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Apresentação:

Este foi o último dos Chevettes, não mudando sua


base desde quando começou a ser produzido em 1983
até a sua última unidade, em 1993 (embora alguns
digam que foi, na verdade, 1994) e que ganhou o
apelido de “Monzinha” devido a reestilização que ele
recebeu em 1983, que o deixou bem parecido com o
lançamento mundial da GM em 1982, o Monza, ou Opel
Ascona, na Europa.
Como todo Chevette, desde o seu lançamento, é um
carro que sempre esteve à frente de seu tempo, embora
algumas publicações automobilísticas dissessem o
contrário, principalmente pelo fato do carro contar
ainda com tração traseira (se for assim Mercedes, BMW,
Alfa Romeo, Ferrari, Porsche e outros também são
carros atrasados tecnologicamente). Mas só sendo
proprietário de um Chevette para saber que é um ótimo
veículo, embora tenha algumas limitações, como todos
os outros.
Felizes os proprietários deste modelo de Chevette,
pois trata-se do modelo mais fácil de “mexer” e alterar o
visual .
Aqui apresento algumas dicas para modificar o
carro sem gastar muito dinheiro e sem alterar as
características originais do carro.

Bom Divertimento.

Leo Moraes

PARTE I
DO EXTERIOR DO VEÍCULO

SEÇÃO I
DA FUNILARIA (LANTERNAGEM) DO VEÍCULO

1. Procure um funileiro (lanterneiro) de sua confiança. Dê


preferência àquele que lhe deixa acompanhar o serviço passo a
passo.

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2. A funilaria (lanternagem) bem feita é aquela que deve ser feita
sem pressa (sim, dá uma certa dor de cabeça, mas o resultado
final é muito gratificante).

3. Dê preferência ao funileiro (lanterneiro) que trabalhe sem o uso


de massa-plástica, somente com solda. Os “remendos” feitos em
massa-plástica costumam soltar-se com o tempo ou devido à
própria trepidação do veículo

4. Peça para o profissional de sua escolha dar uma boa verificada


nas seguintes partes do veículo:
 Caixa da bateria
 Assoalho do porta-malas

5. Troque todas as borrachas (de porta, de janelas, porta-malas,


pára-brisa e vigia traseira), para dar um aspecto mais bacana ao
carro, prefira que a as borrachas do pára-brisa e do vigia sejam
aquelas com friso cromado. Para comprar borrachas de boa
qualidade é necessário ressaltar alguns aspectos:
 Faça o seguinte teste na borracha: puxe-a e dobre-a em
seguida, a boa borracha deve voltar para a posição
original e não deve apresentar rupturas (pequenas
rachaduras) no local testado.
 Se a borracha apresentar logotipo da GM ou o local
onde deveria estar o logotipo está raspado
provavelmente é uma borracha de boa qualidade
(costuma ser lote comprado diretamente da fábrica).

6. Quanto à pintura, você pode manter a cor original, ou trocá-la


(fica cerca de R$ 100,00 para mudar a cor no documento).
Converse com o profissional de sua escolha quanto à tonalidade
escolhida e quanto à dica de pintura especial que lhe passarei a
seguir:
 Após as demãos de tinta peça ao funileiro (lanterneiro)
para, ao invés de usar verniz comum, que use verniz de
vitral (é um pouco mais caro que o verniz comum, mas
o resultado vale a pena). Independentemente da cor
escolhida, com o uso deste verniz o reflexo da pintura
muda de cor conforme a luz, algo muito parecido com

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as peças ditas “light” (freios, guidão e outras peças),
muito usadas nas bicicletas tipo “cross” da Caloi, dos
anos 80.
 Após o uso deste verniz e sua secagem, uma
cristalização da pintura é muito bem vinda.

É uma dica, com a qual não se gasta muito e se obtém um


resultado muito bom, parecendo que a pintura é muito mais cara
do que na realidade custou.

