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OURO
1 - Introdução
Há muitas divergências sobre o surgimento do famoso Martelinho de Ouro,
nome técnico RSP – Recuperação Sem Pintura. Trabalho artesanal que
consiste exclusivamente em desamassar a chapa sem danificar a pintura.
Alguns defendem a ideia que surgiu nos anos 40, nas linhas de montagem da
Mercedes Benz, em Stuttgart, na Alemanha, onde alguns técnicos
massageavam a chapa de metal, de fora para dentro, até restabelecer a forma
original. Tempos mais tarde, anos 70, nos Estados Unidos, a técnica tornou-se
mais conhecida, surgia na época montagem de carros, com chapas de metais
mais finas, pinturas resistentes e mais maleáveis. No Brasil defendem a ideia
que fora inventado em meados dos anos 80 em São Paulo, capital. Entretanto,
não ha registros que comprove a data e quem iniciou esta arte.
Sendo os primórdios da arte no Brasil ou exterior, a ideia principal para
recuperar o amassado desde então é a mesma, ou seja, de fora para dentro,
igualando o brilho da pintura e nivelando a chapa danificada.
Finalmente, podemos garantir-lhe de uma coisa, aprender esta arte hoje é um
dos mais lucrativos ramos no meio automotivo.
KPO
O KPO ou Veda Capô são produtos para tratamento de calafetação e vedação
de superfícies internas tais como: para-lamas, soleiras, calhas, colunas quinas
e aonde há emendas de chapas, usado também na manutenção automotivas
para reforço de capô, teto e portas, em geral chapas que apoiam em travessa
e barras de proteção. Na pratica é uma pasta a base de Poli-Uretano (PU)
bicomponete, A + B, com resistência e elasticidade.
Quando determinado local da peça, sofre uma pancada em cima de uma
travessa ou barra de proteção que há o KPO, temos duas situações.
Situação 1: A chapa amassada esta sobre a travessa, na qual ela entortou
devido a pancada, assim o KPO colado entre elas está segurando o
amassado.
1.2. Pré aqueça levemente por dentro a parte do KPO em que está o
amassado.
1.3. Com auxilio de uma faca ou estilete, corte o KPO rente a travessa de fora
a fora.
Dependendo da extensão e intensidade do dano, ao descolar a chapa da
travessa sairá o amassado.
Situação 2: Mesmo quando descolamos a chapa da travessa, pode ficar alguns
amassados.
1.4. Caso não recupere o amassado terá de remover o KPO por inteiro, para
que possa ter acesso com uma ferramenta para finalizar o trabalho.
Antirruído – Toroflex
Anti-ruido é o nome especifico do produto, mas também conhecido como
Toroflex, esse segundo nome vem de TORO, nome da fabricada fundada em
1956 em São Berardo do Campo-SP na qual produzia esse material. Tempos
mais tardes ela lançou uma linha desse produto chamada Toroflex, pela forte
expressão da marca no mercado nacional, tornando-se referência.
Este material era feito de fibras vegetais impregnados de betume, colocados
no lado interno das peças tais como: assoalho, porta, capo, lateral, teto e porta
mala. Eliminando as vibrações, ruídos e o calor além de proteger contra
umidade e corrosão. Os carros de hoje em dia ainda continuam saindo de
fábrica com o Anti-ruido, porém menos proporções. Dificilmente vemos em
capo e nas demais peças são em quantidades e tamanhos menores, mas
sempre com muita eficiência.
Etapas: 1. Com auxilio de um soprador térmico, pré aqueça o toroflex
levemente sobre o local que deseja remover.
2. Com uma espátula, rente a chapa, raspe o local aquecido removendo o
toroflex.
2.1 Deixa a espátula numa posição mais horizonte, pois na vertical poderá
fazer bicos na chapa ao forçar.
2.2 O que facilita a remoção do toroflex é o aquecimento, assim ele amolece e
sai com facilidade, então se aquecer uma parte maior, até raspar toda perderá
o aquecimento podendo ocasionar em bicos ao forçar e com isso também
perderá tempo.
3. Removido o toroflex realize a reparação.
4. Ao termino do serviço substitua o material removido.
2 - Acabamento
Amassados Pequenos
A técnica para recuperar amassados pequenos é um dos primeiros degraus na
nossa escada de aprendizagem, tornando-se a base principal para outras
técnicas e fundamental para resolver outros tipos de amassados. Levando em
consideração que, desamassamos de fora pra dentro, devido a sua intensidade
é certo que: todo amassado independente do seu tamanho, irá diminuindo até
ficar pequeno e depois ser removido por completo. Desta forma, se não souber
reparar um amassado pequeno, dificilmente irá reparar um grande. Com o
trânsito caótico com milhões de carros nas ruas, já é normal encontrar
amassados nos carros, acontece inclusive com os carros de fabricas zero
quilometro. Por serem tão comuns assim e simples de recuperar, são estes
amassados que rendem uma ótima lucratividade, tendo grande oferta de
serviço, gastando menos tempo e usando poucas ferramentas.
