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Prefácio

Estou extremamente feliz que você tenha se interessado em


aprender esse maravilhoso hobby, essencial para quem ama
aviação.
Agora é apenas questão de agilizar o material e começar a
construir suas maquetes.
Este e-book foi feito para te auxiliar em todas as etapas de
construção de seus modelos.
> Quando iniciei a construir maquetes, vários anos atrás, eu com
certeza viraria o mundo para ter acesso a um material como este que
você acaba de adquirir. Sei o quão difícil é tentar fazer algo realista
sem ter nenhuma orientação de alguém que já tenha feito isso, e este
é o propósito deste manual, te dar o panorama geral do que é que
você precisa para construir maquetes realistas e assim expressar de
uma forma mais física o seu amor pela aviação.

BOM ESTUDO!
Cada material será melhor explicado dentro das etapas:
Esta é uma lista básica, porém materiais e ferramentas específicas podem ser
utilizados ou dispensados a depender dos modelos que você irá construir.
}
3) Estilete, lâminas de recarga e luvas:
Partindo do pressuposto que você tenha as madeiras
costadas nas DMs (dimensões mínimas), para fazer o
desbaste você precisará de um estilete e uma caixa de
lâminas de recarga para substituição, pois é importante
que a lâmina esteja sempre bem afiada, por isso é
importantíssimo também o uso de luvas de proteção.
> Sugiro que você compre um estilete com haste de
metal, pois eles são muito mais resistentes que os
estiletes comuns de plástico. Outra boa sugestão também
é que você compre em loja de materiais de construção,
pois há maior probabilidade de encontrar material de boa
qualidade do que em papelaria.
4) Lixas: 50, 120 e 220:
Utilize lixa para madeira, de preferência aquelas lixas
amarelas que são vendidas por metro em loja de
materiais de construção, pois elas são rígidas, o que é
muito bom nesta etapa. Os 3 números aproximados que
recomendo são; 50, 120 e 220. Cada um deles vai se
aplicar em diferentes situações.
> Para um lixamento pesado utilize a 50, para um lixamento
intermediário utiliza 120 e para lixamento leve utilize 220.

Processo:
Vista 1:

Primeiro vamos esculpir uma das vistas na madeira,


no caso de fuselagens e motores primeiro esculpimos
a vista lateral, já no caso de asas e estabilizadores
esculpimos primeiro a vista superior.
> Para fazer isso, primeiro passamos o desenho para
a madeira; isso pode ser feito utilizando um papel
carbono ou mesmo recortando o desenho e
utilizando como gabarito para desenhar os
contornos.
> Logo após utilizamos o estilete para desbastar e
modelar a peça a este primeiro formato:

Veja a seguir, o exemplo nas fotos:


Obs: Este ressalto na asa serve para fazer a fixação na
fuselagem na hora da montagem.
Vista 2:
Agora vamos esculpir a segunda vista. No caso de
fuselagens e motores esta vista é a superior, no caso
de asas e estabilizadores é a vista frontal.
> Para desenhar estas vistas, é quase impossível
utilizar os desenhos como gabaritos, pois não há
como posicioná-los em cima de uma peça já
esculpida, por isso precisamos do auxílio de régua
para pegar medidas e usar ao máximo nossa
percepção para copiar o desenho do papel para cima
da peça, logo após, desbastamos com o estilete para
deixar a peça no formato deste perfil:
- Em asas e estabilizadores, nesta etapa fazemos aquilo que pode ser chamado de
afinamento, pois consiste em afinar as pontas das asas e estabilizadores, de forma
leve e suave, sempre seguindo o desenho.
Vista 3:
A terceira vista em fuselagens e motores é a vista
frontal. É quando faremos os devidos
arredondamentos nas peças. Em asas e
estabilizadores a terceira vista é a vista lateral, onde
faremos os bordos de ataque e de fuga.
Lixamento:

Após esculpidas as 3 vistas, as peças precisam ser


lixadas. O número da lixa vai depender bastante
de como ficou seu trabalho de esculpimento.
Geralmente utilizamos nesta etapa lixa 120, para
retirar todas as marcas vivas do corte com
estilete:
A seguir veja mais algumas fotos de todo o processo
de esculpimento em geral:
Materiais:
1) Massa Epóxi: Esta massa vem dividia em duas partes
moles, uma parte branca e uma parte de coloração cinza.
Essas duas partes quando misturadas em quantidades
iguais até ficar com uma cor homogênea, começa um
processo de endurecimento, e vira um material rígido,
muito eficiente para fazer fixação de componentes, e com
um aspecto muito bom para lixar e dar acabamento.
O endurecimento é feito através de reação química e não
de secagem. Por isso a umidade do ar não tem nenhum
efeito, ou seja, o tempo de endurecimento não depende
se o tempo está úmido ou seco. O fator que tem maior
importância é a temperatura ambiente. No calor o
endurecimento é mais rápido, no frio o endurecimento é
mais lento.
Geralmente vamos utilizar este material para fazer
preenchimentos e fixação de componentes;
2) Cola instantânea: Esta cola pode ser encontrada
facilmente em qualquer loja de material de construção ou
material escolar. Recomendo a de viscosidade média;
3) Arames e chapa de Alumínio:
Podem ser encontrados facilmente em qualquer loja de
ferragens e material de construção. Não tenho um
número exato para recomendar, mas os arames devem
ser de pelo menos 3 bitolas diferentes, pois você também
irá usá-los na fase de detalhamento. Chapa de metal pode
ser alumínio, porém certifique que a chapa é fina o
suficiente para ser cortada com uma tesoura;
4) Alicate: O alicate deve ser de bico fino e possuir a
guilhotina de corte, pois será necessário cortar os arames;
5) Tesoura: Tenha uma tesoura grande que seja utilizada
apenas para cortar chapa de metal. Pode ser tesoura
comum, porém deve ser grande e forte o suficiente para
aguentar o esforço de cortar a chapa.

Processo:

- Colocando metal nos bordos de fuga


> Este processo é opcional, porém muito recomendável.
Se você notar os bordos de fuga de uma aeronave real,
verá o quão fino eles são, dando a impressão de ser uma
lâmina. É praticamente impossível fazer isso de forma
satisfatória apenas na madeira, devido ao aspecto mole
da madeira. Se você afinar muito os bordos de fuga, como
de fato tem que ser, eles irão ficar muito frágeis e com
certeza você não chegará ao final da maquete sem tê-los
danificado. Por isso colocamos uma chapinha de metal
para torna-los resistentes.
> Para fazer isso, primeiro retiramos com o estilete um
pedaço pequeno do bordo de fuga. A asa estará esculpida
de acordo com o desenho, iremos cortar algo em torno de
3 milímetros do bordo de fuga ao longo de toda a asa.
Logo em seguida faremos um rebaixo na asa para encaixar
a chapa de metal. Usaremos cola instantânea e massa
epóxi para fazer a fixação. Logo em seguida revestimos
com massa epóxi toda a parte da chapa de metal, tanto
em cima quanto em baixo. Esperamos o tempo total de
endurecimento e lixamos para unificar novamente toda a
peça.
- Fazendo diedro nas asas
> Este processo é feito apenas em asas que foram
esculpidas juntas, ou seja, as duas asas foram feitas na
mesma peça de madeira. Neste caso é necessário fazer
uma quebra para que seja representado o diedro, que é o
ângulo das asas em relação a fuselagem e aos eixos
principais da aeronave.
> Este processo é muito simples. Basta fazer rasgos no
local da quebra para facilitar o deslocamento. Não é
necessário separar as partes, na verdade é melhor que as
partes não se separem, mas que apenas fiquem
deslocadas.
Dessa forma você consegue ajustar bem melhor o ângulo.
Após fazer este processo, abrimos alguns entalhes com
dobras nas pontas, de forma que o rasgo da quebra fique
em sentido perpendicular e bem no meio deste entalhe.
Neste entalhe colocamos um pedaço de arame no mesmo
formato do entalhe e depois colocamos cola instantânea
para que dessa forma a asa volte a ser rígida.

Veja a seguir algumas imagens:


- Fixando componentes
> Nesta fase, fazemos a fixação dos componentes
principais, como asas e estabilizadores.
No caso de helicópteros fazemos a fixação das carenagens
de motor e estabilizadores.
> A fixação de asas, pode ser feita de duas formas
básicas:
1) Abrindo um grande entalhe na fuselagem e fixando a
asa. Para isso, podemos utilizar cola instantânea e massa
epóxi, este procedimento é ideal para asas feitas em peça
única. Veja imagens:
2) Fixar através de encaixes deixados na asa no momento
do esculpimento. Dessa forma, fazemos um pequeno
entalhe/furo na peça para encaixarmos os componentes.
Este procedimento é utilizado também para fixar
estabilizadores em quase todos os modelos.