OBSERVAÇÃO: Fiz, juntamente com um amigo meu, esse tipo


de pintura em um Fusca branco, em 1992, utilizando “Duco”.
Realmente ficou parecendo que o carro era feito de pérolas. Creio eu
que com a utilização de P.U. o resultado deve ser ainda melhor.

SEÇÃO II
DOS DETALHES A SEREM MODIFICADOS

A) Dianteira

Aqui vão umas dicas para dar uma modificada na aparência do


Chevette, sem gastar muita grana. Dicas que o deixam com um visual um
pouco mais agressivo. A proposta aqui não é de alterar o “design” do carro,
mas sim valorizá-lo um pouco mais. Aqui passo alguns preços de peças que vi
no site Mercado Livre, mas provavelmente você achará preços melhores em
autopeças.

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Como disse anteriormente: felizes os proprietários desse modelo de
Chevette, pois se acha tudo na medida e não é preciso “improvisar” e
“garimpar” peças como proprietários de modelos anteriores (detalhe: sou dono
de um SL de 1979)
Vamos ver?

1. Comecemos pelos faróis principais.. Surgiram duas propostas,


uma com estilo mais “clean” e outra com estilo mais agressivo,
com máscara fumê. A primeira (Fig.01) custa por volta de
R$62,00 e a segunda (Fig.02) cerca de R$68,00.

Fig - 01

Fig - 02

2. Spoiler dianteiro, peça esta que vai instalada abaixo dos pára-
choques dianteiro. Há vários modelos no mercado, mas o que eu
acho (opinião pessoal) melhor, é comprar um “liso” (Fig. 03), que
custa cerca de R$ 85,00, aqueles sem furos ou recortes e que
você mesmo (ou alguém de sua confiança) faz os furos e recortes
de acordo com seu gosto pessoal. Deve ser pintado na cor do
carro.

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Fig - 03

3. Antes de instalar o spoiler, você deve fazer os recortes ao seu


gosto, e também instalar os faróis de milha. Pessoalmente eu
recomendo um kit do Fiat Pálio (Fig. 04), cuja máscara (também
conhecidos como capa, indicado com a seta) devem ser pintadas
na cor do carro, ou cromado.

Fig - 04

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Jamais use tinta spray,


daquelas que produzem efeito cromado, para peças externas do
veículo. Essas tintas até surtem um efeito satisfatório no começo,
mas em poucas semanas sofre a ação do tempo e começam a
descascar. É até melhor utilizar papel “contact” nesses casos do que
esse tipo de tinta.

4. Passemos para a grade dianteira do carro. Achei um modelo


bastante interessante no “Mercado Livre”, e custa cerca de

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R$60,00 (Fig. 05), mas ela é facilmente achada em autopeças e
com mais modelos para a sua escolha. A da foto é para apenas dar
uma idéia, pois, pessoalmente, acho melhor aquelas “teladas”
sem nenhum símbolo no meio. Deve ser pintada na cor do carro

Fig - 05

5. Agora digo o “por quê” da preferência da grade sem o símbolo


central. Repare bem na foto do Opala abaixo (Fig. 06). A idéia é
tentar “imitar” o letreiro “CHEVROLET” que está acima da
grade do Opala no Chevette.

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Fig - 06

Para isso iremos fazer o seguinte:

 Comprar um letreiro com a palavra “CHEVROLET” (Fig.


07). Preferencialmente aquele que vai à tampa do porta-
malas do Kadett (ano 1996 para cima).

Fig - 07

 Com a ajuda de um bom estilete, separe as letras, tomando


o cuidado de dar um bom acabamento, não deixando
“resquícios” de que as letras eram emendadas.
 No local indicado na foto (Fig. 08) cole a letra “R”, em
seguida cole as outras letras em espaços uniformes entre
uma e outra (a ajuda de uma régua ou fita métrica é
indispensável nessa hora). Recomendo o uso de fita dupla
face para colar as letras.

