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DESMISTIFICANDO A

CRIAÇÃO DE SLIDES
ACADÊMICOS:
O PASSO A PASSO

FRANCISCO DE ASSIS
DA COSTA SILVA
FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA SILVA
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DESMISTIFICANDO A ELABORAÇÃO
DE SLIDES ACADÊMICOS:
O PASSO A PASSO
Desmistificando a elaboração de slides acadêmicos: o passo a passo Desmistificando a
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Termos da licença: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR.

Capa: Adaptada da imagem original de Dorothe (2021).

Catalogação na fonte: Renata Santana CRB 15/689 - PB

S586d Silva, Francisco de Assis da Costa

Desmistificando a elaboração de slides acadêmicos: o passo a passo


[recurso eletrônico] / Francisco de Assis da Costa Silva – Patos - PB: Edição
do autor, 2020.

Dados eletrônicos (1 arquivo: 7,5 MB)

Livro eletrônico.
Inclui bibliografia.
ISBN e-book: 978-65-00-20959-4.

1. 1. Criação de slides. 2. Elaboração de slides. 3. Software de apresentação.


2. 4. Apresentação de slides. I. Título

CDD 004
CDU 004


Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/capa-do-livro-vintage-5954318/.
Com especial reconhecimento, externamos os nossos
agradecimentos a duas mulheres incríveis: Prof.ª Dra. e
advogada Sônia Correia Assis da Nóbrega e a universitária
recém-aprovada Maria Regina Costa da Silva. Duas gerações,
dois mundos, duas cabeças e duas histórias de vidas marcantes.
O que têm em comum: a mais pura essência da
representatividade feminina em sua mais nobre forma de ser.
Muito obrigado pela força, pelo incentivo, pela revisão, pelas
sugestões e por terem paciência nessa dura tarefa.
“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se
cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”
Leonardo Da Vinci.
8 INTRODUÇÃO
1 PROGRAMAS PARA CRIAÇÃO DE
11
SLIDES
12 1.1 PowerPoint
16 1.2 Impress
17 1.3 Apresentações Google
19 1.4 Keynote
20 1.5 Prezi
22 1.6 Outros programas
2 O PLANEJAMENTO E O TEMPO DE
23
APRESENTAÇÃO
25 2.1 O tempo de apresentação
27 2.2 Ensaiar é fundamental
30 3 O SLIDE MESTRE
34 3.1 Plano de fundo (Background)
36 3.1.1 Plano de fundo claro
39 3.1.2 Plano de fundo escuro
40 3.1.3 Plano de fundo com texturas
41 3.1.4 Plano de fundo com marca d´água
42 3.2 Estilo de fonte
44 3.3 Numeração automática de slides
50 4 O SLIDE DE APRESENTAÇÃO
52 4.1 Algumas observações relevantes
55 5 O ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO
60 5.1 Algumas observações relevantes
63 6 ESTRUTURANDO A APRESENTAÇÃO
63 6.1 O título do slide
65 6.2 O uso de textos nos slides
65 6.2.1 Slides com muito texto
67 6.2.2 Disposição de texto em tópicos e subtópicos
70 6.2.3 Slides apenas com palavras-chave
71 6.2.4 Quantidade de palavras por linha e linhas por slide
72 6.2.5 Tamanho da fonte
74 6.2.6 Pontuação
75 6.2.7 Espaçamento
77 6.2.8 Alinhamento
79 6.2.9 Destacar palavras ou textos
79 6.3 Ilustrações e tabelas
83 6.3.1 Imagens
88 6.3.2 Gráficos x Tabelas
90 6.4 Animações
96 6.5 Transição de slides
97 6.6 Vídeos e áudios
99 6.7 Citações
102 6.8 Referências
103 6.9 Erros de digitação, ortográficos e gramaticais
103 6.10 Obrigado!
109 7 RECOMENDAÇÕES GERAIS
114 REFERÊNCIAS
117 Slides de referência
Com a tecnologia disseminando-se mais e mais na área educacional, é de se
esperar que o uso de software de apresentação para a criação e apresentação de
trabalhos acadêmicos dos mais diversos tipos seja uma atividade frequente e intensiva.
Esse tipo de programa torna essas ações mais simples, eficientes e agradáveis. É um
processo irreversível e parece que estamos cada dia mais dependentes dessa situação.
Os programas de apresentação oferecem cada vez mais recursos interessantes,
atrativos e sofisticados para trabalhar com slides. E, diante de tantas possibilidades,
vemo-nos gradativamente aguçados e interessados em utilizá-los. Desse modo,
tornaram-se extremamente úteis e relevantes desde o ensino fundamental até o ensino
superior em todos os níveis de formação acadêmica. Isso sem enumerar o uso em
outras áreas como no mundo corporativo. Tudo isso ratifica a importância desse tipo
de software no tocante à criação e elaboração de apresentações de modo geral.
No âmbito universitário, as aulas, os seminários, as palestras, as reuniões
técnicas, os workshops, as defesas de trabalhos de conclusão de curso, de dissertações
de mestrado e de teses de doutorado são atividades que utilizam softwares de
apresentação. Dessa maneira, podemos classificá-las em duas categorias: as que são ou
as que não são partes de um sistema de avaliação. As apresentações preparadas pelo
professor para as atividades em sala de aula, assim como as voltadas para palestras e
workshops, por exemplo, não são passíveis de um procedimento avaliativo. Portanto,
geralmente os autores têm uma maior flexibilidade para estruturar a apresentação e,
muitas vezes, não são consideradas de boa qualidade, já que, por algumas razões, não
foi possível criar uma apresentação convincente, seja por falta de tempo, de um bom
domínio da ferramenta que se utilizou ou mesmo por falta de conhecimento de como
elaborar uma apresentação aprazível.

8
Em contrapartida, existem as apresentações consideradas mais formais, tais
como as desenvolvidas para as defesas de trabalhos de conclusão de curso,
dissertações de mestrado e teses de doutorado. Em comum, todas têm a característica
de serem integrantes de um processo avaliativo. Para mais, existe todo um
procedimento envolvido e requer uma maior preocupação na estruturação da
exposição. Ainda que os dois tipos de apresentações especificados tenham muito em
comum estruturalmente, a essência, as preocupações e os objetivos são bem diferentes.
Um dos grandes entraves em todo esse processo de criação de slides é porque
diferentemente da parte escrita dos trabalhos acadêmicos que são normatizados
através da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), não existe nenhuma
norma que rege a elaboração das apresentações.
Independentemente de não existir nenhuma normativa definida para as
apresentações, há consenso geral e predomina também o bom senso sobre
determinadas situações. Mas a verdade é que, embora tão frequente e essencial no
entorno acadêmico, percebe-se uma grande dificuldade dos discentes tanto no
manuseio dos programas como na elaboração e criação dos slides. Ademais, parece
existir uma certa resistência sobre esse contexto, o que é de se estranhar, considerando
essa necessidade ao longo da vida acadêmica, bem como até mesmo da profissional.
Em princípio, a preparação de slides parece uma tarefa difícil ou complicada,
sobretudo para quem não tem conhecimento e domínio sobre os softwares de
apresentação. É uma tarefa desafiadora e como qualquer outra atividade, exige-se
compromisso e dedicação.
A preparação dessa obra faz parte das observações sentidas na prática docente
ao longo de muitos anos de atividades nas disciplinas de Informática e Pesquisa
Aplicada. O contato com os discentes trouxe à tona uma realidade evidente de
dificuldade em todo esse contexto de trabalhar com slides. Soma-se a essa constatação
a resistência de aprender e trabalhar com os programas de apresentação, embora a
tecnologia esteja tão correntemente inserida em seus universos. A partir daí, então,
surgiu a necessidade e a ideia de elaborar um material que ajudasse e abordasse essas
questões, bem como servisse de orientação.
O principal objetivo desse livro é, por conseguinte, apresentar, compartilhar e
divulgar uma série de dicas, orientações, estratégias e observações consideradas
extremamente úteis e que vão ajudar no trabalho de elaboração, criação e apresentação
de slides. É uma espécie de guia que serve de base e orientação em todo esse processo.
A ideia é auxiliar e direcionar o discente para que toda essa atividade se torne uma
tarefa interessante, eficaz, agradável e também menos complexa e estressante. E o
resultado final pode fazer uma significativa diferença por toda a extensão do ciclo
9
acadêmico. Essa produção está pensada inicialmente para os alunos de graduação,
mas, seguramente, também servirá de alguma forma para os outros níveis, seja do
ensino não universitário ou até mesmo para os de pós-graduação.
Esperamos imensamente com esse trabalho, colaborar para que se possam
produzir slides cada vez melhores e eficientes. Além do mais, que o processo de
preparação, criação e apresentação de slides se torne uma experiência menos
traumática e mais aprazível, assertiva e objetiva na trajetória universitária. Sem mais
delongas, esperamos que desfrute desse livro e tenha muito êxito nas próximas
aventuras pelo peculiar mundo das apresentações.

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Uma pergunta recorrente sobre o tema das apresentações é: Qual o melhor
programa para preparar uma apresentação? Não entraremos no mérito dessa questão,
pois isso é extremamente complexo. Há muitas controvérsias e questionamentos
quando se compararam determinados softwares. Dessa maneira, mereceria um
capítulo à parte para se discutir. A ideia aqui não é determinar o melhor, mas divulgar
alguns dos mais populares e utilizados aplicativos voltados para a área de
apresentação disponíveis no mercado de software e outros ainda um pouco
desconhecidos.
Destarte, estaremos fugindo de clichês dominantes sobre esse tema, que
prevalecem e induzem a pensar que somente existe o clássico e longevo programa da
Microsoft, o PowerPoint, como software de apresentação. Quando pensamos em
preparar uma apresentação, naturalmente nos vem à cabeça o nome PowerPoint,
mesmo para aqueles que não conhecem ou sabem manuseá-lo. Esse domínio ou quase
senso comum pela opção PowerPoint é consequência direta de que a grande e absoluta
maioria de usuários teve acesso ao entorno computacional através dos produtos da
empresa Microsoft, líder mundial na produção de software.
Não adentraremos em detalhes sobre vantagens e desvantagens, prós e contras
ou ensinaremos a usar qualquer programa. O propósito é propagandear alguns outros
conhecidos softwares e apontar algumas de suas características. Assim sendo, os
usuários de computadores saberão que há outras alternativas, alguns também de
excelente qualidade para prepararem uma exposição. Podem ser aplicativos mais
simples ou complexos; tradicionais que requerem instalação no computador ou apenas
disponíveis on-line, ou seja, sem necessidade de baixar e instalar no computador;
gratuitos ou que exigem algum tipo de pagamento para poder usá-los. Encontramos
disponíveis no mercado de software uma variedade de programas que atendem aos

11
mais diversos tipos de usuários e necessidades e com uma vasta gama de material
sobre esses softwares disponível na Internet.
Uma observação procedente que fazemos é que no momento da necessidade de
iniciar uma preparação, o programa mais indicado é aquele que o usuário possui mais
familiaridade com a ferramenta. Não adianta de última hora sair migrando ou se
encucando com comentários de que o melhor seria aquele ou outro programa. O ideal
é usar o que dispõe, o que ofereça algumas funcionalidades e que atenda, de alguma
forma, às suas necessidades para elaborar a apresentação. Mas se a questão é que
carece preparar uma super ultra exposição, então a coisa ganha outra dimensão e
prepare o bolso.
Mas se futuramente decidir se aventurar e conhecer mais sobre esse mercado,
seja bem-vindo a um seleto e interessante mundo na área de softwares de
apresentação. E a Internet está à sua inteira disposição para ser navegada e explorada
sobre o tema. Um detalhe considerável é que antes de decidir migrar totalmente para
um determinado software, lembre-se de que isso demandará tempo para aprender a
trabalhar com o programa e paciência para se situar na nova aplicação. Encontramos
muito material disponível na Internet para consulta. No início, é normal se questionar
se valerá a pena. Com o tempo, descobrirá que tudo foi somente uma questão de
adaptação, até porque as novas versões de programas são sempre pensadas para
tornar as ferramentas mais fáceis e interativas.

1.1 PowerPoint

O mais popular, conhecido e utilizado software de apresentação é, sem


nenhuma dúvida, o PowerPoint. Trata-se de uma das aplicações do pacote Office, que
é uma suíte de aplicativos de escritório da empresa Microsoft.
O programa é considerado um dos mais completos no mercado de software de
apresentação. Além de muito afamado, de fato, é uma excelente opção na hora de
preparar uma apresentação. Exibe uma interface interativa bastante intuitiva e um
leque de recursos muito interessantes para a criação de apresentações sofisticadas e
elaboradas.
Para computadores pessoais, a última versão do PowerPoint foi lançada através
do pacote Office 2019 e está disponível tanto para o ambiente Windows da Microsoft
como para o macOS da Apple.

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Figura 1 – Tela principal do Microsoft PowerPoint 2016.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

Um detalhe super importante e, muitas vezes desconhecido do grande público,


é que esse pacote de software é um software proprietário. Esse tipo de software tem a
característica de que o usuário geralmente tem de pagar por uma licença de uso para
poder instalá-lo e utilizá-lo em seu computador, pelo menos em vias normais e legais.
Além disso, esse tipo de software, também chamado de software não livre, é aquele
que “seu uso, redistribuição ou modificação é proibido, ou requer que você peça
permissão, ou é restrito de tal forma que você não possa efetivamente fazê-lo
livremente.” (FSF, 2019, on-line).
Ademais, o custo pago pela licença, muitas vezes, é caro para o grande público
e por isso este tipo de software geralmente é objeto de «cópia não autorizada de
software1» ou mais comumente chamada de pirataria de software. A utilização de
cópias não autorizadas de software é um fenômeno mundial que afeta tanto os países
pobres quanto os das regiões mais ricas do planeta.

1
Usamos a expressão «cópia não autorizada de software» em concordância com a sugestão de Stallman (2004),
que recomenda usar expressões neutras como "cópia proibida" ou "cópia não autorizada" de software ao invés
de pirataria, se acha que a cópia ilegal não é o mesmo que sequestrar e assassinar.

13
Portanto, se tem esse programa instalado em seu computador e não pagou pela
licença de uso, está usando uma cópia não autorizada de software e, sendo assim, está
infringindo a lei. Moral da história: é um fora da Lei.
Ademais dessa forma tradicional, o programa é vendido como parte integrante
do Microsoft 3652, antigo Office 365, que é uma versão on-line por assinatura do
conjunto de aplicativos do Microsoft Office. Em outras palavras, também tem de pagar
para utilizar essa modalidade. Nesse caso, está disponível para ser usado tanto em
computadores pessoais quanto em dispositivos móveis, smartphones ou tablets, com
sistemas Windows, macOS, iOS e Android. Um comparativo entre essas duas versões
do Microsoft Office, a tradicional e a on-line, pode ser encontrado no próprio site da
empresa Microsoft3.
Mas se não deseja ou não está em condições de pagar pelo uso de uma licença
de software tampouco por um serviço de assinatura, a Microsoft oferece uma versão
gratuita do Office, o Office Online, que pode ser acessada nos computadores pessoais
por um navegador da Web. A única exigência é que para se ter acesso, o usuário tem
de possuir ou criar uma conta do serviço de e-mail da Microsoft, por exemplo,
@outlook ou @hotmail. Para usuários de dispositivos móveis, há a versão gratuita
denominada Office Mobile, a qual está disponível para ambientes iOS e Android.
Evidentemente, essas versões on-line, embora muito similares às outras, não
propiciam ao usuário todos os recursos existentes nas versões pagas, que são
completas. Ainda assim, são recursos suficientes para a preparação de determinadas
apresentações. Mas deixando claro, para não criar falsas expectativas, dependendo da
necessidade, menos elaboradas e sofisticadas.

2
Mais informações em: https://www.microsoft.com/pt-br/microsoft-365/what-is-microsoft-365.
3
Mais informações em: https://support.microsoft.com/pt-br/office/qual-%c3%a9-a-diferen%c3%a7a-entre-o-
microsoft-365-e-o-office-2019-ed447ebf-6060-46f9-9e90-a239bd27eb96?ui=pt-br&rs=pt-br&ad=br.

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Figura 2 – Tela principal do Microsoft PowerPoint on-line.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint on-line.

Frente ao exposto, quiçá a pergunta que não queira calar: vale a pena pagar pelo
pacote Office da Microsoft? Vai depender, incontestavelmente, de uma série de
considerações, mas será o seu bolso que lhe melhor responderá essa questão. Por outro
lado, se é daqueles que usam uma cópia não autorizada de software, a questão passa
a ser: continuará usando esse tipo de cópia de software e sendo um fora da Lei?
Evidentemente que esperamos que não!
Uma curiosidade intrigante é que existe outro produto on-line da Microsoft
destinado à categoria de programas de apresentação de slides, o Microsoft Sway4.
Ainda desconhecido do grande público, também integra a família de produtos do
Office. É bastante similar ao PowerPoint.

4
Mais informações em: https://sway.office.com/.

15
1.2 Impress

Outro programa bastante usado na área de software de apresentação em


computadores pessoais é o Impress, que integra o pacote de aplicações LibreOffice 5.
Esse pacote é software livre e distribuído gratuitamente, através do site do projeto.

Figura 3 – Tela principal do Impress.

Fonte: Captura de tela do Impress.

Um software, para ser considerado livre, deve ser distribuído de tal modo que
o usuário tenha a liberdade de instalá-lo, utilizá-lo, copiá-lo, estudá-lo, modificá-lo,
adaptá-lo, aperfeiçoá-lo e redistribuí-lo com ou sem modificações, cobrando ou
gratuitamente. Também é requisito obrigatório que o código fonte do programa esteja
disponível (STALLMAN, 2004). Os programas livres, normalmente, são distribuídos
gratuitamente e, por conseguinte, ao contrário dos proprietários, não exigem o
pagamento de uma licença de uso de software.
A importância desses programas reside, sobretudo, em romper o monopólio
que tinha o software não livre, especialmente o proprietário, em determinadas áreas

5
Mais informações em: https://pt-br.libreoffice.org/.

16
consideradas estratégicas para a disseminação das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC).
O Impress apresenta uma interface amigável, simples e conhecida do grande
público, especialmente para os usuários que já trabalharam com o PowerPoint em
versões anteriores. É considerado uma das melhores alternativas frente ao PowerPoint.
Pense nisso antes de usar cópias não autorizadas de software. Um detalhe importante
sobre o pacote LibreOffice é que existem versões desse conjunto de aplicações para
plataformas Linux, Windows e macOS.

1.3 Apresentações Google

O Apresentações Google6, mais conhecido como Google Slides, é um programa


on-line da empresa Google destinado à apresentação de slides. Ao longo dos anos, tem
se tornado cada vez mais popular entre os usuários de computadores e dispositivos
móveis.

Figura 4 – Tela principal do Apresentações Google.

Fonte: Captura de tela do Apresentações Google.

