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POR
2004
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POR
Administração e Negócios
RESUMO
SUMÁRIO
FICHA CATALOGRÁFICA................................................................................... ii
RESUMO.............................................................................................................. iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES.................................................................................. v
LISTA DE TABELAS............................................................................................ vi
INTRODUÇÃO..................................................................................................... 07
CONCLUSÃO...................................................................................................... 55
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................... 57
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LISTA DE TABELAS
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração Página
Porto de Manaus – Início do Século XX................................................................ 11
Quantitativo de Embarcações Inscritas em Manaus............................................. 13
Quantitativo de Embarcações Inscritas na Amazônia Ocidental........................... 13
Balsa Tanque......................................................................................................... 15
Ro-rô caboclo........................................................................................................ 15
Rio Solimões.......................................................................................................... 17
Rio Negro............................................................................................................... 18
Rio Branco............................................................................................................. 19
Mapa Hidrográfico da Amazônia Ocidental........................................................... 38
Portão das Armas do CECMA............................................................................... 40
Comboio do CECMA, composto de empurrador e balsa....................................... 44
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INTRODUÇÃO
visando com este estudo fornecer subsídio para o Comando da 12ª Região Militar
atender com mais eficiência, eficácia e rapidez as necessidades dos integrantes das
Organizações Militares Apoiadas e situadas ao Norte do Brasil
Assim sendo, através do estudo e da pesquisa, pretende-se possibilitar a
melhoria do transporte fluvial utilizado para o apoio logístico das unidades militares,
de modo a atender com a eficácia e eficiência o militar e seus dependentes, em um
tempo real, mais rápido, em todas as suas necessidades.
São objetivos específicos deste trabalho:
- Adquirir conhecimentos específicos sobre transporte fluvial;
- Entender e refletir sobre as dificuldades do transporte fluvial para o apoio
logístico na região Amazônica;
- Trazer subsídios que o Comando da 12ª Região Militar possa atender suas
Unidades com maior eficiência e eficácia;
- Mostrar a necessidade real da utilização desse transporte modal para a
Região Norte do país.
A metodologia utilizada para conclusão do trabalho de final de Curso foi a
pesquisa bibliográfica, com base em consultas a livros, trabalhos didáticos sobre o
assunto e informações junto às OMDS que fazem o apoio logístico propriamente
dito.
O presente estudo ficou delimitado às Unidades Militares apoiadas pelo
Comando da 12ª Região Militar, que é o Grande Comando de Apoio Logístico e
Administrativo, subordinado ao Comando Militar da Amazônia (CMA), e tem sob sua
jurisdição a Amazônia Ocidental, compreendendo os Estados do Acre, Amazonas,
Rondônia e Roraima.
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CAPÍTULO I
Balsa tanque
Ro-rô caboclo
CAPÍTULO II
OS RIOS DA AMAZÔNIA
a. CLASSIFICAÇÃO REGIONAL
Os rios ou as “estradas” da Amazônia, na terminologia geográfica regional,
são distinguidos pela coloração de suas águas e assim classificados:
- Rios de água branca, amarela ou barrenta - Apresentam as seguintes
características: instabilidade dos leitos provocadas pela erosão fluvial marginal
(fenômeno das Terras Caídas), existência de muitos meandros nas planícies aluviais
formando também inúmeras ilhas sedimentares e argilosas, ricos em sais minerais e
matéria orgânica, fauna e flora em ambiente propício e exuberante (Rios Amazonas,
Solimões, Purus, Madeira, etc.).
Rio Solimões
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Rio Negro
Rio Branco
b. HIDROGRAFIA
A Amazônia Brasileira tem em sua imensa extensão territorial a mais
fantástica bacia hidrográfica do planeta. A grande artéria de circulação regional é o
Rio Amazonas, constituindo-se na calha principal deste complexo sistema fluvial,
atravessando toda a extensão no sentido oeste-leste.
A rede hidrográfica formada pela bacia Amazônica apresenta mais de 20.000
Km (vinte mil quilômetros) de vias navegáveis, atingindo assim a grande maioria das
cidades, vilas e demais localidades da região. A par do imenso e importante papel
desempenhado por essas vias, existem riscos e dificuldades na sua navegação.
