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Lívia Thomaz Dos Santos

Luiza Belo Dias


Riquele Silva Santos
William Edward Rodrigues Zamboni

Biografia
David Bowie é o nome artístico de David Robert Jones nascido em 08 de
janeiro de 1947 em Brixton, Londres no Reino Unido. Bowie nasceu, por
coincidência, no mesmo dia do aniversário do rei do Rock Elvis Presley que foi uma
de suas primeiras influências musicais, além de Chuck Berry e Little Richards.

Ele foi um dos maiores ícones do Pop e do pop Rock, como cantor, ator,
produtor e compositor reinventando-se todos os dias tanto musicalmente,
performaticamente, na indumentária e na maneira como se maquiava,
transformando-se em uma grande influência para o mundo. Foi pioneiro em muitas
questões, como por exemplo, foi o primeiro astro do rock a assumir publicamente
sua sexualidade, a falar sobre casamento aberto, usar esmalte, maquiagem e
vestido, a se promover como astro de cinema.

Sua vida foi marcada por muitas questões que o influenciaram a ser singular
que era e recebendo a alcunha de “ o camaleão do Rock “ por sempre mudar tanto
na música, quanto na vida . Desde o início da sua vida ele sofreu por ser um filho
ilegítimo ( concebido fora do casamento), sua mãe Margaret Mary Jones , conhecida
por todos como Peggy , era uma mulher que não era adepta a seguir os padrões da
época , tinha um espírito livre, teve vários relacionamentos extra conjugais, seus 3
filhos sendo ilegítimos : Bowie, Myra An Burns, Annette Jones e Terry Burns, filho 9
anos mais velho que Bowie e como a mãe também diagnosticado com
esquizofrenia, foi uma forte influência para David , foi seu grande herói e inspiração
para sua vida e sua música, sendo autodidata incentivou o irmão a conhecer novos
estilos musicais e aprender saxofone aos 12 anos.
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Apesar de ser considerada filho ilegítimo, Bowie tinha como figura paterna o
marido de Peggy, Haywood Stenton Jones , que Bowie admirava imensamente por
ser uma figura calma e serena e inclusive foi responsável pelo nome artístico de
David Bowie, ao ser questionado qual seria o sobrenome artístico do filho, ele
sugeriu que fosse Bowie em homenagem ao executivo de uma instituição de
caridade para crianças em que John trabalhava Dr. Barnado’s , Norman Bowie, que
era um herói de guerra condecorado . Quando Bowie foi perguntado sobre o assunto
ele disse apenas que se chamaria assim e o seu empresário e a mídia acreditaram
que seria o nome da marca americana de facas do colono James Bowie e Bowie
não esclareceu o fato permanecendo assim

Bowie escreveu várias músicas dedicadas ao irmão e falando sobre a


esquizofrenia e o suicídio do seu irmão em 1985 foi um baque muito forte para
Bowie, mesmo temendo sofrer da mesma doença que o irmão e a mãe. Além de ser
filho ilegítimo, Bowie era canhoto o que na época era considerado uma desgraça,
sendo punido e isolado por vários professores para se tornar destro, mesmo assim
galgou os degraus graças ao seu charme, porte e talento musical.

Aos 13 anos , em 1962 se envolveu em uma briga com George Underwood


por causa de uma garota , Bowie perdeu parcialmente a visão do olho esquerdo ,
após um soco no olho esquerdo com um grande anel. Apesar de ser operado o dano
causado ao olho esquerdo não pode ser reparado, alterando a cor original do olho
esquerdo azul atingido, deixando a pupila permanente dilatada dando a impressão
de usar um olho de vidro. Sua condição chamada anisocoria (pupila dilatada que
impede que a íris reflita a mesma cor que o outro olho, foi confundida várias vezes
com heterocromia (condição que os olhos são de cores distintas).

Bowie era multiestrumentista, além da voz marcante, tocando além de


saxofone, piano, teclado, sintetizador, mellatron, harmônica, xilofone, vibrafone, koto,
bateria, ukulele, dentre outros.

