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UNIVERSIDADE SANTO AMARO

Curso de serviço social

Robelma Oliveira Lima- RA 4719981


Cristiane Silva Bezerra- RA 4803141

PROJETO INTEGRADOR 1:
ANÁLISE DE CONJUNTURA DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS

Parauapebas
2021
Robelma Oliveira Lima- RA 4719981
Cristiane Silva Bezerra- RA 4803141

PROJETO INTEGRADOR 1:
ANÁLISE DE CONJUNTURA DO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS

Relatório de Projeto apresentado para


obtenção de nota no processo avaliativo
da disciplina de Projeto Integrador I -
Análise de Conjuntura do Curso de
Serviço Social da Universidade Santo
Amaro - UNISA, ministrada pela Prof.
Esp. Luana Euzébia da Silva.

Parauapebas
2021
Lista de Abreviaturas

CFEM Compensação Financeira pela Exploração Mineral


CVRD Companhia Vale do Rio Doce
GETAT Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Ideb Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
ME Ministério da Educação
ODM Objetivos de Desenvolvimento do Milênio
OMS Organização Mundial de Saúde
PIB Produto Interno Bruto
SEMED Secretaria Municipal de Educação de Parauapebas
Uepa Universidade do Estado do Pará
UFPA Universidade Federal do Pará
Ufra Universidade Federal Rural da Amazônia
Unifesspa Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...........................................................................................................5
2 PROJETO INTEGRADOR 1- ANÁLISE DE CONJUNTURA DO MUNÍCIPIO DE
PARAUAPEBAS............................................................................................................6
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................12
REFERÊNCIAS...........................................................................................................13
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1 INTRODUÇÃO

Análise de conjuntura é produzida com base num conjunto de informações


contextualizadas historicamente, que consideram aspectos econômicos, sociais,
culturais, políticos e tecnológicos locais e (inter) nacionais. A virtude da análise de
conjuntura está em permitir identificar tendências com capacidade de influenciar
positiva (oportunidade) ou negativamente (ameaça) os interesses dos agentes
políticos, econômicos e sociais.
A presente pesquisa tem como foco principal fazer essa análise de conjuntura
do município de Parauapebas, de como vem sendo o desenvolvimento da cidade
desde que foi fundada em 1981 as margens do rio Parauapebas, até os dias atuais.
O objetivo desse trabalho é mostrar o desenvolvimento econômico, social,
cultural e turístico do município de Parauapebas desde que foi emancipada há 33
anos. Ao decorrer dessa análise compreenderemos que apesar de ser a cidade com
o segundo maior PIB do estado do Pará, a mesma ainda enfrenta desafios sociais
que estão longes de serem resolvidos.
O trabalho está organizado em 3 partes. O capítulo 1 apresenta o resumo do
tema abordado. No capítulo 2 será apresentada a análise de conjuntura do
município de Parauapebas e seus fatores geográficos, culturais, econômicos,
sociais, políticos, culturais e turísticos. No capítulo 3 disserto sobre os fatores sociais
no município e concluo com possíveis soluções para mudanças da atual realidade
social.
A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica, enriquecida com a tese de
mestrado sobre o município abordado.

