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Manual Teórico
Sumário I
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Introdução 1
1. Introdução
Nos escritórios de projeto estrutural, em geral, a estrutura é calculada supondo todos os
apoios indeslocáveis, na qual resulta num conjunto de cargas que é passado para o
engenheiro de fundações que dimensiona os elementos de fundações e estima os
recalques comparando-os com recalques admissíveis. Porém, na realidade, estas
fundações devido à deformação do solo, impõem à estrutura, geralmente hiperestáticas,
um fluxo de carregamento diferente da hipótese de apoios indeslocáveis, alterando os
esforços atuantes nos elementos estruturais e nas reações no solo.
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2 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Caso B, uma estrutura perfeitamente elástica possui a rigidez que não depende da
velocidade da progressão dos recalques, podendo ser mais rápidos ou lentos, não
influindo nos resultados. Os recalques diferenciais obviamente, serão menores que os
de rigidez nula (Caso D) e a distribuição de pressões de contato variam muito menos
durante o processo de recalque. Estruturas de aço são os que se aproximam a este
comportamento.
Caso D é a estrutura que não apresenta rigidez aos recalques diferenciais. Este tipo de
estrutura se adapta perfeitamente às deformações do maciço de solo. A distribuição de
pressões de contato não se modifica perante a progressão dos recalques. As estruturas
isostáticas e edifícios compridos ao longo do eixo horizontal são os casos que se
aproximam a este tipo de comportamento.
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Efeitos da Iteração Estrutura-Solo 3
O SISEs, apesar de a análise estar voltada para edifícios de concreto armado, se utiliza
de recalques imediatos e não em função ao longo do tempo (não considerando a
reologia do material), sendo então a modelagem numérica elástica (caso B).
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4 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Observou-se que nos pilares, os esforços normais e momentos fletores tendem a uma
redistribuição que torne os seus valores menos díspares, onde os maiores valores
tendem a diminuir e os menores a aumentar.
Os edifícios com o sistema estrutural laje cogumelo, mostraram serem mais sensíveis às
fundações flexíveis que os de sistema laje, viga, pilar, por terem dimensões de pilares
relativamente grandes o que implica em tendência de apresentarem elevados valores de
momentos fletores na base.
GUSMÃO (1994) apresenta dois parâmetros para fins comparativos entre considerar ou
não a interação estrutura-solo:
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Efeitos da Iteração Estrutura-Solo 5
Com o uso destes parâmetros, o autor apresenta três casos reais de edifícios,
comparando-os com resultados estimados convencionalmente (sem a consideração da
rigidez da estrutura) e com os resultados medidos no campo. Através destas
comparações o autor prova que o efeito da interação estrutura-solo realmente tende a
uniformizar os recalques da edificação.
Os resultados indicaram que o modelo que não considera a interação solo - estrutura,
superestima a previsão dos recalques diferencias por não considerar a rigidez da
estrutura;
Os resultados que mais aproximaram com os medidos no campo, foi o modelo que
considera os efeitos da interação estrutura-solo e a aplicação gradual de elementos
estruturais que faz com que a rigidez dos elementos sofram constantes modificações
para cada seqüência de carregamento.
Todo processo apresentado até aqui é uma simplificação para fundações quando o seu
comportamento é simulado como elástico linear. Na realidade, para fundações
profundas e mesmo para sapatas, este processo deve ser estudado levando em
consideração o comportamento não linear do solo.
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Efeitos da Iteração Estrutura-Solo 7
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8 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A NBR 6122:1996 menciona quatro critérios que podem ser usados para a
determinação da tensão admissível (σa):
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Capacidade de Carga do Solo – Sapatas 9
σ´r σr Tensão
A
B
Recalque
Relativo
Caso o solo seja compacto ou rijo, tem-se a ruptura geral do maciço de solo,
caracterizada por uma ruptura brusca com pequenos recalques iniciais (Curva A). Este
modelo de ruptura é empregado para areias compactas ou argilas rijas, e a expressão
baseada na teoria da elasticidade é dada por:
σ R = c ⋅ N c ⋅ S c + q ⋅ N q ⋅ S q + 0,5 ⋅ γ ⋅ B ⋅ N γ ⋅ S λ
Caso o solo seja fofo ou mole, então se tem a dita ruptura local, caracterizada pelo
constante aumento de recalques, sem que haja um ponto de ruptura brusca do solo
(Curva B). Este modelo de ruptura é empregado para as areias fofas e argilas moles,
sendo a expressão proposta por TERZAGHI :
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10 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
j
q j = ∑ γ i ⋅ hi : sobrecarga na cota de assentamento da fundação (em FL-2);
i =1
Sapata Sc Sq Sϒ
Corrida (L/B>5) 1,0 1,0 1,0
Circular 1,2 1,0 0,6
Retangular 1,2 1,0 0,8
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Capacidade de Carga do Solo – Sapatas 11
Descrição Ângulo de
Compacidade/Consistência
do solo atrito (graus)
Areia Fofa (SPT≤4) 30
Areia Pouco compacta (4<SPT≤8) 32,5
Areia Mediana/ compacta (8<SPT≤18) 32,5
Areia Compacta (18<SPT≤40) 35
Areia Muito Compacta (40<SPT) 40
Areia Conforme SPT *
Areia Conforme SPT (Teixeira, 1996) *
φ ≅ 15° + 20 ⋅ NSPT
Argila Mole (SPT≤5) 17,5
Argila Média (5<SPT≤10) 20
Argila Rija (10<SPT≤19) 25
Argila Dura (19<SPT) 30
Argila Conforme SPT *
Pedregulho Limpo 37,5
Pedregulho Grosso anguloso 40
Silte Muito argiloso 20
Silte Argiloso 27,5
OBS.: os valores com o caractere (*) presentes nas tabelas são utilizados como
codificação interna do programa para o cálculo da capacidade de carga.
