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Centro Universitário Adventista de São Paulo

Docente: Pr. Renato Stencel


Discentes: Christian Lorca, Isaac Costa, Victor Ranover, Ricardo Barros.
Tema: Natureza de Cristo

Introdução

É muito evidente nas Escrituras que os seguidores de Jesus o reconheciam como


Emanuel, “Deus conosco”. Seus seguidores tinham uma crença firme de que nele
haviam encontrado o próprio Yahweh. A reflexão neotestamentária sobre essa
experiência e suas implicações conduziu à opinião de que Ele é tanto Deus quanto
Salvador (2Pe 1:1). Tão comumente era Jesus avaliado como Messias ou Cristo,
que a palavra “Cristo” se tornou um nome pessoal. Era a asserção dos escritores do
Novo Testamento de que Jesus de Nazaré é divino.

Desde o princípio no Antigo Testamento encontramos várias referências que


apontam para a vinda de Cristo como o rei Messias, ali também encontramos
diversas citações de como Cristo viria.por exemplo: “Porque foi subindo como
renovo perante ele e como raiz de uma terra seca; não tinha aparência, nem
formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse, era
desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que
é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e
dele não fizemos caso”. Isaías 53:2,3.

No livro Caminho a Cristo, Ellen White enfatiza este pensamento surpreendente:


"Pela transgressão tornam-se os filhos dos homens sujeitos a Satanás. Pela fé no
sacrifício expiatório de Cristo, os filhos de Adão podem voltar a ser filhos de Deus.
Assumindo a natureza humana, Cristo elevou a humanidade. Os homens caídos
são colocados na posição em que, mediante a conexão com Cristo, podem na
verdade tornar-se dignos do nome de filhos de Deus” (Caminho a Cristo, p. 15).

E.G.W. confirma la humanidad de Cristo: Humanidad santificada y dependiente de


Dios que retendrá por los siglos eternos.
1 – Sua natureza humana era sem pecado - Poderia haver pecado em Cristo?

«Aparecerá segunda vez, sem pecado»


E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois
disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para
tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o
aguardam para a salvação. (Hebreus 9:27, 28)

Poderia haver pecado em Cristo?


«Eu nasci na iniquidade»
Eu nasci na iniquidade, e em pecado me concebeu minha mãe. (Salmos 51:5)

Cristo nasceu sem pecado; seu nascimento é resultado de um milagre, realizado na


vida de Maria por meio do Espírito Santo. O nascimento do Senhor Jesus, não é só
uma profecia que se cumpriu, como está escrito em Isaías 7:14: Portanto, o Senhor
mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe
chamará Emanuel. É um milagre efetuado pelo Espírito Santo. Eis que a virgem
conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que
quer dizer: Deus conosco). (Veja Mateus 1:23)

Mas ao se entregar, assumiu o nosso lugar, tomou sobre si a maldição do pecado, e


pagou o preço que nós não temos condições de pagar: Sabendo que não foi
mediante coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso
fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como
de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo, conhecido, com efeito,
antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de
vós (Veja 1 Pedro 1:18-20)

Portanto, se o sangue de bodes e de touros e a cinza de uma novilha, aspergidos


sobre os contaminados, os santificam, quanto à purificação da carne, muito mais o
sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a
Deus, purificará a nossa consciência de obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!
(Veja Hebreus 9:13,14)
Quando Cristo veio a primeira vez, Ele veio e assumiu a dívida humana, (Salário do
pecado) e pagou preço, nos comprou com Seu sangue. Agora virá pela segunda
vez, sem pecado, porque quando morreu na cruz, não foi porque era pecador, mas
para pagar um valor cobrado por causa da desobediência da humanidade. “Ele
nasceu sem uma mancha de pecado, mas veio ao mundo de maneira igual a da
família humana.” (Carta 97, 1898).

2 – Jesus tinha ou não tinha propensões para o pecado?


Ao escrever sobre a propensão de Cristo para o pecado Ellen White,
específica de forma clara alguns pontos: Ele é um irmão em nossas
fraquezas, mas não em possuir paixões semelhantes às nossas. Como
perfeito, sua natureza rechaçou o mal. Ele suportou lutas e tortura de alma
em um mundo de pecado. 2T p. 202; ST, 7 de agosto de 1879.