2 PROJETO INTEGRADOR 1 - ANÁLISE DE CONJUNTURA DO MUNÍCIPIO DE


PARAUAPEBAS

Parauapebas é um município brasileiro do estado do Pará, pertencente à


mesorregião do Sudeste Paraense e sede da microrregião de Parauapebas.
Localiza-se no Norte brasileiro distante 719 km da capital Belém.
No final da década de 60, pesquisadores descobriram a maior reserva mineral
do mundo, em Carajás, no então município de Marabá. Anos depois, o governo
federal concedeu à Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), hoje Vale, que na época
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era estatal, o direito de explorar minério de ferro, ouro e manganês no local, antes
habitada por índios Xikrins do Cateté.
Em 1981, deu-se início à implantação do Projeto 'Ferro Carajás', quando
então, no vale do rio Parauapebas, começou a ser construída a Vila de
Parauapebas. A notícia da construção do povoado de Parauapebas provocou um
intenso deslocamento de pessoas para a área, pessoas de todas as regiões do país,
principalmente do estado do Maranhão.
Em pouco tempo, o povoado do Rio Verde, apesar das condições inferiores
em relação aos padrões do núcleo urbano projetado em Carajás, cresceu
descontroladamente. O movimento comercial também ocorreu rapidamente,
justamente na área onde hoje é o bairro Rio Verde. A vila, que havia sido projetada
para atender até 5 mil habitantes, segundo dados do IBGE, já estava com cerca de
20 mil habitantes.
Os 165 quilômetros de poeira e buracos ligando Marabá à então vila de
Parauapebas foram o caminho por onde chegou os primeiros imigrantes. Gente de
todo o país, atraída pela grande oferta de trabalho e esperança de riqueza fácil.
Chegaram fazendeiros, madeireiros, garimpeiros e pessoas recrutadas para
trabalhar no Projeto Ferro Carajás, todos com grandes expectativas e sonhos em
relação ao Projeto. Próximo à rodovia PA-275 começaram a surgir as construções
das primeiras casas e barracos, dando início ao povoado de Rio Verde, que mais
tarde se tornaria um dos maiores bairros da cidade.
O município de Marabá, que administrava o povoado de Rio Verde, e a então
CVRD construíram um núcleo urbano ao lado do povoado para abrigar os
funcionários que iriam trabalhar nas obras da Estrada de Ferro Carajás, que ligaria o
Pará ao Maranhão. Esse Núcleo criado na época existe até agora, e abriga alguns
dos trabalhadores do mais alto nível da mineradora.
A empresa iniciou ainda as construções da escola Euclides Figueiredo,
delegacia de polícia, hospital municipal, prédio da prefeitura e a instalação de rede
elétrica.
Em 1983, o então Grupo Executivo das Terras do Araguaia-Tocantins (Getat)
distribuiu lotes agrícolas e usou máquinas para abrir as ruas do Rio Verde, onde o
comércio já era bastante.
Em 1985, deu-se início à luta pela emancipação política da vila. Mas
Parauapebas só teve autonomia administrativa depois de quatro anos de
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movimentos favoráveis ao desligamento político de Marabá. A vila, por plebiscito,


tornou-se município em 1988.
Ainda em 1985, o então presidente da República, José Sarney, inaugurou a
Estrada de Ferro Carajás. A partir de então, o trem passou a trazer pessoas de
todos os estados para a região, formando Parauapebas, hoje conhecida como a
capital do minério.
Já se passaram 33 anos de emancipação e desde então o município passou
por várias mudanças, se tornou um dos municípios que mais se desenvolve no
estado. Parauapebas é uma cidade que abriga florestas, rios, serras e jazidas
minerais ricas em minério de ferro, cobre, ouro e manganês. Além dos recursos
naturais, a cidade conta com excelente infraestrutura de acesso e transportes como
aeroporto, rodovias e ferrovia. Encravada aos pés da Serra dos Carajás, é
colorida por milhares de ipês que contornam avenidas, praças e parques no período
da primavera. Parauapebas, que significa Rio de Águas Rasas, na língua Tupi-
Guarani, é rica em biodiversidade, abrigando em seu território boa parte da Floresta
Nacional de Carajás.
Parauapebas é em uma região privilegiada, é cercada pelo mosaico de
Unidades de Conservação de Carajás, com cerca de 1,2 milhão de hectares de
florestas preservadas, abrigando inúmeras espécies da rica flora e fauna
amazônicas.
Composta por seis Unidades de Conservação, possui atrativos para os mais
variados gostos. Desde trilhas em meio à exuberante floresta, cachoeiras de águas
cristalinas, lagoas, observação de aves, cavernas, algumas com vestígios
arqueológicos. As Unidades de Conservação são:
Rota das águas – Composta por lagos, estância e balneário, além de trilhas
de degustação. O Garimpo das Pedras é o destaque da rota que possui ainda, a
Estância Águas de Maria, um recanto encravado na mata, situada na Vila Sanção,
cerca de 80 km, do centro da cidade. Espaço da Família com lagos artificiais,
quiosques, canoa e cavalos, a cerca de 20 km da cidade; Balneário do Joca,
distante cerca de 20 km do centro de Parauapebas, alia lazer e preservação da
natureza. Sítio Cachoeira, localizado na Área de Proteção Ambiental do Igarapé
Gelado, possui cachoeira de águas limpas e temperatura agradável. Fica cerca de
50 km do centro.
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Rota Carajás – Carajás possui cerca de 1,2 milhão de hectares de florestas


