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Ouvimos do Espírito, em Lucas 6.47, como deve ser a fé que nos assemelha a
Jesus: “Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica,
eu vos mostrarei a quem é semelhante.”.
Então, vejamos:
Paulo diz que as obras não nos salvam, somos salvos exclusivamente pela
graça de Deus (Ef 2.8,9). Mas Paulo também diz que “somos feitura dele,
criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10)!
Em sua carta a Tito, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos dá várias dicas
sobre a importância das boas obras na vida da Igreja:
Tt 2.14: “Povo… zeloso de boas obras”. Ser um povo zeloso nas boas obras
significa ser um povo intensamente dedicado, cuidadoso, diligente, prestativo
e sempre atento para poder servir aos outros.
O convite que Tiago faz as suas comunidades é muito claro e direto: Tornarem-se praticantes da palavra de Deus.
A carta de Tiago não se dirige a uma Igreja determinada e especial, mas ela vai ao encontro das “12 tribos da diáspora”. Em
outras palavras tratam-se de comunidades cristãs de origem judaicas espalhadas pelo Império Romano.
Por que Tiago transmite este ensinamento de Jesus para as Comunidades judaicas cristãs da diáspora?
Para entender a linha mestra do ensinamento e da Carta de Tiago devemos levar em conta estas observações:
- Os ensinamentos de Jesus na carta de Tiago são para as comunidades cristãs localizadas fora da
Palestina.
- Jesus não fala de si mesmo, mas convida os cristãos das comunidades a prática do amor ao próximo que
na carta Tiago chama-se de “lei régia”. Confirmada nos termos:
“A religião pura e sem mácula diante de Deus nosso Pai consiste nisto: em assistir os órfãos e as
viúvas em suas atribulações e em guardar-se livre da corrupção do mundo”. (Tiago 1,27) Bíblia de
Jerusalém.
Sabemos que os cristãos vindos do mundo grego, tinham na mente muito mais a teoria dos conceitos do
que a vida prática. O judaísmo levava as pessoas para prática da Lei e Tiago tinha que convidá-los a
colocar em prática os ensinamentos de Jesus (a nova Lei) e não serem apenas ouvintes ou que a doutrina
seria bonita.
- Ora essa omissão da prática do evangelho Tiago alerta os cristãos vindos do mundo grego-romano:
Quando ouvimos a palavra e não nos empenhamos na sua prática, vivemos um cristianismo de faixada. Podemos dominar
a palavra de ponta a ponta, saber onde está cada passagem, cada texto, recitar cada sílaba, mas, se estas palavras não tem
impactado e nem transformado a nossa vida, somos meramente teóricos e expressamos um conhecimento sem fé,
revelamos somente letra e não há a manifestação do Espírito.
Para Tiago quem estivesse agindo desta forma possuía uma fé morta, uma fé distante do verdadeiro
conhecimento de Deus. E isto não é fé, mas somente crença religiosa, pois não opera, não realiza e não
transforma, não serve para nada.
Concluindo:
Ser praticante da palavra, segundo o ensinamento de Jesus na carta de Tiago é: ler e ouvir com empenho
para que possamos amadurecer e transformarmos à semelhança de Jesus.