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ODEBRECHT

Nº 116 • Ano XXXII • janeiro / fevereiro de 2005


INFORMA

AEROPORTO DE RECIFE
O vôo conjunto da tecnologia e da arte
OS NOVOS MEMBROS DO CONSELHO DE ENTREVISTA COM O LÍDER AS INOVAÇÕES
ADMINISTRAÇÃO DA ODEBRECHT S.A. EMPRESARIAL MARCELO ODEBRECHT DA BRASKEM
ODEBRECHT IEM 1
LOGÍSTICA
NFORMA
Ao longo dos seus 25 anos de presença no Peru,a Construtora Norberto
Odebrecht participou de obras no deserto,na selva,na montanha,
nos centros urbanos e até no interior de um vulcão.O projeto de irrigação
Chavimochic (foto) é um dos principais símbolos do relacionamento entre
a Odebrecht e o Peru,país pelo qual a empresa iniciou sua atuação
internacional,que se estende hoje a quatro continentes.Esse quarto de
século de atuação no Peru está sendo celebrado pela Odebrecht com a
continuidade de sua participação em empreendimentos de forte impacto
socioeconômico e,sobretudo,com a certeza de estar plenamente
integrada
2O I
ao país.Veja reportagem especial que começa na página 44.
DEBRECHT NFORMA / • 2005
JAN FEV
JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 3
nesta edição
Nº 116 • Ano XXXII • jan/fev 2005

10
Na Serra de Carajás, no Pará, a Construtora Norberto
Odebrecht executa obras que permitirão à Companhia
Vale do Rio Doce dobrar sua capacidade de produção e
exportação de ferro

16
Novo Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, em Recife,
construído com a participação da Odebrecht, conjuga beleza e funcionalidade
e exibe em suas dependências obras de renomados artistas pernambucanos
30
Como parte das celebrações de seus 60 anos, a Odebrecht
Logística.............................. 2 Desenvolvimento inaugura, em Salvador, o Núcleo da Cultura Odebrecht,
concebido para apresentar de forma dinâmica a história
Braskem implementa plano estratégico para sustentável ...................... 70 da Organização e as realizações de seus integrantes
movimentação de seus produtos Cadeias produtivas de agricultura e
aqüicultura mudam realidade social no
Cidadania.......................... 24 Baixo Sul da Bahia
Núcleos de Defesa Comunitária criam
oportunidades de crescimento
socioeconômico

Organização ...................... 34
Conselho de Administração da Odebrecht Seções
S.A. tem três novos membros 60 dias ................................................ 7
60 anos .............................................. 27
Desenvolvimento .............. 40 Mensagem do Conselho .................... 33
Concluída segunda edição do PDE, que teve Entrevista .......................................... 36
37 participantes e incluiu novos temas Comunidade ...................................... 63
66
Petroquímica .................... 69 Com um estande de 510 m2 na ala de matérias-primas,
Prêmio Ópera-Prima incentiva arquitetos a Braskem foi um dos destaques da Feira Internacional K, a
maior do setor do plástico em âmbito mundial, realizada
utilizarem PVC em seus projetos Capa: Foto de Eduardo Moody em Düsseldorf, na Alemanha
CARO LEITOR, ODEBRECHT
INFORMA

A
construção do novo Aeroporto Internacional dos Ano XXXII N 116 • jan/fev 2005
o

Guararapes/Gilberto Freyre, em Recife, tem um sig- www.odebrechtonline.com.br


nificado especial para a Odebrecht. Desde suas ori- Responsável por Comunicação Empresarial na Odebrecht S.A.
gens, a Organização está ligada a Pernambuco, onde MÁRCIO POLIDORO

Emílio Odebrecht fundou, em 1919, sua primeira empresa, a Repórteres na Odebrecht S.A.
Isaac Gondim & Odebrecht, responsável por uma série de KAROLINA GUTIEZ
importantes edificações no estado. Um ano depois, nascia, MIUCHA ANDRADE
em Recife, seu filho Norberto Odebrecht, o fundador da Orga- Coordenadores nas Áreas de Negócios
nização Odebrecht. Quando, na década de 1960, com os MARCO ANTÔNIO ANTUNES PEREIRA
incentivos da Sudene, indústrias se instalaram no Nordeste, [Engenharia e Construção]
principalmente em Pernambuco, a Odebrecht abriu em Reci-
NELSON LETAIF
fe seu primeiro escritório fora da Bahia e participou intensa- [Química e Petroquímica]
mente desse novo momento do desenvolvimento nordes-
tino. Por tudo isso, a participação da Construtora Norberto Coordenadora na Fundação Odebrecht
MARTA CASTRO
Odebrecht na construção do Aeroporto dos Guararapes tem
um significado singular. Coordenação Editorial
Esse significado se potencializa pela extraordinária quali- VERSAL EDITORES
dade do empreendimento da Infraero. Considerado o mais
Editor
moderno do Brasil, com capacidade para atender 5 milhões JOSÉ ENRIQUE BARREIRO
de passageiros por ano, o aeroporto é também um símbolo
da contribuição da Odebrecht à construção da infra-estru- Editor Executivo
CLÁUDIO LOVATO FILHO
tura aeroportuária brasileira, iniciada em 1948, em Salvador.
Contribuir com a construção de infra-estrutura para o Arte/Produção Gráfica
desenvolvimento dos países onde está presente é um dos ROGÉRIO NUNES
objetivos centrais da atuação da Odebrecht. O Peru é um
Fotolitos
exemplo. Há 25 anos, nesse país, a Organização iniciava sua A.P. EDITORA
trajetória internacional, com a construção da hidrelétrica de
Charcani V. De lá para cá, tem participado de importantes Impressão
projetos nas áreas de irrigação, mineração, energia e trans- PANCROM

