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UNIVERSITÁRIO DE GOIÁS – UNIGOIÁS

PRÓ-REITORIA DE ENSINO PRESENCIAL – PROEP


SUPERVISÃO DA ÁREA DE PESQUISA CIENTÍFICA - SAPC
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

CIDADE PLANEJADA NO BRASIL NO SÉCULO XX - PALMAS

BEATRIZ OLIVEIRA. GEOVANNA DIAS E SARA MACHADO


ORIENTADOR: ANALU ARANTES

GOIÂNIA
Dezembro/2023
BEATRIZ OLIVEIRA, GEOVANNA DIAS E SARA MACHADO

CIDADE PLANEJADA NO BRASIL NO SÉCULO XX - PALMAS

Trabalho final de curso apresentando e julgando como requisito para a obtenção do grau de
bacharelado no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário de Goiás –
UNIGOIÁS na data de 04 de dezembro de 2023.

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Profa. M.e. Analu Guimarães Arantes
Centro Universitário de Goiás

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CIDADE PLANEJADA NO BRASIL NO SÉCULO XX – PALMAS

BEATRIZ OLIVEIRA. GEOVANNA DIAS E SARA MACHADO


ORIENTADOR: ANALU ARANTES

Resumo:

Palmas, a capital do Tocantins, é um exemplo notável de cidade planejada no Brasil no século


XX. O projeto, elaborado pelo GrupoQuatro em 1989, escolheu uma área central no estado,
entre a Serra do Lajeado e o rio Tocantins. A proposta visava evitar a "excessiva urbanização
localizada" sobre a capital, buscando equilibrar o desenvolvimento regional. O plano definiu
uma malha urbana com vias hierarquizadas, usos do solo claros e áreas de preservação
ambiental. A concentração das atividades urbanas ocorreu na capital, enquanto estimulava a
expansão de centros urbanos próximos para criar uma rede de cidades integradas. O sistema
viário foi estruturado em torno de dois eixos principais, norte-sul e leste-oeste. Os conceitos
fundamentais do desenho incluíram a integração da natureza, a promoção da consciência social
e ecológica, rejeitando a ideia de uma cidade focada no status ou no consumismo. O projeto foi
precedido por um sonho ecológico e humanístico, diferenciando-se de abordagens mais
geométricas e racionais. A cidade de Palmas, portanto, representa uma abordagem inovadora e
sustentável no contexto das cidades planejadas no Brasil no século XX.

Palavras-chave: Palmas. Projeto. GrupoQuatro. Planejada. Brasil.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 4
2. MÉTODOS............................................................................................. 4
3. PALMAS................................................................................................. 5
3.1 A CONCEPÇÃO DO PROJETO DE PALMAS............................... 6
4. APLICAÇÃO DA CARTA DE ATENAS EM PALMAS.................. 12
4.1 OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO............................................ 13
4.2 PRESERVAÇÃO HISTÓRICA....................................................... 13
4.3 ESTÉTICA E EXPRESSÃO ARTÍSTICA...................................... 14
4.4 ADAPTAÇÃO LOCAL................................................................... 14
4.5 SUSTENTABILIDADE URBANA.................................................. 14
4.6 MOBILIDADE URBANA................................................................ 15
4.7 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA................................................ 15
4.8 INOVAÇÕES ARQUITETÔNICAS................................................ 16
4.9 CRIAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS............................................ 16
4.10 ZONAS FUNCIONAIS............................................................... 16
5. CONCLUSÃO........................................................................................ 17
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................. 18

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1. INTRODUÇÃO

Neste trabalho, mergulharemos na fascinante narrativa da cidade de Palmas,


examinando sua evolução e singularidade dentro do vasto contexto histórico brasileiro. A
cidade, como microcosmo social, reflete não apenas os traços de seu passado, mas também o
planejamento visionário que a moldou. Iniciaremos nossa jornada explorando o contexto
histórico que fundamentou o desenvolvimento urbano em território brasileiro. Em seguida, nos
dedicaremos à apresentação minuciosa do projeto que deu origem à capital do Tocantins,
elaborado pelo GrupoQuatro em 1989. Por fim, analisaremos a aplicação dos preceitos da Carta
de Atenas nesse empreendimento, desvelando como esses elementos convergentes culminaram
em uma abordagem única no cenário das cidades planejadas no Brasil.

