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CRISTO O NOSSO SUBSTITUTO PERFEITO

Texto: 2 coríntios 5:21

Introdução
Antigamente os filósofos gregos consideravam algo excelente dizer
muito com pouco. Com base nisso, neste culto de santa ceia pretendo falar
muito com poucas palavras, baseado neste texto sobre: Cristo, o nosso
substituto perfeito. Aqui neste texto o Apostolo Paulo resume o cerne do
evangelho de Cristo. Nele foi revelado como pecadores como nós, sendo
inimigos de Deus, podem se reconciliar com Deus, por meio de Jesus Cristo.
Nenhum outro versículo expressa tão bem a doutrina da substituição que
Cristo realizou por nós como este. Se você ainda não entendeu esta doutrina,
você ainda não compreendeu o conteúdo central do verdadeiro evangelho de
Cristo, que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Nesse
sentido, é fundamental para a sua vida cristã, entender e compreender que
Cristo se tornou o seu substituto, para você obter uma boa compreensão do
evangelho.
Além disso, é nesta substituição de Cristo por nós, que está o nosso
consolo, a nossa paz, a nossa alegria, a nossa felicidade e a nossa viva
esperança. Portanto preste atenção nesta mensagem para que você sai daqui
maravilhado com a graça substitutiva de Deus. A parti deste texto, da infalível
palavra de Deus, podemos extrair três verdade sobre o nosso substituto.

A primeira verdade que gostaria de destacar sobre ele é que:


1) O nosso substituto Jesus Cristo não tinha pecado.
O Apostolo Paulo inspirado pelo Espírito Santo começa este texto
afirmando que o nosso Cristo não tinha pecado. Nisso podemos ver que o
pecado não foi apresentado ao nosso substituto. Diferente de nós que já
nascemos no pecado, Jesus nasceu sem pecado.
Quando o anjo em Lucas 1 avisou para Maria que ela daria à luz um
filho, ele disse que o “ente santo” que há de nascer será chamado Filho de
Deus. Perceba que o anjo já declara que Jesus seria um ente Santo, ou seja,
um menino separado, sem pecado desde o seu nascimento.
Depois que ele cresceu e se tornou um homem, ele continuou sendo
santo sem praticar nenhum pecado, pois ele: “Foi tentado em todas as coisas,
a nossa semelhança, mas sem pecado.” (Hebreus 4:15). Além disso, o mesmo
autor de Hebreus afirma que Jesus é santo, inculpável, sem mácula e separado
dos pecadores. (Hebreus 7:26)
Jesus andava com pecadores, comia com pecadores, curava
pecadores, mas ele não era um pecador, pois ele era totalmente separado do
pecado. Sabendo disso, certa vez ele disse aos Judeus:” quem dentre vós me
convence de pecado?”. (João 8:46). Somente uma pessoa profundamente
consciente da sua própria impecabilidade poderia fazer tal afirmação na
história.
Verdadeiramente ninguém poderia convencer Jesus de ter cometido
pecado, pois ele era inteiramente Santo, sem defeito ou mácula. A sua mente
era santa, o seu coração era puro, as suas ações eram retas, integras e
honestas. Ele era fiel é justo. Nele de fato, não existia pecado.
Além disso, ninguém poderia provar que ele cometeu algum crime.
Por exemplo, quando Jesus foi levado a Pilatos pela primeira vez para ser
interrogado, Pilatos deu o seguinte testemunho: “Não vejo neste homem crime
algum.” (Lucas 23:4)
Ao ser levado pela segunda vez a Pilatos, ele disse: “Apresentastes-
me este homem como agitador do povo, mas tendo-o interrogado na vossa
presença, nada verifiquei contra ele dos crimes de que acusais [...] portanto,
após castigá-lo, soltá-lo-ei.” Mas a multidão gritava: “fora com este! Solta-nos
Barrabás”
Todavia, Pilatos desejava soltar Jesus, mas a multidão gritava
endurecida cheia de ódio: “crucifica-o! Crucifica-o! Então, pela terceira vez
Pilatos disse: “Que mal fez este? De fato, nada achei contra ele para condená-
lo. Jesus não tinha cometido nenhum crime. O próprio Pilatos testificou essa
verdade. Ele era verdadeiramente inocente perante as leis dos homens e de
Deus.
Assim como na luz do sol não há nenhuma escuridão, assim
também em Cristo não havia nenhuma escuridão de pecado, pois ele é a
verdadeira luz do mundo. Do mesmo modo, assim como a água não se mistura
com o óleo, assim também Cristo não se misturava com o pecado. Assim
também como a terra nunca caiu no sol, assim também Cristo nunca caiu no
pecado.
Ele jamais desobedeceu a Deus. Ele jamais teve outros deuses
diante de si. Ele nunca fez para si imagem de escultura. Ele jamais tomou o
nome de Deus em vão. Ele nunca violou o sábado. Ele jamais desonrou seus
pais. Ele nunca matou alguém. Ele jamais adulterou. Ele nunca furtou. Ele
jamais mentiu e nem cobiçou.
Ele nunca transgrediu os mandamentos de Deus cometendo
pecado, pois o pecado é a transgressão da lei de Deus. Ele seguiu fielmente
os mandamentos divinos, obedecendo a risca cada ordenança de Deus, sem
falhar em nenhuma. Assim viveu o nosso substituto, sem tropeços, sem
quedas, sem fracassos e sem pecado.
Diante desta realidade, precisamos entender um fato importante;
nesta vida jamais viveremos sem pecado como Jesus viveu. Pois temos
pecado desde o nosso nascimento, como disse o salmista: “ Eu nasci na
iniquidade e em pecado me concebeu a minha mãe.” (Salmo 51:10)
Entretanto, com a graça de Deus, mediante o poder do Espírito
Santo é possível evitar viver na pratica constante de qual quer pecado. Porque
“Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças, pelo
contrário, juntamente com a tentação, ele proverá para nós o livramento.” ( 1
coríntios 10:13)
Além disso, o nosso próprio substituto Jesus Cristo que em tudo foi
tentado, mas sem pecado, é poderoso para socorrer os que são tentados.
Nesse sentido, não temos desculpas para vivermos no pecado, pois temos um
poderoso libertador que nos socorre em meio a tentação.
Portanto, se você esta sendo tentado a pecar no seu
temperamento com excesso de ira, ou no seu trabalho sendo desonesto, ou em
casa sendo grosseiro com o seu cônjuge, ou em qual quer outro lugar seja em
pensamentos ou ações, recorra ao trono da graça de Deus, através da oração,
a fim de receber misericórdia e graça para socorro em ocasião oportuno.

