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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

BLENDAS DE ISOLANTE TÉRMICO PARA APLICAÇÃO EM TUBULAÇÕES DE


VAPOR NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

ELIERTON EVANGELISTA DAS NEVES

Natal - RN, Julho de 2016


i

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

BLENDAS DE ISOLANTE TÉRMICO PARA APLICAÇÃO EM TUBULAÇÕES DE


VAPOR NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

Tese submetida à

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

como parte dos requisitos para a obtenção do grau de

DOUTOR EM ENGENHARIA MECÂNICA

ELIERTON EVANGELISTA DAS NEVES

Orientador: PROF. DR. CLEITON RUBENS FORMIGA BARBOSA


Coorientador: PROF. DR. FRANCISCO DE ASSIS OLIVEIRA FONTES

Natal - RN, Julho de 2016


ii

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE


CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

BLENDAS DE ISOLANTE TÉRMICO PARA APLICAÇÃO EM TUBULAÇÕES DE VAPOR


NA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO

ELIERTON EVANGELISTA DAS NEVES

Esta tese foi julgada adequada para a obtenção


do título de DOUTOR EM ENGENHARIA
MECÃNICA sendo aprovada em sua forma
final.

________________________________________
Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa - Orientador

________________________________________
Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes – Coorientador

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa- Presidente

_________________________________________
Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes
(interno)
_________________________________________
Prof. Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza
(interno)
_________________________________________
Prof. Dr. Lúcio Ângelo de Oliveira Fontes
(externo ao programa)
_________________________________________
Prof. Dr. Igor Marcel Gomes de Almeida
(externo à instituição)
_________________________________________
Dr. Natanaeyfle Randemberg Gomes dos Santos
(externo à instituição)
iii
iv

AGRADECIMENTOS

Os meus sinceros agradecimentos,

Aos meus colegas Luiz Cláudio, Elias, Ismael, Hindenburg e Hudson pelo grande apoio e
suporte durante a realização dos procedimentos experimentais.

Ao meu orientador prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa e ao meu coorientador prof. Dr.
Francisco de Assis Oliveira Fontes pelas sugestões e confiança depositada

Aos meus eternos professores do Departamento de Engenharia Mecânica da UFRN.

Ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica pela oportunidade de poder


colaborar com a realização deste trabalho.

À PETROBRAS pela liberação parcial para realizar este desenvolvimento pessoal.


v

“Ontem tive um sonho, o RN estava fabricando fábricas, acordei


e decidi transformá-lo em realidade”
(Elierton Evangelista das Neves)
vi

Aos meus pais Seu Birin e Dona Leó In Memoriam


e à minha esposa Jeowanna Carvalho
vii
viii

SUMÁRIO

RESUMO ................................................................................................................................ xiv


ABSTRACT .............................................................................................................................. xv
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ x
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. xii
LISTA DE SÍMBOLOS .......................................................................................................... xiii
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 2
1.1 Gargalos da Exploração e Produção de Petróleo ................................................................. 2
1.2 Motivações para o Trabalho ................................................................................................ 9
1.3 Objetivo Geral ................................................................................................................... 10
1.3 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 12
2.1 Busca em Base de Dados Acadêmica ................................................................................ 12
2.2 Produções Acadêmicas com Enfoque em Planejamento Experimental de Ensaios com
Materiais Isolantes Térmicos .................................................................................................... 13
2.3 Produções Acadêmicas com Enfoque em Simulação de Materiais Isolantes Térmicos.... 14
2.4 Produções Acadêmicas com Enfoque em Ensaios Experimentais de Materiais Isolantes
Térmicos ................................................................................................................................... 16
3 FUNDAMENTAÇÃO ........................................................................................................ 22
3.1 Poços Maduros .................................................................................................................. 22
3.2 Técnicas de Recuperação Secundária de Óleos Pesados ................................................... 23
3.2.1 Injeção Cíclica de Vapor ................................................................................................ 23
3.2.2 Injeção Contínua de Vapor ............................................................................................. 24
3.3 Planta Convencional de Geração e Distribuição de Vapor em Campo ............................. 25
3.4 Isolamentos de Linhas de Injeção de Vapor ...................................................................... 28
3.4.1 Materiais Isolantes para Tubulações de Vapor ................................................................ 29
3.5 Simulação Computacional do Isolamento Térmico .......................................................... 32
3.6 Método da Superfície de Resposta (MSR) ........................................................................ 34
4 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................................. 40
4.1 Coleta e Preparações das Amostras ................................................................................... 40
4.2 Preparações dos Corpos de Prova para Mediçao da Condutividade Térmica ................... 42
4.3 Medições da Condutividade Térmica das Blendas ............................................................ 44
4.5 Simulações Computacionais do Revestimento Térmico de uma Tubulação com o Material
Proposto .................................................................................................................................... 44
ix

4.6 Montagem da Bancada de Teste Experimental ................................................................. 46


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ..................................................................................... 53
5.1 Reuso de Rejeito de Perfuração e de Materiais Isolantes Refugados ................................ 53
5.1.1 Resultados dos Ensaios das Blendas .............................................................................. 53
5.1.2 Resultado da Simulação da Blenda Escolhida................................................................ 60
5.1.3 Resultados dos Ensaios com Protótipo ........................................................................... 62
5.1.4 Resultados de Análise de Difração de Raios X .............................................................. 65
6 CONCLUSÕES E SUGESTÕES ...................................................................................... 68
6.1 Conclusões ......................................................................................................................... 68
6.2 Sugestões para Trabalhos Futuros ..................................................................................... 70
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................. 72
APÊNDICE – ANEXOS A ................................................................................................................ 80
ANEXO A.1 DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS COM ANSYS® ................................ 81
ANEXO A.2 ENSAIOS DE CONDUTIVIDADE TÉRMICA COM O KD2-PRO ................ 84
ANEXO A.3 ANÁLISE FISICO-QUÍMICA DO CASCALHO ............................................. 86
ANEXO A.4 ANÁLISE DRX DA BLENDA – CAS50-SIL15-LR35 .................................... 88
ANEXO A.5 LAUDO DE CALIBRAÇÃO DO ANALIZADO DE CONDUTIVIDADE,
DIFUSIVIDADE E RESISTIVIDADE TÉRMICA KD2-PRO............................................... 90
x

LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 Localização dos campos de petróleo no estado do RN ........................................................... 3


Figura 1.2 Planta convencional de geração e distribuição de vapor......................................................... 4
Figura 1.3 Diagrama esquemático de planta de geração e distribuição de vapor móvel .......................... 5
Figura 1.4 Tanques de fornecimento de água tratada ............................................................................... 5
Figura 1.5 Skid de bombeamento de água para o gerador de vapor......................................................... 6
Figura 1.6 Skid da Estação de Redução de Pressão de Gás – ERP de Alta ............................................. 7
Figura 1.7 Skid da Estação de Redução de Pressão de Gás – ERP de Baixa ........................................... 8
Figura 1.8 Manifold de distribuição e medição de vapor injetado ........................................................... 8
Figura 2.1 Produção acadêmica do assunto por área de conhecimento ................................................. 12
Figura 2.2 Produção acadêmica do assunto por país .............................................................................. 13
Figura 3.1 Estimulação de produção por injeção cíclica de vapor ......................................................... 23
Figura 3.2 Estimulação de produção por injeção contínua de vapor ...................................................... 24
Figura 3.3 Locação convencional de uma planta de geração e distribuição de vapor em campo .......... 25
Figura 3.4 Linha de distribuição de vapor e linha de injeção de vapor .................................................. 26
Figura 3.5 Malha esquemática de injeção e produção nine-spot invertida............................................. 27
Figura 3.6 Malha real de injeção e produção ......................................................................................... 28
Figura 3.7 Padrão de isolamento térmico comercial aplicado a linhas de injeção de vapor .................. 29
Figura 3.8 Requisitos físicos para calhas de silicato de cálcio ............................................................... 30
Figura 3.9 Calhas de silicato de cálcio comercial .................................................................................. 31
Figura 3.10 Condutividade térmica máxima para tubos de lã de rocha ................................................. 32
Figura 3.11 Calhas e tubos de lão de rocha comercial ........................................................................... 32
Figura 3.12 Volume de controle da potência de aquecimento ............................................................... 34
Figura 3.13 Diagrama ternário dos valores analíticos observados em uma mistura .............................. 35
Figura 3.14 Sistema de equações lineares para determinação dos coeficientes do modelo ................... 36
Figura 3.15 Curvas de iso-respostas de modelo cúbico especial............................................................ 37
Figura 3.16 Localização dos pontos máximos e mínimos da superfífice de resposta ............................ 38
Figura 4.1 Sonda de perfuração: caixas de coleta do cascalho de perfuração ........................................ 41
Figura 4.2 Amostra de Cascalho de perfuração(a), Silicato de cálcio(b) e Lã de rocha(c) .................... 41
Figura 4.3 Desintegração manual das amostras: (a) CAS e (b) SIL ....................................................... 42
Figura 4.4 Amostras processadas: (a) LR, (b) CAS e (c) SIL ................................................................ 42
Figura 4.5 Medição de ajuste das composições dos componentes das blendas ..................................... 43
Figura 4.6 Medição da condutividade térmica com KD2-Pro ................................................................ 44
Figura 4.7 Simulação computacional com Ansys®: (a) Modelo 3D, (b) Geração de Malha e
(c) Solução ............................................................................................................................................. 46
Figura 4.8 Aparato para ensaio de bancada (diagrama elétrico esquemático) ....................................... 46
Figura 4.9 Pesagem dos materiais de composição das blendas .............................................................. 47
xi

Figura 4.10 Acomodação da blenda de material isolante no aparato para ensaio de bancada ............... 48
Figura 4.11 Blenda de material isolante no protótipo de tubulação ....................................................... 49
Figura 4.12 Bancada de ensaio do isolamento térmico .......................................................................... 49
Figura 4.13 Protótipo de tubulação com isolamento térmico sem proteção mecânica lateral................ 50
Figura 5.1 Curvas de nível da condutividade térmica para mistura ternária: CAS+SIL+LR................. 56
Figura 5.2 Otimização das composições pelo Design-Expert® V10 ...................................................... 56
Figura 5.3 Superfície de resposta com ponto otimizado CAS = 0,50, SIL = 0,247864 e
LR = 0,252136 ....................................................................................................................................... 57
Figura 5.4 Curvas de nível do peso específico para mistura ternária: CAS+SIL+LR ........................... 58
Figura 5.5 Curva de correção dos resultados do modelo (condutividade térmica) ................................ 59
Figura 5.6 Curva de correção dos resultados do modelo (peso específico) ........................................... 59
Figura 5.7 Resultado da simulação com o Ansys® (contorno 3D) ......................................................... 60
Figura 5.8 Resultado da simulação com o Ansys® (temperatura máxima na superfície) ....................... 61
Figura 5.9 Resultado de cálculo algébrico (temperatura da superfície externa = 60,5ºC) ..................... 61
Figura 5.10 Temperatura na superfície (experimental versus simulação computacional) ..................... 63
Figura 5.11 Imagem térmica (tubulação aquecida a 100ºC) .................................................................. 63
Figura 5.12 Imagem térmica (tubulação aquecida a 200ºC) .................................................................. 64
Figura 5.13 Imagem térmica (tubulação aquecida a 250ºC) .................................................................. 64
Figura 5.14 Imagem térmica (tubulação aquecida a 315ºC) .................................................................. 65
Figura 5.15 Difratograma de raios X da blenda CAS-50/SIL-15/LR-35 ............................................... 66
xii

LISTA DE TABELAS

Tabela 3.1 Características físicas dos óleos pesados.............................................................................. 22


Tabela 3.2 Composição das misturas e valores dos sinais analíticos observados .................................. 34
Tabela 4.1 Programação do experimento com o Design-Expert® V10 .................................................. 43
Tabela 4.2 Especificações dos materiais utilizados na montagem da bancada de testes........................ 47
Tabela 4.3 Programação de ensaios de aquecimento – protótipo de bancada ........................................ 50
Tabela 5.1 Programação dos ensaios Design-Expert® V10 – condutividade térmica ........................... 53
Tabela 5.2 Programação dos ensaios Design-Expert® V10 – peso específico ...................................... 54
Tabela 5.3 Coeficientes do modelo da mistura ternária (condutividade térmica) .................................. 55
Tabela 5.4 Resumo de análise ANOVA do modelo (condutividade térmica) ....................................... 55
Tabela 5.5 Coeficientes do modelo da mistura ternária (peso específico) ............................................. 57
Tabela 5.6 Resumo de análise ANOVA do modelo (peso específico)................................................... 58
Tabela 5.7 Resultados experimentais (temperaturas na superfície externa)........................................... 62
xiii

SÍMBOLOS

Alfabeto Latino:

Ø Grandeza transportada na equação de difusão de calor [ºC]


k Condutividade térmica [W/m.ºC]
S Termo fonte na equação de difusão de calor [W/m3]
r Raio externo da camada de isolamento térmico [m]
ro Raio interno da camada de isolamento térmico [m]
Taxa volumar de geração de calor [W/m3]
T Temperatura radial na equação (3.2) [ºC]
To Temperatura interna do isolamento térmico [ºC]
xi Composição do componente da mistura [%]
Yi Resposta de interesse do modelo [W/m.ºC]
si2 Variância []
bi* Coeficientes da equação de ajuste []
F Variável aleatória F de Snedecor [ ]
SQr,quad Soma quadrática dos resíduos para o modelo quadrático [ ]
SQr,cub Soma quadrática dos resíduos para o modelo cúbico [ ]
MQr,cub Média quadrática dos resíduos para o modelo cúbico [ ]
D Diâmetro do corpo de prova para medição com KD2-Pro [mm]
L Comprimento do corpo de prova para medição com KD2-Pro [mm]
Ttub Temperatura da superfície do tubo [ºC]
Ts(i) Temperatura da superfície do isolamento no termopar tipo K nº (i) [ºC]
Tsmed Temperatura média da superfície do isolamento [ºC]
Tsteo Temperatura da superfície do isolamento teórica (simulação) [ºC]

Alfabeto Grego:

Peso específico [g/cm3]

Índices:

i iteração;
xiv

RESUMO

O propósito deste trabalho é descrever os procedimentos de desenvolvimento de um material


alternativo para isolamento térmico a alta temperatura de tubulações de distribuição e injeção
de vapor mediante o reaproveitamento do refugo de materiais isolantes comerciais tais como o
silicato de cálcio e a lã de rocha associados em forma de blendas com o rejeito de perfuração
de poços de petróleo terrestre. Este trabalho dividiu-se em três principais partes, a primeira
refere-se à coleta e preparação das amostras de materiais como encontrado em campo, ou seja,
materiais que já foram submetidos às altas temperaturas de processo, a segunda foi o
planejamento com o auxílio do software comercial para planejamento de
experimentos Design-Expert® V10 e execução dos ensaios de determinação da condutividade
térmica para as composições planejadas com o uso do equipamento medidor de condutividade
térmica KD2-Pro da empresa Decagon Devices, Inc., os resultados destes ensaios foram
realimentados no Design-Expert® V10 para geração de um modelo matemático com saída
gráfica das curvas de nível que representam as blendas ternárias e por fim executou-se uma
simulação numérica em regime permanente com o uso do software comercial Ansys® para
comprovar teoricamente a aplicabilidade do novo material como isolante térmico para
conservação de energia e proteção pessoal. Os resultados obtidos na simulação numérica
apontaram que foi atingida uma temperatura média máxima de 57,3ºC e 59,3ºC nos ensaios
experimentais na superfície de uma proteção mecânica em alumínio do isolamento térmico
projetado com uma espessura 38,1 mm e aplicado a uma tubulação de aço carbono diâmetro
nominal três polegadas sch. 80 quando submetida a uma temperatura de 313ºC.

Palavras-Chave: Isolamento Térmico, Cascalho de Perfuração, Reaproveitamento.


xv

ABSTRACT

The purpose of this work is to describe the procedures for the development of an alternative
material used for thermal insulation in high temperatures of steam injection pipes through the
reuse of waste commercial insulation materials such as calcium silicate and rock wool
associates of blends forms with waste of on-shore oil well drilling. This work was divided
into three main parts, the first relates to the collection and preparation of samples of materials
as found in the field, i.e., materials that have been subjected to high temperatures process, the
second was design of experiment and planning with the aid commercial software for DOE
Design-Expert® V10 and execution of the determination of thermal conductivity tests for
compositions designed using the thermal conductivity meter equipment KD2-Pro of the
company Decagon Devices, Inc., the results of these tests were fed back into the Design-
Expert® V10 to generate a mathematical model with graphical output of contour lines
representing the ternary blends and finally was executed a computational simulation on a
steady state basis with the use of commercial software Ansys® to theoretically prove the
applicability of the new material as insulation for energy conservation and personal
protection. The results of the computational simulation showed that a maximum average
temperature of 57,3ºC and 59,3ºC to the experimental results in the external surface of
mechanical protection of thermal insulation designed with a total thickness of 38.1 mm
applied in a carbon steel pipe with nominal diameter of 3 inches and schedule 80 when
subjected to the temperature of 313ºC.

Key-Words: Thermal Insulation, Oil Drilling Waste, Reuse.


____________________________________________________

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
____________________________________________________
Capítulo 1 – Introdução 2

1. INTRODUÇÃO

1.1–Gargalos da Exploração e Produção de Petróleo

A produção de petróleo no território brasileiro é em grande parte marítima,


mas sem menos importância à produção de petróleo terrestre ocupa um lugar de
destaque nos planos de negócios das companhias de petróleo uma vez que nesta área
encontram-se também um dos melhores índices de produtividade e viabilidade
operacional, ambiental e econômica.
Dentre as regiões produtoras de petróleo terrestre o Rio Grande do Norte
tem se destacado seja nos volumes de produção seja em seus custos operacionais
serem altamente atrativos. Assim como outras regiões o Rio Grande do Norte
apresenta uma variedade de especificações nos óleos produzidos, uma grande parcela
dos campos produtores ocorre óleos ditos pesados ou com baixa viscosidade ou grau
API. Para os campos produtores com essas características outro fator que também
afeta a produtividade é a idade dos campos, muitos com 30 anos ou mais em produção
e já considerados “maduros” precisam ser artificialmente estimulados para que
aconteça a manutenção de sua produção.
No estado do Rio Grande do Norte os campos maduros de produção de
petróleo, em específico do Alto do Rodrigues, estão localizados na região NW a 200
km da cidade de Natal como observado na Figura 1.1.

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 1 – Introdução 3

Figura 1.1 - Localização dos campos de petróleo no estado do RN


(Fonte: Autor).

A manutenção da produção em campos maduros como os do RN geralmente


é feita através de estimulação artificial, com respeitos aos campos localizados na área
do Alto do Rodrigues os métodos de estímulo mais usualmente empregados são os que
utilizam a injeção de vapor saturado ou superaquecido uma vez que o óleo produzido é
mais pesado e sua viscosidade pode ser abaixada mediante a injeção de cotas de
energia através pela injeção do vapor (Souza JR, 2007).
A geração e distribuição de vapor particularmente nas áreas de produção de
petróleo terrestre apresentam muitos desafios logísticos e operacionais. A
infraestrutura necessária ao atendimento das demandas de energia elétrica, água,
combustível e demais utilidades para manter em funcionamento as unidades geradoras
de vapor com capacidades de cerca de 7.300 a 14.600 kWh é sem dúvida uma dos
grandes gargalos impostos para a injeção de vapor nos poços. A Figura 1.2 ilustra uma
locação convencional de uma planta de geração e distribuição de vapor instalada em

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 1 – Introdução 4

campo.

MANIFOLD DE VAPORGAS GERADOR DE VAPOR ÁGUA ENERGIA ELÉTRICA

VAPORDUTO

Figura 1.2–Planta convencional de geração e distribuição de vapor.


(Fonte: Autor).

Pode-se observar identificar os posicionamentos das utilidades necessárias ao


funcionamento da planta (água, gás, energia elétrica, manifold de distribuição e
gerador de vapor). Também se pode identificar a oeste da locação uma estrutura em
forma de ômega denominada loop de expansão térmica instalada ao longo do duto de
distribuição de vapor superaquecido do ativo do Alto do Rodrigues para absorver as
dilatações térmicas da tubulação.
Para que possa ser possível atender áreas remotas do campo de produção
com a injeção de vapor saturado, utilizam-se plantas itinerantes. Uma planta móvel de
geração e distribuição de vapor para injeção em poços de petróleo terrestre assim
como a planta convencional é composta de pelo menos os seguintes módulos de
utilidades conforme apresentado no diagrama apresentado na Figura 1.3.

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 1 – Introdução 5

Figura 1.3 – Diagrama esquemático de planta de geração e distribuição de vapor móvel.


(Fonte: Autor)

Mesmo não sendo escopo deste trabalho, foram projetados e construídos


módulos capazes de fornecer todas as utilidades industriais necessárias ao
funcionamento de uma planta de geração e distribuição de vapor em campo. Estes
módulos serão apresentados apenas de forma ilustrativa.

Figura 1.4 – Tanques de fornecimento de água tratada.


(Fonte: Projeto pelo Autor)

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 1 – Introdução 6

A Figura 1.4, ilustra a disposição de montagem em campo dos tanques de


armazenamento de água tratada para geração de vapor, pode-se observar que a
interligação dos tanques ao processo se dar por meio de mangotes flexíveis o que
facilita a montagem e desmontagem.

Figura 1.5 – Skid de bombeamento de água para o gerador de vapor.


(Fonte: Projeto pelo Autor)

A Figura 1.5, ilustra a disposição de montagem em campo do módulo skid de


bombas boosters, os geradores de vapor utilizados nas plantas de geração de vapor
para injeção em poços já possuem instalado em seus skids bombas do tipo
deslocamento positivo, no entanto como os tanques encontram-se instaladas no nível
do solo se faz necessário um bombeamento auxiliar dos tanques para a sucção destas
bombas. O módulo skid de bombeamento foi projeto e construído para atender a vazão
de água solicitada pelo gerador de vapor, neste módulo também foi incluído um
sistema de dosagem de produto químico seqüestrante de oxigênio.

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Capítulo 1 – Introdução 7

Figura 1.6 – Skid da Estação de Redução de Pressão de Gás – ERP de Alta.


(Fonte: Projeto pelo Autor)

Na Figura 1.6, pode-se observar a instalação em campo do skid móvel da


estação de redução de pressão de gás ERP de alta. Esta ERP fica instalada em locação
próximo a caixa de válvulas existentes ao longo do gasoduto de fornecimento de gás
combustível. Todo o projeto foi concebido para ser autônomo uma vez que utilidades
de ar comprimido e energia elétrica muitas vezes não estão disponíveis nestes locais.
O fornecimento de gás combustível nestas áreas é quase sempre feito por
gasodutos de gás natural dito gás rico ou gás natural não processado produzido no
próprio campo, por esta razão cuidados com a qualidade no que diz respeito ao
conteúdo de condensado de gás no fluxo é de extrema relevância para garantir a
segurança das instalações de geração de vapor, neste sentido foi desenvolvido um
dispositivo de controle contra uma frente de líquido repentina e inadvertida no
fornecimento de gás, este estudo pode ser verificado em (NEVES, 2015).

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Capítulo 1 – Introdução 8

Figura 1.7 – Skid da Estação de Redução de Pressão de Gás – ERP de Baixa.


(Fonte: Projeto pelo Autor)

Com uma função análoga ao da ERP de alta, o módulo skid denominado


ERP de baixa apresentado na Figura 1.7 também possui um sistema de detecção contra
frente de líquido, pode verificar também que um vaso de pressão com a função de
depurar o gás natural combustível compõe seu projeto.

Figura 1.8 – Manifold de distribuição e medição de vapor injetado.


(Fonte: Projeto pelo Autor)

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 1 – Introdução 9

Por fim o a Figura 1.8 ilustra o módulo skid manifold de distribuição de


vapor, este módulo foi projetado para permitir a distribuição e ajuste da vazão de
injeção em cada poço injetor atendido pelo gerador de vapor, nele também foram
instalados tramos de medição de vazão para que fosse possível acompanhar a cota de
injeção de vapor por poço.