portes. O Peru é um dos símbolos da atuação internacional Editada também em inglês e espanhol.
da Odebrecht, pela qualidade e quantidade dos projetos ali
desenvolvidos, pelo pioneirismo e pelo exemplo de presen- Publicação para divulgação interna da Organização Odebrecht
Editada pela Odebrecht S.A.
ça a longo prazo, demonstrando que a permanência nos paí-
ses é resultado da existência de clientes satisfeitos e, em TIRAGEM:13.300 EXEMPLARES
decorrência disso, da boa imagem conquistada.
Redação
Rua Jardim Botânico, 674 – Sala 315
Jardim Botânico – CEP: 22461-000
Rio de Janeiro/RJ – Brasil
Tecnologia Empresarial Odebrecht – TEO Tel.: (21) 2239-1778

“Assim como os Seres Humanos são diferentes entre si, o Cliente E-mail: versal@versal.com.br
só pode ser integralmente satisfeito quando encontra um
Envie as suas sugestões ou solicite
Empresário capaz de lhe oferecer um produto único, adequado
informações à redação.
a suas necessidades específicas”
LOGÍSTICA

O caminho dos
melhores resultados Luciano Martins TEXTO • Niels Andreas FOTOS

Plano estratégico

A
Braskem começou a O transporte rodoviário era utili-
desenvolver seu novo zado pela Braskem em quase 90%
da Braskem torna plano estratégico de de suas entregas a distribuidores e
logística em agosto de clientes. A empresa não possuía con-
a movimentação 2002, para aumentar a tratos de longo prazo com as trans-
de produtos eficiência e a segurança e reduzir
custos. Dois anos e meio depois, a
portadoras e todo fim de mês tinha
de administrar a falta de veículos
mais segura e companhia consolida um modelo que para fazer as entregas.
se torna referência para o setor, com Hoje, são movimentadas 4 mil t
eficiente, com a redução da dependência do trans- por mês de Camaçari (BA) para
menores riscos porte rodoviário, queda no custo dos
seguros e, a partir de 2005, mais qua-
Paulínia (SP) e até 4 mil t mensais
entre Triunfo (RS) e Tatuí (SP) por
e custos lidade de vida e segurança para os ferrovia. Foi inaugurada uma rota
transportadores. para transporte marítimo – navega-
ção de cabotagem – pela costa bra-
sileira, entre Maceió, Santos (SP) e
São Francisco do Sul (SC), utilizan-
do entre dois e três navios por mês,
cada um com 100 a 150 contêine-
res, num total aproximado de 7,5
mil t. Uma nova rota marítima está
sendo preparada para ligar os por-
tos de Salvador, Santos e Rio Gran-
de (RS).
Assim, a Braskem já reduziu a
utilização de caminhões a 80% do
total, além de introduzir novos pro-
cessos em todos os modais de trans-
porte. A parceria com a ALL – Amé-
rica Latina Logística garante trans-
porte ferroviário de Triunfo até o
centro de distribuição em Tatuí e
uma rota para exportação até o por-
to de Rio Grande. O transporte
entre o porto de Aratu, próximo a
Camaçari, e Paulínia é feito sob res-
ponsabilidade da FSA – Ferrovias
Sul Atlântico.
Segundo Isabel Figueiredo,
Responsável por Suprimentos e
Logística na Braskem, os objetivos
do plano estratégico para o setor
são aumentar a segurança e a efi-
ciência da movimentação de pro-
dutos e reduzir os riscos e custos.
“Estamos implantando novos
modais de carga, diminuímos o
número de transportadoras de 30
para 12 e com todas elas temos
contratos de longo prazo com cláu-
sula de multa formal em caso de
atrasos. Além disso, aumentamos
a venda em granel graças a par-
cerias com as transportadoras, que
instalam silos nos postos de recep-
ção dos clientes.”
A Braskem assinou contrato de lon-
go prazo com a Docenave na primei-
ra semana de novembro para melho-
rar o transporte por cabotagem e esta-
beleceu nova parceria com a ALL e a
Ultracargo, através
da qual a empre- Caminhão
carregado com
sa do Grupo Ultra produtos da
constrói galpões e Braskem (na
ganha contratos página ao lado) e
trem no centro de
para fazer a arma- distribuição de
zenagem e a dis- Tatuí: empresa
tribuição para cli- introduziu novos
processos em todos
entes na região de os modais de
São Paulo. transporte

