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UFSCar – Cálculo Diferencial e Séries. Prof. João C.V.

Sampaio
Terceira lista de problemas. Funções reais de duas variáveis.
Domı́nios, gráficos, curvas de nı́vel, limites, continuidade.

Domı́nios de funções reais de duas variáveis


1. Determine e represente graficamente, no plano R2 , os domı́nios das funções reais dadas. No nosso
contexto, o domı́nio D(f) de uma função real f(x, y) é o mais amplo conjunto de pares ordenados
(x, y) em R2 para os quais f(x, y) é um número real.

Esboce caprichadamente a região do plano que representa o domı́nio, determinando suas


curvas de fronteira e os pontos de interseção dessas curvas. Lembre-se: se a curva de fronteira
faz parte do domı́nio, represente-a por uma linha contı́nua; se não faz parte represente-a por
uma linha tracejada.

Em cada item evite olhar a resposta ao final da lista antes de tentar produzir um esboço da região
D(f).

√ p
(a) f(x, y) = 1−x−y (f) g(x, y) = x 2 − y2
x−y 1
(b) f(x, y) = p (g) z = √
1 − x 2 − y2 1 − xy
(h) ϕ(x, y) = ln(x2 − xy)
p √
(c) f(x, y) = y − x2 + 2x − y

(d) z = ln(2x2 + y2 − 1) (i) h(x, y) = 2 − x

(j) f(x, y) = ln(x2 + y2 )


p
(e) z = x2 + y2 − 4

Gráficos de funções reais de duas variáveis

2. Esboce, em um sistema cartesiano ortogonal, os gráficos das seguintes funções. Quando o gráfico
for uma superfı́cie de revolução em torno do eixo Oz, determine a equação da curva que é interseção
da superfı́cie do gráfico com o plano Oyz.

Quando for uma superfı́cie cilı́drica (generalizada) determine uma curva geratriz em um dos
planos Oxz e Oyz. Quando for uma superfı́cie plana, determine interseções do gráfico com
os eixos coordenados ou com alguns planos coordenados. Escolha um octante apropriado do
sistema Oxyz para um esboço compreensı́vel do gráfico.

Em cada item, evite olhar a resposta ao final da lista antes de tentar produzir um esboço do gráfico.
2

(a) f(x, y) = 1 − x2 − y2 1 (g) f(x, y) = −x + y + 1


(d) f(x, y) = p
x + y2
2

(e) f(x, y) = sen x


p
(b) f(x, y) = x + 2y (h) h(x, y) = 1 − x2 + y2
y y √
(c) f(x, y) = 1 − x − (f) f(x, y) = + 1 (i) g(x, y) = y
2 2

Curvas de nı́vel, de funções reais de duas variáveis

3. Para cada uma das funções dadas, determine seu domı́nio e esboce algumas (ao menos quatro) de
suas curvas de nı́vel.

Para cada número real k, a curva de nı́vel “z = k ”, da função real f(x, y), é o conjunto
f−1 (k), dos pares (x, y) (no plano R2 e em D(f)) tais que f(x, y) = k.

Determine também o conjunto-imagem da função.

Sugestão. O número real k está no conjunto imagem da função f(x, y) quando f(x, y) = k
para algum (x, y) ∈ D(f), ou seja, somente quando a curva de nı́vel de f, correspondente a
z = k, é um conjunto não vazio.

x2
p
(a) f(x, y) = 1 − x2 − y2 (d) f(x, y) = 1 − x2 − 4y2 (g) ϕ(x, y) = x2 +y2
x−y
(b) f(x, y) = x + 3y (e) f(x, y) = x+y (h) h(x, y) = x2 + y2 − 4x

(c) f(x, y) = 1 − x2 (f) f(x, y) = xy (i) g(x, y) = y
3

Respostas
1. Os esboços mostrados aqui foram feitos primeiramente à mão livre, e depois reproduzidos em um
editor de imagens.