6
Mais informações em: https://www.google.com/intl/pt-BR/slides/about.

17
Para uso individual, o programa é completamente gratuito e a única exigência
para se ter acesso à ferramenta é que se tenha uma conta eletrônica do Google. Além
dessa opção, o programa também compõe o conjunto de produtos que formam o
Google Workspace, anteriormente conhecido como G Suite, que é um pacote de
serviços da empresa Google à disposição do mundo empresarial. Nesse caso,
necessita-se adquirir um plano de assinatura mensal para ter acesso a todos os
serviços. Naturalmente, como ocorrem com outros softwares, existem diferenças,
embora não sejam tão significativas, entre as duas versões do programa. Encontram-
se funcionalidades adicionais à versão paga, sobretudo relacionadas à integração de
serviços entre as aplicações que compõe o Google Workspace.
O programa pode ser acessado em computadores pessoais com sistemas
Windows, macOS ou Chrome OS e acesso à Internet através dos mais conhecidos e
usados navegadores web: Google Chrome, Mozilla Firefox, Microsoft Edge, Safari,
entre outros. Também pode ser utilizado em dispositivos móveis com sistemas
Android e iOS. Em tal caso, basta fazer o download gratuitamente do aplicativo.
A interface do programa, do mesmo modo que as funcionalidades, são muito
semelhantes às do PowerPoint, conforme se pode ver na imagem Figura 3,
anteriormente exposta. E é justamente nesse ponto que a familiaridade com o
programa da Microsoft contribui para a aceitação e consolidação desse software. O
programa vem cada vez mais ganhando espaço no mundo das apresentações,
considerando a praticidade de toda ferramenta on-line, que pode ser operada desde
qualquer lugar. Além disso, é considerado interessante e articulado, sobretudo no
aspecto de trabalho colaborativo. De outro ponto de vista, o PowerPoint, nas versões
pagas, é considerado mais completo e oferece mais recursos que facilitam a criação de
apresentações mais elaboradas e sofisticadas.
As semelhanças entre os dois programas, Apresentações Google e PowerPoint,
na versão on-line, são evidentes e isso só reforça a contenda para abocanhar um
importante, crescente e essencial nicho do mercado tecnológico, que atinge desde o
usuário convencional até o empresarial. Como pudemos observar, essa disputa
Microsoft PowerPoint X Google Apresentações é recheada de detalhes e promete cada
vez mais uma competição frenética e acirrada entre dois gigantes da tecnologia
mundial. E quem sai ganhando com isso somos nós, usuários, que acabamos tendo
serviços de qualidade gratuitamente. No entanto, esta qualidade gratuita seja muito
relativa, considerando uma série de aspectos que existem por trás de toda essa
benevolência. Como isso, não é objeto de discussão, pelo menos nesse momento,
paramos por aqui e que faça uso da melhor forma possível de todos esses serviços.

18
1.4 Keynote

Outra ferramenta disponível no mercado para trabalhar com slides é o Keynote


da Apple. O programa integra o conjunto de aplicativos do iWork da empresa.
Indubitavelmente, é uma alternativa aos programas do Microsoft Office.

Figura 5 – Tela principal do Keynote on-line.

Fonte: Captura de tela do Keynote on-line.

Esse programa é distribuído gratuitamente em todos os computadores pessoais


e dispositivos móveis da linha Apple. Também pode ser acessado on-line7, bastando
para isso ter uma conta Apple (ID Apple). Em tal caso, segundo o próprio site de
suporte da Apple8, os sistemas operacionais compatíveis para acessar o programa são:
OS X 10.9 ou posterior e Windows 7 ou posterior. Quanto aos navegadores
compatíveis, são: Safari 9.1.3 ou posterior no sistema macOS, Google Chrome nos
sistemas macOS ou Windows e Microsoft Edge no ambiente Windows. E ainda
adverte: talvez não funcione com outros navegadores.
A versão on-line do programa oferece menos recursos que a outra versão
disponibilizada para os sistemas da Apple. Contudo, de maneira geral, é considerado

7
Mais informações em: https://www.icloud.com/keynote.
8
Mais informações em: https://support.apple.com/pt-br/HT201484.

19
um bom programa, possui uma interface elaborada e intuitiva e oferece recursos
importantes na hora de criar slides.
Esse programa ainda é desconhecido do grande público de usuários de
computadores pessoais porque durante anos esteve apenas, exclusivamente,
disponível para computadores com sistema macOS e para dispositivos móveis com
sistema iOS, ambos sistemas operacionais desenvolvidos pela Apple. À vista disso,
acabou sendo usado unicamente por um grupo seleto de usuários de produtos da
Apple.

1.5 Prezi

Outra opção para a criação de slides disponível no mercado de software é o


Prezi9 da Empresa de mesmo nome Prezi Inc. Trata-se também de um programa on-
line para a criação e o trabalho com slides, mas com a característica de que pode ser
usado igualmente sem Internet, ou seja, off-line. É um programa que tem se tornado
gradativamente mais conhecido, pois é muito utilizado em palestras e conferências.

Figura 6 – Tela do Prezi.

Fonte: Captura de tela do Prezi.

9
Mais informações em: www.prezi.com.

20
O acesso ao software se dá através de um cadastro que o usuário pode efetivar
no próprio site do programa. Existe tanto a versão gratuita como a paga.
Notoriamente, esta oferece outros recursos além dos que já existem na versão gratuita.
Em ambas as versões, o acesso é feito diretamente no site, usando computadores
pessoais com sistemas Windows e macOS através de qualquer um dos navegadores
web mais populares, pois o programa é compatível com a maioria deles. Há também
versão para dispositivos móveis com sistemas Android e iOS.
É uma interessante opção frente aos outros softwares de apresentação
anteriormente expostos, considerando que apresenta uma interface gráfica, estrutura
e metodologia de trabalho diferentes desses programas, que são em geral muito
parecidos. Uma das características marcantes do Prezi é a possibilidade de preparar
apresentações não lineares.

O PowerPoint funciona de forma linear, ou seja, o usuário cria sua


apresentação slide após slide. Cada slide tem um lugar fixo e não é
possível ver o todo de sua ideia. Temos, portanto, de forma
metaforizada, uma ideia de sucessão de fatos, mas não
necessariamente de interligação dos mesmos. Claro que sabemos que
essas interligações podem ser feitas por quem é responsável pelo
processo formativo, [...]. Já as apresentações não lineares do Prezi
permitem que o docente interligue as ideias em sua apresentação,
mostrando o quadro geral e focando em pontos específicos. Além
disso, é possível mudar completamente a ordem, de acordo com a
reação e/ou participação das pessoas envolvidas no momento da
interação. Portanto, o PowerPoint e o Prezi possuem níveis diferentes
e graduados de interação (D’ÁGUA; SILVA, 2016, p. 162).

Outro interessante recurso do programa é a possibilidade de permitir a


execução de zoom sobre imagens ou textos. Dessa forma, pode-se aproximar ou afastar
o elemento selecionado, evidenciando assim aspectos relevantes que se deseja
enfatizar de forma mais consistente. Essa funcionalidade tornou-se tão destacável que
a Microsoft decidiu incorporar a partir de 2016 esse recurso no PowerPoint.

21
1.6 Outros programas

Se pensa que a lista é só isso, está muito enganado. Existem inúmeros


aplicativos disponíveis no mercado para a elaboração de slides. A ideia não é ser
exaustivo, mas apresentar rapidamente alguns desses programas. Sem entrar em
detalhes, listamos a seguir outras ferramentas capazes de proporcionar um agradável
e interessante trabalho na preparação de slides. Maiores informações sobre esses
softwares podem ser encontradas na Internet, particularmente nos sites oficiais.
Outros conhecidos, em ordem alfabética, são: Adobe Spark, authorSTREAM,
Canva, CustomShow, Deckset, Emaze, FlowVella, Focuoftwaressky, Genially
(também conhecido como Genial.ly), Haiku Deck, WPS Office, Knovio, Ludus,
Piktochart, PowToon, PresentiaFX, RawShorts, Slidebean, SlideDog, SlideRocket,
Slides, Swipe, Visme, WPS Presentation e Zoho Show.

22
Uma boa apresentação começa necessariamente com um bom planejamento da
configuração dos slides. Nessa etapa, é sumamente pertinente estruturar e esboçar os
tópicos que serão abordados. Para isso, obviamente, o trabalho acadêmico - o Trabalho
de Conclusão de Curso (TCC), a dissertação de mestrado, a tese de doutorado ou
mesmo o conteúdo de um artigo ou seminário - servirá de base para a preparação do
material a ser apresentado. Essa etapa é de vital importância para uma apresentação
de sucesso. Essa preocupação é ainda maior quando relacionada a uma avaliação para
um processo seletivo, por exemplo, para o cargo de professor.
Nessa fase, começam-se a definir, selecionar, priorizar, organizar e roteirizar as
informações imprescindíveis e interessantes para a apresentação. Desse modo, evita
desorientar-se na distribuição das informações nos slides. Ao enfatizar e se concentrar
em determinados assuntos, corre-se o risco de não sobrar mais espaço para outros;
alguns, inclusive, mais atrativos para o contexto da apresentação. Obviamente, uma
considerável parte do conteúdo do trabalho acadêmico não comporá os slides, pois o
objetivo de uma apresentação não é reproduzir todos os tópicos do trabalho
acadêmico, mas sim sintetizá-los e destacar os aspectos mais significativos para
compreender e reforçar o interesse pela temática. Por isso, é comum, por exemplo,
perceber em determinadas apresentações que o autor procura deter-se mais nos
resultados e na conclusão.
A disposição e a relação e conexão entre as informações, fortalecendo uma linha
de raciocínio, são fundamentais para que se tenha uma apresentação clara e objetiva
sobre o que se deseja realmente transmitir. O cuidado aqui é não sair copiando e
colando partes do conteúdo do trabalho acadêmico e embaralhar-se totalmente num
amontoado de informações não essenciais, que acabam poluindo e dificultando na

23
hora da apresentação. Portanto, evite o excesso e, sobretudo, a embromação.
Geralmente não funciona. O segredo, então, é ser prático e sem rodeios.
Ao contrário do que se faz e pensa, destinar um tempo para a estruturação,
organização e preparação de slides acaba sendo uma fase importante e crucial para o
sucesso de uma apresentação. Costumo comentar com os alunos que o estresse que se
passa por deixar para preparar a apresentação de última hora não compensa o tempo
desperdiçado ao de não se dedicar à elaboração dos slides.
Apresentamos a seguir um diagrama com um passo a passo para ajudar na
organização de uma apresentação. Embora apresente alguns pontos que achamos não
necessários e em linhas gerais não recomendamos, como a elaboração de slides com as
referências, é uma ótima orientação no planejamento da exposição.

Figura 7 – Diagrama para a estruturação de uma apresentação.

Fonte: REATEGUI, 2020, p. 122.

24
Para exemplificar essa preocupação com a organização dos slides,
reproduzimos parte de uma matéria publicada na revista Superinteressante
relacionada a esse tema.

Flórida, 2003. Após dois anos de problemas e adiamentos, o ônibus


espacial Columbia finalmente é lançado com sucesso. Exceto por um
detalhe quase imperceptível. Durante o lançamento, um pequeno
pedaço de espuma se solta e acerta a asa esquerda do ônibus espacial.
Preocupada, a Nasa monta um esquema de emergência para decidir
rapidamente o que fazer. Os engenheiros estudam profundamente o
caso, trocam centenas de e-mails e produzem um relatório a respeito.
São 3 arquivos de PowerPoint, com as piores características que uma
apresentação pode ter. Em vez de um texto lógico e ordenado, com
começo, meio e fim, as ideias são picotadas num labirinto de bullets,
gráficos e setinhas – cada slide tem nada menos do que 6 níveis de
tópicos e subtópicos. As informações importantes (provas de que o
Columbia corre perigo) estão lá, mas organizadas de forma
contraditória. Como não conseguem chegar a uma conclusão, os
diretores da Nasa resolvem não fazer nada. Doze dias depois, o ônibus
espacial se desintegra ao entrar na atmosfera terrestre, matando os 7
astronautas a bordo. A comissão formada para investigar o caso
aponta 3 causas para a tragédia. Danos na asa do Columbia, erros da
Nasa e as benditas apresentações – isso porque, para fazer as ideias
caber nos slides, os engenheiros usaram abreviações que mudaram
ou enfraqueceram o sentido de algumas informações. “O uso
endêmico do PowerPoint ilustra bem os problemas de comunicação
da Nasa”, concluiu a investigação do governo dos EUA.
(GARATTONI, 2009, p. 68, grifo nosso).

2.1 O tempo de apresentação

Ao final do planejamento, o autor terá uma ideia aproximada de quantos slides


necessitará para a apresentação do conteúdo do seu trabalho. A partir desse ponto, é
começar a elaborá-los. Mas a dúvida sempre recai sobre a seguinte indagação: Precisa-
se de quantos slides para a apresentação? Isso, depende, consideravelmente, do tempo
que o autor terá para apresentá-los. Essa situação depende do tipo de trabalho
acadêmico que será objeto da apresentação e pode, inclusive, variar de instituição para
instituição. Portanto, outra questão chave em todo esse processo é o tempo que será
disponibilizado para a apresentação.

25
O item tempo é, de fato, um importante elemento de preocupação e atenção.
Sem embargo, infelizmente, não existe uma regra a ser seguida que funcione para
todas as situações. Não existe um número ideal de slides a ser elaborados para uma
determinada quantidade de tempo. Tudo depende do que se pretende expor e como
foram organizados os slides. Assim sendo, a observação que fazemos é que é relevante
que se tente cumprir o tempo estabelecido e previamente informado para a
apresentação. Não se deve extrapolá-lo, mas tampouco negligenciar e utilizá-lo
indevidamente. A ideia é aproveitá-lo suficientemente bem para consolidar a
apresentação.
Para a relação tempo/slide, encontramos na Internet uma tendência que
recomenda a famosa regrinha de que, para cada slide, destina-se, em média, um
minuto de apresentação. Há quem sugira uma relação entre 1 a 2 minutos por slide e
até mesmo uma média de 3 minutos/slide. De fato, “uma preocupação frequente é
definir quantos slides colocar na sua apresentação. Esse número depende da fluência
e do modo que o apresentador os utiliza. Uma média inicial é prever um slide por
minuto, desde que os slides ilustrem conceitos e não contenham longos textos.”
(ROMANI; TRAINA, 2009, p. 31). Mas, como comentado no parágrafo anterior, isso
não é preceito. Ao longo de oito anos atuando na disciplina Pesquisa Aplicada,
pudemos observar que, para a defesa de projeto de monografia em que os alunos
dispõem de 20 minutos para apresentá-lo, tivemos alunos que apresentaram de 10 a
35 slides. Não entraremos aqui no mérito das apresentações, mas de qualquer forma,
em ambos os casos, as apresentações foram convincentes.
À vista disso, o tempo de apresentação é informado para que se possa organizar
e evitar justamente que se perca na quantidade de slides a ser preparado. Assim sendo,
evitam-se apresentações que em determinado momento sentimos uma sensação de
maratona, que tem de acabar o mais rápido possível, ou de marcha fúnebre, pois
precisa-se aproveitar ao máximo esses últimos momentos. Tudo isso torna a
apresentação cansativa, monótona e desinteressante. Esse tempo está determinado nas
regras de funcionamento dos mais diversos cursos e instituições de ensino superior. O
tempo médio, por exemplo, destinado a uma exposição de TCC é de aproximadamente
20 minutos. Já para o mestrado, é em torno de 30 a 40 minutos e para o doutorado, ao
redor de 40 a 50 minutos. O que acontece se ultrapassar o tempo? Isso dependerá da
banca e da situação. Dessa maneira, recomendamos que isso não ocorra. Evite
apresentações longas, que, naturalmente, podem se tornar entediantes.
Efetivamente,

26
É necessário adequar a apresentação para aproveitar bem os recursos
e programar-se para cumprir o tempo corretamente. Descumprir o
limite de tempo pode comprometer a apresentação, que pode ter que
ser interrompida ou finalizada atropeladamente. É obrigação do
apresentador se organizar para cumprir o tempo determinado, seja ele
de 5, 10, 60 minutos ou mais, uma vez que a audiência também se
planeja para assisti-la no tempo planejado. (ROMANI; TRAINA, 2009,
p. 27).

É considerável ressaltar que o fator tempo que estamos comentando em todo


momento está diretamente relacionado tão somente ao de exposição do trabalho. Não
confundir, por exemplo, com o tempo destinado às indagações, aos questionamentos,
às discussões ou aos debates em outras situações tal como o concedido para que se
responda às inquirições dos membros de uma banca de defesa de um trabalho
acadêmico.

2.2 Ensaiar é fundamental

Finalizada a etapa de elaboração dos slides, inicia-se a fase de atenção com a


apresentação oral em si. Além de averiguar o tempo realmente necessário para fazer a
apresentação, os ensaios servem como termômetro para sondar as possíveis dúvidas e
erros, estudar e revisar os pontos mais relevantes e que necessitam ser melhor
explorados e adquirir confiança, tranquilidade e domínio do conteúdo a ser explanado.
Sem embrago, independentemente do tempo disponibilizado para a apresentação dos
slides, a recomendação mais legítima é ensaiar, ensaiar, ensaiar e ensaiar para o ato da
exposição. Uma recomendação infalível: jamais tente decorar a sua apresentação,
afinal de contas não se está fazendo um teste para um canal televisivo.
Inegavelmente,

o mais importante para se saber se a apresentação ocupará o tempo


que lhe foi dado é ensaiá-la. Ou seja, apresente antes para você mesmo,
mas falando em voz alta e de preferência com um espelho à sua frente.
Não adianta mentalizar a fala, pois isso nos engana com relação ao
tempo, dicção e postura.
Infelizmente, é muito comum as pessoas acharem que para se
prepararem para uma apresentação basta olhar a sequência e imaginar
o que falar. Essa abordagem leva a se errar ao medir o tempo e muitas

27
vezes também a se perder no que falar. (ROMANI; TRAINA, 2009, p.
31).

O que geralmente se esquece ou sente dificuldade no ensaio, existe


naturalmente uma grande possibilidade de também acontecer na apresentação. E,
diante disso, só mesmo a ajuda divina. Por conseguinte, atravanca-se a exposição,
serve-se de famosos vícios de linguagem e fica-se com a famosa cara do «ééééééé» ou
«aí, aí, aí». E aí?
Esse também é o momento dos últimos ajustes na apresentação, já que,
diferentemente da parte escrita do trabalho, os slides não são submetidos previamente
aos membros da banca. Também é a oportunidade de testar e sentir a apresentação,
verificar se os recursos usados estão funcionando e detectar possíveis dificuldades que
poderão surgir no ato da apresentação. Assim como os slides devem estar impecáveis
na hora da exposição, a apresentação deverá ser extremamente convincente. E isso se
consegue com muito, mas muito ensaio. Aqui vale a máxima da expressão popular: «a
pressa é inimiga da perfeição», assim como também o improviso. Vivem em eterna
crise e nunca se acertam. A prática, por sua vez, tem uma relação muito estreita e
amorosa, quase conjugal, com a perfeição.
O processo de ensaio, muitas vezes, é cansativo e monótono, mas deve
acontecer. Comece lendo a sua apresentação. Em seguida, passe a fazer ensaios, vários,
sozinho. Em seguida, se conseguir, obviamente, busque algum membro da família ou
amigo para assistir a uma demonstração. Outra opção bastante utilizada hoje em dia,
fruto do desenfreado avanço tecnológico cada vez mais presente em nossas vidas, é
gravar os ensaios. E, nesse caso, prepare-se para talvez se assustar com o que está
prestes a assistir. Mas não desista, pois conseguirá!
É significativo tentar encontrar e ajustar em todos esses ensaios um tempo
médio de apresentação quase ou similar ao disponibilizado para a apresentação. Mas
lembre-se de que, muitas vezes, esse tempo dos ensaios pode ser muito diferente do
tempo real em que será feita a exposição do trabalho. E isso ocorre, ocasionalmente,
quando não se realiza essa etapa de ensaios com cuidado e atenção.
Na prática,

Uma apresentação de sucesso transmite a ideia do trabalho de forma


clara, concisa, objetiva e dentro do prazo. Quem consegue explorar os
recursos disponíveis nos softwares de apresentações pode valorizar
ainda mais o trabalho. Preparar uma boa apresentação é tarefa
trabalhosa e pode-se levar muito tempo para deixá-la interessante.

