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Curso de Aerografia

Pintura Automotiva
A pintura automotiva com o aerógrafo!
Com o conhecimento das técnicas de aerografia você está pronto para fazer pintura automotiva.
Vamos fazer neste capítulo uma pintura que você vai acompanhar passo a passo:
Este veículo entrou para ser reformado com mudança de cor de branco perolizado para branco
liso. Como também será feito o trabalho de pintura de um desenho, esta será feita aproveitando o
fundo perolizado, pois a imagem tem tudo a ver com o tom de branco.
Primeiro, visualize a área que você vai trabalhar, neste caso o capo do carro; coloque o tamanho deste em sua mente, para que
você possa imaginar o tamanho de sua imagem, ou simplesmente meça o tamanho do capo e o tamanho apropriado da imagem
em relação ao capo (no caso em questão, usei o computador para aumentar e imprimir a imagem).
Mas se você não dispõe deste recurso, não há o mínimo problema. Vá a uma loja de xerox que faça ampliação e amplie para o
tamanho desejado, mesmo que você amplie a figura por partes e monte depois para ficar do tamanho que escolheu. Caso tenha
que montar deste modo, use fita transparente, para que uma fita opaca não apague os detalhes da figura (no caso usei fita Faber
Castel encontrada em qualquer papelaria), no caso em que vamos trabalhar a figura foi montada com 04 folhas tamanho A4. Faça
pelo menos 02 cópias da figura pronta, ou seja tenha tres moldes no mínimo, pois serão necessários, e também uma cópia em
tamanho pequeno para servir de referência, pois a cópia menor fica mais nítida e revela vários detalhes que somem na cópia
grande. Isto ajudará muito a reparar e observar as nuances de tons para que sua figura fique pelo menos de 80 a 90% igual a
original.
OK! Vamos ao passo um. — Coloque a figura já montada sobre uma superfície lisa e limpa (uma mesa de vidro, por exemplo), fixe
suas pontas com fita adesiva. Evite usar fitas com muita cola para não sujar o papel com a figura, o qual daqui pra frente
chamaremos de máscara.
Com ajuda de um estilete (faca alfa e outros apelidos), corte com firmeza as listras do tigre (sua lâmina deve ser nova para não
provocar um corte irregular no papel). Preste atenção para não ligar entre sí os cortes, pois isto deixará a máscara muito mole e
provavelmente você irá entortar a figura, alguns retoques ou continuações das listras ou outros detalhes você poderá fazer a mão
livre.
Por se tratar de uma pintura automotiva, alguns cuidados extras devem ser tomados, como por exemplo, manter a área a ser
pintada, sempre muito limpa e desengraxada. Use solução desengraxante com um pano limpo e macio e que não solte pelos (eu
uso perfex). Adiante teremos a foto com o modo certo e errado de se passar o desengraxante, para que ele realmente tire as
impurezas, gorduras ou contaminações.
Após a limpeza da área, estique a máscara sobre o capo, fixando-a nas extremidades com fita adesiva, certificando-se de que a
máscara esteja perfeitamente esticada.
Como estamos trabalhando com papel e nem sempre o capo é reto isto pode fazer com que a máscara não fique totalmente presa
à superfície. Aqui vai uma dica importante: use na parte posterior da máscara, uma cola a base de água como, por exemplo, a
PRIT, para que depois você consiga remover o excesso apenas com um pano úmido. Não exagere na quantidade de cola, esta
servirá apenas para manter a máscara rente a superfície.

Agora vamos comentar alguns pontos importantes:


Atente para este detalhe importante: Você está trabalhando sobre a pintura de um veículo e todo cuidado é pouco, a começar pela
tinta.
a) não use tintas que não sejam automotivas.
b) não use solventes diferentes do recomendado pelo fabricante da tinta.
c) não use solvente diferente do solvente da tinta para limpar seu aerógrafo. Caso você proceda assim, seu equipamento poderá
não ficar perfeitamente limpo o que irá entupi-lo, e até mesmo fazer com que ele cuspa resíduos da tinta anterior (mesmo que a
tinta seja da mesma cor ela pode sair em forma de partículas sólidas sujando a pintura), pois a imagem tem o uso de várias cores,
inclusive de materiais (tintas) incompatíveis umas com as outras, ex.:
boca (vermelho fluorescente {sintético}) ,
olhos (verde transparente {acrílico) e
por último o branco da iluminação dos músculos e outras partes {branco geada — Laca Nitrocelulose, também conhecido
como DUCO}).
Esta mistura toda esta sendo aplicada sobre uma pintura poliéster.
Materiais incompatíveis — Este é um ponto importante na aerografia, pois nem sempre encontramos as cores necessárias
para realçar nosso trabalho, em uma mesma categoria de tintas. Neste caso você pode lançar mão deste expediente como se
segue:
Certifique-se primeiro que a tinta sobre onde será aplicado este novo material, esteja bem seca.
Vá aplicando a nova tinta aos poucos e com aplicações secas para que o solvente desta nova tinta não penetre na outra, retirando
assim o risco de reação entre elas. Se o caso for mais grave e você precisar umedecer mais para produção de mais efeito, tome
os seguintes cuidados.
a) aplique duas demãos empoeiradas de verniz Clear ou Binder
espere 10 minutos entre as demãos e mais 15 após elas aí sim comece a aplicação da sua tinta porém não encharque e sim
aplique mãos úmidas com intervalo de 10 minutos entre elas.
b) dependendo da tinta a seguir a ser aplicada sobre esta última, repita a aplicação dos neutralizantes acima mencionados da
mesma forma, para então continuar o serviço.
Os outros cuidados que se seguem não são menos importantes, contudo eu os chamo de ZELO.
Como por exemplo: Este veículo sobre o qual estou fazendo esta pintura, é um Fiat 147, porém de um único dono desde zero
(mesmo que não fosse!), imagine o carinho que ele tem pelo carro! E se fosse uma Ferrari? Você tem que trabalhar da mesma
forma, com igual esmero e cuidado em qualquer veículo não importando a marca, ano, estado, ou dono; até porque a técnica é a
mesma (quanto mais capricho, melhor será o resultado).
Importante: caso você não esteja seguro, certifique-se de que o carro tenha uma camada boa de verniz, para que se por um
desastre qualquer, você retire o trabalho feito, sem prejudicar a pintura original, daí a importância de não encharcar as demãos de
tinta, pois se você nunca molhar demais, estas tintas aplicadas não se fundirão na pintura original.. Se você avaliar que o veículo
precisa de verniz, aplique três mãos de preferência do verniz poliurietano, se assim a tinta de baixo permitir, para então após 24
horas de secagem, você iniciar com segurança seu trabalho.
Nota importante! Quando você for demorar mais que meia hora para retomar seu trabalho, deixe seu
aerógrafo de molho no solvente, caneca de tinta e principalmente o bico pulverizador, lembre-se sempre que
o equipamento sempre limpo reproduz os jatos de tinta uniformes.
Agora sim, mãos à massa! (Calma isto é força de expressão, não vá para cozinha fazer uma macarronada).
Com a máscara já fixada com a ajuda da cola se necessário for, pegue a tinta de sua escolha para o tom escuro das listas do
tigre, misture-a bem até ficar perfeitamente homogeneizada (no caso estou usando azul Santiago perolizado, base poliéster pronta
para uso. Pronto para uso significa dizer que não deve ser diluído com mais solvente, no caso de pinturas automotivas, porém o
aerógrafo é uma pistola sensível e não deve trabalhar com tintas pesadas, para não provocar over-spray nas bordas da pintura.
Portanto meu conselho é que você adicione 20 % em relação ao volume da tinta, de solvente recomendado pelo fabricante da
tinta. Esqueça pelo amor de Deus, aquelas velhas e arcaicas maneiras (se é que você as tem) de misturar solvente de 2ª em tinta
de acabamento, ou redutor acrílico em tinta poliéster ou redutor poliéster em tinta que não seja da mesma classe.
Bem voltemos à explicação anterior onde recomendei a adição de 20% do total do volume da tinta, em solvente da mesma
qualidade, para baixar a viscosidade da tinta e facilitar sua pulverização pelo aerógrafo, sem você ter que aumentar a pressão de
ar que não deve ser superior a 40 libras (procure trabalhar entre 30 e 40 libras), pois pressões superiores a 60 lbs danificarão seu
aerógrafo, então porque trabalhar sem margem de segurança e também porque pressões superiores a 40 lbs., levantarão sua
máscara do lugar, dificultando o trabalho e muitas vezes borrando a pintura.

