Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Demonstrações Financeiras
Autor: Prof. Ricardo Sussumu Takatori
Colaboradores: Profa. Cristiane Nagai
Prof. Paulo Rogério de Lemos
Professor conteudista: Ricardo Sussumu Takatori
Atuou em empresas do governo do estado, de pesquisa e controle ambiental, e em gerenciamento de obras e junto
à prefeitura, ocupando cargos de gerente e assessor.
Atua como perito judicial na justiça civil e do trabalho e como assistente técnico junto aos escritórios de advocacias.
É especialista nos cálculos judiciais, principalmente da área civil.
Ministra aula de contabilidade, economia e administração financeira, com grau de especialização em disciplinas
especificas, tais como contabilidade pública, perícia contábil, contabilidade aplicada a construção civil, saúde, esporte,
seguros e hotelaria e turismo, métodos quantitativos e matemática financeira e outras disciplinas nos cursos de
graduação e pós‑graduação, em instituições como Fecap, Mackenzie, Uninove, UNIP, Unifai, Unifei e outras instituições
de renome.
CDU 658.15
U507.04 – 20
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Virgínia Bilatto
Amanda Casale
Sumário
Análise das Demonstrações Financeiras
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.........................................................11
2 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS............................................................................................................ 15
3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS...................................................................................... 43
3.1 Processo de análise das demonstrações contábeis................................................................. 45
3.2 Objetivo da análise das demonstrações contábeis.................................................................. 56
4 TÉCNICAS DE ANÁLISES................................................................................................................................. 59
4.1 Quocientes ou Índices de balanço.................................................................................................. 60
Unidade II
5 ANÁLISE VERTICAL E ANÁLISE HORIZONTAL......................................................................................... 78
6 ÍNDICES DE ATIVIDADES................................................................................................................................ 85
Unidade III
7 ANÁLISE AVANÇADA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.............................................................. 94
8 RELATÓRIO DE ANÁLISE................................................................................................................................. 99
APRESENTAÇÃO
Esta é uma das disciplinas de maior importância no mundo empresarial, pois fornece informações e
dados para as decisões empresariais.
O mais leigo dos profissionais da área tem conhecimento das informações decorrentes desta
disciplina, como: índices de balanços, seu significado e aplicação. As relações entre os índices interno e
externo definem as estratégias e o direcionamento da empresa.
A elaboração e análise dos índices ou quocientes é outro tópico que complementa os estudos.
Objetivos gerais
• focalizar a análise das demonstrações contábeis considerando as diversas hipóteses, para que o
analista financeiro forme juízo sobre o controle de gestão, os financiamentos, a valorização da
empresa e o saneamento financeiro;
• desenvolver e analisar, com o aluno, instrumental teórico e prático em análise dos demonstrativos
contábeis, visando gerar informações para a tomada de decisões empresariais e comparação com
os mesmos segmentos dos vários agentes econômicos;
INTRODUÇÃO
Cumpre ressaltar, no entanto, que a análise não deve – e nem pode – restringir‑se à mera observação
das variações numéricas de série histórica.
É preciso identificar, tanto quanto possível, as causas dos números presentes, que são consequências
de alguns fatos. Por detrás dos números de uma empresa existem pessoas, talentos e capacidades que
devem ser conhecidas.
7
Existe um sistema que produz bens e serviços e interage com o ambiente externo. Nesse particular
tem‑se destaque o bom senso, a argúcia e a sensibilidade do analista.
Administração
Investidores
Bancos
Governo
Outros
8
[...]
Figura 2
9
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Unidade I
1 OBJETIVOS DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Iudícibus, Marion e Lopes (2000) argumentam inicialmente que, desde o momento em acordamos e
nos levantamos, até o fim do dia, tomamos decisões. Porém, as decisões mais importantes ou relevantes
requerem um cuidado maior, uma profunda análise dotada de critérios racionais e métodos específicos.
No âmbito interno da empresa, a situação citada anteriormente não pode ser diferente. Os
profissionais responsáveis pela administração frequentemente se deparam com situações em que lhes
são impostas tomadas de decisões. Nesse sentido, são necessários, nesse caso, os dados e informações
para a fundamentação de tais decisões.
Dessa forma, o norte para que essas decisões sejam tomadas são, justamente, a padronização e o
armazenamento adequados dos dados e das informações que irão fornecer ao gestor a coerência e o
fundamento para suas escolhas.
O processo decisório, mencionado aqui, não se restringe somente aos limites da empresa, mas
também a outros segmentos da economia, como os principais destacados por Iudícibus, Marion e Lopes
(2000):
• os fornecedores de bens e serviços a crédito, que utilizam os relatórios contábeis para analisar a
capacidade de pagamento da empresa compradora;
11
Unidade I
• o governo, que não só usa os relatórios com a finalidade de arrecadar impostos, como
também para dados estatísticos, no sentido de melhor redimensionar a economia (IBGE,
por exemplo);
Nesse contexto, a função do contador é, basicamente, produzir informações úteis aos usuários da
contabilidade para a tomada de decisões.
Entretanto, Iudícibus, Marion e Lopes (2000) ressaltam ainda que, em nosso país, em alguns
segmentos da nossa economia e principalmente nas pequenas empresas, a função do contador foi
distorcida (infelizmente), satisfazendo somente as exigências do fisco.
• liberação de crédito;
• investimento de capital;
• fusão de empresas;
• incorporação de empresas;
• rentabilidade ou retorno;
• saneamento financeiro;
• perspectiva da empresa;
• fiscalização ou controle;
• relatórios administrativos.