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Fig - 08

6. Os pára-choques do carro (Fig. 09). Recomendo que seja feito o


seguinte: Uma lixada neles, até tirar um pouco da rugosidade do
material, em seguida aplica-se um “primer” (fundo para pintura) e
pinta-se a peça da mesma cor e do mesmo modo que se pintou o
veículo. Tome o cuidado de preservar os frisos cromados dos
pára-choques, pois, embora não pareça no início, eles dão uma
boa diferença no resultado final do visual do carro.

Fig - 09

B) Lateral

1. Os frisos laterais (borrachão) .Nestes devem ser preservados as


“tiras” cromadas (Fig. 10), pois ajudarão bastante no aspecto final
do carro. A dica que eu dou é para que se dê uma lixada,
procurando tirar um pouco da rugosidade da superfície e, em
seguida a aplicação de “primer” (fundo de pintura) para a
posterior pintura, na cor do carro. Enfim, o mesmo processo feito
com os pára-choques.

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Fig - 09

2. Uma boa dica para a lateral do carro é uma peça que dá um efeito
muito bonito em todos os Chevettes, são as molduras das janelas
laterais dos SL de 1975 (Fig. 11 as dianteiras e Fig. 12 as
traseiras). O único problema dessas peças é que são raras e
quando achadas são bem caras, cerca de R$ 500,00.

Fig - 11
Fig - 12

3. Quanto a spoilers laterais (saias), são um pouco difíceis de achar


próprias para Chevette. Caso não as ache, procure alguma do seu
gosto e que seja de algum carro que tenha a mesma distância
entre-eixos do Chevette, que é de cerca de 250cm. Costumam
servir as feitas para o Kadett (Fig. 13 e 14) e também as de Corsa,
mas é bom dar uma verificada na hora de comprar. O preço
costuma estar na faixa dos R$ 80,00 a R$ 120,00. Os spoilers
devem ser pintados na cor do carro. Há quem use as saias laterais
originais do Kadett GS / Gsi, com resultado muito satisfatório

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Fig - 13

Fig - 14

4. Quanto aos espelhos, vai conforme o gosto de cada um. Vale os


espelhos originais pintados na cor do carro ou com capa cromada.
Uma sugestão que achei na internet foi o espelho da foto (Fig.15).
Trata-se de um modelo “tuning”, dito universal, com piscas
embutidos. A ilustração é só para ter uma idéia. Pessoalmente
acho que os originais na cor do carro ou com capa cromada ficam
muito melhores. Há também quem utilize as carcaças do Monza,
pintadas na cor do carro, também dão um belo efeito.

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Fig - 15

5. Opcionalmente podem-se trocar também as maçanetas das portas,


utilizando as do Corsa ou do Vectra (Fig. 16), na cor do carro ou
cromada (cerca de R$ 20,00 cada). Digo que isso é uma solução
opcional porque vai exigir um trabalho extra na funilaria
(lanternagem) para adaptação dessas maçanetas.

Fig - 16

6. Outros pontos a serem vistos com cuidado são as grades da


coluna C (Fig. 17). O tratamento dispensado à elas deve ser o
mesmo dado aos pára-choques e frisos laterais: Lixamento,
aplicação de “primer” e pintura na cor do carro.

Fig. - 17

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C) Traseira

1. Os Pára-choques (Fig. 18) devem receber o mesmo tratamento


dos pára-choques dianteiros e dos frisos laterais (borrachão).
Lixamento até perder um pouco da rugosidade, aplicação de
“primer” e pintura. Com o devido cuidado para com os frisos
cromados.