Veja imagens a seguir:


Materiais:
1) Massa acrílica; Na hora de comprar é importante não confundir com
massa corrida que é uma massa bem semelhante porem não
recomendada para este fim.
2) Lixa de folha 220 e 120; Nesta etapa é preferível uma lixa de folha,
pois é mais moldável as curvas do modelo.
3) Spray Fundo primer cinza; esse não tem erro, só recomendo
fortemente que seja cinza, pois apesar de existirem outras cores, elas
atrapalham bastante quando chegamos na etapa de detalhamento.
Processo:
O pré-acabamento consiste em tirar o aspecto
rústico da madeira. É nesta etapa onde os poros são
fechados e a maquete começa a pegar um aspecto
mais liso. Veja abaixo o inicio e fim desta etapa:

-> O primeiro passo é aplicar a massa acrílica; você


pode ver esse processo no vídeo Como passar massa
acrílica disponível no meu canal no YouTube.
Após fazer isso esperamos secar e em seguida
lixamos, primeiro com uma lixa 120 e em seguida
com 220 que é um grão bem mais fino.

-> Logo após, utilizamos fundo primer em spray para


cobrir toda a maquete e unificar a cor. (Foto 4)
O acabamento não irá ficar bom de primeira,
por isso é preciso repetir o processo algumas vezes.
Assim que a primeira demão de primer secar, você
deve reparar as imperfeições que ficaram, passando
massa acrílica novamente nas partes necessárias.
Você deve ir para próxima etapa quando seu
modelo estiver todo com um aspecto liso. (Foto 7)
Fotos de modelos na etapa de pré-acabamento:
Materiais:
Nesta etapa utilizaremos materiais já mencionados nas
etapas anteriores, são eles: Massa epóxi; Chapa de
alumínio; Arames de diferentes bitolas; Cola
instantânea; Fita crepe; Tesoura; Alicate; Lixas;

Processo:

No processo de detalhamento, irei mostrar vários


procedimentos, por isso irei dividi-los nos seguintes
tópicos:

1) Motores pistão e turbohélices


- Construção
- Fixação
2) Motores turbofan
- Construção
- Fixação
3) Detalhamento de fuselagem e asas
4) Trens de pouso
5) Hélices
6) Winglets
1) Motores Pistão e turbohélices:
- Construção
Os procedimentos para construção e colocação de
motores são diferentes a depender do tipo de motor.
> No caso de motores a pistão ou turbohélices, utilizamos
o mesmo princípio de esculpimento da fuselagem,
esculpindo uma vista de cada vez até conseguirmos o
formato ideal, depois melhoramos os bocais e as entradas
de ar, utilizando metal. Para fazer isso, cortamos uma tira
da chapa de metal e modelamos de acordo com o formato
da entrada que queremos representar. Logo em seguida
cortamos um pedaço do motor ou fazemos um furo para
encaixar a peça de metal. Feito isso é só cobrir as fendas
com massa epóxi e dar acabamento com lixa assim que
endurecido.
Em caso de motores redondos, utilizamos o mesmo
princípio de arredondamento da fuselagem.

Veja algumas imagens a seguir:


-Fixação:
Para fazer a fixação destes motores precisamos abrir
um entalhe no motor ou na asa, isso irá depender do
modelo, quase sempre é preferível que seja feito um
entalhe no motor, para não comprometer a estrutura da
asa e fazê-la perder resistência.
Isso pode ser feito da seguinte forma:
Cortando um pedaço do motor, na parte de cima ou na
parte de baixo, dependendo do modelos de forma que o
corte encaixe o motor na asa. Para fazer a fixação
utilizamos massa epóxi e cola instantânea. Assim que
fixado, reconstituímos a parte que tiramos do motor
utilizando massa epóxi.
2) Motores turbo fan:
- Construção:
Temos duas formas diferentes porém semelhantes para
fazer estes motores.
Em motores mais compridos, como por exemplo na
maioria de jatos executivos e jatos de linha de pequeno
porte como o Fokker 100 e o ERJ145, utilizamos um bloco
de madeira para esculpir o motor e substituímos os bocais
(entrada e saída de ar) por anéis de metal, que são feitos
com a chapa de alumínio.
Em motores mais curtos e largos em diâmetro, como é o
caso da maioria em jatos comerciais de grande porte
como o B767, B777, A380, etc, utilizamos apenas anéis de
metal para fazer as entradas e saídas de ar, não sendo
necessária a construção de nenhuma peça em madeira, só
precisamos fazer estes anéis de forma que suas larguras
constituam a medida da carenagem dianteira do motor.