Bowie se casou duas vezes, primeiro com a modelo Ângela Mary Barnett em
1970 , com quem teve 1 filho chamado Zowie , que mudou de nome aos 12 para ter
um nome mais comum Duncan Jones , Bowie se separou em 1980, com Ângela ele
viveu o ápice de suas aventuras sexuais, bissexual é viciado em sexo, o casal

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tiveram diversas fantasia tanto ménages, swings, orgias e afins. Bowie não fazia
nenhum tipo de distinção entre seus amantes, cor, raça, aparência ou gênero.

Seu relacionamento foi marcado por intenso uso de drogas, sexo


indiscriminado e Rock. Seu segundo matrimônio com a modelo somali Aman
Abdulmajid, em 1992, começou com intensa química sexual, mas acabou por se
mostrar o único relacionamento monogâmico que Bowie teve, pois segundo Bowie,
Aman tinha luz própria, era sua alma gêmea, era um encontro de almas, com quem
teve sua 2* filha Alexandria Zahra Jones que nasceu com 3,400 g no dia 15 de
agosto de 2000, onde o próprio pai cortou o cordão umbilical da filha, com Aman ele
viveu até o fim dos seus dias.

Bowie faleceu no dia 10 de janeiro de 2016 em sua casa em Lafayette Street,


na cidade de Nova York, 2 dias após o lançamento do seu 25* álbum de estúdio
Blackstar e seu clipe Lazarus de um câncer no fígado, uma luta que durava 18
meses. Existem muitas polêmicas em torno de sua morte, alguns alegam que Bowie
teve um suicídio assistido , porém nenhuma teoria foi comprovada.

As obras mais marcantes de David Bowie


É inegável a importância de David Bowie na música e no cinema, assim como
seu talento, criatividade e originalidade. Sendo assim, o presente tópico destaca os
principais álbuns e filmes do artista, além de suas características marcantes.

Na música
- Space Oddity (1969): Uma de suas obras mais criativas. Logo na abertura
do disco, a entrega de Space Oddity, das composições mais emblemáticas de
toda a trajetória do artista e uma espécie de resumo do tema “cósmico” que
acompanhou Bowie durante grande parte dos anos 1970. Livre da colagens e
arranjos orquestrais explorada no primeiro álbum de inéditas, cada uma das
dez faixas do registro mergulham em uma solução de temas eletroacústicos.
Com quase dez minutos de duração, a faixa, junto de Memory Of a Free
Festival, soa como um assertivo resumo de todo o restante da obra,
ziguezagueando em meio a versos existencialistas, apaixonados, intimistas e
loucos.

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- Hunky Dory (1971): O quarto álbum de David Bowie. Aqui ele consegue
costurar suas diversas influências: Bob Dylan, Syd Barrett, música de cabaré,
hard rock, com melodias envolventes e letras estranhas e surrealistas. O
animado rock “Changes”, primeira faixa do disco, fala sobre o que viria a se
tornar sua marca registrada: a procura por constantes mudanças e
reinvenções. “Queen Bitch” é um manifesto à ambiguidade sexual, uma
característica marcante de Bowie. O ponto alto dessa primeira obra-prima de
David Bowie é “Life On Mars?” Uma canção sobre a solidão na adolescência,
que ainda nos remete à percussão do poema sinfônico “Assim Falava
Zaratustra”, de Richard Strauss, não por acaso presente na trilha sonora do
filme “2001, Uma Odisseia no Espaço”.
- Ziggy Stardust (1972): David Bowie sempre interpretou cada novo registro
em estúdio como um natural ato de experimento. Mesmo a boa recepção
de Hunky Dory, em 1971, não impediu que ele assumisse uma nova postura
no ano seguinte, transformando o single Starman na passagem para o
universo ficcional do clássico The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the
Spiders from Mars. Cabelos tingidos de vermelho, visual espalhafatoso e
maquiagem evidente, Bowie abandonou a própria identidade para assumir o
papel de Ziggy Stardust, um alienígena que tenta salvar a Terra da destruição,
mas sucumbe aos excessos do rock. Acompanhado de perto pelo guitarrista
Mick Ronson, Bowie despeja uma série de composições marcantes para o
período. De artistas próximos, caso de Lou Reed e Iggy Pop, a nomes
recentes, como Lady Gaga e TV On The Radio, sofreram a influência da obra.
- Aladdin Sane (1973): A imagem criada por Brian Duffy para a capa
de Aladdin Sane marca a identidade e visual mais icônica e lembrada de
Bowie. Produzido durante os intervalos da extensa turnê de Ziggy
Stardust (1972), o álbum indica a busca por um som tão intenso quanto o
material apresentado um ano antes. Entre flertes com o jazz e R&B, Bowie e
o parceiro de produção, Ken Scott, revelam ao público um material tão versátil
e esquizofrênico, quanto seguro, conceitualmente amarrado. Seja na
faixa-título do disco ou no interior de canções como Drive-In Saturday,
Time e Let’s Spend the Night Together, cada minuto do álbum parece