JAN/FEV • 2005
Carregamento de
produtos da Braskem
em Triunfo: modelo de
logística da empresa é
referência no
setor petroquímico

O armazém operado pela Ultra- RESULTADOS em 2004, a média caiu para duas
cargo em Tatuí, no terminal da ALL, O transporte rodoviário rece- a três ocorrências, uma redução
é considerado modelo na execução beu cuidado especial. Além da de 80%. Por conta desses resulta-
de operação intermodal. A carga é redução do número de prestado- dos, o custo dos seguros para a
retirada do trem e guardada num res de serviço, todos foram incluí- companhia caiu 60% no último
galpão intermediário ou repassada dos no sistema de monitoramen- ano.
diretamente aos caminhões, para to oferecido pela Pamcary, que Até 2003, o objetivo principal
entrega a clientes da região próxi- permite acompanhar cada cami- do programa de melhora no trans-
ma a São Paulo. “A Braskem não nhão que deixa uma instalação da porte rodoviário era prevenir o
tem interesse de investir em ativos Braskem até o destino final da car- roubo nas estradas. Alcançada
logísticos e isso facilita o estabele- ga (veja boxe). Os resultados são essa meta com o sistema de moni-
cimento de parcerias”, explica Isa- perceptíveis: em agosto de 2002 toramento, 2005 será o ano do
bel Figueiredo. houve 12 roubos de caminhões; combate aos acidentes. Além de

Adilson Secco

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ACOMPANHAMENTO RIGOROSO PROPORCIONA
JORNADA SEGURA AOS CAMINHONEIROS
O motorista José Pereira Lima, nas estra- carregamento,destino e a rota detalhada que
das desde 1987, estaciona o Volvo FM-12 da terá de cumprir.
Transportadora Júlio Simões no pátio da Pam- No caso de Lima, ele deixará a planta
cary,na manhã de uma terça-feira,a fim de ini- Braskem 05 em Triunfo e, com sua carga de
ciar os procedimentos para mais uma viagem. polietileno, tomará a BR-386, depois a BR-
Ele está a menos de 5 km das duas plantas da 101 e por fim a BR-115, até a região metro-
Braskem no Pólo Petroquímico de Triunfo (RS). politana de São Paulo.Terá no trajeto cinco
O jovem Felipe Beck sobe à boléia para paradas obrigatórias. Em cada uma delas
fazer uma vistoria que irá proporcionar ao deverá apresentar o cartão de identificação
caminhoneiro um alto nível de segurança no Pamcard. Se houver atraso de mais de uma
trajeto que deverá fazer,após apanhar sua car- hora no tempo previsto para a chegada a
ga na Braskem, até entregá-la em seu desti- um desses postos, ele se obriga a parar o
no, na cidade de Barueri, região metropolita- caminhão e avisar a transportadora,pelo sis-
na de São Paulo. tema de comunicação do caminhão, e a
Felipe começa conferindo os documen- Pamcary, pelo telefone.
tos do motorista e do veículo,checa o funcio- Depois disso, o motorista é informado
namento do sistema de rastreamento via saté- sobre os pontos de maior risco no trajeto.Um
lite (GPS), verifica as conexões do sistema de conjunto de mapas lhe mostra onde se con-
comunicação com a carreta e observa se os centram os casos de roubo de carga e locais
sensores estão destravados e sem grampos. onde é maior a incidência de acidentes. Ele
Ele sabe que o cuidado é necessário porque sabe que, se se desviar da rota programada,
alguns motoristas tentam fraudar o sistema, será o responsável por qualquer problema
como fazem aqueles que fingem prender o que vier a ocorrer.
cinto de segurança,sem se dar conta de que Quinze minutos depois de haver entrado
os procedimentos foram criados para seu pró- no pátio da Pamcary, José Pereira Lima está
prio benefício. pronto para conduzir mais um carregamento
Não é o caso de José Pereira Lima. Ele para a Braskem.Pouco depois,ele está no esta-
acompanha a verificação com atenção e cionamento da fábrica,esperando sua vez de
observa que os motoristas precisam comple- conferir os documentos,entregar sua ordem
mentar esses cuidados com um comporta- de coleta e receber a carga.Dali por diante,até
mento adequado durante o trabalho.“Sei que chegar ao último posto da Pamcary,em Itape-
tudo isso é para a minha segurança, em pri- cirica da Serra (SP),sabe que estará contando
meiro lugar, e para a garantia da carga e do com um dos mais avançados sistemas de segu-
caminhão”, comenta.“Mesmo sabendo que rança de cargas do mundo.
sempre pode acontecer alguma coisa que Lima vai chegar a Itapecirica por volta das
não está prevista,eu me sinto muito mais tran- 8h30 de quinta-feira.Ele se junta a outros cami-
qüilo com essas medidas.” nhoneiros cuja rota também está sendo moni-
Depois disso, Lima se dirige ao escritório torada pela Pamcary.Aqueles que vão ingres-
da Pamcary, onde novamente é identificado sar na região da capital paulista são agrupa-
e assina um termo de comprometimento com dos.Os que se destinam a lugares diferentes
o Plano de Gerenciamento de Riscos.Os com- Na primeira foto,os caminhões aguardam o formam outros grupos.Cada um deles terá à
putadores registram o nome da empresa carregamento no pátio da Pamcary,localizado a disposição uma escolta discreta de motoci-
5 km do Pólo Petroquímico de Triunfo. Na
embarcadora, da transportadora e a identifi- seqüência,José Pereira Lima leva o caminhão clistas até a travessia dos pontos mais vulne-
cação completa do caminhão.Em seguida,é para a pesagem.Depois, comparece ao escritório ráveis. Logo mais, ele estará descarregando
da empresa para assinar o termo de
emitido e entregue ao motorista um plano comprometimento com o Plano de seu caminhão e só então,atendidas as expec-
de viagem que contém,entre outras informa- Gerenciamento de Riscos e tomar outras tativas do cliente,poderá considerar ter cum-
providências.Por fim,parte para São Paulo
ções, a natureza e o peso da carga, local do com os produtos da Braskem prido mais uma vez sua missão.