Passo a Passo
1. Verifique a viabilidade em realizar a recuperação.
2. Se necessário desmonte a peça para facilitar o acesso.
3. Selecione as ferramentas adequadas, enrole a fita crepe na ponta da
ferramenta.
4. Posicione a lâmpada para que visualize corretamente o amassado. Force
levemente a ponta da ferramenta para que a localize.
5. Comece forçando o amassado de fora para dentro, alternando os
movimentos em sentido horário e anti-horário. Faça isso até que iguale o brilho
da chapa.
6. Caso faça bicos ou ponto alto, utilize o martelinho e a ponteira para corrigir.
7. Quando igualar o brilho, retire a lâmpada e verifica ao olho nu se há
necessidade de acabamento, caso não haja está pronto do contrario faça o
acabamento.
8. Se mesmo com acabamento ainda ficarem algumas sombras, inverta o
ângulo da lâmpada e repita o acabamento.
9. Ao finalizar limpe a peça e monte caso houve desmontagem.
Veias
Quando a chapa sofre uma pancada de média e grande intensidade é certo
que, em volta do amassado ficará ressaltado, originando uma veia, que é
simplesmente um ponto alto porém mais extenso. Caso a pancada seja em
locais que por dentro da peça tem travessa, barra de segurança ou outros
componentes rente a chapa, poderá ressaltar facilmente uma veia também.
A logica é simples, o centro de um amassado está com chapa para dentro,
consequentemente em volta, sobra chapa ressaltando a veia. Esses
amassados são bem simples de resolver, nestas situações usaremos
basicamente a mesma técnica de amassados em linha e vincos. Se
analisarmos melhor, são apenas situações inversas.
1. Verifique a viabilidade em realizar a recuperação.
2. Se necessário desmonte a peça para facilitar o acesso.
3. Selecione as ferramentas adequadas.
4. Posicione a lâmpada para que visualize corretamente o amassado.
5. Se os pontos altos forem extensos, causados pelo apoio na travessa, barra
de proteção ou componentes que estão próximos a chapa, poderá usar
inicialmente o martelo, sempre abaixando das partes mais leves indo pro
centro do ponto alto em sentidos alternados.
1.2. Poderá usar a ponteira para acabamento na finalização.
1.3. Pondere sua força para que não passe do nível, caso isso aconteça terá
de utilizar outra técnica e ferramentas para fazer ao contrario.
6. Se o bico for maior que a ponta do martelo, posicione a ponteira em cima
dele rebatendo com o auxilio do martelo até nivelar a chapa.
1.1. Sempre de fora para dentro em sentidos alternados. Poderá também
abaixar somente com o martelo, porem a precisão é menor.
1.2 Pondere sua força para que não passe do nível, caso isso aconteça terá de
utilizar outra técnica e ferramentas para fazer ao contrario.
7. Se o bico for menor que a ponta do martelo, posicione a ponteira em cima
dele rebatendo com o auxilio do martelo.
7.1. Sempre de fora para dentro em sentidos alternados.
7.2. Se utilizar o martelo, além de não nivelar a chapa com precisão, irá
amassar em volta do bico, pelo martelo ser maior que ele.
7.3. Pondere sua força para que não passe do nível, caso isso aconteça terá
de utilizar outra técnica e ferramentas para fazer ao contrario.
8. Se o bico for do tamanho ou menor que a ponteira utilize somente a ponteira
rebatendo com o auxilio do martelo.
8.1. Neste caso, não circule o bico, rebata somente em cima dele.
8.2. Pondere sua força para que não passe do nível, caso isso aconteça terá
de utilizar outra técnica e ferramentas para fazer ao contrario.
9. Quando igualar o brilho, retire a lâmpada e verifica ao olho nu se há
necessidade de acabamento, caso não haja está pronto do contrario faça o
acabamento.
10. Se mesmo com acabamento ainda ficarem algumas sombras, inverta o
ângulo da lâmpada e repita o acabamento.
11. Ao finalizar limpe a peça e monte caso houve desmontagem.
Chuva De Granizo
É um fenômeno caracterizado pela precipitação de água no estado sólido, ou
seja, em forma de gelo. Essas partículas são transparentes ou translúcidas,
normalmente com tamanho entre 5 e 200 mm, podendo ser maior conforme o
nível de tempestade.