A segunda verdade que gostaria de destacar sobre o nosso substituto é que:


2) Ele assumiu a culpa dos nossos pecados.

O apóstolo Paulo prossegue dizendo no texto o seguinte: “Ele o


fez pecado por nós.” Isto significa que Deus fez de Cristo pecado por nós a
sua igreja. Todavia, é importante ressaltar que quando Jesus estava na
cruz, morrendo pelos nossos pecados, ele não se tornou um pecador como
alguns sugerem. Pelo contrário, ele permaneceu tão santo como sempre
era.
Mas, o Deus Pai, usando o princípio da imputação, tratou Cristo
como se fosse um pecador, embora não o fosse, e o fez morrer como um
substituto, a fim de pagar o castigo pelos pecados de todos aqueles que
creem no seu sacrifício de amor.
Ele foi tratado como se fosse culpado de todos os nossos
pecados, embora ele nunca tivesse cometido nenhum pecado. Ele
verdadeiramente foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas
nossas iniquidade, para sermos livres da culpa dos nossos pecados.
Assim como no antigo testamento, Deus providenciou um
cordeiro para substituir Isaque da morte pelo seu pai Abraão, assim também
no novo testamento, Deus providenciou um cordeiro mais elevado, o seu
filho Jesus Cristo, para substituir o seu povo da condenação.
Você já deve ter ouvido falar nas famosas Crônicas de Nárnia
de C.S. Lewis. Em uma dessas crônicas, existe um episódio emocionante
que ilustra muito bem Cristo como o nosso substituto.
Neste episódio, três personagem se destacam: a bruxa,
Edmundo e Aslan. Edmundo era um menino que praticou uma grave
transgressão em Nárnia. A bruxa era uma mulher malvada que queria
dominar Nárnia. Aslan era um Leão o criador de Nárnia.
Quando Aslan estava reunido com o povo de Nárnia, a bruxa
chegou entre eles e acusou Edmundo de traição. Ela disse que pela
tradição e pelas leis de Nárnia Edmundo tinha que morrer na mesa de
pedra.
Aslan sabia que ela estava certa, pois ele era o criador das leis
de Nárnia. Edmundo, portanto, deveria morrer por causa da sua
transgressão. Mas Aslan fez uma coisa inacreditável, ele decidiu
voluntariamente se sacrificar no lugar de Edmundo para ele ser absolvido.
E assim aconteceu, Aslan foi sacrificado na mesa de pedra pela
transgressão de Edmundo, e ele ficou livre da condenação. De modo
semelhante, assim como Edmundo em Nárnia cometeu uma grave
transgressão contra Aslan, assim também na terra cometemos varias
transgressões contra o nosso criador.
Ademais, assim como a bruxa acusou Edmundo diante de Aslan,
assim também o nosso adversário o diabo nos acusa diante de Deus. Do
mesmo modo, assim como Aslan se sacrificou por Edmundo, para ele ser
absolvido, assim também o Grande Leão da tribo de Judá, o Senhor Jesus
Cristo se sacrificou por nós, para sermos livres da condenação.
Ele se tornou o nosso substituto que foi ferido em nosso lugar,
para não sermos ferido. Ele foi humilhado, punido, castigado e crucificado
até a morte em nosso lugar, para levar sobre si a culpa total dos nossos
pecados. Mas em Nárnia, Aslan não ficou morto para sempre, ele
ressuscitou. Do mesmo modo, o nosso substituto o Leão da tribo de Judá, o
Senhor Jesus Cristo não está morto, pois ele ressuscitou poderosamente
para nunca mais morrer. Por isso podemos cantar aquela canção: “ Porque
ele vive, posso crê no amanhã, porque ele vive, temor não há”
Ele morreu pela culpa dos nossos pecados, mas ele ressuscitou
como uma prova evidente que Deus aceitou o seu sacrifício como
pagamento pelos nossos pecados. A sua ressurreição nos dá a plena
certeza da nossa salvação. Se ele não tivesse ressuscitado, todos nós
estaríamos fadados ao inferno. Mas ele ressuscitou! Por isso há esperança
para todos nós que estamos em Cristo Jesus nosso salvador.
Portanto, tenha certeza absoluta da sua salvação, tendo
convicção plena que Cristo pagou totalmente o preço dos seus pecados do
passado, do presente e até do futuro como o seu substituto, pois ele foi
sacrificado em nosso lugar uma única vez por nossos pecados, o justo
pelos injustos, para nos conduzir a Deus.