40 40
Ãngulo de atrito interno (φ )
ο
o
Nc(45 )= 133,87
o
Nq(45 )= 134,87
o
Nγ(45 )= 271,75
30 30
20 20
10 Nc 10
Nq
Nγ
0 0
0 20 40 60 80 100 120 140
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Capacidade de Carga do Solo – Sapatas 13
0 10 20 30 40 50 60 70 80
50 50
Ângulo de atrito interno (φ )
o
40 40
30 30
20 20
'
Nc
'
Nq
10 ' 10
Nγ
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
σr
σa ≤
FS
Ainda conforme a NBR 6122, os valores de coesão e ângulo de atrito, utilizados para a
determinação da capacidade de carga do solo tem que ser reduzidos por ponderadores:
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14 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
3.1.1. Observações
i) Para alguns tipos de compacidade ou consistência do solo, não há valores válidos
neste método, assim no SISEs admitiu-se as seguintes relações:
Areia: fofa, pouco compacta e medianamente compacta, define-se como AREIA FOFA;
Areia: compacta e muito compacta, define-se como AREIA COMPACTA;
ii) O ângulo de atrito pode ser obtido conforme indicado por TEIXEIRA (1996), que
propõe a seguinte expressão para o cálculo do ângulo de atrito interno para solo
granular (areia):
φ ≅ 15° + 20 ⋅ NSPT
σ a = σ 0' + q ≤ 2,5 ⋅ σ 0
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Capacidade de Carga do Solo – Sapatas 15
1,5
σ 0' = σ 0 1 + ( B − 2) ≤ 2,5 ⋅ σ 0 ( B ≤ 10m)
8
2 - Construções sensíveis a recalques, fazer uma verificação dos efeitos caso B> 2m, ou
manter valores da tabela.
10
σ 0' = σ 0 ( Area da fundacao ≥ 10m 2 )
Área da fundacao
Esta redução pode ser rigorosa em alguns casos, e no SISEs, seguindo recomendações
indicadas na versão anterior da norma de Fundações, caso este valor reduzido seja
menor que a metade do valor da tabela, usa este último como redução:
σ 0' = σ 0
10 σ
≤ 0
Área da fundacao 2
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Capacidade de Carga do Solo – Sapatas 17
SPTmédio
σa = + q (kgf / cm 2 ) com 5 ≤ SPTmédio ≤ 20
5,0
3.4. Observações
3.4.1. Conforme SPT
Nos arquivos de critérios as tabelas que se referem ao item ‘Conforme SPT” indica que,
para cada metro da sondagem, o SISEs associa o valor do SPT desta cota com os
valores de compacidade (areia) ou consistência (argila) mediante a relação clássica que
é reproduzida na tabela 3.8 a seguir.
Desta forma, em função do tipo de areia ou argila associado ao SPT, busca-se o valor,
quer na tabela de peso específico, de coesão, de tensões básicas, etc.
Compacidade Intervalo do SPT
Areia fofa SPT ≤ 4
Areia pouco compacta 4 < SPT ≤ 8
Areia medianamente compacta 8 < SPT ≤ 18
Areia compacta 18 < SPT ≤ 40
Areia muito compacta SPT > 40
Consistência
Argila muito mole SPT ≤ 2
Argila mole 2 < SPT ≤ 5
Argila média 5 < SPT ≤ 10
Argila rija 10 < SPT ≤ 19
Argila dura SPT > 19
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18 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Capacidade de Carga do Solo – Tubulões 19
A NBR 6122:1996 menciona quatro critérios que podem ser usados para a
determinação da tensão de admissível (σa):
4.1.1. Argilas
A relação para cálculo da tensão admissível é expressa por:
Cu ⋅ N c
σa = +q
3,0
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20 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
L/D Nc
0 6,2
0,25 6,7
0,50 7,1
0,75 7,4
1,00 7,7
1,50 8,1
2,00 8,4
2,50 8,6
3,00 8,8
≥4 9,0
4.1.2. Areias
A relação para cálculo da tensão admissível para areia é expressa por:
Onde
γ : peso específico efetivo da camada;
D : diâmetro da base do tubulão;
S γ = 0,6, ver tabela 3.1 (seção circular);
q : sobrecarga efetiva no nível de apoio limitada a um valor máximo calculado a
“10*D” de profundidade;
S q = 1,0, ver tabela 3.1 (seção circular);
N q' e N γ' : fatores de capacidade carga, ver figura 3.3.
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Capacidade de Carga do Solo – Tubulões 21
SPTmédio
σa = (kgf / cm 2 ) com 10 ≤ SPTmédio ≤ 40
4,0
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22 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Considerando esta hipótese, estabelece uma relação discreta (pontual) entre fundação-
solo, mediante a definição de uma constante de mola que representará a rigidez do
maciço. Para isto, é necessário definir o valor de Kv o qual é denominado de
Coeficiente de Reação Vertical (CRV). Este é um valor escalar que representa o
coeficiente de rigidez que o solo possui para resistir ao deslocamento mobilizado por
uma pressão imposta. Ele é análogo ao coeficiente de mola, mas não relacionado a uma
força, mas sim a uma pressão (força por área), de acordo com o exemplo esquemático
na figura 1:
F=k.d P = kv . d
F P
F
d
d
k
kv
a) b)
Figura 5.1
a) coeficiente de mola, quociente entre força – deslocamento;
b) coeficiente de reação vertical, quociente entre pressão – deslocamento.