1.2 - Motivações da Pesquisa

A indústria do petróleo tem um alto índice de geração de resíduos sólidos e


uma grande parte destes resíduos não são facilmente tratados e/ou inertizados, um dos
exemplos mais comuns é a geração de rejeitos do processo de perfuração de poços
onde cerca toneladas de rejeitos são geradas durante a perfuração.
Segundo (PIRES, 2009) a destinação por tratamento destes resíduos tem um
custo cerca de $ 300.000 por poço perfurado e uma produção média de 13 m3 por 100
metros de poço perfurado.
Além do grande volume de resíduos de perfuração e de recursos gastos em
sua destinação, outro grande gargalo e não menos importante é o uso de materiais
isolantes térmicos para as linhas de distribuição de vapor que são encaminhadas desde
as instalações de geração de vapor até os poços que receberão a injeção do vapor, neste
caso o problema se encontra no alto investimento em materiais isolantes para altas
temperaturas que podem variar da ordem de U$ 6 a U$ 28 por metro linear isolado de
tubulação a depender do tipo de material aplicado. Com a uma expansão das fronteiras
de produção (ring-fence) no ativo de produção faz necessária uma periódica
movimentação dos equipamentos de geração e distribuição de vapor, em consequência
destas movimentações tem-se a desmontagem e montagem de tubulações isoladas
termicamente.
A necessidade de se alterar ou ampliar o traçado de linhas de distribuição e
injeção de vapor por vezes implica na remoção e substituição de todo o isolamento

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 1 – Introdução 10

térmico danificado destas tubulações gerando também grande de material isolante


descartado. Dentre os materiais isolantes mais usuais nestas instalações destacam-se as
canaletas feitas em Silicato de Cálcio e Lã de Rocha.
De acordo a Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), é sugerido que os geradores de resíduos sólidos devem buscar esgotar
todas as alternativas de reaproveitamento antes de dar um destino final por tratamento.
Todas as empresas incluindo as de petróleo devem sempre buscar alternativas
ambientalmente sustentáveis para as suas operações e com esta visão buscou-se neste
trabalho desenvolver um material isolante térmico que pudesse além de cumprir seu
papel na conservação de energia pudesse também atender a proteção das pessoas e
permitir o reaproveitamento dos vários rejeitos gerados em sua atividade.

1.3–Objetivo Geral

Desenvolvimento de novo isolante térmico para aplicação em tubulações de


vapor na indústria do petróleo a partir da blenda composta de cascalho, oriundo da
perfuração de poços de petróleo onshore, e de materiais isolantes térmicos comerciais
refugados.

1.4–Objetivos Específicos

• Planejamento experimental com Software Design Expert®-V10 para


definição das blendas do isolante térmico proposto;

• Análise da eficiência térmica do isolante proposto utilizando o


software comercial Ansys® Thermal;

• Desenvolvimento de Bancada experimental para validação do


isolante proposto;

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____________________________________________________

CAPÍTULO 2
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
____________________________________________________
Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 – Busca em Base de Dados Acadêmica

O estudo proposto neste trabalho tem um caráter experimental e bastante


específico, pois registra o uso de resíduo de perfuração de poços de petróleo em
conjunto com outros materiais isolantes térmicos refugados da indústria do petróleo
em aplicação de isolamento térmico para linhas de injeção de vapor em poços. Em
consulta ao banco de dados de produção acadêmica SCOPUS sob o descritor “Oil
Drilling Waste Reuse”, por exemplo, pode-se identificar o cenário estatístico a partir
de 1981 conforme apresentado nas figuras 2.1 e 2.2.

Figura 2.1 – Produção acadêmica do assunto por área de conhecimento.


(Fonte: www.scopus.com.)

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 13

Figura 2.2 – Produção acadêmica do assunto por país.


(Fonte: www.scopus.com.)

Podem-se verificar algumas produções acadêmicas que mesmo não sendo


relacionados ao mesmo tipo de aplicação, colaboram como subsídios para realização
desta pesquisa.

2.2 – Produções Acadêmicas com Enfoque em Planejamento


Experimental de Ensaios com Materiais Isolantes Térmicos

ARSENOVIC (2013) estudou a otimização dos parâmetros de processamento


de argila tais como temperatura (900-1100ºC), concentração da adição de dois tipos de
argila (0-10%), durante a produção de tijolos observando os parâmetros de resposta
como resistência à compressão, absorção de água e perda de massa durante o
cozimento, neste estudo foi utilizado o método da superfície de resposta para
determinar as condições ótimas de processamento.
LEONARD, S. A. e STEGEMANN, J. A. (2010) estudaram a sistematização
do tratamento do cascalho de perfuração pela estabilização e solidificação com
cimento Portland com a adição de cinzas de alto teor de carbono como um novo

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 14

adsorvente de contaminantes orgânicos. Uma programação de experimento fatorial foi


adotada para investigar os efeitos do razão resíduos-ligante, formulação de liga, tempo
de cura, condutividade hidráulica, porosidade, pH dos lixiviados e capacidade de
neutralização ácida. O estudo mostrou que todos os fatores tem significante efeito nas
propriedades de estabilização/solidificação dos produtos.
BAHIENSE (2008) estudou a incorporação do resíduo de cerâmica em
argamassas, para determinar as melhores proporções dos constituintes foi usada a
técnica de superfície de resposta tomando como base dez pontos experimentais como
delimitadores do modelo da superfície. O modelo estatístico escolhido simplex cúbico
especial mostrou um melhor ajuste aos resultados experimentais.
NARDI J. V. et al (2004) estudaram os efeitos da combinação de
componentes como cinza, cal, água e cimento na variável resistência mecânica do
cimento. O método da superfície de resposta (MSR) foi aplicado para aperfeiçoar a
mistura dos componentes. Os resultados obtidos mostraram-se satisfatórios e
comprovados em ensaios de dureza e predição de fratura de corpos de prova,
comprovando desta forma que este procedimento matemático pode ser vista como uma
importante ferramenta para a indústria cerâmica e cimenteira.

2.3 – Produções Acadêmicas com Enfoque em Simulação de


Materiais Isolantes Térmicos

XIE, T., HE, Y. L. e TONG, Z. X. (2016), realizaram uma investigação


numérica das características de transferência de calor em regime transiente de um novo
tipo de material isolante multicamada composta de aerogel de sílica e aerogel de
alumina dopado com eritritol e ácido esteárico. Foi utilizado o método dos volumes
finitos com o método ordenada discreta que considera a condução e radiação com
problemas de mudança de fase. Os resultados apontaram uma melhor disposição no

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 15

sequenciamento das camadas dos materiais para obtenção da melhor eficiência de


isolamento térmico.
SHAHI, Z. T. M. et al (2015) estudaram a difusividade e condutividade
térmica de um não tecido e de um não tecido com sílica aerogel com um novo método
de determinação destas propriedades e comparando as propriedades de isolamento
térmico destes não tecidos. A difusividade térmica do não tecido puro foi obtida das
curvas de distribuição de temperatura e solução numérica das equações de
transferência de calor. Os resultados mostraram que a presença de sílica aerogel na
matriz do não tecido diminuiu significativamente a difusividade do compósito
(1,3x10-7 m2/s) comparado ao não tecido puro.
JI, R. et al. (2014) desenvolveram um novo modelo para simular
microestruturas aleatórias e condutividade térmica efetiva de materiais isolantes
baseado em duas fases ou multifásicos. Ensaios experimentais foram realizados para
validação do modelo matemático da simulação. Os resultados obtidos mostraram que o
modelo desenvolvido representa bem os materiais reais uma vez que as variações dos
valores de condutividade térmica efetiva calculadas no modelo acompanham os
valores obtidos nos ensaios experimentais para os materiais utilizados.
MUÑOZ et al (2010) estudaram os métodos bandas de incerteza e análise de
sensibilidade de para validação de dados usados na simulação de sistemas isolados
termicamente, identificando as dificuldades na obtenção de resultados mais confiáveis
quando negligenciados sua influência nos resultados. Grupos de materiais isolantes
foram submetidos a ensaios experimentais para validação de modelos matemáticos.
ZHANG, B. M. et al (2008) desenvolveram um aparato experimental para
medir a transferência de calor através de material isolante fibroso composto com alta-
alumina, os ensaios foram feitos em faixas de temperaturas de (300K – 973K), em seu
estudo também foi desenvolvido um modelo computacional 1-D em volumes finitos
que combina a transferência de calor radiativa e condutiva para predizer a
condutividade térmica efetiva do material isolante fibroso. Os resultados calculados

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 16

foram considerados consistentes quando comparados aos valores experimentais com


desvio médio de 13,5%.

2.4 – Produções Acadêmicas com Enfoque em Ensaios


Experimentais de Materiais Isolantes Térmicos

LIAN, T. W. et al (2016) estudaram a medição da condutividade térmica de


isolamentos térmicos de alta eficiência usando o método do feixe de laser que é usado
para medição de difusividade térmica de materiais isolantes porosos. Foi realizada uma
calibração da medição com a comparação dos resultados obtidos com a condutividade
térmica calculada a partir da capacidade térmica medida por um calorímetro de
varredura diferencial. Os resultados de medição deste método se mostraram
satisfatório em relação aos dados usando um método convencional.
ERTÜRK (2016) estudou o efeito da espessura de isolamento na vida útil e
no de custo de tubulações subterrâneas com diferentes diâmetros e sensibilidade aos
parâmetros econômicos, os materiais estudados isolantes utilizados no estudo foram a
lã de rocha, poliestireno expandido e poliestireno extrudado. Os resultados mostraram
que considerando todas as características físicas e condições econômicas a espessura
ótima varia entre 5 cm e 16 cm.
ZHANG, A. et al (2016), estudaram a disposição e tratamento dos resíduos
de perfuração e seu impacto ambiental de campos de produção de gás no sudoeste da
China, identificou-se que nos cinco campos estudados acima de 2x1011 m3 de resíduos
de perfuração são gerados, projetos de alternativas de controle do impacto ambiental e
de reuso como matéria prima para a fabricação de tijolos e cimento. Apesar de
apresentar um grande avanço no controle ambiental de problemas como a poluição da
água e o massivo uso de aterros para disposição destes resíduos e poluição do ar pela
fabricação de tijolos nas fábricas percebeu-se que outros estudos devem ser

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 17

providenciados para o maior desenvolvimento de tecnologias capazes de solucionar


esse problema.
STONYS, R. et al (2016), estudaram o reuso de resíduo de produção de lã
mineral na produção de concreto refratário com aluminato de cálcio. Este estudo
abrangeu a caracterização química e a análise térmica e morfológica da distribuição
das partículas, potencial-Zeta, condutividade elétrica e pH dos pós em suspensão. A
adição de micro sílica comercial no concreto refratário foi substituída pelo pó de
cúpula com preparação de 1%, 2% e 3% de pó de cúpula. Os resultados mostraram que
o pó de cúpula pode ser usado na produção de concreto refratário.
MARQUES (2015) estudou a produção de tijolos resíduo-cimento a partir da
utilização do cascalho de perfuração de poços com a adição de cinza de bagaço de
cana-de-açúcar, os resultados experimentais obtidos em seu trabalho demonstraram
elevado potencial para utilização destes resíduos na fabricação de tijolos.
SILVA et al (2015) estudaram a viabilidade de utilização de resíduos da
indústria do vidro e fumo para a produção de material agregado como isolante térmico
em tubulações de sistema de aquecimento de água, seus resultados mostraram-se
favorável tanto no ponto de vista ambiental como de eficácia térmica.
MOUNIR (2015) desenvolveu um material isolante ecologicamente
sustentável a partir da utilização de lã de ovelha e argila, os quais são materiais
abundantes nas áreas pobres de interesse de seu estudo, em seu trabalho foram
avaliadas diversas blendas formadas pelos materiais em forma de lã e pós de argilas
para fabricação de tijolos, os resultados mostraram características interessantes em
termos de inercia térmica de isolamento e condutividade térmica.
JIN, L. et al (2015), buscaram o desenvolvimento de uma metodologia de
cálculo da condutividade térmica efetiva de isolamentos térmicos composto de leito de
materiais porosos e pós. A metodologia foi aplicada em materiais como a perlita
expandida, microesferas de vidro e leito de poliestireno expandido em temperatura

