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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ


PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

BRUNO DE SOUZA DANTAS


EDILAN LOPES LACERDA
ISRAEL DIAS PIRES
JONIHSON MORAES DIAS

PROPOSTA DA CONSTRUÇÃO DE TERMINAL HIDROVIÁRIO

Macapá – AP
2023
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
PRÓ-REITORIA DE ENSINO E GRADUAÇÃO
BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

BRUNO DANTAS
EDILAN LOPES LACERDA
ISRAEL DIAS PIRES
JONIHSON MORAES DIAS

PROPOSTA DA CONSTRUÇÃO DE TERMINAL HIDROVIÁRIO


FLUTUANTE NO IGARAPÉ DA FORTALEZA EM SANTANA/AP

Trabalho apresentado à Universidade Federal do Amapá,


como pré-requisito da disciplina Transporte
Aquaviário. Ministrada pela professora Ma. Cristina
Maria Baddini Lucas

Macapá – AP
2023
RESUMO
Este trabalho de campo analisou a área do Igarapé da Fortaleza, que fica na divisa dos
municípios de Macapá e Santana, no estado do Amapá, na região localizada na amazônica
brasileira, buscamos uma proposta que viesse a propor uma nova solução urbanística que
proporcionasse uma harmonia entre a atividade econômica existente no local (levando em
consideração à venda de pescado, crustáceos e açaí principalmente) com o meio natural. A
metodologia utilizada nesta proposta para sanar ou até mesmo amenizar considerando a
humanização do ambiente utilizado pelos cidadãos que trabalham na localidade, baseou-se
primeiramente em um diagnóstico simplificado da área de estudo, devido a tempo proposto para
a realização do trabalho. Os dados do diagnostico foram feitos através de levantamentos in loco
e entrevistas com alguns moradores e também com pessoas que moraram ou trabalharam no
referido portuário. A segunda etapa foi um levantamento bibliográfico do arcabouço conceitual
e propostas de designer que venham a atender o ambiente com planejamento ambiental, que
serviu de inspiração para a etapa final: a proposição de um terminal portuário com enfoque
ecológico, o “Terminal Hidroviário do Igarapé da Fortaleza”, com espaços mais humanizados
para o acolhimento dos trabalhadores, como a pesca artesanal de camarão e extrativismo de
açaí.

PALAVRAS – CHAVE: Terminal Hidroviario; Igarapé da Fortaleza; Planejamento


Ambiental;

ABSTRACT
This field work analyzed the area of Igarapé da Fortaleza, which is on the border of the
municipalities of Macapá and Santana, in the state of Amapá, in the region located in the
Brazilian Amazon, we sought a proposal that would propose a new urban solution that would
provide harmony between the existing economic activity in the place (mainly taking into
account the sale of fish, crustaceans and açaí) with the natural environment. The methodology
used in this proposal to remedy or even mitigate considering the humanization of the
environment used by citizens who work in the locality, was based primarily on a simplified
diagnosis of the study area, due to the proposed time for carrying out the work. The diagnostic
data were made through on-site surveys and interviews with some residents and also with
people who lived or worked in the aforementioned port. The second stage was a bibliographical
survey of the conceptual framework and designer proposals that would serve the environment
with environmental planning, which served as inspiration for the final stage: the proposition of
a port terminal with an ecological focus, the “Terminal Hidroviário do Igarapé da Fortaleza”,
with more humanized spaces for welcoming workers, such as artisanal shrimp fishing and açaí
extraction.

KEYWORDS: Waterway Terminal; Igarapé da Fortaleza; Environmental Planning;


1. INTRODUÇÃO
O planejamento ocorreu junto com nossa análise preliminar que veio nos levar a
compreender o fato dos trabalhadores que levam seus produtos para comercializarem no local
sem qualquer tipo de infraestrutura adequada e humanizada para desempenhar suas atividades
que vem contribuir economicamente para o estado.

