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PANORAMA

DOS TERRITÓRIOS

AMAPÁ
PANORAMA
DOS TERRITÓRIOS

AMAPÁ
3 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

REALIZAÇÃO
Instituto Unibanco

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidência
Pedro Moreira Salles
Vice-presidência
Pedro Sampaio Malan
Conselheiros
Antonio Matias
Cláudio de Moura Castro
Cláudio Luiz da Silva Haddad
Marcos de Barros Lisboa
Ricardo Paes de Barros
Rodolfo Villela Marino
Thomaz Souto Corrêa Netto
Tomas Tomislav Antonin Zinner

DIRETORIA EXECUTIVA
Claudio José C. Arromatte
Cristina Cestari
Fernando Marsella Chacon Ruiz
Gabriel Amado de Moura
Jânio Gomes
Leila Cristiane B. B. de Melo
Marcelo Luis Orticelli

SUPERINTENDÊNCIA EXECUTIVA
Ricardo Henriques

IMPLEMENTAÇÃO DE PROJETOS
Maria Julia Azevedo Gouveia

DESENVOLVIMENTO E CONTEÚDOS
Alexsandro Nascimento Santo

GESTÃO DO CONHECIMENTO
Mirela de Carvalho

PLANEJAMENTO, ARTICULAÇÃO INSTITUCIONAL E COMUNICAÇÃO


Tiago Borba

ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO


Fábio Santiago
SUMÁRIO

Apresentação 5

Conhecendo o território 6

Estrutura Administrativa do estado 20

A situação da educação 25

Políticas educacionais do estado 44

Considerações Finais 57
APRESENTAÇÃO

Este Panorama do Território busca reunir um conjunto de in-


formações sobre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal
com o objetivo de produzir um raio-x do Ensino Médio em
cada unidade da federação. O leitor encontrará aqui uma sín-
tese com informações históricas e geográficas, dados socioe-
conômicos e demográficos, informações sobre a estrutura ad-
ministrativa do estado e de sua Secretaria de Educação. Além
disso, buscou-se traçar um panorama da rede de ensino e das
principais políticas educacionais vigentes no estado.

Por trás do trabalho de pesquisa realizado para a elaboração


deste documento está a certeza de que conhecer a realidade
da educação é passo fundamental para implementar as mu-
danças que todos desejamos. É nesse sentido que o Panorama
busca lançar luz sobre as especificidades de cada território e
de sua história, pretendendo-se um instrumento para pesqui-
sadores, formadores de opinião, analistas, estudantes, par-
ceiros e todos aqueles preocupados com os rumos do Ensino
Médio no Brasil.

Este é um diagnóstico em construção. Muitas das informa-


ções aqui reunidas são dinâmicas e por isso ele será atuali-
zado periodicamente. Este é um lembrete importante porque
reforça para o leitor um dos principais objetivos do Obser-
vatório da Educação: captar e sistematizar informações re-
levantes no campo da gestão para o ensino médio. Por isso,
a leitura do Panorama pode ser ampliada e complementada
com outros materiais que você encontra nas seções Em Debate
e Cedoc deste Observatório. Não deixe de visitar e participar!

Boa leitura!
CONHECENDO
O TERRITÓRIO
7 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

O estado do Amapá está situado a nordeste da região Norte


e tem como limites o estado do Pará, a Guiana Francesa, o
oceano Atlântico e o Suriname. A capital Macapá é a maior
cidade do estado e o Oiapoque, um dos 16 municípios ama-
paenses, está localizado no extremo norte do país.

Ainda que a ocupação do território tenha ocorrido no século


XVI, em virtude, principalmente da exploração das Guianas e
da Amazônia, a criação efetiva do atual estado só ocorreu em
1943, quando o Governo Federal criou o Território Federal do
Amapá.

AMAPÁ


menor população
do Brasil

Ao longo do século XX seu desenvolvimento foi lento. Alguns


projetos foram implementados no estado com o objetivo de
desenvolver economicamente a região. Um desses projetos
foi o Jarí (entre as décadas de 1960 e 1980), que visava à pro-
dução de arroz e celulose, além da criação de gado na região.
Também a ICOMI (Indústria e Comércio de Minérios) foi im-
portante para o estado, pois sustentou a economia amapaense
entre os anos 1950 e 1990.
8 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Em termos culturais o estado se destaca com pratos típicos e


AMAPÁ manifestações folclóricas. Entre os pratos mais apreciados da
região destacam-se a maniçoba, o vatapá, o pato no tucupi
e a caldeirada, bem como o tucupi e o famoso bolo de ma-
SETOR caxeira, o caruru e o tacacá (uma iguaria não só do Amapá,
TERCIÁRIO mas também da região amazônica brasileira). O estado tam-
é o ramo bém tem festas tradicionais como a Festa de São Tiago, que é
econômico um evento do município de Mazagão e acontece sempre na
de maior segunda quinzena de julho, quando os festejos retratam as
importância batalhas travadas entre mouros e cristãos. O Círio de Nazaré
é outro importante evento do calendário cultural do Amapá e
teve início ainda na década de 1930 na capital Macapá. Assim
TORNOU-SE
estado com a como no estado do Pará, o evento é realizado no segundo do-
mingo do mês de outubro. Marabaixo é outra manifestação
1

Constituição
de 1988 tradicional do estado que consiste em uma dança típica cele-
brada nos meses de maio, junho e julho. O ritual começa ao
som do batuque com o Ramo da Aleluia e os devotos dançam
MACAPÁ até o Marabaixo do Senhor do Quinto Domingo .
2

é a única capital
brasileira cortada
pela Linha do A economia amapaense está baseada no setor terciário, ramo
Equador econômico de maior importância para o estado. O comércio
é uma das maiores fontes de renda para o Amapá, represen-
tando quase metade desse setor. Já o serviço público é a ativi-
dade que mais cresceu nas últimas décadas e a que mais tem
contribuído para o crescimento e desenvolvimento econô-
mico do Amapá. O turismo também é outro setor de grande
importância para a economia local. Dentre os principais desti-
nos turísticos do estado, podemos destacar: a capital, a cidade
de Serra do Navio, o Oiapoque, o município Amapá – homô-
nimo do estado –, Ferreira Gomes e Porto Grande .
3

1 O Marabaixo é um ritual de origem africana que se realiza na dependência das


comemorações da Semana Santa, a partir do Domingo da Páscoa, prolongando-se
até o Domingo do Senhor. Disponível em http://www.diocesedemacapa.com.br/
conteudo/view/12. Acesso em novembro de 2016.
2 Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Amap%C3%A1. Acesso em novem-
bro de 2016.
3 Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Amap%C3%A1#Economia. Acesso
em novembro em 2016.
9 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

83,2%
dos jovens de
15 a 17 anos
estão na escola

16 9
municípios coordenadorias
7,6 mil
jovens entre
15 e 17 anos
fora da escola

764 116
escolas
públicas escolas com
ensino médio
392 regular
escolas
estaduais
10 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Dados demográficos
AMAPÁ
No Amapá, o percentual de homens e mulheres é equiva-

50% lente. Se compararmos esse cenário populacional com a rea-


lidade brasileira, é possível notar que, a proporção de mulhe-
res no estado (50%) é ligeiramente inferior a do país (51,6%)
e inversamente, tem mais homens no estado (50%) do que na
50% média do Brasil (48,4%). Em relação ao perfil da região Norte
(51,9% de mulheres e 48,1% de homens), percebe-se que os
percentuais estaduais são ainda mais próximos. A tabela
abaixo apresenta a distribuição da população do Amapá se-
gundo sexo, comparada com os dados da região Norte e com
a média nacional.

TABELA 1 | População segundo sexo

AMAPÁ REGIÃO NORTE BRASIL


SEXO
NÚMERO DE PESSOAS % % %

Mulheres 377.620 50 49,9 51,6

Homens 377.607 50 50,1 48,4

TOTAL 755.227 100 100 100

FONTE: PNAD 2014


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Em relação à distribuição da população por faixa etária, nota-


-se que no Amapá, 29,4% dos habitantes têm entre 0 e 14 anos
de idade e 28,5% têm entre 15 e 29 anos, dentre os quais 6,3%
estão na faixa entre 15 e 17 anos, ou seja, são jovens em idade
de cursar o Ensino Médio. A Tabela 2 reúne informações sobre
faixa etária dos amapaenses e assim como a anterior, compara
com a região Norte e apresenta a média do país. É possível
perceber que a distribuição por faixa etária no Amapá é supe-
rior à média nacional, que atinge 24,1% de pessoas entre 15 e
29 anos de idade, sendo que 5,2% têm entre 15 e 17 anos e se
aproxima mais do perfil regional.
11 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 2 | População segundo faixa etária

AMAPÁ REGIÃO NORTE BRASIL


FAIXA ETÁRIA
NÚMERO DE PESSOAS % % %

0 – 05 anos 84.129 11,1 10,2 7,9

6 – 14 anos 138.356 18,3 17,7 13,7

15 – 17 anos 47.752 6,3 6,1 5,2

18 – 20 anos 52.132 6,9 5,7 5,1

21 – 24 anos 55.239 7,3 6,6 6,1

25 – 29 anos 60.652 8,0 8,4 7,7

30 – 39 anos 128.286 17,0 15,7 15,6

40 anos ou mais 188.681 25,0 29,7 38,7

TOTAL 755.227 100 100 100

FONTE: PNAD 2014


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

No que se refere às informações sobre cor/raça, a maioria


(74,6%) da população do Amapá é negra, seguida pelos
brancos (24,9%). Menos de 1% declarou-se como “outros”,
como demonstra a Tabela 3. Nota-se que a realidade do
Amapá é bastante próxima àquela observada em sua região
(22,1% brancos e 76,3% negros).

TABELA 3 | População segundo cor/raça

AMAPÁ REGIÃO NORTE BRASIL


COR/RAÇA
NÚMERO DE PESSOAS % % %

Brancos 188.154 24,9 22,1 45,5

Negros 563.200 74,6 76,3 53,6


Outros (amarelo, indígena
3.873 0,5 1,6 0,9
e não declarado)

TOTAL 755.227 100 100 100

FONTE: PNAD 2014


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
12 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

No Amapá, a população é majoritariamente urbana (89,6%),


seguindo o perfil da região Norte (75,9%) e do Brasil (85,1%).
Na tabela 4 podemos observar que no estado o percentual de
moradores da área rural é menor (10,4%) que no país (14,9%) e
que na região (24,1%).