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 18

criogênicas. Os resultados dos cálculos foram comparados com valores experimentais


para os materiais estudados e mostraram-se satisfatórios.
MOSTAVI, E., ASADI, S. e UGOCHUKWU, E. (2015) estudaram o
potencial do uso de cascalho de perfuração como substituição parcial do cimento no
concreto dando ênfase as mitigações dos impactos ambientais negativos causados pela
produção desse resíduo sólido. Os resultados obtidos mostraram que a substituição de
5% de cimento com cascalho seco reduz em 10% a resistência à compressão do
concreto, em 10%, 15% e 20% reduz em 20%.
DANTAS (2014) caracterizou e formulou pastas de cimento Portland com a
incorporação de resíduos de perfuração de poços, concluindo em seu trabalho a
eficácia da reutilização do cascalho para aplicação em cimentação de poços de
petróleo.
TOLEDO (2014) estudou a adição de dosagens de resíduo de perfuração ao
solo para execução de aterros compactados, concluindo em seu trabalho que os
resultados atenderam as exigências normativas do Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transporte – DNIT.
ABDOU. A., BUDAIWI, I. (2013) estudaram a relação da eficiência da
isolação térmica com a composição da mistura de materiais isolantes fibrosos. O
estudo investigou experimentalmente o impacto do conteúdo da mistura na
condutividade térmica. Foram avaliados três tipo de material com diferentes
densidades. Os resultados mostraram que a taxa de variação da condutividade térmica
é alta quando o conteúdo inicial da mistura é aumentado.
FIALHO (2012) Avaliou o comportamento de cascalho de perfuração na
produção de concreto não armado, em seu estudo foi feita uma extensa caracterização
dos materiais aplicados em especial do cascalho de perfuração. Os resultados obtidos
mostraram que o uso de cascalho de perfuração de primeira fase altera
significativamente a reologia do concreto, as proporções testadas em seu estudo não
comprometeram as propriedades mecânicas do concreto.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19

EBERT, H. P. e HEMBERGER, F. (2011), Realizaram um trabalho de


Intercomparação laboratorial para aferir a qualidade do material isolante térmico para
aplicações em altas temperaturas, em específico o silicato de cálcio comercial. O grupo
de trabalho em termofísica da Alemanha GEFTA realizou a Inter comparação com sete
laboratórios, métodos de medição estacionária e não estacionária foram usados em um
range de temperaturas de 300K a 1100K, identificou uma variação da condutividade
térmica da ordem de 0,0846 W m−1 K−1 em 300 K para 0.173 W m−1 K−1 em
1100 K e faixas de incertezas de medição da ordem de 3,5% a 7%.
SESÉ, M. F., QUESEDA, D. E. e IGLESIAS, F.A. C. (2011), estudaram o
uso de vários resíduos industriais como silicato de cálcio, hidróxido de cálcio
comercial, resíduo de cerâmica vermelha disponíveis nas industriais cerâmicas entre
outras atividades industriais como fonte de matéria prima para fabricação de tijolos
para aplicação na indústria da construção civil, foram preparadas e sinterizadas
amostras que depois de ensaiadas apresentaram valores de condutividade térmica entre
0,10 W/m2 K e 0,18 W/m2 K.
MEDEIROS (2010) Estudou a adição de cascalho de perfuração da bacia
potiguar em argilas para fabricação de materiais cerâmicos, em seu estudo foram
realizadas diversas análises de caracterização físicas tais como FRX, DRX, AG, TG e
DTA. Os ensaios posteriores à preparação de amostras com percentuais de 0, 5, 10, 15,
25, 50, 75 e 100% em peso de cascalho mostraram que a incorporação deste resíduo é
viável tecnicamente.
PIRES (2009) estudou a utilização de cascalho de perfuração de poços de
petróleo on-shore na produção de cerâmica vermelha, em seu trabalho identificou-se
ser economicamente viável a alternativa de tratamento e destinação estudada.
CHOI, G. S. et al. (2007) realizaram estudo sobre avaliação qualitativa da
precisão de medição e incerteza dos métodos de ensaios de propriedades térmicas, tais
como a condutividade térmica pelo método de fluxo de calor. Neste estudo foram

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20

ensaiados materiais isolantes térmicos utilizados na construção civil convertidos em


materiais compósitos .
FIGUEIREDO (2006) fez em seu trabalho uma extensa investigação sobre
correlação das características petrofísicas das rochas, em especial as rochas graníticas,
com a característica física condutividade térmica com intuito de observar a
aplicabilidade na indústria de construção civil.
AL-AJLAN (2006) estudou o uso de uma nova técnica de medição de
propriedades térmicas de alguns materiais isolantes térmicos, a principal propriedade
investigada foi a condutividade térmica (k). A técnica denominada fonte plana
transiente ou disco aquecido pode ser usada para materiais isolantes a temperatura
ambiente ou elevadas temperaturas em diferentes níveis. Os resultados mostraram que
materiais a condutividade térmica aumenta com o aumento da temperatura e diminui
com o aumento da densidade nas faixas de temperaturas estudadas.
ELSHORBAGY, W. e ALKAMALI, A. (2005) estudaram a geração de
resíduos sólidos na indústria de petróleo e gás no maior campo de produção de
petróleo e gás dos Emirados Árabes Unidos (Campo de Asab). Este trabalho abordou
uma discussão sobre os tipos, quantificação da produção e as unidades geradoras de
resíduos. A quantidade de resíduos gerados foram calculados tomando como base o
intervalo de um ano de produção usando um software de banco de dados desenvolvido
especificamente para este estudo. Foi estimado um montante de 4061 toneladas que
representa 650 kg/ capita ou 0,37 kg/barril de petróleo e 1,6 kg/m3 de gás produzido.
Este estudo objetivou principalmente servir como referência para tomada de decisão
das políticas de gerenciamento de resíduos sólidos nas indústrias de produção de
petróleo e gás.

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____________________________________________________

CAPÍTULO 3
FUNDAMENTAÇÃO
____________________________________________________
Capítulo 3 –Fundamentação 22

3. FUNDAMENTAÇÃO

3.1–Poços Maduros

No Brasil a produção de petróleo on-shore e offshore está situada


geograficamente em maior porção nas regiões sudeste e nordeste do país, na área
terrestre o estado Rio Grande do Norte é um dos maiores produtores de petróleo, o
óleo produzido nesta região apresenta diferentes características, em sua maior parte os
campos já produzem a mais de 30 anos, sendo assim chamados de campos maduros. A
produção em campos maduros necessita quase sempre ser reestimulada, a depender
das características do reservatório e dos óleos produzidos, essa estimulação pode ser
realizada com as técnicas de aumento da pressão do reservatório, para óleos de alta
densidade API, ou com técnicas de redução da viscosidade do óleo através da injeção
de cotas de vapor saturado, vapor superaquecido ou uma combinação desses, para o
caso dos óleos com baixa densidade API. Segundo (Faroug, ALI, 1997), os óleos
pesados são óleos com características físicas bem definidas conforme as apresentadas
na Tabela 3.1.

Tabela 3.1– Características físicas dos óleos pesados.

Classificação Viscosidade (cP) Densidade 15.6º (kg/m3) Grau API

. . . .
. . . .
Óleo pesado 10 – 10000 943 – 1000 15 - 30
. . . .
. . . .

A recuperação secundária para óleos com estas características dar-se-á com a

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 3 –Fundamentação 23

aplicação de métodos térmicos.

3.2–Técnicas de Recuperação Secundária de Óleos Pesados

A recuperação de óleos pesados pode ser realizada através de vários


métodos, considerando os aspectos da alta viscosidade e baixa mobilidade no
reservatório o método de recuperação térmica tem sido identificado como um dos mais
adequados uma vez que o aumento da temperatura em 200ºC pode reduzir sua
viscosidade em até 1cP, outros fatores como a geologia do reservatório também devem
ser observados antes de se optar pelas técnicas térmicas de recuperação.

3.2.1–Injeção Cíclica de Vapor

A injeção cíclica de vapor em poços de petróleo é uma das técnicas de


recuperação térmica muito usada. Esta técnica se caracteriza pelo processo de injeção
de vapor em um determinado poço produtor por um determinado intervalo de tempo e
posteriormente ao cessar a tempo previsto de injeção de vapor esse mesmo é
submetido a um período de embebição (Soaking) e logo após é retomada sua produção.
A Figura 3.1 ilustra a técnica de injeção cíclica.

Figura 3.1 – Estimulação de produção por injeção cíclica de vapor.


(Fonte: http://large.stanford.edu/courses/2012/ph240/lagasca2/images/f3big.jpg)

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Capítulo 3 –Fundamentação 24

É importante observar que o vapor injetado é comumente oriundo de


unidades geradoras de vapor instaladas normalmente em plantas convencionais fixas
localizadas em áreas próximas aos poços injetores e produtores. Durante o período de
injeção a válvula que interliga coluna de produção do poço a linha de produção é
fechada e a válvula da linha de injeção de vapor é aberta e a unidade de bombeamento
permanece parada. Durante o período de embebição ambas as válvulas de injeção de
vapor e de produção de óleo são fechadas e o poço parado, durante o período de
produção pós-injeção é aberta apenas a válvula de produção e a unidade de
bombeamento é acionada. Este ciclo pode ser repetido até seu limite econômico.

3.2.2–Injeção Contínua de Vapor

A injeção contínua de vapor é caracterizada principalmente pelo fato que na


malha de injeção alguns poços são exclusivamente eleitos para serem injetores de
vapor e seus circunvizinhos produtores. Nesta técnica a frente de calor obtida pela
injeção de vapor superaquecido se propaga numa direção radial do poço injetor até os
poços ditos produtores, esse fluxo se dar continuamente sem interrupções. A Figura
3.2 ilustra esquematicamente o método descrito.

Figura 3.2 – Estimulação de produção por injeção contínua de vapor.


(Fonte: http://www.upstreampumping.com/sites/default/files/2010Spring_HighTempAtc_img2.jpg)

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Capítulo 3 –Fundamentação 25

3.3 Planta Convencional de Geração e Distribuição de Vapor em


Campo

A geração e distribuição de vapor quando realizada em campo, apresenta


muitas dificuldades dentre as mais comuns está a disponibilidades de utilidades
industriais tais como: água para geração de vapor, combustível (gás ou óleo
combustível), energia elétrica entre outros. Uma planta de geração e distribuição de
vapor deve antes de tudo estar instalada geograficamente em locação próxima aos
poços produtores de petróleo e injetores de vapor. A Figura 3.3 ilustra uma locação de
instalação fixa de uma planta de geração e distribuição de vapor.

Figura 3.3 - Locação convencional de uma planta de geração e distribuição de vapor em campo.
(Fonte: Autor.)

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Capítulo 3 –Fundamentação 26

Ambos os métodos térmicos apresentados tem em comum a necessidade de


haver uma infraestrutura extensa de linhas para distribuição e injeção do vapor
produzido, essas linhas são executadas em tubulações de aço carbono padrão API 5L –
grau B, geralmente com diâmetro nominal de 3 polegadas e Schedule 80. A Figura 3.4
ilustra essas linhas de distribuição e injeção de vapor em poços terrestre.

Isolamento
Térmico em
Lã de Rocha

Isolamento
Térmico em
Silicato de
Cálcio

Figura 3.4 – Linha distribuição de vapor e linha de injeção de vapor.


(Fonte: Autor.)

Pode-se notar no detalhe que a linha de distribuição na parte superior com


isolamento térmico em lã de rocha e proteção mecânica em chapa de aço galvanizado
pintado, e a linha de injeção na parte inferior com isolamento térmico um pouco
danificado em silicato de cálcio.
Em uma instalação típica de produção de petróleo onde se tem uma
estimulação da produção por injeção de vapor, independente do método cíclico ou
contínuo, é evidente o grande número de linhas de vapor espalhadas pela malha de
produção para atender os poços injetores estrategicamente escolhidos e posicionados

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Capítulo 3 –Fundamentação 27

em estrutura five-spot (um poço injetor central e quatro produtores) ou nine-spot (um
poço injetor central e oito produtores) de acordo com o planejamento dos estudos de
reservatório.
A figura 3.5 ilustra a estratégia nine-spot invertida que é uma das malhas
mais usuais quando se atinge uma redução de malhar na ordem de 70 metros de
distância entre poços de campos maduros com estimulação térmica.

Figura 3.5 – Malha esquemática de injeção e produção nine-spot invertida.


(Fonte: Autor)

Evidentemente a malha apresentada na Figura 3.5 é uma malha teórica em


campo terrestre o que ocorre é um número alto de obstáculos e interferências e por
consequência destes obstáculos a malha de injeção e produção não fica tão simétrica
como o idealizado a Figura 3.6 ilustra uma distribuição de poços injetores de vapor e
produtores sobre a influência destes poços injetores.