Fig - 18

2. Spoiler traseiro (Fig. 19). Fixado abaixo dos pára-choques, deve


ser tratado como o spoiler dianteiro. Assim como o dianteiro, há
vários modelos no mercado, mas deve ser correspondente ao
dianteiro. O mostrado na foto é correspondente ao dianteiro
mostrado anteriormente e o seu preço é o mesmo do dianteiro,
cerca de R$ 85,00. A peça deve ser pintada na cor do carro, assim
como mostra a foto. A instalação de faróis de neblina traseiros,
telas, etc, fica a critério do proprietário.

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Fig - 19

3. Nas lanternas surgem várias sugestões. Podem ser usadas desde


as lanternas tipo “tuning” até uma modificação um pouco mais
radical. A seguir mostraremos algumas propostas:

 Lanternas “tuning” - podem ser usadas aquelas com


visual mais “clean” como as totalmente vermelhas. Tanto
uma quanto a outra custam cerca de R$ 60,00 cada lado
(Fig.20 e 21).

Fig - 20

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Fig - 21

 Lanternas de Opala – Pode parecer uma loucura, mas isso


é o que estou chamando de transformação um pouco mais
radical. Usei essa técnica em um Chevette Hatch de 1986, e
o resultado ficou muito bom mesmo. O porém é que exigiu
um bom trabalho de funilaria (lanternagem) para a
adaptação das lanternas. As lanternas que usei foram as do
Opala 85 (Fig. 22), mas acredito que o resultado deve ficar
bom também com as do Opala 82 (Fig. 23) e as do último
modelo (Fig. 24).

Fig - 22

15
Fig - 23

Fig - 24

4. Aerofólio. Aqui há varias opções, que vão desde o mais


convencional (Fig.25), passa pelos adaptados de outros carros
(Fig.26) indo até o mais radical (Fig. 27). Pessoalmente acho que
os adaptados de outros carros dão um melhor aspecto, mais
dentro do que se espera e também a gama de escolha é bem
maior. Mas é bom lembrar que a adaptação deve ser feita por
quem entende, pois pode exigir certas ajustagens na peça. A
pintura da peça deve ser da mesma cor do carro.

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Fig - 25

Fig - 26

Fig - 27

D) Rodas e Pneus

Este é um assunto que deve ser tratado com muita seriedade, pois não se
trata apenas de aparência, mas envolvem também segurança, conforto,
estabilidade, frenagem, economia de combustível e outras coisas mais.
No Chevette é recomendável rodas com aro nunca maior que 15” , pois
acima disso o conforto é muito prejudicado, assim como a estabilidade e a
economia. Como a suspensão não foi projetada para rodas maiores que isso (e
não resolve muito o caso a troca de molas e outros componentes, pois o
problema é de dimensão da caixa de rodas, como em todos os carros), também
sofre desgaste precoce com rodas de grandes dimensões. Salvo os casos em
que, por se usar pneus de perfil baixo (195/45 18, por exemplo), as rodas e
pneus ficam nas dimensões de um roda de, no máximo, aro 15” com pneus de

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perfil normal (185/60 15, por exemplo). Mesmo assim, seu uso deve-se
restringir apenas a pisos muito bem pavimentados (o que é bem raro no
Brasil), pois o risco de perder um pneu em um buraco é muito grande (e cada
“pneuzinho” desses custa cerca de R$ 1.000,00, das marcas mais baratas).
Outro aspecto que deve ser visto com muita atenção é a largura da roda
(também conhecida por tala) e o “offset” (distância que a roda fica para fora
ou para dentro dos pára-lamas). Rodas muito largas ou com “offset”
incoerente com a suspensão do carro prejudicam a manobrabilidade do carro,
além de causar mais desgaste, devido ao maior esforço, em peças como caixa
de direção, pivôs de suspensão, amortecedores, etc.
Os modelos são dos mais variados, mas aqui vão umas fotos de algumas
que podem ser usadas para dar um visual legal e não prejudicar a suspensão
(aqui são mostrados alguns modelos de aro 15”).