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trabalhado de forma a capturar a atenção do ouvinte, conduzido de forma
segura até o último acorde de Lady Grinning Soul.
- Diamond Dogs (1974): No oitavo álbum de estúdio, David Bowie brinca com
o uso de diferentes conceitos, referências e possibilidades dentro de estúdio.
Um verdadeiro mosaico criativo e pessimista que o músico desenvolve como
temática no decorrer da obra. Raivoso, Bowie passeia pelo trabalho
detalhando uma sequência de guitarras sujas, versos angustiados e toda a
uma forte carga emocional que há muito não se via dentro de um trabalho do
cantor. Entre distorções e pequenos experimentos, a todo instante surgem
faixas como Sweet Thing, Rock ‘n’ Roll with Me e Big Brother, esta última,
uma clara referência ao livro de Orwell. Rebel Rebel é a faixa mais icônica do
disco, a canção apresentada meses antes ao lançamento do álbum se
transformou em um dos grandes clássicos na discografia de Bowie.
- Station to Station (1976): Viciado em cocaína e sobrevivendo em uma dieta
a base de pimenta e leite, Bowie parecia claramente perturbado quando
gravou Station To Station. O próprio dizia não se lembrar das sessões que
resultaram na formação do trabalho. Fascinado pela cultura egípcia, temas
ocultistas e textos de Nietzsche e Aleister Crowley, Bowie registrou seu
trabalho mais experimental e complexo até aquele ponto. Entre referências ao
trabalho de artistas como Kraftwerk, Can e outros representantes do
krautrock, Bowie e o parceiro de produção, Harry Maslin, usaram diferentes
ritmos e técnicas de gravação, resultando na construção de um som versátil,
ocupando as brechas de cada uma das seis faixas do disco. Produzido
durante as gravações do filme O Homem Que Caiu na Terra (1976), de
Nicolas Roeg, Station To Station ainda chama a atenção pela presença de
Thin White Duke, a última persona musical incorporada por Bowie na década
de 1970.
- Trilogia de Berlim: Composto por David Bowie enquanto vivia em Berlim,
capital da Alemanha, a Trilogia de Berlim é um conjunto dos álbuns Low
(1977), Heroes (1977) e Lodger (1979).  Os álbuns são influenciados
principalmente pela música eletrônica. Fugindo da fama e do vício em
cocaína que o sufocavam, Bowie se deparou com os sons minimalistas de