Ele é formado em temperaturas abaixo de 0ºC, principalmente nas nuvens do
tipo cumulo imbus, que se desenvolvem verticalmente e atingem grandes
altitudes. Gotículas de água adentram essas nuvens subindo e descendo,
nesse movimento fazendo com que forme camadas irregulares uma sobre a
outra, dando forma a pedra de granizo, podendo chegar em tamanhos bem
maiores quando as temperaturas são abaixo de -13ºC. Normalmente essas
tempestades podem durar de 30 segundos a 5 minutos, podendo chegar até
no máximo 15 minutos.
Esse fenômeno natural ocorre no mundo todo, mas hoje em dia vemos com
mais frequência profissionais denominados como granizeiros atuando em
alguns países como: Alemanha, França, Espanhal, EUA, Suiça, Itália, Portugal,
Turquia, Argentina entre outros. No Brasil ocorre na regiao centro oeste de São
Paulo, mas principalmente na região sul nos estados do Paraná, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
Dificilmente serviços de funilaria e pintura solucionariam danos causados por
granizos, devido a quantidade de amassados, desta forma valoriza muito mais
a recuperação sem pintura principalmente em carros zero kilometros que ficam
nos pátios das fábricas. Temos então outro nicho de mercado dentro do
mesmo ramo, no qual conseguimos uma lucratividade acima dos serviços
convencionais.
Fatores positivos ao fazer o martelinho de ouro:
1. Mantém a originalidade
2. Menos tempo de serviço
3. Custo mais baixo referente a outros reparos
4. Alto Valor agregado tendo o melhor custo beneficio de reparação
5. Pode dobrar ou até triplicar seu faturamento
Fatores negativos:
1. Não são todos os casos que podemos reparar com qualidade. Isso
dependerá da intensidade, extensão e quantidade dos reparos a serem
realizados.
2. O granizo tem formas e pesos diferentes, assim tem amassados que
recuperam e outros não. Então mesmo que recupere a maioria, não será um
serviço com qualidade.
3. Os difíceis acessos, como colunas de chapa dupla, quinas e travessas,
podem inviabilizar os reparos de alguns amassados.
4. Na reparação de granizo para que tenha sucesso, exigirá que você finalize
casa amassado com qualidade superior a 95% e seja rápido.
Etapas Ao Realizar O Martelinho De Ouro
1. Verifique a viabilidade em realizar a recuperação.
2. Se necessário desmonte a peça para facilitar o acesso.
3. Com uma fita crepe divida a peça danificada em quadrantes, desta forma
você irá reparar um quadrante por vez até o ultimo, a casa espaço que
terminar remova a fita crepe do mesmo para levantar os amassados que a fita
crepe escondeu. (Se necessário)
4. Você pode utilizar a técnica da cola quente com as ventosas para puxar os
amassados que não tem acesso e adiantar o serviço.
5. Selecione as ferramentas adequadas, enrole a fita crepe na ponta da
ferramenta.
6. Posicione a lâmpada para que visualize corretamente os amassados. Force
levemente a ponta da ferramenta para que a localize.
A sempre um receio em desmontar uma peça para realizar um reparo, seja por
falta de experiência ou tempo de serviço, levando isso em consideração
recorremos muitas vezes a utilização das ventosas com cola quente, que por
sua vez dispensa a desmontagem para realizar o reparo, tornando-se a técnica
mais utilizada entre os profissionais.
Independente da técnica que aplicamos, precisamos de um mínimo de
instrução inicial para que haja resultados positivos da sua aplicação, apesar de
parecer fácil a utilização de ventosas com cola quente exige atenção de quem
a faz uso, ao mesmo tempo que a falta de acesso torna-se a técnica vantajosa
também limita seus recursos no reparo de eventuais erros.
Fatores Positivos:
1. Repara amassados que não tem acesso.
2. Pode ser utilizada em amassados de diferentes tamanhos
3. Mantém a originalidade.
4. Não precisa desmontar a peça
5. Aumenta a produtividade
6. Economia de tempo
7. Fácil aplicação
Fatores negativos:
1. Erros como: pontos fundos, chapa esticada e amassados com muita
intensidade, muitas vezes só temos bons resultados com acesso.
2. Amassados grandes são irregulares, necessitam a aplicação
3. De outras técnicas em conjunto e terem acesso, assim o reparo deles torna-
se mais limitado.
4. Aplicado em repintura tem o risco de remover o verniz ou a tinta quando
puxar.
5. Alguns casos podem levar mais tempo do que um reparo convencional.
O aprimoramento da técnica é essencial, afinal muitos amassados só
reparamos desta forma além do que podemos utilizar simultaneamente com
outro serviço. Principalmente em casos de chuva de granizo, quando a
quantidade de amassados é grande e a técnica torna-se indispensável.