preservadas, tendo como principais atrativos o Parque Zoobotânico Vale que possui
cerca de 270 mil animais entre mamíferos, aves, répteis, além de 70 a 80 espécies
diferentes de solos. Trilha Lagoa da Mata que é uma trilha de fácil acesso que dá
acesso a uma lagoa sazonal (surge no período chuvoso) formando um espelho água
de 2 metros de profundidade com uma vegetação que lembra uma floresta
submersa. Savana Metafórica e cavernas onde o visitante pode observar duas
categorias de bioma: floresta densa e vegetação rasteira. Nesse local é possível
observar a Flor de Carajás, só vista nesse ambiente do planeta. Também é possível
visitar duas cavernas ferríferas; Águas Claras possui trilhas de fácil acesso onde se
pode observar aves e ouvir o som da floresta. Pedra da Harpia é uma formação
rochosa em granito que permite uma vista exuberante da floresta.
Rota do Búfalo – Nessa rota é possível visitar fazendas onde se pode
degustar queijo e leite de búfala, colher abacaxis, conhecer a apicultura e colher mel
na hora em roteiros de turismo rural. O roteiro inclui o sítio Esperança que é uma
propriedade particular com plantações de abacaxi, a maior produção da região, além
de produção de mel de abelha da espécie sem ferrão. Sítio Açaizal onde a grande
atração é a criação de búfalos. Lá existe uma queijaria que produz queijos e
derivados do leite da búfala, sendo a Mozarela de Búfala considerada a melhor do
Brasil. Nesse local acontece o Rock In Roça que reúne pessoas de todas as idades,
distante 22 km da cidade. Balneário e Restaurante Fogão de Minas com pratos
diversificados da comida típica da roça, servido às margens do rio Parauapebas.
Rota Indígena – Nessa rota é possível fazer uma imersão na cultura dos
índios Xicrins, além de conhecer costumes os costumes e ter acesso às pinturas
corporais, artesanato, bijuterias, mergulho e passeio de canoa pelo rio Cateté. Esse
passeio tem a duração de dois dias devido à distância da cidade, sendo necessário
pernoite. Fica cerca de 360 km da cidade de Parauapebas.
Rota City Tour – O atrativo é o Centro Mulheres de Barro que é uma das
iniciativas para desenvolver o turismo e valorizar a cultura local de Parauapebas
(PA). Trata-se de uma cooperativa que reúne artesãs que fazem cerâmicas
inspiradas em peças arqueológicas da região. São peças contemporâneas com
referências a artefatos cerâmicos de 6 mil anos atrás
Como chegar – Via aérea pelo aeroporto de Parauapebas, na Floresta
Nacional de Carajás. Via Ferroviária pela estrada de Ferro Carajás que liga
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Parauapebas à capital do Maranhão, São Luiz, com diversas paradas. Via