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Eno e com grupos de eletrônica como Neu! e Kraftwerk, sendo estes as
maiores inspirações para o músico e “o futuro da música”, segundo o próprio.
- Scary Monsters (1980): Primeiro álbum de David Bowie após a “Trilogia de
Berlim”, com a presença de guitarras, sintetizadores e batidas levemente
dançantes. Músicas como Teenage Wildlife, com suas guitarras e batidas
marcadas, a letra pegajosa de Up The Hill Backwards e, principalmente, o
single Ashes To Ahes, música que resgata o personagem Major Tom, de
Space Oddity, porém, dialogando com a atmosfera produzida para o disco.
Bem-recebido pelo público crítica, Scary Monsters (and Super Creeps) ainda
seria responsável pelo novo posicionamento estético de Bowie, sendo
visualmente representado pela imagem de pierrô, resultado da parceria com o
fotógrafo Brian Duffy e o pintor Edward Bell.
- Let’s Dance (1983): O álbum Let’s Dance possui algumas das composições
mais queridas de toda a discografia de David Bowie. Inaugurado pelas
guitarras rápidas de Stevie Ray Vaughan e ritmo dançante de Modern Love, o
trabalho sintetiza logo nos primeiros minutos a forte relação entre Bowie e o
novo parceiro de produção, o músico Nile Rodgers, na época conhecido pelo
trabalho como integrante do Chic. Não por acaso, grande parte do registro
mantém firme a relação com a música disco, conceito reforçado com maior
naturalidade na faixa-título do álbum, um disco-punk marcado pela letra
romântica do camaleão do rock. Surgem ainda músicas como China Girl, Cat
People (Putting Out Fire), Criminal World e demais composições que
pareciam aproximar o trabalho produzido por Bowie de outros personagens
de destaque da época, principalmente Michael Jackson e o grupo
nova-iorquino Talking Heads.
- Earthling (1997): Uma mistura entre o rock e elementos da música eletrônica
— principalmente drum and bass, jungle e techno —, ponto de partida para a
formação de cada uma das nove faixas que sustentam o registro. Earthling é
considerada uma obra marcada pelas inquietações e inspirações acumuladas
por Bowie durante a extensa turnê do álbum lançado dois anos antes.
Músicas como Telling Lies, Dead Man Walking, The Last Thing You Should
Do e I’m Afraid of Americans que serviram para aproximar o trabalho do
artista de toda uma nova parcela do público. Mais do que um experimento

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isolado de Bowie, Earthling ainda se abre para a chegada de Brian Eno e dos
então novatos Moby e Trent Reznor, responsáveis pela produção dos remixes
que viriam a abastecer a edição especial do disco em 2004.
- Blackstar (2016): Com o corpo consumido pelo câncer e a morte iminente,
Bowie decidiu transformar o último trabalho de estúdio em uma minuciosa
carta de despedida. Para o 25º álbum de inéditas da carreira, Blackstar,
Bowie e o parceiro Tony Visconti decidiram incorporar elementos do jazz ao
mesmo art rock que vinha sendo produzido pelo artista no antecessor The
Next Day (2013). O resultado está na construção de uma obra sombria,
sufocante, resultado da ambientação minuciosa dos arranjos e versos
carregados de referências ocultistas, religiosas e particulares. São pouco
mais de 40 minutos de duração, seis faixas extensas e um cuidado de Bowie
na composição de cada elemento, confirmando a força criativa do artista.
Com a morte de Bowie dois dias após o lançamento do álbum, Blackstar se
transformou no primeiro trabalho de Bowie a conquistar o topo da Billboard.

No cinema
- O Homem que caiu na Terra (1976): O filme marca a estreia de David Bowie
no cinema encarnando o protagonista alienígena: um ser andrógino,
impúbere, alto para os padrões terráqueos, delicado, magro e polido. O
enredo conta com o protagonista Thomas Jerome Newton (David Bowie), um
alienígena que vem à Terra em busca da salvação de seu planeta: água.
Disfarçado de empresário, ele faz uso de tecnologias avançadas para
conseguir o dinheiro necessário para a construção da nave que o levará de
volta para casa. Para isso, no entanto, ele deve sobreviver à dura competição
do mundo dos negócios e às tentações terráqueas.
- Labirinto (1986): Convidado a interpretar o icônico Jareth, o Rei dos
Duendes no filme Labirinto – A Magia do Tempo (1986), de Jim Henson,
David Bowie acabou assumindo uma segunda função dentro da película,
colaborando com o compositor Trevor Jones na produção da trilha sonora
original do filme. O resultado está na gravação de 12 músicas inéditas,
metade delas assinadas pelo cantor inglês. O filme conta a história de Sarah,
interpretada por Jennifer Connelly, que frustrada por ter de cuidar do irmão
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caçula enquanto seus pais estão fora, ela deseja se livrar da criança, que não
para de chorar. Atendendo seu pedido, o Rei dos Duendes (David Bowie),
personagem de um dos livros de Sarah, ganha vida e sequestra o bebê.
Arrependida, Sarah enfrenta um labirinto e resgata o irmão antes da
meia-noite para evitar que ele seja transformado em um duende.

Os personagens icônicos do artista


David Bowie tem o título de “camaleão do rock”. Trabalhava muito com a
questão de identidades mistas e de exploração de personagens, ajudava com o
storytelling dos álbuns e ele personificava suas criações publicamente enquanto
suas eras duravam. Mexia muito com a percepção pública dele, apoiado pelo fato de
que o próprio “David Bowie” era apenas sua persona artística, e que os fãs jamais
iriam conhecer o David Robert Jones de verdade.

- Major Tom: Tecnicamente seu primeiro personagem, quase um protótipo do


Ziggy Stardust. Surgiu quando o cantor viu o filme ‘2001: Uma Odisséia no
Espaço’ muitas vezes chapado e teve várias revelações, escreveu sobre um
astronauta trágico. Especialistas em David Bowie constantemente relacionam
o personagem à própria personalidade de Bowie, uma imagem da própria
desconexão do artista com relação ao restante do mundo. Bateu com a
corrida espacial de 1969 e o pouso na Lua, demarcando Bowie como um
artista que comentava sobre os ocorridos de seu tempo, porém o astronauta
de Bowie tem um final bem mais trágico, flutuando no espaço sem rumo e
destinado a morte.

- Ziggy Stardust: É o protagonista do álbum Ziggy Stardust and the Spiders


from Mars e o personagem mais reconhecido de Bowie. Em uma colaboração
com o designer de moda Kansai Yamamoto, Bowie criou a imagem de um
alienígena andrógino que veio para a Terra para ser um símbolo de
esperança, visto que um apocalipse estava previsto para acontecer nos
próximos cinco anos. Com inspirações no teatro Kabuki do Japão, David
focou em uma apresentação excêntrica, usando sempre saltos de plataforma,
macacões colados e coloridos, capas com temas japoneses, maquiagem e
seu característico cabelo ruivo repicado. Todo o propósito de Ziggy Stardust

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era voltar a juventude de volta à cultura subversiva através do poder de
energias intelectuais e sexuais. Foi através do Ziggy Stardust que ele
introduziu as ideias de fluidez de gênero no rock n’ roll.

- Aladdin Sane: Aladdin Sane é uma brincadeira com a frase ‘a lad insane’, ou
‘um garoto louco’, que foi considerado por muitos como uma certa forma de
homenagem a seu meio-irmão Terry Burns, que era esquizofrênico. Bowie já
tinha usado o seu histórico familiar de problemas de saúde mental como
inspiração artística antes, e Aladdin Sane não é uma exceção. Após
aposentar Ziggy Stardust do palco em 2013, Aladdin Sane se trata de uma
transformação de Ziggy após visitar os Estados Unidos. Marcado pelo icônico
raio vermelho e azul no rosto, Aladdin retrata um jovem vivendo uma vida
boêmia em uma sociedade decadente.