A finalidade da análise está na tomada de decisão daquele usuário que a interpreta; logo, o analista
financeiro precisa elaborar o relatório de análise sabendo a priori quem é esse usuário e, acima de tudo,
ser isento na interpretação dos dados extraídos dos indicadores.
12
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
De acordo com Matarazzo (2003), historicamente, a análise de balanço (termo comum utilizado
pelos analistas financeiros) foi desenvolvida pelos bancos devido à determinação, em 1915,
do Federal Reserve Board (Banco Central dos Estados Unidos) de que só poderiam ser redescontados
os títulos das empresas a partir da apresentação de seu balanço ao banco, por tratar de uma
concessão de crédito.
Os bancos, por sua vez, precisavam saber (ou pelos menos terem uma projeção) sobre a potencialidade
das empresas em quitar esses possíveis débitos, e, para tanto, foram criados os indicadores financeiros,
as técnicas para análises que, com o passar do tempo, foram adaptadas para os outros usuários das
informações contábeis.
Segundo Matarazzo (2003), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados sobre a
empresa, de acordo com regras contábeis. A análise de balanço transforma esses dados em informações
e será tanto mais eficiente quanto melhores informações produzir. E o autor continua com distinção
entre dados e informações:
• dados: são números ou descrição de objetos ou eventos que, isoladamente, não provocam
nenhuma reação no leitor;
• informações: representam, para quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou
decisão, frequentemente acompanhada de um efeito surpresa.
Podemos entender, assim, que a coleta de dados é importante para a análise, porém, por si só
não leva o usuário das informações às decisões. Após os cálculos, é necessário que sejam descobertas
as causas que influenciaram a formação de tais números; caso contrário, não será possível chegar a
qualquer tomada de decisão.
Mais uma vez, é importante ressaltar que a isenção do analista financeiro é imprescindível para uma
análise, pois serão os resultados e as causas dos indicadores que darão ao usuário das informações a
segurança para uma tomada e decisão, e não a opinião pessoal do analista.
Podemos, mais uma vez, afirmar que o trabalho do analista de balanço se inicia com o término do
processo contábil, ou seja, a partir das demonstrações contábeis. Para fins de ilustração, seguem dois
esquemas:
1. processo contábil;
2. análise de balanço.
13
Unidade I
Processo contábil
Fatos
Compras Pagamentos
vendas recebimentos
Escrituração
Diário Razão Livros fiscais
Apuração do resultado
Lucro ou prejuízo
Demonstrações contábeis
Balanço patrimonial
Demonstração do resultado do exercício
Demonstração do fluxo de caixa
Demonstração do valor adicionado
Notas explicativas
Análise de balanço
Exame e padronização
Balanço patrimonial Demonstração do resultado do exercício
Índices padrão
Cálculos e comparação
Relatório de análise
Elaboração do relatório de forma clara para determinado usuário
14
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Saiba mais
Lembrete
2 AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Esta disciplina tem como objetivo principal, a partir da apuração dos diversos indicadores, transmitir
aos usuários desde as informações contábeis à saúde financeira de determinada empresa.
Diversos são os usuários das informações contábeis; dentre eles, destacamos: os proprietários da
empresa, seus fornecedores, os clientes, as instituições financeiras, os investidores, os empregados, o
Poder Público, enfim, a sociedade como um todo, por ter a empresa como principal fonte de geração
de empregos e tributos. E assim, cada um desses usuários terá uma finalidade específica em conhecer o
desempenho da empresa em determinado momento. Por exemplo: os proprietários precisam saber se o
capital investido por eles nesse empreendimento chamado empresa está gerando o retorno esperado;
já os fornecedores preocupam‑se em receber pelos bens vendidos; por sua vez, a preocupação do Poder
Público está na arrecadação de tributos.
Tomando‑se como pressuposto, podemos afirmar que a análise financeira torna‑se imprescindível
à tomada de decisões, independentemente de seu usuário, pois ocorre a partir da elaboração das
demonstrações contábeis, ou seja, após o registro de todos os fatos financeiros ocorridos na empresa
em determinado período.
Observação
15
Unidade I
Entre as demonstrações contábeis exigidas pela atual Lei Contábil – Lei nº 11.638/07 – o
balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração da mutação
do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, a demonstração do valor adicionado
e as notas explicativas elencaram as duas primeiras leis, ou seja, o balanço patrimonial e a
demonstração de resultado do exercício, além de se completarem, são a base para elaboração
das demais.
I – (revogado);
II – (revogado).
Portanto, as demonstrações contábeis são legalmente exigidas, como registro das operações
contábeis das entidades econômicas, art. 176 da Lei 6404/76:
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com
base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da
companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I – balanço patrimonial;
IV – indicar:
Figura 5
• relatório da administração;
• notas explicativas;
Observação
Para todos os relatórios e demonstrativos são obrigatórios a publicação no Diário Oficial ou em dois jornais
de grande circulação do país e o devido registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, anualmente.
Saiba mais
Veja o texto de Júlio César Zanluca sobre análise das demonstrações contábeis
em:<http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/demonstracoes
contabeis.htm>. Acesso em: 30 jan. 2012.
Introdução
O presente parecer tem por objetivo orientar todas as companhias abertas e respectivos
auditores independentes sobre a elaboração e publicação das demonstrações financeiras,
notas explicativas, relatório da administração e parecer de auditoria.
Com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade das informações levadas ao mercado
e continuar reduzindo as republicações, emite‑se a presente orientação.