Fig - 28
Fig - 29
Outra sugestão que dou a respeito das rodas, agora diz respeito à
aparência, é a aplicação de um acessório também conhecido como borboleta
(Fig. 30). Acessório original do Corvette Sting Ray e do Jaguar E-Type, o qual
são vendidas no mercado réplicas muito bem feitas.

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Fig - 30

Quanto aos pneus, dê preferência para pneus de “primeira linha”


(Firestone, Pirelli, Goodyear, Michelin, etc) e, no caso do Chevette com roda
aro 15 recomendo as medidas 185/55, 185/60 ou 185/65. A largura 195 já
começa a prejudicar a dirigibilidade e a manobrabilidade do carro.
Pessoalmente dou preferência à marca Firestone, principalmente para
pneus usados na tração (eixo traseiro no caso do Chevette), pois são
fabricados com compostos mais “duros”, portanto são mais resistentes ao
desgaste (no meu 79 só uso Firestone atrás, medida 175/70R13. Pratico muito
“burn-out”: os pneus chegam a alisar, mas nunca estouraram, nem mesmo nas
manobras mais exigentes).

PARTE II
DO INTERIOR DO VEÍCULO

SEÇÃO I
DOS DETALHES A SEREM MODIFICADOS

No interior do veículo é um tanto difícil dar sugestões, pois é


principalmente aí que o que vale mesmo é o toque pessoal do proprietário.
Mas, em todo o caso, aqui vão algumas dicas que podem dar uma valorizada
no interior do carro.

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1. Quadro de instrumentos do painel. Aqui há duas opções,
dependendo do tipo do painel do carro em questão. Há o quadro
de instrumentos mais antigo (Fig. 31), que acabou sendo usado
até mesmo nos últimos Chevette, e há aquele mais moderno,
lançado no Chevette SE de 1987 (Fig. 32), conhecido como o
“com relógio digital”.

Fig. - 31

Fig. - 32

 Quanto ao painel com relógio digital (Fig. 32), não há


muito que ser feito, a não ser a personalização dos fundos
dos instrumentos e da iluminação. E isso deve ser feito em
uma boa casa especializada em velocímetros e
instrumentos automotivos. Há casas que mudam a
marcação do velocímetro (chegando a 200 km/h ou 240
km/h) calibrando também o medidor, para que marque
corretamente a velocidade. A dificuldade desse tipo de
painel fica por conta da instalação do conta-giros
(tacômetro): não tem como colocá-lo no quadro de
instrumentos. Salvo se o proprietário optar por um modelo
digital. Na foto há alguns modelos de conta-giros digital,
que custam cerca de R$ 250,00 (Fig. 33). Nesse caso não
se usa a carcaça do conta-giros, somente o “miolo”, que

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deve ocupar o lugar do relógio digital (Fig. 34). Caso
queira usar um modelo analógico há que se adaptar o
conta-giros em outra parte do painel, que aí fica a gosto do
proprietário.

Fig. - 33

Fig. - 34

 Quanto ao painel “mais pobre” (Fig. 31), há uma solução


para o conta-giros. É bastante trabalhosa, mas é uma
solução. Consiste em usar os instrumentos da linha
Gol/Santana, dos fins dos anos 80 (Fig 35). Mas iremos
usar apenas os instrumentos (relógios) e não o quadro
inteiro. A idéia é a seguinte: Instalar o velocímetro do Gol
onde fica o velocímetro do Chevette, e o conta-giros do
Gol (que também engloba marcador de combustível e
temperatura) onde ficam os marcadores de temperatura e
combustível do Chevette. Esse trabalho provavelmente
exigirá a abertura dos círculos onde se encaixam os
instrumentos originais do Chevette e um posterior ajuste
dos pontos de fixação dos relógios. A personalização dos
instrumentos (fundos e iluminação) fica a critério do
proprietário.

