Você está na página 1de 11

SENAI - CEPAF

APLICAÇÃO DE CORTE EM DESENHO TÉCNICO MECÂNICO

INTRODUÇÃO
Quando um sólido possui elementos internos que não ficam bem identificados pelas vistas, são realizados CORTES.
Esses cortes são representações em projeção, nos quais se considera que o sólido foi interceptado por um plano chamado
PLANO DE CORTE.
O plano de corte deve ser posicionado de forma a representar os detalhes internos mais importantes.

Os cortes podem ser:

1. CORTE PLENO OU TOTAL


1.1 – Simples
1.2 – Composto

2. CORTE PARCIAL
2.1 – Meio Corte
2.2 – Seção
2.3 – Corte Parcial

3. ENCURTAMENTO

Obs: Os cortes podem ser representados em qualquer uma das vistas do desenho técnico mecânico. Sua escolha depende do
detalhe que se quer destacar e da posição que o observador imagina o corte.

1. CORTE PLENO OU TOTAL

1.1. CORTE SIMPLES

Resultado da interseção do plano de corte em toda a extensão do modelo. No corte total o plano de corte está situado no
mesmo plano de representação.

Figura 1

EXEMPLO: VISTA FRONTAL

Figura 2

1
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

EXEMPLO: VISTA FRONTAL (INDICAÇÃO DE CORTE NA VISTA SUPERIOR)

Figura 3

EXEMPLO: VISTA FRONTAL (INDICAÇÃO DO CORTE NA VISTA LATERAL ESQUERDA)

Figura 4

EXEMPLO: VISTA SUPERIOR (INDICAÇÃO DO CORTE NA VISTA FRONTAL)

Figura 5

1.2. CORTE COMPOSTO

Alguns modelos, por apresentarem seus elementos internos fora de alinhamento, precisam de outra maneira de se imaginar
o corte.

2
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

1.2.1. CORTE COMPOSTO COM PLANOS DE CORTE PARALELOS

Quando o modelo analisado apresentar detalhes internos fora de alinhamento, faz-se uso do corte composto ou corte em
desvio, utilizando planos de corte paralelos.

Os planos de corte presentes no corte composto situam-se em diferentes planos de representação.

EXEMPLO

Figura 6 Figura 7

Figura 8

1.2.2. CORTE COMPOSTO COM PLANOS DE CORTE CONCORRENTES

Um outro tipo de corte composto é aquele que utiliza planos de cortes concorrentes. Observe a figura abaixo:

Figura 9 Figura 10

3
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

1.2.3. CORTE COMPOSTO COM PLANOS DE CORTE SUCESSIVOS

Em determinados modelos sua geometria não permite a utilização de planos de corte paralelos ou concorrentes. Nesses
casos deve-se lançar mão de planos de corte sucessivos.

EXEMPLO:

Figura 11 Figura 12

OBSERVAÇÕES

1. Para a representação da posição do corte no desenho utiliza-se linhas traço e ponto, sendo essas mais largas nas
extremidades ou na mudança de direção do corte.
2. A indicação do corte no desenho é feita selecionando-se uma das vistas que melhor o representa e marcando sobre ela a
sua posição.
3. O nome do corte é indicado por duas letras maiúsculas representadas nas extremidades das linhas traço e ponto.
4. As setas indicam a direção em que o observador imaginou o corte.
5. As partes hachuradas indicam a região do modelo atingida pelo corte. Essas hachuras indicam o tipo de material
empregado no modelo conforme NBR 12298 (Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho
técnico).

EXEMPLO

Figura 13

2. CORTE PARCIAL

Em peças com simetria longitudinal ou transversal podemos imaginar que apenas uma metade do modelo foi cortada,
enquanto a outra metade permanece visível em seu aspecto exterior.

4
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

Para saber se determinado modelo é simétrico, imagine-o cortado pela metade transversal ou longitudinalmente.

EXEMPLO

Figura 14 Figura 15

2.1. MEIO CORTE

Para a representação do meio corte de um modelo simétrico imagine o modelo atingido até a metade por um plano de corte
longitudinal (P1), e depois imagine-o cortado até a metade por um plano de corte transversal (P2). Depois considere que essa
parte foi retirada.

