o, ou,
em geral, quando haja emprego de viol•ncia ou grave amea•a contra a pessoa e
ao estranho que participa do crime.

22. (FCC Ð 2015 Ð TJ-AL Ð JUIZ SUBSTITUTO)


NÌO admite a figura privilegiada, com substitui•‹o da pena de reclus‹o pela de
deten•‹o, diminui•‹o de um a dois ter•os ou aplica•‹o somente da pena de multa,
o crime de
a) furto.
b) duplicata simulada.
c) estelionato.
d) apropria•‹o indŽbita.
e) recepta•‹o.

23. (FCC - 2013 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO)


A subtra•‹o de ve’culo automotor que venha a ser transportado para o exterior,
ocorrida mediante concurso de agentes, durante o repouso noturno e com
emprego de narcotiza•‹o da v’tima classifica-se precisamente como
a) furto simples.
b) furto com causa de aumento.
c) furto qualificado.
d) roubo impr—prio.
e) roubo pr—prio.

24. (FCC Ð 2012 Ð TRT 1 Ð JUIZ DO TRABALHO)


Na apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, a lei prev• que Ž facultado ao juiz deixar
de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for prim‡rio e de
bons antecedentes, desde que o valor das contribui•›es devidas, inclusive
acess—rios, seja igual ou inferior ˆquele estabelecido pela previd•ncia social,
administrativamente, como sendo o m’nimo para o ajuizamento de suas
execu•›es fiscais. No entanto, a jurisprud•ncia tambŽm tem admitido a
possibilidade de absolvi•‹o em tais casos com fulcro no chamado princ’pio
a) da adequa•‹o social.
b) da inexigibilidade de conduta diversa.
c) da insignific‰ncia.
d) da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
e) do consentimento do ofendido.

25. (FCC Ð 2012 Ð TRF5 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)

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O perd‹o judicial no crime de apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria exige como
condi•‹o que
a) sendo o rŽu prim‡rio e de bons antecedentes, seja o valor da apropria•‹o igual
ou inferior ao m’nimo estabelecido administrativamente para execu•‹o fiscal.
b) sem avalia•‹o de condi•‹o pessoal, seja a apropria•‹o inferior ao valor do
sal‡rio m’nimo de contribui•‹o.
c) se reincidente, alŽm do pagamento da contribui•‹o devida atŽ a denœncia,
tambŽm o pagamento de multa administrativamente imposta.
d) sendo o rŽu prim‡rio e de bons antecedentes, tenha promovido a qualquer
tempo o pagamento da contribui•‹o devida.
e) tenha promovido a qualquer tempo o pagamento da contribui•‹o devida e seja
o valor da apropria•‹o inferior ao m’nimo estabelecido administrativamente para
execu•‹o fiscal.

26. (FCC Ð 2012 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Epicuro e Tales resolvem subtrair import‰ncia em dinheiro de um ve’culo coletivo
de passageiros, com uso de simulacro de arma de fogo, e amea•am o cobrador
do ™nibus, tomando-lhe pequena import‰ncia em espŽcie. Na mesma conduta
subtraem dinheiro e celulares de dois passageiros e do pr—prio cobrador. Epicuro
e Tales cometeram crime de
a) roubo qualificado pelo uso de arma de fogo.
b) roubo qualificado em concurso material de crimes.
c) roubo simples em concurso material de crimes.
d) furto qualificado em concurso material de crimes.
e) roubo majorado em concurso de crimes.

27. (FCC Ð 2012 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Quatro ladr›es chegaram de carro em frente a uma resid•ncia para a pr‡tica de
crime de furto. PorŽm, antes de descerem do ve’culo, foram obstados pela pol’cia,
que os observava, e levados para a Delegacia onde lavrou-se o auto de pris‹o
em flagrante. Nesse caso, os agentes
a) podem se beneficiar da desist•ncia volunt‡ria na pr‡tica do delito,
respondendo pelos atos j‡ praticados.
b) praticaram tentativa de furto qualificado pelo concurso de pessoas.
c) tinham finalidade de praticar o crime de furto qualificado por concurso de
agentes, mas n‹o passaram da fase de meros atos preparat—rios, impun’vel.
d) iniciaram a pr‡tica de crime de roubo que n‹o se consumou por circunst‰ncias
alheias ˆ sua vontade, face ˆ chegada da pol’cia.
e) devem ser devidamente punidos pela tentativa, dada a vontade deliberada de
praticarem o delito.

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28. (FCC Ð 2012 Ð TRT 4 Ð JUIZ DO TRABALHO)
Dentre os crimes contra o patrim™nio, ainda que prim‡rio o agente e de pequeno
valor a coisa ou o preju’zo, NÌO admite a imposi•‹o exclusiva de pena de multa
a) o estelionato.
b) o furto.
c) a recepta•‹o dolosa.
d) a apropria•‹o indŽbita.
e) o dano culposo.

29. (FCC Ð 2012 Ð TRT 1 Ð JUIZ DO TRABALHO)


Na apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, se o valor das contribui•›es devidas,
inclusive acess—rios, for igual ou inferior ˆquele estabelecido pela previd•ncia
social, administrativamente, como sendo o m’nimo para o ajuizamento de suas
execu•›es fiscais, Ž facultado ao juiz, na hip—tese de o agente ser prim‡rio e de
bons antecedentes,
a) substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o.
b) reduzir de metade o valor do dia-multa.
c) reduzir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3.
d) aplicar somente a pena de multa.
e) considerar o fato como circunst‰ncia atenuante e fixar a pena abaixo do
m’nimo legal.

30. (FCC Ð 2012 Ð TRF2 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


O seguran•a de um estabelecimento comercial, mediante remunera•‹o de R$
10.000,00, desligou o alarme durante trinta minutos para que seus comparsas
arrombassem a porta, entrassem e subtra’ssem todo o dinheiro do cofre.
Nesse caso, o seguran•a responder‡ pelo crime de
a) furto simples, na condi•‹o de co-autor.
b) furto qualificado, na condi•‹o de part’cipe.
c) favorecimento real.
d) favorecimento pessoal.
e) roubo qualificado, na condi•‹o co-autor.

31. (FCC Ð 2012 Ð TRE-PR Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


O funcion‡rio pœblico que subtrai o "CD-Player automotivo" de um ve’culo
particular regularmente estacionado na via pœblica comete crime de
a) roubo.
b) peculato.
c) furto.

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d) apropria•‹o indŽbita.
e) roubo impr—prio.

32. (FCC Ð 2012 Ð TRT 20 Ð JUIZ DO TRABALHO)


No crime de apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, a possibilidade de o juiz deixar
de aplicar a pena, se presentes determinadas situa•›es expressamente previstas
em lei, constitui hip—tese de
a) renœncia.
b) absolvi•‹o impr—pria.
c) indulto.
d) perd‹o judicial.
e) excludente legal da culpabilidade.

33. (FCC Ð 2010 Ð TRT 8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Jeremias aproximou-se de um ve’culo parado no sem‡foro e, embora n‹o
portasse qualquer arma, mas fazendo gestos de que estaria armado, subtraiu a
carteira do motorista, contendo dinheiro e documentos. Jeremias responder‡ por
crime de
a) roubo qualificado pelo emprego de arma.
b) furto simples.
c) furto qualificado.
d) roubo simples.
e) apropria•‹o indŽbita.

34. (FCC Ð 2010 Ð TCE-RO Ð PROCURADOR)


Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justi•a, se o agente,
para obter vantagem il’cita em preju’zo alheio, falsifica documento pœblico,
responder‡ por
a) estelionato.
b) estelionato e falsifica•‹o de documento pœblico, em concurso material.
c) falsifica•‹o de documento pœblico.
d) estelionato e falsifica•‹o de documento pœblico, em concurso formal.
e) estelionato e falsifica•‹o de documento pœblico, em continuidade delitiva.

35. (FCC Ð 2010 Ð TJ-PI Ð ASSESSOR JURêDICO)


Pedro ingressou numa joalheria e afirmou que pretendia adquirir um anel de ouro
para sua esposa. A vendedora colocou sobre a mesa diversos anŽis. Ap—s
examin‡-los, Pedro disse que lhe agradou mais uma pe•a que estava exposta no
canto da vitrine e que queria v•-la. A vendedora voltou-lhe as costas, abriu a
vitrine e retirou o anel. Valendo-se desse momento de descuido da vendedora,

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Pedro apanhou um dos anŽis que estava sobre a mesa e colocou-o no bolso. Em
seguida, examinou o anel que estava na vitrine, disse que era bonito, mas muito
caro, agradeceu e foi embora, levando no bolso a joia que havia apanhado. Nesse
caso, Pedro responder‡ por
a) furto simples.
b) estelionato.
c) furto qualificado pela fraude.
d) apropria•‹o indŽbita.
e) roubo.

36. (FCC Ð 2010 Ð BAHIAGçS Ð ANALISTA DE PROCESSOS)


O ato de receber, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima, constitui
crime de
a) fraude na entrega de coisa.
b) estelionato.
c) fraude no comŽrcio.
d) extors‹o indireta.
e) furto qualificado pela fraude.