1 Antes de começar a jatear o trabalho, faça o exercício de aquecimento


dos músculos da mão e de sua coordenação motora, observe na figura
1 ao lado, que fiz isto no próprio isolamento do carro.
Agora sim, dê a 1 ª mão de tinta. Esta mão os pintores de autos
chamam de mão de aderência e não deve ser molhada (figura 2 ao
lado). Note que existe outra figura de igual tamanho, fixada no vidro do
carro, esta deverá permanecer aí até o final do trabalho para
observação e referência.Após 10 minutos aplique a 2ª mão (figura 3
abaixo), carregando um pouco mais, porém aproveitando para
escurecer mais apenas os locais mais escuros, observe sempre como
referência o original no vidro do carro.
Espere mais 10 minutos e remova cuidadosamente a máscara (não
deixe que ela se rasgue, ainda será bastante usada) use uma régua
plástica como auxílio, por exemplo, e vá raspando suavemente por
trás, soltando a máscara capo.
2
3

Retirada a máscara, faça sua primeira observação da pintura.


Veja que apenas os contornos mais fortes ficaram definidos
(figura ao lado). Após 15 minutos, passe levemente um pano
úmido e limpo sobre o trabalho para remoção de alguma
impureza, sujeira e principalmente resíduos da cola, não
esfregue com força, caso haja acumulo de cola, deixe o pano
úmido no local por alguns instantes e remova a cola em
seguida.
Após isto, limpe novamente toda a área a ser pintada com
solução desengraxante, este processo deve ser repetido a cada
troca de máscara ou início de novas etapas da pintura, assim
como também se você deixou o trabalho para o dia seguinte,
isto permitirá que se acumule poeiras etc., que deverão ser
removidas antes do reinício do trabalho.

OK! Agora vamos demarcar os contornos, pois nossos tigres estão sem limites de seus corpos.
Lembra-se que eu falei no começo para ter no mínimo 03 máscaras, pois é! Vamos recortar a 2ª máscara de modo a vazar apenas
a parte externa da mesma. Com o auxílio de uma caneta hidrocor preta, com tinta a base de água, trace suavemente o contorno
da figura, isto servirá de guia para o isolamento a seguir.

Você deve ter a mão, uma fita flexível para


demarcação, no caso estou usando a fita da Acetech
(figura ao lado), que acho bem melhor que as outras,
pois não deixa que sua pintura fique serrilhada nas
bordas. Olhando bem a figura fixada no vidro do carro
e faça a demarcação.
Note que eu não isolei o desenho, pois a pintura agora
será tão suave que não se faz necessário o
isolamento, porém se você se sentir inseguro para
assim proceder, faça seu isolamento. (se você parou
por mais de uma hora, por qualquer motivo que seja,
ou se desconcentrou, repita os exercícios de
aquecimento das mãos e de sua coordenação motora)
ou seja mande a mensagem para o seu cérebro de
que você precisa de concentração, firmeza e
suavidade; mas faça o exercício, não mande só a
mensagem.

Lixamento
Ok! Tinta nele veja a figura abaixo. Você irá usar lixa d’água n.º 1500 ou 2000, (nunca
Após pelo menos 5 minutos, retire o isolamento e observe mais grossa que estas), como uma borracha,
que alguns pontos da figura estão por demais demarcados, porém neste tipo de trabalho a borracha deve
o que será corrigido na próxima etapa apagar aos poucos e suavemente ou seja a lixa
com lixamento deve ser bem fina para inclusive dar alguns efeitos
de degradee , observe a figura abaixo ( faça isto
com calma).

Agora que já suavizamos os contornos com o lixamento, seque e desengraxe novamente o desenho e passe para a etapa
seguinte, que é a boca e os olhos. Lembra-se do 3º desenho que te falei (cópia em xerox)? É hora de usarmos. Recorte a boca e
o que mais você achar necessário para continuar sua pintura e prepare-se para usar o aerógrafo à mão livre.
Faça também dentes, olhos, sombras, enfim, comece agora a preencher a figura com detalhes. Para que você não tenha muita
dificuldade, use as máscaras para localizar os tons médios da juba ou bochecha e cabeça para definir melhor as camadas de
pelos da bochecha por exemplo.