Neste sentido, este texto descreve vários métodos, os quais foram implementados no
SISEs, para obtenção deste coeficiente. Ele pode ser obtido por três diferentes
maneiras: 1) Valores padronizados; 2) Ensaio de Placa; e 3) Recalque vertical estimado.
A seguir, são definidas e apresentadas cada uma dessas categorias, bem como seus
métodos e particularidades, que foram implementados no SISEs.
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 23
2.a) Terzaghi;
2.b) Outros autores.
kv = P
d
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 25
1,5
σ 0' = σ 0 1 + ( B − 2) ≤ 2,5 ⋅ σ 0 ( B ≤ 10m)
8
2 - Construções sensíveis a recalques, fazer uma verificação dos efeitos caso B> 2m, ou
manter valores da tabela.
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28 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
10
σ 0' = σ 0 ( Area da fundacao ≥ 10m 2 )
Área da fundacao
Esta redução pode ser rigorosa em alguns casos, e no SISEs, seguindo recomendações
indicadas na versão anterior da norma de Fundações, caso este valor reduzido seja
menor que a metade do valor da tabela, usa este último como redução:
σ 0' = σ 0
10 σ
≤ 0
Área da fundacao 2
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 29
Para argilas: ( B )⋅ k
k v = 30 30
2
B + 30
Para areias: kv = ⋅ k30
2B
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 31
Referência bibliográfica: TEIXEIRA & GODOY (1996), POULOS & DAVIS (1974),
POULOS (1967).
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 33
p ⋅b 1 − 2ν
w=
E
(
)
⋅ 1 −ν 2 ⋅ A −
1 −ν
⋅ B
Onde :
1 1 + m 2 + n 2 + m 2 1 + m2 + n2 + 1
A= ln + m ⋅ ln
2π 1 + m 2 + n 2 − m 2 1 + m2 + n2 − 1
n m
B= ⋅ arctg
2π n ⋅ 1+ m + n
2 2
m=L
b
n= z
b
p: carga uniformemente distribuída, no SISEs; p = 1 ;
b: menor largura da fundação;
L: maior comprimento da fundação;
E: módulo de elasticidade;
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34 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
ν : coeficiente de Poisson;
w: recalque calculado
z
z
Ε1 , ν1 p=1
Ε2 , ν2
h
Ε 3 , ν3
plano indeslocável
Figura 5.3b – Maciço de solos heterogêneo e com plano indeslocável a distância h.
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 35
E = 3 ⋅ K ⋅ SPT
onde K depende do tipo de solo; na Tabela 5.8 são apresentados seus valores típicos
propostos por TEIXEIRA (1993):
E = α ⋅ K ⋅ SPT (MPa)
onde α é um coeficiente que correlaciona a resistência de ponta (qc) com o SPT. Seus
valores para a areia e argila foram propostos por TROFIMENKOV (1974) e são
apresentados na Tabela 5.9. O coeficiente K é o mesmo utilizado no item 5.4.2 e
apresentado na Tabela 5.8.
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36 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
S ⋅ P ⋅ Fr
d=
Dr
SPT 0 ,87
⋅ (1 + 0,4 ⋅ )
médio B
Com:
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 37
100
80 L/B = 1
L/B = 2
60
3
20
10
8
6
1
0,5 1 2 3 4 5 10 20 30 40 50
Largura da fundação B (m)
L/B
1 2 5 100
Ds / B
]2 1 1 1 1
1,5 0,91 0,89 0,87 0,85
1,0 0,76 0,72 0,69 0,65
0,5 0,52 0,48 0,43 0,39
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38 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
p=1 Dr
DS
plano indeslocável
SPT Parry
d=
B ⋅ a ⋅ CW ⋅ C D ⋅ CT
Com:
d – recalque vertical (m);
SPT Parry – valor médio do SPT;
B – largura da fundação (m), vide Figura 5.6;
a – constante igual a 3 E – 4 ( m2/kN);
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 39
3 ⋅ N1 + 2 ⋅ N 2 + N 3
SPT Parry =
6
Dw
CW = 1 + quando 0 ≤ Dw ≤ De
De + 0,75B
Dw ⋅ (2 B + De − Dw )
CW = 1 + quando De < Dw ≤ 2 B
2 B ⋅ (De + 0,75B )
CW = 1 quando 2 B < Dw
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40 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
p=1 De
Dw
NA
2B T
plano indeslocável
Figura 5.6 – Definição dos parâmetros empregados no método de Parry.