37. (FCC Ð 2010 Ð TRE-AM Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


N‹o constitui causa de aumento da pena do roubo, prevista no C—digo Penal
a) a participa•‹o de organiza•‹o criminosa.
b) a restri•‹o de liberdade da v’tima, mantida em poder do agente.
c) o emprego de arma para o exerc’cio da viol•ncia ou grave amea•a.
d) a subtra•‹o de ve’culo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior.
e) o concurso de duas ou mais pessoas.

38. (FCC Ð 2009 Ð TRT 3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Quem exige como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima, comete
crime de extors‹o
a) mediante sequestro.
b) consumada, em seu tipo fundamental.
c) tentada, em seu tipo fundamental.
d) indireta.
e) qualificada, na forma tentada.

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39. (FCC Ð 2009 Ð TRT 3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)
Quem utiliza uma tesoura para fazer girar e abrir, sem danificar, a fechadura da
porta de um ve’culo que ato cont’nuo subtrai para si, comete crime de furto
a) qualificado pela fraude.
b) simples.
c) qualificado pela destreza.
d) qualificado pelo rompimento de obst‡culo.
e) qualificado pelo emprego de chave falsa.

40. (FCC Ð 2009 Ð TRT 3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


JosŽ ingressou no escrit—rio da empresa Alpha, sendo que o seguran•a n‹o lhe
obstou o acesso porque estava vestido de faxineiro e portando materiais de
limpeza. No interior do escrit—rio, arrombou a gaveta e subtraiu R$ 3.000,00 do
seu interior. Quando estava saindo do local, o seguran•a, alertado pelo barulho,
tentou det•-lo. JosŽ, no entanto, o agrediu e o deixou desacordado e ferido no
solo, fugindo, em seguida, do local de posse do dinheiro subtra’do. Nesse caso,
JosŽ responder‡ por
a) furto qualificado pela fraude e pelo arrombamento.
b) furto qualificado pela fraude.
c) roubo impr—prio.
d) furto simples.
e) estelionato.

41. (FCC Ð 2008 Ð METRï-SP Ð ADVOGADO)


Paulo havia trabalhado como cobrador no asilo Alpha e, por isso, conhecia a lista
das pessoas que contribu’am atravŽs de donativos para aquela entidade
beneficente. Ap—s ter deixado o referido emprego, Paulo procurou uma dessas
pessoas e, dizendo-se funcion‡rio do asilo Alpha, recebeu donativo de R$
1.000,00 (um mil reais), que consumiu em proveito pr—prio. Nesse caso, Paulo
responder‡ por crime de
a) furto simples.
b) furto qualificado pela fraude.
c) apropria•‹o indŽbita.
d) estelionato.
e) extors‹o.

42. (FCC Ð 2007 Ð TRE-SE Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Se duas ou mais pessoas, agindo em conjunto e previamente ajustadas,
subtraem, sem emprego de viol•ncia ou grave amea•a, uma televis‹o de terceira
pessoa, elas praticam o crime de

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a) furto qualificado.
b) furto simples.
c) estelionato.
d) apropria•‹o indŽbita.
e) roubo qualificado.

43. (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð JUIZ)


No que se refere ao roubo com emprego de arma, Ž correto afirmar:
a) Sua natureza mais exata Ž de circunst‰ncia qualificadora, comput‡vel sempre
na primeira fase do mŽtodo trif‡sico de apura•‹o da pena, n‹o constituindo,
portanto, causa de aumento que, como tal, se computa na terceira fase
respectiva.
b) Majoritariamente, hoje o Superior Tribunal de Justi•a orienta-se pela
configura•‹o dessa circunst‰ncia legal no emprego de arma de brinquedo.
c) Majoritariamente, hoje a mais consagrada doutrina brasileira considera que a
arma de brinquedo n‹o caracteriza essa circunst‰ncia legal.
d) Seu efeito legal pr—prio incide nas penas do latroc’nio.
e) Em princ’pio, n‹o se comunica aos demais agentes.

44. (FCC Ð 2014 Ð TRT18 Ð JUIZ)


No crime de apropria•‹o indŽbita,
a) o dolo Ž antecedente ˆ posse.
b) a a•‹o penal Ž sempre pœblica incondicionada, independentemente da
condi•‹o da v’tima.
c) o Juiz pode reduzir a pena se prim‡rio o criminoso e de pequeno valor a coisa
apropriada.
d) Ž poss’vel o perd‹o judicial no caso de apropria•‹o indŽbita culposa.
e) h‡ aumento da pena quando o agente recebe a coisa em raz‹o de emprego,
mas n‹o de profiss‹o.

45. (FCC Ð 2014 Ð TRF4 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


Gerson subtraiu para si energia elŽtrica alheia de pequeno valor, fazendo-o em
concurso com Marcio, sendo ambos absolutamente prim‡rios. Com esses dados,
ˆ luz da jurisprud•ncia hoje dominante no Superior Tribunal de Justi•a,
classificam-se os fatos como furto
(A) de bagatela.
(B) privilegiado.
(C) qualificado.
(D) privilegiado-qualificado.
(E) simples.

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46. (FCC Ð 2015 Ð TRT 23¡REGIÌO Ð JUIZ)


Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura
deste no t’tulo e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem
il’cita em preju’zo do comerciante. Na hip—tese, segundo entendimento sumulado
do Superior Tribunal de Justi•a, Alfredo responde por
a) falsifica•‹o de documento pœblico e estelionato, em concurso formal.
b) estelionato, apenas.
c) falsifica•‹o de documento pœblico e estelionato, em concurso material.
d) estelionato e falsifica•‹o de documento particular, em concurso formal.
e) falsifica•‹o de documento pœblico, apenas.

7 EXERCêCIOS COMENTADOS

01. (VUNESP - 2013 - TJ-SP - JUIZ)


A e B, agindo em concurso e com unidade de des’gnios entre si,
mediante grave amea•a, exercida com o emprego de arma de fogo,
abordaram C, que reagiu ap—s o anœncio de assalto. Ante a rea•‹o, B
efetuou um disparo contra C, mas por erro na execu•‹o, o projŽtil
atingiu o comparsa, causando-lhe a morte. Em seguida, B p™s-se em
fuga, sem realizar a subtra•‹o patrimonial visada.
Esse fato configura
a) roubo tentado e homic’dio consumado, em concurso material.
b) latroc’nio tentado.
c) homic’dio consumado.
d) latroc’nio consumado.
COMENTçRIOS: Neste caso temos o crime de roubo seguido de morte
(latroc’nio), em sua forma consumada, nos termos do art. 157, ¤3¼ do CP. O STF
j‡ consolidou entendimento no sentido de que o latroc’nio se consuma com a
ocorr•ncia do evento morte, ainda que a subtra•‹o n‹o ocorra.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

02. (VUNESP - 2013 - PC-SP - INVESTIGADOR DE POLêCIA)


No que diz respeito aos crimes contra o patrim™nio previstos no C—digo
Penal, Ž correto afirmar que
a) subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave
amea•a ou viol•ncia a pessoa, e mantendo a v’tima em seu poder,
restringindo sua liberdade, caracteriza o crime de extors‹o mediante
sequestro.

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b) o crime de furto Ž qualificado se praticado com destrui•‹o ou
rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa.
c) sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condi•‹o ou pre•o do resgate, caracterizar‡ o
crime de roubo mediante sequestro se este durar menos do que 24 (vinte
e quatro) horas.
d) o crime de furto Ž qualificado se praticado durante o repouso noturno.
e) quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, deixando de
restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade
competente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, n‹o comete crime se
desconhece a identidade do propriet‡rio do objeto.
COMENTçRIOS:
a) ERRADA: Tal conduta configura o crime de roubo, nos termos do art. 157 do
CP.
b) CORRETA: O furto ser‡ considerado qualificado nestas circunst‰ncias, nos
termos do art. 155, ¤4¼, I do CP.
c) ERRADA: Tal conduta configurar‡ o delito de extors‹o mediante sequestro, nos
termos do art. 159 do CP.
d) ERRADA: Item errado, pois o crime, neste caso, n‹o ser‡ qualificado. Haver‡,
porŽm, a incid•ncia de uma causa de aumento de pena, nos termos do art. 155,
¤1¼ do CP.
e) ERRADA: Item errado, mesmo neste caso a pessoa estar‡ cometendo o crime
de apropria•‹o de coisa achada, nos termos do art. 169, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

03. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


Imagine que Jo‹o confunda seu aparelho de telefone celular com o de
seu colega Pedro e, descuidadamente, leve para sua casa o aparelho de
Pedro. Ao perceber o equ’voco, Jo‹o imediatamente comunica-se com
Pedro e informa o ocorrido. No dia seguinte, Jo‹o devolve o aparelho ao
colega sem qualquer dano. Analisando a hip—tese narrada, Ž poss’vel
afirmar que Jo‹o
(A) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto
da desist•ncia volunt‡ria.
(B) n‹o cometeu crime algum.
(C) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em
vista do instituto da desist•ncia volunt‡ria.
(D) cometeu crime de furto, mas n‹o ser‡ punido em vista do instituto
do arrependimento eficaz.
(E) cometeu crime de apropria•‹o indŽbita, mas n‹o ser‡ punido em
vista do instituto do arrependimento eficaz.