EXEMPLO

Figura 16 Figura 17

Figura 18

OBSERVAÇÕES

1. Na representação do meio corte, a indicação da linha traço e ponto estreita que divide a linha da vista frontal ao meio é
a linha de simetria.
5
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

2. As partes maciças atingidas pelo corte são representadas hachuradas.


3. O centro dos elementos internos que se tornaram visíveis com o corte são indicados com linha de centro.

4. Na metade da peça que não foi atingida pelo plano de corte, a representação dos detalhes internos NÃO SE FAZ
NECESSÁRIA, porém o centro dos elementos não visíveis deve ser indicado.
5. Na representação do desenho em meio corte não é necessário indicar o plano de corte nas vistas.
6. O meio corte poderá ser aplicado em qualquer uma das vistas do desenho, dependendo da posição em que o observador
imaginar o corte.
7. Sempre a que a linha de simetria que atravessa a vista em corte for vertical, a parte representada em corte deverá ficar
À DIREITA, conforme recomendação da ABNT.
8. Peças e modelos onde o meio corte for feito do lado direito da peça, sua representação deve ser feita na vista lateral
esquerda.
9. Quando a linha de simetria que atravessa a vista em corte estiver na posição horizontal, a metade em corte deve ser
representada na PARTE INFERIOR do desenho.

EXEMPLO

Figura 19 - ITEM 7 Figura 20 - ÍTEM 8

Figura 21 – ÍTEM 9

2.2. SEÇÃO

São representações de cortes transversais de uma peça, a fim de mostrar de maneira simples o seu formato naquela região.

Podemos definir uma seção como um corte simplificado que somente mostra a região atingida pelo corte, omitindo a vista
do restante do modelo.

6
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

EXEMPLOS

Figura 22 – DIFERENÇA ENTRE CORTE E SEÇÃO

Figura 23 – SEÇÃO FORA DA VISTA COM INDICAÇÃO

Figura 24 – SEÇÃO FORA DA VISTA COM INDICAÇÃO

Figura 26 – SEÇÃO FORA DA VISTA SEM INDICAÇÃO


Figura 25 – SEÇÃO FORA DA VISTA COM INDICAÇÃO

7
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

Figura 27 – SEÇÃO FORA DA VISTA SEM Figura 28 – SEÇÃO SOBREPOSTA A VISTA


INDICAÇÃO

Figura 29 – SEÇÃO NA INTERRUPÇÃO DA VISTA

Figura 30 – SEÇÃO NA INTERRUPÇÃO DA VISTA

2.3. CORTE PARCIAL

Tipo de corte empregado apenas em uma pequena extensão da peça, devido a certos detalhes internos que estão
concentrados em partes específicas do modelo, o que não justificaria o emprego de outro tipo de corte.

EXEMPLO:

Na representação do corte parcial, a linha que representa o local onde foi feito o corte é uma linha irregular feita a mão livre,
chamada linha de ruptura. Essa linha determina o local onde o corte está sendo imaginado, deixando visíveis os elementos
internos da peça.

8
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

Figura 31

A linha de ruptura também pode ser feita nas vistas ortográficas através de uma linha contínua estreita em ziguezague.

Figura 32

OBSERVAÇÕES

1. Nas partes não atingidas pelo corte parcial, os elementos internos DEVEM ser representados pelas linha de arestas e
contornos não visíveis (linha tracejada estreita).
2. Uma mesma vista ortográfica pode sofrer mais de um corte parcial.
3. O corte parcial também pode ser representado em qualquer uma das vistas do desenho.
4. Na representação do corte parcial não é necessário indicar o nome do corte ou mesmo indicá-lo em outras vistas.

EXEMPLO:

Figura 33 – ÌTEM 2

Figura 33 – ÌTEM 3
9
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

3. ENCURTAMENTO

Encurtamentos são recursos utilizados para representação de peças que devido ao seu comprimento, necessitam ser
encurtadas para um melhor aproveitamento de espaço do desenho.

OBSERVAÇÕES

1. A representação de rupturas é empregada quando, na parte que se imagina retirada, não houver detalhes que
necessitem ser mostrados
2. O comprimento real da peça é dado pelo valor numérico da cota

Nas representações com encurtamento, as partes imaginadas cortadas são limitadas por linhas de ruptura, que são
linhas contínuas estreitas desenhadas a mão livre.

Linha de ruptura

Projeção a mão livre Projeção no CAD

3.1. REPRESENTAÇÃO COM ENCURTAMENTO E SEÇÃO

É muito comum, em Desenho Técnico, a seção aparecer na representação com encurtamento, o que economiza
tempo e espaço no desenho.

10
Desenho Mecânico - Mecânica
SENAI - CEPAF

11
Desenho Mecânico - Mecânica

Você também pode gostar