3
CD
0 2 4 6 8 10
De/B
1,0
CT
0,5
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
T/B
S P Ti
S P Tj
B
S P Tk
0 ,7 5 B
N1
SPT
m
1 ,5 B
SPT
n
SPT
o N2 2B
SPT
p
S P Tq
S P Tr N3
S P Ts
SPT
t
N 1 = (S P T j + S P Tk + S P Tm ) / 3
SPT
u
N 2 = (S P T n + S P To + S P Tp ) / 3
SPT
v N 3 = (S P T q + S P Tr + S P Ts + S P Tt ) / 4
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42 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
2 ⋅ E0
kv = (kgf/cm3)
R ⋅ π ⋅ (1 − ν 2 )
Com:
E0
kv = (tf/m3)
f⋅ F
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 43
Com:
NSPT
∆σ i ⋅ H i
d= ∑
i=k ( E0 ) i
Com:
A expressão acima indica que se deve calcular a contribuição de cada camada para o
recalque total. Assim, em função da pressão unitária admitida aplicada na cota de
assentamento da fundação, obtém-se a tensão mobilizada ao longo de todas as camadas
subjacentes, bem como o seu módulo edométrico e sua espessura. Admite-se a
espessura como a distância entre a medida de um SPT e seu adjacente, ou seja 1m.
Com a medida final do recalque e admitindo uma pressão unitária aplicada, pode-se
chegar ao valor do módulo de reação vertical:
kv = P =1
d d
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44 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
SPT
(E0 )k-2 p=1
(E0 )k-1
(E0 )k %(p)=∆σk
%(p)=∆σk+2
plano indeslocável
i) Método Simplificado
A propagação da tensão é feita tomando-se como hipótese um decréscimo linear de seu
valor ao longo da profundidade, de razão definida a priori pelo usuário. Assim, seja a
Figura 4.11, a tensão aplicada na base da fundação é dada por:
σ 0 = F B⋅L
F B⋅L
∆σ Z = = σ0 ⋅
(B + 2⋅Z
X ) ⋅ (L + 2⋅Z
X ) (B + ) ⋅ (L +
2⋅Z
X
2⋅Z
X )
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 45
F
B
Z x /X
2. Z
1
L+
B+2.Z / X
p L⋅B L⋅B⋅h 1 1
∆σ z (h) = ⋅ arctg + ⋅ 2 + 2
2 ⋅π h ⋅ R3 R3 R1 R2
Com:
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46 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
R1 = (L + h )
2 2
R2 = (B + h )
2 2
R3 = L2 + B2 + h 2
B
L p
h z
∆σz (h)
3
2
1
∆σ z (h) = p ⋅ 1 −
1 + a
h
( ) 2
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 47
p
x
h z
∆σz (h)
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48 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Coeficiente de Reação Vertical (CRV) – Sapatas e Tubulões 49
Elasticidade
Teixeira Godoy Qquer Sim-St/Po Não Sim Sim Alfa, K Parcial
Ni
Schultze
& Areia Sim- Não Sim Não --- Total
Sherif Bulbo
Rausch &
Cestelli Guidi Qquer Não Não Não Sim Eo Nenhum
Módulo
Edométrico Qquer Sim Sim Não Sim Eo Nenhum
Tabelas
Módulo
Edométrico Qquer Sim Sim Sim Sim C1 e C2 Parcial
SPT
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50 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
6.2. Tubulões
Para o caso de fundações profundas, a consideração dos efeitos horizontais é muito
importante. Neste sentido, define-se o CRH, Coeficiente de Reação Horizontal, que
possui a mesma interpretação física do CRV, mas relativos ao quociente entre as
pressões horizontais ( Ph ) e o seu recalque d h .
Ph
kh =
dh
Para este método, considera-se dois tipos de solo de referência para o seu cálculo. Os
solos argilosos pré-adensados e as areias e as argilas normalmente adensadas.
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Coeficiente de Reação Horizontal (CRH) – Sapatas e Tubulões 51
Tabela 6.1 – Valores do CRH para argila pré-adensadas conforme Terzaghi (1955)
(K ) = (η h ⋅ z )i
k h = K ⋅ ∆l
(kh )i = (m ⋅ z ⋅ D ⋅ ∆l )i
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Coeficiente de Reação Horizontal (CRH) – Sapatas e Tubulões 53
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54 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Consistência
Argila muito mole SPT ≤ 2
Argila mole 2 < SPT ≤ 5
Argila média 5 < SPT ≤ 10
Argila rija 10 < SPT ≤ 19
Argila dura SPT > 19
b) O computo dos coeficientes verticais ao longo dos nós do fuste do tubulão é feito
usando um dos métodos de cálculo de CRV conforme selecionado pelo usuário nos
programas de edição das fundações. De maneira que os valores tanto verticais como
horizontais são atribuídos nos nós do fuste e da base do tubulão, conforme esquema da
figura 7.1. O SISEs adota o mesmo coeficiente horizontal para as duas direções
perpendiculares.
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Observações Gerais – Sapatas e Tubulões 55
kh
kv
kh
kv
kh
kv
kh kh kh
kv kv kv
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56 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
- na base da estaca, devido à pressão de contato com o solo, que também depende do
movimento vertical da estaca, o qual provoca o surgimento de tensões que dão origem à
reação (força) Pp.
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Capacidade de Carga Estaca / Solo – Estacas 57
Para:
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58 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
qc K . N SPT
rp = ≅
F1 F1
fs α . K . N SPT
rl = ≅
F2 F2
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Capacidade de Carga Estaca / Solo – Estacas 59
Aoki (1996) comenta que o coeficiente F2 pode variar entre uma à duas vezes o valor
de F1 e que, portanto, F2 = 2 F1 é a hipótese mais conservadora. Para estacas
escavadas, segundo Aoki (1976) dependendo do maior ou menor grau de perturbação
introduzido no terreno pelo processo empregado, F2 varia entre 4,5 e 10,5 (com
F2 = 2 F1 ). Segundo Velloso (1978) apud ABMS (2000) podem ser adotados valores
F1 = 3,5 e F2 = 7,0 para estacas escavadas com lama bentonítica.