- Halloween Jack: Como Aladdin Sane, o Halloween Jack também é uma


mutação do Ziggy Stardust. Em seu álbum Diamond Dogs, existe uma clara
retratação de uma sociedade urbana distópica, que originalmente ia ser uma
adaptação de Bowie da obra 1984 de George Orwell. Halloween Jack é o
Ziggy após ele aceitar e abraçar a insanidade de onde ele se encontra,
morando em um lugar onde existem os “Diamond Dogs”, uma reinterpretação
dos Droogs de Laranja Mecânica. Jack se encontra morando no topo de uma
cobertura nesse mundo distópico, se tornando um ‘cool cat’. Halloween Jack
era menos teatral e mais cômico que Ziggy, e usava um tapa olho e outras
roupas de um pirata andrógino. O Diamond Dogs é uma perfeita finalização
da trilogia distópica de Bowie, cobrindo todo o seu percurso pelo Glam Rock.

- Thin White Duke: O Thin White Duke, ou Duque Branco Magro, foi a efetiva
morte de seus experimentos no Glam Rock, passando para uma inspiração
no Soul e Blues dos Estados Unidos, que ele já havia usado no seu álbum
anterior Young Americans de 1976. Bowie sabia que um homem branco não
poderia criar um som Soul que fosse genuíno, o que levou a criação do termo
“plastic soul”. O Duque foi o último de seus grandes personagens, em que ele
incorporava sua criação, e foi para o álbum Station to Station de 1976. David
estava no auge de seu uso de cocaína e outras drogas, levando o artista a
criar severas paranoias. Ele mantinha uma jarra de seu próprio mijo guardada

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em sua geladeira para que bruxas (e Jimmy Page, por algum motivo)
usassem para feitiçaria. O artista estava seguindo uma dieta restrita de
cocaína, leite e pimentões vermelhos. Esse foi o ápice da sua instabilidade
mental, beirando a insanidade, que foi quando ele começou a criar um
personagem fascista que se tornou o Duque, que era fantasmagórico, árido e
misantrópico. Ele se fascinou por movimentos autoritários de extrema direita e
disse coisas extremamente problemáticas. Depois em sua vida, ele viria a se
arrepender profundamente dessa fase, admitindo que seu estado mental
completamente deteriorado contribuiu para sua falta de bom julgamento. Após
o Station to Station, Bowie decidiu ficar sóbrio, e acabou escrevendo a trilogia
de Berlim.

- The Blind Prophet: Foi seu último personagem em vida, que apareceu em
seus videoclipes para as músicas “Blackstar” e “Lazarus”, do Blackstar, álbum
que foi lançado dois dias antes de sua morte. O Blind Prophet, ou Profeta
Cego, usa um pano com botões sobre seus olhos. Foi um personagem
tormenta do que representa o medo da morte de seu autor, que havia
batalhado seu câncer de fígado pelos últimos 18 meses de sua vida. Bowie
sabia que iria morrer, e se utilizou amor por personagens para representar a
última faceta de sua vida: o medo da morte: David Bowie era uma pessoa que
amava a vida, amava estar aqui, entre nós, na Terra. O Profeta se tratava de
seu último suspiro artístico, uma representação de como ele se encontrava
antes de seus últimos momentos. Blackstar veio a ser conhecido como um
dos seus melhores álbuns.

A influência de David Bowie no mundo


David Bowie foi um dos artistas mais inovadores e influentes de todos os
tempos tanto no meio musical quanto na moda, com seu jeito revolucionário e
inovador quando o quesito era moda, com looks e cortes de cabelo diferenciados,
recebeu o codinome "camaleão do rock" pela facilidade de transição e
transformação. Por ser um cantor que se arriscava nas mais diversas áreas, inspirou
diversos compositores e estrelas atuais do rock.