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implementar um Fórum mensalmente, pela análi-
de Prevenção de Aciden- se dos índices e a gravida-
tes Rodoviários – formado de dos acidentes e pela
há três meses pela Bras- observância das normas
kem, Odebrecht Correto- legais do transporte de pro-
ra de Seguros e Pamcary dutos químicos, das exi-
– e exigir de todas as gências do setor e dos cha-
transportadoras contrata- mados requisitos desejá-
das a inspeção pelo Sass- veis de qualidade.
maq, Sistema de Avalia- No transporte maríti-
ção de Saúde, Segurança, mo, a cabotagem de líqui-
Meio Ambiente e Quali- dos e gases também está
dade da Associação Bra- passando por uma profun-
sileira da Indústria Quí- da tranformação, com o
mica (Abiquim), a compa- estabelecimento de con-
nhia está criando postos tratos de longo prazo entre
especiais para recepção e a Braskem e os armado-
atendimento dos cami- res para a adequação às
nhoneiros, os centros de normas de segurança.
logística (CLOGs). Danielle Senatore, inte-
Nesses locais, implan- grante da equipe de Supri-
tados nos três pólos petro- mentos e Logística da
químicos em que a Bras- Braskem e da Comissão de
kem está localizada, estão Transportes da Abiquim,
sendo construídas insta- formou uma equipe de
lações com infra-estrutu- auditores internos e visi-
ra sanitária, alojamentos, tou os terminais marítimos
espaço para convivência Isabel Figueiredo: mudanças e conquistas em 2004 para verificar as condições
dos profissionais e seus de estocagem e movimen-
familiares, barbearia e atendimen- emergência, além de receber tação dos produtos. Como um dos
to médico, além de áreas para os noções de relacionamento. sete inspetores brasileiros certifi-
serviços de informação, inteligên- cados pelo CDI – Chemical Distri-
cia, gestão e segurança e equipa- PREVENÇÃO bution Institute, Danielle trabalha
mentos para treinamento e cons- Apesar das más condições de para que até o final de 2005 todos
cientização dos motoristas. A ini- grande parte das rodovias brasilei- os terminais que servem à Bras-
ciativa resulta de uma parceria da ras, salienta Isabel Figueiredo, é pos- kem sejam avaliados e credencia-
Braskem com a BR Distribuidora, sível melhorar muito o nível de segu- dos por essa instituição.
a Pamcary e a transportadora rança dos caminhoneiros e a eficiên- Para Isabel Figueiredo, os últi-
Ballylog Logística, que é respon- cia dos transportes com medidas mos meses têm sido de constan-
sável pelo investimento na infra- preventivas como as que serão tes mudanças e importantes con-
estrutura. tomadas pela Braskem. Através de quistas. O ano de 2005 represen-
Nos CLOGs será concentrado convênio da Pamcary com o Cen- ta, segundo ela, a superação de
o programa mais intensivo de trei- tro Universitário Capital – Unica- um desafio que tem como prêmio
namentos, para os quais a Pam- pital, os formandos do curso de não apenas maior eficiência e
cary e a Braskem estão desenvol- Fisioterapia oferecerão aos moto- menor custo de logística, mas
vento convênios com universida- ristas noções de postura e relaxa- sobretudo a prevenção de aciden-
des. Os caminhoneiros receberão mento, como parte do programa tes para muitos seres humanos
nesses locais orientações e assis- cuja meta é reduzir em 85% o envolvidos no transporte de car-
tência de fisioterapeutas e outros número de acidentes até 2006. gas e a defesa do ambiente com
especialistas, aprenderão a pre- O desempenho de cada uma das o qual os produtos da empresa
venir riscos e a atuar em casos de transportadoras é acompanhado interagem.

