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educacionais e
terapêuticas para crianças com TEA
dos 2 aos 5 anos na perspectiva
TEACCH
Maria Elisa Granchi Fonseca
São Leopoldo/RS
O PRESENTE MATERIAL É PARTE INTEGRANTE DO CURSO “REALIZADO NOS DIAS 18 e 19/08/17
NÃO PODENDO SER EXIBIDO, PUBLICADO, REVENDIDO, REPRODUZIDO OU ALTERADO.
3) Desvios sensoriais
Comunicação tem sido definida, por
exemplo, como uma complexa interação
entre dois ou mais indivíduos, envolvendo
processos cognitivos, tais como alternância
de papéis, percepção, codificação e
decodificação de sinais
(Hargie, Saunders & Dickson, 1987).
Pessoa se
desenvolve Pessoa aprende
Pessoa cresce padrões da
TEACCH® espécie
interfere
aqui
Compreende a criança autista como
uma pessoa cujo desenvolvimento
desvia da rota
3
Muitas
3
6 anos coisas a
4
4
aprender
5 4 5
3 3
6 anos
Dificuldades que se sobrepõem
543anos
anos
2anos
1anos
ano
2
2
2
2
2
Poucas
1
2 anos coisas a
aprender
Atenção compartilhada
Atenção compartilhada
Entendendo mais...
• O período denominado de subjetividade primaria
corresponde aquele no qual o olhar e as expressões afetivas
do bebê são seletivamente dirigidos e integrados ao
comportamento social das pessoas (intersubjetividade). A
comunicação envolve interação face-a-face e as trocas
afetivas entre o bebê e seus cuidadores precedem a
atividade gestual.
• Esse período é seguido por uma fase na qual objetos podem
ser compartilhados com pessoas (trocas triádicas)
• O desenvolvimento da comunicação intencional, por parte do bebê,
decorre de uma crescente compreensão do outro como um agente
intencional, isto é, pessoas que:
• a) possuem metas e agem ativamente para atingi-las (Carpenter,
Nagell & Tomasello, 1998);
• b) são capazes de compreender que nossas ações têm igualmente um
propósito, seja este o de solucionar um problema (agentes de ação)
ou de compartilhar experiências com relação ao meio (agentes de
contemplação; Hobson, 1993);
• c) interessam-se e prestam atenção a coisas a seu redor.
Inicialmente, o bebê é impelido a seguir o interesse que as pessoas
expressam pelo meio circundante. Posteriormente, ele próprio passa
a chamar a atenção dos outros para esses eventos ou para si próprio
(Scaife & Bruner, 1975), constituindo a fase triádica da comunicação.
• Diferentes estudos demonstraram que existe uma sequência no
desenvolvimento da comunicação (Carpenter e cols., 1983; Cirring &
Rowland, 1985; Wetherby & Prutting, 1984):
• A capacidade para rejeitar objetos e atividades (protesto) apareceria primeiro
seguida pela habilidade em solicitar assistência para a realização de ações. Por
último, surgiria a capacidade para chamar a atenção para o si e para as
propriedades dos objetos ou eventos a seu redor.
• Durante a fase triádica da comunicação, três categorias de
comportamentos foram identificadas (Mundy & Sigman, 1989):
• 1) Afiliação, a qual consiste na utilização de comportamentos não-verbais
e de uso de objetos para eliciar e manter o foco de atenção no próprio
self (ex jogos sociais como esconde-esconde, rolar a bola para o parceiro,
etc.);
• 2) Regulação, a qual consiste de comportamentos de pedido para
buscar assistência quanto à aquisição de objetos ou execução de
tarefas (ex: acionar um brinquedo); e
• 3) Atenção compartilhada, a qual envolve a coordenação da atenção
entre parceiros sociais com fins de compartilhamento da experiência
com objetos/ eventos
• Durante atividades conjuntas, as crianças começam a notar que
outras pessoas têm reações diferentes das dela frente às mesmas
situações, o que equivale a dizer que elas descobrem que as pessoas
conferem diferentes significados aos objetos/eventos que as
circundam.