Um contraponto que podemos observar na localidade é alteração no meio natural devido


às ações antrópicas, sendo essas ações possíveis causas de danos ambientais. O Igarapé da
Fortaleza, afluente do Rio Amazonas, tem ligação com diversas ressacas de Macapá e Santana,
inclusive com a Lagoa dos Índios onde está localizada sua nascente.

Podemos salientar sua relevância ecológica, possui relevante atividade comercial na


região, a qual mesmo sem uma área portuária humanizada e estruturada, recebe embarcações
de médio e pequeno porte que trazem diversas mercadorias, a considerar pescados, camarões e
açaí, sendo que esse é comprado quase em sua totalidade diária de produção pela empresa
localizada no local.

Importante informar que muitos dos trabalhadores desta atividade ficam na própria
embarcação ou residem na localidade em habitações improvisadas. Portanto, a necessidade de
intervenção urbana na área é eminente, sendo assim propõe-se a construção de um “Terminal
Hidroviário Flutuante”, onde em sua estrutura teria box para comercialização dos produtos dos
produtos, banheiro social e restaurante popular, toda essa estrutura seria coberta com telhas tipo
sanduiche de zinco para assegurar necessidades básicas dos usuários do no porto.

2. PROPOSTA NA INFRAESTRUTURA DE TERMINAL OU ENTORNO DO


IGARAPÉ DA FORTALEZA
2.1. Proposta a Infraestrutura
Responsável pelo desenvolvimento econômico social de um lugar, cidade ou pais a
infraestrutura e a união dos serviços de saneamento, transporte, energia e telecomunicação que
juntos contribuem para o progresso gerando empregos, renda e aumentando a qualidade de vida.
Assim como e importante o comercio externo que acontece entre países por meio do
transporte marítimo é vital o transporte aquaviário no comercio entre estados, municípios e
cidades. Desta forma, o Igarapé da fortaleza destaca-se como uma das principais hidrovias
portuária que transporta bens, serviços e indivíduos de diversos lugares.
2.2. Ordenamento territorial do Igarapé da Fortaleza

Terrenos de marinha são as áreas que contornam as ilhas, as margens dos rios e das
lagoas, em uma faixa de 33 metros, contados a partir da posição da linha de preamar-média
de 1831, desde que nas águas adjacentes se faça sentir a influência de marés com oscilação
mínima de cinco centímetros.

Desta forma A Secretaria do Patrimônio da União - SPU é a responsável pela


administração do patrimônio da União, dentro do qual se inclui os terrenos de marinha, de
acordo com o artigo 20, inciso VII da Constituição Federal, que considera os terrenos de
marinha bens públicos federais.

Imagem de satélite Igarapé da Fortaleza

2.3. Decreto lei estadual n° 0873

Criada através do decreto lei n° 0873, de 31 de dezembro de 2004 a APA da fazendinha


e uma unidade de conservação que tem por objetivo conciliar a permanência da população local
com a preservação local, motivo viável para implementação de projetos econômicos e
ambientais de exploração de forma racional.

A asserção dessa área da APA voltada a um projeto de estruturas utilizando materiais


regionais, práticas de esportes, trilhas, passarelas de caminhadas, banheiros públicos, lojas de
artesanato, locais próprios voltado a cultura, lazer e lanchonetes aumentaria o potencial
turístico e com isso a possibilidade de mais empregos.
Imagem de satélite APA fazendinha

Através da imagem acima percebe-se que a margem do Igarapé que está dentro da APA
encontrasse afetada por moradias, galpões de transportadoras, pequenos pátios de carga e
descargas e outras benfeitorias em funcionamento e que mantem nesse local um importante
papel na economia e no meio social.

Vale ressaltar que a Embrapa Amapá foi solicitada a estudar, planejar e orientar ações
para uso sustentável dos recursos visando a geração de renda em com a conservação do
ambiente. Solicitou ajuda à Embrapa Amapá para planejar e orientar ações para o uso
sustentável dos recursos visando a geração de renda e em consonância com a conservação do
território.