20
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Lembrete
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade, devem ser observadas as Normas Brasileira de
Contabilidade – NBC T 3 – conceito, conteúdo, estrutura e nomenclatura das demonstrações contábeis:
NBC T 3
Demonstrações contábeis
Relatório da administração
DFC Balanço patrimonial DRE
Ativo Passivo
Saldo de caixa Lucro ou prejuízo
Bens Obrigações
DVA e DMPL
Patrimônio
Patrimônio
Geração da riqueza direitos líquido líquido
Notas explicativas
21
Unidade I
Observação
Saiba mais
Figura 7
22
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Saiba mais
Relatório da administração
De acordo com a Lei 6404/76 – Art. 22, a CVM – Comissão de Valores Mobiliários deve estabelecer
regulamento para a emissão do relatório da administração.
Lembrete
Saiba mais
23
Unidade I
Balanço patrimonial
No ativo, encontramos as contas agrupadas nos seguintes subgrupos e são classificadas de acordo
com o grau de liquidez. No passivo, encontramos as contas agrupadas em subgrupos, de acordo o grau
de exigibilidade.
I – ativo circulante; e
I – passivo circulante;
24
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Ativo
Passivo exigível
25
Unidade I
Patrimônio líquido
c) (revogada);
d) (revogada).
26
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Lembrete
Figura 8
Ativo Passivo E
Circulante x
L
Circulante i
i Compreende contas que estão constantemente
em giro, sua conversão em dinheiro, ocorrerá no Compreende obrigações que serão liquidadas no g
q máximo, até o próximo exercício social máximo, até o próximo exercício social i
u b
i i
Não Circulante Não Circulante
d l
Realizável em Longo Prazo Realizável em Longo Prazo i
a
Bens e Direitos que se transformarão em dinheiro Obrigações que serão liquidadas a partir dos d
d a partir do exercício social seguinte – Longo Prazo próximos exercícios sociais – Longo prazo
a
e d
Permanente Patrimônio Líquido e
Bens e Direitos que não se destinam a venda e São os recursos dos proprietários, acionistas,
tem vida útil longa, caso dos bens utilizados na compõe do Capital e Reservas
geração produtiva
27
Unidade I
Saiba mais
Petrobras
Bancos
28
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
E em: <http://br.advfn.com/p.php?pid=financials&symbol=BOV:SANB4>.
Acesso em 30 jan. 2012.
E em: <http://www.espbr.com/busca/BALAN%C3%87O%20PATRIMONIAL%20
clubes?o=d>. Acesso em 30 jan. 2012.
As notas explicativas são obrigatórias de acordo com a legislação vigente, pois complementam as
demonstrações contábeis por meio de esclarecimentos da situação patrimonial e dos resultados do
exercício.
29
Unidade I
IV – indicar:
3 Notas explicativas
Nas orientações anteriores foram mencionadas as diversas situações que deveriam ser
objeto de notas explicativas, e que,no que couberem, devem continuar a ser observadas.
Alguns itens, entretanto, devem merecer tratamento mais cuidadoso no presente exercício,
quais sejam:
31
Unidade I
Tais empresas devem envidar todos os esforços para enquadrarem sua contabilidade
às normas.
Lembrete
Saiba mais
32
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Receita bruta
(‑) Deduções Vendas (Tributos/Devoluções)
= Receita Líquida D
e
(‑) Custo Mercadorias ou Custo Produtos Vendidos
d
= Lucro Bruto
u
Despesas Operacionais
t
(‑) Despesas de Comerciais e de Vendas i
(‑) Despesas Administrativas v
(+/‑) Receitas / Despesas financeiras o
= Resultado antes de Imposto de Renda
(‑) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social
(‑) Participações nos Lucros
= Resultado Líquido do exercício
33
Unidade I
Saiba mais
Observação
Demonstra a movimentação ocorrida, durante o exercício social, nas diversas contas componentes
do patrimônio líquido.
Indica o fluxo de uma conta para outra e a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no
patrimônio líquido durante o exercício.
A demonstração indica claramente a formação de todas as reservas e o cálculo dos dividendos obrigatórios.
Lei 6.404/76:
34
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Contingencial
Orçamentária
Estatutária
Lucros
a realizar
Movimentação Total
Lucros
Legal
Saldo 31/12/X0
(+/‑) Ajustes
exercícios
anteriores
Aumento de
capital
Reversões de
reservas
Lucro líquido do
exercício
Proposta adm
destino lucro
Reserva legal
Reserva
estatutária
Reserva
orçamentária
Reserva
contingencial
Reserva lucros
a realizar
Dividendos
Saldo 31/12/X1
35
Unidade I
Saiba mais
O objetivo da DFC é prover informações relevantes sobre o fluxo financeiro de uma empresa, ocorridos
durante um determinado período, que avaliam:
Esse demonstrativo tem obrigatoriedade a partir de 1º de janeiro de 2008, por força daLei 11.638/2007
que inclui esse relatório na Lei 6.404/76, e dessa forma torna‑se mais um importante relatório para a
tomada de decisões gerenciais.
