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Disciplina: Política e Gestão Educacional

Docente: Marcelo Donizete da Silva


Discente: Brissa Maria Anacleto Silva
Matrícula: 19.2.3185

Síntese baseada no capítulo “Abstracionismo Pedagógico” de José Mário Pires de Azanha em


“Uma Ideia de Pesquisa Educacional” e na coluna de Marta Arretche, “O negacionismo e o
método científico hoje e na história”.

Em “Abstracionismo Pedagógico”, José Mário Pires de Azanha discorre sobre o método


abstracionista da pedagogia brasileira através de uma análise crítica sobre seus efeitos na
educação e aprendizagem dos estudantes brasileiros do primeiro grau. Definido como uma
prática educacional que prioriza a transmissão de informações e conceitos abstratos em
detrimento da experiência concreta da descoberta e incentivo à criatividade, Azanha aponta o
risco dessa abordagem ao defini-la como um método educação descontextualizada e
desvinculada da realidade, prejudicando a compreensão e o engajamento dos alunos nas
práticas escolares, uma vez que os alunos são ensinados a seguir um conjunto de regras e
conceitos pré-determinados que, assimilados aos currículos das escolas brasileiras através das
demandas educacionais criadas pelo Estado, atuam como manutenção da hierarquia de
classes, onde os conceitos e códigos a serem apreendidos são determinados pelos estratos
dominantes da sociedade brasileira em conjunto com o Estado, ampliando a estrutural
desigualdade social no Brasil. Ao visualizar a escola, uma instituição histórica, como vítima
desse "abstracioniso pedagógico”, Azanha defende a abordagem de uma aprendizagem
baseada em experiências concretas e na exploração ativa e criativa do mundo em suas
múltiplas diferenças ao argumentar que a escola deve ser um ambiente que encoraja a
curiosidade, a diversidade e a descoberta, em suma; uma instituição onde a educação é
baseada em experiências concretas e no desenvolvimento de habilidades e valores
importantes para a vida em sociedade.

Na coluna "O negacionismo e o método científico hoje e na história" por Marta Arretche é
abordado o tema do negacionismo e suas implicações para o método científico.
Determinando negacionismo como uma postura que nega a verdade concebida através de
fatos e evidências científicas, a autora aponta os riscos dessa prática ao relembrar as ondas de
“fake news” durante a pandemia de 2020 relacionadas o suposto “risco” oferecido pela
vacina em desenvolvimento contra a COVID-19; compartilhada em massa por grupos
extremistas em todo o mundo, eram negadas as eficácias das vacinas no combate ao vírus e
uso como método seguro prevenção à propagação da COVID-19, expondo, assim, os perigos
do negacionismo para toda a sociedade. Arretche destaca a importância do método científico
como uma forma de investigação baseada em evidências, experiência e testagem,
argumentando que o método científico é a melhor maneira de se chegar a conclusões
confiáveis e de se distinguir a verdade dos mitos e das teorias conspiratórias, sendo através da
educação desempenhado o crucial papel no combate ao negacionismo e na promoção do
método científico.

Arretche e Azanha enfatizam a necessidade de evitar o ensino abstrato e o negacionismo,


respectivamente, para promover habilidades de pensamento crítico e valorização da
educação, da pesquisa e da ciência como fonte confiável de conhecimento, criando na
educação um ponto de partida ao combate desses problemas através do incentivo à tomada de
decisões informadas baseadas em evidências científicas múltiplas que considerem com
respeito, acima de tudo, as diferenças e particularidades de cada caso.

BIBLIOGRAFIA

1. AZANHA, José Mario Pires Abstracionismo pedagógico. In Uma Ideia de Pesquisa


Educacional. São Paulo: Edusp, 1992 (Campi; 6) pp. 41-56.
2. ARRETCHE, Marta. O negacionismo e o método científico hoje e na história. São
Paulo: Nexo Jornal, 2020.

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