2.4. Plano diretor da cidade de Santana

A lei complementar 002/2006. PMS em seu artigo em sua subseção Vll , Art. 56, cria
a Zona de interesse Portuário, caracterizada pelo diversos uso de atividades portuárias com
objetivos de:

I - Ampliar, ordenar e potencializar as atividades portuárias, comerciais e de serviços;

II - Propiciar a redução de usos inadequados à área;

III - permitir o monitoramento e o controle ambiental.

IV - Otimizar a integração regional e internacional;


V – Promover o desenvolvimento econômico, social, ambiental e urbano.

Nesse contexto fica evidente o interesse municipal em propor políticas públicas que
fomente o Desenvolvimento econômico social através de infraestruturas portuária. Pontua-se
que nessas áreas já se encontram empresas, transportadoras, distribuidoras e comércios
operantes que movimentam a economia.

Um levantamento de terrenos e imóveis inoperantes seria eficaz para para elaboração


de projetos de infraestruturas como:

a) Construções de uma área portuária única com viabilização para pequenas e medias
embarcações;

b) Aumento da logística e pátios destinados a embarque e desembarque de cargas;

c) Projeto de estação aquaviário e rodoviária;

d) Implantação de bares, lanchonetes e restaurantes para fomentar e divulgar a gastronomia


local;

e) Construção de uma subestação de tratamento de água e esgoto;

f) aproveitar ao máximo as formas de energia renováveis;

g) propor um sistema de acompanhamento virtual de chegada e saída dos transportes envolvidos


e seus modais;

Imagem do Igarapé da Fortaleza lado pertencente ao município de Santana


A falta de projetos, a inercia política e a falta de cobrança por parte de todos geram
prejuízos que afetam diretamente a sociedade, imobiliza a economia e gera danos ao meio
ambiente. Em se tratando de infraestrutura portuária local de entrada e saída de bens e serviços
entre países, estados, municípios são necessários estudos em parceria com todos os interessados
para que se tenha a otimização o cumprimento legal e respeito a diretrizes ambientais.

3. PROPOSTA DE NOVO DESIGN PARA O IGARAPÉ DA FORTALEZA


Localizada no limite oeste da área de proteção ambiental da Fazendinha (APA da
Fazendinha), e delimitada ao sul pelo maior rio do mundo em extensão e volume d'água, o
majestoso Rio Amazonas, a área do Igarapé da Fortaleza vem sofrendo com a ocupação urbana
desordenada, e muitas vezes ilegal e inapropriadas para o local. Na região percebe-se um alto
índice de desmatamento que vem crescendo consideravelmente para construções dessas
moradias (Palafitas) e consequentemente gera resíduos poluentes, como esgoto despejado
diretamente no rio e lixo, principalmente doméstico, causando o desequilíbrio do meio
ambiente, afetando o solo, flora, fauna, o curso hídrico e o microclima gerado por aquele
habitat, situação que preocupa bastante, porém a falta de interesse dos tanto estadual quanto
municipal, consideramos a município de Santana já que estamos focando nossos estudos na
parte do Igarapé da Fortaleza que fica no perímetro do município de Santana, governos em
resolver ou atenuar a situação.

Entretanto, além da relevância ecológica, podemos considerar que o Igarapé da


Fortaleza possui importante atividade comercial, esse portuário do Igarapé recebe embarcações
de pequeno e médio porte que trazem diversas mercadorias, a considerar o pescado e o açaí,
itens essenciais na alimentação da população local e abastecimento da fábrica localizada na
região, esses produtos são importantes também para as riquezas do estado. Os trabalhadores
deste comércio a maioria residem na área, sendo de forma improvisada e muito pouco
estruturada ou até mesmo inadequada, logo estes espaços não asseguram de forma alguma
suas necessidades básicas de moradia, com a ausência sistema de tratamento de esgoto,
abastecimento de água e até mesmo fornecimento de energia elétrica precários e/ou
insuficientes, sem qualquer estruturas para lazer, com vias de acesso inadequadas e precárias,
habitações irregulares a margem da unidade de conservação ambiental, e falta de políticas
públicas que venham a atender esses cidadãos.