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COMENTçRIOS: O agente, neste caso, agiu em ERRO DE TIPO, por incidir em
erro sobre um dos elementos que comp›em o tipo penal (no caso, o elemento
Òcoisa alheiaÓ, j‡ que acreditava que a coisa era sua).
Neste caso, Jo‹o n‹o pode ser responsabilizado pelo crime de furto, nos termos
do art. 20 do CP. AtŽ se poderia cogitar a puni•‹o da conduta a t’tulo culposo,
caso ficasse comprovado que o erro foi imperdo‡vel (erro inescus‡vel). Contudo,
o delito de furto n‹o admite modalidade culposa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

04. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


No que concerne ao crime de recepta•‹o, analise as seguintes assertivas:
I. N‹o Ž pun’vel se desconhecido o autor do crime de que proveio a coisa.
II. N‹o Ž pun’vel se isento de pena o autor do crime de que proveio a
coisa.
III. A pena para a figura simples dolosa (CP, art. 180, caput) Ž aplicada
em dobro caso se trate de bem da Uni‹o.
As assertivas est‹o, respectivamente:
(A) correta; correta; incorreta.
(B) incorreta; correta; incorreta.
(C) correta; correta; correta.
(D) incorreta; incorreta; incorreta.
(E) incorreta; incorreta; correta.
COMENTçRIOS:
I Ð ERRADA: Tal fato Ž irrelevante para a punibilidade da recepta•‹o, nos termos
do ¤4¼ do art. 180 do CP.
II - ERRADA: Tal fato tambŽm n‹o impede a puni•‹o pelo crime de recepta•‹o,
nos termos do ¤4¼ do art. 180 do CP.
III Ð CORRETA: Esta Ž a exata previs‹o do art. 180, ¤6¼ do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

05. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


O crime de fraude no pagamento por meio de cheque (CP, art. 171, ¤ 2.¼,
VI) tem expressa previs‹o de aumento de pena, na raz‹o de um ter•o,
se
(A) cometido em detrimento de entidade de direito pœblico.
(B) cometido por funcion‡rio pœblico.
(C) causa qualquer preju’zo ˆ v’tima.
(D) consumado.
(E) causa vultoso preju’zo ˆ v’tima.

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COMENTçRIOS: Tal delito tem aumento de pena, de um ter•o, se o crime Ž
cometido em detrimento de entidade de direito pœblico ou de instituto de
economia popular, assist•ncia social ou benefic•ncia, nos termos do art. 171, ¤3¼
do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

06. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð PAPILOSCOPISTA)


Estabelece o art. 155, ¤ 2.¼ do CP como requisitos necess‡rios para que,
no crime de furto, o juiz aplique somente a pena de multa, ser o
criminoso
(A) confesso e de insignificante valor a coisa subtra’da.
(B) prim‡rio e de pequeno valor a coisa furtada.
(C) n‹o reincidente e portador de condi•›es pessoas favor‡veis, como
domic’lio fixo e ocupa•‹o l’cita.
(D) menor de 21 (vinte e um) anos ou maior de 70 (setenta) anos e que
proceda ˆ restitui•‹o volunt‡ria da coisa subtra’da.
(E) confesso e que proceda ˆ restitui•‹o volunt‡ria da coisa subtra’da.
COMENTçRIOS: O ¤2¼ do art. 155 estabelece que o Juiz poder‡ substituir a
pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de um a dois ter•os, ou aplicar
somente a pena de multa caso o criminoso seja PRIMçRIO e seja de pequeno
valor a coisa furtada.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

07. (VUNESP Ð 2010 Ð PM/SP Ð TECNîLOGO DE ADMINISTRA‚ÌO)


A subtra•‹o de coisa alheia m—vel, para utiliza•‹o moment‰nea, com sua
devolu•‹o imediata nas mesmas condi•›es, caracteriza
(A) furto comum.
(B) furto de uso.
(C) furto simples.
(D) furto privilegiado.
(E) furto qualificado.
COMENTçRIOS: Faltando a inten•‹o de ter a coisa para si (animus rem sibi
habendi), fica descaracterizado o delito de furto, passando a existir o que a
Doutrina chama de Òfurto de usoÓ (que n‹o Ž pun’vel).
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

08. (VUNESP Ð 2013 Ð PC/SP Ð INVESTIGADOR)


No que diz respeito aos crimes contra o patrim™nio previstos no C—digo
Penal, Ž correto afirmar que
(A) subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem mediante grave
amea•a ou viol•ncia a pessoa, e mantendo a v’tima em seu poder,

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restringindo sua liberdade, caracteriza o crime de extors‹o mediante
sequestro.
(B) o crime de furto Ž qualificado se praticado com destrui•‹o ou
rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa.
(C) sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem,
qualquer vantagem, como condi•‹o ou pre•o do resgate, caracterizar‡ o
crime de roubo mediante sequestro se este durar menos do que 24 (vinte
e quatro) horas.
(D) o crime de furto Ž qualificado se praticado durante o repouso
noturno.
(E) quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, deixando de
restitu’-la ao dono ou leg’timo possuidor ou de entreg‡-la ˆ autoridade
competente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias, n‹o comete crime se
desconhece a identidade do propriet‡rio do objeto.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Tal conduta caracteriza o delito de roubo, nos termos do art. 157 do
CP.
B) CORRETA: Esta Ž a previs‹o contida no art. 155, ¤4¼, I do CP.
C) ERRADA: Esta conduta caracteriza o delito de extors‹o mediante sequestro,
nos termos do art. 159 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois temos aqui uma causa de aumento de pena, e n‹o
uma qualificadora, nos termos do art. 155, ¤1¼ do CP.
E) ERRADA: Item errado, pois a pessoa, neste caso, pratica o delito de
apropria•‹o de coisa achada, nos termos do art. 169, ¤ œnico, II do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

09. (VUNESP Ð 2014 Ð PC/SP Ð INVESTIGADOR)


Nos termos do C—digo Penal, assinale a alternativa que contenha apenas
crimes contra o patrim™nio.
(A) Homic’dio; estelionato; extors‹o.
(B) Estelionato; furto; roubo.
(C) Dano; estupro; homic’dio.
(D) Furto; roubo; les‹o corporal.
(E) Extors‹o; les‹o corporal; dano.
COMENTçRIOS: A alternativa que contŽm apenas crimes contra o patrim™nio Ž
a letra B, nos termos dos arts. 171, 155 e 157 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

10. (FCC - 2011 - TRT - 1» REGIÌO (RJ) - TƒCNICO JUDICIçRIO -


SEGURAN‚A)

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DIREITO PENAL P/ PC-MS (2017) Ð DELEGADO DE POLêCIA
Teoria e quest›es
Aula 08 Ð Prof. Renan Araujo
C’cero entrou no autom—vel de Augustus e subtraiu-lhe um computador
port‡til que estava no banco traseiro. Augustus percebeu a a•‹o
delituosa e perseguiu C’cero, com o qual entrou em luta corporal. No
entanto, C’cero causou ferimentos leves em Augustus, e conseguiu fugir
do local, de posse do aparelho subtra’do. C’cero responder‡ por crime
de
A) roubo impr—prio.
B) furto simples.
C) furto qualificado pela destreza.
D) furto e de les›es corporais.
E) apropria•‹o indŽbita.
COMENTçRIOS: Aqui temos o que se chama de ROUBO IMPRîPRIO, pois o
agente, embora n‹o tenha se utilizado de viol•ncia ou grave amea•a para
realizar a subtra•‹o da coisa, o faz para garantir a impunidade ou o proveito do
crime. Vejamos o que diz o art. 157, ¤1¡ do CP:
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
¤ 1¼ - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtra’da a coisa, emprega
viol•ncia contra pessoa ou grave amea•a, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a deten•‹o da coisa para si ou para terceiro.

Portanto, a alternativa correta Ž a letra A.

11. (FCC - 2011 - TJ-AP - TITULAR DE SERVI‚OS DE NOTAS E DE


REGISTROS)
Mara, empregada domŽstica, subtraiu joias de sua empregadora Dora,
colocando-as numa caixa que enterrou no quintal da resid•ncia. No dia
seguinte, porŽm, Dora deu pela falta das joias e chamou a pol’cia que
realizou busca no im—vel e encontrou o esconderijo onde Mara as havia
guardado. Nesse caso, Mara responder‡ por
A) apropria•‹o indŽbita.
B) furto tentado.
C) furto consumado.
D) roubo.
E) estelionato.
COMENTçRIOS: No caso em tela houve FURTO CONSUMADO, eis que a agente
(Mara) chegou a ter a posse sobre os bens, ainda que estes estivessem dentro
da propriedade da propriet‡ria, mas j‡ n‹o estavam mais sob a posse dela.
O crime de furto se consuma com a posse efetiva sobre os bens furtados, pouco
importando se eles sa’ram ou n‹o de perto da v’tima.
Portanto, a alternativa correta Ž a letra C.

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12. (FCC - 2011 - TRE-RN - ANALISTA JUDICIçRIO - çREA


ADMINISTRATIVA)
Paulo fez uma liga•‹o clandestina no rel—gio de seu vizinho e subtraiu
energia elŽtrica para a sua resid•ncia. Paulo
A) n‹o responder‡ por crime contra o patrim™nio, pois a energia elŽtrica
Ž bem de uso comum.
B) responder‡ por crime de estelionato.
C) responder‡ por crime de furto.
D) responder‡ por crime de roubo.
E) responder‡ por crime de apropria•‹o indŽbita.
COMENTçRIOS: No caso em tela Paulo responder‡ pelo crime de furto, pois
praticou a subtra•‹o de coisa alheia m—vel, nos termos do art. 155 c/c com seu
¤3¡ do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
¤ 3¼ - Equipara-se ˆ coisa m—vel a energia elŽtrica ou qualquer outra que tenha valor
econ™mico.
Portanto, a alternativa correta Ž a letra C.