Método direto
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Recebimentos de clientes xx
Dividendos recebidos xx
Juros recebidos xx
Recebimentos por reembolso de seguros xx
Recebimentos de lucros de subsidiárias xx
Pagamentos a fornecedores (xx)
Pagamentos de salários e encargos (xx)
Imposto de renda pago (xx)
Juros pagos (xx)
Outros recebimentos ou pagamentos líquidos xx
Caixa líquido das atividades operacionais xx
Alienação de imobilizado xx
Alienação de investimentos xx
Aquisição de imobilizado (xx)
Aquisição de investimentos (xx)
Caixa líquido das atividades de investimentos xx
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
Juros recebidos de empréstimos xx
Empréstimos tomados xx
Aumento do capital social xx
Pagamento de leasing (principal) (xx)
Pagamentos de lucros e dividendos (xx)
Juros pagos por empréstimos (xx)
Pagamentos de empréstimos/debêntures (xx)
Caixa líquido das atividades de financiamentos xx
Aumento ou redução de caixa líquido xx
Saldo de caixa – inicial xx
Saldo de caixa – final xx
37
Unidade I
Método Indireto
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Resultado líquido xx
(±) Ajustes que não representam entrada ou saída de caixa xx
(+) Depreciação e amortização xx
(+) Provisão para devedores duvidosos xx
(±) Resultado na venda do imobilizado xx
(±) Aumento ou diminuição de contas a receber xx
(±) Aumento ou diminuição de estoques xx
(±) Aumento ou diminuição de despesas antecipadas xx
(±) Aumento ou diminuição de passivos xx
(±) Aumento ou diminuição de outros ajustes xx
(=) Caixa líquido das atividades operacionais xx
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
Fluxo de caixa das atividades de investimentos
(+) Alienação de imobilizado xx
(+) Alienação de investimentos xx
(‑) Aquisição de imobilizado xx
(‑) Aquisição de investimentos xx
(=) Caixa líquido das atividades de investimentos xx
Integralização de capital xx
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos
(+) Integralização de capital xx
(+) Juros recebidos de empréstimos xx
(+) Empréstimos tomados xx
(+) Aumento do capital social xx
(‑) Pagamento de leasing (principal) xx
(‑) Pagamentos de lucros e dividendos xx
(‑) Juros pagos por empréstimos xx
(‑) Pagamentos de empréstimos/debêntures xx
(=) Caixa líquido das atividades de financiamentos xx
(=) Aumento ou redução de caixa líquido xx
Saiba mais
Entenda o conceito de demonstração de fluxo de caixa em: <http://
web03.unicentro.br/especializacao/Revista_Pos/P%C3%A1ginas/2%20
Edi%C3%A7%C3%A3o/Aplicadas/PDF/13‑Ed2_CS‑Demonst.pdf>. Acesso:
31 jan. 2012.
38
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Lembrete
Tem como objetivo informar o valor da riqueza criada pela empresa e a forma de sua distribuição.
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) evidencia para quem a empresa está canalizando a renda
obtida, ou ainda qual valor a empresa adiciona por meio de sua atividade.
A Demonstração do Valor Agregado (DVA) é elaborada a partir dos dados contidos na Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE). Nessa demonstração, é destacado o valor agregado pela empresa e a sua
distribuição, indicando a contribuição da empresa para a formação do lucro e para outros itens, tais como
impostos, taxas e contribuições, pessoal e encargos, juros e aluguéis, juros sem capital próprio e dividendos.
O balanço social evidencia o perfil social das empresas em relações de trabalho dentro da empresa.
Meio ambiente
Empregados: Investimentos para a comunidade:
quantidade; cultura;
sexo; esportes;
escolaridade; habitação;
encargos sociais; saúde pública;
gastos com alimentação; saneamento;
educação; assistência social.
saúde do trabalhador.
Tributos pagos
39
Unidade I
[...]
Saiba mais
Lembrete
As empresas de capital aberto, instituições financeiras e alguns outros casos específicos são obrigados
a publicar as demonstrações financeiras com o parecer da auditoria externa.
Os principais motivos que levam uma empresa a contratar o auditor externo ou independente são:
• imposição estatutária;
40
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Observe que o parecer deve ser emitido por um profissional que seja o mais independente possível
da empresa auditada.
Saiba mais
Lembrete
I. fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento
dos seus deveres legais e estatutários;
II. opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações
complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral;
III. opinar sobre as propostas dos órgãos da administração a serem submetidas à assembleia geral,
relativas à modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de
investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação,
fusão ou cisão;
IV. denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se esses não tomarem
as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembleia geral, os
erros, fraudes ou crimes que descobrirem e sugerirem providências úteis à companhia;
41
Unidade I
A legislação das sociedades anônimas regulamenta o item relativo ao Conselho Fiscal por meio
dos artigos 161 ao 165. A constituição do e a responsabilidade do Conselho Fiscal é definida no
artigo 161:
Art. 161. A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu
funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for
instalado a pedido de acionistas.
42
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Saiba mais
Lembrete
Nessas análises, causas são identificadas e medidas corretivas podem ser tomadas, ou formas de
medidas preventivas para evitar desvios futuros.
Diversas razões ou objetivos específicos também levam muitos usuários das demonstrações contábeis
a se debruçarem sobre elas para analisar a situação da empresa. Veja a seguir algumas razões:
43
Unidade I
• liberação de crédito;
• investimento de capital;
• fusão de empresas;
• incorporação de empresas;
• rentabilidade ou retorno;
• saneamento financeiro;
• perspectiva da empresa;
• fiscalização ou controle;
• relatórios administrativos.
Observação
Figura 11
44
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Caracterização da análise
econômico‑financeira
Exame de dados
Saiba mais
Também leia mais sobre análise das demonstrações financeiras em: <http://
www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/analisedemonstracoesfinanceiras.
htm>. Acesso em: 31 jan. 2012.
Todas as vezes que alguém compra algum produto, ele escreve em um caderno o produto
e o valor do recebimento.
Ao lado da caixa registradora há uma prancheta pendurada com diversas notas fiscais e
outros documentos de bancos.