A proposta diante no que se destina nossos estudos prévios é de criar um terminal


hidroviário com enfoque ecológico para área, surge dessa forma como estratégia de caráter
sustentável e corretamente ecológico, visando propiciar uma melhor qualidade de vida para os
trabalhadores locais e também a conservação ambiental, garantindo serviços mais humanizados
e quiçá de lazer e ainda gerando renda para os habitantes locais através de atividades comerciais
e turísticas, pois um terminal estruturado e adequado pode atrair interesse de outros munícipes
em conhecer o local, uma vez que dentro dos princípios da sustentabilidade socioambiental, que
vem ganhando força e representatividade nos últimos anos, pode-se inserir a comunidade local
e essa inserção de forma participativa através da qualificação profissional e ainda é contemplada
com a proposta de designer moderno de infraestrutura proposta para área, proporciona assim a
gestão sustentável do projeto em questão. Abaixo podemos observar as imagens obtidas pelo
Google Earth:

Fonte: Internet, acessado em maio de 2023

O Projeto da Novo Terminal Hidroviário ocupará apenas a área pertencente a área


comercial que está localizada no município de Santana, visto que, do outro lado fica a parte da
área da APA da Fazendinha e o nosso foco em questão é o Igarapé da Fortaleza. Optou-se por
implantar Terminal Hidroviário apenas na área do município citado anteriormente, deixando a
APA da Fazendinha sem qualquer tipo de impacto ambiental, assim não se diminui a área da
APA, mas importa informar que dentro dos limites desta se fossemos inclui-la em nosso projeto,
haveria apenas o projeto de reconstituição eco genética do local, por exemplo, inserindo plantas
aquáticas, herbáceas, utilizadas nas chamadas infraestruturas verdes que podem ser utilizadas
em limpezas de rios poluídos.
O projeto do Terminal Hidroviário do Igarapé da Fortaleza é viável legalmente, pois
teríamos ainda o funcionando do porto existente, não estamos considerando o porto da
Sambazon, porque o mesmo é particular, até a construção do novo e a rodovia continuaria seu
funcionamento normal sem qualquer transtorno para os usuários dentro do uso previsto pelo
plano diretor do município de Santana. Abaixo mostraremos uma imagem meramente
ilustrativa de como seria basicamente este terminal sugerido:

Fonte: Internet, acessado em maio de 2023 (Meramente Ilustrativa)

Fonte: Internet, acessado em maio de 2023 (Meramente Ilustrativa)


3.1. PROPOSTA PARA A DIVISÃO DOS AMBIENTES DO TERNIMAL:

3.1.1. ÁREA DE CONVIVÊNCIA

Com objetivo de incentivar o turismo através de temática cultural relativa a principal


produto comercializado no local, o açaí, propomos uma área de conveniência a preços populares
com lavabos e banheiros que viriam a comtemplar os trabalhadores locais como também as
pessoas que viessem visitar a região, visto que, seria uma atração turística. Propõe-se a praça
do açaí, onde seria feita uma escultura relativa a temática da praça. Nesse teríamos pequenos
quiosques de alimentação que trabalham a culinária típica local, não apenas produtos derivados
do açaí. Importante ressalta que esta área de conveniência dará acesso através de um trapiche
em concreto ao deck do “Terminal Rodoviário do Igarapé da Fortaleza”.