13. (FCC - 2010 - TRT - 8» REGIÌO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIçRIO


- EXECU‚ÌO DE MANDADOS)
Paulo postou-se em frente a um restaurante e apresentou- se como
manobrista a um fregu•s que chegou para jantar. Entregou-lhe um
papel com um nœmero e recebeu deste as chaves o ve’culo, do qual se
apossou, fugindo do local. Paulo responder‡ por crime de
A) apropria•‹o indŽbita.
B) estelionato.
C) furto qualificado pela fraude.
D) furto simples.
E) furto com abuso de confian•a.
COMENTçRIOS: No crime de estelionato, a fraude Ž o meio utilizado pelo agente
para que a v’tima, enganada, LHE ENTREGUE A VANTAGEM INDEVIDA (no
caso, o ve’culo). J‡ no crime de furto qualificado pela utiliza•‹o de fraude, o
agente emprega o ardil, a fraude, de forma a fazer com que a v’tima diminua sua
vigil‰ncia sobre o bem, facilitando, desta forma, a conduta do lar‡pio, que ir‡
SUBTRAIR O BEM.
No caso em tela, como n‹o houve subtra•‹o, mas entrega volunt‡ria da coisa
pela v’tima, em raz‹o da fraude perpetrada pelo agente, temos ESTELIONATO.
Portanto, a afirmativa correta Ž a letra B.

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14. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


JosŽ encontrou um talon‡rio de cheques na rua. Retirou uma das folhas,
preencheu e a utilizou para pagar R$ 200,00 de combust’vel num posto
de gasolina.
Tal conduta configurou o delito de
A) estelionato.
B) furto qualificado mediante fraude.
C) venda de coisa alheia como pr—pria.
D) recepta•‹o.
E) extors‹o.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
No caso em tela, embora tenha havido a pr‡tica de falsifica•‹o de documento
pœblico, essa falsifica•‹o se deu como crime-meio para a pr‡tica do crime de
estelionato. Tendo a potencialidade lesiva do documento falso se esgotado no
estelionato praticado, o estelionato absorve o crime de falso, conforme
Jurisprud•ncia do STJ, de forma que o agente deve responder apenas por
estelionato, previsto no art. 171 do CP. Vejamos:
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem il’cita, em preju’zo alheio,
induzindo ou mantendo alguŽm em erro, mediante artif’cio, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil rŽis a dez contos de
rŽis.
Vejamos a posi•‹o do STJ, inclusive pela sœmula 17:
PENAL. HABEAS CORPUS. USO DE DOCUMENTO FALSO. ESTELIONATO TENTADO.
PRETENSÌO DE APLICA‚ÌO DO PRINCêPIO DA CONSUN‚ÌO E DA SòMULA 17/STJ.
INVIABILIDADE. POTENCIALIDADE LESIVA DO FALSO QUE NÌO SE EXAURE NA
FRAUDE PERPETRADA. ORDEM DENEGADA.
1. Segundo disp›e o enunciado 17 da Sœmula desta Corte, "quando o falso se
exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, Ž por este absorvido".
(...)(HC 221.660/DF, Rel. Ministro MARCO AURƒLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 07/02/2012, DJe 01/03/2012)

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

15. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


Incorre na pena prevista para o crime de roubo quem
A) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel, com abuso de
confian•a, ou mediante fraude, escalada ou destreza.
B) subtrai, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel, com destrui•‹o
ou rompimento de obst‡culo.
C) emprega viol•ncia contra pessoa ou grave amea•a, logo ap—s
subtra’da a coisa, a fim de assegurar a impunidade do crime.

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D) apropria-se de coisa alheia m—vel, de que tem a posse ou deten•‹o
em raz‹o de of’cio, emprego ou profiss‹o.
E) recebe, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
O tipo penal do crime de roubo est‡ descrito no art. 157 do CP, e se caracteriza
com a subtra•‹o de coisa alheia m—vel, para si ou para outrem, mediante
viol•ncia ou grave amea•a, ou ap—s ter reduzido a v’tima ˆ impossibilidade de
defesa. Vejamos:
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
No entanto, a Doutrina admite a viol•ncia impr—pria, que Ž aquela aplicada ap—s
a subtra•‹o, de forma a garantir a impunidade ou o proveito do crime.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

16. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


Jo‹o e Pedro s‹o co-herdeiros, na propor•‹o de metade para cada um,
de uma heran•a de R$ 100.000,00 em dinheiro, que estava guardada
num arm‡rio da resid•ncia de Pedro, por ser o inventariante. Jo‹o, ˆ
noite, entrou na casa, abriu o arm‡rio e subtraiu para si R$ 50.000,00. A
conduta de Jo‹o
A) n‹o Ž pun’vel, por tratar-se subtra•‹o de coisa comum, cujo valor n‹o
excede ˆ quota a que tem direito o agente.
B) Ž pun’vel a t’tulo de furto de coisa comum, pois o dinheiro estava
sendo legitimamente guardado por Pedro.
C) Ž pun’vel a t’tulo de furto de coisa comum, pois o dinheiro ainda n‹o
havia sido partilhado entre os dois.
D) Ž pun’vel a t’tulo de apropria•‹o indŽbita, posto que, na condi•‹o de
herdeiro, tinha posse da heran•a.
E) Ž pun’vel a t’tulo de estelionato, por ter empregado meio fraudulento
para ludibriar Pedro.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
Como a subtra•‹o se deu sobre coisa comum ao infrator e ˆ v’tima, e a por•‹o
subtra’da n‹o excede ˆ parte que cabia ao infrator (na pr‡tica, n‹o levou mais
do que lhe era devido), o infrator deve ficar isento de pena, nos termos do art.
156, ¤2¼ do CP:
Art. 156 - Subtrair o cond™mino, co-herdeiro ou s—cio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detŽm, a coisa comum:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
(...)

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¤ 2¼ - N‹o Ž pun’vel a subtra•‹o de coisa comum fung’vel, cujo valor n‹o excede a
quota a que tem direito o agente.

Portanto, a afirmativa CORRETA ƒ A LETRA A.

17. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


ƒ certo que furto qualificado Ž a
A) aquisi•‹o de qualquer objeto alheio por influ•ncia de assaltantes.
B) subtra•‹o de objeto m—vel alheio para si ou para outrem atravŽs do
abuso de confian•a, fraude, chave falsa e rompimento de obst‡culos.
C) aquisi•‹o ou recep•‹o de algum objeto de outros, sabendo-se que Ž
oriundo de crime.
D) subtra•‹o de algum objeto alheio por meio da for•a f’sica.
E) subtra•‹o de objeto alheio para si ou para outrem mediante grave
amea•a ou viol•ncia ˆ pessoa.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
O crime de furto simples est‡ previsto no art. 155 do CP, e as modalidades
qualificadas est‹o descritas no ¤4¼ do referido artigo. Vejamos quais s‹o:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
I - com destrui•‹o ou rompimento de obst‡culo ˆ subtra•‹o da coisa;
II - com abuso de confian•a, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Portanto, a alternativa que contempla hip—teses de furto qualificado Ž a letra B, nos
termos dos incisos I, II e III do ¤4¼ do art. 155 do CP.

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

18. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð TƒCNICO)


Paulo subtraiu um toca-fitas e vendeu o referido aparelho para Jo‹o.
Jo‹o n‹o sabia que se tratava de produto de furto, interessou-se pelo
neg—cio porque o pre•o do r‡dio correspondia a 10% do valor de
mercado.
Nesse caso, Jo‹o cometeu crime de
A) estelionato.
B) recepta•‹o dolosa.
C) recepta•‹o culposa.

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D) furto.
E) apropria•‹o indŽbita.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
Jo‹o praticou o crime de recepta•‹o culposa, eis que adquiriu produto de crime,
mesmo embora n‹o sabendo que o fosse, mas em raz‹o da despropor•‹o do
pre•o do produto e seu valor real, deveria ter desconfiado. Nos termos do art.
180, ¤3¼ do CP:
Art. 180 (...)
¤ 3¼ - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela despropor•‹o entre o
valor e o pre•o, ou pela condi•‹o de quem a oferece, deve presumir-se obtida por
meio criminoso:(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Pena - deten•‹o, de um m•s a um ano, ou multa, ou ambas as penas. (Reda•‹o dada
pela Lei n¼ 9.426, de 1996)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

19. (FCC Ð 2006 Ð BCB Ð ANALISTA/çREA 4)


No tocante aos crimes contra o patrim™nio, Ž correto afirmar que
A) a subtra•‹o de coisa comum n‹o constitui crime.
B) Ž cab’vel o arrependimento posterior no crime de extors‹o.
C) o dano culposo constitui infra•‹o de menor potencial ofensivo.
D) a apropria•‹o indŽbita admite a figura priveligiada do delito.
E) no estelionato praticado em preju’zo de irm‹o a a•‹o penal Ž privada.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
A) ERRADA: O furto de coisa comum constitui crime, em regra, nos termos do
art. 156 do CP:
Art. 156 - Subtrair o cond™mino, co-herdeiro ou s—cio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detŽm, a coisa comum:
Pena - deten•‹o, de seis meses a dois anos, ou multa.
B) ERRADA: O crime de extors‹o Ž praticado com viol•ncia ou grave amea•a,
de forma que n‹o admite a figura do arrependimento posterior, nos termos do
art. 16 do CP;
C) ERRADA: O dano culposo n‹o Ž considerado infra•‹o penal, por aus•ncia de
expressa previs‹o legal nesse sentido, punindo-se apenas o dano doloso, nos
termos do art. 163 do CP;
D) CORRETA: O delito de apropria•‹o indŽbita, previsto no art. 168 do
CP, prev• ainda a figura privilegiada, ou seja, aquela figura com pena
mais branda. Essa previs‹o est‡ no art. 170 do CP, que remete ˆs causas
do furto privilegiado. Vejamos:
Art. 170 - Nos crimes previstos neste Cap’tulo, aplica-se o disposto no art. 155, ¤ 2¼.
Art. 155 (...)