Agora vamos usar um pedaço de acetato para


fazermos alguns pelos e principalmente os bigodes.
Pegue o acetato e corte-o com algumas curvas
parecidas com o contorno da figura, faça vários cortes
finos e de vários ângulos e tamanhos, observando a
figura fixada no vidro do carro, pinte os bigodes.(note
que usaremos 02 tintas diferentes, a escura para o
lado claro da figura e a vice versa). Use seu bom
senso, experimente o resultado da pintura sobre o
acetato em uma folha de papel antes de fazê-lo sobre
o capo.

Na próxima etapa vamos iluminar a figura


Esta etapa servirá para iluminação da figura.
Usaremos um branco mais claro que o fundo da
figura, aplique sobre as partes que mostrará o
alto relevo dos músculos e ou cabeça, membros
etc., tenha cuidado para não exagerar na
aplicação, nem sempre muita tinta reflete o que
você quer; vá clareando aos poucos (sempre
compare com a figura do vidro).
Feito isto, é hora de proteger nosso trabalho até
aqui feito (note que só foi trabalhado o tigre
maior; propositadamente fiz isto para que você
olhe cada detalhe do nosso desenho, como se
fosse o único, pois todas as partes do desenho
merecem sua total atenção).
Após uns 30 minutos, vamos fazer um lixamento redondo para nivelar a superfície externa da pintura e aplicaremos uma mão de
verniz no capo inteiro, visando proteger o tigre maior que já está pronto.
Lembra que te falei do modo certo e errado de se passar a solução desengraxante?

Nesta outra figura (abaixo) temos o modo correto que é o


Aqui está representado na figura abaixo, horizontal, porém também o pano umedecido com a solução,
o modo errado que é circular, pois este deverá sempre partir do mesmo ponto, ou seja, não faça um
movimento leva e movimento horizontal de vai e vem.
trás de volta a contaminação por gorduras
e
outros resíduos

Agora aplique o verniz sendo a 1ª demão de aderência e


a 2ª uniformemente molhada e só, procure aplicar o
verniz no fim da tarde, pois assim você terá a noite toda
para a secagem, podendo retomar seu trabalho pela
manhã. A aplicação deste verniz não é feita com o
aerógrafo e sim com uma boa pistola de alta, seguindo-
se as recomendações de pintura automotiva, ou seja ,
estamos usando no caso, o verniz bi componente
poliéster , catalizado na proporção de 2:1 + 10% do
volume total de solvente também poliéster, conforme
recomenda o fabricante; pressão do ar entre 45 e 50 lbs,
distância de aproximadamente 20 cm entre a pistola e a
peça, 15 minutos de intervalo entre as demãos e não
esqueça que o ambiente em que você irá envernizar a
peça deverá ser fechado, livre de corrente de ar e de
poeiras.

Bem se o cliente escolhesse este trabalho com apenas os tigres soltos no capo, já estaria praticamente pronto iríamos apenas
trabalhar os detalhes do tigre menor e envernizar novamente.O que fazer então? Coloque sua imaginação para funcionar e dar o
seu toque pessoal no trabalho. A minha imaginação no caso, me fez visualizar que os tigres estão pulando de dentro do capo para
fora, então devo reproduzir este efeito na figura. Fui até meu computador e usando o efeito enrolar página do Corel , montei
alguns ângulos diferentes até montar uma moldura com o contorno escolhido para dar a impressão de que os tigres tivessem
arrebentado a lataria. Ainda no computador montei a imagem do contorno sobre os tigres a aí sim ficou legal, imprimi então
apenas o contorno do tamanho que coubesse no capo. (se você não tem este recurso de computação e não sabe desenhar, peça
alguém para te dar uma mão e fazerem juntos o desenho).
Novamente vamos fixar a máscara de papel com a ajuda da cola prit e promover o isolamento com a fita filete especial e outra fita
cola comum, use a filete nas bordas onde a pintura deve ficar bem definida e a outra para isolamento (figuras 1 e 2 abaixo).
1 2

Repare que cobri com isolamento as partes claras da


figura. Olhando para o original que está ao lado,
comece com uma mão suave de tinta (observe que
estou usando a mesma tinta do tigre, pois quero
reproduzir o efeito de dentro para fora, portanto devo
usar o mesmo tom), carregue na quantidade de tinta
apenas onde for necessário para escurecer. Isto feito
espere de 5 a 10 minutos e ainda olhando o original,
corte suavemente a máscara deixando coberto o meio
de cada imagem de dobra e faça suaves aplicações
para produzir um degradee em torno do isolamento
central, conforme figura ao lado.