Fonte: Internet, acessado em maio de 2023 (Meramente Ilustrativa)

3.1.2. BOX PARA VENDA DOS PRODUTOS COMERCIALIZADOS NO LOCAL:


Esse espaço é destinado à venda dos produtos trazidos pelos produtores para venda no
local e será equipado com balcão e bancada com torneira para a higienização do produto quando
necessário e todos cobertos com palhas que é facilmente encontrada na região amazônica. Eles
ficarão localizados nas proximidades do deck do terminal hidroviário, pois dessa forma facilita
o acesso as embarcações, além de uma vista privilegiada de todo o local, já que, esses ficariam
no centro de toda a área construída.
3.1.3. MIRANTE:
O mirante irá contemplar aos seus usuários com a vista da parte de conveniência, terminal
hidroviários além da floresta amazônica presente na região e em seu entorno, possuirá guarda-
corpo para garantir a segurança dos usuários, e cobertura inspirada em uma peneira, produto
produzido artesanalmente e utilizado para crivar o açaí.

4. DIRETRIZES PARA OCUPAÇÃO E USO DO LOCAL

O porto do Igarapé da Fortaleza exerce papel fundamental na atividade comercial,


recebendo embarcações provenientes das mais variadas localidades da região amazônica, que
trazem diversas mercadorias para comercialização, principalmente o açaí e o pescado, itens
essenciais na alimentação da população local além do abastecimento de insumos para indústrias
de produção de polpas e outros produtos. A maioria dos trabalhadores desse comércio se
estabeleceram em residências localizadas às margens do Igarapé bem como nas proximidades
do local de trabalho, de forma improvisada e pouco estruturada, em espaços que não asseguram
suas necessidades básicas de moradia.

Partindo desse contexto situacional, faz-se necessário a adoção de diretrizes para a


implementação da estratégia para proteção do meio ambiente e geração de trabalho e renda para
a comunidade residente no porto do Igarapé da fortaleza, logo, tomando como base o plano
diretor do município de Macapá e Santana pelo fato do local em estudo ser uma região limítrofe
entre esses dois municípios, adotou-se as diretrizes abaixo como fundamentais para melhoria
das condições de uso e ocupação do local.

4.1 - Gestão integrada da proteção do patrimônio ambiental e do desenvolvimento de atividades


econômicas sustentáveis.

A área do Igarapé da fortaleza tem sofrido com o processo de ocupação desordenada,


tendo como consequência o desmatamento das áreas florestais e matas ciliares, gerando
resíduos poluentes como esgoto e lixo, principalmente o doméstico, causando o desequilíbrio
do meio ambiente, afetando o solo, a flora, fauna local e os cursos hídricos.

Diante do atual cenário constatado no porto do Igarapé da fortaleza no que tange a


precariedade nas condições de vida, habitação, saneamento básico e falta de estrutura do
principal porto de desembarque, há a necessidade de buscar medidas para a proteção do meio
ambiente e a geração de trabalho e renda baseados no tripé de desenvolvimento sustentável que
engloba atividades economicamente viáveis, socialmente justo e ecologicamente correta.

Ponto fundamental nessa diretriz, diz respeito aos princípios de desenvolvimento


sustentável, com vistas a conciliar o desenvolvimento econômico do local atrelado a
conservação do meio ambiente, garantindo a satisfação das necessidades atuais sem
comprometer que as futuras gerações possam ser beneficiadas.

Para alcançar esse objetivo, deve-se buscar a conscientização ambiental por parte da
população residente no entorno do porto do igarapé da fortaleza, mostrando através de
programas de educação ambiental, a importância de se buscar o desenvolvimento econômico
causando o mínimo de impacto ambiental.

4.2 - Integração ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação

A lei 9.985 de 18 de julho de 2000, institui o Sistema Nacional de Unidades de


Conservação - SNUC, estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das
unidades de conservação. A área de estudo do Igarapé da fortaleza está inserida na APA da
Fazendinha, que de acordo com a lei supracitada corresponde a uma área de uso sustentável
com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais especialmente importante para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas, permite a conciliação de populações tradicionais com o uso direto de seus recursos
naturais de forma sustentável para aproveitamento dos produtos florestais madeireiros e não
madeireiros com aplicação de técnicas de manejo sustentável.