Para dar o formato principal, utilizamos tiras de fita crepe


como apoio em um processo que gosto de chamar de
“esqueletagem”, pois é como se montássemos um
esqueleto do motor. Em seguida revestimos com massa
epóxi para dar formato e acabamento.

Os componentes cônicos na traseira dos motores podem


ser feitos utilizando chapa de alumínio de latas de
refrigerante (já que são peças menores e mais finas) e
também arame fino, para representar os componentes
cônicos e pontiagudos. Para fazer os formatos cônicos
utilizamos fita crepe para engrossar a peça em
determinado ponto e massa epóxi para fazer o formato do
cone.
Para representar blades, amassamos um pedaço de massa
epóxi e logo em seguida cortamos uma fatia redonda,
com o mesmo diâmetro da entrada de ar do motor. Este
corte pode ser feito utilizando o próprio anel de metal
utilizado para fazer a entrada de ar do motor. Assim que
endurecido, podemos aplicar uma outra camada fina de
massa epóxi e utilizar um pedaço de lâmina para criar
traços e representar as pás da blade.
Veja mais algumas fotos do processo de construção de
motores:
-Fixação:
Para fazer a fixação dos motores, precisamos fazer os
pilones. Para isso utilizamos uma madeira bem fina,
geralmente utilizamos a sobra da madeira em que
fazemos os estabilizadores. Utilizamos o desenho
ortogonal como gabarito e esculpimos o pilone. É
importante prestar atenção nas curvas da peça nos locais
de contato com o motor para seguir o formato do motor e
fazer o devido encaixe.
Primeiro fixamos o pilone no motor, utilizando cola
instantânea e massa epóxi se for necessário. Depois
fazemos um entalhe na asa para a fixação do pilone na
asa.
3) Detalhamento de fuselagem e asas:
- Nesta etapa faremos a colocação de componentes como
antenas, radares, aletas, canoas de flap, etc.
Para isso utilizaremos arames, chapa de metal e massa
epóxi, em alguns modelos usamos madeira para esculpir
as canoas de flap. Isso vai depender do modelo, pois em
alguns modelos estes itens são de tamanhos bem
expressivos, então é melhor fazer em madeira, já em
outros modelos estes itens são de tamanhos bem
pequenos, neste caso é melhor fazer apenas utilizando
massa epóxi.
É importante marcar com um lápis todos os locais onde
serão colocadas as peças e atentar-se para suas devidas
localizações, o posicionamento é muito importante para o
realismo. Para achar o posicionamento correto de peças
que não estão no desenho ortogonal, podemos nos
referenciar por outros componentes que já estejam
fixados na maquete. É muito útil nesta etapa, desenhar as
janelas, pois elas auxiliam em muito neste
referenciamento.
4) Trens de pouso:
- A forma mais fácil para fazer trens de pouso é utilizando
massa epóxi para representar as rodas e arames para
representar os suportes. Para detalhar os suportes, pode
se utilizar fita crepe para aumentar os diâmetros em
determinados pontos das hastes.
Para fazer as rodas, basta fazer uma bolinha de massa
epóxi e logo em seguida achatá-la. Faça isso sempre
usando o desenho como gabarito pra que fique no
tamanho correto.
5) Hélices:
- Para a construção do spiner, a melhor forma é construir
uma estrutura utilizando rolinho de papel e revestir com
massa epóxi. Para fazer isso, podemos construir um
gabarito, também em massa epóxi, do perfil lateral do
spiner, para utilizá-lo como gabarito para modelar o
spiner. É importante nesta etapa fazer os furos para
encaixe das hélices enquanto a massa epóxi ainda está
mole.
Para representar as pás da hélice, utilizamos chapa de
metal cortadas nos devidos formatos. Para fazer uma
representação mais realista, podemos colocar uma leve
camada de massa epóxi nas pontas internas das pás, ou
seja, nas pontas em que iremos fixar no spiner. Isso
permitirá que façamos um perfil mais arredondado nessa
parte da hélice, o que irá aumentar em muito o realismo.
6) Winglets:
Para criar winglets, utilizamos chapa de alumínio cortada
no formato do mesmo. Para fazer isso, utilizamos o apoio
do desenho ortogonal.
Na parte de baixo do winglet, precisamos deixar na peça
um ressalto que será dobrado e utilizado como encaixe na
fixação.
Para fixar, cortamos na asa um entalhe no mesmo
formato do encaixe. Logo após a colagem fazemos um
revestimento com massa epóxi.
Materiais:
Nesta etapa utilizamos os mesmos materiais da fase de pré-
acabamento (Massa acrílica, lixa 220 de folha e fundo primer)
Processo:
> A finalidade desta etapa é preparar o modelo para a pintura,
eliminando todas as marcas de trabalho e imperfeições que se
deram na etapa de detalhamento.
> Esta é a fase que antecede a pintura, por isso a maquete
deve estar com 100% de seus componentes cobertos pelo
fundo primer cinza.
> Nesta etapa também costumo desenhar e cobrir com fita
crepe as janelas dos modelos que são menores e possuem
janelas com tamanhos mais significativos.