PR
Padm =
2
N
rl = + 1 (tf/m 2 ) , onde 3 ≤ N ≤ 50 em função do número de SPT
3
Ou em sistema internacional:
N
rl = 10 + 1 (kPa )
3
O atrito lateral específico deverá ser multiplicado com a área de contato do fuste da
estaca-solo para cada metro de profundidade. A somatória das capacidades laterais ao
longo do fuste fornecerá a capacidade lateral acumulada PL.
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60 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Injetadas
Tipo de Escavada Escavada Hélice Injetadas
(sob
solo a seco (bentonita) contínua (raiz)
pressão)
Valores típicos de α
Argilas 0,85 0,85 0,30* 0,85* 1,00*
Siltes** 0,60 0,60 0,30* 0,60* 1,00*
Areias 0,50 0,50 0,30* 0,50* 1,00*
Valores típicos de β
Argilas 0,80* 0,90* 1,00* 1,50* 3,00*
Siltes** 0,65* 0,75* 1,00* 1,50* 3,00*
Areias 0,50* 0,60* 1,00* 1,50* 3,00*
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Capacidade de Carga Estaca / Solo – Estacas 61
β PL α PP
Padm = +
1,3 4,0
PR β PL + α PP
Padm = =
2 2
Dentre os dois resultados, deverá escolher a menor dos dois, por exemplo:
Dado uma estaca escavada a seco num solo arenoso α = β = 0,50 , com PL=18 tf e
PP=42 tf, tem-se:
Então, 12tf (a menor) será adotada como carga admissível para as condições do solo e
tipo de estaca deste exemplo.
Vale lembrar que estas expressões de cargas admissíveis Padm são de uso exclusivo
quando a ruptura lateral (PL) e ruptura na ponta (PP) são estimados pelo método
Decóurt-Quaresma, não fazendo sentido aplicar no método Aoki-Velloso ou nos outros
métodos.
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62 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Estes fatos evidenciam que o atrito lateral, na maioria das vezes, é mobilizado antes da
base, podendo-se admitir de forma simplificada que a reação na base da estaca só se
inicia após a total mobilização do atrito lateral. Para a carga aplicada P no topo da
estaca, menor que ruptura PR e maior que ruptura lateral PL, admite-se que toda a
resistência lateral é mobilizada no fuste e a diferença entre P e o PL fornece a carga na
base da estaca, fig.9.1:
Pp = P − PL
N O (z ) = P − PL(z )
No caso em que P aplicado for menor que a resistência lateral PL, o recalque é da
ordem de alguns milímetros e admite-se que todas as cargas serão resistidos pelo
contato lateral do fuste da estaca e o solo. Nesta condição a base da estaca não recebe
carregamento, ou seja Pp = 0. Neste caso, pode-se recorrer a duas hipóteses:
- Modelo A, onde admite a distribuição parcial da carga à medida que vai vencendo a
resistência lateral máxima ao longo do fuste. (Fig. 9.1);
N O (z ) = P[1 − PL(z ) / PL ]
segundo AOKI (1979). A simplificação adotada neste processo é que apesar de levar
em consideração os efeitos do grupo de estacas para estimativa de recalques, o
diagrama de transferência de carregamento continua sendo a mesma da estaca isolada.
A melhor maneira de traçar o diagrama de transferência é a realização de provas de
carga nas estacas, porém devido ao custo para mobilizar equipes de alta qualificação e
equipamentos, este processo não é comum nas obras.
Para o caso de carga aplicada no topo da estaca for menor que a resistência lateral
acumulada do fuste, ou seja, P < PL, a transferência de cargas locais para trechos de
estacas, segue duas hipóteses de acordo com o modelo adotado:
- caso for Modelo A, o carregamento P somente passará para camadas mais profundas,
vencendo a resistência de ruptura contato fuste-solo, podendo-se subdividir em duas
regiões: a região A onde vale P - PL(z) > 0 e a região C onde vale P – PL(z) < 0, e
entre estas duas regiões, o ponto B, onde P - PL(z) = 0 é a profundidade onde cessa a
transferência de atrito lateral, onde abaixo desse ponto o atrito lateral é nulo. Neste
modelo, o atrito lateral específico desenvolvido é a própria resistência local Q(z) de
ruptura fuste-solo.
9.1. Comentários
Neste item foi mostrado os dois modelos (hipóteses) de transferência de cargas axiais
ao longo do fuste da estaca. É bom lembrar que dependendo do tipo de solo (coesivo ou
não) e método construtivo (estaca cravada ou escavada), o comportamento de
transferência pode ser mais próximo da realidade para o modelo B de transferência do
que o modelo A. A melhor maneira de escolher qual o modelo a adotar é executando a
prova de carga na estaca.
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66 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A adoção do primeiro tipo em que os apoios que o solo oferece são substituídos por
molas de rigidez conhecida, obedecendo a lei reológica expressa pela função de
transferência de carga, faz crer que um ponto só se desloca se ali for aplicada uma
carga. Na realidade, pontos distantes do local carregado, também sofrem
deslocamentos, devido à continuidade do meio. Essa continuidade do meio é melhor
representado pelos modelos b e c, sendo este ultimo de aplicação pouco difundida
devido à dificuldade de discretização do maciço de solo.