45
Unidade I
Ao adentrar, uma criança pede massa de tomate e, ao pagá‑lo, entrega ao Sr. José uma
caderneta, onde ele escreve algo. Ao sair, a criança fala: “amanhã, minha mãe recebe, ela
virá acertar as contas com o senhor”.
Fonte: do autor.
A cena anteriormente descrita, é mais comum do que muitos imaginam: é o dia a dia do pequeno
comércio dos bairros.
As atividades descritas do Sr. José (escrever no caderno, a prancheta com os documentos fiscais, a
criança trazendo a caderneta e avisando do pagamento) são típicas atividades que servem de controle
e fornecem informações e dados para a análise da situação do negócio do Sr. José.
Existe diferença entre o comércio do Sr. José e uma empresa de maior porte, em termos de fluxo de
informações e dados e, consequentemente, nos controles e registros contábeis, para análise e avaliação
do desempenho da empresa?
Essa pergunta é fundamental para as decisões que são tomadas com base nos dados e informações
contábeis, muitas delas constantes das demonstrações contábeis.
Para melhor entendimento do exemplo do comércio São José, devemos entender o comércio,
traduzindo as tarefas do Sr. José em “contabilês”:
46
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
No final do dia, o Sr. José deve elaborar um relatório simples para verificar o resultado da
atividade operacional:
Para ele, isso é o resultado, para a contabilidade isso é o saldo do fluxo de caixa, ou seja, a forma de
se chegar ao resultado depende do regime contábil utilizado. Para o Sr. José, utilizar o regime de caixa é
chegar ao resultado, para os contabilistas, o correto é utilizar o regime de competência.
Eles não têm o entendimento técnico contábil para que possam gerenciar seu negócio de forma
mais eficiente tecnicamente, porém, o fazem para a manutenção do seu negócio.
Figura 13
Alguns obtêm sucesso por meio do grau de empreendedorismo e visão mercadológica, com o apoio
de parcos conhecimentos econômico‑financeiros.
47
Unidade I
Ativo Passivo
Circulante Circulante
Caixa – cx registradora Fornecedores – prancheta
Contas a receber – cadernetas Tributos – prancheta
Estoques – mercadorias a mostra Energia elétrica – prancheta
Água – prancheta
Não circulante Iptu – prancheta
Permanente Outras contas – prancheta
Imobilizado
Equipamentos Patrimônio líquido
Instalações Capital social
Imóveis (caso próprio) Resultado do exercício
Intangível (pto. comercial)
Total ativo Total passivo
Despesas operacionais
Tributos – prancheta (inclusive Simples +lucro presumido)
Energia elétrica – prancheta
Água – prancheta
IPTU – prancheta
Pro labore – retirada pessoal
Outras contas – prancheta
Resultado Final
Os tributos considerados como despesa operacional, referem‑se aos tributos existentes nos casos
do Super Simples e do Lucro Presumido, recolhidos no decorrer do exercício social. As retiradas para
pagamento e uso pessoal foram classificadas como pró‑labore.
48
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Essas demonstrações não são elaboradas pelos empresários e comerciantes, porém, de acordo com
as informações e dados demonstrados anteriormente, pode‑se elaborar o modelo citado.
As análises das informações são feitas de acordo com o grau de conhecimento e objetivo de cada
comerciante.
O mais importante nessa história é que os comerciantes como o Sr. José fazem uma análise contábil
das suas atividades e das demonstrações contábeis de forma simplista, porém, eficiente de acordo com
as necessidades de cada um.
Quanto maior o porte da empresa e o grau de complexidade de suas atividades operacionais, é mais
sofisticado e complexo é o processo de análise.
Observação
Conforme Marion (2005), a análise das demonstrações contábeis pode ser dividida em três níveis:
• Nível introdutório
• Nível intermediário
Nesse nível, o aprofundamento da análise exige um maior grau de conhecimento do analista, maiores
ferramentas e melhores técnicas, pois a quantidades de demonstrações contábeis e os objetivos a serem
alcançados são maiores e mais profundos e envolvem profundos conhecimentos da demonstração do
fluxo de caixa – método indireto, conjugado com todos os índices do nível introdutórios.
Para que possamos melhor aplicar as técnicas de análise, é necessário conhecermos a estrutura
desses dois demonstrativos contábeis.
• Nível avançado
É a geração de relatórios do porte EVA, MVA. Balanced Scorecards oriundos das demonstrações
da mutação do patrimônio líquido, conjugados com a demonstração do valor agregado e outras
49
Unidade I
informações contábeis, que fornecerão relatórios estratégicos para planejamentos de longo prazo
somente para a alta direção.
Observação
Somente estarão preparados para elaborar análises no terceiro nível, os profissionais com grau de
conhecimento e experiência muito profunda, pois esse grau exige conhecimentos contábeis além
da graduação. Nessa estrutura, abordaremos o nível avançado.
Os usuários das demonstrações contábeis e alguns dos objetivos das análises são:
• Sócios e gestores:
– aumentar ou reduzir investimentos;
• Instituições financeiras:
– conceder ou não empréstimos;
• Fornecedores em geral:
– conceder ou não crédito, em que valor e a que prazo.
• Investidores:
– adquirir ou não o controle acionário;
50
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
• Governo:
Saiba mais
[...] tem por objetivo extrair informações das demonstrações contábeis para
ser utilizada no processo de tomada de decisões na empresa.
[...]