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¤ 2¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de um a dois ter•os, ou
aplicar somente a pena de multa.
E) ERRADA: A a•‹o penal, neste caso, Ž pœblica condicionada ˆ representa•‹o.
Vejamos o art. 182, II do CP. Vejamos:
Art. 182 - Somente se procede mediante representa•‹o, se o crime previsto neste
t’tulo Ž cometido em preju’zo: (Vide Lei n¼ 10.741, de 2003)
(...)
II - de irm‹o, leg’timo ou ileg’timo;

20. (FCC Ð 2010 Ð SEFIN/RO Ð AUDITOR FISCAL)


Paulo deu in’cio ˆ execu•‹o de crime de furto e ingressou na casa de
Pedro com o objetivo de subtrair um televisor. J‡ no interior da moradia,
percebeu que a v’tima dormia no sof‡ da sala, onde o aparelho est‡
instalado. Em vista disso, antevendo os riscos que assumiria em
prosseguir no seu intento e pressentindo a possibilidade de ser
surpreendido, desistiu de prosseguir na execu•‹o do delito. Nesse caso,
Paulo
A) responder‡ por tentativa de furto.
B) n‹o responder‡ por nenhum delito, pois houve desist•ncia volunt‡ria.
C) n‹o responder‡ por nenhum delito, pois houve arrependimento eficaz.
D) responder‡ apenas por invas‹o de domic’lio.
E) n‹o responder‡ por nenhum delito, pois houve arrependimento
posterior.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
No caso em tela, houve desist•ncia volunt‡ria, pois o agente deixou de dar
seguimento ˆ execu•‹o do delito, por vontade pr—pria. Vejamos:
Desist•ncia volunt‡ria e arrependimento eficaz(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de
11.7.1984)
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execu•‹o ou impede
que o resultado se produza, s— responde pelos atos j‡ praticados.(Reda•‹o dada pela
Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Assim, responderia apenas por invas‹o de domic’lio, que Ž o delito j‡ praticado.
No entanto, a banca considerou que houve furto na modalidade tentada, o que,
na minha vis‹o, Ž um erro, j‡ que o resultado (furto) n‹o se consumou n‹o em
virtude de fato alheio ˆ vontade do agente (fato de o dono da casa estar dormindo
na sala), mas em raz‹o da desist•ncia do agente, que PODERIA TER
CONTINUADO NA EMPREITADA CRIMINOSA, pois havia chance de •xito.
Assim, discordo do gabarito da Banca, que foi letra A, pois, na minha opini‹o, a
alternativa correta seria a letra D.
Portanto, a alternativa CORRETA ƒ A LETRA A (GABARITO DA BANCA).

21. (FCC Ð 2009 Ð DPE/MA Ð DEFENSOR PòBLICO)

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H‡ previs‹o legal de escusa absolut—ria nos delitos patrimoniais desde
que seja cometido contra c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal,
A) ascendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de extors‹o, ou, em
geral, quando haja emprego de viol•ncia ou grave amea•a somente
contra a pessoa.
B) ascendente, descendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de
extors‹o, ou, em geral, quando haja emprego de viol•ncia ou grave
amea•a somente contra a pessoa.
C) ascendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de extors‹o, ou, em
geral, quando haja emprego de viol•ncia ou grave amea•a contra a
pessoa e ao estranho que participa do crime.
D) ascendente, descendente, exclu’dos os crimes de roubo, extors‹o e
latroc’nio.
E) ascendente, descendente, exclu’dos os crimes de roubo ou de
extors‹o, ou, em geral, quando haja emprego de viol•ncia ou grave
amea•a contra a pessoa e ao estranho que participa do crime.
COMENTçRIO DA QUESTÌO:
Aquele que comete QUALQUER DOS CRIMES CONTRA O PATRIMïNIO Ž isento de
pena se pratica o fato contra:
Art. 181 - ƒ isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste t’tulo,
em preju’zo:
I - do c™njuge, na const‰ncia da sociedade conjugal;
II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco leg’timo ou ileg’timo, seja civil
ou natural.
A norma do inciso I se estende, tambŽm, ˆqueles que vivam em Uni‹o Est‡vel.
No entanto, estas escusas absolut—rias n‹o se aplicam nas hip—teses do art. 183
do CP:
Art. 183 - N‹o se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I - se o crime Ž de roubo ou de extors‹o, ou, em geral, quando haja emprego de grave
amea•a ou viol•ncia ˆ pessoa;
II - ao estranho que participa do crime.
III - se o crime Ž praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos. (Inclu’do pela Lei n¼ 10.741, de 2003)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

22. (FCC Ð 2015 Ð TJ-AL Ð JUIZ SUBSTITUTO)


NÌO admite a figura privilegiada, com substitui•‹o da pena de reclus‹o
pela de deten•‹o, diminui•‹o de um a dois ter•os ou aplica•‹o somente
da pena de multa, o crime de
a) furto.
b) duplicata simulada.
c) estelionato.
d) apropria•‹o indŽbita.

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e) recepta•‹o.
COMENTçRIOS: A figura privilegiada consistente na possibilidade de
Òsubstitui•‹o da pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminui•‹o de um a dois
ter•os ou aplica•‹o somente da pena de multaÓ est‡ prevista para diversos crimes
patrimoniais.
Em rela•‹o ao furto, est‡ prevista no art. 155, ¤2¼ do CP.
No que tange ao estelionato, consta no ¤1¼ do art. 171 do CP, que autoriza a
aplica•‹o do disposto no art. 155, ¤2¼ do CP.
Em rela•‹o ˆ apropria•‹o indŽbita, h‡ possibilidade de aplica•‹o de tal
circunst‰ncia privilegiadora por for•a do art. 170 do CP.
Por fim, Ž cab’vel a aplica•‹o do privilŽgio em rela•‹o ˆ recepta•‹o, nos termos
do que disp›e o art. 180, ¤5¼ do CP.
Vemos, portanto, que n‹o cabe a aplica•‹o de tal figura privilegiada em rela•‹o
ao crime de duplicata simulada, por aus•ncia de previs‹o legal.
Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

23. (FCC - 2013 - MPE-SE - ANALISTA - DIREITO)


A subtra•‹o de ve’culo automotor que venha a ser transportado para o
exterior, ocorrida mediante concurso de agentes, durante o repouso
noturno e com emprego de narcotiza•‹o da v’tima classifica-se
precisamente como
a) furto simples.
b) furto com causa de aumento.
c) furto qualificado.
d) roubo impr—prio.
e) roubo pr—prio.
COMENTçRIOS: A conduta, neste caso, se amolda ao tipo penal do art. 157,
caput do CP, ou seja, roubo pr—prio. A quest‹o leva o candidato a pensar tratar-
se de furto qualificado (art. 155, ¤4¼), mas transforma a conduta em ROUBO ao
deixar claro que o agente empregou algum meio que reduziu ou impediu a
capacidade de resist•ncia da v’tima. Vejamos:
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

24. (FCC Ð 2012 Ð TRT 1 Ð JUIZ DO TRABALHO)


Na apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, a lei prev• que Ž facultado ao
juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente
for prim‡rio e de bons antecedentes, desde que o valor das contribui•›es
devidas, inclusive acess—rios, seja igual ou inferior ˆquele estabelecido

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pela previd•ncia social, administrativamente, como sendo o m’nimo para
o ajuizamento de suas execu•›es fiscais. No entanto, a jurisprud•ncia
tambŽm tem admitido a possibilidade de absolvi•‹o em tais casos com
fulcro no chamado princ’pio
a) da adequa•‹o social.
b) da inexigibilidade de conduta diversa.
c) da insignific‰ncia.
d) da irretroatividade da lei penal mais gravosa.
e) do consentimento do ofendido.
COMENTçRIOS: H‡ decis›es jurisprudenciais no sentido de que se o valor das
contribui•›es Ž inferior ao patamar utilizado para a cobran•a judicial das d’vidas
para com a previd•ncia social, o caso Ž de ATIPICIDADE, pelo princ’pio da
INSIGNIFICåNCIA.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