Rodoviária pelas BR 155 e PA 275.
Atualmente com uma população de 218.787 mil habitantes, a cidade é a
maior exportadora de ferro do país. No Estado do Pará em 2018, segundo dados do
IBGE, Parauapebas teve e ainda tem, o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB)
do Pará, em termos absolutos, atrás somente da capital. São R$16 bilhões, o dobro
de Marabá que ocupa a terceira colocação com R$8,8 bilhões. Todo esse recurso é
oriundo principalmente pelos ‘royalties’ recebidos da atividade mineral, principal
economia do município.
O município de Parauapebas é conhecido por estar assente na maior
província mineral do planeta, a Serra dos Carajás. A extração do minério de ferro
representa a principal fonte de recursos do município, empregando cerca de oito mil
pessoas diretamente e cerca de 20 mil indiretamente. Além do minério de ferro,
destaca-se a extração dos minérios de manganês e de ouro.
Além disso, a economia da cidade, também é movimentada pela pecuária,
agricultura e o comércio.
Apesar da riqueza gerada pela exploração do minério, as políticas públicas
não abrangem todos os paraopebenses, como, por exemplo, a moradia estendida a
todos, visto que 42% deles não têm casa própria o que se deve, em parte, à
especulação imobiliária, que há anos supervaloriza o preço do metro quadrado.
Atualmente, dos 42.726 domicílios de Parauapebas, 22.001 são próprios (e nestes
habitam 87.869 pessoas) e 15.933 são alugados (49.132 cidadãos). Há outras
condições de ocupação dos domicílios (como os cedidos). No município que mais
arrecada Compensação Financeira pela Exploração Mineral, ainda são encontradas
273 pessoas morando no bueiro (IBGE, 2012).
Com relação à educação no ano 2000 o percentual de analfabetos em
Parauapebas era (16,3%) da população. Em 2010, caiu para 8,1%, decréscimo de
50% em relação à década anterior, não visto em qualquer dos demais municípios do
País com mais de 100 mil habitantes (IBGE, 2012). Nesse contexto, ressalte-se a
formalização de parceria público-privada com a Vale para a obtenção de tal
resultado, a exemplo do Programa Vale Alfabetizar, que ajudou a alfabetizar 12 mil
93 jovens e adultos no município, fazendo da educação de Parauapebas uma das
mais destacadas da Amazônia (SEMED, 2012). Além disso, o Índice de
Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do município tem crescido
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expressivamente a cada apuração – na última, dois anos atrás, o indicador evoluiu


