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SISTEMAS DE TRANSPOTE
Macapá-AP
2023
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAPÁ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL – BACHARELADO
SISTEMAS DE TRANSPORTE
MODAL AQUAVIÁRIO
Macapá-AP
2023
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo do sistema de transporte mais utilizado
no Amapá, buscando analisar os problemas encontrados na região e apontar suas problemáticas,
além mostrar sua importância nas atividades econômicas e sociais do estado. No modal
escolhido, podemos observar um alto fluxo de embarcações na área setentrional amazônica,
principalmente nos municípios de Macapá, capital do estado onde está concentrada a maior
parte da população do estado, e de Santana, onde fica o porto que recebe navios de pequeno,
médio e grande porte, que desempenham seu papel econômico. Podemos observar que na região
é comum o transporte tanto mercadorias quanto pessoas e também peixes, crustáceos, frutas e
açaí in natura. Muitos ribeirinhos que residem no estado do Pará, que faz fronteira com Amapá,
vem fazer suas compras mensais na capital macapaense, onde fica concentrado o comercio e
também hospitais públicos. Contudo, há necessidade crescente de prover acesso e mobilidade
eficazes às novas áreas de reservas minerais e sítios de manejo florestal sustentável. Ademais,
as ações recentes impostas pela cadeia da agroindústria da soja, deslocada para o cerrado
amapaense, ainda não foram bem absorvidas. Soma-se a essas situações a possibilidade de
exploração de petróleo na costa oceânica do Amapá, entretanto apesar de todas essas situações
citadas anteriormente, pouco se tem debatido sobre melhorias no modal mais utilizado e muito
menos um planejamento do sistema de transportes.
PALAVRAS – CHAVE: Sistema de Transportes; Modal Aquaviário; Infraestrutura;
Desafios Econômicos.
ABSTRACT
The present work aims to carry out a study of the most used transport system in Amapá, seeking
to analyze the problems found in the region and highlight its problems, in addition to showing
its importance in the economic and social activities of the state. In the chosen mode, we can
observe a high flow of vessels in the northern Amazon area, mainly in the municipalities of
Macapá, the state capital where most of the state's population is concentrated, and Santana,
where the port that receives small ships is located. Medium and large, which play their
economic role. We can see that in the region it is common to transport both goods and people,
as well as fish, crustaceans, fruits and fresh açaí. Many riverside residents who live in the state
of Pará, which borders Amapá, come to do their monthly shopping in the capital of Macapá,
where commerce and public hospitals are concentrated. However, there is a growing need to
provide effective access and mobility to new areas of mineral reserves and sustainable forest
management sites. Furthermore, the recent actions imposed by the soy agroindustry chain,
relocated to the Amapá savanna, have not yet been well absorbed. Added to these situations is
the possibility of oil exploration on the ocean coast of Amapá, however, despite all these
situations mentioned above, there has been little debate about improvements in the most used
mode, much less planning the transport system.
E levando em conta que quase 90% das exportações do país são feitas através de portos,
o que garante a grande utilização deste serviço de transporte no Brasil, sendo que há setores
investindo neste modal de transporte, seja em portos privados, ou na construção de navios, esta
modalidade é uma das mais utilizadas no comércio internacional devido seu baixo custo em
relação aos outros tipos de transportes de cargas.
O Amapá, onde está situada nossa a área de estudo, teve sua emancipação à categoria
de estado federado pela Carta Constitucional de 1988. Mesmo após quase quarenta anos de sua
dessa autonomia pouco se avançou no que se refere às políticas públicas, bem como ao
planejamento e adequação do seu sistema de transportes da região em relação às exigências
atuais do processo de desenvolvimento regional. Novas dinâmicas se marcam no espaço
amapaense a partir de ações em cadeias produtivas como a extração florestal e mineral e, mais
recentemente, a da agroindústria que vem expandindo no estado.
O modal ferroviário na região do Amapá, possui apenas uma ferrovia diagonal, a Estrada
de Ferro do Amapá (EFA), com aproximadamente 194 km de extensão construída em bitola de
1,43 metros. Implantada em fins da década de 50 do século XX pela ICOMI, o principal objetivo
da ferrovia era o transporte do minério de manganês da Serra do Navio no centro-oeste do
Estado, onde foi construído um grande pátio de estocagem até a cidade portuária de Santana,
no sudeste do estado, nas margens do canal do norte do rio Amazonas. Em Santana, também
foi construído um grande pátio de estocagem, além de oficinas de manutenção e o Terminal de
Uso Privativo (TUP) de cais flutuante para transbordo e exportação do minério.