Agora já caminhando para o fim. A terceira e última verdade que gostaria de


destacar sobre o nosso substituto é que:

3) Ele nos fez justos diante de Deus.

O apóstolo Paulo termina o nosso texto afirmando que nele, em


Jesus Cristo fomos feitos justiça de Deus. Em outras palavras, por meio de
Cristo formos justificados diante do trono de Deus. Isso significa que fomos
declarados legalmente justos diante da justiça divina. Mas como isto acontece?
Como é possível um homem pecador ser considerado justo aos olhos de
Deus?
Esse é o dilema que tem atormentado os homens ao longo da
história. Por exemplo, foi este dilema que levou Martinho Lutero a rastejar de
joelhos os degraus da chamada escada santa em Roma. Também foi este
mesmo dilema que levou muitos monges vestir camisas feitas de cabelo
humano e anzóis em uma tentativa de pagar por seus pecados.
Até hoje na Índia, milhares de Hindus acreditam que podem ser
purificados, mergulhando no famoso e poluído rio Ganges. Aqui no Brasil,
muitas pessoas se contentam em frequentar uma igreja ou fazer uma obra de
caridade, a fim de aplacar as suas consciências culpadas de seus pecados. Em
todo lugar os homens estão apresentando maneiras ou desculpas para
justificar os seus erros e pecados.
Mas como realmente podemos ser vistos justos aos olhos de
Deus? Só tem uma única resposta: Através da justificação, que a acontece
pela dupla imputação realizada pela obra de Cristo. De forma resumida, a
nossa justificação pela dupla imputação pode ser explicada da seguinte
maneira: Primeiramente os nossos pecados, iniquidades e transgressões são
creditados ou colocados na conta de Cristo quando ele morreu na cruz.
Depois disso, a justiça de Cristo, a sua santidade, as suas boas obras, a sua
perfeita obediência a lei de Deus é colocada na nossa conta.
É como se Cristo levasse sobre si na cruz a nossa ficha suja de
pecado, e nos desse a sua ficha branca, cheia de pureza para sermos
considerados justos perante o seu trono de justiça. Ou então, é como se Cristo
vestisse a nossa roupa contaminada de pecado e nos desse as suas vestes
limpas e santas, para sermos considerados santos aos olhos de Deus.
É desta forma que somos declarados justos diante de Deus pelo
nosso exclusivo substituto, Jesus Cristo. Não existe outro meio, forma,
alternativa, opção ou caminho, para nós pecadores sermos declarados justos
no tribunal de Deus, além de Jesus Cristo. Pois somente Cristo apaga as
nossas transgressões, nós purifica das nossos injustiças, nos limpa das nossas
iniquidades e nos lava das nossas maldades.
Somente ele nos dá uma boa consciência e paz no coração,
porque somente Cristo, nos justifica dos nossos pecados uma vez por todas,
para sempre diante de Deus. Por causa disso, devemos confiar firmemente em
nosso substituto, lançando sobre ele dia após dia os nossos pecados, por meio
do verdadeiro arrependimento, para sermos recebidos justificados na Glória.
Portanto, honre a Cristo o seu substituto! Negando a si mesmo, não
vivendo mais para si, mas viva para aquele que não conheceu o pecado, para
lhe salvar dos seus. Também adore a Cristo, o seu substituto, durante toda a
sua vida, expressando para ele verdadeira adoração em espírito e verdade, por
meio do seu louvor, porque ele foi o único que assumiu a culpa dos seus
pecados e foi punido no seu lugar, a fim de livrá-lo da condenação. E por fim,
sirva o seu substituto, o Senhor Jesus Cristo até a morte, com fidelidade,
dedicação e amor, porque somente ele te declarou justo diante de Deus, para
você ser recebido nos postais celestiais e adentrar nas moradas eternas. A ele
toda Glória eternamente amém.

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