28
Mas, certamente, o esforço despendido vale a pena! (ROMANI;
TRAINA, 2009, p. 27).

A apresentação pode ser um diferencial na avaliação final. E como todo


trabalho, como o próprio nome já determina, exigirá esforço, atenção, preparação,
dedicação e muito, mas muito trabalho. Isso se quiser e acreditar que sempre poderá
fazer melhor. Portanto, não desperdice a oportunidade de conquistar o seu espaço.

29
Um recurso extremamente importante, interessante e essencial na elaboração
dos slides é o uso do slide mestre. Desconhecido de um grande número de usuários,
esse slide serve de base para toda a apresentação. Possui a característica de
uniformizar, padronizar e personalizar os slides de forma que o usuário não tenha de
se preocupar com determinados detalhes ao longo do trabalho como por exemplo,
alguns recursos de formatação - estilo de fonte, cor e tamanho da fonte, espaçamentos
e alinhamentos – e também plano de fundo, numeração automática dos slides, entre
outros. É uma espécie de slide principal.
Na verdade, trata-se de “um slide com um conjunto específico de características
que atuam como um modelo e é usado como o ponto inicial para criar outros slides.
Estas características incluem plano de fundo de slides, objetos no plano de fundo, a
formatação de qualquer texto usado, e quaisquer gráficos de plano de fundo.”
(SCHOFIELD et al., 2016, p. 22).
É fundamental que o primeiro passo na criação dos slides seja configurar o slide
mestre. A partir daí, o processo de elaboração é muito mais simples e ágil, pois toda a
formatação aplicada ao slide mestre servirá automaticamente como padrão para os
slides que serão criados por toda a extensão da apresentação. Isso é primordial para a
uniformidade dos slides e consequentemente da apresentação. A padronização de
uma exposição é tão necessária que a presença desse recurso de slide mestre vem
reforçar esse contexto. Mas vale destacar que existem situações em que a alteração
deve ocorrer especificamente em um determinado slide e não no conjunto. Assim
sendo, não é necessário alterar a configuração do slide mestre.
Ao não acionar o slide mestre, o processo de formatação é manual e pode
retardar a finalização do trabalho. Certamente, o tempo que gastará em todo esse

30
processo manual poderia ser melhor aproveitado se dedicasse a entender, aprender e
usar o slide mestre.
Pode-se configurar um slide mestre para a capa, também chamado de slide de
apresentação, e outro para os demais slides que compõem a apresentação. Esses
modelos podem ser exportados para outras apresentações. O usuário pode, por
exemplo, criar seu próprio padrão e personalizar as suas apresentações. Desse modo,
cada vez que iniciar a criação de uma apresentação poderá utilizar o modelo
personalizado.
A função do slide mestre no Impress do LibreOffice está localizada na Barra de
menu Exibir. A seguir, exibimos a localização para ativar esse recurso bem como a
janela de configuração do slide mestre, mostradas nas Figuras 8 e 9, respectivamente.

Figura 8 – Barra de menu Exibir/opção Slide mestre do Impress.

Fonte: Captura de tela do Impress.

31
Figura 9 – Tela de configuração do slide mestre do Impress.

Fonte: Captura de tela do Impress.

No PowerPoint da Microsoft, o slide mestre é encontrado na guia Exibir, no


grupo Modos de exibição mestres. Nas Figuras a seguir, 10 e 11, respectivamente,
exibimos a localização para ativar esse recurso bem como a janela de configuração do
slide mestre.

32
Figura 10 – Guia Exibir/grupo Modos de exibição mestres/opção Slide mestre do
PowerPoint.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

Figura 11 – Tela de configuração do slide mestre do PowerPoint.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

33
Três dos elementos principais que devem ser configurados essencialmente no
slide mestre são: o plano de fundo, o estilo de fonte a ser utilizado no decorrer da
apresentação e a numeração automática dos slides.

3.1 Plano de fundo (Background)

Um ponto chave e determinante na elaboração de uma apresentação é que


modelo de design ou plano de fundo, também conhecido como background, usar na
elaboração dos slides. Ainda que essa decisão possa ser tomada em qualquer fase do
projeto de criação dos slides, é interessante estabelecer o quanto antes, pois isso pode
afetar o resultado final da apresentação.
A seleção do design ou plano fundo de tela é importante porque servirá de base
para toda a apresentação. Essa uniformidade é interessante para não confundir a
plateia e transmite um aspecto de organização e profissionalismo. Esse detalhe
consegue fazer uma diferença significativa no contexto da apresentação. Alguns
cuidados e detalhes, ao escolher determinado modelo ou plano de fundo, são capazes
de produzir resultados excelentes. O ideal é que tal modelo seja configurado
diretamente no slide mestre.
Pode-se optar por um design de slide preexistente ou um tema predefinido
disponível no programa, produzir o seu próprio modelo de slide, formatar e usar um
plano de fundo de cor única, importar um modelo de apresentação ou buscar um
modelo, gratuito ou mesmo de pagamento à disposição na Internet. Ao eleger essa
última opção, observe que há uma expressiva quantidade de modelos na rede,
sobretudo, pensados para o ambiente corporativo. Atente que esses modelos
incorporam outros elementos não interessantes para apresentações voltadas para o
mundo acadêmico.
Para criar uma apresentação interessante, não precisa ser um especialista no
programa objeto da tarefa mas deve-se saber utilizar alguns recursos da ferramenta
necessários para gerar uma boa apresentação. Produzir seu próprio modelo, além de
personalizar a sua apresentação, é uma oportunidade de fugir dos designs já tão
conhecidos e usados por usuários de determinados programas. Seja audacioso e
criativo. Isso será um diferencial.
O background não precisa ser o elemento principal do slide, quer dizer, é
apenas um elemento complementar para todo o conteúdo. Assim sendo, não tem de
ser chamativo para não comprometer a apresentação e dificultar a visualização das

34
informações nos slides. É importante selecionar corretamente a cor da fonte que será
usada para apresentar o conteúdo dos slides. Essa cor precisa contrastar com a do
plano de fundo usado. Dessa maneira, facilitará a visibilidade do conteúdo do slide
tanto para o autor como para a plateia. Aqui também há a preocupação com a
uniformidade das cores ao longo de todos os outros slides.
Um detalhe relevante na hora de decidir sobre o plano de fundo está
relacionado à iluminação e ao tamanho do ambiente em que será apresentado o
trabalho. Por isso, é importante o contraste das cores dos elementos que compõem o
slide com a cor do plano de fundo. Entender e aplicar corretamente o jogo das cores
nesse contexto amiúde é um desafio. Assim sendo, na dúvida, opte pela tradicional e
costumeira combinação, inclusive sugerida por Lane (2010), consultor de
apresentações, especializado em teoria de comunicação visualmente interativa: cor da
fonte da letra bege clara ou branca deve-se usar plano de fundo escuro. Para a fonte
preta ou muito escura, use plano de fundo claro. Desse modo, o resultado final é que
os slides terão uma aparência mais profissional.
Não obstante, existem combinações desastrosas que precisam
irremediavelmente ser evitadas. Nesse sentido, ainda de acordo com a opinião de Lane
(2010, on-line),

Submeter seu público a uma combinação de azuis e vermelhos


brilhantes é uma prática horrível e, infelizmente, isso acontece com
muita frequência. O mesmo acontece quando se misturam as cores
vermelha e verde.
O esquema de cores vermelho e verde também resvala o problema do
daltonismo, que afeta, aproximadamente, 7% dos homens e 1% das
mulheres. A incapacidade de diferenciar entre as cores vermelha e
verde é a forma mais comum de daltonismo. Por exemplo, suponha
que você inclua texto verde em um fundo vermelho, [...]. Se o
sombreamento da cor do texto (a quantidade de escuridão) contrasta
mal com o sombreamento da cor do fundo, alguns leitores não serão
capazes de ler o texto de forma alguma. Para evitar esses problemas,
essas duas cores nunca devem ser misturadas, especialmente, ao
combinar texto e plano de fundo (tradução nossa).

35
3.1.1 Plano de fundo claro

O plano de fundo branco é, sem nenhuma dúvida, um dos mais utilizados nas
apresentações. Isso reforça que as cores claras, especialmente a branca, são realmente
interessantes na hora de priorizar o plano de fundo a ser usado na apresentação.
Existem diversas combinações possíveis que podem ser usadas, mas a opção
plano de fundo branco com a fonte de letra preta é, seguramente, uma das melhores e
mais usadas. É o curinga perfeito quando se está em dúvida pela seleção de cores. Essa
conjunção, por exemplo, é ideal para ambientes não muito espaçosos, pois facilita a
visualização da projeção, sobretudo de quem está mais distante do apresentador.
Apresentamos a seguir alguns modelos apropriados com plano de fundo
branco com a fonte de letra preta. É importante aclarar que os slides que utilizaremos
nos exemplos são baseados, na sua grande maioria, nos modelos apresentados pelos
alunos. Quando necessário, serão dados os devidos créditos.

Slide 1 Slide 2

36
Slide 3

Alguns designs não são indicados porque o elemento gráfico ocupa uma
significativa área do slide, diminuindo o espaço destinado à informação. Vejamos os
exemplos a seguir.

Slide 4 Slide 5

37
Outros por terem realmente um layout desinteressante. Vejamos alguns.

Slide 6 Slide 7

Aqui observamos homenagens ao período de alfabetização e letreiros de beira de


estrada. Mas a apresentação não é para esses momentos nostálgicos. Por conseguinte,
descarte esses modelos.
Outra observação que fazemos ao usar o plano de fundo branco numa
apresentação é que sobre o fundo exista algum elemento gráfico para melhor destacar
os elementos que compõem a apresentação. Por exemplo, jamais apareça com uma
apresentação com o background exclusivamente branco.

Slide 8

Esse design é extremamente enfadonho, monótono e cansativo. Para mais, passa


a impressão de que desconhece os recursos disponíveis no programa que usou para a
elaboração da exposição, não se preocupou ou não teve tempo de preparar a
apresentação ou mesmo que é relapso, o que, geralmente, quando acontece, é verdade.

38
3.1.2 Plano de fundo escuro

Uma opção adicional é associar texto com a cor da fonte clara ou branca com
plano de fundo escuro. Aqui, destaca-se o tão questionável, odiado e antipatizado
fundo totalmente preto com o texto na cor branca. Essa relação de amor e ódio com
essa combinação é crítica. Entretanto, é uma associação perfeita, funcional, sofisticada
e considerada um pouco mais formal. Nessa situação, não necessita de nenhum
elemento gráfico para ser adicionado, já que a própria cor do plano de fundo já é
destacável.

Slide 9 Slide 10

Mas tenha cautela ao preferir usar esse design. O plano de fundo deve ter uma
tonalidade escura e não qualquer outra variação. Vejamos alguns modelos
desinteressantes.

39
Slide 11 Slide 12

ti idades práticas
presentação do hard are do
microcomputador.

so dos programas inux ducacional,


i re ffice riter , ompris, geograph ,
ux ath, o illa irefox e jogos.

O azul aconselhável é o azul-escuro e não essa variação. Com esse azul, não se
chegará ao céu. Consciente dessa situação e de que os slides não estão bons, já está se
antecipando em fazer uma própria mensagem de condolências com plano de fundo
cinza fúnebre.
Evite também modelos com elementos gráficos dispersos nos slides,
independentemente do plano de fundo. Assim sendo, esses elementos tampouco são
indicados porque o elemento gráfico limita ou ocupa uma significativa área do slide,
diminuindo o espaço destinado à informação. Não se deve invadir a área gráfica de
um modelo de slide.

Slide 13 Slide 14

3.1.3 Plano de fundo com texturas

Algumas críticas relacionadas ao uso de plano de fundo com texturas seguem a


linha de que “a utilização de texturas de fundo dificulta a leitura e torna imprevisível
a legibilidade do texto no momento da projeção, considerando que, muitas vezes,

40
desconhecemos a qualidade/definição do projetor onde faremos nossa apresentação,
a tela de projeção, etc;” R I, 2020, p. 112 .
Mesmo entendendo a problemática, podemos dizer que temos encontrado um
plano de fundo com textura nas apresentações e a experiência tem sido algo bastante
positiva. Esse modelo, apresentamos a seguir.

Slide 15

3.1.4 Plano de fundo com marca d´água

utra ponderação alorosa é que jamais use marca d’água nos slides. Isso pode
dificultar a visualização e leitura do conteúdo dos slides, o que seria desastroso.
Ademais, torna-se cansativo para a plateia. Essa situação é distinta, por exemplo, do
que ocorre no mundo corporativo, onde usar o logotipo da empresa como marca
d’água é uma prática comum e questão de personali ação. O importante não é a beleza
do slide, já que é apenas um complemento para facilitar a exposição. Seja objetivo! A
simplicidade nesse caso é extremamente recomendável. Aqui vale a máxima da
famosa frase atribuída a Leonardo da Vinci: «A simplicidade é a máxima sofisticação».
Ademais, caso use uma imagem que não seja do arquivo pessoal, deve-se
obrigatoriamente fazer a devida citação para evitar problemas de direitos autorais.
Esse tema será abordado posteriormente no capítulo 6 em maiores detalhes.

41
Para demonstrar a pro lemática do uso de marca d’água nos slides, decidimos
exibir dois exemplos a seguir, Slides 1610 e 1711, que reforçam a argumentação da
temática em discussão. Os modelos mostrados não foram utilizados pelos alunos. As
imagens originais não continham informações sobre as respectivas fontes e, por isso,
não as usamos. Desse modo, decidimos buscar imagens parecidas e com o mesmo
conteúdo para exemplificar os modelos apresentados pelos discentes. As imagens
expostas foram modificadas das originais extraídas do site Pixabay12, que é um banco
de imagens gratuito e livre. Apesar de no site mencionar: «Atribuição não requerida»,
aproveitamos para comentar a necessidade de sempre atribuir os respectivos créditos.
Entendemos que, por uma questão de respeito e de direitos autorais, é preciso
continuamente citar os autores das imagens.

Slide 16 Slide 17

3.2 Estilo de fonte

Uma boa apresentação começa também pela escolha de uma fonte agradável
para representar e visualizar as informações que serão expostas. Assim como existe o
cuidado em relação a que fonte se deve usar para facilitar a leitura do trabalho escrito,
a mesma preocupação se aplica na hora de definir que fonte utilizar para a elaboração
dos slides. A fonte selecionada tem de garantir uma boa visibilidade das informações
projetadas e, consequentemente, facilitar a leitura por parte da plateia. É fundamental
que a fonte a ser usada em todos os slides deva ser configurada diretamente no slide
mestre.

10
Fonte: Adaptada da imagem original de Miroslaw Kolaczynski (2018). Disponível em:
https://pixabay.com/pt/photos/gato-felino-animal-de-estima%C3%A7%C3%A3o-3504008/. Acesso em: 31
mar. 2021.
11
Fonte: Adaptada da imagem original de Jean-Pierre Duretz (2012). Disponível em:
https://pixabay.com/pt/photos/cavalos-natureza-gr%C3%A1tis-animal-2031089/. Acesso em: 31 mar. 2021.
12
Mais informações em: https://pixabay.com/pt/.

42
Similarmente, servindo-se do mesmo critério usado para a parte escrita do
trabalho, a fonte selecionada será a única utilizada em toda a extensão dos slides. A
ideia é mesmo padronizar a fonte para todos os slides que compõem a apresentação.
Há quem defenda colocar tipografias distintas para o título e o conteúdo dos slides. É
adequado “utili ar uma única fonte na apresentação, tal e duas para diferenciar
títulos de outros textos.” R I, 2020, p. 112). Mas não aconselhamos. Não se
devem mesclar fontes diferentes numa mesma apresentação, assim como acontece
num trabalho escrito. Isso reforça a ideia de organização e integração entre as partes
dos slides.
Com relação à tipografia das fontes, existe o modelo de fonte com serifa,
tam ém conhecida como serifada, que é “aquela com pequenos traços e
prolongamentos nas hastes, que facilita a legibilidade, como ocorre em fontes como a
Times New Roman, comumente utili ada em tra alhos acadêmicos.” SI N ;
OLIVEIRA; BRAGA, 2020, p. 282). Algumas das mais conhecidas fontes com serifa são:
Times New Roman, Garamond, Liberation Serif, Georgia, Century e Courier New.
São usadas, especialmente, para textos impressos como: teses, dissertações,
artigos científicos, trabalhos acadêmicos, livros, revistas e jornais. Em contrapartida,
não são atraentes para serem exibidas em projeções de tela.
De outra forma, existem as fontes sem serifa, também designadas de Sans-Serif
em francês, ou seja, sem os pequenos traços nas hastes. Algumas das mais conhecidas
fontes sem serifa são: Arial, Calibri, Liberation Sans, Tahoma, Verdana e Helvetica. São
recomendadas e bem aceitas para projeções em telas porque facilitam a visualização
das informações. São muito populares e usadas na Internet.
Se praticamente existe um consenso de que para a parte escrita de um trabalho
acadêmico a fonte mais recomendável é a Times New Roman, o mesmo acontece para
a fonte a ser usada na elaboração de slides. Nesse caso, a indicada é a Arial. Mas nada
impede que se faça a opção por outra fonte, desde que seja sem serifa.
Vejamos a seguir um exemplo utilizando estilos de fontes com e sem serifa. Os
slides apresentados têm a mesma estrutura, o mesmo tamanho de fonte e o mesmo
conteúdo. Diferem somente no estilo de fonte. O Slide 18 utiliza a fonte Arial, sem
serifa, e o 1913, a fonte Times New Roman, com serifa.

13
Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

43
Slide 18 Slide 19

Vale evidenciar que existem muitas outras fontes disponíveis nas ferramentas
que, dependendo da situação, podem ser usadas nas apresentações. Algumas,
inclusive, consideradas muito sofisticadas. Mas muito cuidado ao usar esse tipo de
fonte numa apresentação. Alguns problemas relacionados a esses tipos considerados
sofisticados é que, diferentemente, dos tipos mais tradicionais de tipografia, podem
não estar disponíveis no computador que será usado na apresentação e lhe causar
problemas de configuração da fonte. O resultado pode não ser o esperado. Além do
mais, esse tipo de fonte costuma ter aspectos extravagantes ou excesso de detalhes que
podem dificultar a visualização das informações projetadas.
Não se preocupe com a aparência, sofisticação ou elegância que transmite a
fonte, mas sim com a clareza e funcionalidade. Nesse caso, pode optar seguramente
pelos estilos tradicionais e comuns. Na dúvida, opte sempre pela simplicidade. E o
estilo Arial atende a todos esses requisitos.

