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Projeto elétrico: etapas e cuidados

Apesar do projeto elétrico ser de vital importância para a concepção de um empreendimento,


e este fato ser um consenso entre qualquer gestor de projetos e obras, é muito comum
percebermos o quão negligenciado este aspecto da obra e do planejamento é tratado, pois
muitos projetos elétricos atuais estão concebidos sem os critérios os quais iremos discorrer.

Para que um projeto elétrico seja aplicável o início dele deverá ser com uma reunião com o
Engenheiro Eletricista, Engenheiro Civil, Arquiteto e o proprietário do empreendimento, pois
somente desta forma será possível mensurar os anseios do proprietário com a necessidades
do projeto. Neste aspecto vê-se uma prática bastante perigosa a qual consiste em um envio de
somente um projeto civil ao projetista elétrico e com isto ele terá de determinar toda a
instalação elétrica. Com esta situação é possível que ocorra insatisfação e incompatibilidade de
aplicação com o proprietário, tendo em vista que somente o proprietário em conjunto com a
disposição imobiliária poderá definir toda a necessidade de cargas.

Outro fator extremamente importante é considerar as normativas vigentes da concessionária


de energia no qual o empreendimento irá ser atendido. Antes mesmo de realizar um
cronograma da obra é de extrema importância verificar se a necessidade de carga do cliente
será facilmente atendida ou quanto tempo demanda a aprovação e disponibilização da carga a
ser instalada.

Somente após estes levantamentos a fase de cálculos poderá ser iniciada. Nesta fase de
cálculos é de extrema importância que o projetista elétrico tenha conhecimento da NBR5410 –
Instalações Elétricas de Baixa Tensão, ou em casos mais específicos procurar a normativa
vigente para a aplicação. Porém cabe ressaltar que o projetista deverá ter em mente que
somente citar uma normativa em seu projeto não torna seu projeto adequado a mesma,
exemplos destes são inúmeros, mas para exemplificar é muito comum um projeto de um
painel elétrico citar a norma NBR61439 porém o projeto não contemplar um forma cabível
como sendo um painel TTA ou PTTA.

Apesar de ser uma premissa extremamente lógica não é incomum nos depararmos com
projetos elétricos inexequíveis, como por exemplo tubulações projetadas que não passam os
cabos que foram projetados pelo mesmo projetista, painéis elétricos com profundidade que
não se adequam a largura da parede, diagramas unifilares/multifilares incompatíveis com
cálculo de cargas, etc.

Um projeto elétrico bem concebido contém também uma série de anexos auxiliares a
orientação e condução do processo de gerenciamento da obra. Exemplos destas
documentações são os memoriais descritivos, lista de materiais a serem adquiridos, descritivo
técnicos detalhados das características de materiais, tabelas de cargas e demandas, cálculos de
queda de tensão, ensaios, etc.

Resumidamente podemos sequenciar as etapas de um projeto elétrico da seguinte forma:

1. Reunião com o cliente, Engenheiro Eletricista, Engenheiro Civil e Arquiteto;


2. Consultar normativas da concessionária de energia e prever cronograma de
atendimento;
3. Realização dos cálculos inerentes ao projeto elétrico, levando em conta as normas
aplicáveis;
4. Elaborar documentação necessária para execução da instalação elétrica e aprovação
na concessionária de energia;
5. Elaborar anexos, tabelas, descritivos e demais documentações inerentes ao projeto.

Mesmo um projetista experiente e cuidadoso poderá ter problemas inerentes a conflitos com
relação ao seu projeto elétrico com os demais projetos de hidráulica, civil, SPDA, dados e
telefonia, etc. Causando o enorme desconforto de realizar inúmeras revisões e ao final da obra
o As-built.

Com a finalidade de tornar este processo mais eficientes ferramentas como o BIM foram
desenvolvidas para que as equipes de projetos possuam melhor interoperabilidade entre seus
sistemas, compartilhando arquivos, definindo cronogramas, criando soluções e
consequentemente trazer um melhor gerenciamento ao andamento da obra.

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