Veja a seguir fotos de modelos na fase de


acabamento:
Materiais:
1) Fita crepe; você encontra em qualquer ferragem ou papelaria, e é muito
importante que seja uma de boa qualidade, pois a colagem adequada
influenciará diretamente na qualidade da nossa pintura.
2) Tinta spray; Aconselho que as tintas em spray sejam sempre foscas pois a
secagem é extremamente mais rápida o que facilita para continuar seu
modelo muito mais rápido e com qualidade.
3) Tinta PVA: Recomendo que seja da marca Acrilex. Tenha muito cuidado
para não confundir com tinta acrílica ou para tecidos, a que vamos usar deve
ser PVA para artesanato.
4) Pinceis; 2 tamanhos inicialmente são suficientes, um sendo o mais fino que
você encontrar, e outro mediano que seja por volta de 1cm de largura.

Processo:
A fase de pintura, fazemos em três etapas:

1. Primeiro pintamos a cor principal, que na grande


maioria dos casos é branco.
> Para esta etapa, utilizamos tinta spray, a marca que eu
uso é a Colorgin.
> O tempo total de secagem do branco fosco é no
máximo 24 horas, se o tempo estiver bem seco ele pode
secar totalmente em 12 horas.

2. Agora iremos pintar os detalhes e as listras, para isso


utilizamos tinta PVA acrilex. Esta tinta é de excelente
qualidade tanto em manuseio quanto acabamento.
> A secagem é rápida, a depender do clima. Caso você
tenha um secador de cabelo poderá usar para acelerar
ainda mais o processo, isso permite que você consiga
avançar muito em seu projeto em um mesmo dia.
> Podemos utilizar esta tinta também para fazer as
janelas se elas ainda não tiverem sido feitas da forma
que mencionei na fase de acabamento.

> As janelas e listras dos aviões são feitas utilizando fita


crepe como uma cobertura, que irá cobrir os contornos.
Dessa forma pintamos o local com um pincel e logo em
seguida removemos a fita.
- Para uma listra perfeita existem 3 principais segredos
que são;
1) Uma boa fixação da fita; é recomendável que nas
bordas, você utilize algum objeto para apertar bem a
fita, garantindo que ficará bem colada. Isso pode ser
feito com um palitinho ou até mesmo com a sua unha. O
importante é que fique muito bem colada no seu modelo
2) Viscosidade da tinta; A tinta não pode estar liquida
nem grossa demais, precisa estar em uma viscosidade
média, se não, há grandes chances do seu modelo ficar
com muitas marcas de pincel ou no caso de estar liquida
demais, vazar por baixo da fita crepe.
A boa notícia é que na maioria das vezes a tinta PVA já
vem exatamente na densidade ideal então você só vai se
preocupar com isso á longo prazo, a medida que sua
tinta for envelhecendo.
3) Esticar muito bem a tinta com o pincel; É muito
importante cada vez que for aplicar tinta PVA, pegar
quantidades mínimas e esticar muito bem passando o
pincel diversas vezes. Isso fará total diferença
principalmente no acabamento dessa demão de tinta.
3. Tendo feito as listras, colocamos os adesivos com
nomes, logos, prefixos, etc.
Os adesivos são feitos utilizando programa de
computador, pegando as imagens e nomes com boa
resolução e ajustando em cima do desenho da aeronave,
o mesmo desenho da vista lateral que utilizamos no
início. Basicamente seria pegar a foto da vista lateral e
colocar em cima todos os adesivos que desejo, com os
tamanhos certos. Então basta colocar em uma folha A4
dentro do Word, e ajustar o tamanho do desenho de
acordo com o tamanho da maquete.
> A impressão deve ser feita a lazer em folha adesiva, em
qualquer gráfica você irá encontrar este serviço. A
impressão a laser tem inúmeras vantagens em qualidade
e este serviço não é nem um pouco caro. Custa em torno
de 3 a 4 reais cada folha.
> Com os adesivos impressos, existem basicamente duas
técnicas que você pode utilizar, são elas:
1) Técnica de plastificação: Essa técnica é super simples,
e utilizamos apenas pra deixar os adesivos ainda mais
resistentes.
> Basta pegar um durex transparente largo, aplicar sobre
o adesivo, recortar e está pronto para ser aplicado no
seu modelo.