Lembrando que em alguns casos você poderá utilizar as ventosas com cola
quente no mesmo amassado que usar técnicas convencionais, exemplo: o
amassado tem acesso em uma parte mas outra parte não tem acesso, assim
aplicará as duas técnicas.Etapas:
1. Verifique a viabilidade em realizar a recuperação.
2. Se necessário desmonte a peça para facilitar o acesso (no caso de utilizar
técnicas convencionais em conjunto).
3. Selecione as ferramentas adequadas, ligue a pistola de cola quente.
3.1. Se preferir poderá utilizar um giz de cera ou marcador que não marque o
verniz para circular os amassados que irá reparar.
4. Posicione a lâmpada para que visualize corretamente os amassados.
5. Caso o amassado for igual ou maior que a ventosa de mão, posicione no
centro do amassado e puxe, mesmo que volte pouco já um adianto no serviço.
5.1. Caso utilize outras técnicas com acesso, aplique a que achar melhor.
Para-Choque
Na dianteira e traseira dos veículos em geral, existem uma estrutura metálica
que chamamos de laminas que protegem ambas as partes de pancadas. Os
para-choques são um acabamento que revestem essas laminas, absorvendo
uma colisão menor, antigamente eram de aço ou ferro, mas hoje já
encontramos no geral para-choques de plástico, fibra de vidro e aço. Para o
martelinho de ouro é quase inviável a recuperação sem pintura independente
do material, vejamos:
Plástico: Este tipo de material absorve facilmente uma pancada, afundando
muitas vezes sem danificar a pintura (choques médios e leves). Por ser
maleável, permite que arrumamos essa deformidade com auxilio de alta
temperatura e choque térmico, lembrando que este tipo de serviço é apenas
um paliativo.
Etapas
1. Verifique a viabilidade de melhora do reparo.
2. Certifique-se que há acesso por dentro do para-choque com a mão ou ferramenta que
alcance toda a parte danificada.
3. Tenha por perto um pano molhado, para utilizar quando for resfriar a parte aquecida.
Ferro Ou Aço
O que permite uma boa reparação sem pintura são as chapas finas e
maleáveis, assim os para-choques com este tipo de material, quase 90% dos
amassados são inviáveis, porque não conseguimos realizar o acabamento.
Porém isso pode variar, as vezes o amassado pode ser até médio e se não
pegar na quina, vinco ou nas dobras da peça tem possibilidade de reparação,
lembrando que a qualidade dificilmente ultrapassara 80%. Nos casos de
amassados do tipo ovinho tem mais chances por serem menores, mas mesmo
assim a qualidade dificilmente será 100%. Lembrando que o acesso nesses
casos são muitos mais difíceis, que na maioria das vezes tempos de retirar a
peça e por usar uma força maior do que a convencional, é muito mais difícil
fazer sozinho.
Etapas:
1. Verifique a viabilidade em recuperar o amassado.
2. Desmonte a peça se necessário
3. Utilize rebatedores, devido à falta de apoio e a força maior que terá de fazer.
4. Evite amassados de quinas, vincos e nas dobras da peça, pois isso aumenta
sua resistência. Priorize acessos livre, amassados pequenos e redondos.
5. Reata o amassado das partes mais leves para as partes mais fundas.
5.1 Cuidado com muita força, pois este tipo de material o acabamento é bem
difícil.
6. Utiliza martelinho e ponteira para abaixar os pontos altos
7. Repita as etapas 5 e 6 até igualar a parte danificada.
Fibra De Vidro
Este tipo de material não permite nem o paliativo, devido sua rigidez quando
recebe uma pancada ele quebra facilmente. Assim sua recuperação só é
possível refazendo a parte danificado com o próprio material ou reposição de
peça.
Porta
Normalmente nessa peças desmontamos o forro (acabamento interno) e
deparamos com uma estrutura aberta, com locais de vários acesso. Mas
também alguns modelos de carros deparamos com uma chapa que impede o
acesso, onde todos os complementos elétricos da porta ficam acoplados nela.
A partir daí temos 3 opções:
1. Podemos encontros alguns buracos que são fechados com tampões de
borracha, que ao retira-los criamos um acesso.
2. Podemos fazer um furo com uma broca serra copo (média de tamanho
17mm) e depois vedar com um tampão de borracha. Tende primeiramente
pedir autorização pro cliente e verificar se o furo não atingira nenhuma
componente elétrico ou parte que danifique seu funcionamento.
3. Podemos desmontar a chapa por completo, uma vez que ela não desmonta
parcialmente, assim termos um acesso melhor com mais opções. Caso não
saiba desmontar poderá terceirizar o serviço.