25. (FCC Ð 2012 Ð TRF5 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


O perd‹o judicial no crime de apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria exige
como condi•‹o que
a) sendo o rŽu prim‡rio e de bons antecedentes, seja o valor da
apropria•‹o igual ou inferior ao m’nimo estabelecido
administrativamente para execu•‹o fiscal.
b) sem avalia•‹o de condi•‹o pessoal, seja a apropria•‹o inferior ao
valor do sal‡rio m’nimo de contribui•‹o.
c) se reincidente, alŽm do pagamento da contribui•‹o devida atŽ a
denœncia, tambŽm o pagamento de multa administrativamente imposta.
d) sendo o rŽu prim‡rio e de bons antecedentes, tenha promovido a
qualquer tempo o pagamento da contribui•‹o devida.
e) tenha promovido a qualquer tempo o pagamento da contribui•‹o
devida e seja o valor da apropria•‹o inferior ao m’nimo estabelecido
administrativamente para execu•‹o fiscal.
COMENTçRIOS: O perd‹o judicial para o crime de apropria•‹o indŽbita
previdenci‡ria, segundo previsto no CP, exige como condi•‹o que sendo o rŽu
prim‡rio e de bons antecedentes, seja o valor da apropria•‹o igual ou inferior ao
m’nimo estabelecido administrativamente para execu•‹o fiscal. Vejamos:
Art. 168-A (...)
¤ 3o ƒ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for prim‡rio e de bons antecedentes, desde que: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983,
de 2000)
I - tenha promovido, ap—s o in’cio da a•‹o fiscal e antes de oferecida a denœncia, o
pagamento da contribui•‹o social previdenci‡ria, inclusive acess—rios; ou (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
II - o valor das contribui•›es devidas, inclusive acess—rios, seja igual ou inferior ˆquele
estabelecido pela previd•ncia social, administrativamente, como sendo o m’nimo para
o ajuizamento de suas execu•›es fiscais. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)

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Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

26. (FCC Ð 2012 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Epicuro e Tales resolvem subtrair import‰ncia em dinheiro de um ve’culo
coletivo de passageiros, com uso de simulacro de arma de fogo, e
amea•am o cobrador do ™nibus, tomando-lhe pequena import‰ncia em
espŽcie. Na mesma conduta subtraem dinheiro e celulares de dois
passageiros e do pr—prio cobrador. Epicuro e Tales cometeram crime de
a) roubo qualificado pelo uso de arma de fogo.
b) roubo qualificado em concurso material de crimes.
c) roubo simples em concurso material de crimes.
d) furto qualificado em concurso material de crimes.
e) roubo majorado em concurso de crimes.
COMENTçRIOS: Neste caso, os agentes cometeram o delito de roubo majorado
(pelo concurso de pessoas) em concurso de crimes, pois foram praticados quatro
delitos de roubo diferentes (um contra a empresa de ™nibus e outros tr•s contra
os passageiros e o cobrador), sendo concurso formal, j‡ que praticados mediante
uma œnica conduta global.
Vejamos o art. 157:
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
¤ 2¼ - A pena aumenta-se de um ter•o atŽ metade:
(...)
II - se h‡ o concurso de duas ou mais pessoas;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

27. (FCC Ð 2012 Ð DPE-PR Ð DEFENSOR PòBLICO)


Quatro ladr›es chegaram de carro em frente a uma resid•ncia para a
pr‡tica de crime de furto. PorŽm, antes de descerem do ve’culo, foram
obstados pela pol’cia, que os observava, e levados para a Delegacia onde
lavrou-se o auto de pris‹o em flagrante. Nesse caso, os agentes
a) podem se beneficiar da desist•ncia volunt‡ria na pr‡tica do delito,
respondendo pelos atos j‡ praticados.
b) praticaram tentativa de furto qualificado pelo concurso de pessoas.
c) tinham finalidade de praticar o crime de furto qualificado por concurso
de agentes, mas n‹o passaram da fase de meros atos preparat—rios,
impun’vel.
d) iniciaram a pr‡tica de crime de roubo que n‹o se consumou por
circunst‰ncias alheias ˆ sua vontade, face ˆ chegada da pol’cia.

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e) devem ser devidamente punidos pela tentativa, dada a vontade
deliberada de praticarem o delito.
COMENTçRIOS: Neste caso, devemos saber quando se inicia a pr‡tica da
conduta criminosa. A conduta criminosa teria in’cio com a pr‡tica de algum dos
atos de execu•‹o, que, no caso concreto, n‹o chegaram a ser praticados, pois
n‹o houve in’cio de viola•‹o ao bem jur’dico. O fato de irem de carro atŽ a porta
do local n‹o caracteriza, por si s—, qualquer viola•‹o. Neste caso, n‹o podemos
dizer que a execu•‹o foi iniciada, de forma que n‹o h‡, sequer, tentativa.
Vejamos:
Art. 31 - O ajuste, a determina•‹o ou instiga•‹o e o aux’lio, salvo disposi•‹o expressa
em contr‡rio, n‹o s‹o pun’veis, se o crime n‹o chega, pelo menos, a ser tentado.
(Reda•‹o dada pela Lei n¼ 7.209, de 11.7.1984)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

28. (FCC Ð 2012 Ð TRT 4 Ð JUIZ DO TRABALHO)


Dentre os crimes contra o patrim™nio, ainda que prim‡rio o agente e de
pequeno valor a coisa ou o preju’zo, NÌO admite a imposi•‹o exclusiva
de pena de multa
a) o estelionato.
b) o furto.
c) a recepta•‹o dolosa.
d) a apropria•‹o indŽbita.
e) o dano culposo.
COMENTçRIOS: Tal circunst‰ncia n‹o Ž aplic‡vel ao crime de Òdano culposoÓ,
pois tal conduta Ž considerada FATO ATêPICO. Todas as demais admitem a
aplica•‹o apenas da pena de multa (estelionato Ð art. 171, ¤1¼; furto Ð art. 155,
¤2¼; recepta•‹o dolosa Ð art. 180, ¤5¼ do CP; apropria•‹o indŽbita Ð art. 170 do
CP).
Contudo, o enunciado fala Òdentre os CRIMESÓ contra o patrim™nio. Ora, a
conduta Òdano culposoÓ NÌO Ž crime, de maneira que seria cab’vel a anula•‹o da
quest‹o.
PorŽm, o gabarito foi mantido como letra E.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

29. (FCC Ð 2012 Ð TRT 1 Ð JUIZ DO TRABALHO)


Na apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, se o valor das contribui•›es
devidas, inclusive acess—rios, for igual ou inferior ˆquele estabelecido
pela previd•ncia social, administrativamente, como sendo o m’nimo para
o ajuizamento de suas execu•›es fiscais, Ž facultado ao juiz, na hip—tese
de o agente ser prim‡rio e de bons antecedentes,
a) substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o.
b) reduzir de metade o valor do dia-multa.

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c) reduzir a pena privativa de liberdade de 1/3 a 2/3.
d) aplicar somente a pena de multa.
e) considerar o fato como circunst‰ncia atenuante e fixar a pena abaixo
do m’nimo legal.
COMENTçRIOS: O Juiz, neste caso, poder‡ deixar de aplicar a pena ou aplicar
apenas a pena de multa:
Art. 168-A (...)
¤ 3o ƒ facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o
agente for prim‡rio e de bons antecedentes, desde que: (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983,
de 2000)
I - tenha promovido, ap—s o in’cio da a•‹o fiscal e antes de oferecida a denœncia, o
pagamento da contribui•‹o social previdenci‡ria, inclusive acess—rios; ou (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
II - o valor das contribui•›es devidas, inclusive acess—rios, seja igual ou inferior ˆquele
estabelecido pela previd•ncia social, administrativamente, como sendo o m’nimo para
o ajuizamento de suas execu•›es fiscais. (Inclu’do pela Lei n¼ 9.983, de 2000)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

30. (FCC Ð 2012 Ð TRF2 Ð TƒCNICO JUDICIçRIO)


O seguran•a de um estabelecimento comercial, mediante remunera•‹o
de R$ 10.000,00, desligou o alarme durante trinta minutos para que seus
comparsas arrombassem a porta, entrassem e subtra’ssem todo o
dinheiro do cofre.
Nesse caso, o seguran•a responder‡ pelo crime de
a) furto simples, na condi•‹o de co-autor.
b) furto qualificado, na condi•‹o de part’cipe.
c) favorecimento real.
d) favorecimento pessoal.
e) roubo qualificado, na condi•‹o co-autor.
COMENTçRIOS: O seguran•a responder‡ pelo crime de furto qualificado pelo
concurso de pessoas, na qualidade de part’cipe do crime (pois auxiliou na sua
pr‡tica). Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

31. (FCC Ð 2012 Ð TRE-PR Ð ANALISTA JUDICIçRIO)

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O funcion‡rio pœblico que subtrai o "CD-Player automotivo" de um
ve’culo particular regularmente estacionado na via pœblica comete crime
de
a) roubo.
b) peculato.
c) furto.
d) apropria•‹o indŽbita.
e) roubo impr—prio.
COMENTçRIOS: O fato de o agente ser funcion‡rio pœblico, aqui, Ž irrelevante.
Trata-se da pr‡tica de um furto simples, previsto no art. 155 do CP:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

32. (FCC Ð 2012 Ð TRT 20 Ð JUIZ DO TRABALHO)