de 4,7 em 2009 para 4,9 em 2011, no ensino fundamental de 1.ª a 4.ª série; e
ampliou de 4,1 para 4,4, no ensino fundamental de 5.ª a 8.ª série. Assim,
Parauapebas mostra que pode atingir as metas estabelecidas pelo Ministério da
Educação (MEC) para 2021 já em 2015, se continuar no mesmo passo. Por outro
lado, ainda há muitas dificuldades na educação pública local, como a existência de
turno intermediário e de prédios precários que funcionam como anexos às escolas
da rede municipal; e a precariedade das escolas de ensino médio, de
responsabilidade do Governo do Pará. Também, em razão de não ter tradição em
ensino superior público e gratuito, Parauapebas tem nível de escolarização de
ensino fundamental (ou média de oito anos), já que, dos 52.040 estudantes do
município, 27.333 estavam nesse nível de ensino. E, apesar de Parauapebas ser o
segundo município do sudeste do Pará em escolarização, atrás de Marabá, ainda
está abaixo do ideal quando comparado a outras localidades de mesmo porte
porque dispõe de poucas graduações regulares, todas as quais ofertadas pela
Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), e não tem campus da Universidade
Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
(Unifesspa) nem da Universidade do Estado do Pará (Uepa). Residem 4.320
pessoas no município apenas com a graduação, 73 com mestrado e 28 com
doutorado. Ressalte-se que não existe pós-graduação stricto senso (níveis de
mestrado e doutorado) em Parauapebas e a mais próxima está em Marabá, com
ingresso restrito a 12 vagas anuais (SEMED, 2011; IBGE, 2012).
Entretanto, embora seja o terceiro do Pará em proporção de habitantes em
situação menos desigual, Parauapebas ainda possui 14,25% de sua população
vivendo com renda inferior a meio salário mínimo e, deles, 4,42% vivem em situação
de miséria absoluta. Ademais, o percentual de crianças vulneráveis à pobreza é de
47,16%, enquanto 20,58% moram em lares pobres de fato e 6,94% passam fome.
Conforme o acompanhamento municipal dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio (ODM), apesar da vultosa CFEM que entra mensalmente no caixa de sua
prefeitura, Parauapebas ainda possui parcela significativa de sua população em
situação de indigência absoluta. Além disso, 0,4% das crianças menores de dois
anos estava desnutrida em 2012. Para alcançar a meta de redução da pobreza, o
município deve ter, em 2015, no máximo 19,1% da população nessa condição
(PORTAL ODM, 2012), meta que, pelo índice de 13,17%, alcançou. A dificuldade é
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controlar o fluxo migratório promovido pela cobiça às riquezas minerais. Além disso,
a taxa de mortalidade infantil é, atualmente, de 12,45 para cada mil nascidos vivos.
Apresentou decréscimo significativo em relação a 2000, quando era 32,3. Mas já foi
menor: em 1996, por exemplo, era 10,4; em 1997, era 13,7. Com 177 mil habitantes
em 2013, o município conta com apenas 491 profissionais de saúde (142 médicos),
126 unidades ambulatoriais e 344 leitos – o que significa 1,95 leitos por mil
habitantes, abaixo do recomendável pela Organização Mundial de Saúde (OMS),
que orienta 4,5 leitos para cada grupo de mil habitantes (IBGE, 2012; DATASUS,
2012). O município é um dos líderes no Pará em número de casos de dengue e em
2012 registrou 1.330 casos confirmados da doença, atrás apenas de Belém, que
teve 1.897 casos. De janeiro a agosto de 2013, foram mais 749 casos. Também é
elevado o número de casos de Aids, que chegou a 542 ocorrências diagnosticadas
até o final de 2012 e 72 mortes já registradas (DATASUS, 2012). No que tange à
segurança, os repasses da Compensação Financeira pela Exploração Mineral de
Parauapebas não dão conta de esconder que o município tem caminhado rumo à
violência homicida e no trânsito. No Mapa da Violência 2013, o município ocupa a
86.ª entre os 5.570 municípios brasileiros em taxa de homicídios totais. Em 2011,
foram registrados 60,5 assassinatos em cada grupo de 100 mil habitantes, taxa
superior à apresentada no Mapa da Violência 2012, de 52,6 (WAISELFIZ, 2012c;
WAISELFIZ, 2013b). Se fosse um país, seria o 3.º mais violento do mundo, atrás de
El Salvador (71 assassinatos por 100 mil habitantes) e Honduras (67). A taxa de
homicídios por arma de fogo, sozinha, é de 36,3 registros a cada grupo de 100 mil
habitantes, superior à taxa da Colômbia (35), o que lhe rende o 167.º lugar no Brasil
(WAISELFIZ, 2013a). No Mapa da Violência 2011, Parauapebas aparecia com uma
das taxas de suicídio mais elevadas do País, entre jovens de 17 a 29 anos,
ocupando a 42.ª colocação, em média, 22,7 pessoas a cada 100 mil habitantes
(WAISELFIZ, 2012a).

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de os indicadores sociais em Parauapebas ainda estarem abaixo


do ideal, para um município considerado o maior arrecadador de ‘royalties’ de
mineração no País, é necessário ressaltar que os benefícios das comunidades
locais com a mineração são vários: aumento das oportunidades de
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diversificação da economia, ampliação do valor do território, expansão dos


benefícios tradicionais, tais como empregos, apoio às atividades econômicas,
oferta de água e de energia, de transporte e de outras infraestruturas, além de
educação, saúde e demais oportunidades (ENRÍQUEZ, 2007b).
Considerado o município mais rico do Estado do Pará, com produção de
divisas que é a 25.ª maior do País e superior à de quatro Estados da
Federação, Parauapebas vê na atualidade sua sede urbana enfrentar uma
multidão de problemas socioespaciais em meio a uma riqueza que é apenas
teórica, mal distribuída e direcionada a sua maior parte para a capital do estado.
Em meio aos números, a maioria dos migrantes maranhenses que ainda
chegam ao território, com a esperança de conseguir emprego na mineração, se
deparam com o desemprego, tendo em vista que as oportunidades nas minas
de Carajás estão cada vez mais raras e com alto nível tecnológico, o que
geralmente é desvantajoso para os migrantes. É importante destacar que todas
essas ponderações levantadas, são fundamentais para compreender a
dinâmica social e produtiva de Parauapebas, bem como para ajudar na
formulação de políticas públicas capazes de eliminar ou minimizar os principais
obstáculos socioeconômicos deixados ao município em decorrência da
expansão das atividades capitalistas em seu território que tantas contradições
geram, a exemplo do fato de o município ser o maior exportador nacional e o
segundo onde o trabalhador formal mais perde o emprego.
Por fim, é preciso empregar esforços em projetos de diversificação da
base econômica, hoje centrada na mineração, de modo que o município possa
enfrentar, sem grandes prejuízos, a baixa na arrecadação em decorrência da
exaustão das minas e transformar os recursos ainda arrecadados no presente
em garantia de desenvolvimento com equilíbrio ambiental e social para a
comunidade.