• O olhar é uma dimensão especial do comportamento social na
medida em que se torna um indicador de interesse e atenção para
um observador. A monitorização do olhar refere-se à habilidade da
criança em seguir a direção do olhar ou a tendência em alternar o
olhar entre a pessoa e o objeto de interesse ,
Atenção Compartilhada
PRECISA estar
Brinca com com o outro Brinca com
Começa brinquedos para poder variedade de
que envolvem desenvolver a jogos e
usar teoria mais de uma atenção brinquedos
da mente pessoa e mais compartilhada e com regras
então, o OLHAR
de uma ação definidas
social
Marcos no desenvolvimento na primeira infância da criança típica 3
Fala
Já tem
fluentemente, aprende a auto Já usa memória
consciência de
utilizando regulação e o de trabalho para
si: a criança
corretamente o reconhecimento execução de
pode referir-se a
plural, os das próprias atividades e
si própria como
pronomes e os emoções ações cotidianas
"eu"
tempos verbais;
É nos 6 primeiros anos de vida que a criança aprende
a auto regulação e o reconhecimento das próprias
emoções
Mas o que falar dos TEA e do
desenvolvimento dessas
crianças?
TEACCH® preocupa-se com o cognitivo “puxando”
outras áreas do desenvolvimento
Fatores que são necessários e que na ausência, problema ou disfunção podem interferir no desenvolvimento da cognição
E se pensarmos nas crianças com TEA?
• 1. Problemas de comunicação
• 2. Dificuldades com as relações interpessoas funcionais e
qualitativas
• 3. Interesses restritos e padrões repetitivos
Problemas Problemas
Problemas
Problemas com com uso
com Apego a
com linguagem de Rigidez
noção de receptiva e mesmices
empatia brinquedos
EU expressiva e objetos
Cognição e comportamento: como relacioná-los?
Problemas
Dificuldades Problemas com
Aprendizagem Dificuldades com
com teoria da com coerência habilidades
visual funções executivas
mente central organizativas e
generalizações
Inconsistência e desnivelamento
•Com a cognição a criança é capaz de
pensar abstratamente, utilizar
adequadamente conceitos e pensar
em símbolos.
Mas pessoas com autismo tem dificuldades com
ludicidade, faz de conta, imaginação,
subjetividade, simbolismo
Mas todas as crianças com TEA
conseguem fazer uso de
símbolos e códigos?
TEACCH® VISA TRABALHAR PARA ESTIMULAR O “CRESCIMENTO DESSAS FUNÇÕES”
primitivo
executivo
O desenvolvimento da criança com TEA
Damasio, 2010
“Self comes to mind”
•Aceitar a presença do outro é o começo da
interação social. Por isso, estar com alguém e
interagir visando o engajamento é básico nos
primeiros anos de vida.
• Bates, E., Camaioni, L. & Volterra, V. (1979). The acquisition of performatives prior to speech. Em E. Ochs & B. Schieffeling (Orgs.), Developmental
pragmatics (pp. 111-128). London: Academic Press
Então, ensinar comportamentos
de
APONTAR
PRESTAR ATENÇÃO EM PESSOAS
precisam estar em nossos
programas de ensino
Importantes aspectos na intervenção
de crianças com TEA:
1. REGULAÇÃO INTERNA
2. REGULAÇÃO EXTERNA
REGULAÇÃO INTERNA
- Sistema sensorial
REGULAÇÃO
Bem estar interno - Regulação
INTERNA
Emocional
Bem estar físico
• Saúde em geral
• Cansaço, fome (ou hipersaciação) sede, dor, distúrbios de sono,
desconfortos físicos advindos dos problemas sensoriais, etc.
Bem estar físico
• Saúde em geral
• Cansaço, fome (ou hipersaciação) sede, dor, distúrbios de sono,
desconfortos físicos advindos dos problemas sensoriais, etc.
PROPRIOCEPÇÃO
VESTIBULAR
Soluções sensoriais para 3 a 6 anos
• A regulação proprioceptiva é uma das mais importantes nessa fase pois está
relacionada com o CORPO EM MOVIMENTO
• CARREGAR
• EMPURRAR
• LEVAR COISAS
• SUBIR
• PULAR, SALTAR
• PEDALAR
• NADAR
• MOVIMENTOS AMPLOS
• EQUILÍBRIO
• O Sistema VESTIBULAR é estimulado pelos movimentos da
cabeça e influenciado mais pelos ouvidos e olhos (sentidos
da audição e visão) além de todos os demais em menor
intensidade.
• É o sistema vestibular que coloca a criança consciente sobre
o corpo em movimento.