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6 DIAS
N O T Í C I A S D A O R G A N I Z A Ç Ã O O D E B R E C H T

Trecho da auto-estrada: operação através do sistema de concessão Scut (Sem Cobrança ao Utilizador)

Inaugurada Auto-estrada Costa de Prata


Com a presença do Primeiro- 38 km já se encontravam em ope- ciamento, operação, manutenção e
Ministro Pedro Santana Lopes e do ração. Liga a cidade de Mira ao Sul exploração da rodovia por 30 anos.
Ministro das Obras Públicas, Antô- a Coimbrões, na região da cidade O investimento total chegou a 500
nio Mexia, foi inaugurada no dia 30 do Porto. A rodovia é operada atra- milhões de euros, dos quais 294
de setembro a Auto-estrada da Cos- vés de um sistema de concessão tipo milhões em obras. Além da Costa
ta de Prata, no norte de Portugal. Scut (Sem Cobrança ao Utilizador), de Prata, a Odebrecht também é
Na ocasião, foi aberto ao tráfego um no qual os pagamentos à conces- uma das principais sócias, junto com
trecho de 40 km, referente aos lotes sionária LusoScut da Costa de Pra- outras grandes empresas portugue-
1, 2, 3, 5 e 6, os dois últimos cons- ta, que tem participação acionária sas, de mais três concessões, cujas
truídos pela Bento Pedroso Cons- da Odebrecht, são feitos pelo obras estão em andamento: Luso-
truções (BPC), subsidiária portu- Governo de acordo com o volume Scut Beiras Litoral e Alta, LusoScut
guesa da Construtora Norberto do tráfego. do Grande Porto e Aenor – Auto-
Odebrecht. A concessionária é responsável estradas do Norte, a única com
A Auto-estrada Costa de Prata por todas as etapas do empreendi- cobrança de pedágio pelo método
tem 102 km de extensão, dos quais mento: projeto, construção, finan- tradicional.

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6 DIAS
Empresários e especialistas do Brasil e
do exterior reunidos na Rio Oil&Gas
A Construtora Norberto Ode- Em um congresso paralelo à fei-
brecht, representada por sua área ra, foram realizadas conferências e
de Plantas Industriais, participou apresentações. Um desses eventos
em outubro da Rio Oil&Gas. Uma teve a participação de Fernando Bar-
das principais feiras do mundo do bosa, Diretor de Contrato, e de Jor- Programa desenvolvido no Baixo Sul da
Bahia será beneficiado
setor de petróleo e gás, tanto pelo ge Mitidieri, Responsável por Enge-
número de expositores, quanto nharia na Plataforma PRA-1, que a
pela importância dos produtos e
serviços expostos, a Rio Oil&Gas
Odebrecht constrói para a Petrobras
na Bahia. O tema do painel sob res-
Participação no
acontece a cada dois anos. Nesta
edição, recebeu mais de 30 mil
ponsabilidade deles foi “FPSO –
Floating, Production, Storage and
Fundo da Infância
visitantes em seus 26 mil m 2 no
centro de convenções Riocentro,
Off-loading (Unidade Flutuante de
Produção, Estocagem e Transferên- e da Adolescência
no Rio de Janeiro. Entre eles esta- cia de Petróleo) – Construção Nova O Conselho de Administração da
vam empresários, executivos e es- ou Conversão”. Em outro momento, Odebrecht S.A. aprovou a participa-
pecialistas do Brasil e do exterior, o engenheiro Sérgio Silas, integran- ção da Organização Odebrecht no
que conheceram novas tecnolo- te do mesmo contrato, falou sobre Fundo da Infância e da Adolescên-
gias e práticas de gestão apresen- “Contrato de Aliança”. Ele relatou cia – FIA. O programa federal, insti-
tadas por 680 expositores de 35 a experiência da Odebrecht na exe- tuído pelo art. 260 da Lei nº 8.069, de
países. cução desse tipo de contratação. 13 de julho de 1990, possibilita a doa-
ção de parte do Imposto de Renda
Estande da Odebrecht na Feira Oil&Gas: evento recebeu mais de 30 mil visitantes em 2004
para fundos especialmente destina-
dos a projetos com crianças e adoles-
centes. O programa de doação, a ser
implementado pela Fundação Ode-
brecht e batizado de Tributo ao Futu-
ro, beneficiará os participantes do
Programa de Desenvolvimento Inte-
grado e Sustentável do Baixo Sul da
Bahia – DIS Baixo Sul.
A lei permite a doação de até 1%
do IR de pessoas jurídicas e até 6% do
IR de pessoas físicas. Os projetos e
organizações apoiados precisam estar
vinculados aos Fundos da Criança e
do Adolescente, cadastrados nos Con-
selhos Municipais ou Estaduais.
Os líderes da Odebrecht confir-
maram a participação das empresas
que compõem a Organização e vão
estimular a adesão de seus integran-
tes que, por meio do Tributo ao Futu-
ro, poderão apoiar ações sociais e con-
tribuir para que a Odebrecht amplie
sua missão de servir às comunidades
em que atua.