(a) D = {(x, y) ∈ R2 | x + y ≤ 1} (f) D = {(x, y) ∈ R2 | x ≤ y ≤ −x e


y x < 0, ou − x ≤ y ≤ x e x > 0}
(0,1) y

(1,0) x
x

(b) D = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y2 < 1}


y
(0,1)
(g) D = {(x, y) ∈ R2 | xy < 1}
y
(1,0)
x

(c) D = {(x, y) ∈ R2 | x2 ≤ y ≤ 2x}


y

(2,4) (h) D = {(x, y) ∈ R2 | x < 0 e y >


x, ou x > 0 e y < x}
y
(0,0) x

(d) D = {(x, y) ∈ R2 | 2x2 + y2 > 1}


x
y
(0,1)

__
(1,1/ √ 2 )
x
(i) D = {(x, y) ∈ R2 | x ≤ 2}
y

(e) D = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y2 ≥ 4}
y
(0,2) (2,0) x

0 (2,0)
x

(j) D = R2 − {(0, 0)}


4

2. Os esboços mostrados aqui foram feitos primeiramente à mão livre, e depois reproduzidos em um
editor de imagens. Para melhor visualização, alguns esboços mostram o gráfico em apenas uma
parte do sistema de coordenadas (por exemplo, em apenas um octante). Para algumas superfı́cies
(gráficos), são indicadas em azul e/ou vermelho suas interseções com certos planos coordenados.

(a) (f)
z 2
{ zx == 10 - y z {zx == y/2
0
+1

2 2 y
x
{xz =+0y =1
x
(b)
z (g)
z
z = 2y
{ x=0 (0,0,1)

(0,-1,0) y
y
{zy == x0 (1,0,0)
x x
(c)
z (h)
(0,0,1)
z
(0,2,0)
(0,0,1) { zx == 10 - |y|
y

x (1,0,0) y

(d) 2 2
x {xz =+0y =1

{
z z = 1/ y
(y > 0)
x=0 (i)

z { zx == 010y
y
x
(e)
z z = sen x y
{ y=0
x

y
5

3. Os esboços mostrados aqui foram feitos primeiramente à mão livre, e depois reproduzidos em um
editor de imagens. A curva de nı́vel f−1 (k) = {(x, y) ∈ D(f) | f(x, y) = k} é indicada por “z = k”.

(a) Dom(f) = R2 , Im(f) =]− ∞, 1] (f) Dom(f) = R2 , Im(f) = R


y z=1
y
-8
=
-3
z
=

z = -2 z=2
0
z
=

z = -1 z = 1
z

1 2 3 x z=0
z=0 x
z=1 z = -1
z=2 z = -2

(b) Dom(f) = R2 , Im(f) = R


z= y
z= 2
z=
1
0
1 (g) Dom(f) = R2 − {(0, 0)}, Im(f) = [0, 1]
z= 1/2
-1 1 x
y z = 1/5
z = 1/2
z=
-2

z=1
(c) Dom(f) = R2 , Im(f) = ]− ∞, 1[ x

z = 1/2
z = 0 z = 1/5
0 x

(h) Dom(f) = R2 , Im(f) = [−4, +∞[


z = -8

z = -8
z=0
z=1
z=0

y
z=5

(d) Dom(f) = {(x, y) ∈ R2 | x2 + 4y2 ≤ 1},


z=0

Im(f) = [0, 1] z = -3
z = -4
y z = 1_ x
_
z = √3 /2 ≈ 0,87 z = √7 /4 ≈ 0,66

x (2,0)

z=0

(e) Dom(f) = {(x, y) ∈ R2 | y 6= −x}, (i) Dom(f) = {(x, y) ∈ R2 | y ≥ 0},


Im(f) = R Im(f) = [0, +∞[
y y _
z = √3
0
=
z

_
z = √2
z=1 x
z=2 z=1

z= z=0
3
0 x
6

Limites e continuidade de funções reais de várias variáveis reais


4. Calcule cada um dos seguintes limites

x2 + y2 2 2)

(a) lim 1 − x2 + y2
(e) lim e−1/(x +y
x→0 (x,y)→(0,0) x2 + y2
y→0

1 − cos xy
2 2
(b) lim (f) lim x −y
(x,y)→(0,0) x + y
x→0 xy
y→0

lim sen xy
2 − 3xy + 2y2
(c) (g) lim x
x−y
x→5 y (x,y)→(1,1)
y→0
(1 + y ) sen x
2
(d) lim (x2 + y2 ) arcsen y
(x,y)→(0,1)
(h) lim
(x,y)→(0,0) 2x

Respostas: (a) 0, (b) 0, (c) 5, (d) π/2, (e) 0, (f) 0, (g) −1, (h) 1/2

Sugestões: (e) Faça primeiro w = x2 + y2 . Quando x → 0 e y → 0, temos w → 0+ . Na


“álgebra” de limites, 1/0+ = +∞. O limite ficará indeterminado na forma 0/0. Para aplicar
L’Hopital, faça antes u = 1/w. (g) Deixe x − y como fator do numerador. Para isso, pense
na expressão x2 − 3xy + 2y2 como sendo um polinômio quadrático em x tendo y como raiz.