O exemplo de Cristo acha-se registrado para Seus seguidores. Jesus era,


Ele mesmo, uma fonte de bênção e fortaleza; curava doentes e ressuscitava
mortos; ordenava mesmo às tempestades, e Lhe obedeciam; imaculado,
era-Lhe estranho o pecado; entretanto, sofreu uma agonia que exigiu auxílio
e apoio de Seu Pai, e orava muitas vezes com forte clamor e lágrimas.
Orava pelos discípulos e por Sii mesmo, identificando-Se assim com as
necessidades, fraquezas e fracassos comuns aos homens. Era poderoso na
petição, não possuindo as paixões de nossa natureza humana e caída, mas
achando-Se rodeado das mesmas fraquezas, como nós em tudo tentado.
(PC 255.1)

Não coloqueis diante do povo como homem com as propensões o pecado:


Sede cuidadosos, extremamente cuidadosos em como tratar com a natureza
humana de Cristo. Não O coloqueis diante do povo como um homem com as
propensões do pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro Adão foi criado
um ser puro, impecável, sem nenhuma mancha de pecado sobre si; ele era
segundo a imagem de Deus. Ele podia cair, e caiu pela transgressão. Por
causa do pecado sua posteridade nasceu com as propensões inerentes à
desobediência. Mas Jesus Cristo era o Filho unigênito de Deus. Ele tomou
sobre Si a natureza humana, e foi tentado em todos os pontos como a
natureza humana é tentada. Ele poderia ter pecado; Ele poderia ter caído,
mas nem por um momento houve nEle uma má propensão. Ele foi assaltado
por tentações no deserto, como Adão fora assaltado por tentações no Eden.
(Carta 8, 1895)

Nunca houve qualquer mancha ou inclinação à corrupção:

“Nunca em hipótese alguma, deixai a mais leve impressão sobre as mentes


dos homens de que sobre Cristo houve qualquer mancha ou inclinação à
corrupção, ou que Ele de alguma maneira haja sucumbido a tal. Ele foi em
tudo tentado, como o é o homem, contudo é chamado ‘o ente santo’ (Luc.
1:35). E um mistério que permanece inexplicável aos mortais que Cristo
pôde ser tentado em todos os pontos como nós somos, e ainda permaneceu
sem pecado.” (Carta 8, 1895)
É perceptível a clareza bíblica ao afirmar que Cristo possuía uma natureza moral,
sem qualquer contaminação de pecado. No processo de encarnação, Ele foi
submetido à uma condição humana afetada pelo pecado, mas não infectada por ele.
O adventismo entende que “Cristo não possuía a mesma deslealdade pecaminosa,
corrupta e decaída que possuímos” (Medicina e Salvação, p. 94). No livro de
Hebreus, Paulo escreve: “Porque não temos sumo sacerdote que não possa
compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à
nossa semelhança, mas sem pecado” (Hebreus 4:15). Em Hebreus 7:26, lemos que
Cristo é nosso sumo sacerdote “santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores”. Desta forma é possível afirmar que Jesus não possuía propensão para
o pecado. Ao escrever sobre a propensão de Cristo para pecado Ellen Withe,
específica algumas pontos:

Ele é um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir paixões


semelhantes às nossas. Como perfeito, Sua natureza rechaçou o mal. Ele
suportou lutas e tortura de alma em um mundo de pecado. 2T p. 202; ST, 7
de agosto de 1879.

O exemplo de Cristo acha-se registrado para Seus seguidores. Jesus era,


Ele mesmo, uma fonte de bênção e fortaleza; curava doentes e ressuscitava
mortos; ordenava mesmo às tempestades, e Lhe obedeciam; imaculado,
era-Lhe estranho o pecado; entretanto, sofreu uma agonia que exigiu auxílio
e apoio de Seu Pai, e orava muitas vezes com forte clamor e lágrimas.
Orava pelos discípulos e por si mesmo, identificando-se assim com as
necessidades, fraquezas e fracassos comuns aos homens. Era poderoso na
petição, não possuindo as paixões de nossa natureza humana e caída, mas
achando-Se rodeado das mesmas fraquezas, como nós em tudo tentado. ...
PC 255.1.