3.3 Numeração automática de slides

Uma informação que precisa aparecer nos slides, obrigatoriamente, diz respeito
à numeração. Todos os slides devem ser numerados, exceto o slide de apresentação,
muitas vezes também chamado de capa da apresentação. Esse slide é contado para
efeito de totalização do número de slides, mas não é numerado. A ideia de usar a
numeração de slides é a mesma do sumário da parte escrita do trabalho. É uma forma
de facilitar o acesso à informação mais rapidamente.

44
A numeração é importante para administrar o tempo e determinar a percepção
do ritmo da apresentação: dependendo da quantidade de slides que falta para encerrar
a exposição, precisa-se acelerar ou moderar para se ajustar ao tempo, para guiar as
perguntas do pessoal da banca ou da plateia, referindo-se diretamente ao número do
slide que deseja maiores esclarecimentos ou explicações, para os espectadores
atrasados, já que evidencia o quanto da apresentação já se perdeu e, em algumas
ocasiões, servem de alerta para que os próximos a apresentarem comecem a se
preparar psicologicamente. Para os mais espontâneos, somente mais uma
apresentação. Para os dramáticos de carteirinha, o início de uma tortura e a preparação
para o embate.
A numeração dos slides tem de ser feita de forma automática. Esse processo
necessita ser configurado diretamente no slide mestre para que o padrão seja aplicado
em todos os slides diretamente. O formato mais utilizado de numeração é o de «X/Y»,
quer dizer, X é o slide atual e mostrado na tela e Y, o total de slides da apresentação.
Outro formato usado é «slide X de Y». Outros preferem apenas o formato X, que é a
exibição apenas do número do slide sem mostrar o total de slides. Considerando os
recursos existentes nas ferramentas, esse modelo deve ser descartado. Inserir a
numeração automática nos slides é uma atividade fácil e disponível em todos os
softwares de apresentação. Mas, para funcionar adequadamente, precisa estar ajustada
no slide mestre. Vejamos os exemplos.

Slide 20 Slide 21

45
Slide 22

Para se usar o formato X/Y de forma automática, existem alguns detalhes que
devemos aclarar. O Impress do LibreOffice faz isso automaticamente através do slide
mestre, inserindo dois campos: «Número do slide/Total de slides». Apenas separe os
dois campos com uma barra (/).

46
Figura 12 – Localização dos campos Número do slide/Total de slides no Impress do
LibreOffice.

Fonte: Captura de tela do Impress.

No PowerPoint, esse processo também deve ser feito no slide mestre, mas o
programa não oferece a possibilidade de inserir o número total de slides
automaticamente como no Impress. Assim, essa informação precisa ser colocada
manualmente.

47
Figura 13 – Configuração da numeração no slide mestre no PowerPoint da Microsoft.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

No exemplo apresentado, o campo «nº» corresponde ao número do slide sendo


exibido na tela e /25 é o que se precisa adicionar manualmente. Assim sendo, a
apresentação teria 25 slides no total. Uma preocupação existente é que, caso haja
mudança no total de slides, essa informação tem de ser atualizada no slide mestre e a
numeração ser reinserida para aparecer a nova quantidade de slides. Por isso, é
aconselhável que esse processo de numeração somente ocorra no final da elaboração
da apresentação. Essa precaução não existe no Impress, pois, como todo o processo é
automático e realizado através de campos, uma vez que haja mudança no número total
de slides, o programa automaticamente realiza a atualização.
Mas não se preocupe com tantos detalhes. Todo esse processo apresentado para
esses dois programas é facilmente encontrado em sites e vídeos disponíveis na
Internet, que ensinam o passo a passo de como inserir a numeração de slides através
do slide mestre.
Por outro lado, jamais faça esse processo manual e individualmente para cada
slide. Geralmente quando não se sabe usar o slide mestre, a opção mais prática é inserir
a numeração através de uma caixa de texto. Isso não é aconselhável porque algumas
vezes a caixa se desloca na passagem de um slide para outro e fica perceptível que não
se está usando o processo automático. Além de que, muitas vezes, altera-se a
quantidade de slides da apresentação e isso exigirá a atualização em cada slide, o que

48
tem de ser feito manualmente. Pior ainda quando se esquece de atualizar um dos slides
e aparece na apresentação algo do tipo: 27/26, o que é um erro inadmissível.
A fonte a ser usada na numeração é a mesma utilizada para toda a apresentação
e configurada também no slide mestre. O tamanho recomendado para a exibição da
numeração é de 18 a 20 e deve, preferencialmente, estar em negrito. A numeração dos
slides normalmente aparece na margem direita inferior do slide, mas, dependendo do
modelo de design selecionado, pode também ser exibido em outras partes dos slides.
Vejamos alguns exemplos.

Slide 23

20

Slide 24 Slide 25

49
Para começar...
O primeiro slide, obrigatoriamente, deve ser o slide de apresentação, também
reportado em algumas situações como capa. Esse slide é como se fosse o seu cartão de
apresentação. Por conseguinte, já tem que transmitir um pouco do que será a sua
exposição. Um slide bem organizado, estruturado, objetivo e aprazível despertará a
curiosidade e o interesse da plateia. Além do mais, se na nossa cultura popular «a
primeira impressão é a que fica», no provérbio norte-americano, «você nunca tem uma
segunda chance de causar uma primeira impressão14» (DOYLE; MIEDER; SHAPIRO,
2012).

A abertura de sua apresentação é um momento importante no qual


você tem toda a atenção do público. Se souber utilizar este momento
adequadamente, você poderá manter a atenção dos ouvintes por toda
sua exposição oral.
O primeiro slide da apresentação, aqui chamado de capa, traz suas
credenciais e é o slide que normalmente fica exposto até que você inicie
efetivamente sua fala. (REATEGUI, 2020, 104).

O slide de apresentação precisa conter um cabeçalho institucional com o nome


da instituição e departamento, entre outras informações institucionais, o título da
apresentação, o nome do discente e, em alguns casos, do orientador e do coorientador.
Também se coloca, geralmente, a cidade e a data da apresentação.

14
You never get a second chance to make a first impression.

50
Naturalmente, ao iniciar a criação dos slides, o programa já disponibiliza como
primeiro layout de slide o de apresentação para começar a inserir as informações.
Usando o slide mestre, pode-se transformar esse slide de apresentação no padrão para
todas as outras apresentações.
O formato do slide de apresentação é livre e vale a criatividade do autor para
organizar, estruturar e apresentar as informações da melhor forma possível, de forma
que fique agradável e interessante na hora da apresentação. Apresentamos a seguir
alguns modelos básicos, simples, interessantes e criativos que ilustram o formato do
slide de apresentação

Slide 26 Slide 27

No Slide 26 percebe-se que o cabeçalho institucional está centralizado no slide.


Já no 27, com o aparecimento do logotipo da instituição, recomendamos que o
cabeçalho seja alinhado à esquerda, passando a ideia de que é uma única estrutura.
Mas podemos ousar e ser mais criativos, conforme se observa nos modelos de
Slides 2815 e 2916 a seguir.

15
Slide extraído da apresentação de Gloria Londoño Monroy.
16
Slide extraído da apresentação de Mariella Adrián García.

51
Slide 28 Slide 29

É importante esclarecer que estamos exemplificando modelos de estruturas de


organização do slide de apresentação. Nos exemplos acima, Slides 28 e 29, não
sugerimos a configuração do roteiro de apresentação juntamente com as informações
pertinentes ao slide de apresentação. Por se tratarem de assuntos distintos,
aconselhamos apresentá-los em slides também diferentes, ou seja, um slide para a capa
e outro separado e único para o roteiro, que seria o slide seguinte ao de apresentação.

4.1 Algumas observações relevantes

• Recomendamos o título do trabalho em maiúsculas e negrito. No caso de o título


ocupar mais de três linhas sugerimos a escrita normal da língua portuguesa, ou seja,
apenas a primeira letra maiúscula e as demais minúsculas.
• A contagem dos slides da apresentação, para efeito de numeração, começa a partir
do primeiro, mas este jamais será numerado.
• Nas situações em que aparece a identificação do orientador, o nome do aluno vem
sempre acima. Lembre-se: o trabalho foi executado pelo aluno sob a orientação do
professor.
• Segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, a escrita correta é
coorientador e não mais co-orientador.
• A redução da palavra Professor é apenas Prof. e não Prof.º. Para Professora, existe
alguma controvérsia. Encontramos algumas citações e recomendações em manuais
de redação disponíveis na rede como: Profª., Profª, Prof.ª e Profa. No entanto,
segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP)17, a forma correta

17
Mais informações em: https://www.academia.org.br/nossa-lingua/reducoes.

52
é Prof.ª ou prof.ª. Já para a palavra Doutora: D.ra, Dr.a e Dra. Portanto, para citar uma
professora doutora, recomendamos usar a redução Prof.ª Dra. Contudo, a mais
amplamente utilizada no meio acadêmico é: Profa. Dra., embora essa opção não
conste no VOLP.
• Na escrita da data, os nomes dos meses devem ser escritos em minúscula. Por
exemplo, o correto é maio e não Maio. Já na língua inglesa, esses precisam ser sempre
escritos iniciando em maiúsculas: May e não may.
• Em alguns modelos disponibilizados ao alunado como roteiro, os professores
colocam a palavra Aluno(a). Na elaboração final do trabalho, o discente repete a
estrutura e acaba, muitas vezes, sendo motivo de chacota: «Professor, ele deixou
assim porque tem dúvidas sobre a sua identidade de gênero». Não entrando na
discussão de designação de gênero, é oportuno explicitar apenas a opção: Aluno,
Aluna ou mesmo usar uma palavra mais neutral como discente. Alguns chegam a
usar graduando.
Apresentamos a seguir um modelo de slide, Slide 3018, contendo um resumo
das orientações repassadas anteriormente.

Slide 30

O estilo de fonte usado no slide acima foi Arial. Os respectivos tamanhos da


fonte para cada uma das partes do slide podem ser conferidos no slide a seguir. Vale
destacar que não são tamanhos padrões. Para o modelo adotado, esses tamanhos são
plenamente adequados.

18
Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

53
Slide 31

24

32

28

18

Vale ressaltar que os modelos de slides apresentados no decorrer do livro são


apenas para ilustrar os comentários descritos nos capítulos. Portanto, podem não estar
devidamente adequados aos padrões que esperamos para o produto final do trabalho.

54
O segundo slide é o do roteiro da apresentação. A partir desse slide, a
apresentação ganha um formalismo porque a estrutura e a formatação utilizadas nesse
slide servirão de base para todos os demais, visando à uniformidade da exposição. Em
vista disso, esse slide definirá o padrão a ser seguido com relação à formatação tanto
do título como do conteúdo dos slides, às estruturas, ao estilo de fonte, à cor e ao
tamanho da fonte, aos espaçamentos, aos alinhamentos, ao background, à numeração
dos slides, entre outros. À vista disso, é indispensável utilizar o slide mestre para
produzir essa padronização.
O roteiro da apresentação deve vir necessariamente em apenas um slide, já que,
conforme as estruturas dos trabalhos acadêmicos, seja TCC, dissertação de mestrado,
tese de doutorado ou mesmo atividade de alguma disciplina, no geral, o esqueleto é
algo como: Introdução, Revisão de literatura, Material e métodos, Análise de
resultados e Conclusão. Logo, “o ideal é que você use este início da apresentação para
convencer a plateia sobre o interesse de seu estudo, de maneira breve e contundente.”
(REATEGUI, 2020, p. 105).
Os Slides 32 e 3319,a seguir, apresentam modelos básicos e clássicos de um
roteiro de apresentação.

19
Slide adaptado do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

55
Slide 32 Slide 33

A diferença entre os modelos consiste na forma de organização e apresentação


da revisão de literatura. No caso do Slide 32, todos os slides correspondentes ao tema
da revisão de literatura terão como título: REVISÃO DE LITERATURA, conforme se
pode visualizar a seguir nos Slides de 34 a 3620.

Slide 34 Slide 35

Slide 36

20
Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

56
Com relação ao Slide 33, observa-se que existe um subtópico no tópico de
revisão de literatura. Nesse caso, os slides referentes à revisão não terão como título
REVISÃO DE LITERATURA, mas os nomes dos subtópicos abordados na revisão,
conforme se pode observar a seguir nos Slides de 37 a 3921. Essa orientação é
interessante porque na apresentação do slide do roteiro os temas tratados na revisão
estarão expostos no próprio slide. Por outro lado, aproveitar-se-á melhor o espaço dos
slides relacionados à revisão, já que os títulos dos slides serão os assuntos principais
do tema. Além disso, ganha-se em objetividade na elaboração e apresentação dos
slides.

Slide 37 Slide 38

Slide 39

Em conformidade com o exposto no capítulo anterior, alguns modelos incluem


o próprio roteiro no slide de apresentação. Veja abaixo o Slide 4022 como modelo dessa
exemplificação.

21
Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.
22
Slide extraído da apresentação de Gloria Londoño Monroy.

57
Slide 40

Embora não muito utilizado em nosso meio acadêmico, na hipótese de que essa
seja a opção do orientador, pode-se até discutir e argumentar em contra, mas deve-se
acatar e aquiescer. Afinal de contas, é esse personagem enigmático, equilibrado,
coerente e determinado quem tem a palavra final. Assunto vencido, consumado e
encerrado. Fica para a próxima.
Um recurso cada vez mais usado e que ajuda a potenciar a sua apresentação é
o uso da repetição do slide de roteiro antes de cada tópico do roteiro como forma de
situar os desatentos ou mesmo os retardatários durante a sua apresentação. À vista
disso, reproduz-se o slide de roteiro antes da exibição de cada tópico, destacando-se o
tópico a ser exibido e esmaecendo os demais. Um exemplo dessa situação é
apresentado nos Slides de 41 a 43.

Slide 41 Slide 42

58
Slide 43

Outra opção para esse contexto é criar uma barra de menu contendo palavras
chaves do roteiro, que se torna padrão em todos os slides e destacar em cada situação
a caixa de menu correspondente ao assunto em destaque. Observe esse cenário nos
Slides 44 e 4523.

Slide 44 Slide 45

Outra possibilidade para esse enquadramento é repetir o slide de roteiro e


destacar o assunto a ser abordado através de um recurso de forma com animação. No
caso a seguir, Slides de 46 a 48, o círculo duplo apresenta uma animação do tipo
volante no momento da apresentação do slide.

23
Slides extraídos da apresentação de Gloria Londoño Monroy.

59
Slide 46 Slide 47

Slide 48

5.1 Algumas observações relevantes

• A partir do slide de roteiro, obrigatoriamente, a numeração deverá aparecer em todos


os slides, ou seja, esse slide corresponderá ao número 2. Lembre-se de que o primeiro,
o slide de apresentação, é contado para efeito de numeração, mas jamais numerado.
• Jamais utilize mais do que um slide para o roteiro. É desnecessário! Em linhas gerais,
podemos considerar o conteúdo do slide de roteiro como sendo os capítulos de um
trabalho acadêmico.
• Na hora da explanação, seja objetivo na explicação do roteiro. Não é o momento de
detalhar absolutamente nada, apenas apresentar uma ideia geral do trabalho.
Portanto, não desperdice muito tempo. A não ser que, deliberadamente, essa seja a
intenção quando não se prepara realmente uma boa apresentação.

60
• Apresente todos os tópicos do roteiro de apresentação automaticamente de uma vez
ao invés de separados. Não é o caso de deixar transparecer que um elemento surpresa
possa aparecer.
• O título do slide de roteiro deve ser apenas ROTEIRO ou ROTEIRO DE
APRESENTAÇÃO. Evite ÍNDICE e jamais use SUMÁRIO. Pior ainda, quando se
coloca a numeração correspondente ao slide, como se fosse realmente um sumário.
Isso é aplicado exclusivamente à parte escrita do trabalho. Exemplos disso, são
apresentados nos Slides 49 e 50.

Slide 49 Slide 50

• Um erro crucial que vale ser mencionado é usar apenas letras maiúsculas para todo
o conteúdo do roteiro de apresentação. Veja o Slide 51.

Slide 51

O uso de letras maiúsculas em todo o conteúdo de um texto ou mensagem passa


a impressão de que o autor está zangado e gritando, ao invés de parecer destacar algo

61
como alguns pensam ou pretendem, além, obviamente, de dificultar a leitura, que
chega a ser irritante em alguns momentos. A mesma teoria se aplica aos slides.
Mas se esse é o seu caso, angustiado com toda a pressão do trabalho, ainda não
é chegado o momento de externar ou expor o seu sentimento. Não precisa gritar, pois
a apresentação está apenas começando. Lembre-se de que ainda irá fazer uso da
garganta e da voz no decorrer da apresentação.

62
O conteúdo de um slide pode ser texto, imagem, gráfico, tabela, diagrama, entre
outros, ou a combinação de um ou mais desses elementos, conforme discutiremos a
seguir.
Apontando um pouco mais de detalhes,

Basicamente, podemos afirmar que um slide é estruturado por três


elementos gráficos:
-Textos (textos curtos, frases, palavras-chave etc.).
-Imagens (fotos, ilustrações, gráficos etc.).
-Formas (marcadores, símbolos, caixas em diversos formatos
(retângulos, círculos etc.), linhas (fragmentada, contínua, pontilhada
etc.), sombras, transparências, etc.).
Vídeos, sons e recursos animados ou interativos não estão sendo
considerados como elementos gráficos, mas sim como
elementos/recursos audiovisuais. (OLIVEIRA, 2020, p. 9, grifo do
autor).

6.1 O título do slide

A preocupação com a formatação do título do slide de roteiro de apresentação,


como comentado anteriormente no capítulo 5, é pertinente porque todos os demais
títulos dos slides deverão ter o mesmo formato. Esse título precisa ser objetivo, claro e
não muito extenso. Pode aparecer apenas com a primeira ou com todas as letras em
maiúsculas; com ou sem negrito; à esquerda, centralizado ou à direita; com um

63
determinado estilo e tamanho de fonte; cor da fonte dependendo do plano de fundo;
e o conteúdo ser extremamente fiel ao que estava no slide de roteiro.
Um pormenor relevante é que a estrutura dos títulos necessita ser uniforme, ou
seja, o formato atribuído ao primeiro slide de título e conteúdo, no caso o do roteiro,
servirá de base e tem de ser estendido para todos os demais slides da apresentação.
Por exemplo, ao decidir usar o título ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO todo em letras
maiúsculas, em negrito, alinhado à esquerda, com a fonte Arial, tamanho 36, cor da
fonte preta, determinada altura e posição na parte superior do slide, todos os títulos
dos outros slides aparecerão nesse formato. Por conseguinte, necessita reter esse
padrão de estrutura, formatação e aparência ao longo de toda a apresentação. Isso
reforça a ideia de organização e facilita uma melhor leitura da apresentação por parte
da plateia. À vista disso, é indispensável comentar, mais uma vez, a necessidade de
utilizar o slide mestre para produzir essa uniformidade. Vejamos os slides a seguir
com um padrão de formatação de título de slide.