Nesse sentido, é fundamental que a comunidade local mantenha uma relação de uso e
emprego de atividades comerciais, que respeitem o plano de manejo da unidade de conservação,
com vistas a compatibilizar o desenvolvimento econômico com a conservação da
biodiversidade local.

4.3 - Elaboração de outras modalidades de preservação ambiental adequadas à realidade local

Para um bom planejamento de medidas a serem adotadas, faz-se necessário conhecer a


realidade da comunidade, suas dificuldades, condições de moradias, espaços para lazer, acesso
ao sistema de saúde e educação, condições da infraestrutura dos portos, além das peculiaridades
do meio ambiente presente no local.
4.4 - Prioridade na proteção de áreas com maior fragilidade ambiental, especialmente as áreas
de ressaca as áreas baixas e de várzea;

As áreas de ressaca denominação regional, são ecossistemas típicos da zona costeira do


Amapá, são áreas encaixadas em terrenos quaternários que se comportam como reservatórios
naturais de água, caracterizando- se como um ecossistema complexo e distinto, sofrendo os
efeitos da ação das marés, por meio da rede formada de canais e igarapés a exemplo do da
fortaleza.

De acordo com a secretaria de meio ambiente do estado do Amapá, acerca da bacia


hidrográfica do estado, a bacia hidrográfica do Igarapé da fortaleza, com 193 km² de superfície,
considerada uma das menores do estado, abriga a maior parte das duas principais cidades do
estado Macapá, a capital, e Santana, o segundo município mais populoso do estado.

A ocupação de áreas de ressaca e de várzeas, com objetivo de moradias tem causado


uma pressão cada vez maior nesses espaços de grande fragilidade natural, a ocupação dessas
áreas pela população, em especial da comunidade do Igarapé da fortaleza pode causar uma
perda na qualidade dos recursos hídricos, desmatamento de matas ciliares e consequente perda
da biodiversidade.

4.5 - Orientação às populações dos distritos no manejo dos recursos naturais e controle das
atividades agrícolas, extrativas e pesqueiras

É preciso que haja por parte do poder público orientação técnica para a comunidade do
local que utiliza os recursos naturais como forma de obter seu sustento. Programas de extensão
rural para orientação da comunidade é essencial, possibilitando dessa forma a dinamização da
economia local, contribuindo para o aumento da produção e renda e segurança alimentar.

Em relação ao modal aquaviário, faz-se necessário a orientação do uso adequado do


Igarapé, segurança no trabalho, descarte correto dos resíduos gerados no processo de transporte
dos produtos e armazenamento de substâncias perigosas como combustível de forma adequada
de acordo com recomendação dos órgãos competentes.

4.6 - Avaliação permanente dos sistemas de infraestrutura urbana e de saneamento ambiental


cuja carência ou deficiência causem impactos ambientais.
As ocupações inadequadas de áreas de ressaca e de várzeas, causam impactos
significativos no meio ambiente, principalmente com o descarte de resíduos diretamente nos
leitos dos rio e Igarapés, como no local de estudo, tendo como consequência a poluição dos
recursos hídricos, que muitas vezes essa própria água inadequada com padrões fora do
estabelecido pela legislação é utilizado para o consumo humano da comunidade, causando a
proliferação de doenças e vetores de doenças na área e consequente pressão no sistema de saúde
local.

Logo, a permanente avaliação do sistema de infraestrutura, com vistas a buscar cada vez
mais eficiência e melhorias para a comunidade é fundamental. Deve-se ainda buscar
alternativas viáveis para o saneamento ambiental, que atualmente de certa forma inexiste no
local de estudo, reflexo das condições inadequadas do próprio estado.

Deve-se ainda buscar a articulação com a entidade estadual responsável pela execução
dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário, para implementar os programas
relativos à adequação do saneamento ambiental.