No crime de apropria•‹o indŽbita previdenci‡ria, a possibilidade de o juiz
deixar de aplicar a pena, se presentes determinadas situa•›es
expressamente previstas em lei, constitui hip—tese de
a) renœncia.
b) absolvi•‹o impr—pria.
c) indulto.
d) perd‹o judicial.
e) excludente legal da culpabilidade.
COMENTçRIOS: Tal hip—tese, prevista no art. 168, ¤3¼ do CP, constitui-se como
modalidade de PERDÌO JUDICIAL, segundo a defini•‹o doutrin‡ria.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

33. (FCC Ð 2010 Ð TRT 8 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Jeremias aproximou-se de um ve’culo parado no sem‡foro e, embora n‹o
portasse qualquer arma, mas fazendo gestos de que estaria armado,
subtraiu a carteira do motorista, contendo dinheiro e documentos.
Jeremias responder‡ por crime de
a) roubo qualificado pelo emprego de arma.
b) furto simples.
c) furto qualificado.
d) roubo simples.
e) apropria•‹o indŽbita.
COMENTçRIOS: Jeremias, neste caso, responder‡ pelo crime de roubo, em sua
modalidade simples, j‡ que a simula•‹o e utiliza•‹o de arma de fogo NÌO gera a

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aplica•‹o da majorante prevista no art. 157, ¤2¼, I do CP, segundo entendimento
jurisprudencial dominante.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

34. (FCC Ð 2010 Ð TCE-RO Ð PROCURADOR)


Segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justi•a, se o
agente, para obter vantagem il’cita em preju’zo alheio, falsifica
documento pœblico, responder‡ por
a) estelionato.
b) estelionato e falsifica•‹o de documento pœblico, em concurso
material.
c) falsifica•‹o de documento pœblico.
d) estelionato e falsifica•‹o de documento pœblico, em concurso formal.
e) estelionato e falsifica•‹o de documento pœblico, em continuidade
delitiva.
COMENTçRIOS: A quest‹o deveria ter sido anulada. Isso porque ela se refere
ao verbete sumular n¼ 17 do STJ. Vejamos:
Sœmula 17 do STJ
QUANDO O FALSO SE EXAURE NO ESTELIONATO, SEM MAIS POTENCIALIDADE
LESIVA, ƒ POR ESTE ABSORVIDO.
Contudo, como n—s podemos observar, somente quando o documento falsificado
exaurir sua potencialidade lesiva no estelionato Ž que teremos um crime œnico (o
estelionato). Se o documento ainda pode ser utilizado para a pr‡tica de outros
delitos, n‹o h‡ absor•‹o de um pelo outro, respondendo o agente por ambos os
delitos. Assim, a quest‹o deveria ter sido anulada, mas n‹o o foi.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A (gabarito oficial)

35. (FCC Ð 2010 Ð TJ-PI Ð ASSESSOR JURêDICO)


Pedro ingressou numa joalheria e afirmou que pretendia adquirir um anel
de ouro para sua esposa. A vendedora colocou sobre a mesa diversos
anŽis. Ap—s examin‡-los, Pedro disse que lhe agradou mais uma pe•a que
estava exposta no canto da vitrine e que queria v•-la. A vendedora
voltou-lhe as costas, abriu a vitrine e retirou o anel. Valendo-se desse
momento de descuido da vendedora, Pedro apanhou um dos anŽis que
estava sobre a mesa e colocou-o no bolso. Em seguida, examinou o anel
que estava na vitrine, disse que era bonito, mas muito caro, agradeceu e
foi embora, levando no bolso a joia que havia apanhado. Nesse caso,
Pedro responder‡ por
a) furto simples.
b) estelionato.
c) furto qualificado pela fraude.
d) apropria•‹o indŽbita.

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e) roubo.
COMENTçRIOS: No caso em tela o agente se valeu de uma fraude (se fez passar
por comprador honesto) para diminuir a vigil‰ncia da v’tima sobre a coisa a ser
furtada, tendo, em raz‹o disso, realizado seu intento, devendo responder pelo
crime de furto mediante fraude, na forma consumada. Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
(...)
II - com abuso de confian•a, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

36. (FCC Ð 2010 Ð BAHIAGçS Ð ANALISTA DE PROCESSOS)


O ato de receber, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de
alguŽm, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra
a v’tima, constitui crime de
a) fraude na entrega de coisa.
b) estelionato.
c) fraude no comŽrcio.
d) extors‹o indireta.
e) furto qualificado pela fraude.
COMENTçRIOS: Esta conduta configura o delito de extors‹o indireta, previsto
no art. 160 do CP:
Extors‹o indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima ou contra
terceiro:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

37. (FCC Ð 2010 Ð TRE-AM Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


N‹o constitui causa de aumento da pena do roubo, prevista no C—digo
Penal
a) a participa•‹o de organiza•‹o criminosa.
b) a restri•‹o de liberdade da v’tima, mantida em poder do agente.
c) o emprego de arma para o exerc’cio da viol•ncia ou grave amea•a.
d) a subtra•‹o de ve’culo automotor que venha a ser transportado para
outro Estado ou para o exterior.
e) o concurso de duas ou mais pessoas.

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COMENTçRIOS: As causas de aumento de pena para o crime de roubo est‹o
taxativamente previstas no art. 157, ¤2¼ do CP:
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
(...)
¤ 2¼ - A pena aumenta-se de um ter•o atŽ metade:
I - se a viol•ncia ou amea•a Ž exercida com emprego de arma;
II - se h‡ o concurso de duas ou mais pessoas;
III - se a v’tima est‡ em servi•o de transporte de valores e o agente conhece tal
circunst‰ncia.
IV - se a subtra•‹o for de ve’culo automotor que venha a ser transportado para outro
Estado ou para o exterior; (Inclu’do pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
V - se o agente mantŽm a v’tima em seu poder, restringindo sua liberdade. (Inclu’do
pela Lei n¼ 9.426, de 1996)
Vejam que o fato de o agente integrar organiza•‹o criminosa n‹o configura causa
de aumento de pena.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

38. (FCC Ð 2009 Ð TRT 3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Quem exige como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima,
comete crime de extors‹o
a) mediante sequestro.
b) consumada, em seu tipo fundamental.
c) tentada, em seu tipo fundamental.
d) indireta.
e) qualificada, na forma tentada.
COMENTçRIOS: Esta conduta configura o delito de extors‹o indireta, previsto
no art. 160 do CP:
Extors‹o indireta
Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de d’vida, abusando da situa•‹o de alguŽm,
documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a v’tima ou contra
terceiro:
Pena - reclus‹o, de um a tr•s anos, e multa.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

39. (FCC Ð 2009 Ð TRT 3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Quem utiliza uma tesoura para fazer girar e abrir, sem danificar, a
fechadura da porta de um ve’culo que ato cont’nuo subtrai para si,
comete crime de furto
a) qualificado pela fraude.

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b) simples.
c) qualificado pela destreza.
d) qualificado pelo rompimento de obst‡culo.
e) qualificado pelo emprego de chave falsa.
COMENTçRIOS: Esta pessoa estar‡ cometendo o crime de furto, qualificado
neste caso pelo uso de chave falsa (chave falsa Ž qualquer objeto que seja
utilizado como mecanismo falso de abertura de fechaduras). Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
Furto qualificado
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
(...)
III - com emprego de chave falsa;
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA E.

40. (FCC Ð 2009 Ð TRT 3 Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


JosŽ ingressou no escrit—rio da empresa Alpha, sendo que o seguran•a
n‹o lhe obstou o acesso porque estava vestido de faxineiro e portando
materiais de limpeza. No interior do escrit—rio, arrombou a gaveta e
subtraiu R$ 3.000,00 do seu interior. Quando estava saindo do local, o
seguran•a, alertado pelo barulho, tentou det•-lo. JosŽ, no entanto, o
agrediu e o deixou desacordado e ferido no solo, fugindo, em seguida, do
local de posse do dinheiro subtra’do. Nesse caso, JosŽ responder‡ por
a) furto qualificado pela fraude e pelo arrombamento.
b) furto qualificado pela fraude.
c) roubo impr—prio.
d) furto simples.
e) estelionato.
COMENTçRIOS: JosŽ, no in’cio de sua conduta, estava praticando um mero
crime de furto mediante fraude. Contudo, ao utilizar viol•ncia ap—s a subtra•‹o,
com a finalidade de garantir o sucesso da empreitada criminosa, passou a praticar
o delito de roubo impr—prio (viol•ncia ou grave amea•a praticada ap—s a
subtra•‹o). Vejamos:
Art. 157 - Subtrair coisa m—vel alheia, para si ou para outrem, mediante grave amea•a
ou viol•ncia a pessoa, ou depois de hav•-la, por qualquer meio, reduzido ˆ
impossibilidade de resist•ncia:
Pena - reclus‹o, de quatro a dez anos, e multa.
¤ 1¼ - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtra’da a coisa, emprega
viol•ncia contra pessoa ou grave amea•a, a fim de assegurar a impunidade do crime
ou a deten•‹o da coisa para si ou para terceiro.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

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41. (FCC Ð 2008 Ð METRï-SP Ð ADVOGADO)
Paulo havia trabalhado como cobrador no asilo Alpha e, por isso,
conhecia a lista das pessoas que contribu’am atravŽs de donativos para
aquela entidade beneficente. Ap—s ter deixado o referido emprego, Paulo
procurou uma dessas pessoas e, dizendo-se funcion‡rio do asilo Alpha,
recebeu donativo de R$ 1.000,00 (um mil reais), que consumiu em
proveito pr—prio. Nesse caso, Paulo responder‡ por crime de
a) furto simples.
b) furto qualificado pela fraude.
c) apropria•‹o indŽbita.
d) estelionato.
e) extors‹o.
COMENTçRIOS: Neste caso n‹o h‡ furto mediante fraude, pois a v’tima n‹o Ž
furtada, mas entrega espontaneamente a coisa (o dinheiro) para o infrator. Neste
caso temos o crime de estelionato, previsto no art. 171 do CP:
Estelionato
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem il’cita, em preju’zo alheio,
induzindo ou mantendo alguŽm em erro, mediante artif’cio, ardil, ou qualquer outro
meio fraudulento:
Pena - reclus‹o, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil rŽis a dez contos de
rŽis.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

42. (FCC Ð 2007 Ð TRE-SE Ð ANALISTA JUDICIçRIO)


Se duas ou mais pessoas, agindo em conjunto e previamente ajustadas,
subtraem, sem emprego de viol•ncia ou grave amea•a, uma televis‹o de
terceira pessoa, elas praticam o crime de
a) furto qualificado.
b) furto simples.
c) estelionato.
d) apropria•‹o indŽbita.
e) roubo qualificado.
COMENTçRIOS: Estas pessoas praticam o crime de furto qualificado pelo
concurso de pessoas. Vejamos:
Art. 155 (...)
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:
(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.

43. (FCC Ð 2014 Ð TJ-AP Ð JUIZ)

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No que se refere ao roubo com emprego de arma, Ž correto afirmar:
a) Sua natureza mais exata Ž de circunst‰ncia qualificadora, comput‡vel
sempre na primeira fase do mŽtodo trif‡sico de apura•‹o da pena, n‹o
constituindo, portanto, causa de aumento que, como tal, se computa na
terceira fase respectiva.
b) Majoritariamente, hoje o Superior Tribunal de Justi•a orienta-se pela
configura•‹o dessa circunst‰ncia legal no emprego de arma de
brinquedo.
c) Majoritariamente, hoje a mais consagrada doutrina brasileira
considera que a arma de brinquedo n‹o caracteriza essa circunst‰ncia
legal.
d) Seu efeito legal pr—prio incide nas penas do latroc’nio.
e) Em princ’pio, n‹o se comunica aos demais agentes.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Trata-se de causa de aumento de pena, aplic‡vel na terceira fase da
dosimetria da pena.
B) ERRADA: O STJ entende que o uso de arma de brinquedo n‹o caracteriza esta
causa de aumento de pena.
C) CORRETA: De fato, tanto a doutrina quanto a jurisprud•ncia entendem que o
uso de arma de brinquedo n‹o gera esta causa de aumento de pena.
D) ERRADA: O latroc’nio est‡, topograficamente, ap—s a causa de aumento de
pena citada, de maneira que esta causa n‹o se aplica ao latroc’nio, que na
verdade Ž uma forma qualificada do crime de roubo.
E) ERRADA: Trata-se de circunst‰ncia de car‡ter objetivo, logo, se comunica aos
demais agentes que n‹o estejam portando a arma, nos termos do art. 30 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

44. (FCC Ð 2014 Ð TRT18 Ð JUIZ)


No crime de apropria•‹o indŽbita,
a) o dolo Ž antecedente ˆ posse.
b) a a•‹o penal Ž sempre pœblica incondicionada, independentemente da
condi•‹o da v’tima.
c) o Juiz pode reduzir a pena se prim‡rio o criminoso e de pequeno valor
a coisa apropriada.
d) Ž poss’vel o perd‹o judicial no caso de apropria•‹o indŽbita culposa.
e) h‡ aumento da pena quando o agente recebe a coisa em raz‹o de
emprego, mas n‹o de profiss‹o.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: A posse Ž anterior ao dolo, que passa a existir apenas em momento
posterior.

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Teoria e quest›es
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B) ERRADA: Pois a a•‹o ser‡ pœblica condicionada quando a v’tima for alguma
das pessoas enumeradas no art. 182 do CP.
C) CORRETA: Esta Ž a previs‹o contida no art. 170 do CP, que se remete ao art.
155, ¤2¼ do CP.
D) ERRADA: A apropria•‹o indŽbita culposa Ž uma figura at’pica, ou seja, n‹o Ž
prevista como crime.
E) ERRADA: Tanto numa quanto noutra hip—tese haver‡ aumento de pena, por
for•a do art. 168, ¤1¼, III do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.

45. (FCC Ð 2014 Ð TRF4 Ð OFICIAL DE JUSTI‚A)


Gerson subtraiu para si energia elŽtrica alheia de pequeno valor,
fazendo-o em concurso com Marcio, sendo ambos absolutamente
prim‡rios. Com esses dados, ˆ luz da jurisprud•ncia hoje dominante no
Superior Tribunal de Justi•a, classificam-se os fatos como furto
(A) de bagatela.
(B) privilegiado.
(C) qualificado.
(D) privilegiado-qualificado.
(E) simples.
COMENTçRIOS: No caso, temos FURTO, pois a energia elŽtrica Ž equiparada ˆ
coisa m—vel para estes fins. O furto, aqui, recaiu sobre coisa de PEQUENO VALOR.
O STJ entende que, neste caso, n‹o h‡ aplica•‹o do princ’pio da insignific‰ncia,
que pressup›e que a coisa furtada seja de valor êNFIMO (ainda ÒmenorÓ que o
Òpequeno valorÓ).
Assim, exclu’mos a alternativa A.
O furto, neste caso, sabemos Ž PRIVILEGIADO, pois a coisa Ž de pequeno valor
e os criminosos s‹o PRIMçRIOS, nos termos do art. 155, ¤2¼ do CP:
Furto
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
¤ 1¼ - A pena aumenta-se de um ter•o, se o crime Ž praticado durante o repouso
noturno.
¤ 2¼ - Se o criminoso Ž prim‡rio, e Ž de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode
substituir a pena de reclus‹o pela de deten•‹o, diminu’-la de um a dois ter•os, ou
aplicar somente a pena de multa.
Mas temos, tambŽm, que incide, no presente caso, uma circunst‰ncia que
qualifica o crime (concurso de pessoas). Vejamos:
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia m—vel:
Pena - reclus‹o, de um a quatro anos, e multa.
(...)
¤ 4¼ - A pena Ž de reclus‹o de dois a oito anos, e multa, se o crime Ž cometido:

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(...)
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
Neste caso, temos a figura do furto QUALIFICADO-PRIVILEGIADO, j‡ reconhecida
pela STJ que, inclusive, editou o verbete de n¼ 511 da sœmula de sua
jurisprud•ncia. Vejamos:
Òƒ poss’vel o reconhecimento do privilŽgio previsto no ¤ 2¼ do art. 155 do CP nos
casos de crime de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente,
o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva.Ó
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA D.

46. (FCC Ð 2015 Ð TRT 23¡REGIÌO Ð JUIZ)


Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a
assinatura deste no t’tulo e o utiliza na compra de determinado bem,
obtendo vantagem il’cita em preju’zo do comerciante. Na hip—tese,
segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de Justi•a,
Alfredo responde por
a) falsifica•‹o de documento pœblico e estelionato, em concurso formal.
b) estelionato, apenas.
c) falsifica•‹o de documento pœblico e estelionato, em concurso material.
d) estelionato e falsifica•‹o de documento particular, em concurso
formal.
e) falsifica•‹o de documento pœblico, apenas.
COMENTçRIOS: Alfredo praticou, em tese, dois delitos, o de falsifica•‹o de
documento pœblico e o de estelionato. Contudo, como o ÒfalsoÓ foi utilizado como
mero meio para a pr‡tica do estelionato, esgotando sua potencialidade lesiva
quando da pr‡tica do estelionato, entende-se que fica por este absorvido, ou seja,
o agente responde apenas pelo estelionato, conforme entendimento consolidado
pelo STJ por meio do verbete n¼ 17 de sua sœmula de jurisprud•ncia.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.

8 GABARITO

1. ALTERNATIVA D
2. ALTERNATIVA B
3. ALTERNATIVA B
4. ALTERNATIVA E
5. ALTERNATIVA A
6. ALTERNATIVA B
7. ALTERNATIVA B

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8. ALTERNATIVA B
9. ALTERNATIVA B
10. ALTERNATIVA A
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA C
13. ALTERNATIVA B
14. ALTERNATIVA A
15. ALTERNATIVA C
16. ALTERNATIVA A
17. ALTERNATIVA B
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA D
20. ALTERNATIVA A
21. ALTERNATIVA E
22. ALTERNATIVA B
23. ALTERNATIVA E
24. ALTERNATIVA C
25. ALTERNATIVA A
26. ALTERNATIVA E
27. ALTERNATIVA C
28. ALTERNATIVA E
29. ALTERNATIVA D
30. ALTERNATIVA B
31. ALTERNATIVA C
32. ALTERNATIVA D
33. ALTERNATIVA D
34. ALTERNATIVA A
35. ALTERNATIVA C
36. ALTERNATIVA D
37. ALTERNATIVA A
38. ALTERNATIVA D
39. ALTERNATIVA E
40. ALTERNATIVA C
41. ALTERNATIVA D
42. ALTERNATIVA A
43. ALTERNATIVA C
44. ALTERNATIVA C

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45. ALTERNATIVA D
46. ALTERNATIVA B

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