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Fig. - 35

 Outra opção para esse tipo de painel é a troca pelo quadro


de instrumentos do Chevette GP II (um tanto difícil de se
achar e razoavelmente caro) e/ou personalização (Fig. 36)

Fig. - 36

2. Revestimentos internos. Isso também fica bem ao gosto do dono


do carro. Aqui dou umas dicas com um toque pessoal.

 Bancos – podem ser aproveitados (e bem aproveitados) os


bancos originais do carro (Fig. 37). A sugestão é que se
procure um bom tapeceiro para fazer o serviço que eu
sugiro aqui: Aplicação de couro (ou outro material que o
valha, como o “korino”, que é mais barato) de duas cores
(Fig. 38), fazendo uma combinação que mais agrade o
dono do carro

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Fig. - 37

Fig. - 38

 Painel – Aqui a aplicação de couro, como nos bancos,


também pode ser (bem) feita por um bom tapeceiro. Na
foto abaixo (Fig. 39) indico a aplicação de couro preto com
uma seta amarela, e a aplicação de couro de outra cor com
uma seta vermelha. O couro de outra cor também deverá
ser aplicado na tampa do porta-luvas.

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Fig. - 39

 Forros de porta e laterais traseiras – Do mesmo modo que


indiquei o item anterior indicarei estes. O serviço também
pode ser feito pelo tapeceiro A ressalva é que isso pode ser
modificado devido à instalação de alto-falantes, se esse for
o caso, a alteração deve seguir conforme o gosto do
proprietário. No caso dos forros de porta, recomendo o uso
de couro colorido nos descança-braço.

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Fig. - 40

Fig. - 41

 Console - quanto ao console, pode ser o original revestido


em couro colorido, o que dá um resultado bem a contento.
Mas se estiver a fim de gastar um pouco mais de grana
(custa cerca de R$ 350,00 quando é achado), pode-se
adaptar, sem problema nenhum, o console original do
Chevette GP II (Fig. 42) e revesti-lo com o couro colorido.

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Fig. - 42

3. Alavanca e manopla do câmbio - Aqui eu sugiro o uso de couro


preto (para dar contraste com o colorido do console) no
revestimento da alavanca, o uso de um anel na base (Fig. 43) e
uma manopla ao gosto do dono do carro.

Fig. - 43

4. Volante. Aqui também vai muito do gosto pessoal do dono do


carro. Só estou mostrando algumas opções, dentre elas o uso do
volante do Corsa (Fig. 44) com o uso de couro colorido em seu
aro (indicado pela seta vermelha).

Fig. - 44

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Fig. - 45

Fig. - 46

PARTE III
DA MOTORIZAÇÃO

Chegamos à parte mais interessante do carro.


Como todos nós já sabemos, o Chevette é o carro em que há muita
facilidade de adaptação de outros motores. Aqui apresentarei algumas já bem
conhecidas e também “brincaremos” com a mecânica original do Chevette.

A) ADAPTAÇÕES

1. Motor AP Volkswagen (Fig. 47) – pessoalmente não cai muito no


meu gosto esse tipo de adaptação. Na minha opinião se o sujeito
quer um motor Volkswagen no seu carro, ele que compre um

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Passat ou um Voyage e seja feliz (sim, pode me chamar de
“purista”). Além do mais não é uma adaptação das mais fáceis
devido aos pontos de fixação do motor e flange para o câmbio,
peças e mão-de-obra que acabam saindo um tanto caras.

Fig. - 47

2. Motor Chevrolet 151 (Opala 4 cilindros) – No Chevette é uma


verdadeira usina de força, tanto que a própria Chevrolet
reconheceu isso: estava praticamente pronto o lançamento do
Chevette GP III para 1980 (com a frente de duas grades, o
Chevette “bicudo”) com esse motor (Fig. 48), a fábrica até já
havia encomendado para a ZF um lote de diferenciais especiais
para o carro. Só que em 1979 veio o golpe de misericórdia da
crise do petróleo e o lançamento foi adiado, só que nunca veio.