Agora retire a máscara, sempre com muito


cuidado para que ela não se rasgue, podes
precisar dela. Limpe a superfície com pano
limpo e úmido pra retirar possíveis sujeiras e
principalmente a cola. Veja na figura abaixo
como ficou.
O próximo passo é a iluminação das partes
altas da figura. Use o mesmo branco que
usou para iluminar o tigre. Com ajuda de uma
máscara de acetato, faça a iluminação a mão
livre.

Após 30 minutos, faça um lixamento suave


ainda com a lixa 1500 sobre as bordas do
último desenho e forçando o lixamento sobre
os tigres, pois eles já estão protegidos. Este
lixamento sobre os tigres, servirão para
nivelar o verniz sobre eles aplicado. Seque
seu trabalho e olhe para ele. O trabalho até
poderia estar pronto, porém vamos puxar
mais pela imaginação. Enquanto pensava,
disse para mim mesmo, preciso diferenciar o
local de onde os tigres estão vindo,
localizando inclusive eles no em relação ao
espaço.

Usei então um azul de outro tom bem mais


claro (azul fitalo mixing) este azul é
transparente, quanto mais mãos se aplica mais
forte e escuro ele fica(é uma tinta que tem alto
poder de tingimento, porém não tem cobertura),
para definir o fundo e escureci mais a parte
superior do fundo dando uma impressão
pesada. Veja como ficou (figura ao lado).

Não desliguei a imaginação e continuei a


pensar!
Daí me surgiu uma outra pergunta. Porque eles
estão tão bravos e principalmente assustados
(falta na imagem um bom motivo para isto),
logo depois concluí que algum barulho muito
grande os teria assustado, o que me trouxe a
mente uma tempestade, pois não conheço
barulho mais forte do que o de um trovão e
como trovão sempre vem acompanhado ou
precedido de raios conclui que era o que
precisava! Não posso pintar o barulho de um
trovão, porém os raios sim. Então vamos lá,
temos que reproduzir estes pensamentos.
Enquanto esperava ao fundo secar, fui para o
computador. Ajeitei a imagem e imprimi no
tamanho mais ou menos que iria se encaixar
na pintura e colocando-a ao lado do trabalho,
comecei a pintar, desta vez à mão livre, pois a
esta altura sua mão já está bem treinada para
isto. Porém se você tiver dificuldades, faça do
seu desenho máscaras que limitem a esfera,
os raios e a claridade das nuvens.
Veja que bonito resultado.

Hei! Não fique tão contente, seu trabalho ainda não acabou. Eu sugiro que se você estiver cansado (a), que descanse e relaxe um
pouco, pois agora você vai precisar da paciência oriental para trabalhar no tigre menor. Quanto menor a figura, maior é o trabalho
e mais esmero e cuidado você precisa, deixei este trabalho por último, propositadamente, porque a esta altura você já treinou
bastante sua mão e já conhece bem o comportamento de seu aerógrafo.
Pegue aquela primeira máscara dos tigres e seja mais minucioso (a) com os detalhes da imagem. Vaze no papel, detalhes que
antes você não fez e então repita o sombreamento. Vais notar que a aparência da imagem melhorou bastante, ficando por fazer
apenas o nariz, olhos e iluminação. Tente com calma reproduzir os pequenos detalhes. Como a figura é pequena, alguns detalhes
são praticamente impossíveis de se fazer com o aerógrafo, use então canetinhas, mas não a base d’água desta vez. Após isto
envernize pela última vez o seu trabalho, obedecendo a técnica anteriormente empregada para o verniz.

Cansado (a)? Mas olha só seu trabalho como ficou! Valeu a pena.

As Tintas Automotivas, e Suas Características.