2) Técnica de afinamento; Essa técnica tem o objetivo de


transformar os adesivos em uma verdadeira película.
Exige um pouco de cautela, mas é super possível e
simples de fazer.
> Para executar esta técnica fazemos exatamente o
mesmo processo da técnica de plastificação, porem com
os adesivos cortados ao invés de já colarmos no nosso
modelo, colocamos os adesivos todos em um potinho
com agua.
É necessário que tenha agua suficiente pra molhar 100%
do adesivo.

Após estar visivelmente molhado você deve começar a


passar de leve o dedo na parte do papel, retirando todo
o papel que tiver.

Basta seguir fazendo isso com bastante cuidado até


restar somente o durex e a tinta que antes estava no
papel. Desta forma temos uma película com o logo que
precisávamos. Veja fotos abaixo:
Após restar somente o durex e a tinta você deve deixá-
los em um lugar para secarem. Após isso estão prontos
para serem colados no seu modelo. Basta aplicar cola em
bastão no adesivo e colar no seu modelo.
Veja abaixo algumas fotos de adesivos já colados nos
devidos modelos:
Finalização
Materiais: Lapiseira 0.5; que você encontra em qualquer
papelaria e verniz brilhante ou fosco a depender do
modelo que você estiver fazendo.
Nesta etapa fazemos os retoques finais na nossa
maquete, como desenhar as superfícies de
comando, colocar peças frágeis e envernizar.
> Para desenhar as superfícies de comando,
utilizamos uma lapiseira 0.5.

> Podemos deixar para colocar peças frágeis nesta


etapa também, peças como linha de antena, hélices,
fixar trens de pouso, entre outras. Como são peças
frágeis, colocamos por último, pois não iremos
manusear mais o modelo então há menos chances
de danificar.
> Para envernizar utilizamos verniz brilhante em
spray para aeronaves que possuem brilho e no caso
de aeronaves foscas, como a maioria das aeronaves
militares, utilizamos verniz fosco em spray.
> Essa é a última coisa que fazemos, e antes de
começar a aplicar o verniz é importante verificar se
o modelo está totalmente limpo e com todas
correções já feitas.
Depois disso é só aplicar e esperar secar, o que não
demora muito. Em torno de 12 horas, então nosso
modelo estará pronto.
Veja abaixo fotos de modelos
prontos:
Acredito que esta forma de construção de modelos
seja o melhor hobby para quem ama a aviação.
Como você viu neste manual, é possível criar réplicas
muito realistas utilizando apenas técnicas e materiais
simples.
Este é o propósito.
Se você quiser se aprofundar ainda mais neste hobby,
não posso deixar de te convidar para conhecer o
Modelismo Raiz, o Clube, que é meu maior programa
de instrução on-line para apaixonados por aviação e
por este maravilhoso hobby.
O clube além de oferecer um curso aprofundado com
diversas aulas detalhadas em vídeo, é um espaço
cheio de recursos, onde você tem acesso a materiais,
como madeira nas dimensões mínimas, desenhos
ortogonais, adesivagens, apoio individual em seus
projetos, e muito mais.
Me acompanhe de perto no Instagram, YouTube e
whatsapp para ser avisado quando estaremos com
vagas abertas para que possamos lhe receber.

Nos vemos por aí!

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