Problemas como o fraco balizamento, a grande necessidade da utilização de
práticos, a observância do regime das águas e a abordagem sempre oportuna sobre
as intempéries próprias da vasta floresta tropical e seus clima e temperatura muito
peculiares.
É sabido que um rio não é necessariamente e permanentemente uma
hidrovia, é preciso sempre buscar a plenitude do sistema, oferecendo condições
ideais de navegabilidade, pois, o benefício do transporte logístico fluvial, só pode ser
entendido, no momento em que o grau de segurança torne o sistema confiável.
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1. Rio Acre
Rio sinuoso, pouco profundo, bastante barrento, com salões e torrões em
vários trechos até Rio Branco-AC, possuindo correnteza forte. Largura média: 55
metros.
Quanto à navegabilidade e aos aspectos hidrológicos, seu perfil pode ser
dividido em quatro grandes trechos:
1º - Fronteira/Brasiléia-AC – 158 milhas;
2º - Brasiléia-AC/Xapuri-AC – 77 milhas
3º - Xapuri-AC/Rio Branco – 185 milhas
4º - Rio Branco-AC/Boca do Acre-AM – 134 milhas
- Navegabilidade (calado)
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2. Rio Amazonas/Solimões
O Amazonas apresenta-se como o rio mais extenso, caudaloso e profundo do
mundo, calha principal da bacia hidrográfica da Região Amazônica; alcança uma
extensão total de 6.762 Km, dos quais cerca de 3.713 Km situam-se em território
peruano. Recebe este nome após a junção dos rios Marañon (extensão de 1.800
Km) e Ucayali, ainda em território peruano; a partir daí, em direção ao nordeste,
passa a ter todas as características de rio de planície, até alcançar o seu delta e
lançar-se ao Oceano Atlântico. Nesse percurso, atravessa os territórios do Peru e do
Brasil, além de por cerca de 100 Km a montante da cidade de Letícia, servir como
linha divisória entre o Peru e a Colômbia.
O regime de águas na bacia amazônica se processa da seguinte maneira:
- Setembro e Outubro – começam as chuvas nas vertentes orientais dos
Andes, regiões do Peru e Bolívia e no Planalto Central Brasileiro, dando origem às
cheias nos afluentes da margem direita do Amazonas.
- Fevereiro e Março – os rios atingem a enchente máxima e justamente nessa
época se iniciam as chuvas no Planalto das Guianas e contraforte dos Andes,
desaguando seus excessos em Abril e Junho na calha principal.
Junho – É nessa época que o Solimões/Amazonas atinge o seu máximo,
verificando-se o seu mínimo no período de Setembro a Dezembro.
Quanto à navegabilidade e aos aspectos hidrológicos, seu perfil pode ser
dividido em quatro grandes trechos:
1º - Belém-PA/Manaus-AM – 1.488 Km. Recebe a denominação de
Amazonas e apresenta-se como uma excelente via navegável. Entretanto o canal
navegável, em alguns estirões, torna-se bastante sinuoso, exigindo perícia e
conhecimento de suas condições na condução de navios de porte oceânico, ao
longo do estirão.
A navegação entre os portos de Belém e Manaus pode ser realizada, na
época de águas altas (janeiro a agosto), por navios calando entre 10 e 11m e, na
época de águas baixas (setembro a dezembro), com calado até 8m. Todo o estirão,
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da foz a Manaus, possui balizamento fixo e está coberto pelas cartas náuticas
editadas pela Diretoria de Hidrografia e Navegação (DHN), do Ministério da Marinha.
2º - Manaus/Tabatinga-AM – 1.620 Km. Recebe a denominação de Solimões.
A ligação entre o porto de Manaus e o de Tabatinga faz-se no período de águas
altas (fevereiro a junho), com embarcações de 8m de calado, reduzindo-se na
estiagem (julho a outubro) a calado inferior a 4m. neste trecho encontramos a Gu de
Tefé com a sede da 16ª Bda Inf Sl, e ao final a Gu de Tabatinga.