4.7 - Direcionamento prioritário dos incentivos ao setor produtivo para atendimento das
necessidades locais.

O comércio dos produtos florestais no local, venda de produtos em estabelecimentos


comercias, produção industrial de derivados do açaí, o trabalho informal gerado indiretamente
por essas atividades e pequenas comunidades de produção familiar, são as bases de sustentação
da economia local, dessa forma, buscar um direcionamento que priorize essas atividades é
fundamental. Ações governamentais dos dois municípios, Macapá e Santana, através de
incentivos financeiros para o desenvolvimento dessas economias é necessário.

4.8 - Estímulo e apoio ao desenvolvimento e à propagação do conhecimento tecnológico


adequado à realidade local.

Através dessa diretriz, busca-se a inserção de tecnologias adequadas às atividades


locais, este ponto está inclusive está previsto nos objetivos específicos da Lei 6938/81, Política
Nacional do Meio Ambiente. Deve-se priorizar o uso tecnologias que maximize a produtividade
e reduza os impactos causados no meio ambiente, nesse sentido, o poder público deve estimular
e apoiar o uso de tecnologias voltadas para esse objetivo na comunidade do Igarapé da
Fortaleza.
5. DIRETRIZES PARA INTERLIGAÇÃO TERRESTRE ENTRE O IGARAPÉ DA
FORTALEZA COM MACAPÁ E SANTANA

A interligação terrestre é um projeto de infraestrutura de extrema importância para a região


que compreende Macapá e Santana. Essa conexão viária promoverá o desenvolvimento
econômico, social e turístico, melhorará o acesso a serviços básicos e fortalecerá as conexões
entre essas localidades. No entanto, a implementação de uma interligação terrestre envolve uma
série de desafios que precisam ser abordados de forma cuidadosa e estratégica.

PLANO DE DIRETRIZES:
1.0. Estudos Preliminares:
a. Realizar estudos de demanda de tráfego para determinar a quantidade de veículos e
passageiros que utilizarão a interligação.
b. Avaliar os benefícios socioeconômicos esperados, incluindo impactos no turismo,
comércio, desenvolvimento regional e acesso a serviços básicos.

1.2. Viabilidade Técnica e Econômica:


a. Realizar estudos detalhados de viabilidade técnica para determinar a melhor rota para a
interligação terrestre, levando em consideração a topografia, hidrografia e
características geotécnicas da região.
b. Realizar uma análise de custo-benefício para avaliar a viabilidade econômica do projeto,
considerando os custos de construção, operação e manutenção em relação aos benefícios
esperados.

1.3. Planejamento e Projeto:


a. Elaborar um plano mestre para a interligação terrestre, incluindo a definição das rotas,
traçado das rodovias, localização das pontes e demais estruturas necessárias.
b. Projetar as rodovias de acordo com os padrões técnicos e normas de segurança
adequadas, considerando a capacidade de tráfego esperada e possíveis expansões
futuras.

1.4. Licenciamento e Estudos Ambientais:


a. Realizar estudos de impacto ambiental (EIA-RIMA) para avaliar os possíveis impactos
ambientais da interligação terrestre e desenvolver medidas de mitigação.
b. Obter as licenças ambientais necessárias junto aos órgãos competentes, garantindo a
conformidade com a legislação ambiental vigente.
1.5. Financiamento:
a. Identificar as fontes de financiamento disponíveis, incluindo recursos governamentais,
parcerias público-privadas, empréstimos internacionais ou outras modalidades de
financiamento.
b. Elaborar um plano financeiro detalhado, considerando os custos de construção,
operação e manutenção, bem como a capacidade de pagamento do projeto.

1.6. Construção e Implementação:


a. Realizar licitações para selecionar empresas qualificadas para a execução das obras,
garantindo um processo transparente e competitivo.
b. Monitorar de perto a construção para garantir que os padrões de qualidade sejam
atendidos e que o projeto seja concluído dentro do prazo e do orçamento estabelecidos.

1.7. Acessibilidade:
a. Projetar a interligação terrestre levando em consideração a acessibilidade para todos os
usuários, incluindo pedestres, ciclistas e pessoas com mobilidade reduzida.
b. Construir calçadas, ciclovias e passarelas ao longo da rodovia, garantindo a segurança e
a comodidade de todos.

1.8. Integração com transporte público:


a. Promover a integração da interligação terrestre com o sistema de transporte público
existente na região.
b. Estabelecer pontos de ônibus estratégicos e facilitar a integração com linhas de ônibus
urbanas e intermunicipais.

1.9. Operação e Manutenção:


a. Estabelecer um plano de operação e manutenção eficiente, incluindo a gestão do tráfego,
a manutenção regular das estradas, pontes e outras estruturas, e a implementação de
melhorias quando necessário.
b. Garantir a segurança viária por meio de sinalização adequada, fiscalização e educação
dos usuários.

1.9.1. Monitoramento e Avaliação:


a. Estabelecer um sistema de monitoramento para avaliar continuamente o desempenho da
interligação terrestre, incluindo a análise do fluxo de tráfego, a segurança viária e o
impacto socioeconômico.
b. Realizar avaliações periódicas para identificar possíveis melhorias e implementar
ajustes no projeto, se necessário.

A implementação bem-sucedida desse empreendimento requer uma abordagem


criteriosa, baseada em diretrizes sólidas e bem definidas. Ao seguir o plano de diretrizes
proposto, será possível enfrentar os desafios e promover o desenvolvimento sustentável,
melhorando a conectividade e a qualidade de vida das comunidades envolvidas.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As discussões a respeito da sustentabilidade ambiental crescem no cenário mundial,
garantir a sobrevivência de ecossistemas e atender as demandas do crescimento populacional
acelerado e seu consumo desenfreado tem se mostrado uma equação difícil de equilibrar. No
presente trabalho propõe-se a construção de um Terminal Hidroviário é projeto viável para
melhorias no local, atendendo técnicas ambientalmente responsáveis que intencionam dar um
start no processo de balanceamento desta equação: desenvolvimento e meio ambiente.

O Terminal Hidroviário do Igarapé da Fortaleza, tem como objetivo principal a


melhoria dos trabalhadores do local, pois eles ficam em um ambiente que não disponibiliza a
eles condições condizentes de trabalho. Propomos que as atividades de venda de pescado e açaí
serão organizadas em box adaptados para cada tipo de produto. A área a ser construída
dependerá do remanejamento da população para uma área circunvizinha. Porém, esta população
que vive ao entorno virá a usufruir da infraestrutura proposta pelo terminal.

Portanto, terminal buscará além de melhores condições de trabalhos para os ribeirinhos


que exercem suas atividades na região como também a cultura da própria comunidade, sejam
nos seus usos diários, pretende-se torna o local em uma atração turística, porque teremos um
complexo comercial completamente estruturado. E o novo espaço público será proposto de
forma condizente com a realidade local, sendo assim, os usuários se sentiram mais ligada forma
intrínseca ao complexo do terminal hidroviário.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
TUNDISI, J. G. Exploração do potencial hidrelétrico da Amazônia. ESTUDOS AVANÇADOS
21 (59), 109-114p. 2007

TAKIYAMA, L. R., et al. Qualidade das Águas das Ressacas das Bacias do Igarapé da
Fortaleza e do Rio Curiaú In: TAKIYAMA, L. R., SILVA, A. Q. da (orgs.). Diagnóstico das
Ressacas do Estado do Amapá: Bacias do Igarapé da Fortaleza e Rio Curiaú, Macapá-AP,
CPAQ/IEPA e DGEO/SEMA, p.81-104. 2003.

MAGALHÃES, Petrônio Sá Benevides. Transporte Marítimo – Cargas, Navios, Portos e


Terminais. Editora Aduaneiras, São Paulo, 2011.

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