TABELA 4 | População vivendo em áreas urbana e rural

AMAPÁ REGIÃO NORTE BRASIL


ÁREA

NÚMERO DE PESSOAS % % %

Urbana 676.765 89,6 75,9 85,1

Rural 78.462 10,4 24,1 14,9

TOTAL 755.227 100 100 100

FONTE: PNAD 2014


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Em termos de indicadores sociais, o


Amapá apresenta uma situação pior que
a média brasileira.

A tabela a seguir apresenta o percentual de pessoas conside-


radas extremamente pobres e aquelas consideradas como po-
bres, tanto no estado quanto no Brasil.

O critério assumido para a classificação de pobreza é a pro-


porção de indivíduos de uma dada região que possui renda
per capita igual ou inferior a R$ 140,00 por mês (R$ 4,60 por
dia). Já o critério para definir os indivíduos extremamente
pobres é a proporção da população cuja renda familiar per
capita não ultrapasse R$ 70,00 mensais (R$ 2,30 por dia). As-
sim, observa-se que no Amapá 24,1% das pessoas estão em
situação de pobreza, e 9,9% estão em situação de extrema
pobreza. Estes percentuais são bastante superiores às médias
nacionais, de 15,2% para pessoas em situação de pobreza e
6,6%, de extrema pobreza.
13 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 5 | Indicador social: pobreza

AMAPÁ BRASIL
POBREZA
% %

Extremamente pobres 9,9 6,6

Pobres 24,1 15,2

FONTE: PNAD 2014


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Os indicadores de esperança de vida ao nascer e expectativa


de anos de estudo refletem em grande medida as condições
de vida da população de determinado território. Entretanto,
ainda que o Amapá possua índices menos favoráveis que os
do país no que se refere à pobreza, a esperança de vida e a ex-
pectativa de anos de estudo são bastante próximas. No Brasil
a esperança de vida é de 73,9 anos, no estado essa esperança é
73,8; o mesmo acontece com a expectativa de anos de estudo,
no país é 9,5 e no estado é 9,4.

TABELA 6 | Indicador social: esperança de vida e anos de estudo

INDICADORES AMAPÁ BRASIL

Esperança de vida* 73,8 73,9


Expectativa de anos de
9,4 9,5
estudo**

FONTE: IDHM-PNUD 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

*Proporção de indivíduos com renda domiciliar per capta igual ou inferior a R$70,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de
indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.
**Proporção de indivíduos com renda domiciliar per capta igual ou inferior a R$ 140,00, em reais de agosto de 2010. O universo de
indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes.
14 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

População jovem

A juventude do Amapá ultrapassa 200 mil pessoas, o que


significa 20,70% de toda a população do estado. Dentre os
jovens, os de 15 a 17 anos (idade na qual deveriam estar cur-
sando o Ensino Médio) representam 22,04% (ou 6,76% da
população do estado); os de 18 a 24 são quase metade dos
jovens (46,94%) e os de 25 a 29 anos representam 31,03% dessa
população.

TABELA 7 | População jovem segundo faixa etária – 2010

PERCENTUAL DA PERCENTUAL DA
FAIXA ETÁRIA NÚMERO DE PESSOAS
POPULAÇÃO JOVEM POPULAÇÃO TOTAL
15 a 17 45.288 22,04% 6,76%

18 a 24 96.465 46,94% 14,41%

25 a 29 63.763 31,03% 9,52%


População Jovem
205.516 100,00% 30,70%
(15 a 29 anos)

POPULAÇÃO TOTAL 669.526 – 100%

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Como mostra a tabela 8, diferente do que ocorre no conjunto


da população do Amapá, as mulheres são uma leve maioria
entre os jovens (50,53%). Em todas as faixas etárias, a dife-
rença de percentual entre os sexos é muito pequena. A maior
diferença no percentual está na faixa de 25 a 29 anos; nela, as
jovens representam 51,26%.
15 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 8 | População jovem segundo sexo – 2010


POPULAÇÃO
POPULAÇÃO
15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS JOVEM
TOTAL
SEXO (15 A 29 ANOS)

Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE
% % % % %
PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS

Mulher 22.941 50,66 48.215 49,98 32.686 51,26 103.841 50,53 334.391 49,94

Homem 22.347 49,34 48.250 50,02 31.078 48,74 101.675 49,47 335.135 50,06

TOTAL 45.288 100 96.465 100 63.763 100 205.516 100 669.526 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

ENTRE OS
Assim como observado na população total do Amapá, os jo-
JOVENS vens são majoritariamente negros, conforme demonstrado na
tabela 9. No estado, há 74% de negros e, dentre os jovens, esses
73,95% são 73,95%. Os brancos são 23,77% dos amapaenses e 23,73%
são negros
dos jovens. Pessoas amarelas e indígenas somam 2,32%. A
23,73% proporção de negros é maior na faixa de 18 a 24 anos (74%).
são brancos

TABELA 9 | População jovem segundo cor/raça – 2010


POPULAÇÃO
POPULAÇÃO
15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS JOVEM
TOTAL
COR/RAÇA (15 A 29 ANOS)

Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE
% % % % %
PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS

Brancos 10.574 23,35 22.762 23,60 15.436 24,21 48.772 23,73 159.161 23,77

Negros (pre-
tos e pardos) 33.452 73,86 71.441 74,06 47.090 73,85 151.982 73,95 495.967 74,08

Outros (ama-
relo, indígena e
1.262 2,79 2.262 2,34 1.237 1,94 4.761 2,32 14.398 2,15
não declarado)

TOTAL 45.288 100 96.465 100 63.763 100 205.516 100 669.526 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
16 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

A maternidade faz parte da realidade de 46,14% das mulheres


jovens de Amapá. Dentre aquelas que têm entre 15 e 17 anos,
mais de 2 mil já têm filhos, ou 10,21% dentre as meninas dessa
idade. Como era de se esperar, essa proporção aumenta com
a faixa etária, chegando a 45,77% entre as que têm de 18 a 24
anos e a 71,89% para aquelas que têm de 25 a 29 anos.

TABELA 10 | Mulheres jovens que possuem filhos – 2010


POPULAÇÃO
15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS JOVEM
MULHERES (15 A 29 ANOS)
COM FILHOS
Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE
% % % %
PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS

Sem Filho 20.598 89,79 26.146 54,23 9.187 28,11 55.931 53,86
Com Filho 2.343 10,21 22.069 45,77 23.499 71,89 47.910 46,14

TOTAL 22.941 100 48.215 100 32.686 100 103.841 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

A tabela 11 mostra que no Amapá, mais de mil adolescentes


entre 15 e 17 anos são os responsáveis pelo domicílio em que
vivem (2,64%). Tal responsabilidade é realidade para 13,11%
daqueles que têm entre 18 e 24 anos e para 29,36% entre os
jovens de 25 a 29 anos.

TABELA 11 | População jovem segundo responsabilidade pelo domicílio – 2010


POPULAÇÃO
15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS JOVEM
JOVENS RESPONSÁVEIS (15 A 29 ANOS)
PELO DOMICÍLIO
Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE
% % % %
PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS

Não responsáveis 44.092 97,36 83.820 86,89 44.871 70,37 172.783 84,07
Responsáveis 1.196 2,64 12.645 13,11 18.892 29,63 32.733 15,93

TOTAL 45.288 100 96.465 100 63.763 100 205.516 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
17 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

A realidade do trabalho está presente desde cedo na vida de


muitos jovens. Alguns acumulam a dupla jornada de estudos
e trabalho e outros deixam de estudar para apenas trabalhar.
A tabela 12 mostra que dentre os adolescentes de 15 a 17 anos
– idade em que o estudo é obrigatório – 16,81% estão fora da
escola (3,84% que trabalham e 12,98% que não trabalham e nem
estudam), 16,83% trabalham (12,8% conciliam o trabalho com
os estudos e 3,84% se dedicam exclusivamente ao trabalho) e
70,39% conseguem se dedicar exclusivamente aos estudos. Na
faixa etária dos 18 aos 24 anos (idade que equivale ao estudo
universitário)4 apenas 34,03% dos jovens seguiram estudando,
dos quais 21,3% apenas estudam e 12,73% estudam e trabalham.
Mais de 30% dos jovens dessa faixa etária já se dedicam exclu-
sivamente ao trabalho e, somados aos que conciliam estudo e
trabalho, essa realidade chega a 46,41%. Os que não estudam e
não trabalham somam 32,29%. Dentre os jovens de 25 a 29 anos
(idade que equivale a uma pós-gradução)5, apenas 6,25% conse-
guem continuar seus estudos com dedicação exclusiva, outros
9,73% conciliam os estudos com o trabalho, 54,74% são aqueles
que só trabalham e 29,27% não estudam e tampouco trabalham.

4 Como veremos na seção 4 a distorção idade-série é considerável no país, cerca de


30%, e, portanto, diversos jovens dessa faixa etária ainda podem estar no Ensino
Médio.
5 Apesar da idade ser equivalente ao estudo de pós-graduação é possível que haja
jovens cursando graduação e, eventualmente, mesmo o Ensino Médio.

TABELA 12 | População jovem segundo ocupação – 2010


POPULAÇÃO
15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS JOVEM
OCUPAÇÃO (15 A 29 ANOS)

Nº DE Nº DE Nº DE Nº DE
% % % %
PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS

Estuda 31.878 70,39 20.547 21,30 3.993 6,26 56.419 27,45


Estuda e Trabalha 5.795 12,80 12.276 12,73 6.203 9,73 24.274 11,81

Trabalha 1.738 3,84 32.490 33,68 34.903 54,74 69.130 33,64

Não Estuda e Não Trabalha 5.877 12,98 31.151 32,29 18.664 29,27 55.693 27,10

TOTAL 45.288 100 96.465 100 63.763 100 205.516 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
18 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Os dados sobre ocupação ainda revelam que, para todas as


ENTRE OS faixas etárias, o grupo de pessoas que não estuda e nem traba-
HOMENS lha é consideravelmente maior entre as mulheres, enquanto o
JOVENS grupo dos que apenas trabalham reúne mais homens. Essas
constatações indicam, possivelmente, que o homem continua
tendo um papel de provedor na família, enquanto o trabalho
25,1% doméstico e de cuidado familiar prevalece entre as mulheres.
estuda
No estado do Amapá, dos meninos de 15 a 17 anos, 11,14%
42,5% não trabalha e não estuda, enquanto essa é a realidade para
trabalha 14,77% das meninas. No grupo de 18 a 24 anos, 24,62% dos
rapazes e 39,97% das moças não estudam e nem trabalham.
Para os que têm entre 25 e 29 anos essa diferença é ainda
maior: os que não estudam nem trabalham são 19,13% dos
homens e 34,07% das mulheres.

Chama atenção ainda o fato de que 16,64% dos jovens me-


ninos de 15 a 17 anos já trabalham (3,84% trabalham e não
estudam e 12,80% conciliam as duas atividades). Dentre as
meninas da mesma idade, 13,43% trabalham, e 2,98% o fazem
exclusivamente.

TABELA 13 | População jovem segundo ocupação e sexo – 2010

POPULAÇÃO JOVEM
15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS
OCUPAÇÃO (15 A 29 ANOS)
SEGUNDO SEXO
HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES
% % % % % % % %

Estuda 68,94 71,80 18,51 24,09 3,97 8,45 25,15 29,71


Estuda
15,20 10,45 13,51 11,94 8,68 10,72 12,41 11,23
e Trabalha
Trabalha 4,72 2,98 43,36 23,99 68,22 41,92 42,47 24,99
Não Estuda e
11,14 14,77 24,62 39,97 19,13 38,91 19,98 34,07
Não Trabalha

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
19 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

No que se refere ao acesso à internet, a tabela 14 mostra que


quase 95% dos jovens do Amapá não possuem internet no do-
micílio. É possível perceber ainda que esse percentual perma-
nece muito elevado em todas as faixas etárias e não registra
diferenças significativas entre os sexos.

TABELA 14 | População jovem segundo acesso à internet no domicílio – 2010

ACESSO À POPULAÇÃO JOVEM


15 A 17 ANOS 18 A 24 ANOS 25 A 29 ANOS
INTERNET NO (15 A 29 ANOS)
DOMICÍLIO
SEGUNDO SEXO HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES HOMENS MULHERES
% % % % % % % %

Sem Internet
93,76 94,80 95 94,51 94,92 94,23 94,70 94,49
no Domicílio
Com Internet
4,28 3,38 3,31 4,25 3,58 4,58 3,61 4,16
no Domicílio
Não informado 1,95 1,82 1,69 1,24 1,49 1,19 1,69 1,35

TOTAL 100 100 100 100 100 100 100 100

FONTE: Censo 2010


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
A ESTRUTURA
ADMINISTRATIVA
DO ESTADO
21 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

O atual governador do Amapá é Antônio Waldez Góes da


Silva (PDT). Góes governou o Amapá entre 2003 e 2010 e foi
eleito para um terceiro mandato em 2014. Em sua carreira
política, foi deputado estadual por dois mandatos e prefeito
de Macapá6. A administração estadual conta com mais de 50
órgãos, como Agências, Fundações, Institutos e Secretarias.
Dentre as 24 Secretarias do estado, algumas apresentam inter-
face com a área educacional. A Secretaria de Estado da Ciên-
cia e Tecnologia é responsável pela formulação, coordenação
e implementação das políticas públicas para o desenvolvi-
mento científico, tecnológico, a inovação e o Ensino Superior.
A Secretaria do Desporto e Lazer contribui para o desenvolvi-
mento do esporte amapaense em todo o estado, descobrindo,
potencializando e investindo nas diversas modalidades atra-
vés do Desporto Educacional. A Secretaria Extraordinária
da Juventude coordena e articula as políticas de juventude;
elabora, desenvolve e executa programas, em parceria com
entidades públicas e privadas, voltados para o segmento ju-
venil. A Secretaria Extraordinária dos Povos Afro Descenden-
tes desenvolve estratégias de superação das desigualdades e
do racismo viabilizadas através das políticas de promoção da
igualdade racial7.

6 Disponível em http://www.amapa.gov.br/estrutura/governo. Acesso em novem-


bro de 2016.
7 Disponível em http://www.amapa.gov.br/estrutura/governo. Acesso em novem-
bro de 2016.
22 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

A Secretaria Estadual de Educação


e a rede estadual de ensino

A Secretaria de Estado da Educação (SEED) do Amapá é


composta pela Secretaria Adjunta de Políticas de Educação;
e Secretaria Adjunta de Apoio à Gestão8. A SEED possui uma
organização funcional que conta ainda com 9 coordenadorias:

Educação Específica

É composta por: Núcleo de Jovens e Adultos (NEJA); Núcleo


de Educação do Campo (NEC); Núcleo de Educação Indí-
gena (NEI); Núcleo de Educação Especial (NEES); Núcleo de
Educação Étnico-Racial (NEER). A SEED não divulgou qual
a missão e demais informações gerais desse departamento.

Finanças e Contabilidade

Essa coordenadoria é responsável por programar, coordenar,


supervisionar, orientar e controlar a execução das atividades
de finanças e contabilidade, assim como repasses e prestação
de contas de convênios estaduais e federais, de acordo com as
normas estabelecidas pelos sistemas organizados de Admi-
nistração Financeira e Contabilidade do Órgão Central.

Pesquisa Educacional

Tem a missão de realizar estudos estatísticos e pesquisas


educacionais para subsidiar o Sistema de Ensino, no planeja-
mento das políticas educacionais da Secretaria de Estado da
Educação e instituições afins.

8 Disponível em http://www.seed.ap.gov.br/interno.php?dm=382. Acesso em no-


vembro de 2016.
23 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Apoio ao Estudante

Sua principal função é participar do estabelecimento de po-


líticas e diretrizes dos programas de: Alimentação Escolar,
Saúde Ambiental Escolar, Livro Didático, Transporte Escolar,
Casa do Estudante e Bolsa de Estudo. Além disso, é responsá-
vel por programar, coordenar, monitorar e avaliar as ativida-
des de assistência ao estudante e o apoio às unidades escola-
res da rede estadual de ensino.

Educação Básica e Profissional9

O site institucional da SEED não divulgou maiores informa-


ções sobre este departamento.

Gestão

Compete programar, coordenar, supervisionar, normatizar,


orientar e controlar a execução das atividades setoriais nas áreas
de administração de pessoal, contratos e convênios, compras,
informática, comunicações administrativas, material e patrimô-
nio, serviços gerais, transporte e folha de pagamento, de acordo
com as normas estabelecidas pelos Sistemas Organizados de
Administração do Órgão Central do Governo do Estado.

Políticas Educacionais

Trata-se de uma coordenadoria de desenvolvimento e norma-


tização das políticas educacionais composta pelo Núcleo de
Assessoramento e Técnico Pedagógico (NATEP) e pelo Nú-
cleo de Inspeção e Organização Escolar (CAED). Essa coorde-
nadoria é responsável pelo desenvolvimento e coordenação
do processo de mobilização e participação democrática dos
profissionais da educação e de representantes da sociedade
civil organizada, na difusão, construção e implementação das

9 Página não encontrada. Link http://www.seed.ap.gov.br/interno.php?dm=1019


24 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

políticas educacionais gerais e focalizadas, coerentes com a


política nacional e com a realidade local. É sua função ainda
estabelecer padrões operacionais de assessoramento técnico-
-pedagógico, de monitoramento e de inspeção das ações edu-
cacionais desenvolvidas pelas Unidades Escolares.

Rede Física

É uma coordenadoria composta pelo Coordenadoria da Rede


Física (COREF); pelo Núcleo de Conservação e Manutenção
(NUCOM) e pelo Núcleo de Expansão (NUEX).

Recursos Humanos

É uma coordenadoria responsável pela promoção de estudos


para a definição de políticas de recursos humanos. Suas ações
estão voltadas à formação inicial, continuada e capacitação
para a gestão escolar dos profissionais da educação. A coor-
denadoria atua em articulação com a Escola de Administra-
ção do Amapá (EAP), Secretaria de Estado da Administração
(SEAD) e instituições públicas e particulares.

Cabe destacar que a Secretaria de Estado da Educação do


Amapá não informa em seu site institucional quais são as su-
perintendências ou regionais de ensino que a compõem.

Maria Goreth da Silva e Sousa assumiu a pasta da Educação


no estado do Amapá em agosto de 2016. É educadora, servi-
dora pública há 29 anos, especialista em educação com MBA
em gestão de pessoas, além de ser mestre em Planejamento
Governamental e Políticas Públicas. Foi diretora-presidente
da Escola de Administração Pública do Amapá, no período
de 2003 a 2010.

De acordo com o Censo Escolar de 2015, a rede estadual de


educação do estado do Amapá é composta por 392 escolas. São
145 unidades (37%) localizadas em área urbana e 247 (63%)
A SITUAÇÃO
DA EDUCAÇÃO
26 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

em área rural. As matrículas das escolas estaduais – reunindo


REDE todas as etapas e modalidades de ensino – somam um total
ESTADUAL de 131.708. Dessas, 105.408 são matrículas em área urbana e

DE 26.300, em área rural.

EDUCAÇÃO Do total de escolas do estado, 114 compõem a rede de Ensino


Médio regular estadual, estando 55 delas localizadas na área
urbana e 59 escolas na área rural. O total de matrículas em
764 escolas com Ensino Médio regular totaliza 35.294, que estão
escolas distribuídas da seguinte forma: 30.883 matrículas em escolas
públicas urbanas e apenas 4.411 matrículas em escolas situadas em área
rural.

392 Uma forma de avaliação da rede escolar é o cálculo do Índice


escolas de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) que considera
estaduais o fluxo escolar e a média de desempenho dos alunos em ava-
liações padronizadas. O Ideb do estado do Amapá subiu de
2,69 para 3,07 entre os anos de 2005 e 2015. Entre 2007 e 2011
houve aumento no desempenho estadual. Contudo, esse au-
37% mento não foi suficiente para superar a média do país, que se
em área manteve a frente do estado em todo o período. Após queda de
urbana desempenho em 2013 (2,86), o Amapá registrou aumento em
2015 (3,07).

63% O gráfico 2 mostra que as médias estadual e regional do Ideb


em área se mantêm sem grandes alterações até 2007. Com trajetórias
rural
27 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

GRÁFICO 1 | Ideb Amapá x Brasil

3,5
3,4 3,4 3,4

3,2
3,07 AMAPÁ
2,99 BRASIL

3,0 2,86
2,84

2,69
2,65

2005 2007 2010 2012 2015

FONTE: INEP
Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento 3,23
3,13
3,09
3,07
semelhantes em todo o período, Amapá e região Norte apre-
2,95 AMAPÁ
sentaram médias próximas, sendo 2009 o ano de maior dis-
2,99 NORTE
tância entre as notas (3,13 para a região e 2,84 para o estado).
2,84
Mesmo com notas semelhantes,
2,86
o estado se manteve atrás
2,71 do desempenho regional em todo o período. Após queda de
2,69
média em 2013, estado e região retomaram o crescimento em
2,69
2,65 2015, ano de maior desempenho para ambos.

2005 2007 2010


O estado do Amapá 2012 2015
possui, de forma geral, desempenho no

261,9
261,1
260,6

255,7 AMAPÁ
254,9
BRASIL
256,3 253,2
253,5

248,7

247,3
244,5

244,6

2005 2007 2010 2012 2015


3,0 2,86
2,84

28 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ


2,69
2,65

2005 2007 2010 2012 2015


GRÁFICO 2 | Ideb Amapá x Região Norte

3,23
3,13
3,09
3,07

2,95 AMAPÁ

2,99 NORTE
2,84

2,86
2,71
2,69

2,69
2,65

2005 2007 2010 2012 2015

FONTE: INEP
261,9
Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
261,1
260,6

AMAPÁ
Ideb
254,9 inferior255,7
às médias nacional e regional até 2015. Em re-
BRASIL
lação à região Norte, embora
256,3 com médias
253,2
mais próximas do
253,5
que no comparativo com o país, o estado encerrou o período
com aumento de seu Ideb, mas não conseguiu superar sua
248,7 região. Esse cenário pode ser complementado com as infor-
mações do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).
247,3
244,5

244,6

2005 2007 2010 2012 2015

254,9
255,7
255,2

256,5 253,2

250,8 AMAPÁ
NORTE
247,3
244,5

244,6
243,5

236,1 239,4
29 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

O SAEB produz informações a respeito da realidade educacional brasileira por meio de


avaliações bienais de proficiência em Matemática e em Língua Portuguesa. Trata-se de
uma avaliação por amostra e seus resultados, em conjunto com as taxas de aprovação
escolar, são a base de cálculo para o Ideb de cada estado e do nacional.

ESCALA LÍNGUA PORTUGUESA


225 250 275 300 325 350 375 400 425

NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL


1 2 3 4 5 6 7 8

ESCALA MATEMÁTICA
225 250 275 300 325 350 375 400 425 450 475

NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL NÍVEL
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

A escala de Língua Portuguesa no Ensino Médio varia de 225


a 425, dividida em oito níveis, em que quanto mais alto o ní-
vel, melhor o desempenho. O Amapá ocupou o nível 2 entre
2009 e 2011, voltou ao nível 1 no ano seguinte e retornou ao
nível 2 em 2015, como é possível observar no gráfico 3. Em-
bora o estado tenha se mantido atrás do desempenho nacio-
nal em todo o período analisado, nota-se que sua trajetória é
semelhante à do país, apresentando movimentos de aumento
e redução de média nos mesmos períodos. Em 2015, o estado
alcançou média de 253,2 (7,4 abaixo do resultado nacional).
Mas foi em 2011 que as médias estiveram mais próximas, com
uma diferença superior de 5,4 para o país.
3,4 3,4 3,4

3,2
30 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS 3,07 AMAPÁ
AMAPÁ
2,99 BRASIL

3,0 2,86
2,84
No gráfico 4 é possível avaliar o desempenho do Amapá em
2,69
Língua Portuguesa, em relação à região Norte. Nele, observa-
2,65 -se tendência distinta daquela registrada no comparativo com
o país. As médias do estado e da região Norte apresentaram
2005 2007 pouca2010
variação entre 2012
2005 e 2007, mas ambos deram um salto
2015

significativo em 2009, chegando a região a superar o desem-


penho do estado. Enquanto o Amapá3,23 apresentou pequena
variação entre os anos de 2009 e 2011, o desempenho regio-
3,13
3,09
nal sofreu queda de 5,7 no mesmo período. 3,07 Em 2013, nova
queda para o estado e para
2,95 região foi registrada, deixando
AMAPÁ a
região Norte2,99
3,8 abaixo do desempenho amapaense. No ano
NORTE
2,84
seguinte, verifica-se elevação nas médias do estado e da re-
gião, sendo o maior aumento
2,86 registrado para a região Norte,
2,71 que saiu de 243,5 (2013) para 255,2 (2015), deixando o Amapá
2,69
com desempenho 2 pontos abaixo.
2,69
2,65

2005 2007 2010 2012 2015


GRÁFICO 3 | SAEB Língua Portuguesa Amapá x Brasil

261,9
261,1
260,6

255,7 AMAPÁ
254,9
BRASIL
256,3 253,2
253,5

248,7

247,3
244,5

244,6

2005 2007 2010 2012 2015

FONTE: INEP
Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
254,9
255,7
255,2

256,5 253,2

250,8 AMAPÁ
NORTE
247,3
244,5

244,6
248,7

31 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS 247,3 AMAPÁ


244,5

244,6

2005 2007 2010 2012 2015


GRÁFICO 4 | SAEB Língua Portuguesa Amapá x Região Norte

254,9
255,7
255,2

256,5 253,2

250,8 AMAPÁ
NORTE
247,3
244,5

244,6
243,5

236,1 239,4

2005 2007 2010 2012 2015

FONTE: INEP
265,5
Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência 264,9
de Gestão do Conhecimento
262,9
260,0
A escala SAEB para a prova de Matemática do Ensino Médio
AMAPÁ
259,7
varia entre 225 e 475 260,7 (distribuídos em intervalos que
pontos
254,6 BRASIL
253,2 correspondem a dez níveis). Tal como observado no SAEB
Língua Portuguesa, o desempenho em Matemática no Amapá
apresentou melhora em 2009, ano de bons resultados também
248,6
para o país249,2
(como pode ser observado no gráfico 5). Mas, entre
247,6
2011 e 2013, houve decréscimo
246,2 nas médias do estado e do país,
ficando o Amapá com média 14,5 inferior à do país. Durante
2005 2007 2010 2012 2015
todo o período, o estado apresentou resultados abaixo das mé-
dias nacionais. Em 2015, embora retomando o crescimento, o
256,8
estado (248,6) manteve-se atrás do resultado do país (259,7).
254,6
AMAPÁ
253,2 No comparativo com a região Norte, apresentado
253,2
no gráfico
NORTE
6, é possível notar que o estado inicia o período com uma
diferença de 9,6 acima do desempenho regional. Em 2007, as
249,9
médias se igualam e, entre 2009 e 2011, tanto o Amapá quanto
248,6
a região Norte
249,2 apresentaram o mesmo movimento de au-
247,6 246,2
247,3 mento e redução de desempenho.
243,6
245,5

2005 2007 2010 2012 2015


255,2
2005 2007 2010 2012 2015
256,5 253,2

32 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ


254,9 250,8
255,7 AMAPÁ
255,2 NORTE
247,3
244,5 256,5 253,2
Nota-se, como visto no SAEB Língua Portuguesa, que o ano
244,6
de 2009 foi o de melhores resultados. Em 2013, as médias vol-
250,8 243,5 AMAPÁ
taram a ficar próximas e, em 2015, estado e região retomaram
NORTE
o crescimento, sendo 247,3
o crescimento registrado pela região
244,5 239,4
236,1 Norte significativamente superior ao do Amapá, que encerrou
244,6 o período com média 14,6 inferior à região.
243,5
2005 2007 2010 2012 2015
GRÁFICO 5 | SAEB Matemática Amapá x Brasil

236,1 239,4 265,5 264,9


262,9
260,0
2005 2007 2010 2012 2015
AMAPÁ
259,7
260,7
254,6 BRASIL
253,2 265,5 264,9
262,9
260,0
248,6 AMAPÁ
259,7
249,2 260,7
247,6 254,6 BRASIL
253,2 246,2

2005 2007 2010 2012 2015


248,6
FONTE: INEP 249,2
Elaboração: Instituto247,6
256,8
Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
246,2
254,6
GRÁFICO
2005 6 | SAEB
2007 Matemática Amapá x Região
2010 2012 Norte 2015 AMAPÁ
253,2 253,2
NORTE

256,8
249,9
254,6 248,6
249,2 AMAPÁ
253,2 247,6 246,2 253,2
NORTE
247,3
243,6
249,9 245,5

248,6
2005 2007 2010249,2 2012 2015
247,6 246,2
247,3
45,9
243,6
245,5
39,1
34,1 33,8
2005 2007 2010 2012 2015
1º ANO
FONTE: INEP
2º ANO
45,9Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
Elaboração:
3º ANO
39,1
34,1 TOTAL
33,8
1º ANO
2º ANO
33 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

O Censo Escolar é um levantamento nacional de dados esta-


tísticos educacionais a partir de informações fornecidas pe-
las próprias escolas. Dentre elas estão as somas dos alunos
aprovados, reprovados e que abandonaram a escola ao final
de cada ano letivo. A tabela 15 apresenta esses dados para o
Amapá e a média nacional. Como é possível observar, o ano
mais crítico, com as maiores taxas de reprovação e de aban-
dono, é o primeiro ano do Ensino Médio. Essa não é uma rea-
lidade exclusiva do estado e é possível observar a mesma ten-
dência na média brasileira. No entanto, no comparativo com o
país, o Amapá apresenta cenário menos favorável, com taxas
de reprovação e abandono mais elevada para todas as séries.
Já no que tange à aprovação, o estado do Amapá possui taxas
inferiores em todas as séries.

TABELA 15 | Taxa de reprovação, aprovação e abandono

AMAPÁ BRASIL
ENSINO
MÉDIO
REPROVAÇÃO ABANDONO APROVAÇÃO REPROVAÇÃO ABANDONO APROVAÇÃO

1º ano EM 19,1 14,6 66,3 17,7 10 72,3

2º ano EM 12,2 10,1 77,7 11 7,2 81,8

3º ano EM 10,4 9,7 79,9 6,6 5,4 88

FONTE: INEP 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
260,0
AMAPÁ
259,7
260,7
254,6 BRASIL

34 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS


253,2 AMAPÁ

248,6
249,2
247,6 No que se refere à taxa de distorção idade-série, indicador que
246,2
permite avaliar o percentual de alunos em cada série com idade
2005 2007 superior
2010à recomendada,
2012 o gráfico 7 mostra
2015 que no Amapá de
cada cem alunos do Ensino Médio aproximadamente quarenta
estavam com atraso de dois ou mais anos. A distorção é maior
256,8

no primeiro ano do Ensino Médio, com taxa de 45,9%.


254,6
AMAPÁ
253,2 253,2
Já os gráficos 8 e 9 demonstram que há uma tendênciaNORTEde di-
minuição da distorção idade-série ao longo dos anos. Contudo,
no comparativo com as taxas nacionais, observa-se que o es-
249,9

tado possui taxas de distorção mais elevadas


248,6 em todos os anos;
249,2
247,6 já em relação à região Norte,
246,2 as taxas estaduais são inferiores
247,3
em todo o período.
243,6
245,5

2005 2007 2010 2012 2015


GRÁFICO 7 | Taxa de distorção idade-série Amapá

45,9

39,1
34,1 33,8
1º ANO
2º ANO
3º ANO
TOTAL

FONTE: INEP 2015


Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
56,2

46,6 45,3
44,4 44 43
40,8 39,6 39,1
38,4
37,2 38,1 38,3 36,5 34,8 33,0 31,6 30,6
AMAPÁ
BRASIL

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

63,9
56,2
51,5 53,3 51,8 50,6 48,7 47,6
245,5
2º ANO

2005 2007 2010 2012 2015 3º ANO


TOTAL
35 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ
45,9

39,1
34,1 33,8
GRÁFICO 8 | Taxa de distorção idade-série Amapá x Brasil 1º ANO
2º ANO
56,2
3º ANO
46,6 45,3 TOTAL
44,4 44 43
40,8 39,6 39,1
38,4
37,2 38,1 38,3 36,5 34,8 33,0 31,6 30,6
AMAPÁ
BRASIL

56,2

46,6 45,3
2007 2008 2009
44,4 2010 2011
44 2012
43 2013 2014 2015
40,8 39,6 39,1
38,4
37,2 38,1 38,3 36,5 34,8 33,0
63,9 INEP 2015
FONTE: 31,6 30,6
Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento AMAPÁ
56,2
51,5 53,3 51,8 BRASIL
50,6 48,7
47,1 45,3 47,6 46,1
44,4 44 43
40,8 39,6 39,1
38,4

AMAPÁ
GRÁFICO
2007 9 | Taxa
2008 2009de distorção
2010 2011idade-série
2012 Amapá
2013 2014x Região
2015 Norte NORTE

63,9
56,2
51,5 53,3 51,8 50,6 48,7
47,1 45,3 47,6 46,1
2007 2008 2009
44,4 2010 2011
44 2012
43 2013 2014 2015
40,8 39,6 39,1
38,4

FACEBOOK 58,8% AMAPÁ


NORTE

SITE INSTITUCIONAL 35,3%

BLOG 11,8%
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

FONTE: INEPFACEBOOK
2015 58,8%
YOUTUBE 5,9%
Elaboração: Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

SITE INSTITUCIONAL
TWITTER 0% 35,3%

BLOG 11,8%

YOUTUBE 5,9%

TWITTER 0%
36 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Internet e Redes Sociais nas escolas


ESCOLAS
PÚBLICAS O uso de computador e da internet nas escolas pode ser con-
siderado uma ferramenta didática atual e dinâmica que pode
DE despertar maior interesse dos jovens. Apesar de não ser una-
AMAPÁ nimidade, há estudos que apontam para o uso de Tecnolo-
gias de Informação e Comunicação (TICs) nas salas de aula
como responsável por elevar a qualidade da educação, bem
como por proporcionar uma maior preparação dos jovens
para atuar em um mundo global e competitivo. Para além da
existência de computadores nas escolas, as pesquisas sinali-
zam a importância da preparação dos professores para a uti-
68,6% lização de tais tecnologias, não sendo, portanto, automático
possuem o impacto na qualidade do ensino10. Além disso, a existência
computador de computador e internet nas escolas pode ser considerado
uma boa forma de inclusão digital. Contudo, tal inclusão não
é largamente oferecida no estado, tendo em vista que um
percentual significativo de jovens amapaenses não possuem
acesso a computadores ou internet em seus domicílios, como
foi visto na última tabela 14. A existência de computador con-
33,1% templa 68,6% do universo das escolas públicas do Amapá e o
têm acesso acesso à internet é ainda menor: 33,1%. Essa realidade é infe-
à internet rior à média brasileira, onde 75,6% das escolas são equipadas
com computador e apenas 58,6% possuem acesso à internet.

10 Sobre impacto do uso de TICs na educação: LENA, Lavinas. Avaliando A Inclusão


Digital Pela Escola - O Projeto Uca-Total. Rio de Janeiro: Hucitec, 2015; O Uso dos
Computadores e da Internet nas Escolas Públicas de Capitais Brasileiras. Dispo-
nível em: http://www.institutounibanco.org.br/wp-content/uploads/2013/07/o_
uso_de_computadores_na_escola.pdf
37 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 16 | Existência de computador e acesso à internet nas escolas públicas

AMAPÁ BRASIL

NÚMERO POSSUI COMPUTADOR COM POSSUI COMPUTADOR COM


DE ESCOLAS COMPUTADOR ACESSO À INTERNET COMPUTADOR ACESSO À INTERNET
PÚBLICAS (%) (%) (%) (%)

764 68,6 33,1 75,6 58,6

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Entre as escolas estaduais do Amapá o acesso ao computador


chega a 78,6%. Já o acesso à internet é de apenas 41,6%. Essa
maior presença de TICs nas escolas estaduais também é obser-
vada no país como um todo: 94,3% das escolas estaduais bra-
sileiras têm computadores e 88,5% possuem acesso à internet,
como mostra a tabela 17.

TABELA 17 | Existência de computador e acesso à internet nas escolas estaduais

AMAPÁ BRASIL

NÚMERO POSSUI COMPUTADOR COM POSSUI COMPUTADOR COM


DE ESCOLAS COMPUTADOR ACESSO À INTERNET COMPUTADOR ACESSO À INTERNET
ESTADUAIS (%) (%) (%) (%)

392 78,6 41,6 94,3 88,5

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Entre as escolas estaduais com Ensino Médio regular, o Amapá


segue com situação inferior à média nacional. O acesso à inter-
net chega a pouco mais da metade (58,8%), enquanto a média
nacional é de 93,3%, como mostra a tabela 18.
38 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 18 | Existência de computador e acesso à internet nas escolas estaduais


com Ensino Médio regular

AMAPÁ BRASIL

NÚMERO
POSSUI COMPUTADOR COM POSSUI COMPUTADOR COM
DE ESCOLAS
COMPUTADOR ACESSO À INTERNET COMPUTADOR ACESSO À INTERNET
ESTADUAIS COM
(%) (%) (%) (%)
ENSINO MÉDIO

114 89,5 58,8 97,8 93,3

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

É possível esmiuçar esses dados de acesso por regional e


identificar em quais regiões estão as escolas que ainda não
possuem computador e internet, analisando se é uma questão
localizada ou generalizada.

Como vimos no Amapá 89,5% das escolas possui computa-


dor. Contudo, dos 16 municípios amapaenses 09 não pos-
suem acesso total à internet, como mostra a tabela 19. Apenas
os municípios de Amapá e Ferreira Gomes possuem acesso
pleno à internet em suas escolas. Pedra Branca do Amapari,
Itaubal e Oiapoque oferecem acesso à rede mundial de com-
putadores para menos de 30% de suas escolas. Vale destacar
que mesmo a capital Macapá não chega a 80% de cobertura
das escolas estaduais com internet.
39 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 19 | Existência de computador e acesso à internet nas regionais de


ensino

COMPUTADOR (%)

COMPUTADOR (%)
À INTERNET (%)

À INTERNET (%)
COMPUTADOR

COMPUTADOR
COM ACESSO

COM ACESSO
NÚMERO DE

NÚMERO DE
ESCOLAS

ESCOLAS
POSSUI

POSSUI
MUNICÍPIO MUNICÍPIO

Serra do Navio 3 100 66,7 Macapá 47 91,5 72,3

Amapá 1 100 100 Mazagão 6 83,3 50

Pedra Branca do Oiapoque 11 63,6 18,2


3 66,7 33,3
Amapari
Porto Grande 4 100 50
Calçoene 3 100 66,7
Pracuúba 2 100 50
Cutias 2 100 50
Santana 16 100 75
Ferreira Gomes 1 100 100
Tartarugalzinho 5 100 20
Itaubal 5 60 20
Vitória do Jari 2 100 50
Laranjal do Jari 3 100 66,7

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Com o objetivo de identificar a presença das escolas públi-


cas de Ensino Médio do Amapá nas mídias sociais, foi reali-
zada uma pesquisa – a partir do código INEP das escolas de
toda rede estadual – nos seguintes canais: Facebook, Twitter,
Blogspot e Youtube. Na sequência, cada perfil identificado
na busca Google foi analisado, com o objetivo verificar quais
escolas do estado mantinham páginas atualizadas ao menos
uma vez desde o início de 2015. Entre as 108 escolas públicas,
foram localizados 17 perfis (15,74%) em redes sociais. Os re-
sultados apontam a maior utilização do Facebook pelas esco-
las, como indica o gráfico 10.
40,8 39,6 39,1
38,4

AMAPÁ

40 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁNORTE

GRÁFICO 10 | Perfis
2007 2008 escolares
2009 por rede
2010 2011social
2012 2013 2014 2015

FACEBOOK 58,8%

SITE INSTITUCIONAL 35,3%

BLOG 11,8%

YOUTUBE 5,9%

TWITTER 0%

FONTE: Instituto Unibanco/2016

É possível observar a distribuição geográfica das escolas por


uso das mídias sociais no mapa disponível neste link: http://
goo.gl/vgeaLO.

Situação das Escolas

Nessa seção, iremos analisar a situação das escolas de Ensino


ESCOLAS Médio regular do estado do Amapá, no que diz respeito ao
DE ENSINO local de funcionamento, à infraestrutura e aos serviços públi-
MÉDIO DE cos, a partir de dados do Censo Escolar 2015.

AMAPÁ No Amapá, os prédios onde as escolas funcionam são ma-


joritariamente (97,1%) destinados a essa função, com pouca
divisão do espaço físico com outra escola, caso de apenas
4,8% das unidades escolares, conforme apontam os dados da
tabela 20. Templos religiosos são espaço de funcionamento
97,1% para 1,9% das escolas no estado. Já aquelas que desenvolvem
suas atividades em galpões chegam a 4,8%. No Amapá, não
funcionam
há escolas de Ensino Médio regular ocupando espaços de
em prédios
salas de empresas, unidades de internação socioeducativas,
escolares
unidades prisionais e nem na casa do professor.
41 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 20 | Local de Funcionamento das Escolas de Ensino Médio Regular

LOCAL (%)

Funciona em templo ou igreja 1,9

Funciona em galpão 4,8

Funciona em salas de empresa 0,0

Funciona em unidade de internação socioeducativa 0,0

Funciona em unidade prisional 0,0

Funciona na casa do professor 0,0

Funciona em prédio compartilhado com outra escola 4,8

Funciona em prédio escolar 97,1

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

A infraestrutura é um aspecto muito importante para o bom


funcionamento de uma unidade escolar. Quando adequada
às necessidades da comunidade escolar, ela é capaz de pro-
duzir efeitos que interferem diretamente no desempenho dos
alunos, pois facilita os processos de aprendizagem, amplia
oportunidades educativas, ajuda a dinamizar atividades e
oferece um ambiente seguro e acolhedor. No Amapá, a Ta-
bela 21 mostra que todas as escolas possuem banheiro. Esse
percentual cai para 74,3% quando tratamos da existência de
laboratórios de informática e para apenas 19% em se tratando
dos laboratórios de ciências.

As bibliotecas estão presentes em 84,8% das escolas e pouco


mais da metade das escolas do estado são equipadas com
quadras de esportes. Pouco mais de 75% das escolas pos-
suem sala dos professores e apenas 36,2% oferecem banheiros
adaptados às necessidades de pessoas com deficiência.
42 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

TABELA 21 | Infraestrutura das Escolas de Ensino Médio Regular

INFRAESTRUTURA (%)

Possui biblioteca 84,8

Possui laboratório de informática 74,3

Possui banheiro ou sanitário 100,0

Banheiro adequado a alunos com deficiência 36,2

Possui laboratório de ciências 19,0

Possui quadra de esportes 60,0

Possui sala de professores 76,2

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento

Os serviços públicos essenciais mais presentes nas escolas


do Amapá são o abastecimento público de energia elétrica
(88,6%) e a coleta regular de lixo (67,6%). O abastecimento de
água via rede pública chega a menos da metade das escolas e
apenas 10,5% possuem esgotamento sanitário.

TABELA 22 | Serviços Públicos nas Escolas de Ensino Médio Regular

SERVIÇOS PÚLICOS (%)

Possui abastecimento de água pela rede pública 45,7

Possui esgotamento sanitário ligado à rede pública 10,5

Possui lixo coletado periodicamente 67,6

Possui abastecimento de energia elétrica pela rede pública 88,6

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
43 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

A maioria das escolas amapaenses oferece turno


noturno (76,2%) e menos de 5% disponibilizam ensino
profissionalizante.

TABELA 23 | Turno das Escolas de Ensino Médio Regular

ESCOLAS QUE OFERECEM MATRÍCULA NO NOTURNO OFERECEM ENSINO PROFISSIONALIZANTE

76,2 3,9

FONTE: Censo Escolar 2015


Elaboração Instituto Unibanco – Gerência de Gestão do Conhecimento
POLÍTICAS
EDUCACIONAIS
DO ESTADO
45 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Em pesquisa realizada nas páginas institucionais da Secreta-


ria de Estado da Educação do Amapá, no ano de 2016, foram
identificados 12 programas e projetos educacionais. Nesse
documento, eles se encontram classificados11 da seguinte
forma: de competência federal (desenvolvidas pelo MEC12 ou
em parceria com o referido Ministério); de competência ex-
clusiva da Secretaria de Estado da Educação (SEED) ou em
parceria com outro órgão governamental; e fruto de parcerias
com outras entidades. Dentre os programas de competência
federal (desenvolvidas pelo MEC ou em parceria com o re-
ferido ministério), foram identificadas 03 iniciativas: Mais
Educação; Parlamento Juvenil do Mercosul; Olimpíadas de
Língua Portuguesa.

Os programas e projetos desenvolvidos exclusivamente pela


Secretaria de Educação do Estado somam 02 iniciativas: Casa
do Professor; Feira de Ciências e Engenharia do Amapá. Fo-
ram levantados também 04 Programas desenvolvidos pela
Secretaria de Educação em parceria com outro órgão gover-
namental: Núcleo de Mediação de Conflitos; Parlamento Jo-
vem Brasileiro; Jovens Embaixadores; Educação no Trânsito.

No que tange à parceria com outras entidades foram identi-


ficados 03 projetos: Seminário de Educação Profissional; In-
tercâmbio Global Citizens of Tomorrow; Prêmio Literário de
Logosofia – Professores.

A seguir, quadro com os Programas/Projetos, foco de atuação


e principais características. Cabe destacar que a classificação
adotada não é a única possível, podendo as ações apresenta-
das serem classificadas em outras tipologias.

11 A classificação adotada neste documento não é definitiva, sendo possível identi-


ficar os programas e projetos a partir de outras perspectivas.
12 O MEC disponibiliza uma série de programas voltados à Educação Básica e à Edu-
cação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão, a pesquisa realizada no
site da SEED não deixa clara sua implementação. Maiores informações sobre as
ações e programas do MEC estão disponíveis em: http://portal.mec.gov.br/acoes-
-e-programas/. Acesso em agosto de 2016.
46 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

1 | Casa do Professor

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido exclusivamente pela Criada em 2014, a Casa do Professor (Cprof) é um espaço organizado
SEED com a intenção de ser um local para prestar atendimento aos
profissionais da educação, com o objetivo de melhorar a saúde
física e mental dos educadores. A Casa oferece serviços de
acompanhamento com psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo,
nutricionista, educador financeiro, educador físico, assistente
FOCO DE ATUAÇÃO social e pedagogos. A Cprof é pioneira no Brasil e, em 2016, conta
com 38 profissionais.
Recursos Humanos*

*A Casa do Professor, embora seja uma política adotada pelo estado do Amapá, não se enquadra em nenhum dos focos de atuação
anteriormente definidos por este documento. Assim, optamos por defini-la como uma ação voltada aos recursos humanos, dada sua
natureza de atuação. http://www.seed.ap.gov.br/det2.php?id=10590

2 | Mais Educação

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pelo MEC ou em O programa é uma iniciativa do Governo Federal que tem como
parceria com o referido Ministério prioridade contribuir para a formação integral de crianças,
adolescentes e jovens, articulando, a partir do projeto escolar,
diferentes ações, projetos e programas. São oferecidos aos alunos
do Ensino Fundamental da rede pública, benefícios como café da
FOCO DE ATUAÇÃO manhã e almoço.

Recursos didáticos e tecnologia


Currículo e Trabalho Pedagógico
47 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

3 | Parlamento Juvenil do Mercosul

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pelo MEC ou em Os estudantes participam primeiro da etapa estadual, em que,


parceria com o referido Ministério entre os critérios de seleção, têm que apresentar um projeto
autoral de protagonismo juvenil que contemple sua realidade
local. Depois de elaborados, os projetos são encaminhados
para a Coordenação do Parlamento Juvenil do MERCOSUL (PJM)
FOCO DE ATUAÇÃO da Secretaria de Estado da Educação (Seed). Na etapa final,
coordenada pelo MEC, a escolha dos vencedores se dá por meio
de processo eleitoral democrático, envolvendo os candidatos
Ações de Integração
nacionais pré-selecionados.
O PJM busca promover o protagonismo juvenil, contribuindo
para a integração regional dos jovens parlamentares que, após
discussões conjuntas, acordam e recomendam a adoção de
políticas educativas que promovam uma cidadania regional e uma
cultura de paz e respeito à democracia, aos direitos humanos e ao
meio ambiente.
O jovem eleito para representar seu estado e o Brasil no PJM
tem mandato de dois anos e, durante esse período, participa
ativamente do processo de elaboração e divulgação da Declaração
do Parlamento Juvenil, documento produzido pelo coletivo do PJM,
composto pelos parlamentares juvenis de todos os países-membros
e associados.

4 | Núcleo de Mediação de Conflitos

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pela SEED em O programa, desenvolvido por meio de um Termo de Cooperação


parceria com outro órgão entre o Governo do Amapá, Tribunal de Justiça (TJAP) e Defensoria
governamental Pública, além da Prefeitura de Macapá. Os núcleos possibilitam
soluções de problemas, pacificando conflitos de convivência,
propiciando espaço de escuta e colaboração e impedindo condutas
FOCO DE ATUAÇÃO
autoritárias, discriminatórias e de violência. Nas unidades, ainda
são trabalhados o fortalecimento do diálogo, vínculos, espirito
Ações de Integração participativo e democrático na comunidade. A Defensoria Pública
auxiliará as ações do Núcleo com orientação e assessoria jurídica,
quando necessário.
48 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

5 | Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap)

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvida exclusivamente pela A feira busca promover o intercâmbio científico entre alunos da
SEED Educação Básica do Amapá com outras regiões brasileiras, além de
estrangeiras, estimulando a construção de novos conhecimentos.
A exposição também incentiva o desenvolvimento da capacidade
de investigar e inventar novas soluções tecnológicas.
A Feceap faz parte do circuito nacional de feiras científicas
FOCO DE ATUAÇÃO realizadas em outros estados como Pará, São Paulo e Rio Grande
do Sul que estão interligadas a eventos científicos internacionais,
a exemplo da International Science and Engineering Fair (Isef),
nos Estados Unidos. Para participar da Feceap, basta estar
regularmente matriculado no Ensino Fundamental, Médio ou
Técnico nas redes pública ou privada de ensino, e ter até 20 anos
de idade.
O evento conta, ainda, com o II Torneio Juvenil de Robótica (TJR). A
competição tem quatro categorias: Sumô, Cabo de Guerra, Dança e
Resgate de robôs.
A Feira de Ciências e Engenharia do Amapá (Feceap) é promovida
pela Secretaria de Estado da Educação (Seed), sob a gerência do
Centro de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação (CAAHS/
SEED).

6 | Seminário de Educação Profissional

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pela SEED em O I Seminário de Educação Profissional do Estado do Amapá foi


parceria com outras entidades promovido por diversos órgãos e entidades públicas e privadas,
entre eles, o Governo do Estado do Amapá (GEA) por meio da
Secretaria de Estado da Educação (Seed), Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai), em parceria com as instituições
do Sistema S, além do Conselho Estadual de Educação.
O evento tem objetivo de propiciar conhecimentos e reflexões no
FOCO DE ATUAÇÃO âmbito da Educação Profissional na perspectiva da política pública,
do contexto econômico regional, da interface com o mundo do
trabalho, ciência, inovação e das referências metodológicas para os
Currículo e Trabalho Pedagógico
processos de ensino e aprendizagem.
49 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

7 | Jovens Embaixadores

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pela SEED em O programa Jovens Embaixadores leva 50 alunos da rede pública
parceria com outras entidades para um intercâmbio de três semanas nos EUA.
Jovens da rede pública brasileira, de 15 a 18 anos, que são exemplos
em suas comunidades por meio de sua liderança, excelência
FOCO DE ATUAÇÃO acadêmica e conhecimento da língua inglesa, são convidados a se
candidatar.
No Amapá, o Núcleo de Ensino Médio (NEM) da Secretaria de
Ações de Integração
Estado da Educação (Seed) oferece orientações aos estudantes que
desejam se inscrever no programa.

8 | Olimpíada de Língua Portuguesa

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pelo MEC ou em Em 2016, a 5ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa lançou o


parceria com o referido Ministério tema Escrevendo o Futuro. Nessa edição, as escolas participantes
constituíram uma Comissão Julgadora Escolar, responsável
por escolher os melhores textos de cada categoria inscrita na
FOCO DE ATUAÇÃO competição. A comissão é composta pelo diretor da escola, de três
a cinco avaliadores, professores de Língua Portuguesa não inscritos
na competição, representantes dos pais e também da comunidade
Prêmios e Concursos
que dominem a língua

9 | Intercâmbio Global Citizens of Tomorrow

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido em parceria com A ação é uma parceria entre a empresa British Petroleum (BP) e o
outras entidades Governo do Estado do Amapá, por meio da Secretaria de Estado da
Educação (Seed), que oferece bolsas de estudos para um ano letivo
do Ensino Médio nos Estados Unidos da América.
A parceria tem como objetivo proporcionar a oportunidade de
estudantes brasileiros, que não teriam condições de arcar com os
custos, realizarem um intercâmbio.
FOCO DE ATUAÇÃO

Ações de Integração
50 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

10 | Prêmio Literário de Logosofia – Professores

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido em parceria com O "Prêmio Literário de Logosofia - Professores" é voltado para


entidade privada docentes de todos os níveis e de todo Brasil. O objetivo principal do
concurso é apresentar para os educadores os conceitos logosóficos
sobre o ser humano, sobre a vida e uma nova forma de ensinar e
FOCO DE ATUAÇÃO aprender, trazendo elementos transformadores e revolucionários
para uma nova docência. A Logosofia significa “ciência da razão”,
é uma doutrina ético-filosófica, fundada por Pecotche, que busca
Prêmio e Concursos
ensinar os indivíduos a conquistarem sua autotransformação
através da evolução consciente do pensamento, que assim se
liberta de influências sugestivas.

11 | Programa Jovem Parlamento (PJB)

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pela SEED em Realizado anualmente pela Câmara dos Deputados, o PJB tem o
parceria com outro órgão objetivo de possibilitar aos alunos do Ensino Médio de escolas
governamental públicas e particulares a vivência do processo democrático,
mediante a participação em uma jornada parlamentar na
Câmara dos Deputados, em que os estudantes tomam posse e
FOCO DE ATUAÇÃO
atuam como deputados jovens. O Parlamento Jovem Brasileiro
simula uma jornada parlamentar em que os jovens estudantes
Ações de Integração participam de debates e votações como se fossem deputados.
Essa experiência possibilita melhor compreensão acerca do Poder
Legislativo e educa para a participação e a cidadania. As escolas
são parceiras do programa não só na divulgação, mas também no
apoio e na orientação dos alunos interessados em participar. Os
alunos interessados em participar devem escrever um projeto de
lei, em que devem pensar na realidade de seu país, observando
os problemas que precisam de solução e propondo possíveis
alternativas em formato de propostas de lei, sobre qualquer tema.

12 | Educação no Trânsito

ÓRGÃO RESPONSÁVEL RESUMO

Desenvolvido pela SEED em O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Educação
parceria com outro órgão (Seed) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Seu objetivo é inserir
governamental nas atividades escolares ações que visam conscientizar alunos
e professores sobre os riscos, segurança e responsabilidades no
trânsito. O Festival Estudantil Temático de Trânsito foi criado
FOCO DE ATUAÇÃO em 2004, pela Polícia Rodoviária Federal, e utiliza atividades
pedagógicas relacionadas a ações de trânsito no cotidiano escolar.
No Fetran, estudantes e professores produzem trabalhos com a
Ações de Integração temática Trânsito, nas modalidades teatro, maquetes, poesias,
danças, músicas, textos, mural, entre outros, valorizando a
diversidade escolar e cultural.
51 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Cabe destacar que, dentre as políticas educacionais levanta-


das, não foi identificado sistema de avaliação próprio da rede
estadual de ensino.

Plano Nacional de Educação x Plano


Estadual de Educação de Amapá

A partir da leitura do Plano Nacional de Educação, foram sele-


cionadas algumas metas relacionadas às linhas de atuação do IU
para, em seguida, realizar uma comparação entre as estratégias
e propostas nacionais e os planos dos estados. Foram analisadas,
portanto, as metas 7 e 19 que tratam da questão da Gestão Esco-
lar; a meta 3 que se refere ao Ensino Médio; as metas 8, 11, 12 e 14
que abordam as questões de gênero e das relações étnico-raciais;
e, por fim, as metas 15 e 16, voltadas para a Formação de Profes-
sores. São destacadas abaixo algumas observações em relação ao
Plano Estadual de Educação do Amapá.

As metas do PEE/AP e suas estratégias estão em consonância


com as do Plano Nacional de Educação (2010-2020). Dentre
suas diretrizes, estão: fortalecimento da sustentabilidade so-
cioambiental; respeito mútuo entre as pessoas e cultivo à coe-
xistência com os demais seres vivos; difusão do respeito aos
direitos humanos e à diversidade; elevação dos aspectos hu-
manísticos, científicos, culturais e tecnológicos do estado; me-
lhoria da qualidade do ensino; formação escolar voltada para
o trabalho e para a cidadania; universalização do atendimento
escolar; erradicação do analfabetismo; promoção da gestão de-
mocrática da educação; superação das desigualdades educa-
cionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação
de todas as formas de discriminação; estabelecimento de meta
de aplicação de recursos públicos em educação como propor-
ção do Produto Interno Bruto - PIB, que assegure atendimento
às necessidades de expansão, com padrão de qualidade e equi-
dade; e valorização dos profissionais da educação.
52 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Metas sobre Gestão Escolar

A meta que trata do aumento das médias do Ideb através da


melhora do fluxo escolar e da aprendizagem está expressa na
Meta 12 do PEE-AP. Essa meta trata de todos os pontos de aten-
ção do IU, mas inclui temas que refletem desafios específicos
do estado do Amapá, tais como o aumento do acesso à internet
e a garantia de que todas as escolas tenham acesso à energia
elétrica. Apesar de básicos, esses temas são de extrema relevân-
cia e indicam que o Amapá possui desafios estruturais para a
melhoria dos índices de desenvolvimento da Educação Básica.
Na estratégia 12.10, por exemplo, o Plano Estadual prevê uni-
versalizar, até 2020, o acesso à rede mundial de computadores,
via banda larga de alta velocidade, e até 2025 triplicar a relação
computador/educando na rede pública - Educação Básica; na
meta 12.19 prevê informatizar integralmente o sistema público
de ensino, interligando a secretaria de educação do estado e as
de seus respectivos municípios, com os órgãos vinculados e a
rede de escolas; e na meta 12.13 destaca a necessidade de que
todas as escolas públicas de Educação Básica tenham acesso
à energia elétrica, abastecimento de água tratada, saneamento
básico e tratamento de resíduos sólidos. Outro importante
tema considerado pelo plano estadual é a criação e implanta-
ção do Sistema Estadual de Avaliação da Educação Básica.

A meta 25 do PEE-AP estipula o fortalecimento do modelo de


gestão democrática pela rede estadual de ensino. Nela, tanto a
qualificação dos profissionais da educação, como a criação de
critérios técnicos para a eleição dos gestores escolares é con-
siderada. Cabe lembrar, que, de acordo com a pesquisa reali-
zada, o estado possui menos de 10 escolas com modelo de ges-
tão democrática em funcionamento. Assim, as estratégias do
PEE-AP serão de grande importância para que o modelo seja
expandido para as demais unidades escolares.
53 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Meta sobre o Ensino Médio

A Meta 3 do PNE estabelece “universalizar, até 2016, o atendi-


mento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até
o final do período de vigência do PNE, a taxa líquida de matrí-
culas no Ensino Médio para 85% (oitenta e cinco por cento) ”. Ela
está expressa na Meta 4 do PEE-AP. Nela, 13 estratégias foram
elaboradas com o objetivo de garantir a universalização do aten-
dimento escolar da população de 15 a 17 anos. A meta abrange
todos os pontos de interesse do IU, com exceção das ações volta-
das à formação continuada dos profissionais de educação.

Metas que abordam as questões de gênero e das


relações étnico-raciais

A Meta 11 do PNE está presente na Meta 8 do PEE-AP. No


entanto, a referida meta prevê: “triplicar as matrículas da
Educação Profissional técnica de nível médio, com pelo me-
nos 50% (cinquenta por cento) da expansão no segmento pú-
blico, assegurando a qualidade da oferta e a sustentabilidade
ambiental”. Não foi possível compreender o significado da
“sustentabilidade ambiental” no contexto da Educação Pro-
fissional. O PEE-AP ressalta a expansão do atendimento do
Ensino Médio gratuito, integrado à formação profissional,
para as populações do campo e comunidades negras, indí-
genas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhas e de assentados,
inclusive com a promoção das Escolas Família e da Pedagogia
da Alternância, por meio de cooperação com instituições re-
presentativas desse segmento educacional. Cabe ressaltar que
não foram identificadas outras ações que visem à redução das
desigualdades entre negros e não negros.

A Meta 8 do PNE, desenvolvida na Meta 11 do PEE-AP, não


especifica a elevação da escolaridade média dessa população.
Interessante destacar que o documento estadual considera as
populações do campo, de menor escolaridade do país, mas
não inclui os negros.
54 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

A meta 12 do PNE, que trata da expansão das matrículas da


Educação Superior, está contida na meta 15 do PEE-AP. Nela,
não são consideradas ações relativas à redução das desigual-
dades étnico-raciais. Cabe lembrar que o Amapá possui uma
população composta majoritariamente por negros – o mesmo
ocorre com a população jovem do estado.

A meta do PEE-AP que trata do acesso aos cursos de pós-gra-


duação é a Meta 17. Nela, tanto a implementação de ações
para reduzir as desigualdades étnico-raciais e regionais, bem
como o estímulo à participação das mulheres nos cursos de
pós-graduação stricto sensu (em particular aqueles ligados às
áreas de Engenharia, Matemática, Física, Química, Informá-
tica e outros no campo das ciências) são considerados.

Metas voltadas para a Formação de Professores

A meta 15 do PNE está expressa na Meta 19 do PEE-AP. A


meta contém 19 estratégias e prevê contribuir com a reforma
curricular dos cursos de licenciatura e estimular a renovação
pedagógica, de forma a assegurar o foco no aprendizado do
educando, dividindo a carga horária em formação geral, for-
mação na área do saber e didática específica, devidamente ar-
ticulada à base nacional comum dos currículos da Educação
Básica, com a necessária incorporação das TICs.

A meta que trata da elevação da formação dos docentes em


nível de pós-graduação encontra-se na meta 20 do PEE-AP. Em
sua estratégia 20.2 está previsto consolidar política estadual de
formação de profissionais da Educação Básica, definindo dire-
trizes que delimitem áreas prioritárias, instituições formadoras
e processos de certificação das atividades formativas.
55 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

Modelos de Gestão

No Amapá, a Secretaria de Estado da Educação adota o Sis-


tema Integrado de Gestão da Educação (SIGEDUC), que é
um recurso para modernizar as rotinas de gestão. Com o sis-
tema, é possível monitorar os indicadores das escolas, apoiar
o trabalho dos gestores das unidades escolares e demais fun-
cionários, além de disponibilizar informações para alunos e
comunidade13.

No âmbito da gestão escolar, a pesquisa realizada no site ins-


titucional da Secretaria de Educação do Amapá identificou
que o modelo de gestão democrática se encontra em processo
de implantação na rede. Três escolas estaduais já adotam o
modelo no estado: Augusto Antunes, em Santana; e Gonçal-
ves Dias e Deusolina Salles Farias, em Macapá. A proposta
da SEED é ampliar esse sistema de gestão, mas não foram
levantadas maiores informações sobre a expansão do modelo
e nem sobre os processos envolvidos na escolha democrática
dos gestores escolares14.

Experiências Curriculares

Plataforma Digital de Aprendizagem

Em 2016, a SEED informou que cerca de 21 escolas da rede


estadual teriam acesso a uma plataforma online com recur-
sos educacionais como forma de diversificar e fortalecer o
processo de ensino-aprendizagem por meio da tecnologia.
O projeto Escola Digital152é fruto da parceria entre Instituto
Natura, Inspirare e Fundação Telefônica Vivo, com a colabo-

13 Disponível em http://www.seed.ap.gov.br/sigeduc/. Acesso em novembro de 2016


14 Disponível em http://www.amapa.gov.br/ler_noticia.php?slug=1409/escolas-
-que-seguem-modelo-de-gestao-democratica-recebem-visita-da-seed Acesso em
novembro de 2016.
15 Disponível em http://www.seed.ap.gov.br/det2.php?id=10742 Acesso em novem-

bro de 2016.
56 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

ração do Instituto Educadigital, da TIC Educa. No estado do


Amapá, o projeto será implantado pela Secretaria de Estado
da Educação (Seed), por meio da Escola Núcleo de Tecnolo-
gia de Educação NTE Marco Zero. O projeto piloto terá início
em escolas de Macapá e Santana.

De acordo com a SEED, as ferramentas digitais são dispo-


nibilizadas através de uma rede colaborativa composta por
secretarias estaduais e municipais de educação. A ideia é
apoiar professores no uso de Objetos Digitais de Aprendiza-
gem (ODAs). Além disso, a plataforma fornece a opção de
compartilhamento entre docente, estudantes e gestores for-
mando, assim, uma rede de aprendizagem.

Neste ambiente de aprendizagem digital é possível encontrar


diferentes recursos (animações, vídeos, gráficos, jogos etc)
que contemplam todos os segmentos educacionais. O acervo
da Escola Digital é categorizado por série, disciplina, temas
transversais, tipo de mídia, idioma, nível de acessibilidade
para as pessoas com deficiência, realização de projetos na co-
munidade, licença de uso, entre outros.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
58 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

O Amapá possui perfil etário, distribuição por sexo e expec-


tativa de vida próximos às médias do Brasil. Em outras ca-
racterísticas socioeconômicas foram verificadas algumas di-
ferenças: em relação à raça/cor há proporcionalmente mais
negros no estado do Amapá do que no país (73,8% e 53,6%,
respectivamente); a população urbana do estado (89,6%) é su-
perior à do país (85,1%); e há um maior percentual de pessoas
vivendo em situação de pobreza e extrema pobreza do que no
Brasil (24,1% e 9,9% no estado e 15,2% e 6,6% no país).

Diversos jovens amapaenses de 15 a 17 anos já possuem sé-


rias responsabilidades: 3,2% são responsáveis pelo domicílio
em que vivem, mais de 11% já trabalham, 11,6% das meninas
possuem filhos e, apesar da obrigatoriedade, 14,6% dos jo-
vens estão fora da escola.

Dentro da estrutura do Estado, a Secretaria de Estado da


Educação (SEED) é o órgão responsável pela educação e, de
acordo com sua estrutura organizacional, procura atuar de
forma descentralizada, contando com 03 subsecretarias e 09
coordenadorias.

Em relação ao desempenho estadual na educação, o estado


do Amapá tem apresentado aumento de desempenho do Ideb
em 2015 sem, contudo, superar as médias nacional e regional.
Suas notas no SAEB têm, grosso modo, apresentado tendên-
cia decrescente em 2013 e retomada de crescimento em 2015.
Mas, a exemplo do Ideb, tal elevação das médias no último
ano de medição não foi suficiente para que o estado ficasse à
frente do país e da região Norte.

O estado de Amapá possui diversos programas, projetos e ini-


ciativas educacionais. Foram identificadas 12 iniciativas no es-
tado. Dessas, foram identificadas 03 iniciativas de competência
do MEC, 02 desenvolvidas pela própria SEED, 04 que resultam
da parceria com outros órgãos governamentais e outras 04 que
são fruto da articulação com outras entidades. Como experiên-
59 | PANORAMA DOS TERRITÓRIOS AMAPÁ

cia curricular no estado, destacamos a iniciativa piloto do Es-


cola Digital, uma parceria entre entidades privadas, estados
e municípios. Cabe ressaltar que, no Amapá, o Escola Digital
terá o desafio de contribuir com a aprendizagem dos estudan-
tes em um estado que possui sérias deficiências de acesso a
computador e internet. No âmbito da gestão escolar, o estado
vem desenvolvendo um trabalho bem estruturado de gestão
democrática, com etapas bem definidas de participação da
comunidade escolar.

O Plano Estadual de Educação do Amapá possui 26 metas


alinhadas aos pressupostos do Plano Nacional de Educação.
De forma geral, o documento do estado foi elaborado de
forma sucinta, sendo suas metas compostas por um número
pequeno de estratégias. Se, por um lado, o PEE-AP não apre-
senta tantos desdobramentos em relação a temas de grande
importância para o IU (como a redução das desigualdades
entre negros e não negros), por outro, adota a questão de gê-
nero vinculada ao estímulo à participação das mulheres em
cursos de pós-graduação nas áreas de exatas, ciências e tecno-
logia. A importância da avaliação é outro tema considerado
pelo Plano Estadual, que ressalta a importância de se elaborar
e implementar um sistema estadual de avaliação da Educação
Básica, como forma de subsidiar o planejamento das ações e
fornecer os indicadores necessários à melhoria da educação
estadual. Em relação à gestão democrática, o estado considera
a necessidade de qualificar os profissionais da educação e a
criar critérios técnicos para a eleição dos gestores escolares.
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