3º - Tabatinga-AM/Iquitos-Peru – 254 Km. Volta s ser denominado Amazonas.
As condições de navegabilidade ao longo de sua extensão são boas, embora
existam alguns baixios e problemas de visibilidade durante certa parte do ano.
4º - Iquitos/Montante até a confluência dos rios Marañon e Ucayali – 160 Km.
Ainda com o nome de Amazonas. No primeiro sub-trecho, a navegação não
encontra maiores dificuldades, sendo possível, na época das águas altas (janeiro a
maio), que embarcações próprias ao trecho Iquitos/Manaus alcancem ao rio Ucayali,
nele penetrando.
No segundo sub-trecho, também não são encontradas grandes restrições,
podendo circular embarcações de até 1,20 e 3m de calado em águas baixas e altas,
respectivamente.
De Belém a Iquitos, o percurso é francamente navegável, permitindo o tráfego
de comboios fluviais durante todo o ano e também de navios de até 30.000
Toneladas Brutas de Peso (TBP), carregados, exceto, para esses últimos, nos
meses de maior vazante, conforme mostrado na Tabela 1 a seguir:
Tabela 1 – Volume de Carregamento e Disponibilidade para Navegação
Tipo de Embarcação Volume de Carregamento (%) Disp para Navegação no Ano
Chatas 100 Sempre disponível
100 Out/Nov – 42 dias
75 Out – 10 dias
Navios até 15.000 TBP
50 Out – 4 dias
25 Sempre disponível
100 Out/Nov – 57 dias
75 Out – 42 dias
Navios até 30.000 TBP
50 Out – 10 dias
25 Out – 4 dias
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A frota atual é composta, na grande maioria, por chatas de até 700 TBP, com
tração por empurradores de potência de até 500 BHP, cujas características
preponderantes são as seguintes:
- Rebocadores com chata para carga e passageiros, de até 450 Ton e 250
passageiros;
- Rebocadores com chata para caga de 1.000 a 3.000 Ton;
- Chatas autopropelidas para carga e passageiros, de até 120 Ton e 250
passageiros;
- Embarcações de madeira ou chapa de aço especializadas em transporte de
passageiros;
- Navios de grande porte que fazem o transporte de gás butano para várias
localidades da Amazônia;
- Navios de grande porte da Naveria Peruana;
- Chatas especializadas em transporte de petróleo e seus derivados;
- Embarcações de turismo e lazer;
- Embarcações de serviços autopropelidas ou não, para uso das populações
ribeirinhas e pecuaristas;
- Navios de longo curso, graneleiros, que transportam trigo para Manaus e
Iquitos.
Quanto aos derivados de petróleo, existem na Amazônia dois procedimentos
de distribuição do produto:
- Das bases principais para as secundárias; e
- Distribuição dos derivados das bases secundárias para as diversas
localidades.
As embarcações utilizadas no primeiro caso são de elevada capacidade de
carga, formando comboios entre 5.000 e 10.000 TBP. No caso da distribuição
secundária, utilizam-se comboios de pequena capacidade, formados por
empurradores e uma chata até 500 TBP.
No caso de transporte de minério, a operação é realizada por comboios de
elevada capacidade, de 15.000 a 30.000 TBP.
No sub-trecho brasileiro destacam-se apenas, como instalações portuárias
com acesso rodoviário, Manaus, Santarém e Belém – não propriamente localizados
na calha do Amazonas, seguindo-se Parintins e Itacoatiara, portos menores com
função suplementar ao Porto de Manaus. Esses dois últimos, aos quais caberia
agregar os portos de Coari e Tabatinga, apresentam o mesmo projeto básico,
constituído de um flutuante principal de acostagem unido à terra por uma ponte, que
repousa, intermediariamente, em outro flutuante – toda a estrutura é metálica.
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3. Rio Branco
um cotovelo e toma a direção NE-SO, até alcançar o Uraricoera, para formar a bacia
principal.