Slide 52 Slide 53

A presença de título nos slides algumas vezes é controvérsia. Existem os


defensores de que não se deve colocá-lo em todos os slides. Os mais radicais
recomendam usar apenas no primeiro. Outros, mais serenos, que não necessita repetir
o título naqueles casos referentes ao assunto com muitos slides. Por exemplo, uma
apresentação com dez slides com o título RESULTADOS. Diante disso, recomenda-se
usar apenas nos dois primeiros e deixar os outros sem título. Pensamos completamente
diferente e defendemos absolutamente o contrário.
Um slide jamais aparecerá sem um título. Isso precisa ser evitado, pois pode
comprometer a estética do slide. O título é uma forma de ser transparente e situar a
plateia durante a apresentação. Por exemplo, uma pessoa que chega atrasada à

64
apresentação, não sabe em que ponto ou qual a essência do slide que está sendo
exibido, caso não haja um título no slide. Vejamos exemplos.

Slide 54 Slide 55

Um erro muito comum relacionado aos títulos dos slides é que, durante a
exposição, há uma tendência de que o apresentador leia o título do slide sempre que
há uma transição de um assunto para outro. Isso não deve acontecer. Com o título no
slide, fica explícito quando se começa um novo assunto.

6.2 O uso de textos nos slides

É chegada a hora de começar a preparar os slides com o conteúdo da


apresentação propriamente dita. E, assim sendo, surgem as dúvidas de sempre: Por
onde começar? Quantas linhas e palavras por slide? Posso mesclar texto e imagem?
Devo usar todo o espaço destinado ao conteúdo do slide ou melhor dividir o conteúdo
em dois slides? etc.

6.2.1 Slides com muito texto

Uma das situações mais comum envolve o uso de slides apenas com texto. Mas
muito texto! E isso não tem que ocorrer ou pelo menos deve ser evitado. São muitos os
autores (OLIVEIRA, 2020; REATEGUI, 2020; ROMANI; TRAINA, 2009) que
preconizam que o excesso de texto nos slides estorva a apresentação. Isso porque
“Além de comprometer o visual da apresentação, tornando-o sem graça e cansativo,

65
você, orador, será obrigado a disputar a atenção da plateia, pois ao usar uma
quantidade grande de informações, seu público certamente tentará lê-las e
automaticamente não prestará atenção em sua fala.” (OLIVEIRA, 2020, p. 9).
Há quem defenda que o excesso de informações nos slides pode, por exemplo,
permitir que o espectador possa ter mais facilidade de entender o assunto, bem como
tempo para fazer as devidas anotações. Isso pode realmente acontecer numa palestra,
num curso ou numa aula, mas não numa apresentação de trabalho acadêmico. Existe
um tempo a ser cumprido e isso pode prejudicar o andamento dos slides bem como a
própria apresentação.
No entanto, existem situações em que isso pode ocorrer. Slides com textos
longos “só são bem-vindos se forem parte ativa da apresentação oral, como por
exemplo, em uma apresentação sobre literatura, onde é imprescindível a leitura de
trechos de obras, juntamente com a plateia, com a finalidade de provocar reflexões e
explicações sobre o tema.” (OLIVEIRA, 2020, p. 9).
Destarte, jamais sobrecarregue os seus slides com texto. Isso pode, literalmente,
sacrificar e deteriorar a sua apresentação. Lembre-se de que não é necessário colocar
nos slides tudo o que está contido no trabalho escrito, tampouco na íntegra o que
precisa falar ou explicar sobre o assunto. A própria estrutura de um slide já determina
que isso não tem que suceder. Além do mais, muitos dos detalhes estão contidos na
parte escrita do trabalho. Veja alguns exemplos.

Slide 56 Slide 57

Esses tipos de slides são exatamente o que não pode jamais acontecer. O excesso
de texto ou frases muito longas em um slide remete a uma poluição, de fato, literal,
sobrecarrega a apresentação e deve ser evitado. Isso muitas vezes ocorre pela
facilidade de copiar/colar os trechos do trabalho acadêmico no slide numa tentativa

66
de se evitar esquecer alguma coisa que é considerado importante na hora da
apresentação. Mas isso culmina transformando a apresentação em um ato entediante,
cansativo, desmotivante, enfadonho, angustiante, monótono e desinteressante e,
consequentemente, pouco atrativo. Ao contrário, transmite a impressão de algo
complexo e desorganizado.
O impacto desse cenário é que passa a impressão ou desconfiança de que a
grande quantidade de informação no slide é provocada pelo despreparo e
desconhecimento sobre o assunto, insegurança ou falta de tempo para se preparar.
Desse modo, preferiu arriscar-se com esse formato. Também pode caracterizar que não
teve tempo para se dedicar na elaboração dos slides, não sabe usar apropriadamente
os recursos existentes no programa, não teve a preocupação de pelo menos tentar
elaborar algo um pouco mais interessante, não estava interessado pela apresentação
ou que, de fato, é relapso. Em síntese, seus slides não merecem a atenção!
Ainda sobre o excesso de texto nos slides, o que temos observado ao longo de
todos esses anos é que o apresentador acaba sendo intimidado pela overdose de
palavras constantes nos slides. Desse modo, na incerteza de que se poderá lembrar de
todo o conteúdo ali exposto, acaba sendo naturalmente direcionado à tentação de ler
o contido nos slides. E é tudo o que, absolutamente, não pode acontecer. Jamais!
Ao optar pela decisão de ler, a impressão que passará é a de que é inseguro, não
se preparou adequadamente, não tem domínio do assunto ou não ensaiou o suficiente.
Tanto é assim que na reportagem da Revista Superinteressante sobre a ciência do slide
perfeito, uma das dez dicas dos maiores especialistas em PowerPoint sobre o assunto
foi a de que “Não repita para o público, em hipótese nenhuma, as frases que estão
escritas nos slides. Isso fará com que você seja ignorado.” (GARATTONI, 2009, p. 71).
Por outro lado, tampouco ignore os slides. Não faça de conta que não estão ali
ou que está cansado deles, já que teve tanto trabalho. E, por isso, fica todo o tempo de
costas. Esse não é o momento de externar essa crise de relacionamento. Os slides têm
a missão de guiar, orientar e facilitar a condução da apresentação. Por conseguinte,
devem ser apreciados e observados durante toda a apresentação.

6.2.2 Disposição de texto em tópicos e subtópicos

Ao preferir usar textos nos slides, seja por qual razão, reduza ao máximo a
quantidade, use frases pequenas e objetivas e organize as informações nos slides. O
ideal é utilizar o mínimo de texto possível. Uma das principais razões para decidir pelo

67
uso de textos é a circunstância de não se ter conhecimentos necessários para manusear
adequadamente os recursos disponíveis nos programas para preparar a apresentação.
Outras razões são:

Apesar da recomendação de uso de imagens para ilustrar sua fala, em


algumas situações isto pode não funcionar:
• quando você precisa apresentar uma citação direta;
• quando você necessita trazer um conceito formal definido por
determinado autor;
• quando o tópico em questão não for facilmente representável por
imagens.
Nestes casos, podemos recorrer aos recursos textuais, lembrando que
textos breves ajudarão o público a acompanhar sua fala sem
necessariamente aumentar a carga cognitiva irrelevante. O uso de
sequências de tópicos revelados um a também pode ajudar na
apresentação de cada ideia sem aumentar demasiadamente a carga
cognitiva irrelevante. (REATEGUI, 2020, p. 111).

Exemplificando melhor o contexto,

A dica é sempre usar texto corrido o mínimo possível. O texto deve ser
direto e curto - não precisa formar frases completas. A Figura a seguir
apresenta o mesmo conteúdo de duas formas: texto corrido e estrutura
de tópicos. No slide a esquerda, a audiência pode tentar ler o texto e
não conseguir prestar atenção ao que está sendo dito, desanimando e
perdendo o interesse. Já o slide a direita força a audiência a
acompanhar o que você estará falando.

Fonte: ROMANI; TRAINA, 2009, p. 29.

68
No cenário de optar realmente pela composição de apenas texto nos seus slides,
a forma ideal de distribuir as informações é organizá-las em estruturas de tópicos e
subtópicos para melhor representá-las. Tanto os tópicos quanto os subtópicos devem
conter frases com os elementos principais que servirão de base para a argumentação
do discurso e curtas, preferencialmente, com não mais que duas linhas, o que significa
que não se deva extrapolar esse número, mas forçosamente tentar não exceder.
Dessa maneira, as informações nos slides ficarão mais organizadas, seguirão
uma ordem coerente e lógica, que servirá de guia durante a apresentação, e conterão a
essência do que é mais interessante abordar sobre os assuntos. Seja conciso e
pragmático. O propósito é destacar as ideias principais e não os argumentos e
explicações, que serão complementados durante a exposição. Vejamos os Slides 5824 e
59.

Slide 58 Slide 59

Os tópicos e subtópicos serão identificados por marcadores distintos e poderão


ter o mesmo tamanho de fonte, ou a fonte do tópico será um pouco maior, mas não
mais que dois pontos, da do subtópico. Assim, “é importante criar uma boa estrutura
visual para o material apresentado, diferenciando títulos, subtítulos e textos por meio
de tamanhos/tipos de fonte marcadamente distintos.” (REATEGUI, 2020, p. 112).
Ademais, o subtópico é recuado com relação ao tópico, ficando o seu marcador abaixo
da primeira letra da primeira palavra do tópico correspondente, de forma a
caracterizar a estrutura. Outro detalhe significativo é utilizar apenas um nível de
subtópico. Dessa forma, além de esteticamente mais agradável, também facilita o
entendimento da plateia e a explanação do apresentador.

24
Slide modificado do trabalho acadêmico de Guilherme Santos Souza.

69
Os marcadores usados para reforçar a distinção de tópico e subtópico serão
padrão em todos os slides. Na verdade, “deve-se manter consistência na formatação
de elementos similares (títulos, subtítulos, marcadores, ...) ao longo de toda a
apresentação.” (REATEGUI, 2020, p. 112). É pertinente, preferencialmente, não usar
marcadores numéricos para não confundir com números ou com uma lista numerada.
Tampouco usar marcadores que tenham um símbolo já associado a algum significado.
Por exemplo, , que está associado à exclusão. Veja o exemplo do Slide 60.

Slide 60

Estrutura de tópico:
➢ Marcador;
Tamanho: 28.

Estrutura de subtópico:
✓ Marcador;
Tamanho: 26;
Recuado.

Para não ter problemas com os formatos adotados, pode-se usar o slide mestre
para estandardizar os marcadores e os tamanhos das fontes dos tópicos e subtópicos,
assim como o recuo dos subtópicos.
Evite usar nos slides expressões como, por exemplo, na opinião de, segundo
fulano, de acordo com beltrano, desde o ponto de vista de sicrano e outras que
caracterizam uma citação, seja direta ou indireta. Priorize a citação indireta. Muito
provavelmente sentirá a necessidade de usar uma citação direta, como é o caso de citar
determinados parágrafos de uma lei, necessários para aclarar a explanação. Não é
proibida a citação direta, conforme discutimos anteriormente, apenas se tenta evitar o
excesso de texto nos tópicos.

6.2.3 Slides apenas com palavras-chave

Já foi aventado que não é recomendável o uso excessivo de textos nos slides.
Também que o uso de texto precisa ser usado com prudência. Outro formato que tem
de ser terminantemente preterido é o uso apenas de palavras-chave. Isso cria um certo
aspecto de adivinha: o que vou falar? Ou nos moldes das telenovelas brasileiras: cenas
70
do próximo capítulo. Enfim, nem muito nem tão pouco. Veja os exemplos dos Slides
61 e 62.

Slide 61 Slide 62

A preocupação com esse tipo de estrutura reside na situação de que o


apresentador pode esquecer de comentar alguns aspectos relevantes para a
apresentação. De resto, pode se perder no tempo da apresentação, uma vez que ao não
se lembrar do que necessita comentar, acaba improvisando e pode prolongar mais do
que o necessário em determinada abordagem, excedendo ou prejudicando o tempo
disponível para a apresentação.

6.2.4 Quantidade de palavras por linha e linhas por slide

Diante do exposto, surge a pergunta: existe limite de linhas por slide? São várias
propostas que encontramos na Internet para responder a essa questão. Há opção de
limitar a apenas cinco linhas por slide; outras ficam entre seis e dez linhas por slide.
Em situações extremas, recomenda-se usar 12 linhas.
Quando o assunto é especificamente a quantidade de palavras por linhas,
consultando, mais uma vez a Internet, encontramos sugestões das famosas regrinhas,
que variam do 6 x 6: 6 linhas x 6 palavras, ou seja, um limite de seis linhas dispostas
nos slides e em cada linha não mais que seis palavras. Também há quem sugere a regra
do 7 x 7: sete linhas por sete palavras, 5 x 7: cinco linhas por sete palavras, 6 x 7: seis
linhas por sete palavras, 7 x 8: sete linhas por oito palavras e, em casos mais extremos,
7 x 10: sete linhas por dez palavras.

71
Claramente são sugestões para orientar no sentido de melhor organizar
esteticamente a apresentação. Mas existem uma série de detalhes por trás de todas
essas recomendações, seja pela fonte tipográfica usada, tamanho dessa fonte,
espaçamento e tamanho do slide, entre outros. Portanto, indubitavelmente, o bom
senso e a melhor distribuição determinarão a quantidade de linhas e palavras nos
slides.
Independentemente da quantidade de linhas e palavras no slide, tente
aproveitar o máximo possível a área destinada ao conteúdo, mas atente ao padrão que
está seguindo. Nada de diminuir tamanho de fonte, ajustar, apertar, mudar estrutura,
suprimir palavras ou abreviar palavras, enfim, para caber tudo no mesmo slide. Se não
couber as informações num slide e ficar faltando, por exemplo, apenas uma linha de
conteúdo, o correto é criar um novo slide, repetir o título e inserir o conteúdo da linha
nesse slide. Muito melhor que abarrotar tudo num único slide. Não se paga ainda pela
quantidade de slides numa apresentação realizada nas instituições públicas de ensino
superior. Talvez em breve! Veja o exemplo dessa situação nos Slides 63 e 6425.

Slide 63 Slide 64

6.2.5 Tamanho da fonte

Um cuidado especial ao usar apenas texto nos slides está relacionado ao


tamanho da fonte a ser usada para o conjunto de informações presentes no slide. Essa
atenção é marcante porque também tem implicação direta no produto final da
apresentação.

25
Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

72
Consultando a Internet sobre o assunto, não existe um entendimento sobre os
tamanhos a serem usados. Isso é difícil de ser determinado porque envolve algumas
questões. Por exemplo, o estilo de fonte a ser usado, a escolha do tamanho do slide, o
tamanho do ambiente onde acontecerá a exposição, entre outras. Quanto maior o
espaço físico onde ocorrerá a apresentação, maior também será o tamanho da fonte a
ser usada nos slides para que todos os presentes no local possam visualizá-los
adequadamente de qualquer local.
Ainda sobre esse tema, encontramos na Internet sugestões de tamanho da fonte
para os títulos dos slides que variam desde 28 até 50. Já para o texto, o tamanho
recomendado oscila entre 20 a 36. De acordo com a nossa experiência ao longo dos
anos, sugerimos os tamanhos de 30 a 32 para os títulos e de 26 a 28 para o conteúdo
dos slides com apenas textos. Esses tamanhos não comprometem a visualização dos
slides, mesmo em lugares de tamanho mediano, que são, geralmente, os destinados às
apresentações no âmbito acadêmico.

Slide 65

32

28

18

Ainda que não exista um consenso sobre que tamanhos de fontes usar no slide,
é concordância absoluta de que tamanho da fonte muito pequeno, evidentemente, não
é recomendável, ou melhor, não deve ser usado para os slides que contêm apenas
textos. Isso, jamais!

73
6.2.6 Pontuação

No caso de tópicos contendo apenas palavras-chave ou títulos de seções, como


no caso de objetivos geral e específicos apresentados no Slide 6726 a seguir, não é
interessante pontuar. A pontuação tanto entre tópicos com frases, como no Slide 6627,
como entre subtópicos de um determinado assunto, como no Slide 67, deve ser ponto
e vírgula (;) até o último, que conterá o ponto (.) final. Esse ponto final encerra em
ambas as situações o conteúdo relacionado ao assunto do tópico ou subtópico. Todos
os subtópicos necessitam ser pontuados.

Slide 66 Slide 67

O que deve ser evitado é não usar nenhuma pontuação no slide. Isso
confunde, por exemplo, se, de fato, os tópicos ou subtópicos relacionados ao assunto
encerraram num determinado slide ou continuam no seguinte.
No caso do Slide 66 apresentado previamente, o ponto (.) final no terceiro tópico
após a palavra Fibrinogênio significa que não existem mais tópicos referentes ao
assunto Introdução e, por conseguinte, não existe mais nenhum slide sobre o tema. No
Slide 67, o ponto (.) final após a palavra fundamentais no único subtópico do tópico
Geral revela que não existe mais nenhum subtópico sobre esse tema. No outro tópico,
Específicos, o último subtópico do slide encerra-se com ponto e vírgula (;) e não com o
ponto (.) final. Em tal caso, significa, evidentemente, que ainda existe, no mínimo,
outro slide contendo mais informações sobre os objetivos específicos.

26
Slide adaptado da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.
27
Slide extraído do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

74
6.2.7 Espaçamento

Existem dois tipos de espaçamento que pode ser configurado num slide. O
espaçamento acima/embaixo ou antes/depois, dependendo do software usado, do
parágrafo e o entre linhas. Dependendo do programa, algumas vezes, o espaçamento
entre parágrafos pode vir configurado com um valor diferente de zero. Vejamos os
casos do Impress e do PowerPoint.

Figura 14 – Configuração de espaçamento entre parágrafos e linhas no Impress do


LibreOffice.

Fonte: Captura de tela do Impress.

75
Figura 15 – Configuração de espaçamento entre parágrafos e linhas no PowerPoint da
Microsoft.

Fonte: Captura de tela do Microsoft PowerPoint 2016.

Isso não é interessante porque se perde um pouco de espaço na área destinada


ao conteúdo do slide. Portanto, utilizando-se mais uma vez do slide mestre, deve-se
alterar essa configuração e colocar zero para todas as opções relacionadas ao
espaçamento entre parágrafos.
O espaçamento entre linhas de um slide, geralmente, é simples. Esse
espaçamento deve ser uniforme em todos os slides. No caso entre tópicos, deve-se usar
um espaço simples em branco separando os conteúdos. Nos subtópicos, a ideia é
aproveitar ao máximo a estrutura dos slides e, portanto, não se separam os conteúdos
com uma linha em branco. Deve-se ajustar um pouco o espaçamento entre as linhas,
de forma que seja maior que o espaçamento simples e menor que o espaço de uma
linha simples em branco. Isso é feito para melhorar e facilitar a organização dos
conteúdos, além de ser esteticamente mais agradável. Vejamos os Slides 6828 e 6929.

28
Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.
29
Slide modificado do trabalho acadêmico de Guilherme Santos Souza.

76
Slide 68 Slide 69

No Slide 68, o espaçamento entre os tópicos é de uma linha simples em branco.


No slide 69, o espaçamento entre os subtópicos é de 12 pontos, ou seja, menor que o
espaço de uma linha simples em branco, mas com um espaço mínimo para que as
informações não fiquem amontoadas. Sendo assim, organiza-se melhor a distribuição
das informações e aproveita-se mais a estrutura do slide.