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Capítulo 3 –Fundamentação 28

Figura 3.6 – Malha real de injeção e produção.


(Fonte: Autor)

As linhas em cor rosa representam as linhas de produção de petróleo e as de


cor verde representam as linhas de injeção de vapor.
No Rio Grande do Norte podem-se estimar um montante na ordem de 1.500
km de linhas de injeção de vapor isoladas termicamente se considerarmos uma média
de 1.500 metros de linhas de injeção por poço injetor de vapor.

3.4 Isolamentos de Linhas de Injeção de Vapor

Segundo a norma PETROBRAS N-250 (NORTEC, 2006) as linhas de


injeção de vapor devem ser isoladas termicamente com materiais isolantes capaz de
permitir perfeita proteção pessoal com temperaturas na superfície externa não superior
a 60 ºC e montadas conforme disposição apresentada na Figura 3.6.

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Capítulo 3 –Fundamentação 29

Figura 3.7 – Padrão de isolamento térmico comercial aplicado a linhas de injeção de vapor.
(Fonte: NORTEC, 2006)

3.4.1 Materiais Isolantes para Tubulação de Vapor

A norma técnica PETRORAS N-1618 (2013), classifica os materiais isolantes


térmicos para uso externo em equipamentos e tubulações como:

• Isolantes Térmicos Rígidos:


a) Silicato de cálcio;
b) Espuma rígida de poliuretano e poliisocianurato;
c) Perlita expandida;
d) Vidro celular
• Isolantes Térmicos Flexíveis:
a) Lã de vidro;
b) Lã de rocha;
c) Fibra (ou lã) cerâmica;

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Capítulo 3 –Fundamentação 30

d) Aerogel;
e) Espuma elastomérica.

Dentre os materiais isolantes térmicos rígidos os mais usuais em instalações de


injeção de vapor em campo de produção de petróleo são as calhas de silicato de cálcio,
suas características físicas devem atender aos requisitos preconizados pela norma NBR
10662 (2012), conforme apresentados na Figura 3.8.

Figura 3.8 – Requisitos físicos para calhas de silicato de cálcio.


(Fonte: Adaptado da NBR 10662: 2006)

As calhas de silicato de cálcio são fornecidas comercialmente conforme


ilustrado na Figura 3.9.

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Capítulo 3 –Fundamentação 31

Figura 3.9 – Calhas de silicato de cálcio comercial.


(Fonte: Adaptado de http://www.cssisolamentotermico.com.br/calia-hidro.html)

Dentre os materiais isolantes flexíveis os mais usuais são lã de rocha e aerogel,


no caso da lã de rocha o fornecimento em formato de tubos e calhas são os mais
frequente já para o aerogel o formato preferido é em mantas. A condutividade térmica
exigida pela norma NBR 11363 (2014) para os tubos e calhas de lã de rocha devem
atender aos valores máximos conforme apresentado no quadro ilustrado na Figura
3.10.

Figura 3.10 – Condutividade térmica máxima para tubos de lã de rocha.


(Fonte: Adaptado da NBR 10363: 2014)

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Capítulo 3 –Fundamentação 32

As calhas e tubos de lã de rocha podem ser fornecidos comercialmente


conforme ilustrado na Figura 3.11.

Figura 3.11 – Calhas e tubos de lá de rocha comercial.


(Fonte: Adaptado de http://www.cssisolamentotermico.com.br/calha-la.html)

3.5 Simulação Computacional do Isolamento Térmico

Em uma simulação computacional com software comercial Ansys®


Thermal objetiva-se principalmente resolver as equações de governo pelo método dos
volumes finitos (MVF), no caso específico da simulação de uma tubulação isolada a
equação a ser resolvida é a equação da difusão descrita como:

(3.1)

Onde, k é a condutividade térmica do meio e Ø é a grandeza transportada, neste


caso a temperatura.
Um extenso tratamento sobre o método dos volumes finitos pode ser consultado
em (VERSTEEG, 2007).

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Capítulo 3 –Fundamentação 33

Outra abordagem teórica pode ser feita algebricamente seguindo os


procedimentos descritos por (INCROPERA e DEWITT, 1992), onde a determinação
da distribuição de temperatura em sistemas radiais pode ser estimada resolvendo a
equação de condução de calor na forma:

(3.2)

Nesta abordagem a distribuição radial de temperaturas será dada pela Equação


3.3 que é uma solução da Equação 3.2.

(3.3)

Sendo, que a temperatura To é a temperatura da superfície interna do isolamento


térmico e é taxa de geração volumar de energia causada por um aquecimento
resistivo e expressa em (W/m3). O Valor dessa taxa de geração pode ser determinado
pela razão entre a potência de aquecimento e um volume de controle correspondente
ao invólucro deste componente como representado na Figura 3.12

Volume de
controle

To

ro r

Figura 3.12 – Volume de controle da potência de aquecimento.


(Fonte: Autor)

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Capítulo 3 –Fundamentação 34

3.6 Método da Superfície de Resposta (MSR)

O método da superfície de resposta é um método em que se pode avaliar


graficamente a relação entre fatores (xi) ou variáveis que compõe um determinado
processo com a resposta de interesse (Y) obtida com a variação destes fatores. O que
não se pode esperar, no entanto, é que ao dobrar ou triplicar as quantidades destes
fatores obtenha-se uma resposta na mesma proporção.
Em uma programação experimental da mistura de três componentes pode-se
definir uma tabulação das composições com suas respectivas respostas para cada
amostra programada (BARROS NETO, B., 2010). A tabela 3.2 ilustra os valores do
planejamento experimental com os resultados da resposta investigada.

Tabela 3.2– Composição das misturas e valores dos sinais analíticos observados.

i x1 x2 x3 Sinal Yi si 2

(média)

1 1 0 0 3,2 3,0 3,10 0,020


2 0 1 0 0,5 0,4 0,45 0,005
3 0 0 1 0,4 0,3 0,35 0,005
4 ½ ½ 0 1,9 1,2 2,0 1,70 0,190
5 ½ 0 ½ 3,9 4,4 4,1 4,13 0,063
6 0 ½ ½ 0,3 0,3 0,2 0,27 0,003
Fonte: (BARROS NETO, B., 2010).

Os valores ensaiados de 1 a 6 estão representados em diagrama ternário


conforme ilustrado na figura 3.13.

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Capítulo 3 –Fundamentação 35

Figura 3.13: Diagrama ternário dos valores analíticos observados em uma mistura.
Fonte: (BARROS NETO, B., 2010).

Um modelo que representa bem o processo investigado pode ser determinado


resolvendo o sistema linear de equações representado no sistema de matrizes na forma:

Y(x1, x2, x3, x12, x13, x23) = [x1 x2 x3 x12 x13 x23 ] x [b*1 b*2 b*3 b*12 b*13 b*23 ]T (3.2)

Os coeficientes podem ser determinados individualmente pelas equações:

b1* = Y1 ; b12* = 4.Y12 – 2(Y1 + Y2) (3.3)

b2* = Y2; b13* = 4.Y13 – 2(Y1 + Y3) (3.4)

b3* = Y3; b23* = 4.Y23 – 2(Y2 + Y3) (3.5)

Finalizando a determinação destes coeficientes tem-se um modelo quadrático


observa-se que os coeficientes são calculados com a participação de dois componentes,
que ao ser adicionado um termo que contendo as três composições tem-se o modelo
cúbico especial, que por sua vez necessitará apenas de um ensaio adicional aos

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 3 –Fundamentação 36

realizados na programação este ensaio deve ser da composição (x1, x2, x3) = (1/3, 1/3,
1/3) com resposta Y123. Desta maneira o modelo final será descrito pela equação na
forma:

Y = b1*.x1 + b2*.x2 + b3*.x3 + b12*.x1.x2 + b13*.x1.x3 + b23*.x2.x3 + b123*.x1.x2.x3 (3.6)

Sendo que o termo cúbico b*123 é determinado por:

b123* = 27*Y123 – 12(Y12 + Y13 + Y23) + 3(Y1 + Y2 + Y3) (3.7)

Estas expressões geram um sistema de equações linear similar à forma


apresentada na Figura 3.14.

Figura 3.14: Sistema de equações lineares para determinação dos coeficientes do modelo.
Fonte: (Autor).

Tendo sido elaborado o modelo, pode-se com esta equação gerar a superfície
representando as infinitas respostas para infinitas composições dos componentes x1,
x2e x3. A figura 3.15 ilustra as curvas de iso-respostas para um modelo cúbico
especial.

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Capítulo 3 –Fundamentação 37

Figura 3.15: Curvas de iso-respostas de um modelo cúbico especial


Fonte: (BAHIENSE, A. V. et al, 2008).

O modelo elaborado deve ser avaliado para que seja certificado se não há uma
falta de ajuste e para essa avaliação pode-se fazer o uso de uma análise de variância
ANOVA. A significância pode ser avaliada com a comparação do resultado da
equação 3.8 com o valor tabelado de F para 95% de confiança.

Fcalc = (SQr,quad – SQr, cub) / MQr, cub (3.8)

Onde,
(3.9)

(3.10)

SQr,quad : Soma quadrática dos resíduos para o modelo quadrático;


SQr, cub : Soma quadrática dos resíduos para o modelo cúbico;
MQr, cub : Média quadrática do resíduo para o modelo cúbico.

Outra análise que pode ser realizada é a otimização do modelo, onde seja deseja
identificar um ponto, leia-se combinação dos constituintes (x1 x2 e x3) do modelo, em

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 3 –Fundamentação 38

que o valor da resposta do modelo é máximo ou mínimo. Este processo é similar à


regra da primeira e segunda derivada como estudado em cálculo diferencial, a primeira
derivada igualada a zero nos identifica pontos de inflexões e a segunda derivada nos
confirma estes pontos são máximos ou mínimos. A Figura 3.16 ilustra esta técnica.

Figura 3.16: Localização dos pontos de máximo e mínimo da superfície de resposta.


Fonte: Adaptada de www2.sorocaba.unesp.br.

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____________________________________________________

CAPÍTULO 4
MATERIAIS E MÉTODOS
____________________________________________________
Capítulo 4 – Materiais e Métodos 40

4 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo serão apresentados os principais procedimentos e métodos que


foram usados no desenvolvimento do material isolante para linha de vapor mediante o
reaproveitamento do resíduo de perfuração de poços de petróleo terrestre e de
materiais isolantes térmicos comerciais refugados de malhas de injeção de vapor em
campo.
De maneira geral as etapas de execução deste trabalho compreenderam aos
seguintes processos:
i) Coleta e preparação das amostras de material para as blendas;
ii) Preparação dos corpos de prova para medição da condutividade térmica;
iii) Medição da condutividade térmica das blendas;
iv) Simulação computacional do revestimento térmico de uma tubulação
com o material proposto;
v) Montagem da bancada de teste experimental.

4.1 Coleta e Preparações das Amostras

Para o desenvolvimento do novo material isolante térmico identificou-se


inicialmente que um dos resíduos mais abundantes no processo de produção de
petróleo é o Cascalho de Perfuração (CAS). Este material é produzido durante o
processo de perfuração de um poço de petróleo em uma sonda de perfuração.
Durante a perfuração o cascalho de perfuração é pré-separado da “lama de
perfuração”, fluido usado para, entre outras importantes funções, carrear o cascalho de
perfuração até a superfície que é posteriormente coletado em caixas de coleta de
cascalho. A figura 4.1 ilustra a localização das caixas de coleta de cascalho na área da
sonda de perfuração onde foi retirada a amostra usada neste trabalho.

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 4 – Materiais e Métodos 41

Figura 4.1 – Sonda de perfuração: caixas de coleta do cascalho de perfuração.


(Fonte: Autor)

Juntamente com o CAS coletaram-se refugos de materiais isolantes comerciais


aplicados nas tubulações de injeção de vapor. As figuras 4.2 (a) – (c) ilustram parte
das amostras coletadas no campo dos materiais isolante refugados: (a) Silicato de
Cálcio (SIL) e da (b) Lã de Rocha (LR) que originalmente apresentavam-se no
formato de canaletas envolvidas externamente às tubulações de injeção de vapor.