• COORDENAÇÃO e EQUILÍBRIO
• Soluções e desafios vestibulares: rodopiar, rolar, girar,
balançar, usar cadeiras de balanço, brincadeiras com
movimento e equilíbrio, tornar o rodar/girar funcional, pular
corda, esteira, escada rolante,
Sistemas
complementares
COADJUVANTES AOS SISTEMAS PROPRIOCEPTIVO E VESTIBULAR QUE FORMAM A BASE DO SISTEMA MAIOR
EQUALIZAR
Na intervenção de crianças
pequenas, dois importantes aspectos
merecem consideração:
1. REGULAÇÃO INTERNA
2. REGULAÇÃO EXTERNA
Na intervenção de crianças
pequenas, dois importantes aspectos
merecem consideração:
1. REGULAÇÃO INTERNA
2. REGULAÇÃO EXTERNA
MODELO TEACCH DE REGULAÇÃO EXTERNA
MODIFICAR O AMBIENTE para facilitar as entradas
sensoriais e promover novas percepções
MODIFICAR O AMBIENTE para controlar e instalar
novos comportamentos
MODIFICAR O AMBIENTE para sinalizar e indicar
previsibilidade
ORGANIZAR O AMBIENTE para resolver as desordens
da desestrutura
Revendo conceitos
sobre o TEACCH
CONTORNO TEACCH®
Benefícios do ensino estruturado: são os mesmos a depender da faixa
etária?
LIMITES FÍSICOS
ROTINAS
PREVISIBILIDADE
FLEXIVEIS
ESTRUTURA ESTRATÉGIAS DE
VISUALIZAÇÃO DO VISUAL ENSINO
CONCEITO
SISTEMAS DE TRABALHO
ENTRADAS
SENSORIAIS
CONSISTENTES
Previsibilidade
Noção de Fim
Estabilização
Visualização do Conceito
Limites físicos
Rotinas flexíveis
Entradas sensoriais consistentes
Contrastes
Atividades organizadas de acordo com
o nível de compreensão após a
avaliação
Nível I
Nível de sensação (motor). Habilidades de pegar,
manter na mão, transferir, depositar e entregar
Nível II
• nível de apresentação – habilidades de classificação,
seleção e igualdade de objetos. Aprendendo a função
dos objetos
Nível III
• nível de representação – habilidades de referência e início da função
simbólica, categorização, discriminação de imagens, evocação de
conceitos, abstração, planificação. “Sai do objeto”. ´Combina objeto
com imagem.
Nível IV
• nível de metarepresentação: nível de imaginação, de codificação, faz
leitura com significado, nível simbólico
Elementos do TEACCH®
Sistemas Materiais
Estrutura Estrutura
Agendas de
física visuais visual
trabalho
Benefícios do modelo TEACCH para crianças iniciantes
TEACCH® 109
TEACCH® 110
TEACCH® 111
TEACCH® 112
TEACCH® 113
Estrutura física
TEACCH® 114
Por espaços determinados
TEACCH® 115
ÁREAS DE ESTIMULAÇÃO:
• Atenção compartilhada
• Habilidades de imitação
• Comunicação
• Auto ajuda
• Independência
• Habilidades sociais
• Jogo e brincadeiras (modelar e brincar junto)
• Conceitos básicos
ESTRATÉGIAS DE
INTERVENÇÃO DE 3 A 6 ANOS
Encontrar o melhor programa de intervenção
• Intervenção deve começar o mais rápido possível
• O programa de intervenção precisa ser individualizado
levando em conta as características únicas, pontos fortes e
necessidades (da criança e da familia)
• O programa de intervenção deve seguir o modelo
generalista, designado e supervisionado por profissionais
experientes em TEA com participação dos pais
NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2001. Committee on Education Interventions for Children with autism. National Research Council.
Educating Children with Autism. Washington, DC. National Academic Press.
• Devem ser feitos ajustes quando o progresso não é evidente
NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 2001. Committee on Education Interventions for Children with autism. National Research Council.
Educating Children with Autism. Washington, DC. National Academic Press.
• O programa é oferecido durante todo o ano?
• As atividades são programadas e planejadas para a idade
de desenvolvimento da criança?
• O programa faz um acompanhamento do progresso diário
para que os procedimentos e materiais possam ser
avaliados pela sua eficácia?
• 2. OS MEMBROS DA EQUIPE TEM QUALIFICAÇÃO ADEQUADA?
• É replanejado periodicamente?
• 4. O programa envolve a família?
AGRUPAR
EMPARELHAR ORGANIZAR
Desenvolvimento
dos Processos
Cognitivos
básicos no uso
de objetos
• Para Cancino (2013), emparelhar, é juntar dois objetos ou
estímulos que são iguais (pertos um do outro, sobre o outro, ao
lado do outro...). Esse processo faz com que a criança represente
visualmente os objetos e os internalize.