“Sede cuidadosos, extremamente cuidadosos em como tratar com a


natureza humana de Cristo. Não O coloqueis diante do povo como um
homem com as propensões do pecado. Ele é o segundo Adão. O primeiro
Adão foi criado um ser puro, impecável, sem nenhuma mancha de pecado
sobre si; ele era segundo a imagem de Deus. Ele podia cair, e caiu pela
transgressão. Por causa do pecado sua posteridade nasceu com as
propensões inerentes à desobediência. Mas Jesus Cristo era o Filho
unigênito de Deus. Ele tomou sobre Si a natureza humana, e foi tentado em
todos os pontos como a natureza humana é tentada. Ele poderia ter pecado;
Ele poderia ter caído, mas nem por um momento houve nEle uma má
propensão. Ele foi assaltado por tentações no deserto, como Adão fora
assaltado por tentações no Éden. (Carta 8, 1895).

Nunca, em hipótese alguma, deixai a mais leve impressão sobre as mentes


dos homens de que sobre Cristo houve qualquer mancha ou inclinação à
corrupção, ou que Ele de alguma maneira tenha sucumbido a tal. Ele foi em
tudo tentado, como o é o homem, contudo é chamado ‘o ente santo’ (Luc.
1:35). É um mistério que permanece inexplicável aos mortais que Cristo
pôde ser tentado em todos os pontos como nós somos, e ainda permaneceu
sem pecado. (Carta 8, 1895)
3 - Jesus assumiu uma natureza caída?
Cristo foi tentado no deserto em três categorias de coisas de todo aquilo que
está no mundo: o desejo da carne (através da fome), o desejo dos olhos (as nações
que poderia salvar) e a exaltação própria ou presunção da vida (se jogar para ser
acolhido pelos anjos) (veja 1 João 2.16).
Naquele momento ele estava lidando com sentimentos de cansaço e fome
após 40 dias e 40 noites de jejum. Por isto mesmo ele poderia ter falhado. O diabo
veio para testar Jesus, desejando a destruição dele, por outro lado o Espírito tinha
levado Jesus ao deserto para ele ser testado pois desejava a salvação da
humanidade.
Quando estudamos Romanos capítulo 6 nos versos 6 a 9, percebemos que
Cristo morreu para que a morte não tivesse mais domínio sobre a humanidade e
que por meio dele a humanidade chegue a ser “escrava de Deus”.
Considerando que Cristo foi tentado em todas as coisas, à semelhança
nossa, e não de maneira igual. A natureza do Filho Unigênito (monogenēs) é única
do seu tipo. Ele era Deus desde sempre e a partir do momento do nascimento
virginal, um milagre acontece, Cristo agora se encarna.

Ellen White comenta sobre isto:


Satanás de novo regozijou-se com seus anjos de que, ocasionando a queda
do homem, pudesse ele retirar o Filho de Deus de Sua exaltada posição.
Disse a seus anjos que, quando Jesus tomasse a natureza do homem
decaído, poderia derrotá-Lo, e impedir a realização do plano da salvação.
HR 45.3

No momento em que Cristo se encarnou, ele tomou sobre si o peso dos


nossos pecados. Ellen White também disse:
Pense na humilhação de Cristo. Ele tomou sobre si a natureza
humana decaída e sofredora, degradada e contaminada pelo pecado. Ele
tomou nossas dores, suportando nossa tristeza e vergonha. Ele suportou
todas as tentações com as quais o homem é acometido. Ele uniu a
humanidade à divindade: um espírito divino habitou em um templo de carne.
Ele se uniu ao templo. "O Verbo se fez carne e habitou entre nós", porque,
ao fazer isso, Ele pôde se associar aos filhos e filhas de Adão, pecadores e
aflitos. (The Youth's Instructor, 20 de dezembro de 1900)

Que contraste o segundo Adão apresentava quando Ele entrou no


sombrio deserto para sozinho enfrentar Satanás! Desde a queda, a raça
humana havia diminuído em estatura e força física e decaído cada vez mais
na escala do valor moral, até ao período do primeiro advento de Cristo à
Terra. A fim de elevar o homem caído, Cristo deveria alcançá-lo onde ele
estava. Tomou a natureza humana e carregou as enfermidades e
degenerescências da raça humana. Aquele que não conheceu o pecado
tornou-se pecado por nós. Humilhou-Se a Si mesmo até às profundezas
mais baixas da miséria humana, a fim de que pudesse qualificar-Se para
alcançar o homem e tirá-lo da degradação na qual o pecado o mergulhara.
(No deserto da tentação p. 39)

