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Como Fazer Pequenos, Médios e Micros

Retoques em Poliéster
Atendendo a pedidos dos visitantes do Técnicas em Pintura e Funilaria, pretendo através
desta postagem elucidar todas as duvidas sobre retoques em poliéster, sejam eles pequenos,
médios ou micros retoques. São procedimentos válidos para cores lisas ou metálicas, escuras
ou claras, entretanto como as cores prateadas são as que são consideradas as mais difíceis de
retocar eu optei por postar carros prateados, demonstrando assim que é possível retocar
qualquer cor.

Na foto ao lado visualizamos o para-lama do fiat Uno, sua cor é o prata Bari. Este para-lama
possui dois machucados: Um pequeno amassado e um pequeno risco mais abaixo, ambos
foram nivelados e lixados até a lixa de grana 600 à seco. A cada redução na granulação da lixa
a área do retoque é aumentada um pouquinho. Foi feito o empapelamento e o para-lama está
prestes a ser polido (polimento de aderência).

Após o polimento de aderência ser efetuado, vamos aplicar a base poliéster diretamente no
retoque, em camadas secas e leves (sem molhar) encobrimos os machucados transformando
os dois micro-retoques em um único retoque pequeno, dado a sua proximidade. Nesta etapa
priorizamos o foco do retoque com mais transferência de tinta e alastramos o retoque até o
limite do que foi lixado anteriormente. As marcações feitas na foto mostram claramente isto.

Continuando, após termos isolado o retoque com a própria tinta, sem o uso de primer (devido
ao tamanho do retoque) e conseguirmos uma superfície lisa sem poros e riscos, fazemos o
degradê do retoque: Alastramos ainda mais o retoque em passadas leves e
secas, homogenizando as bordas do retoque com camadas transparentes, camadas estas que
apenas quebram o brilho da pintura anterior. As marcações na foto mostram o limite máximo
alcançado pela tinta poliéster, nesta etapa.

Conseguindo a homogenização do retoque sem pulverizar as


margens do para-lama, evitamos o corte-seco, isto é: não há evidencias de comparação entre
o retoque e a pintura antiga, então prosseguimos. Aplicamos duas passadas de verniz, sendo a
segunda passada um pouco mais molhada e desempapelamos, na foto eu estava justamente
fazendo o desempapelamento. Notem que abaixo do friso houve necessidade de alastrar o
verniz.

Aguardamos a secagem para iniciarmos o polimento, não menos que quatro horas após a
aplicação do verniz. Se necessário podemos lixar com lixa 1200 ou 1500 (d'água) para facilitar
o polimento.

Vou agora utilizar um exemplo de retoque de tamanho médio. Trata-se de um celta na cor prata
Polaris e a área do retoque abrange a lateral e a porta, somados após a preparação totalizam
uma área de mais ou menos uns cinquenta centímetros quadrados. Na foto ao lado destaquei a
área total do lixamento. Ao centro vemos a correção do abalo, onde iniciamos o lixamento com
80, masseamos e lixamos com a redução da grana de lixa até a número 600. Conforme
veremos a seguir neste retoque específico haverá uma área de alongamento bastante ampla, o
que facilita a pulverização do degradê (alongamento), entretanto a intenção é fazer um retoque
no menor espaço possível, gastando menos tempo e material.

Do mesmo modo que demonstrei no retoque do Fiat, primeiro aplicamos a base priorizando a
cobertura da área masseada, durante esta fase é necessário observar se existem porosidades
ou riscos profundos alem de mapeamentos e corrigi-los, preferencialmente com lixamento (lixa
400 ), conseguindo a correção total da área trabalhada e sua cobertura com a base, fazemos o
degradê. Na foto ao lado as marcações mostram a área total do retoque mais o alongamento
para encaixa-lo. Além desta área não foi pulverizado tinta.

Fazemos a envernização: Duas passadas sendo que a segunda passada mais molhada. Após
a aplicação do verniz é feito o nivelamento de retoque. O nivelamento de retoque é feito com o
nivelador de retoque, que nada mais é do que um diluente com evaporação mais lenta,
aplicado nas emendas do retoque (áreas destacadas pelos círculos pontilhados na foto ao
lado). A função do nivelador de retoque é fundir a pulverização ao redor do retoque com a
pintura antiga, escondendo a emenda e favorecendo o polimento.

Quando estamos fazendo um retoque, a contagem de passadas de base poliéster não é


importante, o que realmente importa é o encaixe do retoque e a cobertura total, alem de anular
quaisquer manchas ocorridas durante a aplicação. Para a observação destes detalhes o local
do retoque deve ser bem iluminado (luz branca são as melhores), ou receber boa iluminação
natural. Também é importante observar o retoque de vários ângulos,bem como de perto e de
longe (cerca de cinco metros). Só quando temos a certeza do resultado é que aplicamos o
verniz (na foto ao lado o trabalho encerrado).

Para os micro ou mini- retoques o método é igual, porém em menor escala. Reduzimos a
abertura do leque (ao minimo), a pressão de trabalho e a distancia da pistola em relação ao
retoque. A foto ao lado mostra um micro-retoque na porta de um Uno na cor prata Bari, o local
do retoque já foi nivelado, lixado e polido ao redor além de empapelado. Note que eu
empapelei e aproveitei uma dobra na estampa da porta para disfarçar o retoque colando uma
"fita falsa", chamamos de fita falsa este anteparo feito com a fita crepe para que não ocorra um
degrau (se colássemos a fita na dobra ficaria um alto-relevo marcando a dobra).

Feito a aplicação do prata Bari (na foto acima) e na sequencia um lixamento com lixa 800, para
nivelamento, temos uma área de cerca de doze por um e meio centímetros bem realçada entre
as marcações. Já na foto ao lado após o alongamento, houve a homogenização do retoque e
as marcações da área do retoque aumentam em cerca de oito centímetros (quanto mais
eficiente for a pistola de pintura menor será a área do micro-retoque).
Após encaixarmos o retoque é feito a aplicação do verniz P.U., são duas passadas e o
alastramento nas bordas. Note que eu retirei a fita falsa pois o verniz deve ser aplicado sempre
em uma área maior do que a da base poliéster. A área em destaque na foto corresponde a
área total abrangida pelo verniz sem a aplicação do alastrador. Pra não contaminar o plástico
da maçaneta com o verniz eu mascarei a mesma com fita crepe.

Ao lado o micro retoque concluído. Em todos os retoques, sejam pequenos, médios ou micros,
após o polimento é fundamental a aplicação de uma cera protetora para proteger
principalmente as emendas do retoque contra a ação dos raios solares UVB e UVA e garantir
que o resultado do trabalho perdure por anos. Eu recomendo o enceramento de um veiculo de
três em três meses, tanto o repintado quanto o original de fábrica (a menos que as
recomendações do rótulo da embalagem da cera sejam outras), principalmente se o carro é
diariamente exposto ao sol por horas e horas a fio. Desta forma tentei mostrar como são feitos
os retoques em poliéster, qualquer dúvida é só comentar.

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