5. Verifique que cada um dos seguintes limites é igual a zero.

Sugestão. Em alguns itens, você pode mostrar que o limite lim


x→x0
|f(x, y)| é zero, fazendo pri-
y→y0
meiramente uma majoração do tipo |f(x, y)| ≤ |g(x, y)|, na qual você sabe que lim
x→x0
|g(x, y)|
y→y0
é claramente igual a zero.

(a) lim p x2 (e) lim xy


x→0 |x| + |y|
x→0
y→0
x 2 + y2 y→0

3√
lim x3 sen
1 2 2
(b)
x→0 x+y−1
(f) lim x y − 8x y
x→1 x2 + y2 − 1
y→1 y→4
1 − cos xy
(c) lim 4 3 2
x→0
y→0
xy2 (g) lim x y−x y
(x,y)→(0,0) x4 + y4

x4 y
(d) lim 4
2 2
x→0 x + y4 (h) lim x +y
(x,y)→(0,0) |x| + |y|
y→0

Sugestões: Podem ser úteis as seguintes informações, a serem justificadas previamente.


(a) √ |x|
2 2
≤ 1 (c) 1 − cos θ = 2 sen2 (θ/2), | sen θ| ≤ |θ|, para cada θ real.
x +y
x4 |x| x2 y2
(d) x4 +y4
≤1 (e) |x|+|y| ≤ 1 (g) x4 +y4
≤ 1. Para justificar isto note que x2 y2 ≤ x4 + y4 ,
pois (x2 − y2 )2 + x2 y2 ≥ 0.

6. Mostre que não existe nenhum dos seguintes limites.


7

(a) lim p x
(c) lim y
x→0 x2
(e) lim x+y−2
x→0
y→0
x 2 + y2 y→0
x→1 x−y
y→1
xy2
(b) lim x2 xy
x→0 + y2
(d) lim x2 − y2
x→0 (f) lim xy + yz + xz
y→0 y→0 (x,y,z)→(0,0,0) x2 + y2 + z2

Sugestões: (d) Calcule o limite quando (x, y) está restrito à curva (parábola) dada por
equações x = t, y = t + at2 , sendo a uma constante real; (e) Calcule o limite quando (x, y)
está restrito a uma reta de coeficiente angular m, passando pelo ponto (1, 1).

7. Mostre que lim sen(x + y ) = 1, mas que não existe o limite lim sen(x + y ) .
2 2 2 2

x→0 x 2 + y2 x→0 2x2 + y2


y→0 y→0

2 2 2
8. Mostre que lim x y
2
x→0 x + y 4
= 0, mas que não existe o limite lim 2
xy
x→0 x + y4
.
y→0 y→0

Sugestão: Para o segundo limite, considere o caminho γa (t) = (x(t), y(t)) = (at2 , t), sendo a uma
constante real.

9. Determine o conjunto dos pontos em que f(x, y) é contı́nua, bem como os pontos em que f(x, y) é
descontı́nua.
 
 x + y se x 6= y e−1/(x
2 +y2 )
se (x, y) 6= (0, 0)
(a) f(x, y) = x−y (d) f(x, y) =
 0 se x = y
0 se (x, y) = (0, 0)
 
 sen(xy) se x 6= 0  3 2
 x +x y se (x, y) 6= (0, 0)
(b) f(x, y) = x (e) f(x, y) = x2 + y2
 

y se x = 0 1 se (x, y) = (0, 0)
 xy
 6 (0, 0)
se (x, y) =
(c) f(x, y) = |x| + |y|
 0 se (x, y) = (0, 0)

Respostas: (a) f(x, y) é descontı́nua somente nos pontos (x0 , y0 ) em que x0 = y0 ; estude o limite de
f(x, y) quando (x, y) → (x0 , x0 ) ao longo de retas, dividindo o estudo em dois casos: x0 = 0 e x0 6= 0;
(b) contı́nua em R2 ; (c) contı́nua em R2 ; (d) contı́nua em R2 ;
(e) descontı́nua somente em (0, 0).

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