(a) (b) (c)


Figura 4.2 – Amostra de: Cascalho de perfuração (a), Silicato de cálcio (b) e Lã de rocha (c).
(Fonte: Autor)

Após coletados os materiais processados separadamente, sendo que o CAS foi


submetido inicialmente à secagem ao tempo, e posteriormente o
CAS, LR e SIL foram desintegrados manualmente com auxílio de um gral com pistilo
e peneirados em peneira com abertura NBR 1,18mm. As figuras 4.3 (a) e (b) ilustram
o processo de desintegração dos materiais.
Elierton Evangelista das Neves – julho/2016
Capítulo 4 – Materiais e Métodos 42

(a) (b)
Figura 4.3 – Desintegração manual das amostras: (a) CAS e (b) SIL.
(Fonte: Autor)

As figuras 4.4 (a) - (c) ilustram as matérias-primas processadas e utilizadas na


composição do novo material isolante térmico.

(a) (b) (c)


Figura 4.4 – Amostras processadas: (a)LR, (b) CAS e (c) SIL.
(Fonte: Autor)

4.2 Preparações dos Corpos de Prova para Medição da


Condutividade Térmica

Com o auxílio de uma balança de precisão e bureta preparou-se as blendas dos


materiais com as composições definidas na programação de experimento extraída com
auxílio do software comercial Design-Expert®V10, nesta programação foram
considerados 03(três) fatores de variação referente aos 03(três) componentes e

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 4 – Materiais e Métodos 43

01(uma) resposta de saída referente à grandeza investigada. As composições ensaiadas


estão listadas na Tabela 4.1.
Tabela 4.1–Programação do experimento com o Design-Expert® V10.
CAS SIL LR
Blenda nº
(%Vol.) (%Vol.) (%Vol.)
1 100 0 0
2 0 100 0
3 0 0 100
4 50 50 0
5 50 0 50
6 50 25 25
7 50 35 15
8 50 15 35
9 0 50 50
10 33.3334 33.3334 33.3334

Após definidas as proporções dos componentes das blendas, preparou-se os


corpos de prova de dimensões D=50 mm e L=200 mm e com compactação do próprio
peso em queda de 100 mm por seis vezes conforme preconizado pela norma (ASTM
D5334-14, 2014). As blendas foram preparas com medições gravitacionais para
ajuste da composição em volume de seus componentes, a Figura 4.5 ilustra esse
processo.

Figura 4.5 – Medição de ajuste das composições dos componentes das blendas.
(Fonte: Autor)

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 44

4.3 Medições da Condutividade Térmica das Blendas

Tendo sido preparados os corpos de prova, procedeu-se a medição da


condutividade térmica k (W/m. K) com o uso do aparelho medidor de condutividade
térmica KD2-Pro®que possibilita a medição desta grandeza conforme método
preconizado pela norma ASTM D-5334-14. A Figura 4.6 ilustra a utilização do
medidor de condutividade térmica.

Figura 4.6 - Medição da condutividade térmica com KD2-Pro.


(Fonte: Autor)

4.5 Simulações Computacionais do Revestimento Térmico de uma


Tubulação com o Material Proposto

A temperatura considerada limite a ser atingida na superfície do isolamento


térmico aplicado em tubulações industriais em específico para geração e distribuição
de vapor é cerca de 60ºC conforme preconizado na norma PETROBRAS N-0550, para
que fosse possível estimar a distribuição de temperatura em tubo isolado com o
material desenvolvido, realizou-se uma simulação computacional em regime
permanente com o software comercial Ansys®.
Nesta simulação foram consideradas as seguintes premissas básicas para as
Elierton Evangelista das Neves – julho/2016
Capítulo 4 – Materiais e Métodos 45

condições de contorno:
• Simulação em regime permanente;
• Material isotrópico e homogêneo;
• Condutividade Térmica: k=0.099 W/m. K, (BLENDA #8);
• Material da tubulação: Aço carbono API – 5L Gr. B – DN 3” Sch. 80;
• Espessura do isolamento: 38.1 mm;
• Proteção mecânica do isolamento: Chapa de aço galvanizado espessura
1.0 mm;
• Temperatura da tubulação: 313ºC
Os procedimentos básicos para preparar a simulação obedeceram aos seguintes
passos ou etapas:
I. Modelagem dos sólidos correspondente ao domínio de interesse da
simulação;
II. Geração da malha de discretização dos sólidos bem como suas
interfaces;
III. Aplicação dos dados físicos dos materiais que compõe o modelo;
IV. Aplicação das condições de contorno da simulação (fluxo de calor e
temperaturas de fronteira);
V. Configuração dos parâmetros de simulação (tempo de simulação, regime
de simulação, critério de parada);
VI. Avaliação de sensibilidade da malha;
VII. Emissão de relatório da simulação;

As figuras 4.7 (a)-(c) ilustram as fases de simulação com realizadas com o


auxílio do software comercial Ansys®.

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 46

(a) (b) (c)


Figura 4.7 - Simulação computacional com Ansys®®: (a) Modelo 3D, (b) Geração de Malha e (c) Solução.
(Fonte: Autor)

4.6–Montagem da Bancada de Teste Experimental

Para que fosse possível validar os resultados apresentados nesta simulação


montou-se um aparato de bancada com o intuito de reproduzir as condições de
processo estipuladas na simulação computacional. A Figura 4.8 ilustra por meio de um
diagrama esquemático a montagem do aparato e instrumentação para aquisição dos
dados do ensaio de bancada.

Figura 4.8: Aparato para ensaio de bancada (diagrama elétrico esquemático).


(Fonte: Autor)

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 47

A bancada foi montada usando os materiais e instrumentos conforme listados na


Tabela 4.2.
Tabela 4.2 – Especificações dos materiais utilizados na montagem da bancada de testes.
Item Descrição Fabricante/ Quantidade
Modelo/Especificação

01 Controlador de temperatura PID Smart Brno/ CC-405 01


02 Resistência elétrica tipo cartucho 1.500 W 01
03 Tubo de aço carbono API – 5L Gr. B 01
04 Disjuntor Legrand / 10 A 01
05 Chave contatora Siemens / 20 A 01
06 Termopar tipo S Até 1500ºC 01
07 Termopar tipo K S-09K 04
08 Termômetro Digital 4 canais Instrutherm / TH-1000 01
09 Fios condutores flexíveis 2,5 mm2 10m

Foi realizada a pesagem com auxílio de uma balança de precisão 1g, antes e
depois dos materiais serem desintegrados e peneirados para garantir uma melhor
homogeneidade de cada constituinte. A Figura 4.9 ilustra o procedimento de pesagem.

Figura 4.9: Pesagem dos materiais de composição das blendas.


(Fonte: Autor)

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 48

Durante a preparação do protótipo foram tomadas algumas precauções no que


diz respeito ao uso de equipamentos de proteção individual (EPI´s) tendo em vista que
os constituintes da blenda ensaiada encontravam-se na forma de pós foi usado luvas de
proteção impermeável, máscara com filtro para partículas em suspensão e óculos de
proteção com fechamento lateral.
A Figura 4.10 ilustra o procedimento acomodação no trecho de tubo usado no
aparato de bancada.

Figura 4.10: Acomodação da blenda de material isolante no aparato para ensaio de bancada.
(Fonte: Autor)

A blenda preparada e ensaiada em bancada foi a com composição em volume


50% de cascalho, 15% de silicato de cálcio e 35% de lã de rocha. Esta proporção foi
escolhida ponderando os resultados obtidos para a condutividade térmica e
principalmente observando a disponibilidade dos resíduos em campo, uma vez que se
pretendeu maximizar o aproveitamento desses resíduos.
A Figura 4.11 ilustra o protótipo do tubo já com a blenda de isolante térmico
acomodado, a compactação foi conseguida com o próprio peso do material.

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 49

Figura 4.11: Blenda de material isolante no protótipo de tubulação.


(Fonte: Autor)

A Figura 4.12 ilustra a disposição dos equipamentos e instrumentos na


montagem da bancada de ensaio em laboratório.

Figura 4.12: Bancada de ensaio do isolamento térmico.


(Fonte: Autor)

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 50

Inicialmente o ensaio de bancada foi executado com protótipo do tubo isolado


com fechamentos laterais do mesmo material da proteção mecânica diametralmente
externa, no entanto foi necessária a remoção das proteções laterais pelo fato de estar
transferindo calor por condução. A Figura 4.13 ilustra a configuração do protótipo
após a remoção das proteções laterais.

Figura 4.13: Protótipo de tubulação com isolamento térmico sem proteção mecânica lateral.
(Fonte: Autor)

Para que fosse possível avaliar a eficácia do isolamento do protótipo da


tubulação, executaram-se os testes de aquecimento com a resistência elétrica tipo
cartucho no interior do protótipo, o processo de aquecimento obedeceu a seguinte
programação conforme apresentado na Tabela 4.3.
Tabela 4.3 – Programação de ensaios de aquecimento – protótipo de bancada.

Registro Ttub Ts1 Ts2 Ts3 Ts4 Tsmed Tsteo Desvio%


1 50ºC
2 100ºC
3 150ºC
4 200ºC
5 250ºC
6 300ºC
7 313ºC

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Capítulo 4 – Materiais e Métodos 51

O registro das temperaturas foi tomado manualmente com chaveamento do


termômetro digital Instrutherm / TH-1000 para os termopares T1 a T4 posicionados da
superfície do isolamento da tubulação defasados de 90º e pela tela do controlador de
temperatura PID Smart Brno/ CC-405 para o termopar tipo S (Ttub) posicionado na
superfície do tubo.

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____________________________________________________

CAPÍTULO 5
RESULTADOS e DISCUSSÕES
____________________________________________________
Capítulo 5 – Análise dos Resultados 53

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Reuso de Rejeito de Perfuração e de Materiais Isolantes


Refugados

5.1.1–Resultados dos Ensaios das Blendas

Os resultados obtidos nos ensaios para determinação da condutividade


térmica k (W/m.K) para as blendas programadas com o auxílio do software de projeto
de experimentos Design-Expert©V10 da empresa Stat-Ease Inc. estão listadas na
Tabela 5.1. Os componentes envolvidos foram assim representados: CAS – Cascalho
de Perfuração, SIL – Refugo de Silicato de Cálcio e LR – Refugo de Lã de Rocha.

Tabela 5.1 – Programação de ensaios com o Design-Expert V10® - condutividade térmica .

Sequência Ensaio nº % Vol. CAS % Vol. SIL % Vol. LR kméd (W/m.K)

3 1 0 0 100 0,0312

2 2 0 100 0 0,0958

5 3 50 0 50 0,1152

7 4 50 25 25 0,1318

4 5 50 50 0 0,1308

6 6 50 35 15 0,1296

8 7 50 15 35 0,0990

10 8 33,3334 33,3334 33,3334 0,1242

1 9 100 0 0 0,2120

9 10 0 50 50 0,7502

Durante o processo de preparação das blendas também se determinou por

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 54

medição gravimétrica o peso específico das blendas em g/cm3. Os resultados para a


medição dos pesos estão listados na Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Programação dos ensaios pelo Design-Expert V10® - peso específico.

Sequência Ensaio nº % Vol. CAS % Vol. SIL % Vol. LR méd (g/cm3)

3 1 0 0 100 0,250

2 2 0 100 0 0,320

5 3 50 0 50 1,030

7 4 50 25 25 0,950

4 5 50 50 0 0,940

6 6 50 35 15 1,100

8 7 50 15 35 1,180

10 8 33,3334 33,3334 33,3334 0,760

1 9 100 0 0 1,230

9 10 0 50 50 0,400

De posse dos resultados dos ensaios desta programação, procedeu-se uma


investigação das propriedades da mistura dos componentes A, B e C no sentido de
identificar e descrever como a propriedade de interesse, neste caso a condutividade
térmica k (W/m.K), varia em função da composição destes componentes. Como a
mistura é ternária optou-se por um modelo cúbico especial na forma.

Y = b1*.A + b2*.B + b3*.C + b12*.A.B + b13*.A.C + b23*.B.C + b123*.A.B.C (5.1)

Obtiveram-se então os coeficientes para o modelo matemático conforme


saída calculada pelo software Design-Expert® V10 e listados na Tabela 5.3.

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 5 – Análise dos Resultados 55

Tabela 5.3 – Coeficientes do modelo da mistura ternária (condutividade térmica).

Coeficiente Valor Calculado


b1 * +0,216870
b2 * +0,094176
b3 * +0,029576
b12* -0,049139
b13* -0,015939
b23* +2,727310
b123* -6,514720

Onde, os termos A, B e C são respectivamente as composições em volume dos


componentes CAS, SIL e LR.
A análise ANOVA realizada pelo software Design-Expert-V10® classificou o
modelo apresentado na equação (5.1) como significante com 95% de confiança. Um
resumo desta análise é apresentado na Tabela 5.4.

