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Estudo sobre Tiago 1:22

A Palavra de Deus nos diz em Tg 1:22 “Tornai-vos, pois, praticantes da


palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.”

Ouvimos do Espírito, em Lucas 6.47, como deve ser a fé que nos assemelha a
Jesus: “Todo aquele que vem a mim, e ouve as minhas palavras, e as pratica,
eu vos mostrarei a quem é semelhante.”.

Então, vejamos:

“Vem a mim” – Significa estarmos sempre voltados para ele em resposta ao


amor de Deus (Jo 17.26; Ap 2.4; Fp 1.9)! Só conhecemos plenamente
quando temos a experiência de Jó: conhecer “por andar junto”, não apenas de
“ouvir falar”!

“Ouve as minhas palavras” – Ouvir é guardar, obedecer, seguir, dar


ouvidos (Ap 1.3; Jo 8.47; Jo 10.27; Jo 18.37; Rm 10.17; Cl 3.16).

“As pratica” – ouvir é praticar! Praticar não é aceitar, concordar, filosofar


sobre um assunto, mas torna-lo uma experiência pessoal.

Somos chamados a expressar nossa fé através da obediência à palavra de


Deus. (Mt 21.28-32; Lc 11.27,28; Tg 1.22, 25). Segundo Tiago, é impossível
falar de fé e não viver as obras; mais ainda: a fé que não se expressa em obras,
é morta (Tg 2.17, 26)!

Paulo diz que as obras não nos salvam, somos salvos exclusivamente pela
graça de Deus (Ef 2.8,9). Mas Paulo também diz que “somos feitura dele,
criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão
preparou para que andássemos nelas” (Ef 2.10)!

Em sua carta a Tito, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, nos dá várias dicas
sobre a importância das boas obras na vida da Igreja:

Tt 2.7: “Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras”. Cada um de nós


deve ser modelo de boas obras, as quais aqui são listadas como: discípulos
íntegros, reverentes, com linguajar sadio e irrepreensível; empregados
obedientes aos seus patrões e às autoridades; trabalhadores que satisfaçam
aos superiores, não sendo respondões; não sendo ladrões (de Deus também? –
Ml 3.8).

Tt 2.14: “Povo… zeloso de boas obras”. Ser um povo zeloso nas boas obras
significa ser um povo intensamente dedicado, cuidadoso, diligente, prestativo
e sempre atento para poder servir aos outros.

Tt 3.1: “… estejam prontos para toda boa obra”. Prontidão é o contrário


de omissão! É sairmos da zona de conforto, e nos expormos chamando a
responsabilidade para nós mesmos. É assumirmos o risco e o prejuízo; é
servirmos de fato e não ficarmos apenas comovidos com uma situação. É
orarmos, sim, mas com a disposição de nos envolvermos com a resposta!

Tt 3.8: “… sejam solícitos na prática de boas obras”. Ser solícito na


prática das boas obras é o mesmo que estar sempre sensível e cuidadosamente
atento e empenhado no servir. É perguntar ao outro, com sinceridade: “Em
que eu posso ser útil?”.

Tt 3.14: “… que aprendam também a distinguir-se nas boas obras…”.


Não devemos alardear nossas “boas obras”, mas devemos fazê-lo a tal ponto
que nos tornemos conhecidos como aqueles que se destacam por sua
dedicação às boas obras. Afinal, Jesus disse que seríamos conhecidos como
seus discípulos por causa do amor de uns para com os outros (Jo 13.35)!
Primeiro passo vamos conferir o texto o que nos diz: Tiago 1,22
“Tornai-vos praticantes da Palavra e não simples ouvintes, enganando-vos a vós mesmos.” (Tiago 1,22) Bíblia de Jerusalém

O convite que Tiago faz as suas comunidades é muito claro e direto: Tornarem-se praticantes da palavra de Deus.

Para quem é dirigida está carta?

A carta de Tiago não se dirige a uma Igreja determinada e especial, mas ela vai ao encontro das “12 tribos da diáspora”. Em
outras palavras tratam-se de comunidades cristãs de origem judaicas espalhadas pelo Império Romano.

Por que Tiago transmite este ensinamento de Jesus para as Comunidades judaicas cristãs da diáspora?

Para entender a linha mestra do ensinamento e da Carta de Tiago devemos levar em conta estas observações:

- Os ensinamentos de Jesus na carta de Tiago são para as comunidades cristãs localizadas fora da
Palestina.

- Jesus não fala de si mesmo, mas convida os cristãos das comunidades a prática do amor ao próximo que
na carta Tiago chama-se de “lei régia”. Confirmada nos termos:

“A religião pura e sem mácula diante de Deus nosso Pai consiste nisto: em assistir os órfãos e as
viúvas em suas atribulações e em guardar-se livre da corrupção do mundo”. (Tiago 1,27) Bíblia de
Jerusalém.

Sabemos que os cristãos vindos do mundo grego, tinham na mente muito mais a teoria dos conceitos do
que a vida prática. O judaísmo levava as pessoas para prática da Lei e Tiago tinha que convidá-los a
colocar em prática os ensinamentos de Jesus (a nova Lei) e não serem apenas ouvintes ou que a doutrina
seria bonita.
- Ora essa omissão da prática do evangelho Tiago alerta os cristãos vindos do mundo grego-romano:

Quando ouvimos a palavra e não nos empenhamos na sua prática, vivemos um cristianismo de faixada. Podemos dominar
a palavra de ponta a ponta, saber onde está cada passagem, cada texto, recitar cada sílaba, mas, se estas palavras não tem
impactado e nem transformado a nossa vida, somos meramente teóricos e expressamos um conhecimento sem fé,
revelamos somente letra e não há a manifestação do Espírito.

Para Tiago quem estivesse agindo desta forma possuía uma fé morta, uma fé distante do verdadeiro
conhecimento de Deus. E isto não é fé, mas somente crença religiosa, pois não opera, não realiza e não
transforma, não serve para nada.

Concluindo:

Ser praticante da palavra, segundo o ensinamento de Jesus na carta de Tiago é: ler e ouvir com empenho
para que possamos amadurecer e transformarmos à semelhança de Jesus.

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