2. MÉTODOS

Ao longo deste trabalho, destaquei a pesquisa online como o cerne da minha abordagem
metodológica. Focalizei minha atenção na exploração de fontes confiáveis na internet para
desvendar o planejamento inicial da cidade de Palmas, abordando tanto sua história quanto a
organização minuciosa do traçado urbano.
Ao aprofundar-me em documentos online, planos diretores e relatórios técnicos, busquei
extrair informações cruciais para compreender o desenvolvimento urbano da cidade. A consulta
à Carta de Atenas, um documento seminal em planejamento urbano, acrescentou um contexto
valioso ao projeto de Palmas, alinhando-o aos princípios fundamentais estabelecidos por essa
referência.
Adicionalmente, integrei uma abordagem visual ao trabalho, realizando a graficação do
mapa de Palmas. Essa representação gráfica transformou dados e conceitos em elementos
visuais, proporcionando uma compreensão mais tangível da organização do traçado urbano.
Essa visualização contribuiu para uma análise holística e detalhada do planejamento urbano da
cidade.
Assim, a pesquisa online, a referência à Carta de Atenas e a representação gráfica do
mapa de Palmas convergiram harmoniosamente, proporcionando uma compreensão abrangente
e visualmente elucidativa do planejamento urbano desta capital tocantinense.

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3. PALMAS

Segundo o IBGE, a cidade de Palmas foi criada em 20 de maio de 1989, apenas sete
meses após a criação do estado do Tocantins, depois da transferência da capital provisória
Miracema. Foi planejada para ser a capital do Tocantins, na Figura 1.

Figura 1– Imagem do estado do Tocantins e suas cidades.

Fonte: GRUPOQUATRO

O nome Palmas foi escolhido para homenagear a comarca de São João da Palma (hoje
Paranã), criada durante o período da Monarquia no Brasil após anos de luta para se emancipar
de Goiás e criar o estado do Tocantins. A grande quantidade de palmeiras na região também
contribuiu para a o nome da cidade. A contagem populacional segunda o censo do IBGE de
2022 a cidade não parou de crescer e estima-se 302.692 de habitantes, podendo chegar a 1,2
milhões de habitantes. O primeiro passo para o planejamento da capital definitiva foi dado logo
após a eleição do governador Siqueira Campos, em 15 de novembro de 1988, que solicitou
levantamento para definir a localização de uma cidade que lhe possibilitasse ser um polo de
irradiação de desenvolvimento econômico e social do estado.
O resultado do estudo determinou uma área localizada entre os municípios de Porto
Nacional e Taquaruçu do Porto, a leste do povoado de Canela. A instalação de Palmas só foi
possível com a transferência da sede administrativa do município de Taquaruçu para Palmas,
tornando o prefeito eleito de Taquaruçu, Fenelon Barbosa, o primeiro prefeito de Palmas.
O desafio foi iniciar a criação da capital e organizar acomodações para secretários de Estado,

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desembargadores, conselheiros de Contas e promotores de Justiça que seriam os responsáveis
por instalar, de fato, a cidade. As sedes da Prefeitura e da Câmara Municipal foram inicialmente
instaladas em um prédio onde hoje é o Parque Cesamar, mas alguns meses mais tarde foi
inaugurado o Paço Municipal na Praça do Bosque dos Pioneiros.
Em meados de 1993, após a independência financeira do governo do Estado, a Prefeitura
iniciou a construção de valas para a água encanada, foram loteadas novas quadras para os
servidores e moradores e foi construída a Praia da Graciosa. Palmas é a última cidade do século
XX completamente planejada, possui a melhor qualidade de vida entre as capitais e municípios
do norte brasileiro e tem um crescimento econômico 8,7% maior do que o índice nacional e do
estado.