Tabela 5.4 – Resumo de análise ANOVA do modelo (condutividade térmica).


Soma Grau de Média F. do Valor – p
Fonte Avaliação
Quadrática Liberdade Quadrática Ajuste Prob. > F

Modelo 0,37 6 0,062 49,59 0,0043 Significante


Mistura Linear 0,025 2 0,012 9,85 0,0480 -

Tendo sido o modelo cúbico especial escolhido e avaliado como significante,


sem falta de ajuste que comprometa os resultados previstos pelo modelo, pode-se
traçar conforme Figura 5.1, o gráfico ternário para a mistura dos componentes CAS,
SIL e LR, onde se podem identificar com as curvas de nível referente para qualquer
composição escolhida os valores preditos da condutividade térmica.

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Capítulo 5 – Análise dos Resultados 56

Design-Expert® Software A: CAS (%Vol) Prediction 0,0986118


Component Coding: Actual 0,0 Observed 0,099
R1 (W/m.K) 1 95% CI Low 0,039996
Design Points 0,2 95% CI High 0,157228
0,7502 95% TI Low (p=99%) -0,210956
95% TI High (p=99%) 0,408179
0,0312 SE Mean 0,018
0,167503
SE Pred 0,040
0,3
X1 0,5
X1 = A: A LRCA 0,75 X2 0,15
X2 = B: B S X3 0,3
X3 = C: C SIL

0,09855 0,5
0,5
0,108245

0,167503
0,2
0,8
0,25
0,09855
0,108245 0,4

0,6
1,0
0
1 0,75 0,5 0,25 0
B: SIL (%Vol) C: LR (%Vol)
Cond. Térmica (W/m.K)

Figura 5.1 - Curvas de nível da condutividade térmica para a mistura ternária: CAS+SIL+LR.
(Fonte: Autor.)

Uma análise numérica e gráfica foi executada com auxílio do Design-Expert®


V10, nesta análise pode-se obter o melhor resultado que minimizasse a condutividade
térmica com a premissa de manter a fração de CAS em 50% e maximizar o uso dos
componentes SIL e LR. As Figuras 5.2 e 5.3 ilustram os resultados obtidos.

0,5

0 1 0 1

A:A = 0,5 B:B = 0,247864

0 1 0,0312 0,7502

C:C = 0,252136 R1 = 0,0980112

Desirability = 0,384

Figura 5.2– Otimização das composições pelo Design-Expert® V10.


(Fonte: Autor.)

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 57

Design-Expert® Software A: CAS (%Vol)


Component Coding: Actual Prediction 0,0980112 0
R1 (W/m.K) Observed 0,1318 1 Prediction 0,0986118
Design Points 95% PI Low -0,0287164 Observed 0,099
0,2
0,7502 95% PI High 0,224739 95% CI Low 0,039996
95% CI Low 0,039947 95% CI High 0,157228
0,0312 95% CI High 0,156075 95% TI Low (p=99%) -0,210956
95% TI Low (p=99%) -0,211148 95% TI High (p=99%) 0,408179
95% TI High (p=99%) 0,407171 0,25SE Mean 0,018
X1 = A: A 0,75 0,140957 SE Pred 0,040
SE Mean 0,018
X2 = B: B
SE Pred 0,040 X1 0,5
X3 = C: C
X1 0,5 X2 0,15
X2 0,247864 X3 0,35
X3 0,252136
0,5
0,5
0,107164

0,140957

0,2
0,75
0,25

0,107164 0,4

0,6
1
0
1 0,75 0,5 0,25 0
B: SIL (%Vol) C: LR (%Vol)
Condutividade Térmica (W/m.K)

Figura 5.3 – Superfície de resposta com ponto otimizado: CAS=0,50, SIL = 0,247864 e LR = 0,252136.
(Fonte: Autor.)

Com esta mesma interpretação procedeu-se cálculo dos coeficientes do modelo


para predição do peso específico da mistura em volume dos componentes CAS, SIL e
LR. A Tabela 5.5 lista os valores dos coeficientes para o modelo de ajuste.

Tabela 5.5 – Coeficientes do modelo da mistura ternária (peso específico).

Coeficiente Valor Calculado


b1 * +1,319880
b2 * +0,423850
b3 * +0,270230
b12* 0,000000
b13* +1,304670
b23* +0,417160
b123* 0,000000

A análise ANOVA realizada pelo software Design-Expert-V10® classificou o

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 58

modelo apresentado na equação (5.1) com os coeficientes calculados e apresentados na


Tabela 5.4 como sendo significante com 95% de confiança. Um resumo desta análise é
apresentado na Tabela 5.6.

Tabela 5.6 – Resumo análise ANOVA do modelo – Peso Específico.


Soma Grau de Média F. do Valor – p
Fonte Avaliação
Quadrática Liberdade Quadrática Ajuste Prob. > F

Modelo 1,12 3 0,370 27,52 0,0007 Significante


Mistura Linear 1,02 2 0,510 37,57 0,0004 -

Tendo sido o modelo quadrático escolhido e avaliado como significante, sem


falta de ajuste que comprometa os resultados previstos pelo modelo, pode-se traçar
conforme Figura 5.4, o gráfico ternário para a mistura dos componentes CAS, SIL e
LR, onde se podem identificar com as curvas de nível referente para qualquer
composição escolhida os valores preditos do peso específico.

Design-Expert® Software A: CAS (%Vol) Prediction 0,946673


Component Coding: Actual 0 Observed 1,1
R1 (g/cm3) 1 95% CI Low 0,843303
Design Points 95% CI High 1,05004
1,23 95% TI Low (p=99%) 0,28875
95% TI High (p=99%) 1,6046
0,25
SE Mean 0,042
SE Pred 0,124
0,25X1 0,5
X1 = A: A 0,75
X2 = C: C CAS 1,2 X2 0,15
X3 = B: B SIL X3 0,35

0,5
0,5 1

0,8
0,75
0,25
0,6

0,4
1
0
1 0,75 0,5 0,25 0
C: SIL (%Vol) B: LR (%Vol)
Peso Específico (g/cm3)

Figura 5.4 - Curvas de nível do peso específico para a mistura ternária CAS+SIL+LR.
(Fonte: Autor.)

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 59

Os valores previstos tanto para o modelo da condutividade térmica como para o


modelo do peso específico deverão ser corrigidos de acordo com as curvas
apresentadas nas Figuras 5.5 e 5.6 respectivamente.

Design-Expert® Software
R1 Previsto vs. Real
Color points by value of 0,8
R1:
0,7502

0,0312

0,6
Previsto

0,4

0,2

0 0,2 0,4 0,6 0,8

Real

Figura 5.5 - Curva de correção dos resultados do modelo (condutividade térmica).


(Fonte: Autor.)

Design-Expert® Software
R1 Previsto vs. Real
Color points by value of 0,8
R1:
0,7502

0,0312

0,6
Previsto

0,4

0,2

0 0,2 0,4 0,6 0,8

Real

Figura 5.6 - Curva de correção dos resultados do modelo (peso específico).


(Fonte: Autor.)

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 60

5.1.2–Resultado da Simulação da Blenda Escolhida

A seguir apresenta-se com as Figuras 5.7 e 5.8, o resultado da simulação


computacional executada no Ansys® para estimar a temperatura externa máxima
alcançada quando usada uma blenda composta de resíduos de materiais isolante e
resíduos de perfuração de poço nas proporções 50% em volume de CAS + 15% em
volume de SIL + 35% em volume de LR. Essa blenda foi escolhida por apresentar uma
condutividade térmica k=0,099 W/m.K, mais baixa em relação às demais blendas
ensaiadas e por representar um uso mais acentuado do rejeito de perfuração e refugo
de lã de rocha, tendo em vista serem os rejeitos mais abundantes.

Figura 5.7 - Resultado da simulação com o Ansys® (contorno 3D).


(Fonte: Autor.)

Pode-se verificar a distribuição radial das temperaturas no domínio sólido do


revestimento térmico.

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 61

Figura 5.8 - Resultado da Simulação com o Ansys® Thermal (temperatura máxima na superfície).
(Fonte: Autor.)

Pode-se observar que a temperatura máxima de 57.304 ºC atingida na superfície


não ultrapassou ao preconizado pela norma PETROBRÁS N-0550 que é de 60ºC.
A distribuição radial de temperaturas calculada algebricamente, considerando
uma taxa de geração de energia volume = 4,75 W/cm3 (referente volume de controle
envolvendo a resistência elétrica de aquecimento de 1000 W), uma temperatura na
superfície interna do isolamento To = 315ºC e uma condutividade térmica para o
material isolante k = 0,09 W/m.K está ilustrada na Figura 5.9.

Distribuição de Temperatura Radial (To = 315


oC)

350
Tempraratura radial em ( oC)

300

250

200

150

100

50

0
0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.09
Raio do isolamento (m)

Figura 5.9 - Resultado de cálculo algébrico (temperatura da superfície externa = 60,5ºC).


(Fonte: Autor.)

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 62

5.1.3–Resultados dos Ensaios com Protótipo

Para avaliar a eficácia do isolamento proposto neste trabalho montou-se um


aparato de bancada de forma a reproduzir o funcionamento da instalação em uma
tubulação de injeção de vapor, onde as condições de processo são normalmente
pressão interna de 105 kgf/cm2 e temperatura do vapor de 313ºC correspondendo a um
título de vapor de 80%. Neste aparato não foi inserida a condição de pressão uma vez
que a observação de maior interesse é a temperatura alcançada na superfície externa do
isolamento térmico.
A evolução do aquecimento foi controlada por controlador programável de
temperatura PID modelo CC-405 da SMART Brno Company. Estão listados na Tabela
5.7 os valores das temperaturas registradas pela instrumentação.

Tabela 5.7 – Resultados experimentais (temperaturas na superfície externa).

Registro Ttub Ts1 Ts2 Ts3 Ts4 Tsmed Tsteo Desvio%


1 50 26.6 26.6 26.6 26.7 26.625 25.397 4.612
2 100 28.7 29.0 29.0 30.9 29.400 31.463 -7.017
3 150 37.3 40.0 40.3 42.5 40.025 37.529 6.236
4 200 44.9 47.5 47.8 49.2 47.350 43.595 7.930
5 250 52.9 53.1 54.9 55.5 54.100 49.661 8.205
6 300 58.7 58.9 59.0 59.2 58.950 55.726 5.469
7 313 59.0 59.1 59.2 59.9 59.300 57.304 3.366

O gráfico apresentado na Figura 5.10 ilustra a evolução comparativa entre as


temperaturas da superfície calculadas na simulação computacional com o Ansys® e as
temperaturas médias da superfície medidas experimentalmente.

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 63

Temperatura do Tubo x Temperatura da Superfície

Temperatura d Superfície em °C

Temperatura do Tubo em °C

Figura 5.10 – Temperatura na superfície (experimental versus simulação computacional).


(Fonte: Autor.)

Após análise identificou-se que os resultados experimentais ficaram dentro de


uma expectativa de 10% de desvio em relação aos resultados teóricos obtidos nas
simulações computacionais com o Ansys®.
As imagens térmicas apresentadas nas Figuras 5.11 a 5.14 ilustram o espectro
térmico das temperaturas no aparato de bancada durante o ensaio de aquecimento da
tubulação.

Figura 5.11 – Imagem térmica (tubulação aquecida a 100ºC).


(Fonte: Autor.)

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 64

Nesta Figura 5.11, apontou-se uma temperatura na superfície da proteção


mecânica do isolamento de 30,5ºC para uma temperatura da parede externa do tubo de
100ºC. É possível também observar o detalhe dos terminais de ligação da resistência
elétrica tipo cartucho instalada no interior do tubo, a temperatura teórica esperada na
superfície foi de 31,463ºC.

Figura 5.12 – Imagem térmica (tubulação aquecida a 200ºC).


(Fonte: Autor.)

A Figura 5.12 ilustra o registro do espectro térmico da temperatura na superfície


da proteção mecânica do isolamento de 45,6ºC para uma temperatura da parede
externa do tubo de 200ºC, a temperatura teórica esperada foi de Tsteo=43,595ºC.

