Você está na página 1de 3

Técnicas e dicas em polimento e

cristalização

 1- Informações sobre polimento.Numa pintura nova é razoável que o polimento


não seja o definitivo, pois queremos que ela seja duradoura e o polimento
remove a tinta, então o polimento final, com seu intenso brilho só vai ser obtido
lá pelo terceiro trabalho de polimento. Mas não significa que a pintura nova não
seja brilhante, só mesmo uma analise da textura é que vai diferencia-la (do
ponto de vista da lisura da superfície) de uma pintura já diversas vezes polida.
 Faça um lixamento prévio de toda a superfície, com lixa 1200 d'água, cuidado para não
desnivelar, ou seja tirar a tinta, principalmente nas quinas e vincos. Evite lixar próximo a locais
de difícil acesso, pois quando for polir com a politriz, os riscos da lixa não serão removidos, já
que a mesma é limitada por seu tamanho, e é muito trabalhoso polir manualmente hoje em dia,
dado a dureza da tinta P.U.
 Faça o polimento antes de desempapelar, pois o mesmo produz muita sujeira de
massa, fiapos e pó, além de contaminar borrachas e plásticos com a tinta que se espalha por
tudo.
 Use de preferência boina sintética, para o acabamento em P.U., e de carneiro para o
sintético, as tintas acrílicas e nitrocelulose, já quase não são usadas, mas se for o caso a boina
de carneiro é a mais indicada.
 Quanto as massas de polir, as melhores são as à base de agua, por que não sujam
muito e são mais fácil de limpar, Comece com a número um, acabe com a número dois.
 Faça sempre painéis completos, como o capô por exemplo, pegando áreas de no
máximo 40 cm, até terminar o painel, volte do inicio para polir com a massa numero dois, e
limpe tudo com estopa nova, repasse novamente nas áreas que ainda mostrarem riscos de
lixa.
 Quando tudo estiver polido e limpo e o carro estiver totalmente pronto, é a hora de
passar a cera protetora. Use uma sem silicone, que dê proteção contra os raios ultravioleta, e
que proteja no mínimo por dois meses.
2. Informações sobre cristalização ou revitalização de pinturas originais.
 Na cristalização, deve-se analisar primeiramente o estado da pintura: se há áreas sem
verniz, desniveladas, queimadas, manchadas, pois se houver, o polimento só vai agravar estes
danos, sendo necessário pintar mesmo estas áreas. Faça testes nessas áreas e decida pelo
resultado, se valer a pena, mãos à obra.
 Lave o carro com sabão neutro. Nas portas e laterais inferiores se houver respingos de
asfalto, remova com querosene ou um solvente fraco (aguarrás) diluído com água, cuidado
para não remover a pintura, se ela não for original estará mais vulnerável, não use thinner ou
diluente.
 A seguir, identifique os riscos que podem ser removidos, são aqueles que não são tão
profundos e que não atingiram a camada colorida se o carro for envernizado (dupla camada),
ou que não atingiram o fundo colorido se o carro for P.U. . Para saber se o carro é envernizado
passe uma lixa 1200, em um pequeno pedaço, se a lixa ficar com resíduos em tom branco é
envernizado, se ficar com resíduos da cor do carro é P.U. .
 Sobre os riscos que podem ser removidos faça um lixamento com lixa de grana 1200
d'agua, até que sumam, ficando lisa e sem brilho esta área. Tente terminar esta etapa, no carro
todo antes de passar para a próxima.
 Empapele o carro, ou seja isole suas partes de plástico e borracha com fita crepe e
jornal, para que não fiquem impregnadas com os abrasivos do polimento misturados com tinta,
que são espalhados durante o processo, quando o mesmo é feito com politriz. Se quiser ser
meticuloso, cubra os vidros também, senão apenas limpe-os após o termino. Os abrasivos não
danificam os vidros, pelo contrario, até melhoram no seu aspecto.
 Primeiro faça o polimento nas áreas lixadas que estavam com riscos, com massa
número um depois a massa número dois. Depois o polimento do resto do carro, apenas com a
massa número dois, sempre fazendo seu trabalho por partes: painéis, áreas de 40 cm,
verificando o resultado e passando à frente.
 Sempre que precisar volte, e esfregue onde ainda aparecer riscos de lixa. Tudo pronto
desempapele e lave se necessário, pois massa pode secar nas entradas das portas por
exemplo, e isto dá um péssimo efeito...
 Efetue então a cristalização, escolha uma boa cera cristalizadora, sempre na sombra,
nunca ao sol, aplique a cera em pequenas áreas, ou painéis, e retire com papel do tipo toalha
sempre que o papel ficar impregnado de cera e sujeira troque-o. Com a prática um só
profissional pode cristalizar até dois carros por dia, dependendo do seu estado, quanto aos
riscos que possuir.
3. Informações sobre tintas automotivas.
 Quando eu era um menino ainda, lá por volta de 1980, os carros eram repintados com
tintas nitrocelulósicas, sintéticas e acrílicas, estas últimas para cores metálicas. As tintas eram
compostas com materiais de derivações distintas e não se misturavam.
 Era fundamental saber se um carro era duco (marca da Polidura que virou sinonimo
para nitrocelulose) ou sintético, pois se fosse sintético a repintura com duco era impraticável,
pois a tinta arrepiava.
 Haviam dois tipos de acrílico: o acrílico e o acrílico dupla camada, este último o
pioneiro das tintas que são usadas hoje. Todos ficaram para traz. Com a evolução das resinas
em poliéster e poliuretano, as fábricas foram gradativamente substituindo a matéria prima das
tintas.
 A principal mudança, ao meu ver, foi a forma de secagem, todas as tintas antigas
secavam por evaporação dos seus solventes, em primeira instância, o que podia trazer riscos
de trincas pois as camadas superiores secavam mais rapidamente que as inferiores.
 As tintas atuais secam por endurecimento através de catálise, são muito mais duras, e
resistem muito mais às intempéries externas, posto que no processo de secagem suas
moléculas são modificadas, é como o que acontece com a massa plástica, depois de seca,
após a catalise não pode mais ser diluída.
 Hoje em dia, temos apenas duas famílias de tinta automotiva: Poliéster e Esmalte P.U.
(abreviação para poliuretano), entretanto, ambas são tintas com o mesmo sistema de
secagem, o que só traz vantagens! Por que não há conflitos entre elas, e as camadas podem
ser sucessivas sem os riscos de antes.
 Poliéster: É a cor do sistema dupla camada, pode ser lisa ou metálica, não tem bom
poder de cobertura, já vem pronto para o uso, sua secagem está vinculada ao acabamento
final, se completa com a aplicação do verniz P.U., este sim é o acabamento. Ou seja: o
trabalho possui duas etapas, a cor e o acabamento.
 Esmalte P.U.: Só pode ser liso, super poder de cobertura, já é o acabamento, não
precisa de verniz, bem encorpado, encobre facilmente riscos de lixa de grana até 320. (o
poliéster precisa de um lixamento prévio com lixa de no mínimo 600). Dispensa isolamento com
primer, mas o ideal é passar uma base tingida antes.

Você também pode gostar