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Replan: gás da refinaria será utilizado pela nova fábrica, que terá capacidade para produzir 300 mil t/ano de polipropileno

Braskem e Petrobras terão unidade industrial em Paulínia


A Petrobras confirmou a decisão timento previsto para o projeto é da O polipropileno é, entre as resinas
de formar com a Braskem uma par- ordem de US$ 180 milhões. termoplásticas, aquela que apre-
ceria para a construção de uma uni- Os entendimentos com a Petro- senta maior crescimento de consu-
dade industrial de polipropileno em bras precederam a criação da Bras- mo. A previsão é de que a oferta
Paulínia (SP). O anúncio foi feito no kem e seu início data de 1997, atual das empresas que a produ-
início de novembro pelo Diretor de quando foi adquirido o terreno vizi- zem só seja suficiente para atender
Abastecimento da Petrobras, Pau- nho à Replan e começaram os estu- à demanda do mercado até o final
lo Roberto da Costa. A nova fábri- dos técnicos que levaram à conces- de 2006.
ca, que deverá entrar em operação são de uma licença ambiental pelo Braskem e Petrobras estão ulti-
em 2007, terá capacidade para pro- Governo de São Paulo. Condições mando as decisões sobre qual será
duzir 300 mil t/ano de polipropile- de mercado e da economia brasi- a participação societária de cada
no a partir de gás da Refinaria do leira em geral retardaram a imple- empresa e os detalhes operacionais
Planalto (Replan), da Petrobras, mentação do projeto, que agora se do projeto. As obras da nova fábri-
localizada ao lado do terreno onde tornou prioritário por conta da reto- ca deverão começar nos primeiros
será construída a unidade. O inves- mada do desenvolvimento do país. meses de 2005.

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MINERAÇÃO

UMA PLANTA
NA FLORESTA Eliana Simonetti TEXTO • Luciano Andrade FOTOS

Obras em Carajás:
ritmo acelerado
para permitir à
CVRD dobrar sua
capacidade de
produção e
exportação de ferro