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Estimativa de Recalques - Estacas 67
onde: R1 = R 2 + ( z - c ) 2
R2 = R 2 + ( z + c ) 2
ν= Coeficiente de Poisson
E = módulo de deformabilidade do solo;
P = carga aplicada dentro do meio contínuo;
B (x,y,z) é o ponto em estudo, onde se quer saber o recalque rZ.
A base da estaca, pode se deslocar devido às cargas aplicadas ao longo do fuste Q(z) e
ou da ponta Pp . De acordo com VESIC (1975) pode-se escrever:
δ s = δ s, f + δ s, b
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68 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
N estacas n1 n 2 N estacas n1 n 3
δs = ∑
n
∑∑
=1
i j
δ i, j
=1 =1
+ ∑
n
∑∑
=1
i k
δ i,k
=1 =1
Onde, δi,j é o recalque na base da estaca devido a carga pontual Pi,j atuante na base da
estaca e δi,k é o recalque na base da estaca devido a carga pontual Pi,k atuante no fuste
da estaca.
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Estimativa de Recalques - Estacas 69
A proposição de Steinbrenner pode ser generalizada para o caso em que existem várias
camadas antes do indeslocável. O cálculo é feito da camada de baixo para cima,
admitindo-se que todo o solo, do indeslocável para cima, seja do mesmo material da
camada 2. Em seguida, calcula-se o recalque r i∞ no topo da camada 2 e r h∞ no nível
do indeslocável. O recalque nesta camada será r a :
r a = r i∞ - r h ∞
δo i = δ s i + δ p i
SOLO POISSON
Argila saturada 0,50
Argila não-saturada 0,30
Areia 0,35
Silte 0,30
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72 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Coeficientes de Reação Vertical (CRV) – Estacas 73
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74 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
O CRV (coeficiente de reação vertical) pode ser entendido como rigidez do contato
estaca-solo. Aplica-se no topo de cada estaca i o carregamento Pi obtido pela resolução
de pórtico espacial, considerando inicialmente como apoiado em base rígida. O CRV da
estaca é a razão entre a carga aplicada Pi no topo e o deslocamento sofrido na base da
estaca δ i , que pode ser resolvido pelo modelo de Aoki-Lopes com efeito de grupo:
Pi
CRVestaca i =
δi
da estaca. Caso esta carga for menor ou igual que a resistência lateral acumulada do
fuste PL, pela teoria de VESIC(1975) fica entendido como todo o carregamento
resistido pelo fuste, tornando a parcela de carga na ponta (base) zero, F ponta, i = 0 .
Pi
F ponta, i
δi F ponta, i
CRV ponta i = → CRV ponta i =
Pi δi
Caso o carregamento aplicado no topo da estaca for todo absorvido pelo fuste, ou seja
P ≤ PL , não terá carga na base da estaca, F ponta, i = 0 , portanto CRV ponta, i = 0 .
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Coeficientes de Reação Vertical (CRV) – Estacas 75
∑ CRV
j =1
fuste j, i + CRV ponta, i = CRV geral, i
Fisicamente, a expressão acima, pode ser entendida como um conjunto de “molas” que
se distribuem ao longo do fuste e na base da estaca, e que estas “molas” representam
proporcionalmente a distribuição de rigidezes do contato estaca-solo segundo a lei de
transferência de cargas. Isso significa que se for adotado o modelo A de transferência, o
carregamento será distribuído começando do topo em direção à base, onde cada “mola”
será solicitada por um carregamento e caso atingir a sua plastificação será repassado
para “molas” subseqüentes. Neste modelo, a carga na base da estaca só será despertado
caso todo o contato fuste-solo for atingido a sua plastificação (deslizamento). Caso for
adotado o modelo B de transferência, o carregamento será proporcionalmente
distribuído ao longo do fuste, e como no modelo A, só será transferido para a base da
estaca quando toda a resistência lateral da estaca for vencida pelo carregamento
aplicado no topo, ou seja, quando entra em plastificação.
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76 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Vale ressaltar que, o “trunfo” deste modelo é a sua simplicidade em relação aos
modelos mais sofisticados (método dos elementos finitos e contorno), facilitando sua
aplicação e a representatividade. A “mola” idealizada não é a mola de Winkler, pois:
Vale ainda esclarecer que não existe coeficiente de mola constante para um
determinado solo. O seu valor depende da interação completa da rigidez da estrutura x
solo. Por exemplo, os coeficientes de mola da fundação de um edifício sobre o solo “A”
não é a mesma se for construído sobre esse mesmo solo um edifício com outra rigidez
(número de pavimentos, arranjos estruturais ou sistemas estruturais diferentes).
1.- com o programa de pórtico espacial (ou plano), calcula-se as reação nas estacas
(apoios do bloco de coroamento), inicialmente considerando-os totalmente engastados;
3.- volta-se na estrutura, substituindo os apoios do bloco pelos blocos efetivos (rígidos
e/ou flexíveis) e as estacas devidamente discretizadas até a base.
4.- aplicam-se aos nós da estrutura da fundação discretizada os CRV’s e CRH’s através
de vínculos elásticos e representativos da presença do solo.
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Coeficientes de Reação Vertical (CRV) – Estacas 77
A filosofia adotada neste sistema, de acrescentar molas de rigidez equivalente aos nós
dos elementos de fundação discretizados, permite que a estrutura faça a sua adaptação
de acordo com a sua própria rigidez, sem a necessidade de introdução de forças nas
fundações e imposição de deslocamentos nos apoios. Não é um processo de
convergência iterativa pois toda a estrutura (super e infra) é resolvida simultâneamente.