3.1 A CONCEPÇÃO DO PROJETO DE PALMAS

Segundo o artigo da Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal


Fluminense, Mestre em Planejamento Urbano e Regional pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro, doutoranda em Urbanismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro Ana Beatriz
Araujo Velasques, a concepção do projeto foi concebida em 1989 na Figura 2 podemos ver um
croqui esquemático do partido urbanístico de Palas.

Figura 2 – Croquis esquemático do partido urbanístico de Palmas

Fonte: GRUPOQUATRO, 1989.

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Começou quando a luta separatista pela criação do estado do Tocantins, a partir da
porção norte do estado de Goiás, teve como marco a promulgação da Constituição Federal de
1988. Antes desse evento, diversas tentativas foram realizadas ao longo da história, sem
sucesso, mas que contribuíram para moldar o projeto de Palmas, a futura capital do novo
estado.
Após o fim do Regime Militar em 1985, a Assembleia Nacional Constituinte foi
formada para redigir uma nova Constituição para o Brasil. Nesse período, houve uma
complexa articulação política em favor da divisão do estado, envolvendo não apenas os
representantes em Brasília, mas também o apoio do então governador Henrique Santillo, no
poder executivo estadual goiano.
A conquista da autonomia para o Tocantins foi oficializada em 5 de outubro de 1988,
no artigo 13 das Disposições Transitórias da nova Constituição Federal. O deputado federal
Siqueira Campos, como relator da subcomissão dos Estados na Assembleia Nacional
Constituinte, desempenhou um papel crucial para a vitória, o que contribuiu para sua eleição
como o primeiro governador do Tocantins nas eleições de dezembro daquele ano. Após a
aprovação da proposta para a construção de uma nova cidade pela Assembleia Legislativa, o
governador solicitou ao IBGE estudos para a escolha da área da futura capital do estado.
O Escritório de Arquitetura GrupoQuatro, sem concurso público, foi contratado para
finalizar os estudos e elaborar o projeto da nova cidade, liderado pelos arquitetos Walfredo
Antunes de Oliveira Filho e Luis Fernando Cruvinel Teixeira. Os parâmetros estabelecidos
para a futura cidade incluíram um horizonte populacional de 300 mil a 1,5 milhão de
habitantes, abrangendo uma área urbanizável de 100 km² em uma área de expansão duas
vezes maior.
Em 20 de maio de 1989, o governador Siqueira Campos lançou a pedra fundamental
da futura capital, localizada no Distrito Canela, pertencente ao recém-emancipado município
de Taquaruçu do Porto. Ambos os arquitetos destacaram o curto prazo para elaborar um
projeto de grande escala em suas carreiras e a influência de suas especializações acadêmicas
no exterior e trajetórias profissionais no serviço público na concepção do projeto de Palmas.

“Todo esse trabalho começou no dia 2 de


janeiro de 1989 e o relatório final que
preparamos foi entregue pelo Governador
do Estado à Assembléia no dia 26 de
janeiro. (...) [no início] não tínhamos o
local definitivo e uma planta para
trabalhar, embora houvéssemos já
discutido alguns conceitos. Nossa
formação em Universidades inglesas é

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muito parecida. Tínhamos trabalhado
muito juntos em Goiânia com
planejamento urbano - eu (Walfredo)
mais com serviço público e o Luiz
Fernando com escritório particular.
Tínhamos algumas idéias muito firmes
daquilo que não queríamos que
acontecesse. Partilhamos da opinião que
não adiantava inventar desenhos
maravilhosos de cidade. Traçados como
os de Goiânia, Belo Horizonte ou mesmo
Washington já foram bastante estudados”
(REVISTA PROJETO, 1991, p. 103).