10 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


O
Odebrecht executa cenário remete a ima- leva tempo. Depois, porque requer
gens de cinema. uma série de cuidados. Na fase ini-
estrutura para atender Depois de percorrer cial dos trabalhos, entra em cena
às necessidades da uma estrada de 35 km uma equipe que captura os ani-
ladeada por uma flo- mais e recolhe plantas. Troncos
Companhia Vale do resta densa, cuidadosamente pre- ocos são remexidos em busca de
Rio Doce na maior servada, chega-se a um mundo ver- ninhos; bromélias e orquídeas são
melho, espetado por enormes estru- recolhidas e transplantadas. Os ani-
mina de ferro do turas metálicas. É a mina de ferro mais são postos em gaiolas depo-
planeta, na Serra de da Companhia Vale do Rio Doce sitadas em salas com ar-condicio-
(CVRD) na Serra de Carajás, no nado até que se decida onde sol-
Carajás, no Pará Pará, onde a Construtora Norber- tá-los. Depois vem o desmatamen-
to Odebrecht plantou uma base e to seletivo: as árvores maiores são
cinco frentes de obra. O contrato retiradas, catalogadas, marcadas
foi firmado em agosto de 2004 e os com um selo do Ibama e levadas
trabalhos seguem em ritmo acele- para um armazém. Só então é pos-
rado, para permitir à Vale dobrar sível começar a limpeza da área,
sua capacidade de produção e propriamente dita. Isso já foi feito
exportação de ferro e atender às no trecho para onde a Vale quer
novas encomendas que vêm sobre- transferir a estrada, de modo que
tudo da Ásia. Estão sendo construí- se possa retirar o ferro existente
dos uma barragem, drenos para sob o traçado original. Na área da
pilhas de rejeito de minério, trechos barragem, a Odebrecht recolheu
de estrada, um britador de pedra e 82 animais (sobretudo cobras,
areia e uma usina de asfalto. A usi- lagartos e morcegos) em 20 ha. Em
na da mina está sendo duplicada. novembro, tratores e caminhões
No auge da produção, a Odebrecht estavam a postos, aguardando a
deve ter mil pessoas trabalhando liberação pelo Ibama para a esca-
no meio da mata. vação.
Do ponto de vista da logística, a A Floresta Nacional de Carajás
operação é especialmente comple- fica no município de Parauapebas,
xa. Como a mina de ferro da Vale distante 180 km de Marabá, a cida-
fica no meio de uma floresta nacio- de mais próxima em que o aero-
nal preservada, as normas de com- porto opera vôos comerciais. As
portamento, naquela área, são mui- pessoas que trabalham na serra e
to rígidas. Não se joga sujeira no querem visitar a família em outra
chão, o lixo é todo recolhido crite- cidade do país têm de enfrentar
riosamente e reciclado, a água usa- cerca de três horas de estrada, além
da é tratada e reaproveitada, plan- do tempo de vôo. A carga pode
tas e animais são protegidos e as entrar por duas vias: pela estrada
pessoas têm de usar equipamentos de ferro da própria Vale, que liga
de segurança que evitem riscos à a serra ao porto de São Luís, ou por
saúde. A distância entre uma área via rodoviária. Neste caso, quan-
de trabalho e outra é grande e, do chega a Parauapebas o cami-
como a estrada é cheia de curvas e nhão só tem uma alternativa: usar
estreita, a locomoção é demorada. a única portaria da Vale que auto-
A derrubada da mata para a riza a entrada na Serra de Carajás.
construção de uma estrada ou de Qualquer material demora pelo
uma barragem não é uma opera- menos 20 dias para chegar. Por
ção simples. Primeiro, porque tem isso, tudo tem de ser planejado nos
de ser autorizada pelo Ibama, o que mínimos detalhes.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 11


Entrada da Floresta Nacional de Carajás, no município de Parauapebas. Na página ao lado,
equipes no canteiro: Odebrecht terá mil trabalhadores no pico das obras Parauapebas (palavra que em
tupi-guarani significa rio de águas
rasas) é uma cidade nova, que há
apenas 16 anos ganhou autonomia.
Desde então, vem dobrando de
tamanho a cada cinco anos. Hoje
tem pouco mais de 100 mil habitan-
tes. É carente de saneamento bási-
co, linhas telefônicas e moradia, por
exemplo. A rede elétrica e o siste-
ma de abastecimento de água foram
instalados pela CVRD. Para conse-
guir abrigar os mil trabalhadores
que precisará manter na região, a
Odebrecht construiu um alojamen-
to que é considerado modelo na
cidade. Como outros alojamentos
da Construtora, tem quartos e apar-
Jovens parceiros da Odebrecht em Carajás: a partir da esquerda, André Ribeiro, Ricardo Alves
da Cunha, Henrique de Melo Paixão e Fabiano Munhoz. No detalhe, Diogo Santiago tamentos, área de lazer, quadras
esportivas, ambulatório, lavande-
Jovens parceiros têm atuação destacada ria, cantina, cozinha e refeitório,
tudo prático e aprazível, numa área
Em Carajás,atuam cin- Odebrecht em setembro trabalhadores locais – e cercada por mata virgem e ladea-
co jovens parceiros da de 2004 e tem sua primei- sua avaliação foi positiva. da por um riacho.
Odebrecht. Henrique de ra experiência fora da Motivação não falta ao Os funcionários da Vale que tra-
Melo Paixão, engenheiro região Sudeste do país. grupo,como deixa eviden- balham em Carajás vivem com suas
civil de Recife, foi o encar- André Ribeiro,de Salvador, te o caso de Diogo Wan- famílias numa vila construída na
regado de cuidar da cons- trabalha com terraplena- derley Costa Santiago, de serra. As casas são todas iguais,
trução do alojamento na gem e pavimentação. Já Recife.“Tenho achado tudo sem muro na frente. Ali há cinema,
cidade de Parauapebas. esteve em Angola. Fabia- fantástico”, diz. Estimulado supermercado, padaria, bancos,
Ricardo Alves da Cunha, no Munhoz, paranaense, com o desafio,casou-se no restaurantes, clube, escola e até um
engenheiro mecânico vin- cuida de obras civis e não final de outubro, alugou parque zoobotânico. Parauapebas
do de Igarapava (SP), enxerga dificuldades:foi o casa e mudou-se com a vive sobretudo do comércio e da
começou a trabalhar na primeiro a experimentar família para Parauapebas. prestação de serviços para a Vale.
Encontrar gente com qualificação