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Em The Man Who Sold the World ele influenciou elementos do Goth Rock,
darkwave e da ficção científica de bandas como Siouxsie and the banshees, The
Cure, Gary Numan, John Foxx e Nine Inch Nails. O álbum Diamond Dogs lançado
em 1970 fez com que ele se tornasse uma das influências mais seminais do punk de
acordo com o biógrafo Michael Campbell. Logo depois, seu álbum Station to Station
exerceu enorme influência no pós-punk, no ano seguinte, “heroes” serviu de base
para Jhon Lennon e Yoko produzirem seu último álbum juntos, Double Fantasy. Sua
carreira influenciou bandas cantores e movimentos musicais na época como New
romantic e influenciou artistas como Brandon Flowers (do The killers) Marilyn
Manson, Lady Gaga, Madonna e Queen.

Bowie foi também o pioneiro do Glam Rock, um subgênero do rock


apresentado por músicos que usavam fantasias, maquiagem e penteados
extravagantes, que pode ser visto como uma moda bem como um subgênero
musical. Ele foi a primeira referência autenticamente andrógina (pessoa com
característica tanto masculinas, andro, como femininas, gyne) no Rock e no Pop, e
isso abalou as estrutura da sociedade e mudou o mundo com sua liberdade sexual e
sua pregação pela paz livre de preconceitos e seus longos cabelos. Eles fizeram
parte da estrada do Glam Rock.

David Bowie foi o primeiro Rockstar a declarar publicamente bissexual, sua


liberdade sexual aflorava no palco através de seus figurinos exibidos, misturando
referências estéticas variadas como Japão, Andy Warhol, moda, espaço, Lou Reed e
Mark Bolan. Seu movimento de libertação gay ajudou a criar novas modas e jeitos
de se vestir nas cenas de rock e música, apresentando roupas que ainda interessam
às pessoas de hoje em dia, que inspiram as pessoas a se vestirem e ser da maneira
que querem ser.

É inegável a influência do inglês em todos os âmbitos da cultura pop rock, de


Lady Gaga ao Hard Rock metal, não apenas pela quebra de preconceito em relação
ao estilo rock mas sobre a criatividade entre reinventar sem perder jamais o conceito
de suas músicas, de construir excelentes personagens que dizem muito sobre a
época em que foram inventados, assim como criar clipes fantásticos, participar de
filmes cut onde poderia ser um duende (labirinto) um vampiro, ou um jurado, porque
Bowie podia ser qualquer coisa e o que ele quisesse, esse é o seu maior legado.

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O último feito de David Bowie

Em 2004, meses após passar mal em um show, Bowie decidiu dar um hiato na
sua carreira para focar mais na sua saúde fazendo assim, posteriormente, apenas
projetos pequenos. Anos mais tarde, em 2014 ele descobriu que estava com câncer,
uma batalha que durou quase 2 anos e se encerrou em 10 de janeiro de 2016 dois
dias após o lançamento do seu álbum BLACKSTAR.

Por se tratar de um álbum que retrata a imortalidade, muito se é comentado


que Bowie previu sua morte ao lançar esse álbum como uma despedida final.
Blackstar é um álbum que transforma a percepção do fim da vida em uma
obra-prima, transformando a morte numa parceira na concepção do trabalho.

Referências
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266 p.
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<https://rollingstone.uol.com.br/noticia/o-mito-sobre-os-olhos-de-david-bowie-um-de-
cada-cor-cego-de-um-olho-entenda/>. Acesso em: 23 fev. 2023.
MÚSICAINSTANTÂNEA. Discografias: David Bowie. Brasil, 2017. Disponível em
<http://musicainstantanea.com.br/cozinhando-discografias-david-bowie/>. Acesso
em: 22 fev. 2023.
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<https://www.revistabula.com/40825-seis-albuns-essenciais-de-david-bowie/>.
Acesso em: 22 fev. 2023.
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Disponível em
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FAROUT. How many different personas did David Bowie have? A complete
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p>. Acesso em: 22 fev. 2023.
NBCNEWS. David Bowie's Best-Loved Characters: Ziggy Stardust to Goblin
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<https://auralcrave.com/en/2020/02/16/david-bowie-the-faces-the-characters-and-all-
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xgjcju000ng0cn74a5skik.html>. Acesso em: 22 fev. 2023.

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