Os autores, ao analisarem os projetos urbanos de Washington, Belo Horizonte e, em


particular, de Goiânia, concluíram que estruturas com muitas ruas curvas e interseções
complicadas resultam em incompatibilidade com o padrão atual de movimentação e fluxo de
tráfego. Diante da escassez de tempo, optaram por adotar a malha ortogonal aberta como
princípio básico para o projeto de Palmas, atendendo satisfatoriamente ao critério de
flexibilidade em um terreno topograficamente adequado.
O momento inicial do desenvolvimento do projeto gerou discussões e polêmicas sobre
possíveis influências dos autores. O arquiteto rejeita comparações superficiais com o Plano de
Brasília, destacando diferenças em tipologia viária, ausência de separação rígida por setores e
falta de plano de massas. Ele também refuta a ideia de plágio do plano de Almere, na Holanda,
e destaca influências do New Town Programme na Inglaterra, das Ville-Nouvelles
na França e sua vasta experiência em projetos coordenados e cargos públicos e privados.
Na implantação e nas fases da cidade segundo a Figura 3, foi considerado o
aproveitamento dos ventos predominantes leste-oeste para minimizar os efeitos da alta
temperatura e do período seco, orientando corretamente a construção dos edifícios.

Figura 3 – Croquis esquemático das fases do plano urbanístico de Palmas.

Fonte: GRUPOQUATRO

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Na definição dos usos do solo, os autores evitaram rigidez nas zonas, optando por
classificações genéricas mais realistas, diferindo do projeto detalhado de Brasília.
Concentraram os serviços urbanos em um "eixão viário" mais denso, especificamente o norte-
sul, com uma escala de compatibilidade para um sistema de transportes multimodal eficiente,
incluindo ônibus, metrô e VLT. Influenciados por suas especializações na Inglaterra, buscaram
compreender a cidade como um fenômeno social e organizá-la dessa maneira.
No que diz respeito à relação da cidade com o futuro lago, propuseram uma faixa
limítrofe de baixa densidade, com sistema viário expresso, destinada a atividades de lazer,
educação e cultura, visando evitar ocupações segregadoras.
O projeto de Palmas, como apresentado no memorial, foi implantado no coração do
Brasil, no centro geográfico do estado do Tocantins, em uma área de 11.085 hectares,
delimitada a leste pela Serra do Lajeado e a oeste pelo rio Tocantins. A área de urbanização,
com 38.400 hectares, foi situada à margem direita do rio Tocantins, considerando a posterior
construção da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães em 2002 e teve a sua divisão igual
está na Figura 4.

Figura 4 - Projeto de Palmas-TO.

Fonte: Secretaria Municipal de Desenvolvimento


Urbano e Habitação de Palmas, 2005.

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O projeto definiu claramente as vias e sua hierarquização, as quadras e seus usos
predominantes, bem como áreas de preservação ambiental ao longo de córregos, rios e na serra,
visando orientar a expansão futura da ocupação e evitar gastos excessivos com infraestrutura.
As localizações ideais para atividades institucionais, comerciais e industriais foram propostas
ao longo dos grandes eixos viários, enquanto áreas residenciais e de lazer foram planejadas
próximas às áreas naturais preservadas, considerando a vegetação nativa, os ventos
predominantes e a paisagem formada pela serra e pelo lago.
O sistema viário foi estruturado por dois eixos principais, Avenida Teotônio Segurado
(norte-sul) Figura 5 e Juscelino Kubitschek (leste-oeste) Figura 6, dando origem a avenidas
norte-sul e leste-oeste, com rotatórias dimensionadas de acordo com o tráfego e a densidade de
cada área. A nomenclatura das quadras referenciou-se pelos eixos principais e pontos cardeais.
O projeto considerou a melhor localização de equipamentos públicos e privados em três
categorias: regionais, urbanos e vicinais. Todos os fundos de vales e córregos foram protegidos,
permitindo a criação de futuros parques urbanos.

Figura 5 – Avenida Teotônio Segurado, em Palmas.