Figura 5.13 – Imagem térmica (tubulação aquecida a 250ºC).


(Fonte: Autor.)

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 65

A Figura 5.13 ilustra o registro do espectro térmico da temperatura na superfície


da proteção mecânica do isolamento para uma temperatura da parede externa do tubo
de 250ºC sendo que o alvo apontado pela câmera térmica indica um valor de 242ºC. A
temperatura externa média medida com os termopares foi de 54,1ºC e a temperatura
teórica esperada foi de Tsteo=49,661ºC.

Figura 5.14 – Imagem térmica (tubulação aquecida em 315 ºC).


(Fonte: Autor.)

A Figura 5.14 ilustra o registro do espectro térmico da temperatura na superfície


da proteção mecânica do isolamento para uma temperatura da parede externa do tubo
de 313ºC sendo que o alvo apontado pela câmera térmica indica um valor de 309ºC. A
temperatura externa média medida com os termopares foi de 59,3ºC e a temperatura
teórica esperada foi de Tsteo = 57,304ºC.

5.1.4 - Resultados de Análise de Difração de Raios X

A blenda submetida ao ensaio de aquecimento em bancada foi submetida antes


deste a uma análise de difração de raios X, os resultados da difração de raios x (DRX)
de uma amostra da blenda CAS-50/SIL-15/LR-35, está apresentado na Figura 5.15.

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Capítulo 5 – Análise dos Resultados 66

Figura 5.15 – Difratograma de raios X da blenda CAS-50/SIL-15/LR-35.


(Fonte: Autor.)

Observa-se neste difratograma de raios X que há uma presença mais acentuada


de Quartzo (SiO2), Anortita (CaAl2Si2O8) e Calcita Magnesiana (Ca, Mg)CO3. Os dois
primeiros influenciada pela composição dos refugos dos materiais lã de rocha e silicato
de cálcio, já o calcita magnesiana deve-se ao resíduo de perfuração.

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_______________________________________________________

CAPÍTULO 6
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
_______________________________________________________
Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões 68

6. CONCLUSÕES E SUGESTÕES

6.1 Conclusões

1. O planejamento experimental obtido com o software comercial de planejamento de


experimento Design-Expert®-V10, possibilitou definir de maneira satisfatória as
composições das blendas de material isolante suficiente para uma boa delimitação da
superfície de resposta que foi modelada estatisticamente com parâmetros coerentes de
ajuste que melhor representa a os resultados experimentais obtidos nas análises de
condutividade térmica das blendas;

2. O modelo matemático calculado e gerado pelo software de DOE (Design of


Experiments) Design-Expert®-V10 também possibilitou de maneira interativa uma
flexibilidade de se trabalhar seguindo as curvas de nível e ajustar as composições de
novas blendas conforme disponibilidade dos resíduos com a manutenção da resposta
de valores da condutividade térmica desejada;

3. O uso do resíduo de perfuração como material de isolamento térmico a alta


temperatura isoladamente não se apresenta tecnicamente viável por apresentar alta
condutividade térmica, mas quando associado a outros materiais tais como o refugo de
silicato de cálcio e refugo de lã de rocha, que são materiais isolantes abundantemente
descartados nas operações de manutenção e adequação da malha de tubulações de
injeção de vapor existente no campo, demonstrou-se viável quando em mistura ternária
na composição 50-CAS+15-SIL+35-LR;

4. O uso do método de superfície de resposta (MSR) para identificar os melhores


parâmetros de composição da blenda, mostrou-se muito eficaz uma vez que ao definir

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Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões 69

a condutividade térmica como a resposta de interesse, foi possível ajustar a


composição das blendas maximizando o uso dos componentes e minimizando o valor
da condutividade térmica;

5. Verificou-se com MSR que a dependência a presença do CAS aumenta a


condutividade térmica enquanto o SIL e LR ambos são redutores do valor da
condutividade térmica, e que para uma composição máxima de 50% em CAS a adição
do componente LR tem maior influência na redução da condutividade térmica.

6. A blenda composta dos materiais CAS, SIL e LR mostrou ser viável tecnicamente o
seu uso alternativo na composição do material isolante térmico e dessa forma pode
contribuir concretamente para a minimização dos impactos ambientais causados pela
alta taxa de geração de resíduos sólidos produzidos na indústria do petróleo;

7. Os resultados obtidos na simulação computacional demonstraram que as premissas,


modelagem e malhas utilizadas foram escolhidas de forma coerentes e uma vez que a
blenda simulada CAS-50/SIL-15/LR-35 apresentou valores dentro de uma expectativa
de 10% em desvio em relação aos valores experimentais;

8. O projeto e montagem do aparato de bancada possibilitou a reprodução das


condições de processo de temperatura a qual uma tubulação é submetida em campo;

9. Os resultados obtidos nas temperaturas de ensaio experimental de bancada


mostraram uma eficácia térmica conforme do predito pelas simulações computacionais
dentro de uma faixa de desvios cerca de +/-10%.

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Capítulo 6 – Conclusões e Sugestões 70

6.2 Sugestões para Trabalhos Futuros

Como sugestões para trabalhos futuros, listam-se:

1. Desenvolver um material compósito em forma de canaletas rígidas para aplicação


em tubulações aquecidas em campo;

2. Realizar estudos mecânicos e de degradação do material compósito rígido;

3. Estudar a composição do rejeito de perfuração com outros tipos de materiais


isolantes refugados para faixas de temperaturas médias e baixas.

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________________________________________________________________

CAPÍTULO 7
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
________________________________________________________________
Capítulo 7 – Referências Bibliográficas 72

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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________________________________________________________________

APÊNDICE
ANEXOS A
________________________________________________________________
Apêndice A –Anexos 81

A.1 - DISTRIBUIÇÃO DE TEMPERATURAS


COM ANSYS®

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 82

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 83

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 84

A.2 – ENSAIOS DE CONDUTIVIDADE TÉRMICA


COM O KD2-PRO

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 85

Measurement Read Power


Time Sensor K rho Err Temp(0) d(g/cm3) Sample ID Time Mode
W/(m·K) m·K/W °C min
11/05/2016 1:23 TR-1 0.215 4.661 0.0030 28.28 1.2300 CAS-100 5 HPM
11/05/2016 1:38 TR-1 0.211 4.732 0.0033 28.34 1.2300 CAS-100 5 HPM
11/05/2016 1:54 TR-1 0.210 4.768 0.0031 28.37 1.2300 CAS-100 5 HPM
11/05/2016 2:09 TR-1 0.212 4.717 0.0032 28.40 1.2300 CAS-100 5 HPM
11/05/2016 2:25 TR-1 0.212 4.717 0.0032 28.39 1.2300 CAS-100 5 HPM
14/05/2016 17:05 TR-1 0.106 9.416 0.0086 25.59 0.3200 SIL-100 5 HPM
14/05/2016 17:20 TR-1 0.099 10.103 0.0096 26.36 0.3200 SIL-100 5 HPM
14/05/2016 17:35 TR-1 0.094 10.616 0.0089 26.95 0.3200 SIL-100 5 HPM
14/05/2016 17:50 TR-1 0.091 10.977 0.0085 27.36 0.3200 SIL-100 5 HPM
14/05/2016 18:05 TR-1 0.089 11.247 0.0083 27.68 0.3200 SIL-100 5 HPM
14/05/2016 19:34 TR-1 0.132 7.550 0.0032 24.08 0.9400 CAS-50/SIL-50 5 HPM
14/05/2016 19:49 TR-1 0.133 7.545 0.0033 24.61 0.9400 CAS-50/SIL-50 5 HPM
14/05/2016 20:04 TR-1 0.132 7.589 0.0033 24.66 0.9400 CAS-50/SIL-50 5 HPM
14/05/2016 20:19 TR-1 0.130 7.716 0.0026 25.60 0.9400 CAS-50/SIL-50 5 HPM
14/05/2016 20:34 TR-1 0.130 7.692 0.0027 25.78 0.9400 CAS-50/SIL-50 5 HPM
14/05/2016 20:49 TR-1 0.128 7.783 0.0027 25.30 0.9400 CAS-50/SIL-50 5 HPM
14/05/2016 21:13 TR-1 0.031 32.468 0.0063 35.96 0.2500 LR-100 5 HPM
14/05/2016 21:28 TR-1 0.032 31.735 0.0067 29.90 0.2500 LR-100 5 HPM
14/05/2016 21:43 TR-1 0.031 31.923 0.0067 27.75 0.2500 LR-100 5 HPM
14/05/2016 21:58 TR-1 0.031 31.920 0.0067 27.33 0.2500 LR-100 5 HPM
14/05/2016 22:13 TR-1 0.031 31.909 0.0067 27.38 0.2500 LR-100 5 HPM
14/05/2016 22:28 TR-1 0.031 31.980 0.0069 27.48 0.2500 LR-100 5 HPM
CAS-50/SIL-
14/05/2016 22:55 TR-1 0.130 7.695 0.0025 28.73 0.9500 25/LR-25 5 HPM
CAS-50/SIL-
14/05/2016 23:10 TR-1 0.133 7.492 0.0023 28.20 0.9500 25/LR-25 5 HPM
CAS-50/SIL-
14/05/2016 23:25 TR-1 0.132 7.551 0.0023 27.53 0.9500 25/LR-25 5 HPM
CAS-50/SIL-
14/05/2016 23:40 TR-1 0.132 7.587 0.0022 27.18 0.9500 25/LR-25 5 HPM
CAS-50/SIL-
14/05/2016 23:55 TR-1 0.132 7.583 0.0025 26.93 0.9500 25/LR-25 5 HPM
15/05/2016 0:05 TR-1 0.117 8.556 0.0032 27.68 1.0300 CAS-50/LR-50 5 HPM
15/05/2016 0:20 TR-1 0.116 8.655 0.0034 27.37 1.0300 CAS-50/LR-50 5 HPM
15/05/2016 0:35 TR-1 0.114 8.772 0.0028 27.04 1.0300 CAS-50/LR-50 5 HPM
15/05/2016 0:50 TR-1 0.114 8.741 0.0027 26.81 1.0300 CAS-50/LR-50 5 HPM
15/05/2016 1:05 TR-1 0.115 8.699 0.0031 26.77 1.0300 CAS-50/LR-50 5 HPM
15/05/2016 1:20 TR-1 0.115 8.695 0.0032 26.75 1.0300 CAS-50/LR-50 5 HPM
CAS-
15/05/2016 1:32 TR-1 0.128 7.842 0.0011 26.46 1.1000 50/SIL35/LR-15 5 HPM
CAS-
15/05/2016 1:47 TR-1 0.130 7.701 0.0007 26.95 1.1000 50/SIL35/LR-15 5 HPM
CAS-
15/05/2016 2:02 TR-1 0.130 7.677 0.0009 26.69 1.1000 50/SIL35/LR-15 5 HPM
CAS-
15/05/2016 2:17 TR-1 0.131 7.657 0.0012 26.59 1.1000 50/SIL35/LR-15 5 HPM
CAS-
15/05/2016 2:32 TR-1 0.129 7.729 0.0009 26.69 1.1000 50/SIL35/LR-15 5 HPM
CAS-50/SIL-
15/05/2016 2:46 TR-1 0.100 10.024 0.0033 26.98 1.1800 15/LR-35 5 HPM
CAS-50/SIL-
15/05/2016 3:01 TR-1 0.099 10.108 0.0043 26.97 1.1800 15/LR-35 5 HPM
CAS-50/SIL-
15/05/2016 3:16 TR-1 0.099 10.108 0.0043 26.95 1.1800 15/LR-35 5 HPM
CAS-50/SIL-
15/05/2016 3:31 TR-1 0.098 10.204 0.0046 26.97 1.1800 15/LR-35 5 HPM
CAS-50/SIL-
15/05/2016 3:46 TR-1 0.099 10.108 0.0043 26.94 1.1800 15/LR-35 5 HPM

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 86

A.3 – ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICO DO


CASCALHO

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 87

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 88

A.4 - ANÁLISE DRX DA BLENDA – CAS50-SIL15


– LR35

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 89

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 90

A.4 – LAUDO DE CALIBRAÇÃO DO


ANALIZADOR DE CONDUTIVIDADE,
DIFUSIVIDADE E RESISTIVIDADE TÉRMICA
KD2-PRO.

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 91

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016


Apêndice A –Anexos 92

Elierton Evangelista das Neves – julho/2016

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