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Fig. - 48

A adaptação desse motor no Chevette é muito conhecida,


necessitando apenas a troca do eixo-piloto, da suspensão dianteira
e do diferencial. Mas o diabo é justamente esse diferencial, que
deve ser o do Chevette hidramático, justamente uma versão da
qual saíram da fábrica muito poucas unidades. Costuma-se usar o
diferencial da Chevy 500 no lugar, dizem que agüenta bem. A
fixação do motor também é bem mais fácil do que a adaptação do
motor AP Volkswagen

3. Motor Chevrolet 250 (Opala 6 cilindros) – adaptação também


muito difundida no “mundo Chevettesco” (Fig. 49). A adaptação
do poderoso “seis canecos” no Chevette segue basicamente a
mesma receita da adaptação do motor 151, as diferenças estão na
suspensão dianteira (que deve ser mais reforçada devido ao maior
peso do motor), no diferencial (usa-se o do Opala, uma adaptação
um tanto trabalhosa), na fixação do motor (um pouco diferente da
do motor quatro cilindros) e no recorte feito na lataria, perto do
fecho do capô (para caber o radiador).

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Fig. - 49

B) VENENOS

Aqui usaremos como base a mecânica do próprio Chevette. A grande


vantagem dessa “brincadeira” é a eliminação de etapas necessárias numa
adaptação (troca suspensão, confecção de flanges para encaixar o motor no
câmbio, troca de diferencial, etc.). O que se traduz em menos trabalho e
menos “gastança” de dinheiro. O mais interessante desses venenos que
passarei a seguir é que eles podem ser feitos em qualquer motor de Chevette,
tanto faz se é 1.0, 1.4 ou 1.6.
Passarei aqui três receitas de veneno para o motor do Chevette: uma
leve, uma média e a outra um pouco mais “pesada”.
Vamos ver?

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1. Veneno Leve - Com essa receita ganhamos cerca de 10 % de
força. Consiste basicamente em trocar o carburador original,
através da instalação de uma flange, por um Brosol 2E, original
de Monza (Fig.50) e a troca de velas de ignição pelas de dois
eletrodos ou com eletrodos de prata. A eliminação de um eventual
catalisador ajuda (e muito) no ganho de potência, assim como o
abafador central do escapamento.

Fig. - 50

2. Veneno Médio – Ganho aproximado de 20% a 30% de força.


Consiste em utilizar a receita do veneno leve com algo mais. Esse
algo mais já consiste em coletores especiais de admissão (Fig. 51)
e de escapamento (Fig. 52), carburador Weber 44 (Fig. 53) e um
comando de válvulas do Chevette 1973 (Fig. 54 – meramente
ilustrativa), pois este comando tem melhor tempo de abertura.

Fig. - 51

31
Fig. - 52

Fig. - 53

Fig. - 54

3. Veneno “Pesado” – Esse já é um pouco mais complexo, vai


exigir uma explicação pouco mais detalhada e um pouco mais de
“verba” para ser feito. Mas esse eu garanto que fica muito bom.
Fiz essa “receita” num Chevette 75, quatro marchas... o “bicho”
alcançava 150 km/h em terceira marcha, isso quando o veneno
ainda não estava completo, pois ainda andávamos com o
carburador original do Chevette (corpo simples) e com o coletor
de escapamento também original. A receita consiste em
transformar o motor do Chevette num 2.3 litros. Como isso?
Veremos a seguir:

 Preparação do bloco do motor – o ideal é comprar outro


bloco, já meio “detonado” de preferência porque sai mais
barato e, pelo o que vai ser feito, tanto faz se é novo ou já

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bem usado (tanto faz se é de motor 1.4, 1.6 ou 1.0). Em
seguida manda-se o bloco para uma retífica onde será feito
um serviço “especial”: a abertura dos cilindros para que
caibam as camisas e os pistões do Opala seis cilindros
(Fig. 55).