O Tacutu tem como afluente pela margem direita, no trecho em que seu curso
segue à direção SO, os rios Maú e Surumu, o último tendo como principal tributário o
Cotingo, que nasce no Monte Roraima. Estes dois afluentes são muito caudalosos
com grande parte dos seus cursos drenando região montanhosa, formando
numerosas cachoeiras e corredeiras, tornando difícil a navegação em seus leitos.
O regime hidrográfico da bacia do rio Branco é definido por um período de
cheia, de março a setembro, sendo a maior enchente em junho. No período de seca,
outubro a fevereiro, as águas baixam consideravelmente, impossibilitando, inclusive,
a navegação no baixo rio Branco.
A navegabilidade definida pelo regime pluviométrico é realizada somente nos
baixos cursos dos formadores e principais afluentes, durante o período de maior
precipitação. No baixo rio Branco, o acesso é usado constante, menos pelas
embarcações acima de 75 Ton, cuja navegação fica restrita ao período chuvoso.
A Bacia do rio Branco tem área total de 204.640 Km 2, sendo 11.312 Km2
situados na República Cooperativa da Guiana.
A rede hídrica do Estado de Roraima não permite uma navegação de grande
porte devido ao acidentado traçado dos rios. Somente durante a época das cheias é
que balsas de médio porte conseguem alcançar Boa Vista (12 horas de viagem
entre Caracaraí e Boa Vista) e embarcações de pequeno porte conseguem navegar
em algumas partes dos rios. Nesse período, pode alcançar a cidade de Lethem, na
Guiana, subindo os rios Branco e Tacutu.
Coletor de todas as águas do Estado, o rio Branco tem um leito largo, raso e
arenoso, apresentando vazante, bancos e ilhas de areia que dificultam a
identificação de canais navegáveis e das passagens livres. Em alguns pontos, seu
leito apresenta formações rochosas, destacando-se a corredeira do Bem Querer, a 4
Km de Caracaraí. Mesmo com essas dificuldades, esse rio foi, durante séculos, a
única via de acesso à região. Até a década de 60, todo o abastecimento de Boa
Vista era feito por via fluvial e, raramente, por via aérea.
Atualmente, apenas durante o período das cheias, balsas rebocadas e
pequenas embarcações de transporte utilizam o rio Branco para alcançar o porto de
Caracaraí. Quando o volume das águas aumenta, algumas embarcações chegam
até Boa Vista.
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4. Rio Ichilo/Mamoré
Apresenta-se como o mais importante eixo fluvial da Bolívia, sob o aspecto de
movimentação de cargas. Tem suas nascentes nos Andes Bolivianos e corta o país
na direção S-N. Após atravessar a Amazônia Boliviana recebe as águas do rio Beni,
a jusante de Guajará-Mirim, já na fronteira com o Brasil, formando então o rio
Madeira.
Esse eixo fluvial tem sua área de influência particularmente centrada nos
departamentos de Cochabamba, Santa Cruz e Beni, propiciando um forte comércio
de produtos agropecuários entre as cidades ribeirinhas.
Guayaramerin, na margem oposta a Guajará-Mirim-RO, em território
brasileiro, é considerada como ponto de partida da navegação no Mamoré. Situa-se
aproximadamente 1.430 Km de Puerto Villarroel, no rio Ichilo, considerado como
ponto terminal da navegação fluvial naquela hidrovia, não obstante o tráfego de
pequenas embarcações entre aquela localidade e Puerto Grether (162 Km, a
montante).
A jusante de Guayaramerin, o curso do Mamoré passa por uma longa
seqüência de corredeiras (360 Km), tomando, naquele percurso, a denominação de
rio Madeira, em território brasileiro. Tais corredeiras se estendem até pouco a
montante da cidade de Porto Velho, impedindo assim a ligação fluvial Guayaramerin
/Guajará-Mirim-Porto-Velho-Manaus. A esse respeito cabe destacar que a
declividade média naquele trecho, de 20cm/Km, certamente possibilitaria a
navegação fluvial, não fosse ele cortado em escadas pelas 18 cachoeiras existentes.