Fonte: G1 Globo

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Figura 6 – Avenida Juscelino Kubitschek, em Palmas.

Fonte: PRO Cidade Palmas

O plano para a nova capital do Tocantins demonstra uma clara preocupação com a
possibilidade de uma "excessiva urbanização localizada" sobre a capital, buscando estimular a
expansão de centros urbanos próximos para equilibrar e otimizar as desvantagens da
concentração. O documento recomenda a dispersão das atividades urbanas regionalmente e a
concentração da ocupação na capital, planejada por fases, refletindo discussões europeias sobre
as consequências da dispersão e compactação urbanas. Segue abaixo na Figura 7 e Figura 8
como era uma representação de como ficaria a cidade.

Figura 7– Maquete de Palmas.

Fonte: GRUPOQUATRO

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Figura 8 – Maquete de Palmas.

Fonte: GRUPOQUATRO

Os autores destacam como conceitos fundamentais do desenho da nova capital a


integração da natureza através de um traçado simples e lógico e a promoção da consciência
social e ecológica. Defendem que a concepção urbanística deve atender às aspirações do
Homem e da coletividade, rejeitando uma cidade voltada apenas para o status e submetida à
sociedade do consumo. Negam a concepção de uma cidade futurista e geométrica, destacando
que o projeto da futura capital do Tocantins foi precedido por um sonho ecológico e
humanístico.

4. APLICAÇÃO DA CARTA DE ATENAS EM PALMAS

A aplicação da Carta de Atenas em Palmas, Tocantins, se traduz em adaptar os conceitos


urbanísticos dessa carta para a realidade específica da cidade. A Carta de Atenas preconiza a
ocupação estratégica do espaço urbano, algo que é considerado em Palmas levando em conta
as características únicas da região, como a topografia e a acessibilidade.
Um aspecto importante dessa aplicação é a preservação do patrimônio histórico, um
ponto enfatizado na Carta de Atenas. Em Palmas, isso significa valorizar edifícios antigos ou
conjuntos urbanos não apenas por sua relevância histórica, mas também pelo papel que
desempenham na identidade cultural da cidade.
Outro ponto que se destaca é a atenção à expressão artística e à estética urbana, conceitos
presentes na Carta de Atenas. Em Palmas, isso se traduz em considerar não apenas a aparência
da cidade como algo bonito, mas como uma forma de expressar a riqueza cultural da
comunidade.

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Em resumo, a aplicação da Carta de Atenas em Palmas não é uma cópia direta, mas sim
uma interpretação e ajuste desses princípios para se adequar à realidade local. O objetivo é
buscar um desenvolvimento urbano que respeite a cultura específica de Palmas, mantendo uma
ligação significativa com o passado e incorporando elementos estéticos de maneira equilibrada.

4.1 OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO:

Consideração das características específicas de Palmas, como topografia e demografia


local para uma ocupação planejada e eficiente (figura 9).

Figura 9 – Topografia do estado do Tocantins

Fonte: researchgate.net/figure

4.2 PRESERVAÇÃO HISTÓRICA:

Valorização de edifícios antigos, priorizando a preservação do patrimônio histórico. Os


patrimônios Históricos são representados pelo Memorial Coluna Prestes na praça dos Girassóis,
Palacinho, casa Sussuapara (Figura 10).

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Figura 10 – Mapa de identificação de monumentos históricos

Fonte: Adaptada de Sara – Plano diretor de Palmas (2023)

4.3 ESTÉTICA E EXPRESSÃO ARTÍSTICA:

Adoção de conceitos estéticos da Carta de Atenas para refletir a riqueza cultural em


Palmas, com uma ênfase na simplicidade e funcionalidade.

4.4 ADAPTAÇÃO LOCAL:

Aplicação sensível e adaptada dos princípios urbanísticos, buscando equilíbrio com a


cultura e história de Palmas.