6.2.8 Alinhamento

Todo o conteúdo de texto de um slide é alinhado à margem esquerda do slide,


independentemente se é tópico ou subtópico. Se analisarmos bem, a ABNT NBR 6023
(2018) também preconiza o mesmo para as referências. Isso se deve ao fato de que
como o tamanho da fonte dos textos é considerável e o espaço destinado ao conteúdo
do slide é um tanto limitado, ao se justificar, por exemplo, pode resultar em muito
espaço entre as palavras, o que esteticamente não é aprazente. E alinhar à esquerda
condiz com a nossa situação de escrever e ler a partir da margem esquerda para a
direita. O alinhamento justificado é o aplicado à parte escrita de um trabalho
acadêmico, pois ajusta visualmente o texto e produz uma melhor organização e
uniformidade.
Para melhor entender esse contexto, mostramos a seguir dois slides com o
mesmo conteúdo e a mesma formatação, mas o Slide 70 com as informações alinhadas
à margem esquerda e o Slide 7130, com o alinhamento justificado.

30
Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

77
Slide 70 Slide 71

Em outros sistemas de escrita que se iniciam a partir da margem direita de uma


página, como o árabe e o hebraico, o alinhamento é à direita. Um exemplo desse
cenário em árabe é apresentado no Slide 7231. Mas não use esse artifício para
fundamentar a sua decisão. O indicado e desejado é o alinhamento à margem
esquerda.

Slide 72

31
Slide modificado da apresentação do Dr. Ahmed Ghalab Mohamed sobre sensoriamento remoto. Disponível
em:
https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj2
nLqU7u3vAhVWH7kGHU21DmQQFjAEegQIDRAD&url=http%3A%2F%2Fwww.aun.edu.eg%2Fmegwrm
%2Fsub%2Fworkshop2%2Fremote1.ppt&usg=AOvVaw2u2XV_enTQzvP2YT84WoQJ. Acesso em: 31 mar.
2021.

78
6.2.9 Destacar palavras ou textos

Outro ponto que merece um comentário está relacionado à necessidade de


destacar determinados conteúdos nos slides.
Os recursos mais utilizados para evidenciar algo no conteúdo dos slides são:
colorir letras, usar aspas duplas, utilizar letras maiúsculas ou aplicar os recursos de
fontes: itálico, negrito ou sublinhado. Em alguns casos, chega-se a combinar um ou
mais desses elementos.
Use apenas o negrito se precisar realmente destacar algo. O uso das aspas
duplas só deve ser utilizado nos casos de citação direta, obedecendo à ABNT NBR
10520 (2002). Como habitualmente não se usa citação direta nos slides, necessita ser
evitada. O itálico somente é recomendado para grafar palavras estrangeiras que ainda
não tenham sido incorporadas ao nosso idioma ou nomes científicos de espécies. As
letras maiúsculas são empregadas apenas nos títulos. O sublinhado é reservado para
ações vinculadas a hiperlink sobre palavras ou textos. Também é interessante
esquivar-se do uso de letras coloridas, que “são muito úteis para destacar informações
em tabelas ou diagramas.” (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30). Portanto, livre-se do uso
indiscriminado de realces nos slides.

6.3 Ilustrações e tabelas

Além de texto, é muito usual aparecer nos slides algum tipo de ilustração. De
acordo com a ABNT NBR 14724 (2011), que especifica os princípios gerais para a
elaboração de trabalhos acadêmicos, uma ilustração pode ser um desenho, um
esquema, um fluxograma, uma fotografia, um gráfico, um mapa, um organograma,
uma planta, um quadro, um retrato, uma figura, uma imagem, entre outros.
Dependendo do tipo de curso e área de conhecimento, o uso de algum tipo de
ilustração nos slides é mais usual que outros. Mas, inegavelmente, as imagens, os
gráficos e os quadros são alguns dos mais utilizados em geral. Outro elemento muito
usado para representar as informações são as tabelas.
Outros tipos de ilustrações são as formas nas suas mais variadas opções: simples
e de símbolos, fluxograma, textos explicativos, lista, processo, pirâmide, ciclo,
hierarquia, entre outras. É relevante aclarar que alguns desses tipos de formas podem
não estar disponíveis no software utilizado para a elaboração da apresentação.

79
Sempre que possível use elementos gráficos para representar o conteúdo dos
slides. O uso desses recursos é muito indicado, porque transmite à apresentação um
maior dinamismo, organização e elegância. De mais a mais, propicia que a
apresentação se torne mais atraente, envolvente, agradável e elucidativa de se
visualizar e acompanhar. Isso porque comumente são mais aprazíveis de contemplar
do que uma grande quantidade, por exemplo, de textos ou números expostos. Oferece
um maior dinamismo à exposição. Também reforça a ideia de preocupação, de
dedicação e de compromisso em elaborar os slides, além de melhor uso dos recursos
de que o software dispõe. Na realidade, “ir construindo os gráficos, figuras, diagramas
e tabelas aos poucos demanda mais tempo para preparar a apresentação, mas os
resultados finais são muito melhores!” (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30).
À vista disso, para ser mais assertivo, ao invés de somente utilizar textos numa
apresentação, é extremamente aconselhável explorar o uso de texto associado aos mais
diversos tipos de ilustrações de forma a facilitar e melhor representar as informações
nos slides. A seguir mostramos alguns exemplos de apresentações que usam esses
modelos.
Os Slides 7332 e 7433 utilizam como formas: retângulos com cantos arredondados
com diferentes tipos de setas. Inclusive, com aplicação do recurso de rotação nas setas.

Slide 73 Slide 74

Caso necessário, reserve unicamente um slide para exibir a ilustração. Desse


modo, terá mais flexibilidade para construir o elemento, ajustar melhor as informações
e formatar adequadamente o tamanho da fonte a ser utilizada.
Nos Slides 75 e 7634 foram usados efeitos de forma para melhor destacar as
informações.

32
Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.
33
Slide extraído do trabalho acadêmico de Samuel Fernandes Garcia.
34
Slides adaptados da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

80
Slide 75 Slide 76

Nos slides 77 e 7835 foram empregadas caixas de textos e chaves.

Slide 77 Slide 78

Os slides 79 e 8036 manipulam elipses e caixas de textos, que, agregadas, formam


um quadro.

35
Slides extraídos da apresentação de Gloria Londoño Monroy.
36
Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.

81
Slide 79 Slide 80

Uma preocupação especial com relação ao uso de elementos gráficos com textos
é com o tamanho da fonte a ser utilizada. Tente servir-se de tamanhos próximos aos
sugeridos para os slides com apenas textos. Existe uma maior flexibilidade quanto a
esse tamanho, uma vez que está atrelado ao elemento gráfico selecionado. Embora a
rigidez do tamanho não seja tanto como nos casos de slides com somente textos,
também deve-se evitar utilizar fontes pequenas. Mas existem algumas situações que
exigem realmente um tamanho pequeno para melhor se ajustar à forma, conforme se
pode ver no Slide 8137.

Slide 81

Ao evadir-se dos tamanhos muito pequenos, os espectadores mais distantes da


projeção, sobretudo em ambientes de tamanho considerável, agradecem pela

37
Slide extraído da apresentação de Mariella Adrián García.

82
sensibilidade de não forçar o uso de binóculo para assistir a sua apresentação, como
acontece muitas vezes em grandes eventos esportivos ou musicais.

6.3.1 Imagens

O uso de imagens é bastante recomendado e essencial nos slides, pois torna a


apresentação mais rica, atraente e aprazível. Aqui se aplica a velha, e imaginemos o
quão é velha, e conhecida expressão popular: «Uma imagem vale mais que mil
palavras» de suposta autoria do filósofo chinês Confúcio, que viveu alguns séculos
antes de Cristo. Ademais, a imagem facilita na hora da exposição, uma vez que não se
precisa decorar nada, apenas entender o objetivo a que se pretende e evidenciar na
explanação. De mais a mais, “também evita a criação de uma apresentação que nada
mais é do que um conjunto de anotações para auxiliá-lo a lembrar do que precisa falar
em cada instante, anotações que possivelmente não vão ajudar o público a melhor
compreender sua mensagem.” (REATEGUI, 2020, p. 111).
Mas, como qualquer elemento, assim como para os textos, o seu uso requer
alguns cuidados.

[...] é preciso ter controle e critérios ao aplicar imagens em sua


apresentação, lembre-se que apresentação com slides não é álbum de
figurinha!
O ponto de partida é saber selecioná-las corretamente a fim de
potencializar o conteúdo. As imagens tem a responsabilidade de tornar
mais atraentes seus slides e ilustrar sua fala, desde que o foco continue
em seu discurso.
Dependendo das suas escolhas, as imagens podem estabelecer
diferentes atmosferas para sua apresentação, com apelos visuais
divertidos, inusitados, inesperados ou simplesmente informacionais.
(OLIVEIRA, 2020, p. 10, grifo do autor).

Um dos erros mais comuns é usar imagem em um slide sem nenhum propósito.
A imagem é útil e fundamental quando se usa para identificar e extrair informações
durante a exposição. Mas se apenas compõe o slide e não tem nenhuma utilidade que
não seja meramente embelezá-lo, deve ser retirada. Aqui cabe bem outra conhecida
expressão popular: não adianta querer «encher linguiça». A imagem só deve estar
presente se estiver relacionada e contextualizada com o que se está apresentando. Sua
presença é substancial e significativa para aclarar um assunto abordado. Efetivamente,

83
“todo elemento inserido em um slide deve ter uma razão de estar ali. Evite inserir
elementos apenas com a função decorativa, tente sempre alinhá-los com o conteúdo.”
(OLIVEIRA, 2020, p. 11).
Com relação à imagem a seguir, Slide 82, a foto38 apresentada é apenas
ilustrativa, já que a imagem original foi empregada indevidamente. Conforme a
indicação no slide, a imagem foi obtida de uma página de Internet. Mas a original está
disponível em um banco de imagens que exige o pagamento de uma taxa de R$ 45,00
para utilizá-la. A aluna comentou que não solicitou a permissão de uso e tampouco
pagou algo para adquiri-la. Desse modo, acreditamos que não tinha permissão de uso.

Slide 82

Além de a foto não ter sido explorada durante a explanação do assunto, o que
reforça a ideia de uso sem propósito, cabe uma advertência sobre a citação
correspondente. Esse assunto será discutido posteriormente, mas é considerável
destacar que a fonte de uma imagem não pode ser um link de uma página de Internet.
Muito cuidado ao decidir usar determinada imagem na apresentação. Se não é
do arquivo pessoal, só deve utilizá-la se estiver seguro da fonte original, inclusive se
tem permissão para reproduzi-la. Isso evita alguns problemas e constrangimento. Essa
preocupação ainda é maior caso tenha obtido a imagem da Internet.

[...] evite coletar imagens aleatoriamente na internet.


Afirmo isso por duas razões básicas, a primeira é que você não corre o
risco de ter problemas com violação de direitos autorais. Sempre que
usar imagens que não são da sua autoria ou que você não tenha certeza
da origem, referencie o lugar (livro, site etc.) de onde ela foi extraída.

38
Fonte: Imagem de Ewa Pniewska (2012). Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/labrador-c%C3%A3o-
animal-c%C3%A3ozinho-vista-380800/. Acesso em: 8 abr. 2021.

84
A segunda razão é que existem muitas imagens com qualidades
(resolução) ruins na internet e isso pode comprometer o visual da sua
apresentação, conferindo-lhe um ar de amadorismo sem tamanho.
(OLIVEIRA, 2020, p. 10).

O delito de violação de direitos autorais está previsto no artigo 184 do Código


Penal, que determina que violar direitos de autor e os que lhe são conexos pode
originar penas de: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa; ou reclusão, de
2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, dependendo do caso (BRASIL, 2003). Por
conseguinte, não é uma questão puramente de honestidade, mas também de
cumprimento de lei.
Uma solução disponível para sanar esse problema é:

Para aqueles que não dispõem de ferramentas, tempo ou habilidades


para produzir suas próprias imagens, minha sugestão, baseado em
minha experiência profissional, é sempre usar os bancos de imagens
livres.
Na internet é possível encontrar centenas de bancos repletos de
imagens livres de direitos autorais que podem ser aplicadas em
apresentações. Em muitos destes bancos, as imagens estão organizadas
em categorias o que facilita bastante a busca e a seleção. (OLIVEIRA,
2020, p. 10).

O uso de imagens da Internet requer muita atenção. O fato de uma imagem ser
acessível na rede não significa que possa ser utilizada para qualquer fim. Por exemplo,
pode estar disponível apenas para uso não comercial. É indispensável saber como a
imagem é licenciada. Essa questão é tão séria que recentemente o Google Busca, um
serviço da empresa Google, passou a informar mais claramente sobre o licenciamento
das imagens.
Agora, mais compreensível, ao selecionar o sistema de buscas de imagens do
Google imagens, na opção de Direitos de uso do menu Ferramentas, vide figura 16,
dispomos de três opções: visualizar todas as imagens, independentemente do tipo de
licenciamento; imagens com licenças Creative Commons, que são licenças mais
permissivas; e licenças comerciais e outras, que geralmente são licenças mais
restritivas.

85
Figura 16 – Interface do Google imagens/Ferramentas/
Direito de uso.

Fonte: Captura de tela do Google imagens.

Creative Commons é o nome de uma organização não governamental sem fins


lucrativos. O objetivo principal desta organização é ajudar os autores e criadores a
distribuir livremente suas obras para uso do público em geral e, assim, expandir o
número de obras criativas acessíveis a todos (BAIN et al., 2007). Para adentrar no
mundo das licenças Creative Commons, basta consultar a página oficial do projeto39
ou a da seção brasileira40.
Outra opção de obter imagens na Internet é acessar diretamente os repositórios
digitais de imagens ou também referenciados como banco de imagens. Podemos
encontrar repositórios com acesso gratuito ou que cobram pelo acesso às imagens ou
mistos, que combinam as duas opções anteriores. Além de imagens, uns oferecem
também vídeos, músicas, ilustrações, entre outras opções. Existe uma grande
quantidade de bancos de imagens gratuitos, até mesmo que oferecem imagens
também de excelente qualidade. Alguns dos mais conhecidos são: Pixabay41, Pexels42,
Fotos públicas43 e StockSnap44. Alguns, inclusive, sequer exigem que as imagens sejam

39
Mais informações em: https://creativecommons.org/.
40
Mais informações em: https://br.creativecommons.net/.
41
Mais informações em: https://pixabay.com/pt/.
42
Mais informações em: https://www.pexels.com/pt-br/.
43
Mais informações em: https://fotospublicas.com/.
44
Mais informações em: https://stocksnap.io/.

86
devidamente creditadas. Mas, em todo caso, é sempre recomendável, ético e prudente
atribuir os créditos da imagem.
Como exposto, o tema de direitos autorais de imagem não é simples, requer
cuidados e conhecimento sobre o licenciamento das imagens. Portanto, sempre que
possível, tente usar suas próprias imagens.
Também deve-se ponderar se a imagem realmente está de acordo, por exemplo,
com os padrões esperados. Por exemplo, certa vez um aluno de Medicina Veterinária
apresentou um slide sobre procedimento de anestesia espinhal com uma imagem do
procedimento sendo executado sem as luvas. Obviamente, isso é inconcebível e
considerado um grave erro procedimental e que jamais pode ocorrer. A banca foi
incisiva e o constrangimento foi perceptível.
Outra preocupação com relação ao uso de imagem a ser utilizada na
apresentação está relacionada com a sua qualidade. Devem-se usar, preferencialmente,
imagens de alta resolução, que são mais nítidas e de melhor qualidade e de tamanho
apropriado para se ajustar perfeitamente ao espaço do slide. Desse modo, oferecem
uma melhor visualização e não comprometem a exposição. A nitidez e a qualidade da
imagem são componentes imprescindíveis na hora de decidir em usar uma imagem na
apresentação.
O mais comum é que se utilize uma imagem por slide. Em geral, aparece
centralizada. Caso venha com uma legenda associada, é preferível que seja alinhada à
esquerda e a legenda à direita. Em algumas ocasiões, dependendo do tamanho, podem
aparecer duas imagens no mesmo slide, seja em sentido vertical ou lado a lado. Nesse
caso, é primordial que haja uma conexão entre as imagens, a ponto de justificar a
circunstância. Mais que isso, analise se têm um tamanho adequado para serem usadas,
se não produzem um excesso de informação ou se o slide não fica visualmente
carregado. Observe atentamente a distribuição, a harmonia e a disposição das
imagens, que precisam ser uniforme e padrão.
Evite usar imagens pequenas ou reduzidas. Procure respeitar o tamanho
original da imagem, pois, às vezes, expandi-la acaba afetando a qualidade e,
consequentemente, a nitidez. Mas vale ressaltar que existem programas que podem
ajudar nesse processo. Tome precaução também com imagens provenientes de
material escaneado. O resultado pode não ser o esperado.
Quanto ao tamanho da fonte para descrever a identificação e a fonte da imagem,
o tamanho recomendado é 18 ou 20. Caso a identificação da imagem ocupe mais de
uma linha, a segunda linha deve ser alinhada abaixo da primeira letra da primeira
palavra do título. Outro detalhe é com relação ao símbolo separador da palavra

87
designativa da ilustração da identificação. Os símbolos costumeiramente usados são:
o hífen (-), o travessão (–) ou dois pontos (:). O detalhe é que tem de estandardizar o
símbolo a ser utilizado. Um resumo dessas orientações pode ser visto a seguir no Slide
8345.

Slide 83

18

18

Outra ponderação diz respeito à quantidade de imagens utilizada numa


apresentação. Obviamente, não existe um número determinado. Mas o bom senso
predomina. Use a quantidade que achar relevante, interessante e essencial para validar
a apresentação.

6.3.2 Gráficos x Tabelas

Outros dois elementos bastante comuns nos slides são os gráficos e as tabelas,
muito usados para expor dados quantitativos. Sempre que possível, opte por gráfico
pela facilidade de se visualizar e de interpretar as informações representadas,
comparando com o conjunto de dados numéricos expostos numa tabela. As tabelas são
mais habitualmente usadas na parte escrita dos trabalhos.
Ao optar por tabela, tenha o cuidado de verificar se a quantidade de colunas e
linhas usadas podem ser bem visualizadas no slide. Usualmente, selecionam-se as
partes mais relevantes para melhor reproduzir as informações. Dessa maneira, reduz-
se a quantidade de linhas e de colunas necessária. Outra forma de destacar os dados
mais interessantes constantes na tabela é utilizar escala de cores para destacá-los, seja
uma coluna, uma linha ou mesmo alguns dados aleatórios constantes na tabela. Outro
recurso pode ser o uso de animação.

45
Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

88
É preciso cuidado especial com o uso de cores que já possuem uma
semântica conhecida, como o vermelho (erro, problema, fim) e o verde
(ok, correto, avançar). Use-os de acordo com seu significado, para não
confundir a audiência. O uso de cores complementares é bastante
recomendado, pois elas criam contraste de forma harmônica.
Exemplos de cores complementares são: azul e laranja, vermelho e
verde, amarelo e violeta. Seja consistente com o uso das cores na
apresentação como um todo. [...].
As cores podem ser usadas para destacar palavras ou partes do texto,
e são muito úteis para destacar informações em tabelas ou diagramas.
(ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30).