REFERÊNCIAS

BLOG DO ZÉ DUDU. Parauapebas: população já ultrapassa 250 mil habitantes.


Publicação de 14 jan. 2014. Disponível em: <https://www.zedudu.com.br/>. Acesso
em: 10 nov. 2021.
13

DENATRAN (DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO). Frota por Município.


Setembro de 2013. Disponível em: <https://www.detran.pa.gov.br> Acesso em: 10
nov. 2021.

DNPM (DEPARTAMENTO NACIONAL DE PRODUÇÃO MINERAL). CFEM –


Arrecadação por UF a Partir de 2004. Base Estados, 2013. Disponível em:
https://sistemas.anm.gov.br/. Acesso em: 10 nov. 2021.

DOL. Parauapebas: Notícias de Parauapebas. 10 nov. 2021. Disponível em:


<https://dol.com.br/>. Acesso em: 10 nov. 2021.

DINÂMICA SOCIOECONÔMICA E TRABALHO NA AMAZÔNIA: Análise do


município de Parauapebas a partir da migração de trabalhadores maranhenses da
mineração: Marabá, março, 2014. Disponível em:
<https://pdtsa.unifesspa.edu.br/images/Andrefinal.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2021.

FOLHA DE PARAUAPEBAS. Pará tem 36 mil casos de violência contra a mulher.


Fev. de 2012. Folha de Parauapebas: Parauapebas, 2012. Disponível em:
<https://pt-br.facebook.com/>. Acesso em: 10 nov. 2021.

IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Censo


Demográfico 2010. Divulgação de resultados em 2012. Rio de Janeiro: IBGE, 2012.
Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/>. Acesso em: 10 nov. 2021.

Parauapebas (PA). Prefeitura. 2014. Disponível em:


<http://www.parauapebas.pa.gov.br/>. Acesso em: 10 nov. 2021.

REDEPARÁ. Notícias de Parauapebas. 10 nov. 2021. Disponível em:


<https://redepara.com.br/>. Acesso em 10 nov. 2021.

SAÚDE NO BRASIL. IBGE, 2012; DATASUS;


Disponível em: <https://datasus.saude.gov.br>. Acesso em: 10 nov. 2021
14

SEMED (SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO). Analfabetismo foi reduzido à


metade em apenas dez anos. Parauapebas: Semed, 2011. Disponível em:
<https://parauapebas.pa.gov.br/> Acesso em: 10 nov. 2021.

WAISELFIZ, J. J. Mapa da Violência 2012: Acidentes de Trânsito. São Paulo:


Instituto Sangari, 2012. Acesso em: 10 nov. 2021.

WAISELFIZ, J. J. Mapa da Violência 2013: Mortes ‘Morridas’ por Armas de Fogo.


São Paulo: Instituto Sangari, 2013. Acesso em: 10 nov. 2021.

WAISELFIZ, J. J. Mapa da Violência 2012: Crianças e Adolescentes. São Paulo:


Instituto Sangari, 2012. Acesso em: 10 nov. 2021.

WAISELFIZ, J. J. Mapa da Violência 2011: Os Jovens do Brasil. São Paulo: Instituto


Sangari, 2011. Acesso em: 10 nov. 2021.

WAISELFIZ, J. J. Mapa da Violência 2012: Violência Homicida no Brasil. São Paulo:


Instituto Sangari, 2012. Acesso em: 10 nov. 2021.

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