51
Unidade I
Não há uma resposta para essa pergunta, uma vez que diversos são os ramos de atividades
e os mercados em que as empresas atuam, inclusive há n formas de lideranças empresariais, e
todas essas formas influenciam a tomada de decisão quer seja o resultado obtido na análise
financeira.
• Indicadores financeiros:
– índice de atividade: mostra em número de dias os prazos para recebimento das vendas a prazo,
os pagamentos das compras a prazo para o estoque, bem como o número de dias necessários
para a renovação dos estoques.
• Indicadores econômicos:
Portanto, toda a análise deve ser elaborada com base na definição dos objetivos e dos dados coletados,
que não diferencia o porte das empresas.
52
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Figura 14
A diferença se encontra no analista e suas necessidades. Portanto, cabe ao usuário das informações
contábeis fixar seu objetivo de análises.
Quem são os usuários das análises contábeis? Primeiro, os proprietários, sócios e, em seguida, temos:
bancos, fornecedores, funcionários, governo, sindicatos, clientes e outros. Todos têm objetivos e focos
diferentes, logo, a forma e procedimentos das análises são efetuados de acordo com suas necessidades.
Marion (2005) sugere que a análise das demonstrações contábeis seja analisada em três níveis:
• nível introdutório;
• nível intermediário;
• nível avançado.
Nível introdutório
No nível introdutório, apenas alguns indicadores básicos são abordados, a partir de três
pontos fundamentais:
Liquidez
Rentabilidade Endividamento
Nível intermediário
A análise pode ser aprofundada com a complementação dos demais demonstrativos contábeis, tais
como: DMPL, DFC, DVA e DRE. Basicamente, complementando as informações e análises efetuadas no
nível introdutório.
Análise DFC
Necessidade
de capital de Rotatividade
giro
Liquidez Alavancagem
Lucratividade financeira
Nível introdutório
Produtividade
e Rentabilidade Endividamento
outros
Sem querer esgotar os recursos de análise, poderíamos indicar mais algumas ferramentas para
melhor analisar o tripé referido, agora num nível mais profundo, mais avançado:
54
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Processo Análise de
Fatos ou eventos Demonstrações Informações
econômico – financeiro financeiras – dados Tomada de decisão
contábil balanço
O analista de balanço se preocupa com o produto decorrente da análise das demonstrações contábeis,
que indicam se a empresa pode receber ou conceder crédito sem tem rentabilidade, se há eficiência
ou ineficiência, se há condições operacionais ou não. Muitas perguntas podem ser respondidas e ou
esclarecidas a partir da análise das demonstrações contábeis.
Etapas 01 02 03 04
Escolha de Comparação Diagnósticos Decisões
indicadores com padrões ou conclusões
Análise
Saiba mais
Entenda as principais dificuldades dos analistas de balanço em: <http://
www.cosif.com.br/mostra.asp?arquivo=analisebalanco‑dificuldade>.
Acesso em: 31 jan. 2012.
É objetivo deste livro é somente enfocar o nível introdutório, conceituando e aplicando o tripé
básico: índice de liquidez, índice de rentabilidade e índice de endividamento e complementado pelas
análises vertical e horizontal.
Marion (2009, p. 8) sugere roteiro para avaliar a qualidade e a credibilidade das demonstrações contábeis:
a) O ideal seria:
56
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Figura 19
Lembrete
57
Unidade I
Conforme Padoveze e Gideon (2010, p. 90), a figura a seguir demonstra os objetivos da análise das
demonstrações contábeis:
Caracterização da análise
econômico‑financeira
Exame de dados
End
ivid z
am uide
ent
o Liq
Rentabilidade
58
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Saiba mais
4 TÉCNICAS DE ANÁLISES
– balanço patrimonial;
– demonstração de resultado do exercício.
Determinadas contas podem ser apresentadas com nomenclaturas diferentes pelas empresas, como
disponível ou caixas e bancos. Outros exemplos são clientes ou duplicatas a receber ou contas a
receber, em que todas as contas têm os mesmos objetivos, ou os casos de tributos a recolher, IPI, ICMS
a recolher, INSS a recolher e encargos previdenciários a recolher. Somente analistas experientes e/
ou de acordo com as notas explicativas poderão elucidar tais dúvidas.
Na conta clientes, muitas empresas já subtraem a provisão de devedores duvidosos, enquanto outras
preferem apresentá‑la junto ao ativo circulante como conta devedora.
59
Unidade I
Um índice é
uma relação
entre duas
grandezas.
Conta A
Quociente =
Conta X
60
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Figura 23
São índices extraídos das demonstrações contábeis por meio de confrontos entre contas ou grupos
de contas.
Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das demonstrações contábeis, que visa evidenciar
determinado aspecto da situação econômico‑financeira de uma empresa.
A técnica de análise, por índice, é a mais empregada, pois fornece a situação econômico‑financeira
da empresa.
Índices ou quocientes, como alguns autores preferem denominar, indicam relações entre contas
ou grupos de contas com outras contas ou grupo de contas. Sendo assim, trata‑se do resultado da
operação de divisão entre contas ou grupos de contas, resultado esse que pode ser informado na forma
de índice ou em forma de percentual.
1. interpretação isolada;
2. interpretação conjunta;
Após a obtenção de um índice, não podemos afirmar de imediato se ele é ruim, regular ou bom.
O índice obtido não é análise em si. Essa se dará a partir da obtenção de um conjunto de índices
suficientes para se fazer juízo da demonstração analisada. É necessário, portanto, ao tratarmos com
um índice:
Em análise das demonstrações contábeis, os índices podem ser divididos em dois grandes
grupos:
Lembrete
As técnicas de análise por índice ou quociente podem ser definidas
como a de maior compreensão pelos usuários.