Mesmo com os rios navegáveis e de calado considerável, que são bastante utilizados, há
carência de estudos técnicos visando a sua classificação, avaliação e caracterização, apesar
desses rios serem de extrema importância para as cadeias produtivas. Porém alguns trechos
impõem grandes dificuldades para o escoamento da produção, como é o caso do acesso feito
pelo rio Maracá, com inúmeras corredeiras e cachoeiras, que dificultam e encarecem os custos
da coleta da castanha da Amazônia.
Entretanto a proposta deste trabalho, é um estudo centrado na análise das relações entre
o sistema aquaviário e as principais dinâmicas de desenvolvimento regional no Amapá
procuramos realizar a caracterização geral do aquaviário do Amapá, incluindo dados da
dinâmica produtiva, processos erosivos atuantes nas vias, sazonalidade climática, drenagem e
relevo. O transporte aquaviário desempenha um papel fundamental na mobilidade e no
desenvolvimento das regiões ribeirinhas, possibilitando o acesso a áreas remotas e facilitando
o escoamento da produção local. No entanto, muitas vezes, esses sistemas enfrentam problemas
estruturais que dificultam sua operação eficiente.
Este estudo se concentrou nas cidades de Macapá e Santana, pois as duas possuem maior
concentração socioeconômica do estado do Amapá, as quais juntas compõem a Área de Livre
Comércio Macapá/Santana (ALCMS), as duas foram criadas em março de 1993. Tostes, Souza
e Ferreira (2015) afirmam que a alta densidade demográfica que elas apresentam se reflete na
posição que o Amapá ocupa como um dos estados mais urbanizados do Brasil. Cumpre
ressalvar que o urbano faz oposição ao rural, inclusive devido nessas cidades não haver
equipamentos urbanos em níveis satisfatórios.
Apesar de ser o estado menos explorado do que poderia (e deveria) ser, o transporte
aquaviário que é desenvolvido no Brasil apresenta consideráveis problemas que impedem
ancoragem de navios de grande porte, considerando questões econômicas, porém existe no
estado o comercio menor que é o extrativismo, principalmente o açaí. E ainda podemos
considerar o transporte de pessoas que é expressivo por parte de ribeirinho vindos das ilhas do
Pará, eles consomem produtos dos comércios de médio porte da região onde suas pequenas e
médias embarcações ancoram, contribuindo de forma significativa para o comercio local e
consequentemente para a economia do estado.
Com esse terminal com capacidade inicial para 3.000 contêineres por mês. Além da
grande vantagem geográfica do Porto de Santana, o novo terminal de contêineres será
competitivo no cenário nacional, porque os grandes portos do país operaram com capacidade
elevada, o que tarda o período entre a chegada do navio e o efetivo descarregamento e
desembaraço das mercadorias, problema já contornado com a construção do novo terminal de
contêineres, com capacidade para liberação da mercadoria em poucas horas, além de geração
de empregos e aquecimento da economia.
O estado do Amapá possui quatro eixos fluviais de grande importância no que tange ao
desenvolvimento econômico e regional: os eixos dos rios Amazonas, Jari, Araguari e Oiapoque.
A Floresta Nacional do Amapá está cercada pelos rios Falsino e Araguari, os quais constituem
as únicas vias de acesso aos municípios vizinhos. Segundo o ICMBio (2014), o transporte
fluvial é realizado pela população local por meio de pequenas embarcações próprias, feitas de
madeira, conhecidas como batelões. Podemos observar as peculiaridades da Amazônia e de
como os moradores vou se adaptando de acordo com sua necessidade tanto social quanto
econômica.