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78 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
- quanto menor o número de subdivisões (n1, n2, n3) menos precisão terá os recalques
nos pontos desejados. Do contrário, quanto maior melhor será a representação da
distribuição de cargas na estaca, pois o nosso objetivo é tentar simular a integração
numérica através de subdivisões.
- o processo possui convergência, ou seja, após certo número não há mais melhora dos
resultados. Por “default” o sistema opera com valores n1 = 8, n2 = 4 e n3 = 30, por
apresentarem resultados satisfatórios.
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Coeficientes de Rigidez Horizontal (CRH) – Estacas 79
As forças horizontais podem ser causadas por vento, empuxo de terra, sismo, etc. No
projeto de uma fundação profunda submetida a um carregamento deste tipo é necessário
calcular os deslocamentos e obter os diagramas de momento fletor e esforço cortante.
O coeficiente de reação horizontal (kZ) tem como hipótese básica a consideração de que
a pressão atuante na profundidade z é proporcional ao deslocamento sofrido pelo solo:
σZ
kZ =
y
p
K=
y
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80 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
CZ = m ⋅ z (tf/m³)
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82 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Outra observação importante é que atualmente o SISEs não aborda todas as análises
propostas por TIETZ para a determinação do coeficiente de recalque do solo CZ , sendo
estes (largura efetiva, efeito de grupo, continuidade do solo, etc) incluídos
posteriormente no sistema.
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Recalques Admissíveis 83
Os casos mais conhecidos no Brasil são os edifícios da orla marítima de Santos – SP,
com movimentos mais próximos a corpo rígido, pois os recalques provém de camadas
de argilas subjacentes que sofrem adensamento; a camada de areia sobre a qual se
apoiam os elementos de fundações diretas tendem a absorver grande parte das
distorções da estrutura.
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84 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Golombek apud ALONSO (1991), cita uma palestra do prof. Milton Vargas
“Recalque excessivo é questão de temperamento. Nos EUA um recalque de 2 cm é um
escândalo nacional; em Santos (SP) quando um prédio recalca só 50 cm todo mundo
fica feliz”. Hoje, em Santos esta posição está mudando, reduzindo os valores de
recalques com o uso de fundações profundas, pois o temperamento do usuário de
Santos está mudando. A Folha de São Paulo em 29/07/90, apud ALONSO (1991)
afirma que os edifícios tortos de Santos chegam a valer 40 % do preço de mercado.
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Recalques Admissíveis 85
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86 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A NBR 6118:2003 atual, diferente da sua versão anterior, de 1978, possui uma visão de
integração de todos os elementos estruturais e praticamente obriga o uso de recursos
computacionais para a análise global das estruturas. Em face disso também se preocupa
sobre a questão da integração estrutura-solo, resumindo superficialmente nos dois itens:
Quando a estrutura pode ser considerada como mais ou menos complexa?. O assunto é
mais sofisticado do que parece, pois envolve o maciço de solo, conjunto de materiais
altamente heterogêneo com difícil avaliação do módulo de deformação (ESOLO), e
resistência que depende do grau de saturação e efeitos das fundações mais próximas
que podem gerar sobre-pressões nos bulbos de tensões. Para atingir o “modelo realista”
da Norma, é imprescindível a consideração da interação estrutura-solo.
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Recalques Admissíveis 87
Quem não se adequar ao novo conceito não se faz sentido em adquirir os softwares
mais complexos, se já começa errando na concepção (condições de contorno) e tem o
grande risco de acumular os erros de incerteza que envolve o fenômeno tão complexo.
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88 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
Valério S. Almeida
valerio@em.ufop.br
Departamento de Engenharia Civil, Universidade Federal de Ouro Preto
Campus Universitário – Ouro Preto – MG - Brasil
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Artigo CILAMCE 89
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90 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Artigo CILAMCE 91
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92 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Artigo CILAMCE 93
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94 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
a. Sapatas Isoladas;
b. Sapatas Associadas, com e sem furos existentes;
c. Radiers, com e sem furos existentes;
d. Estacas: circulares, quadradas, retangulares (Barrete) sob bloco rígido ou
flexível;
e. Tubulão: fuste e base circular;
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Artigo CILAMCE 95
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96 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Artigo CILAMCE 97
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98 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Artigo CILAMCE 99
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100 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
O MEC é uma ferramenta muito adequada para a análise do solo, devido às suas
características peculiares: i) funções ponderadoras que já contemplam as condições de
contorno atendidas a grandes distâncias; e ii) exige apenas que a região em contato com
o solo seja discretizada, por exemplo, na análise de sapatas sobre o solo 3D é necessário
apenas a representação do solo com a malha 2D desta fundação, ao passo que o MEF
exige uma discretização tridimensional do problema.