Os principais terminais existentes no rio Ichilo-Mamoré são os seguintes:
Puerto Villarroel
Encontra-se, por rodovia, a uma distância de 260 Km da cidade de
Cochabamba e a 255 Km de Santa Cruz. Está unido a BO-7 por uma rodovia não
pavimentada, com 30 Km de extensão. Inaugurado em 1994, Villarroel é
considerado o mais moderno porto do país. Está dotado de:
- Atracadouro de concreto armado sobre estacas, com extensão de 35m,
paralelo ao eixo do rio e uma largura de 5m. O atracadouro tem plataforma de
acesso e inclui uma obra defensiva contra troncos carregados pela correnteza;
- Escritórios de administração, segurança e portaria;
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Puerto Trinidad
Situado a 570 Km a jusante de Villarroel e a 860 Km a montante de
Guayaramerin, é considerado o segundo mais importante terminal do Ichilo-Mamoré.
Apresenta acesso rodoviário a Santa Cruz, pela BO-9, ou a La Paz, pela BO-3.
Está dotado de flutuante de acostagem, que consiste numa ponte metálica
com rampas de acesso e uma grua móvel. Não apresenta áreas de serviço, não
obstante estar prevista a instalação de esteiras transportadoras.
Puerto de Guayaramerin/Guajará-Mirim
Atracadouro natural, com dependências de aduana, onde não há
equipamentos para manuseio de carga, embora exista previsão de construção de
um novo desembarcadouro.
Em Guajará-Mirim, na margem brasileira, não há um terminal específico para
carga e descarga dotado de boas condições operacionais, apenas um bom
atracadouro.
5. Rio Itenez/Guaporé
Porto Velho
O porto situa-se à margem direita do rio Madeira, aproximadamente 2 Km a
jusante da cidade de Porto Velho, Capital do Estado de Rondônia. É a porta de
entrada para Manaus, particularmente devido às péssimas condições de tráfego na
BR-319, que une Porto Velho a Manaus.
Por se encontrar conectado ao sudeste do Brasil pela BR-364 (Cuiabá-Porto
Velho), além dos acessos definidos pela BR-425 (Porto Velho-Guajará-Mirim), Porto
Velho assumiu as características de importante elo de conexão intermodal entre o
Brasil, a Bolívia e o Peru, pelas cidades de Guajará-Mirim, Brasiléia e Assis Brasil.
Suas instalações compreendem três terminais:
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7. Rio Yavari/Javari
Esse afluente do rio Amazonas nasce na Serra da Contamana. Toda sua
extensão, cerca de 1.180 Km, serve de divisa entre o Brasil e o Peru. Corre
inicialmente sob a denominação de rio Yaquerana (Alto Yavari), ou Jaquirana
(denominação brasileira) em direção NE, até a confluência do rio Bara, a partir de
onde recebe o nome de Yavari/Javari. Após esse ponto, toma a direção geral N, até
as proximidades de Envira, em frente à colônia Angamos, em território peruano,
onde muda o rumo para NE, descrevendo um grande arco (Sede dos PEF de
Palmeira do Javari e Estirão do Equador), para desaguar no Solimões, junto à
Benjamim Constant. Seu curso é extremamente sinuoso e sua desembocadura se
dá por três braços, formados por duas ilhas, Islândia e Petrópolis. O rio Yavari/Javari
atravessa uma região inóspita, com escassa população ribeirinha, tanto pela
margem peruana como pelo lado brasileiro.
O alto Javari, ou Yaquerana, na denominação peruana, não é navegável
devido acentuada declividade existente.
O baixo Javari apresenta-se com características de rio de planície, com um
estirão navegável de 510 Km, estendendo-se da desembocadura do Yavari até a
barra do Yavari-Mirim, com intensa sinuosidade e obstrução do leito nos locais onde
há desmoronamento das barrancas. Resta finalmente apontar que a navegação no
Yavari/Javari é efetuada por pequenos barcos que fazem o intercâmbio de
mercadorias na região. Devido às condições físicas do rio, somente barcos de
pequeno calado podem navegar. Não existe acesso rodoviário à região do
Yavari/Javari.