1 - Duco
As tintas chamadas Duco, de Dupont Company, ou base Nitrocelulose são sempre lisas, ou seja, não metálicas. Seu poder de
cobertura é muito bom. Depois de seca é dura e nada flexível. O polimento, portanto é fácil e o brilho aparece rápido. Se for pintar
um modelo que não levará decais, onde não é necessária a aplicação de verniz sobre a tinta, dê preferência ao uso da Duco. Sua
diluição para uso no aerógrafo deve assemelhar-se ao leite de vaca, ou seja, necessita bastante thinner. Sua secagem é muito
rápida, o que prejudica seu alastramento. Da linha do Tempo, pode-se usar os seguintes thinners: 2008 - Secagem rápida;
proporciona menos brilho; menos indicado para o plástico estireno; é o melhor para limpeza do material. 2002 - Secagem boa;
excelente brilho. 4001 - Secagem mais lenta; proporciona excelente brilho. 3001 - secagem bem lenta; proporciona excelente
brilho. Possui "retardador". Não use nas primeiras camadas. Evite usar sobre decais.
2 - Acrílica
Com base de resina acrílica estas tintas podem ser lisas, metálicas ou perolizadas. As metálicas possuem partículas de alumínio
que dão efeito interessante na cor, reforçando brilho e reflexos. Estas partículas existem em três tamanhos. Alumínio fino, médio e
grosso. Para modelos, o uso de cores que possuam em sua formulação o alumínio grosso deve ser evitado uma vez que fica
evidente a distorção na escala. As perolizadas possuem micro partículas de mica, mineral responsável pela iridescência. Essas
tintas dão efeito muito interessante e mais adequado às escalas reduzidas. Deve ser diluída na proporção de 2 de thinner para 1
parte de tinta pois é fornecida bastante densa. Os solventes indicados seguem a mesma tabela das tintas Duco sendo entretanto
mais indicado o 4001. Durante a pintura, o depósito da tinta deve ser agitado com mais freqüência, porque estas micro partículas
se depositam com rapidez, no fundo do recipiente. As Acrílicas lisas não necessitam de aplicação de verniz, entretanto as
Metálicas e as Perolizadas requerem as camadas finais de verniz. Obtem-se assim um brilho mais líquido e vitrificado. Por isso, as
Acrílicas metálicas eram chamadas de "dupla camada"; uma de tinta e outra de verniz.
3 - Poliester
As tintas de resina base poliester estão no mercado basicamente nas cores metálicas e perolizadas, embora existam as lisas
básicas como vermelho, preto, branco e etc. Sua característica principal é o excelente alastramento seguido do alto poder de
cobertura. Fornecida normalmente pronta para uso, se for mais confortável ao modelista, uma diluição de até 20% é tolerável.
Neste caso o 4001 pode ser usado. Obviamente que o conteúdo de uma lata que já tenha passado horas aberta exigirá a adição
de maior proporção de solvente. Seu inconveniente fica por conta da não aderência ao plástico estireno. Assim como as Duco
necessitam ser aplicadas sobre um primer. A primeira aplicação mostrará logo ao modelista a necessidade de um verniz, pois
apesar de lisas e uniformes, ficam acetinadas ou até foscas após a secagem. Não ensope a superfície buscando brilho, isso irá
causar manchas na superfície. A aplicação poeirada é mais indicada. O brilho só será obtido com a aplicação de verniz sobre a
camada de poliester.
4 - Poliuretano (PU)
As tintas PU, ou mesmo Bi-componente, como também são chamadas, está entre as melhores do mercado automotivo. No Brasil
não existem as metálicas ou perolisadas. Uma cor não metálica de carro importado moderno certamente só é encontrada em PU.
Assim, se o modelista quiser pintar seu modelo naquela cor, terá que aprender a usá-la. Elas necessitam de um catalisador
próprio para atingirem suas qualidades totais. Num ambiente bem quente, elas até secam sem uso de catalisador, entretanto ficam
muito vulneráveis (extremamente sensíveis a solventes, álcool, etc). Cada marca possui o catalisador próprio bem como indicam
um solvente próprio, entretanto o 4001 da Tempo pode ser usado. A adição de solvente não deve ultrapassar os 20%. Seu tempo
de secagem é mais lento do que as outras tintas mencionadas aqui, o que a torna a campeã no item "alastramento". Sua
aplicação em modelos deve ser mais cuidadosa e restringir-se as carrocerias apenas. De comportamento semelhante as esmalte
sintéticas elas tendem a arredondar quinas e cobrir detalhes miúdos quando aplicadas com algum excesso, o que é muito difícil
acontecer com as outras tintas automotivas.

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