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Artigo CILAMCE 101
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102 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
F=k.d P = kv . d
F P
F
d
d
k
kv
a) b)
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Artigo CILAMCE 103
kv = P
d
(1)
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104 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
• Teoria da Elasticidade/ Valor Típico: Teixeira & Godoy (1996), Poulos & Davis
(1974);
• Teoria da Elasticidade / Schmertmann: Cintra et al. (2003), Schmertmann
(1978);
• Teoria da Elasticidade / Teixeira & Godoy: Trofimenkof (1974);
• Schultze & Sherif: Moura (1995), Schultze & Sherif (1973);
• Parry: Moura (1995), Parry (1971), Parry (1978);
• Boussinesq: Moraes (1981), Poulos & Davis (1974);
• Rausch & Cestelli Guidi: Moraes (1981);
• Módulo Edométrico – Tabelas: Boussinesq (1885), Holl (1940), Poulos & Davis
(1974);
• Módulo Edométrico – SPT: Schultze & Menzenbach (1961).
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Artigo CILAMCE 105
p p=0,01 MPa
Esolo= 9,1 MPa
m νsolo = 0,3
10 E lâmina= 21000 MPa
10m
h νlâmina= 0,15
t = 0,26m
lâmina
h = 10m
Figura 8 – Sapata sobre base indeformável e dados dos parâmetros do solo e da sapata
E = 3 ⋅ K ⋅ SPT
(2)
onde K depende do tipo de solo, e são indicados valores típicos por Teixeira (1993).
Para o método chamado de TE/ Teixeira & Godoy , o módulo de deformabilidade é
obtido conforme proposto por Teixeira & Godoy (1996) que estabelece a seguinte
relação para fundações diretas:
E = α ⋅ K ⋅ SPT
(3)
onde α é um coeficiente que correlaciona a resistência de ponta (qc) com o SPT, onde
seus valores para a areia e argila foram propostos por Trofimenkov (1974).
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Artigo CILAMCE 107
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108 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Artigo CILAMCE 109
A B
g=2,8 tf/m2
h = 0,4m 0,0 m
13 (SPT)
Esapata= 2,8E+6 tf/m 2
νsapata
= 0,2 13 (" ")
13 (" ")
6m
13 (" ")
1000 m
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110 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
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Artigo CILAMCE 111
15.5. Conclusões
O artigo teve o intuito de apresentar um novo ferramental para a aplicação em
projetos e em pesquisas no campo da análise de problemas de interação solo-estrutura.
Conforme demonstrado no artigo, existem diversas metodologias que avaliam o
problema. Entretanto, estes procedimentos apresentam restrições quanto a sua
aplicabilidade em propósitos genéricos na análise de edifícios.
O desenvolvimento do SISEs/TQS tem dois principais pontos como premissa,
primeiro em apresentar um modelo numérico que seja capaz de reproduzir de maneira
satisfatória o comportamento mecânico do conjunto solo-estrutura. E o segundo em
disponibilizar um sistema que seja fácil sua editoração, geração de malha e análise,
tudo isto sem perder sua característica principal que é a possibilidade de modelagem de
edifícios reais, incluindo efeito de segunda ordem, lajes via elementos finitos,
elementos de fundações mistos, etc.
Para o primeiro caso, avaliaram-se dois exemplos para fundações rasas, os quais
foram comparados com valores apresentados na literatura internacional sobre o assunto,
onde as respostas obtidas no SISEs/TQS demonstraram boa concordância com outras
formulações, como as advindas de métodos semi-analíticos ou dos métodos numéricos,
por exemplo, o método de elementos de contorno.
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112 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
A segunda premissa também foi atingida, pois a TQS informática Ltda possui uma
vasta experiência no desenvolvimento de sistemas computacionais na parte gráfica e
sistemas de interface com o usuário. Acrescenta-se também que o sistema CAD/TQS
possui uma grande aceitação e confiança por parte dos projetistas e por pesquisadores
em diversos centros acadêmicos do Brasil, como ferramental de análise de edifícios em
concreto armado.
Por fim, o artigo é o primeiro a ser apresentado com referência ao desenvolvimento
do SISEs - Sistema de Interação Solo Estrutura – pela TQS informática. Pretende-se em
outras publicações apresentar de maneira mais específica as diversas possibilidades de
aplicações do sistema, como por exemplo a análise de um edifício real considerando o
efeito de segunda ordem, a interação entre elementos mistos de fundação (estacas com
sapatas), a influência da laje maciça, o efeito de vento, etc, todas estas possibilidades
disponíveis no SISEs/TQS.
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Referências Bibliográficas e Bibliografia Consultada 113
16.1. Geral
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118: Projeto de
estruturas de concreto - Procedimentos. Rio de Janeiro, 1996. 33 p.
AOKI, N.; LOPES, F. R. (1975). Estimating stress and settlements due to deep
foundation. V TH PAN AMERICAN CONFERENCE ON SOIL MECHANICS
AND FOUNDATION ENGINEERING, Buenos Aires, Tomo I, p.377-386.
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114 Sises – Sistema de Integração Solo - Estrutura
HOLL, D.L. (1940). Stress transmission in earth. Proc. High. Res. Board, vol. 20, pp.
709-721.
POULOS, H.G.; DAVIS, E.H. (1974). Elastic solutions for soil and rock mass. New
York, John Wiley & Sons 535p.
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Referências Bibliográficas e Bibliografia Consultada 115
16.3. Estacas
ALONSO, U. R. (1989). Dimensionamento de fundações profundas. Editora Edgard
Blücher LTDA .
AOKI, N.; LOPES, F. R. (1975). Estimating stress and settlements due to deep
foundation. V TH PAN AMERICAN CONFERENCE ON SOIL
MECHANICS AND FOUNDATION ENGINEERING, Buenos Aires, Tomo
I, p.377-386.
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Referências Bibliográficas e Bibliografia Consultada 117
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