Aqui Ellen White fala sobre a carga de Jesus como sendo uma limitante de
um bem estar absoluto. Isso quer dizer que, assim como já se explicava na carta
aos Romanos, Cristo estava debaixo do domínio da morte pois ele carregava no seu
próprio corpo, tendo milhares de anos de degeneração física nele.

Outra citação de Ellen White é:


A humanidade perfeita de Cristo é a mesma que o homem pode ter por meio
da conexão com Cristo. Como Deus, Cristo não poderia ser tentado, assim
como não foi tentado por Sua fidelidade no céu. Mas como Cristo se
humilhou até a natureza do homem, Ele poderia ser tentado. Ele não havia
tomado sobre si nem mesmo a natureza dos anjos, mas a humanidade,
perfeitamente idêntica à nossa própria natureza, só que sem a mancha do
pecado. Um corpo humano, uma mente humana, com todas as propriedades
peculiares, Ele era osso, cérebro e músculo. Um homem de nossa carne,
Ele era cercado pela fraqueza da humanidade. As circunstâncias de Sua
vida eram de tal natureza que Ele estava exposto a todos os inconvenientes
que pertencem aos homens, não em riqueza, não em facilidade, mas em
pobreza, carência e humilhação. Ele respirou o mesmo ar que o homem
precisa respirar. Ele pisou em nossa terra como homem. Tinha a razão, a
consciência, a memória, a vontade e os afetos da alma humana, que
estavam unidos à Sua natureza divina. (Ms 57, 1890)

Pelo que os textos demonstram, Cristo teria sim assumido uma natureza caída, só
que sem a propensão para o pecado, o mesmo contexto dos textos de Ellen White
parece apontar diretamente ao fato de que Cristo nasceu como homem e que ele
não teve a ajuda de uma humanidade superior para vencer o pecado. Se não, que
ele foi fiel ainda estando fraco.

Jesus assumiu então uma natureza de humanidade caída não no sentido de que ele
estivesse sujo pelo pecado e sim no sentido de que Jesus estava enfraquecido pelo
domínio da morte.

4 - Jesus conhecia as paixões humanas?


Esse é um ponto muito importante para a teologia adevntista, no sentido de que os
adventistas do sétimo dia acreditam que Jesus assumiu uma natureza totalmente
humana e totalmente Divina. Entendemos através dos evangelhos que Jesus sofria
e padecia das mesmas necessidades humanas que sofremos. Ellen White nos traz
algumas reflexões importantes sobre essa temática. É bem verdade que Jesus em
muitos aspectos tinha um padrão moral totalmente diferente do ser humano,
primeiro porque Jesus era Deus quando veio a terra. Em segundo lugar, ao estudar
sobre a natureza de Jesus encontramos muitos indícios de que Cristo ao vir à terra
deixou de assumir sua divindade em seu próprio benefício, mas passou a ser
totalmente dependente do Pai para que através do pai o do Espírito suas
necessidades fossem supridas.

Conclusão:

“É um irmão em nossas fraquezas, mas não em possuir idênticas paixões.


Sendo sem pecado, Sua natureza recuava do mal.” (Testemunhos Seletos,
vol. 1, pág. 220). “Ele nasceu sem uma mancha de pecado [condição pré-
lapsariana], mas veio ao mundo de maneira igual a da família humana
[condição pós-lapsariana].” (Letter 97, 1898).

Jesus esvaziou-se de si para que pudéssemos ser preenchidos com seu amor e
misericórdia, através do processo de entrega de Cristo nós podemos ter acesso
tanto ao Pai quanto ao Espírito. Esse ato para Cristo foi um ato de humilhação, pois
o Senhor era Deus e no entanto se rebaixou para se tornar um conosco. Jesus foi
achado como homem quando veio a terra pela primeira vez e ainda assim pôde ser
o nosso salvador.

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