As mesmas orientações e observações elencadas para o uso de imagens também


são pertinentes aqui, assim como para qualquer outra ilustração. Tanto os gráficos
quanto as tabelas devem ser identificados. Também a fonte necessita ser referenciada,
ainda que de autoria própria e deve-se primar pela transparência, qualidade e
tamanho que se ajustem perfeitamente ao slide.
Um erro muito recorrente nos trabalhos acadêmicos está relacionado ao uso de
tabela. Aqui vale um esclarecimento relevante. A ABNT NBR 14724 (2011) estabelece
que as tabelas devem ser padronizadas conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). De acordo com as normas de apresentação tabular do IBGE, uma
tabela tem como elemento principal o dado numérico e “a moldura de uma tabela não
deve ter traços verticais que a delimitem à esquerda e à direita.” (IBGE, 1993, p. 15).
Caso haja essa delimitação, estamos nos referindo a quadros.

Figura 17 – Exemplo de tabela.

89
Figura 18 – Exemplo de quadro.

Fonte: Elaboração própria, 2018.

A seguir, mostramos dois slides, Slides 84 e 8546, que utilizam um gráfico e um


quadro, respectivamente, para representar as informações durante uma apresentação.

Slide 84 Slide 85

6.4 Animações

Ao optar pelo uso de ilustrações, um recurso disponível nos programas que


combina adequadamente com esses elementos é o uso de animações. Essa conjunção é
perfeitamente viável e acrescenta ainda mais dinamismo ao grupamento de slides da
apresentação. Se utilizada apropriadamente, pode ser um diferencial na apresentação.
Mas, como qualquer recurso, o uso requer uniformidade, consistência, cuidados, e o
excesso deve ser refreado. Aqui também vale a máxima: seja objetivo.

46
Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.

90
Os softwares para desenvolver apresentações possuem inúmeros
recursos para animar slides. Usados com parcimônia, eles podem
deixar sua apresentação um sucesso. No entanto, exageros podem
transformar a apresentação num desastre. [...]
Use animação para chamar a atenção dos espectadores, mas sem
provocar cansaço: animação em demasia torna a apresentação pesada
e cansativa. Animações nas transições entre slides devem ser usadas
com parcimônia, para valorizar o que merece destaque. Se você prevê
que poderá precisar voltar para um slide anterior, nunca anime o que
estiver entre aquele slide e o atual. (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 30).

Mas tenha cuidado, pois as “animações podem não funcionar adequadamente


em todos os equipamentos e versões de software, por isso é preciso testá-las antes ou
levar seu próprio equipamento para evitar transtornos.” (ROMANI; TRAINA, 2009, p.
31).
Há quem não aconselha o uso de animação em slides. Mas isso só faz sentido se
o emprega, por exemplo, por questão de estética ou somente para exibir texto sem estar
associado a algum tipo de ilustração. Portanto, analise se realmente faz sentido utilizá-
lo no contexto.
Outra observação pertinente é determinar se esse recurso se aplica à ilustração
como um todo ou individualmente a cada elemento que a compõe. Essa seleção é
estabelecida de acordo com o objetivo da representação. Lembre-se de que,
dependendo da escolha, ainda tem de controlar a quantidade de vezes que terá de
clicar no mouse ou no passador de slides para simplesmente passar os elementos
individuais da ilustração. Nessas situações, de fato, vale analisar racionalmente o
melhor uso do recurso. Na maioria das vezes, a opção pela exibição dos elementos
individuais reforça e melhor estrutura a apresentação. Vejamos os exemplos dos Slides
86 e 8747. No 86, é aplicada a animação de forma aos elementos individuais da
ilustração, que vão surgindo de acordo com a explanação. No 87, o formato final da
ilustração.

47
Slides extraídos da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

91
Slide 86 Slide 87

Nos Slides 88 e 8948, são aplicados vários recursos de animação: esmaecer,


aparecer, diagonal para baixo e para a direita, flutuar para dentro e linhas com
movimentação que vão também surgindo no transcorrer da exposição até o formato
final representado no Slide 89.

Slide 88 Slide 89

48
Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.

92
Nos Slides 90 e 9149, exemplo de formatos que usam deslocamento de estruturas
durante a apresentação até o resultado final mostrado no Slide 91.

Slide 90 Slide 91

Uma preocupação adicional é com a sequência de exibição dos elementos


individuais da ilustração. É importante observar justamente a ordenação desses
elementos para que não ocorram erros durante a explicação. Isso é considerado um
erro relevante e corrobora a falta de atenção, zelo e desorganização na elaboração dos
slides. Veja o exemplo a seguir.

Slide 92 Slide 93

Na mesma linha, mas menos preocupante é a desatenção na sequência de


aparecimento da citação dos autores quando presente em slide com estrutura de
animação. Em tal caso, a citação aparece atrelada ao primeiro elemento da ilustração,
conforme se pode ver nos Slides 94 e 9550.

49
Slides extraídos da apresentação de Mariella Adrián García.
50
Slides extraídos do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

93
Slide 94 Slide 95

Uma ponderação necessária na hora de usar a animação recai sobre que tipo de
animação é a mais indicada para a sua apresentação. Quanto a isso, a mesma
orientação: o excesso também não é recomendado. Procure selecionar animações
discretas, sem firulas e funcionais. Efeitos bumerangue, laço, flash, girar, elástico,
loops, entre outros, são tipos que precisam ser descartados. Dessa forma, a orientação
é: “Não inclua animações que possam entediar a plateia. Lembre-se de que muitas
vezes, o menos é mais. Então, não anime tudo!” (ROMANI; TRAINA, 2009, p. 31).
Para complicar ainda mais a conjuntura, existem ainda por cima os que decidem
incorporar o uso sonoro ou o GIF51 animado associado aos efeitos de animação. Para
exemplificar esse contexto, mostramos a seguir alguns GIF que foram usados numa
determinada apresentação. Cada slide trazia um GIF animado na parte inferior da
margem da direita do slide. Alguns GIF representados são quase que imperceptíveis.

51
Acrônimo da expressão inglesa Graphics Interchange Format. Em português, Formato de Intercâmbio de
Gráficos.

94
Figura 19 – GIF usados nos slides.

É desnecessário argumentar que foram utilizados indevidamente e desviou a


atenção de todos no decorrer de toda a apresentação. No tocante ao uso sonoro nos
slides, discutiremos esse recurso posteriormente quando abordaremos o aspecto de
transição dos slides.
Uma advertência aos usuários que decidem fazer uma cópia de segurança da
apresentação no formato PDF52 visando prevenir possíveis problemas que possam
ocorrer com o software e/ou o computador utilizado na apresentação é que esse
formato, em linhas gerais, não conserva as animações preparadas e contidas no
arquivo original da apresentação. Ainda que já seja possível incluir áudios, vídeos e
objetos interativos em arquivos nesse formato, a maioria dos visualizadores gratuitos
e mais usados não oferece esse recurso. Portanto, todo o trabalho de animação presente
nos slides será perdido. Mas, de todas as formas, não deixa de ser uma alternativa
pertinente para uma circunstância delicada em que se realmente necessita fazer a
apresentação.

52
É a sigla para a expressão inglesa Portable Document Format. Em português, Formato Portátil de Documento.

95
6.5 Transição de slides

É muito recorrente o equívoco de considerar os recursos de animação e


transição de slides como sendo semelhantes. Apesar de que ambos incorporam efeitos
aos slides, na realidade, tratam-se de dois recursos distintos. A animação é o efeito que
aplicamos em alguns elementos dos slides como imagens, gráficos, formas, etc., ao
passo que a transição é o aplicado ao slide propriamente dito quando se passa de um
slide para outro durante a apresentação.
O recurso de transição de slides é bastante comum nos softwares de
apresentação. Geralmente, encontramos disponíveis diversos efeitos de transição
nessas ferramentas. Apesar de ter quem defenda o seu uso por considerar que é um
recurso atraente e que porta dinamismo às apresentações, consideramos que, na
prática, esses efeitos não contribuem muito para a essência de uma apresentação. Pode,
inclusive, resultar no contrário. Assim sendo, não é necessário ser aplicado nas
apresentações. A simplicidade nessa situação também é sensata.
Imaginemos uma apresentação que ao clicar com o mouse ou usar o passador
de slides para avançar para o próximo slide, o slide começasse a piscar, cair,
transformar-se em um aviãozinho de papel, num jogo de damas, etc. Alguns desses
efeitos de movimento nada discretos disponíveis em alguns programas são: Piscar,
Queda, Compressão, Avião, Xadrez, Barras, Jogo de damas, Vórtice, Noticiário, entre
tantos outros.
Para degenerar ainda mais o contexto, existem os que usam os recursos de
transição com efeitos sonoros. Conjecturemos que a cada passada de slide, a transição
venha acompanhada sonoramente de uma bomba, explosão, buzina de trem, cavalo
relichando e assim por diante. Evidentemente que se trataria de casos mais extremos
do uso desses recursos, porém completamente possível de acontecer em se tratando
de experiências com seres humanos providos de mentes extraordinárias e criativas.
Permita-nos relatar uma experiência nesse cenário. Participamos de uma
apresentação em que um aluno usou recursos de transição de slides com efeito sonoro
de uma chicotada. Se a finalidade era chamar a atenção ou impressionar, o objetivo foi
plenamente alcançado. Ninguém se lembra do conteúdo da sua apresentação, mas
todos recordam vivamente das chicotadas. É salutar advertir que esses tipos de
recursos podem deixar a apresentação mais lenta dependendo dos recursos de
hardware da máquina utilizada para a exposição.
Diante do exposto, aconselhamos não usar esses recursos na apresentação.
Utilize a forma padrão, melhor dizendo, sem nenhum recurso de transição na

96
passagem de slides. A não ser que considere os seus slides nada envolventes ou que
não se preparou adequadamente para a exposição. Dessa forma, deduz que usar esses
recursos seria uma boa forma de distrair a banca e os espectadores para obscurecer
essa realidade. Lembre-se: o apresentador é a grande atração do palco e os slides são
os coadjuvantes que ajudarão a compor o cenário de uma apresentação. A seguir
exibimos dois slides que utilizam o efeito de transição de girar em sentido horário com
quatro raios durante a apresentação. O impacto mais parecia uma transversalidade
rumo ao túnel do tempo.

Slide 105 Slide 106

Quando falamos em transição de slides, naturalmente pensamos no processo de


avançar para o próximo slide da apresentação. Mas há quem decida fazer o contrário
durante a exposição, ou seja, retroceder para um determinado slide. Isso algumas
vezes ocorre nas apresentações e é considerado um erro. Portanto, precisa ser evitado.
Simplesmente, não faz sentido. Analise essa conjuntura durante a preparação dos
slides. Explore ao máximo cada slide durante a apresentação, de forma que não seja
necessário tal situação. Pode-se caracterizar uma falha na organização e elaboração dos
slides. Caso seja realmente imprescindível, a melhor solução seria repetir o slide.

6.6 Vídeos e áudios

Outros elementos que podem ser usados numa apresentação são o vídeo e o
áudio. Mas somente os utilizem se realmente forem essenciais para os propósitos da
apresentação.
Para ser utilizado, o vídeo deve, preferencialmente, estar armazenado no
próprio computador da apresentação. Alguns programas também oferecem a
possibilidade de usar vídeo disponível na Internet. Em tal caso, evidentemente, a rede
deve estar acessível e disponível no local da apresentação. É prudente pensar em um

97
plano de contingência para o caso de perda de conexão com a Internet no momento da
apresentação. Nesses casos, alguns optam por baixar o vídeo a ser usado. Mas tenha
cuidado, porque nem sempre isso é possível e permitido. Sendo assim, seja prudente
ao descarregar o vídeo no computador e usá-lo na apresentação. Certifique-se se a ação
de baixar o vídeo é legal ou não. Além do mais, os vídeos também são protegidos por
direitos autorais.
Outra preocupação é comprovar se o formato do vídeo a ser usado é suportado
pelo programa, posto que existe uma grande variedade de formatos de arquivos de
vídeo disponíveis no mercado. É necessário selecionar um tipo de formato compatível
com o software em uso. Caso contrário, não será possível reproduzir o vídeo. Não
obstante, existem utilitários disponíveis na Internet que convertem arquivos de um
determinado formato para outro. Geralmente, os softwares de apresentação suportam
os formatos de arquivos de vídeos mais comuns e populares.
As versões mais recentes de alguns programas já incorporam os vídeos
diretamente na apresentação, de forma que não mais haverá problemas em transportar
a apresentação para qualquer outro computador ou dispositivo de armazenamento,
pois o arquivo de vídeo estará vinculado à apresentação como, por exemplo, uma
imagem. O único problema nesse caso é testificar que o vídeo não deixará o arquivo
de apresentação demasiado grande, o que poderá tornar a apresentação mais lenta ou
mesmo travar durante a exposição. Isso também pode dificultar de alguma forma o
envio da apresentação pela rede.
No caso de extrapolar o limite de tamanho permitido para anexos pelo servidor
de e-mail, pode-se optar por um serviço de correio eletrônico que disponibilize um
serviço de armazenamento em nuvem para administrar essa situação e incluir um link
de download para compartilhar o arquivo. Ademais, há um número crescente de
ferramentas simples de compartilhamento de arquivos que tornam essa tarefa ainda
mais fácil. É o caso, por exemplo, do WeTransfer53, que é um interessante serviço on-
line e completamente gratuito, que oferece hospedagem temporária de arquivos.
Algumas ponderações sobre o uso desse recurso são: deve ter uma identificação,
citar a fonte, ser de curta duração e de boa qualidade de áudio e imagem. Um cuidado
especial necessita ser tomado com relação ao tempo do vídeo. O bom senso aqui
prevalece. O excesso também é desaconselhável.
Além do vídeo, outro recurso de mídia que pode ser usado nos slides é o áudio.
As mesmas observações, cuidados e orientações elencadas e citadas anteriormente

53
Mais informações em: https://wetransfer.com/.

98
para os vídeos são completamente pertinentes e aplicáveis para os arquivos de áudios
que se desejam inserir numa apresentação.

6.7 Citações

O uso de citações nos slides também é obrigatório, assim como no trabalho


escrito. Afinal de contas, os slides são um resumo do conteúdo da parte escrita. E não
as usar é caracterizado plágio. E plágio imperiosamente não pode ser subestimado,
considerando as diversas consequências jurídicas e administrativas que podem
acarretar.
O formato utilizado para fazer as devidas citações, tal como no trabalho escrito,
deve obedecer às normas da ABNT NBR 10520 (2002). Use, preferentemente, citações
indiretas, pois são mais objetivas e práticas nos slides. Existem algumas opções para
que se façam as citações nos slides. A seguir, apresentamos alguns exemplos de
citações nos slides.
A citação deve vir no final associada a cada tópico ou subtópico quando se
referir a autores distintos para cada sentença do slide, vide Slide 96, ou desmembrada
e imediatamente abaixo das sentenças e separada, conforme se pode ver no Slide 9754.

Slide 96 Slide 97

Outra forma de fazer alusão a todos os autores citados é especificá-los numa


citação conjunta. Nessa situação, divide-se o slide em duas colunas e,
preferencialmente, descreve-os na coluna da direita. Caso necessário, pode-se
continuar na linha seguinte, mas jamais separando as informações da citação. Por
exemplo: autores em uma linha e ano abaixo. A seguir, exibimos os Slides 98 com a

54
Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

99
citação correta dos autores, e 9955, em que a citação dos autores LOPES; BIONDO;
SANTOS, 2007 está errada, pois houve uma separação dos autores da obra, o que não
é conveniente. O Slide 98 contém o mesmo conteúdo do Slide 96, reproduzido
anteriormente, mas com um formato diferente de citação, mas ambas estão corretas.

Slide 98 Slide 99

A sequência da citação nos slides apresentados anteriormente obedece ao que


preconiza a ABNT NBR 10520 (2002, p. 3), que designa que “as citações indiretas de
diversos documentos de vários autores, mencionados simultaneamente, devem ser
separadas por ponto-e-vírgula, em ordem alfabética.”.
No Slide 10056, que contém texto e ilustração, todo o conteúdo do slide foi
retirado de um único trabalho.

Slide 100

Atente para os detalhes inerentes às citações conforme orientação da ABNT


NBR 10520 (2002). Observe que a citação necessita estar presente no slide sempre que
necessária, mesmos nos casos em que uma determinada sentença de um autor fique

55
Slides adaptados do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.
56
Slide adaptado do trabalho acadêmico de Allyson Ramon da Cunha.

100
na última linha de um slide e outra na primeira do slide subsequente. Em ambos os
casos, a citação precisa ser feita.
No trabalho escrito, conforme a ABNT NBR 14724 (2011), toda ilustração deve
ter uma identificação na parte superior. Na parte inferior, deve ser citada a fonte
consultada, ainda que seja do próprio autor. O mesmo se aplica aos slides. Mas o que
observamos na prática é que nos slides tanto a identificação da ilustração quanto a
citação de autoria própria não são muito comuns. Não obstante, quando a fonte não é
citada, incontestavelmente, subtende-se que é do próprio autor. Mas isso requer
cuidado, pois, no caso de esquecimento da devida citação, isso pode provocar
constrangimentos no futuro. Por isso, uma boa tática é sempre documentar o trabalho
escrito assim como os slides com essas informações. Veja o exemplo do Slide 101.

Slide 101

Com relação às imagens, os mesmos cuidados com a identificação e a fonte


devem ocorrer. Outro pormenor é que qualquer alteração que venha a ocorrer na
imagem deve ser registrada e explicitada na descrição da fonte, através de expressões
como modificada de, alterada de, adaptada de, entre outras. Uma particularidade
importante: sempre que possível forneça a informação do número da página da fonte
original. Dessa forma, qualquer pessoa interessada na imagem terá acesso direto à
original consultando o seu trabalho.
Para imagens pessoais, é apropriado caracterizar esse detalhe. Podem-se usar
expressões do tipo: arquivo pessoal, fotografia do autor, entre outras, conforme o Slide
10257. Para a citação de imagens alteradas, considere fazer a citação como se estivesse
incluída na sentença, quer dizer, em letras maiúsculas e minúsculas e ano e número da

57
Slide extraído do trabalho acadêmico de Samuel Fernandes Garcia.

101
página, se houver, dentro dos parênteses. Veja o exemplo do Slide 103. Nos demais
casos em que não houver modificação da imagem original, use letras maiúsculas para
a fonte. Se houver mais de um autor na obra, são separados por ponto e vírgula (;). O
ano e a página aparecem fora dos parênteses, de acordo com o Slide 10458.

Slide 102 Slide 103

Slide 104

6.8 Referências

Ao contrário das citações, não se colocam referências nos slides quando a


apresentação está associada a um trabalho acadêmico como TCC, dissertação, tese,
artigo ou outro qualquer. Caso alguém tenha interesse nas referências, basta consultar
o referido trabalho, uma vez que, praticamente, todos estarão disponíveis na Internet.
De mais a mais, não é usual comentar ou explicar as referências numa apresentação.
As referências são recomendadas e mais utilizadas em palestras quando o
palestrante deseja proporcionar o material que serviu de base para a exposição, assim

58
Slide extraído do trabalho acadêmico de Andréa Thais Lopes Ferreira.

102
como recomendar algumas obras, sites, vídeos, entre outros, caso alguém deseje se
aprofundar sobre o assunto.

6.9 Erros de digitação, ortográficos e gramaticais

Uma das principais preocupações ao término da elaboração dos slides é


certificar que não existem nos slides erros de digitação, ortográficos, gramaticais, entre
outros. Como a própria palavra já caracteriza: erros, e erros precisam ser evitados, pois
estorvam a apresentação e demonstram desleixo. Se isso é seriamente exigido no
trabalho escrito, a mesma regra e preocupação também se aplicam aos slides. Portanto,
antes da apresentação é extremamente recomendável pedir ou mesmo pagar a alguém
para fazer uma revisão e as devidas correções.
Em alguns casos, uma simples verificação ortográfica disponível nos programas
já pode diminuir alguns erros. Muitos, na prática, são desatenção e falta de tempo para
a revisão, ocasionada pela costumeira mania de deixar tudo para a última hora ou
mesmo porque não teve tempo suficiente. É ponderoso reforçar a possibilidade de
incorporar um dicionário mais completo ao software e assim dispor de uma
ferramenta mais ampla para efetivar esse tipo de revisão.
Uma estratégia que também pode ser usada é abandonar a apresentação por um
ou alguns dias, sentir a sensação de alívio profundo com algo que estava realmente lhe
consumindo e, passado esse período, volta a revisar e descobre-se que alguns erros e
detalhes passaram despercebidos e necessitam ser retificados.
Esse contexto de não se observar a revisão de erros em geral é tão perigoso que,
mesmo que os slides estejam bem elaborados e a exposição tenha sido convincente,
pode prejudicar a apresentação, causar constrangimento e resultar em algo
negativamente marcante. E como o ser humano parece gostar mais de recordar dos
aspectos negativos, os seus erros serão muito mais profundissimamente lembrados do
que a apresentação em si.

6.10 Obrigado!

E chegamos ao fim. Ufa, até que enfim!


De modo algum encerre a sua exposição com a famosa tela preta padrão
disponível em alguns softwares de apresentação. Ao encerrar repentinamente a

103
apresentação desse modo, perdurará uma sensação de que ficou faltando algo. No
Slide 107, apresentamos a tela de encerramento do Impress do LibreOffice. No Slide
108, a do PowerPoint do Microsoft Office.

Slide 107 Slide 108

Finalize a apresentação com um slide contendo um, pelo menos: Obrigado!


Muito obrigado! Ou Obrigado pela atenção! É uma forma elegante e explícita de
determinar o fim da exposição. Esse slide serve como critério para determinar o fim da
apresentação e, portanto, também deve ser expressivo.
Esse agradecimento tem dupla função. Por um lado, agradecer a atenção e o
comparecimento dos presentes em participar da exposição, seja por interesse no
assunto, curiosidade ou solidariedade de apoio moral e afetivo. Por outro, responder
aos supostos aplausos que comumente acontecem ao término de uma apresentação.
Esse não é o objetivo principal, mas melhor que aconteça. Mas não se preocupe se não
ocorrer. Talvez a plateia não saiba que pode aplaudir ou que está tão inebriada com a
apresentação que ficou sem reação. Embora pareça redundante, mas não esqueça de
falar o obrigado ao término da apresentação. E por assim expressar, segue um:

104
Slide 109

Em várias oportunidades nos deparamos com alunas que traziam no slide final:
Obrigado! No início, alertava que o correto gramaticalmente seria a mulher dizer:
Obrigada! Até que um dia, uma me interpelou: Só por isso, Professor. Mas se eu quiser
dizer obrigado, qual o problema? Apesar do mesmo esclarecimento, decidi buscar
alguma informação sobre esse assunto na Internet. E, de fato, existiam novidades. E já
são vários os artigos que expressam a possibilidade de as mulheres também usarem
obrigado para agradecer.

Do ponto de vista da tradição, trata-se simplesmente de um erro, um


sinal de desleixo com o idioma. A maioria dos falantes nunca parou
para pensar nisso, mas o sentido de nossa mais consagrada fórmula de
agradecimento é “fico-lhe obrigado”, isto é, “passo, a partir deste
momento a ser seu devedor”. Logo se vê que obrigado, aí, é um
adjetivo. Naturalmente, exige que a ele se apliquem as flexões cabíveis
de número e gênero: obrigada, obrigados, obrigadas.
Acontece que esse papel de adjetivo vem se perdendo há muito tempo
na palavra “obrigado” quando a empregamos com o sentido de
“grato”. Hoje o termo costuma ser usado como interjeição, o que torna
natural que seja compreendido como invariável.
Portanto, o que de certo ponto de vista é um erro indiscutível também
pode ser encarado como uma mutação linguística em curso.
(RODRIGUES , 2014, on-line).

Ante o exposto, caso alguma aluna deseje colocar obrigado no último slide, já
sabe que, numa perspectiva mais moderna da nossa língua, isso é perfeitamente
possível. Em todo caso, deve estar preparada e ter em mente essa flexibilidade no caso

105
de ser advertida sobre um possível erro. Com classe, conhecimento e argumento,
justificará o uso e, muito possivelmente, impressionará a todos.
Assim como o primeiro slide, o de apresentação também tem o formato livre.
Sendo assim, podem-se colocar informações para contato, imagens, frases, etc. Mas
muito cuidado com o uso desses complementos. O fornecimento do contato é mais
comum para palestrantes que, gentilmente, fornecem um meio para que alguém da
plateia possa contatá-lo, acaso deseje obter mais informações e orientações sobre o
assunto. Na academia, é mais usual quando da participação em eventos como
congressos, simpósios, entre outros. Mas nada impede que possa ser utilizado noutro
tipo de apresentação. Veja o Slide 110.

Slide 110

Sobre o uso das imagens, é considerável que seja algo relacionada ao assunto
abordado. Não a utilize como marca d´água e seja cuidadoso com os direitos autorais,
caso não seja do arquivo pessoal. Certa vez um aluno apresentou um projeto cujo tema
envolvia um trabalho com cães e concluiu com um slide de obrigado com imagens de
gatos. Evite esse tipo de embate.
Um exemplo de agradecimento com imagem é mostrado no Slide 11159. Vale
comentar que decidimos buscar uma imagem no site Pixabay para exemplificar os
modelos apresentados pelos nossos discentes, uma vez que, nesses casos, a maioria
utiliza imagens sem citar a respectiva fonte. Apesar de no site mencionar: «Atribuição
não requerida», aproveitamos para comentar, mais uma vez, a necessidade de sempre
atribuir os respectivos créditos.

59
Fonte: Imagem de Jean-Pierre Duretz (2017). Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/cavalos-natureza-
gr%C3%A1tis-animal-2031089/. Acesso em: 31 mar. 2021.

106
Slide 111

O uso de frases também segue na mesma direção. Se for relacionada ao contexto


da apresentação, poderá ser interessante. Em todo caso, é oportuno ter uma
justificativa para que esteja na apresentação. No slide 11260, a apresentação era
referente a um assunto da área de Direito. No Slide 113, relacionada ao tema de
software livre.

Slide 112 Slide 113

Mas muito cuidado na tentativa de parecer inovador, audacioso ou mesmo


diferente. Evite algo dos tipos, por digamos audaciosos além da conta, que serão
mostrados a seguir.

60
Slide extraído da apresentação de Sônia Correia Assis da Nóbrega.

107
Slide 114 Slide 115

Diferentemente de um palestrante, que usualmente destina o último slide para


as perguntas, na academia e em eventos científicos, essa situação é previsível. É parte
integrante do processo que ao término da apresentação haverá um espaço para
perguntas ou questionamentos. Sendo assim, não se faz necessário um slide para
perguntas.

108
A ideia desse capítulo é elencar alguns cuidados e preocupações que são
necessários antes e durante a apresentação. Serão reforçadas orientações consideradas
importantes para melhor assegurar uma apresentação mais tranquila, convincente e
sem surpresas desagradáveis, mas sem estender muito e fugir dos famosos clichês
sobre o assunto.
As dicas orientativas mais comuns, certamente, já foram comentadas e expostas
de certo modo em algumas ocasiões. Algo como:
• Falar de maneira clara, objetiva e devagar, mas sem robotizar;
• Mover-se, mas não tentar fugir do ambiente da apresentação;
• Não permanecer de costas para os espectadores durante a apresentação, como se
estivesse tentando invocar a ajuda divina;
• Evitar manter-se com as mãos na cintura, assemelhando-se a um personagem de
faroeste norte-americano;
• Esquivar-se das mãos no bolso;
• Ficar olhando repetidamente o relógio;
• Desligar o celular;
• Chegar atrasado ou muito próximo do horário da apresentação, querendo justificar
que isso é o normal do jeitinho, inconsequente e irresponsável, de ser do brasileiro;
• Entre tantas outras.
Outras observações que valem ser citadas são:

109
✓ Não se posicionar na frente do projetor

Às vezes, sem perceber, o apresentador se posiciona de forma que alguma parte


de seu corpo fica no foco de luz do projetor e acaba sendo exibida na tela. Por exemplo,
o cotovelo. O caso é mais complicado quando se projeta uma grande parte do corpo.
Um erro corriqueiro em decorrência da má localização do projetor, de
desatenção ou mesmo desconhecimento é o apresentador ficar passando em frente da
apresentação.

✓ A ação de passar os slides

A forma mais corriqueira de passar os slides é através do mouse. Mas, algumas


vezes, dependendo do ambiente, fica um pouco complicado usar esse recurso. Outra
opção é utilizar um smartphone. Lembrando que para essa situação se faz necessário
instalar algum software para executar a ação. Uma das formas mais interessantes é
manusear um passador de slides.

✓ Destacar alguma coisa na projeção

Uma das formas que se utiliza para destacar alguma região ou algum ponto de
uma ilustração durante a projeção dos slides é usar um dedo, geralmente o indicador.
Para completar a ação, põe-se o dedo diretamente na tela de projeção, deixando as
íntimas impressões digitais.
Outros tentam colocar o dedo na frente da projeção de forma que a sombra faça
o efeito necessário para indicar exatamente o que se quer destacar na apresentação.
Nesses casos, é habitual encontrar o dedo vagando pelo espaço, tentando se ajustar ao
foco do projetor.
Pior ainda, os casos em que, mesmo afastado um pouco da projeção, tenta com
o dedo mostrar algo que deseja destacar na apresentação. E, para os desavisados ou
esquecidos, usar o dedo indicador para apontar algo é considerado um gesto de falta
de educação e, obviamente, muito rude.
O mouse também pode ser usado como recurso para destacar alguma coisa
durante a apresentação, acionando o botão direito sobre o slide que está sendo exibido.

110
Se estiver apresentando no Impress, poderá ativar a opção de ponteiro do mouse como
caneta. No PowerPoint, surgem três possibilidades: apontador laser, caneta e marca-
texto. É só escolher a mais apropriada para o momento e o recurso será efetivado.
A melhor opção nessa situação é usar o recurso do laser do apontador. Mas só
o use para enfatizar algum ponto de um slide numa ilustração ou tabela que mereçam
destaque durante a exposição. Não aponte para palavras. Isso é considerado
desnecessário.
Mas cuidado com a condução do uso do laser do apontador. Quando se está
nervoso, o reflexo da tremedeira é retratado no ponto luminoso na projeção. Procure
relaxar.

✓ A falta de energia elétrica

Uma eventualidade que pode ocorrer e causar um grande estresse durante a


apresentação é a falta de energia elétrica. Se o equipamento utilizado durante a
apresentação tem bateria e está devidamente carregada, o problema, em princípio, está
resolvido. Por conseguinte, nunca se esqueça de carregar a bateria antes da
apresentação. Mas se a bateria descarrega rápido ou não funciona, seguramente não
será a solução para esse contratempo. Não pense em simplesmente parar e falar: vamos
esperar um pouco. Se tardar muito, uma vez que não temos condições de continuar a
apresentação, talvez seja melhor encerrá-la. Não pense que ficará livre tão facilmente.
Esse é apenas um dos improváveis casos, mas surpreendentemente usual que
pode acontecer durante a apresentação. À vista disso, é extremamente prudente
sempre pensar em uma estratégia para essa situação. O conhecido e popular plano B.
Um estratagema que funciona satisfatoriamente nessa ocasião é ter várias
cópias impressas de toda a apresentação e distribuí-las com a banca. E se houver
imagens nos slides, melhor que sejam coloridas. Desse modo, pode-se continuar a
apresentação um tanto quanto improvisada, mas seguindo a estrutura inicialmente
montada. Isso facilitará no transcorrer da atividade, mostrará a versatilidade diante
das adversidades e, seguramente, será bem avaliado.

111
✓ Falha no funcionamento do equipamento

Tenha SEMPRE fé em Deus, mas jamais confie na tecnologia. É matreira,


ardilosa e inconstante. Em vista disso, não deposite total segurança no equipamento.
Aqui resgatamos uma das mais conhecidas e célebres Lei de Murphy: «Se algo pode
dar errado, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo a causar o maior
estrago possível.». Com efeito, trata-se de

uma das variantes da famosa Lei de Murphy, enunciada nos anos 1960
pelo engenheiro da Nasa Edward Murphy. Ela agrega um significado
matemático aos eventos catastróficos, ao associar um caráter
determinístico à maioria desses eventos. Assim, se existe uma
probabilidade finita de algum evento catastrófico acontecer, em algum
momento, ele certamente vai acontecer. A incerteza estaria presente
somente no elemento temporal, ou seja, quanto tempo levaria para
ocorrer. Eventos com essa classificação contrastam totalmente de
outros que realmente poderiam ser chamados de acidentes, aqueles em
que estão primordialmente associados a elementos aleatórios,
randômicos, imponderáveis e, portanto, imprevisíveis. (JUSTO
FILHO; PIQUEIRA, 2013, p. 181).

Diante disso, a estratégia de fazer cópias impressas dos slides também se aplica
perfeitamente nessas situações.

✓ Cópias de segurança da apresentação

À face do exposto anteriormente, outra preocupação profundamente séria é


fazer várias cópias de segurança da apresentação e, para isso, existem várias
alternativas. Faça cópias para dois ou mais pen drives, para o próprio e-mail, para um
disco rígido61 externo, para um serviço de armazenamento em nuvem gratuito ou pago
e para outros dispositivos, mas não utilize apenas uma dessas possibilidades.
Preferencialmente, use todas. Na pior das hipóteses, poderá até ser assaltado, roubado
ou perdido alguma, mas a apresentação estará salva de alguma forma. Mas se
certifique se realmente realizou a cópia, seja qual for a escolha. Dessa maneira,
assegura-se que foram devidamente copiadas com sucesso. É muito mais corrente do
61
Muitas vezes também referenciado como disco duro. Popularmente é mais conhecido como HD, do inglês
Hard Disk. Em inglês também é muito comum encontrar a abreviação HDD, de Hard Disk Drive.

112
que se imagina o cenário desolador de quem descobre que a cópia não foi produzida
adequadamente.

✓ Saber explicar o que está nos slides

Uma orientação no tocante à elaboração dos slides e também do trabalho escrito


é somente colocar nos slides os conteúdos que tenha conseguido consultar, analisar,
estudar e aprender o suficiente para se sentir preparado para uma defesa. Evite querer
impressionar e utilizar algum assunto que não domina. Na maioria das vezes, fica tão
evidente que a banca irá questionar justamente sobre o tema em questão.
Outra indicação é tentar pronunciar corretamente as palavras estrangeiras
contidas nos slides. Se não estiver seguro, tente consultar alguém que saiba. Também
é possível encontrar na Internet diversos sites que ajudam e orientam na pronúncia
correta das palavras, principalmente da língua inglesa.
O conteúdo dos slides é de sua extrema responsabilidade. Assim sendo, tente
esquivar-se de passar por constrangimentos desnecessários. Ainda que estejamos num
ambiente acadêmico, aqui se aplica o provérbio da cultura popular: «Quem avisa,
amigo é».
Procure também fazer um checklist das coisas necessárias para o grande dia
apresentação. Desse modo, será mais fácil se ajustar e evitar estresse inoportuno antes
da apresentação. Mas se preferir deixar tudo para a última hora, prepare-se...

113
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10520:
Informação e documentação — Citações em documento — Apresentação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2002.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 14724:


Informação e documentação — Trabalhos acadêmicos — Apresentação. Rio de
Janeiro: ABNT, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023:


Informação e documentação — Referências — Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT,
2018.

BAIN, M.; GALLEGO, M.; MARTÍNEZ, M.; RIUS, J. Aspectos legales y de


explotación del software libre (Parte I). Barcelona: Fundació per a la Universitat
Oberta de Catalunya, 2007. Disponível em:
https://openlibra.com/es/book/aspectos-legales-y-de-explotacion-del-software-
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e dá nova redação ao art. 186 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
Código Penal, alterado pelas Leis nos 6.895, de 17 de dezembro de 1980, e 8.635, de 16
de março de 1993, revoga o art. 185 do Decreto-Lei no 2.848, de 1940, e acrescenta
dispositivos ao Decreto-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 – Código de Processo
Penal. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.695.htm. Acesso em: 29 mar.
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19 mar. 2021.

DOYLE, C. C.; MIEDER, W.; SHAPIRO, F. R. (ed.). The Dictionary of Modern


Proverbs. New Haven, CT, USA: Yale University, 2012. ISBN 978-0-300-13602-9.

FSF. Free Software Foundation. Categorias de softwares livres e não-livres. 2019.


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Disponível em: https://support.microsoft.com/pt-br/office/combinando-as-cores-
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OLIVEIRA, J. Desenvolvimento de apresentações com slides. Unidade 1:


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STALLMAN, R. M. Software libre para una sociedad libre. Madrid: Traficantes de


sueños, 2004.

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SLIDES DE REFERÊNCIA

Allyson Ramon da Cunha: Perfil do coagulograma de caninos acometidos com


trombocitopenia no Hospital Universitário da UFCG, apresentado como requisito para
aprovação no componente curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina
Veterinária.

Andréa Thais Lopes Ferreira: Doenças da medula espinhal em cães e gatos: estudo
retrospectivo dos casos atendidos no Hospital Veterinário Prof. Ivon Macêdo Tabosa
da UFCG, apresentado como requisito para aprovação no componente curricular
Pesquisa Aplicada do curso de Medicina Veterinária.

Gloria Londoño Monroy: Relatos Digitales Personales (Digital Storytelling) como


metodología pedagógica innovadora: impactos, facilidades y limitaciones, apresentado como
parte dos requisitos para a obtenção do Diploma de Estudios Avanzados (DEA).

Guilherme Santos Souza: Achados eletrocardiográficos e pressóricos de cães


portadores de leishmaniose visceral canina, apresentado como requisito para
aprovação no componente curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina
Veterinária.

Mariella Adrián García: Análisis de la Participación e Interacción en Conferencias


Asíncronas en Red, apresentado como parte dos requisitos para a obtenção do título de
Doutora.

Samuel Fernandes Garcia: Ação carrapaticida in vitro do sumo de pinhão roxo


(Jatropha gossypiifolia L.) e do neem (Azadirachta indica) nas fêmeas ingurgitadas de
Rhipicephalus sanguíneos, apresentado como requisito para aprovação no componente
curricular Pesquisa Aplicada do curso de Medicina Veterinária.

Sônia Correia Assis da Nóbrega: A importância das decisões contra legem para a
garantia dos direitos fundamentais: o caso do canabidiol, apresentado como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de bacharela em Direito.

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FRANCISCO DE ASSIS DA COSTA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA

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