A referida via é duplicada e dividida por um canteiro central em sua maior parte. De
acordo com o disposto no Plano Mestre do Porto de Santana (Secretaria de Portos, 2013), o
Porto de Santana dispõe de dois píeres: o cais A e o cais B, também chamados respectivamente
de píer 1 e píer 2, totalizando 350 m de cais acostável na face externa. Ainda de acordo com a
Secretaria de Portos (2013), o porto conta com um armazém com área de 2.800 m², um pátio
para contêineres, área de estocagem para minério de ferro em que há estocagem de cavaco de
madeira e demais instalações da arrendatária. Os principais produtos enviados ao exterior via
Santana são minérios e madeira. Esse porto é o portão de entrada de mercadorias no estado do
Amapá, sua importância é grande para o todo comércio local do município como para a capital
e todo o estado.
No que tange ao escoamento de madeira, o eixo fluvial do rio Amazonas é sem dúvida
o mais importante da região, proporcionando a ligação do Amapá com os demais estados
brasileiros. Diferentemente da maior parte do país, em que a matriz de transporte de cargas e
passageiros acontece por via rodoviária, devido à inexistência de conexões rodoviárias do
Amapá com o restante do país a circulação ocorre através da hidrovia do Amazonas, numa de
suas rotas mais movimentadas: a de Belém-Macapá-Belém (SANTOS, 2015). O trajeto possui
aproximadamente 570 km e corta a ilha de Marajó passando pelo município de Breves até
chegar ao Porto de Santana, durando aproximadamente 36 horas.
4.4 Navegação de cabotagem
À exceção das embarcações que fazem escala em Macapá, grande parte daquele cujo
destino final é o estado do Amapá volta vazia ou com pouca carga, o que encarece o frete para
a região. A fim de viabilizar esse tipo de navegação, é possível estabelecer uma programação
específica para o envio regular de mercadoria em contêineres, aproveitando a rota dos navios
que já realizam operações no porto.
Os produtos florestais madeireiros podem ser transportados via contêineres de vinte ou
quarenta pés. Os contêineres possuem capacidade de carga de 33 e 67 m³, respectivamente.
Atualmente os produtos que deixam o Amapá pela navegação de cabotagem saem do Porto de
Santana por meio de balsas até o Porto de Vila do Conde, em Barcarena, ou até o Porto de
Belém do Pará. Depois os contêineres são transportados para outro navio, que efetuará a outra
etapa da navegação de cabotagem até o porto de destino.
Sendo que esse tipo de navegação de longo curso apresenta preços mais competitivos
do que a navegação de cabotagem. O preço para despachar um contêiner para o exterior varia
entre R$ 1.500,00 e R$ 2.500,00 aproximadamente. Esses preços são praticados para o envio
de mercadoria para a Europa, a América do Norte ou a China. A exportação de mercadorias
diretamente pelo Porto de Santana poderá ser viabilizada, a depender da escala de embarque e
atualmente é possível exportar pelo Porto de Belém, por Vila do Conde ou diretamente do Porto
de Santana.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sistema de transportes brasileiro vai mal e precisa de investimentos de todos os
envolvidos para que possamos diminuir custos, proporcionando preços mais competitivos aos
produtos, isso será possível quando houver investimentos significativos em tecnologias de
ponta e com isso geraremos um maior desenvolvimento econômico, para que isso aconteça o
governo deve definir políticas e planejamentos mais claros, específicos para cada modal,
priorizando parcerias público-privado, porém o governo federal não está preparado para realizar
um grande programa de investimentos em infraestrutura, pois a burocracia federal é ineficiente
e a máquina administrativa move-se muito devagar.
Investir em portos com uma logística de maior fluidez seria um salto para o
desenvolvimento econômico da região, pois o Amapá isolado do restante dos estados que
dificulta a exportação dos produtos produzidos. Outro ponto não menos importante e a grande
circulação de pessoas, essas não dispõem de terminais de passageiros adequados para recebe-
los de forma que venham ter conforto em seu embarque e desembarque. Não obstante, temos o
transporte utilizados pelos ribeirinhos das ilhas do Pará e Amapá que vem a cidade para comprar
alimentos/ Roupas e outros produtos, além de vender seus oriundos de suas plantações.
CNT – Confederação Nacional dos Transportes. Plano CNT de Logística e Transporte. (2014).
VERÍSSIMO, A.; BARRETO, P.; MATTOS, M.; TARIFA, R.; UHL, C. (1992). Logging
impacts and prospects for sustainable forest management in an old Amazonian frontier: the case
of Paragominas in Forest Ecology and Management. Belém: Imazon 1992.