Fig. - 55

O que será feito em seguida é a montagem desses pistões e


anéis do Opala nas bielas do Chevette. Monta-se o motor
normalmente. As válvulas continuarão as originais do
Chevette, o que deverá mudar, para se obter uma melhor
performance é o comando de válvulas, que deverá ser um
289º ou 286º.

 Coletores de admissão e carburador. – Devem se usados


os mesmos tipos de coletores usados no veneno médio
(Fig. 51), só que o carburador que eu recomendo agora é
nada mais nada menos que um “quadrijet”, também
conhecido com “quadrifoglio”, quando usado nos Alfa
Romeo 2300 nacionais (Fig. 56), pode-se usar um ou dois
carburadores desses. O carburador Weber 44 (Fig. 53)
também é uma boa pedida para esta receita.

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Fig. - 56

 Sistema de Escape – Os coletores devem ser os mesmos


usados na receita de veneno médio, ou seja, dimensionados
(Fig.52). O restante do cano de descarga deverá ser “reto”,
ou seja, sem nenhum silenciados, abafador e (muito
menos) catalisador, pois cavalo que anda também faz
barulho. Opcionalmente pode-se usar um abafador traseiro
(Fig. 57).

Fig. - 57

 Velas de Ignição e cabos de vela – Sugiro aqui velas de


boa qualidade, de preferência as de quatro eletrodos (Fig.
58), usadas em motores de aviação. Essas velas
proporcionam uma queima mais completa da mistura ar
combustível, o que resulta em respostas mais rápidas e uma
relativa economia de combustível. Cabos de vela eu sugiro
os supressivos e siliconados (Fig. 59), a sugestão que eu
vou dar é um pouco cara, mas vale o investimento: prefira
os cabos importados da marca Accel.

34
Fig. - 58

Fig. - 59

 Filtro de ar e respiro do óleo – É só usar os esportivos de


sua preferência e de boa qualidade, aqui ilustro umas
sugestões (fig. 60 e 61).

Fig. - 60

35
Fig. - 61

 Radiador de óleo – Num veneno como este é quase que


indispensável o uso de um bom radiador de óleo. É ele o
responsável por refrigerar o óleo do motor, não deixando
assim que ele “afine” muito. Podem ser encontrados
muitos modelos de radiadores de óleo. Aqui apenas ilustro
o que é (Fig. 62).

Fig. - 62

36
QUER CORRER MUITO?
Faça esse veneno, turbine o motor e chegue aos 250 km/h.

CUIDADO IMPORTANTÍSSIMO: Como esta receita se trata de um


aumento volumétrico do motor, o que acaba por afinar as paredes dos
cilindros, é importante ter muito cuidado, evitando acelerações muito bruscas
e aumentos de temperatura. Ajuda muito a utilização de aditivos de radiador
de boa qualidade e cerca de 100 ml de Molykote no motor a cada troca de
óleo, que deve ser sempre entre 3.000 km e 5.000 km. O óleo é outro item
importante: só use óleos de boa qualidade, com aditivação SJ ou superior. Não
é necessário o uso de óleo sintético, basta apenas um óleo de boa qualidade e
respeitar as trocas.

BOA DIVERSÃO

Bem, espero que essas dicas sejam de alguma valia para as


modificações de seu Chevette. Uma coisa é certa: seguindo as instruções
teremos um carro à altura de uma BMW Série 3 (Por que não?) por um preço
bem mais em conta..
Espero também mais participações na nossa comunidade do “Orkut” –
Chevette - Dicas e Venenos:

http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=4350610

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Abraço.

Leo Moraes

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Texto: Leo Moraes

Fotos:

 Mercado Livre (anunciantes)


 Arquivo de Imagens do Yahoo
 Arquivo Pessoal
 Divulgação

Sorocaba, 29 de abril de 2006.

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