A Votorantim S.A. Participações é a holding do grupo de empresas que formam o grupo Votorantim:
Tabela 1: Exemplo de balanço patrimonial consolidado
1
Dados disponíveis em: <http://www.votorantim.com.br/pt-br/ri/resultadosinformacoesfinanceiras/demonstracoes
Financeiras/Paginas/demonstracoesFinanceiras.aspx>. Acesso em: 1 jan. 2012.
62
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
63
Unidade I
Índices de liquidez
Os índices de liquidez têm como objetivo demonstrar a capacidade da empresa de saldar suas
obrigações com terceiros em geral, ou seja, pagar seus passivos (dívidas).
Os quocientes de liquidez são obtidos pelo confronto dos elementos do ativo circulante e do ativo
realizável em longo prazo com as contas do passivo circulante e passivo exigível em longo prazo,
e servem para saldar os compromissos de curto e longo prazo.
64
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Figura 24
Quocientes de liquidez:
Saiba mais
As informações necessárias para cálculos dos índices de liquidez são as contas do ativo e passivo. Os
dados a seguir foram retirados do balanço patrimonial ajustado do grupo Votorantim e serão utilizados
nos exemplos do cálculo dos índices de liquidez:
65
Unidade I
Os maiores interessados nos índices de liquidez, além dos proprietários, são os credores da
empresa. Eles precisam saber se a sua empresa pode adquirir novos créditos e qual é o risco dos
créditos já concedidos.
Esse interesse pelos quocientes de liquidez é decorrente. Esse grupo de índices resulta na informação
da capacidade de pagamento das obrigações de curto e longo prazo.
A fórmula matemática dos índices de liquidez é simples, de modo geral, o índice é o resultado da
divisão da conta devedora: ativo – numerador, pela conta credora (passivo – denominador).
Indica quanto a empresa possui de disponibilidade imediata para cada unidade monetária de
passivo circulante.
Interpretação: depende, porque, apesar de ser um índice financeiro, a liquidez imediata não se
enquadra na regra “quanto maior, melhor”, por ser um índice sem muita expressão, já que compara
dinheiro com valores que vencerão em datas variadas, embora em curto prazo.
Índices de liquidez imediata altos em época de inflação significa, certamente, que a empresa estará
perdendo dinheiro.
De acordo com a fórmula apresentada, no numerador temos a conta das disponibilidades (caixas
e bancos conta corrente), total de liquidez existente. No denominador temos o passivo circulante, as
obrigações de curto prazo.
66
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Uma vez que o índice indica a capacidade de pagar as contas com recursos financeiros existentes,
denota‑se que, na análise, quanto maior o quociente, melhor para a empresa.
No exemplo, temos:
No caso do exemplo, a análise é, em 2010: para cada R$1,00, temos R$0,07 de recursos financeiros
de imediato. Enquanto que, no ano de 2009, tem‑se: R$0,21 de recursos disponíveis para cada R$ 1,00
de obrigações de curto prazo.
Indica quanto a empresa possui de ativo circulante para cada unidade monetária de passivo circulante.
Quanto maior a capacidade de pagamento, melhor para a empresa, ou seja, quanto mais alto for o
índice, melhor.
67
Unidade I
Esse quociente demonstra a capacidade de recursos financeiros líquidos de curto prazo para cobrir
as obrigações de curto prazo.
Na análise, para cada R$1,00 de obrigações de curto prazo, a empresa tem recursos de curto prazo
de R$1,10 para os anos de 2010 e de 2009, sua capacidade de pagar as obrigações de curto prazo era de
R$1,18 para cada R$ de dívida.
Indica quanto a empresa possui de ativo circulante líquido para cada unidade monetária de passivo circulante.
Semelhante ao índice de liquidez corrente, esse índice não considera os estoques, em face da
dificuldade do nível de liquidez da conta. Os estoques são um item manipulável no balanço, devido à
possibilidade de obsolescência ou por ser composto de produtos perecíveis.
Nem sempre um índice de liquidez seca demonstra uma situação negativa, pois há casos em que o
nível de estoques é elevadíssimo, como o caso do comércio varejista, em que há necessidade de estoques
elevados devido ao giro das vendas.
Índice de liquidez seca
Ativo circulante – estoque
Passivo circulante
68
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Para cada R$1,00 temos recursos financeiros de R$1,02 no decorrer de 2010, e R$1,08 para R$ 1,00
de obrigações de curto prazo.
Indica quanto a empresa possui de ativo circulante mais o ativo não circulante para cada unidade
monetária de dívida geral (passivo circulante mais o passivo não circulante).
Interpretação: quanto maior o índice, melhor, pois indica a capacidade da empresa em liquidar as
obrigações total. Todos os recursos, de curto e longo prazo, são comparados para liquidar as obrigações
totais – curto e longo prazo.
Exemplo calculado:
Considerando os valores de liquidez que em empresa tinha em 2009 e 2010, para cada R$1,00
de obrigações totais – dívidas de curto e longo prazo, a empresa tinha aproximadamente R$1,42 de
recursos para liquidação.
Analisando‑se a tabela‑resumo dos índices de liquidez, verifica‑se que, do ano de 2009 para o ano
de 2010, houve uma ligeira diminuição da capacidade de saldos das obrigações por parte da Votorantim
S.A. Participações.
69
Unidade I
Observação
Verificamos que o ativo (aplicação de recursos) é financiado por capitais de terceiros (passivo
circulante mais passivo exigível em longo prazo) e por capitais próprios (patrimônio líquido), sendo
essas, portanto, as origens dos recursos.