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8. Rio Putumayo/Içá
Com aproximadamente 2.000 Km de extensão, essa via fluvial, que nasce nos
contrafortes andinos da Colômbia e desemboca no rio Solimões, nas proximidades
de Santo Antônio do Içá-AM, apresenta a particularidade de ser compartilhada por
quatro países, em cinco trechos distintos:
- Colômbia (nascente – confluência com o rio Cuembi, na fronteira com o
Equador);
- Linha divisória entre a Colômbia e o Equador (até a confluência do rio Guepi,
na fronteira com a Colômbia – Equador – Peru);
- Linha divisória entre a Colômbia e o Peru (até a localidade de Yaguas);
- Brasil (até a confluência com o rio Solimões).
Nesse rio, as condições mais favoráveis para a navegação estão na foz, no
Solimões e Puerto Leguizamo, em território colombiano, num estirão de 1.578 Km,
dos quais aproximadamente 320 Km situam-se em território brasileiro.
O trecho brasileiro caracteriza-se por um curso bastante sinuoso, com
larguras variáveis entre 100m e 1.500m. O canal natural desenvolve-se em meio a
bancos de pedra e areia, que provocam o seu estreitamento ou redução da
profundidade, quando o rio se alarga. Uma vez que essa via carece de sinalização, o
navegante é obrigado a efetuar constantes sondagens, a fim de evitar o encalhe da
embarcação. Mesmo com essa restrição, a navegação pode ser realizada ao longo
do ano, com calados máximos de 3,70m ou 6,00m em águas baixas e altas,
respectivamente.
Ressalte-se que no trecho brasileiro não se encontra qualquer núcleo
populacional de expressão, destacando-se apenas Santo Antônio do Içá, na foz, a
existência de casas isoladas junto às margens do rio e o 2º PEF do CFSol/8º BIS,
em Ipiranga. O tráfego de embarcações é muito reduzido, sendo comum o transporte
por balsas, que abastecem o Pelotão, transportando, paralelamente, madeira,
borracha e eventuais passageiros. A atracação se faz, sem maiores problemas, junto
aos barrancos, nas margens.
Nos demais trechos, o seu aproveitamento como via de transporte fluvial, não
obstante o fato de ser compartilhado por três países em sua condição de divisor de
fronteiras, é fundamentalmente realizado pela Colômbia – o que o torna uma das
principais vias fluviais daquele país. Nele são utilizadas embarcações maiores,
compostas por rebocadores com casco metálico de até 600 Ton de capacidade
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transportadora, que navegam principalmente entre Letícia e Puerto Asís (na época
crescente, uma vez que no verão a navegação maior esbarra com sérias restrições
no segmento Puerto Leguizamo – Puerto Asís).
À exceção do Puerto El Carmen de Putumayo (no Equador, e, mais
propriamente, no rio San Miguel), somente existem terminais de importância na
margem colombiana do rio Putumayo. Os únicos pontos de acesso rodoviário ao rio
são:
- Na Colômbia: Puerto Leguizamo, mediante conexão rodoviária, com
aproximadamente 25 Km, conectando aquela cidade com La Tagua no rio Caquetá,
de onde se pode alcançar Florencia, ligada à rede rodoviária nacional e em Puerto
Asís, diretamente ligada à rede rodoviária nacional.
- No Equador: Puerto El Carmen de Putumayo, às margens do rio San Miguel,
praticamente em sua confluência com o rio Putumayo.
9. Rio Caquetá/Japurá
O rio Caquetá nasce nos Andes Colombianos, na lagoa de Santiago. Com um
curso de aproximadamente 2.000 Km, dos quais 721 Km são desenvolvidos em
território brasileiro (onde é chamado de Japurá), deságua no Solimões, nas
imediações da cidade de Tefé-AM. É um rio bastante largo, pontilhado de ilhas e
paranás. A variação do nível de suas águas, observada entre o período de enchente
e vazante, oscila, no Brasil, entre 6m e 8m.
