O documento discute a celebração do segundo Domingo da Páscoa como o Domingo da Misericórdia. Ele resume como Deus mostrou sua misericórdia ao longo da história da salvação, especialmente através do batismo e da presença contínua de Jesus na terra por meio dos sacerdotes.
Descrição original:
Uma breve reflexão sobre o Domingo da Misericórdia
O documento discute a celebração do segundo Domingo da Páscoa como o Domingo da Misericórdia. Ele resume como Deus mostrou sua misericórdia ao longo da história da salvação, especialmente através do batismo e da presença contínua de Jesus na terra por meio dos sacerdotes.
O documento discute a celebração do segundo Domingo da Páscoa como o Domingo da Misericórdia. Ele resume como Deus mostrou sua misericórdia ao longo da história da salvação, especialmente através do batismo e da presença contínua de Jesus na terra por meio dos sacerdotes.
Amados irmãos e irmãs, hoje somos convidados a mergulhar na imensidão da Misericórdia. Hoje celebramos o segundo Domingo do Tempo Pascal, que foi instituído pelo Papa São João Paulo II como o Domingo da Misericórdia. Antigamente, esse domingo era conhecido como o Domingo in albis, que significa “em branco”. No dia da Páscoa, era costume que todos os batizados recebessem uma veste branca e só a tirassem no dia de hoje. A liturgia ainda conserva essa tradição, como podemos ver na antífona de entrada [no Missal]: “Como crianças recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação, aleluia! (1Pd 2,2)”. Através do Batismo, todos nós renascemos para uma vida na Graça do Senhor. O Batismo é puro sinal da Misericórdia de Deus, pois o significado principal do Batismo é a remoção em nós da mancha do pecado original. Lá no princípio, quando o homem e a mulher foram criados, Deus já tinha grandes planos para o homem. Tinha constituído ele com alma imortal e como senhor de toda a terra. No entanto, o homem livremente negou a Deus. E como Deus é a fonte de todo o Bem, afastar-se de Deus significa afastar-se das coisas boas. Por isso o sofrimento, a morte e o pecado entraram no mundo. O homem escolheu a morte e o sofrimento. Mas Deus olhou com Misericórdia para o homem. Passados os anos, o homem já não conhecia Deus, tinha perdido a amizade com Ele. Por isso Ele mesmo se revelou a Abraão. E continuou caminhando com o povo, através de Moisés, depois com os reis e com os profetas. E em tudo isso, Deus nunca deixou de demonstrar a sua Misericórdia, sempre perdoando as quedas do povo. Por isso, o salmista cantava: “a casa de Israel agora o diga…”. Mas ainda assim, o homem não era capaz de voltar àquele estado de felicidade plena de Adão. Deus então, já tendo caminhado longos anos ao lado do seu povo, se compadeceu de nós e decidiu se fazer o Emanuel, que quer dizer “Deus conosco”. E aí se manifesta a Misericórdia de Deus: Ele sendo infinitamente grande, se faz pequeno ao ponto de caber em uma manjedoura. Ele sendo Deus, se faz o mais frágil dos homens. E sendo Homem verdadeiro e Deus verdadeiro, se entregou por nós em uma morte humilhante, não para que voltássemos a sermos felizes como Adão. A Misericórdia de Deus é tão grande, que Deus nos deu um presente ainda maior que o de Adão: Adão e Eva eram criaturas amadas por Deus, mas pela Cruz de Cristo, nós podemos ser chamados de Filhos de Deus. E não seremos somente imortais, como eram Adão e Eva, mas já temos em nós a Vida Eterna e no fim dos tempos ressuscitaremos em com o nosso corpo renovado – o mesmo corpo, mas glorioso, como o Corpo de Jesus no Evangelho, que chegava a atravessar paredes. E essas graças que Jesus conseguiu para nós lá na Cruz, nós só as recebemos pelo Batismo. Por isso essa relação tão profunda entre o Batismo e a Misericórdia de Deus. Mas, podemos ouvir falar de Abraão, de Moisés, ou mesmo dos apóstolos como nas leituras e acreditar que a Misericórdia do Senhor já aconteceu. Ou então, pensamos “pronto, fui batizado e Deus já derramou toda a Misericórdia d’Ele em mim”. Não, muito pelo contrário, Deus quer continuar entre nós. Diz o Evangelho que já tinham se passado oito dias desde a ressurreição de Cristo. Já tinha acontecido o mistério da Páscoa, ou seja, a culpa do pecado de Adão já tinha sido destruída e Jesus já tinha derramado sobre nós a graça da dignidade de sermos Filhos de Deus. Mas mesmo assim, Ele quis ficar conosco. O Evangelho diz que mesmo depois dessa passagem, Ele continuou a realizar muitos outros sinais. Jesus tem sede de nós e quer ficar conosco. E tanto desejou ficar conosco que nos deixou os seus sucessores. A primeira leitura dizia que a sombra de Pedro curava multidões. Também no Evangelho, Jesus soprou sobre os seus Apóstolos o Espírito Santo, dando a Eles a capacidade de perdoar ou reter os pecados dos homens. Esses Apóstolos foram e fizeram novos sucessores, e eles chegaram até nós, que são os Bispos. Como os Bispos não conseguem estar em todos os lugares ao mesmo tempo, eles instituíram os Sacerdotes. Por isso, meus amados irmãos, devemos dar muitas graças a Deus pelos nossos Sacerdotes. Os Sacerdotes que fazem aquele mesmo Cristo que curava as multidões estar ainda hoje presente entre nós, sobretudo através da Eucaristia. Os Sacerdotes continuam operando o maior dos Milagres, que é a Santa Missa. Na Missa, o Padre pede ao Espírito Santo que transforme o pão e o vinho em Corpo e Sangue, e o próprio Espírito Santo obedece a ordem do padre, porque não é o padre que pede pelos seus próprios méritos, mas porque o próprio Jesus se faz presente na pessoa do padre. E é a mesma coisa para a Confissão, também chamada de Sacramento da Reconciliação. Através do padre, Jesus continua curando as nossas almas de todo pecado que nos causa muito sofrimento. A benção do padre também é uma benção completamente diferente da que nós podemos dar. Só o padre tem o poder de exorcizar a água e os objetos. Por esse motivo, São João Maria Vianney dizia que “É o sacerdote que continua a obra de redenção na terra” … “Se soubéssemos o que é o sacerdote na terra morreríamos não de espanto, mas de amor” … “O sacerdócio é o amor do coração de Jesus”. Também Nossa Senhora dependeu dos sacerdotes para continuar a Seu Filho, depois que Ele subiu aos céus. Ela também se reunia com os Apóstolos na Missa e comungava. São Luís Grignon de Montfort diz que a cada vez que Ela comungava, recitava em seu coração o Magnificat, agradecendo a forma como Deus demonstrou misericórdia para com Ela e toda a humanidade. Peçamos a Nossa Senhora a graça de compreendermos a imensidão da Misericórdia do Senhor. Nossa Senhora, Mãe de misericórdia, rogai por nós.