Saiba mais
70
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Composição do endividamento: esse índice mostra o grau de dependência que os ativos da empresa
têm aos capitais de terceiros, separando as exigibilidade de curto prazo – circulante em comparação
com os de longo prazo – não circulante.
Indica quanto as dívidas de curto prazo representam para cada unidade monetária do total da dívida
com terceiros.
Esse quociente demonstra a composição do endividamento de curto prazo em relação ao total, logo,
a diferença corresponde ao longo prazo. Quanto menor, mais favorável, ou seja, o endividamento de
longo prazo facilita o pagamento da empresa.
Interpretação: quanto menor, melhor. É importante que as dívidas de longo prazo sejam maiores,
pois há tempo para a empresa planejar suas finanças e programar o pagamento das obrigações. Caso
as obrigações de curto prazo – passivo circulante – sejam maiores que a de dívidas de longo prazo –
passivo não circulante –, a empresa terá que captar mais recursos – empréstimos e financiamentos –
para saldar suas obrigações, portanto criando mais dívidas.
Esse quociente evidencia qual é a proporção da participação dos capitais de terceiros em relação aos
recursos totais e indica quanto a empresa tomou de capitais de terceiros para cada unidade monetária
de capital próprio.
Esse índice mostra o grau de dependência que os ativos da empresa têm aos capitais de terceiros.
Demonstra a proporção entre o capital de terceiros e o capital próprio: quanto mais próxima de 1,
demonstra mais dependência exagerada de recursos de terceiros.
71
Unidade I
Interpretação: quanto menor, melhor. No exemplo, temos que, para cada $1,00 de capital próprio –
patrimônio líquido –, são utilizados respectivamente $2,40 (2009) e $2,47 (2010). Há uma grande
dependência de recursos de terceiros para a operacionalização da empresa.
Imobilização do capital próprio: esse índice mostra quanto do capital próprio está investido no
ativo permanente e evidencia quanto a empresa investiu no ativo permanente para cada real de
patrimônio líquido.
Esse índice demonstra o investimento em ativo imobilizado que a empresa está fazendo,
explicitando sua capacidade de geração de capacidade produtiva, decorrente do investimento nesse
ativo.
Verifica‑se que aproximadamente 70% do patrimônio líquido são aplicados em investimentos com
ativo imobilizado.
Lembrete
Índices de rentabilidades
São considerados índices econômicos, os que indicam margens de lucro (rentabilidade), de retorno
do capital investido e a velocidade das operações realizadas.
72
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Esse quociente evidencia o potencial de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto a
empresa obteve de lucro líquido para cada real de investimento totais.
Esse índice mostra quanto a empresa obteve de lucro para cada 100 reais de investimento, sem
considerar as despesas e impostos.
Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária do ativo.
Interpretação: quanto maior, melhor. Para cada R$1,00 de ativo, temos um lucro de R$0,06 e
R$0,04 para os anos 2009 e 2010 respectivamente. Quanto mais próximo de R$1,00 o retorno (lucro),
mais interessante seria aos acionistas.
O quociente revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo capital próprio investido na empresa,
isto é, quanto a empresa ganhou de lucro líquido para cada real de capital próprio investido.
Semelhante ao índice do retorno sobre o ativo, quanto maior o índice do retorno sobre o patrimônio
líquido, melhor. Para cada R$1,00 de ativo, temos um lucro de R$0,20 e R$0,13 para os anos 2009 e
2010 respectivamente. Quanto mais próximo de R$1,00 o retorno (lucro), mais interessante seria aos
acionistas, pois seu retorno seria quase o valor do investimento.
Indica o percentual que o lucro líquido representa para cada unidade monetária do patrimônio líquido.
Margem líquida
O quociente revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento,
isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real vendido.
73
Unidade I
Giro do ativo
Esse quociente evidencia a proporção existente entre o volume das vendas e os investimentos totais
efetuados na empresa, isto é, quanto a empresa vendeu para cada real de investimento total.
Esse índice mostra quanto a empresa vendeu para cada R$1,00 do investimento total.
Lembrete
Resumo
Exercícios
Questão 1. (CFC 2012) Assinale a opção que apresenta apenas itens registráveis no Ativo Não Circulante:
75
Unidade I
E) Terrenos para utilização futura, participações acionárias em outras empresas, impostos a recuperar.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: os estoques são bens comprados ou fabricados pela empresa com o objetivo de venda
ou utilização própria no decorrer normal de suas atividades e não são lançados no Ativo Circulante.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: os impostos a recuperar são outros direitos inseridos no Ativo Circulante, onde há
lançamentos de transações que não representam o objeto principal da empresa, mas são normais e
inerentes às suas atividades, a exemplo de títulos a receber e adiantamento a funcionários.
A) Indica a porcentagem das receitas disponíveis para cobrir as despesas operacionais e obter lucro.
Quanto menor, melhor.
B) Indica a lucratividade das operações atuais sem levar em consideração as despesas de juros e
imposto de renda.
C) Indica a capacidade da empresa em pagar o passivo circulante usando os ativos que podem
convertidos em fundos de curto prazo.
76
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
E) Indica o retorno que os acionistas estão obtendo pelo investimento que efetuaram na empresa.
A) Alternativa incorreta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa incorreta.
D) Alternativa correta.
Justificativa: esta é a descrição correta do índice de liquidez seca a ser obtido a partir da seguinte
formulação: (Ativo Circulante – estoques) / Passivo Circulante.
E) Alternativa incorreta.
77