4.5 SUSTENTABILIDADE URBANA:

Integração de práticas sustentáveis na ocupação do espaço urbano, alinhando-se com


ideias de planejamento ambiental da Carta de Atenas.
Em Palmas, Tocantins, é comum encontrar uma variedade de árvores adaptadas ao clima
típico do cerrado brasileiro. Como por exemplo: Buriti (Mauritia flexuosa); Ipê (Tabebuia spp.);
Jatobá (Hymenaea spp.); Aroeira (Myracrodruon urundeuva); A carta destaca a importância de
áreas verdes na cidade para promover saúde e o bem estar da população.

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4.6 MOBILIDADE URBANA:

Consideração de planos de mobilidade que promovam acessibilidade e fluidez no


trânsito, seguindo preceitos de conectividade urbana presentes na Carta. Introduz a ideia de
vias expressas e a separação do tráfego de veículos e pedestres (Imagem 11).

Figura 12 – Mapa de Zonas Funcionais

Fonte: Adaptada de Sara – Plano diretor de Palmas (2023)

4.7 PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA:

Estímulo à participação da comunidade no desenvolvimento urbano, refletindo a ênfase


da Carta de Atenas na importância da colaboração entre moradores e planejadores.

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4.8 INOVAÇÕES ARQUITETÔNICAS:

Incorporação de inovações arquitetônicas contemporâneas, mantendo a visão de


renovação urbana e funcionalidade proposta pela Carta de Atenas.

4.9 CRIAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS:

Desenvolvimento de espaços públicos de convívio, seguindo a ideia de promover


interações sociais e culturais, conforme preconizado na Carta.
Esses elementos demonstram a abrangência da aplicação da Carta de Atenas em Palmas,
envolvendo aspectos que vão desde questões práticas de planejamento até a promoção de uma
comunidade participativa e sustentável.

4.10 ZONAS FUNCIONAIS


Propõe a ideia de dividir a cidade em zonas específicas para diferentes funções,
como moradia, trabalho, lazer e transporte buscando eficiência e organização. (Figura
12).
Figura 12 – Mapa de Zonas Funcionais

Fonte: Adaptada de Sara – Plano diretor de Palmas (2023)

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5. CONCLUSÃO

Em conclusão, a história de Palmas, Tocantins, é intrinsecamente ligada ao seu


desenvolvimento, notadamente moldado pelo plano diretor que norteou sua evolução urbana.
Ao analisar a relação entre a Carta de Atenas de Le Corbusier e Palmas, emerge uma adaptação
sensível dos princípios urbanísticos globais aos contextos locais, evidenciando a capacidade da
cidade de incorporar conceitos contemporâneos sem perder de vista sua identidade única.
Nesse cenário, a interação entre a Carta de Atenas e Palmas não é apenas teórica, mas
manifesta-se nas ruas, praças e edifícios, refletindo a habilidade da cidade de harmonizar
princípios urbanísticos globais com as particularidades locais. Este estudo de caso ressalta a
importância de uma abordagem contextualizada no planejamento urbano, considerando a
história, as necessidades locais e as aspirações da comunidade para construir cidades
verdadeiramente sustentáveis e identitárias.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PALMAS (Prefeitura municipal). Lei complementar n° 155, de 28 de dezembro de 2007.


Dispõe sobre a política urbana do município de Palmas. Palmas, TO, 28 DE DEZEMBRO DE
2007. Disponível em: <https://leismunicipais.com.br/plano-diretor-palmas-to>. Acesso em:
27 de novembro de 2023.

IBGE - Instituto brasileiro de geografia e estatística. Panorama do município de Palmas.


Disponível em: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/palmas/panorama>. Acesso em: 27
de novembro de 2023.

LE CORBUSIER. A carta de Atenas. São Paulo: Edusp — Editora da Universidade de São


Paulo, 1993.

file:///C:/Users/geova/Downloads/1685-Texto%20do%20artigo-6617-1-10-20190501.pdf
https://docomomobrasil.com/wp-content/uploads/2016/01/wtf4.pdf

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