As margens do rio Caquetá/Japurá, em seu estirão brasileiro, são pouco
habitadas, merecendo menção apenas os grupamentos populacionais de Maraã (Km
242), Japurá (Km 369) e Vila Bittencourt, sede do 3º PEF/8º BIS (Km 721). Cabe
apontar as boas condições de navegabilidade, embora mereça destaque a presença
de bancos de areia e de pedra, a montante de Limoeiro. Entretanto, barcos de
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Porto de Manaus
Situado à margem esquerda do rio Negro, na cidade de Manaus, o porto
possui acessos rodoviários às rodovias AM-10 (Manaus-Itacoatiara), bem como as
BR-174 e BR-319, ligando-o, respectivamente, a Boa Vista-RR e Porto Velho-RO.
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Porto de Camanaus
Recém inaugurado, foi construído fruto de um convênio firmado entre o
Exército e a. Está localizado à 25 Km à jusante de S G da Cachoeira, tratando-se de
um porto fixo com instalações modernas e operacionais.
CAPÍTULO III
1. Histórico
2. Meios Existentes
a. Pessoal
CAPÍTULO IV
OPERACIONALIDADE DA LOGÍSTICA
1. Problemas Operacionais
atividade rentável não apenas pelo desvio único da carga visando sua posterior
venda, mas sim pelo seu extravio, com fins lucrativos, e o recebimento mais tarde do
seguro da mesma partida, multiplicando, desta maneira, no mínimo por dois o valor
dos golpes que porventura ocorrem. As cargas preferidas e mais procuradas são os
containers e carretas que transportam material eletro-eletrônico oriundo do distrito
industrial de Manaus, sendo que as regiões com melhores características para tal
tipo de emboscada são os estreitamentos das hidrovias utilizadas, para leste ou
oeste da capital amazonense.
3. Sistema Portuário
1. Histórico
2. Missão
3. Unidades Apoiadas
4. A Navegação Fluvial
uma planície, constituída em sua maior parte por terrenos terciários, onde se
estende o rio Amazonas, com sua admirável rede de afluentes e subafluentes, e na
qual o domínio do clima quente e superúmido favorece o desenvolvimento de uma
pujante floresta tropical.
No momento em que se definem as necessidades e o perfil do homem
amazônico, ambiente onde o rio determina a condição de viver, o setor de transporte
fluvial vê sublinhada a sua importância específica do papel que tem a desempenhar,
seu valor decorre de sua natureza essencial para o desenvolvimento global de toda
a área, seu caráter estratégico para o desenvolvimento econômico e social é
essencial, pois é condicionante primordial de outras atividades que não poderiam ser
viabilizadas sem a utilização desse modal de transporte, principalmente no
escoamento da produção.
Como caso específico, cita-se o Distrito Industrial da Zona Franca de Manaus,
cujo maior mercado está fora da Amazônia. Concomitantemente surge como fator
estratégico por ser básico para o desenvolvimento, visto que sem esse tipo de
transporte estrangula-se o processo produtivo.
Em condições especiais, em função de suas peculiaridades, adapta-se
plenamente como força suplementar para o apoio às operações militares nas
fronteiras com países vizinhos e também para o apoio logístico às Unidades Militares
localizadas na área da Amazônia Ocidental, levando aos militares que servem
nessas localidades especiais, o conforto e o bem estar social para que possam
cumprir as missões inerentes à força de proteger o nosso vasto território amazônico.
Do ponto de vista econômico, o setor de transporte fluvial constitui-se em
suporte para toda a atividade produtiva e tem seu papel estratégico patenteado pela
sua eficiência em função de seu baixo custo.
Confere assim, ao sistema produtivo, competitividade nos mercados interno e
externo permitindo que os produtos aqui produzidos possam chegar aos mercados
consumidores com preços competitivos, equivalentes aos similares importados.
Por sua confiabilidade e efetiva disponibilidade, a navegação fluvial pode
induzir ou restringir políticas econômicas do governo, como por exemplo, a produção
de alimentos e de produtos fabricados no Distrito Industrial de Manaus.
Do ponto de vista social, o transporte constitui um direito fundamental de uma
grande maioria da população, especialmente a dos ribeirinhos, que precisam ser
atendidos em suas necessidades básicas de locomover-se com seus bens e
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CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA