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Rebeca Luz 13 de Jan de 2021 4 min para ler

{Resenha} Filme Ponte para Terabítia

[RESENHA SEM SPOILERS]

Olá, leitores, escritores e curiosos!

Sabe aquele momento em que bate uma onda


de nostalgia e as lembranças dos bons
momentos da infância vêm à mente
acompanhados de muitas emoções? É assim
que me sinto ao ver este filme!

Ponte para Terabítia (Bridge to Terabithia, no


original), lançado em 2007, trata-se de uma
produção inspirada no livro de mesmo nome da
autora Katherine Paterson. Escrito em 1976 para
ajudar seu filho mais novo, David, a enfrentar um
trauma, a obra vingou e tornou-se não apenas
um livro de sucesso como um grande filme.

Foi David mesmo quem levou o projeto para a


Walden Media, coincidentemente sendo o
mesmo estúdio que organizou a adaptação do
livro Crônicas de Nárnia, inspiração da autora e
citado no livro de Paterson. O nome Terabítia é,
inclusive, inspirado em Terabinthia, uma ilha
existente no mundo fictício de Nárnia e que é
Capa Filme Ponte para Terabítia
mencionada nos livros "O Príncipe Cáspian" e
"A Viagem do Pelegrino da Alvorada", de C. S.
Lewis. Vale ressaltar, também, que esta é a 2ª adaptação do livro de Paterson. A anterior foi Bridge to
Terabithia (1985), feito para a TV.

Apesar de muito inspirada pelas obras de C. S. Lewis, a atora soube ser original. É importante mencionar que
os enredos não se confundem e Katherine Paterson certamente se manteve somente na inspiração nas obras
de Lewis.

Apesar de ser um filme caracterizado como infantil (e é, de fato, maravilhoso para assistir com os pequeninos),
a adaptação é uma boa escolha de história para toda família ver em conjunto, pois se trata de um enredo rico,
divertido em alguns pontos, sério e realista em outros, além de conter diversos pontos para reflexão sobre o
sentido de amizade, família e a infância no geral.
A história se passa em uma zona rural dos
Estados Unidos. Jess Aarons é o único homem
(ou garoto) em uma casa com duas irmãs mais
velhas e duas caçulas, além de sua mãe. Com
um pai constantemente fora, Jess assume a
responsabilidade a casa, cuidando das tarefas
manuais e pesadas da casa, o que cansa o
garoto e o faz ficar cada vez mais isolado e
solitário.

Jess representa algumas características muito


Jess Aarons e Leslie Burke
presente na passagem da infância para a pré-
adolescência e desta para a adolescência.
Insegurança, necessidade de aceitação e de amigos. Porém, na escola não tem amigos. Em casa, tem que ser
mais adulto do que criança. Seu pai demonstra pouco afeto, pois quer que o menino amadureça e aja como
homem. Suas irmãs mais velhas o enlouquecem com suas brigas e intrigas. Sua mãe não tem muito tempo
para dedicar a ele, tendo que cuidar das crianças. E, como se não bastasse, a família está passando por
dificuldades financeiras. Com pouco dinheiro, os Aarons não tem como comprar nem mesmo artigos simples
como sapatos, fazendo com que Jess tenha que vestir roupas usadas de suas irmãs mais velhas, o que sempre
acarreta uma onda de zombarias vinda de seus colegas de escola.

Sentindo-se solitário pela falta de atenção por


parte dos pais e de amigos, Jess dedica seu
tempo livre à fazer as únicas coisas que custam
pouco, mas lhe dão prazer: desenhar e treinar
para se tornar o garoto mais rápido de sua
escola. Porém ele vê seu desejo sair de seu
alcance quando sua nova vizinha, Leslie Burke,
aparece na corrida e vence-o. Frustrado com a
derrota, Jess mostra aversão imediata à garota.
Porém Leslie é uma garota inteligente, sensível
e criativa de tal modo que, pouco a pouco, Leslie Burke e Jess Aarons
consegue se aproximar de Jess, iniciando uma
amizade linda inspirada na confiança, no apoio mútuo e na imaginação.

Com o auxílio de uma corda em uma árvore, todos os dias após a aula, Jess e Leslie atravessam um riacho
rumo ao mundo encantado batizado de Terabítia, onde Jess é o rei e Leslie é a rainha. Até mesmo há um
príncipe: Príncipe Terrien, o filhote de cachorro dado de presente à Leslie. Entre guerras com trolls similares à
uma colega escolar irritante (com problemas de autoconfiança tão fortes quanto os do nosso protagonista),
perseguições, corridas sem fim e algumas bombas de nozes, Terabítia torna-se um refúgio e um lar para as
mentes férteis dos dois.

Com uma boa dose de imaginação, Leslie e Jess aprendem juntos o valor da criatividade e da amizade, mas,
mais que isso, aprendem a ver além daquilo que parece claro. A colega irritante, Janice Avery, torna-se mais
como eles. As intrigas escolares parecem menos
assustadoras. Os problemas familiares tornam-
se mais fáceis para lidar.

O enredo se desenvolve de uma forma


totalmente cativante, criando uma lindíssima
história que certamente irá emocionar os
telespectadores.

Achei lindíssima a forma como Leslie lida com a


rejeição de Jess, mostrando a ele como se abrir
Jess Aarons, Leslie Burke e Príncipe Terrien
e sonhar pode não ser ruim. A forma como
Janice Avery tem seu papel de destaque me
emocionou. O laço que Jess cria com sua irmã,
May Belle, também é fantástico e é uma clara
demonstração de como o amor e a família são
essenciais na vida de uma pessoa.

Se você busca uma indicação de filmes com


lições de vida e doses de diversão intercaladas
com amostras de uma dura realidade, este é o
filme para você. Só devo alertar... Prepare os
May Belle e Jess Aarons lencinhos! Você vai precisar!

Confira a sinopse (retirada do site ADOROCINEMA):

"Jess Aarons (Josh Hutcherson) sente-se um estranho na escola e até mesmo em sua família. Durante todo o
verão ele treinou para ser o garoto mais rápido da escola, mas seus planos são ameaçados por Leslie Burke
(AnnaSophia Robb), que vence uma corrida que deveria ser apenas para garotos. Logo Jess e Leslie tornam-
se grandes amigos e, juntos, criam o reino secreto de Terabítia, um lugar mágico onde apenas é possível
chegar se pendurando em uma velha corda, que fica sobre um riacho perto de suas casas. Lá eles lutam
contra Dark Master (Matt Gibbons) e suas criaturas, além de conspirar contra as brincadeiras de mau gosto
que são feitas na escola".

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