12 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


obras em Carajás que demandas-
sem serviços da Odebrecht. Agora
a Vale está novamente em cresci-
mento e podemos contribuir para
que ela atinja seus objetivos.”
Paulo André Laranjeira, da Ode-
brecht, Responsável por Adminis-
tração e Finanças, destaca: “O pla-
nejamento criterioso e o cuidado
com os detalhes são marcas que
fazem diferença e que não abrimos
mão de manter”. Os resultados têm
sido positivos. “A Odebrecht é uma
grande empresa, que responde
rapidamente às nossas demandas.
É disso que precisamos”, diz Pau-
para dirigir um caminhão pesado terraplenagem. Nesses meses, já lo Linhares, da Geocret, empresa
ou operar uma máquina não é tare- se sabe, é preciso reduzir o ritmo terceirizada que gerencia os con-
fa fácil. Os trabalhadores com de trabalho e encontrar outras obras tratos firmados com a CVRD.
maior especialização precisam ser civis para fazer. A Serra de Carajás é conside-
trazidos de outras partes do país. Considerados todos os compo- rada a maior província mineral do
A previsão é de que, em junho de nentes dessa equação, o Diretor de planeta. Numa área de 50 km2, tem
2005, a Odebrecht tenha 500 pes- Contrato José Eduardo Bomfim uma reserva estimada de 18
soas vindas de fora da cidade tra- Ferreira e sua equipe assumiram a bilhões de t de ferro, 1 bilhão de t
balhando ali. tarefa a toque de caixa. Dois meses de cobre, 40 milhões de t de bau-
Para completar, ainda há uma depois de firmado o contrato, a xita, 60 milhões de t de manganês
questão incontrolável: o clima. Na Odebrecht tinha 99 máquinas ope- e 124 milhões de t de níquel. Essa
temporada de inverno, que vai mais rando na terraplenagem. E havia riqueza foi descoberta em 1967 por
ou menos de dezembro a maio, a atividade em todos os canteiros. pesquisadores da empresa ameri-
chuva castiga a Serra de Carajás “Temos uma relação produtiva e cana US Steel, comandados por
de tal maneira que fica difícil cir- de confiança com a Vale e preten- Gene Tolbert, o primeiro a pisar
cular pela estrada e absolutamen- demos mantê-la”, diz Bomfim. no topo da serra. Tolbert criou, em
te impossível qualquer tentativa de “Fazia 20 anos que não existiam sociedade com a CVRD, uma com-

Parceria entre Odebrecht e CVRD começou na década de 70


A parceria entre a Construtora Norber- e a de Carajás,usinas e hidrelétricas,construí- A virada do século trouxe bons ventos
to Odebrecht e a Companhia Vale do Rio das especialmente para atender às necessi- para a mineração brasileira.A Vale é uma das
Doce é antiga e já deu muitos frutos. As dades da Vale,levaram a marca da Odebrecht. maiores empresas mundiais do setor e bene-
duas empresas nasceram na década de Em 1984, a Odebrecht construiu a usina ficiou-se bastante do crescimento da econo-
1940, quando o mundo era agitado pela de Carajás – 75% da montagem ficou a car- mia global.Muitos contratos de venda a lon-
Segunda Guerra Mundial e o desenvolvi- go da Tenenge, que esteve na Serra entre go prazo,sobretudo de ferro,foram fechados.
mento tecnológico começava a apressar outubro de 1984 e julho de 1986.Depois dis- Para atendê-los a contento era necessário
o passo. Mas a parceria entre as duas só so,com o esfriamento da economia,os inves- investir no aumento da capacidade de pro-
seria iniciada na década de 70. timentos da Vale foram reduzidos e os dução e de exportação.A Odebrecht tem con-
Para operar em áreas pouco exploradas empreendimentos conjuntos diminuíram. tribuído para essa expansão em diversas áreas.
do país,a Vale precisava investir em infra-estru- Ainda assim, nessa fase a Odebrecht esteve Tem restaurado e expandido a capacidade
tura. Essa era justamente a vocação da Ode- com a Vale nas minas de Itabira, Mariana e de produção da mina de ferro da Serra de
brecht. Foi assim que rodovias como a que Timbopeba, em Minas Gerais, e em alguns Carajás e também melhorado as condições
vai de Parauapebas à mina de ferro de Cara- projetos hidrelétricos, como o de Igarapava, de embarque no porto da Ponta da Madeira,
jás,estradas de ferro como a Ferrovia do Aço no interior de São Paulo. em São Luís.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 13


A vila da CVRD, em
Paraupebas: casas
iguais, sem muro na
frente

cana e da chinesa puxou o desen-


volvimento mundial e a deman-
da por ferro e outros minerais au-
mentou muito. Isso fez com que
a empresa investisse ainda mais.
Hoje, no Brasil, a Vale está no
topo das empresas privadas
quando se leva em conta o volu-
me de investimento.
A demanda pelos produtos da
Vale é tão elevada que a empre-
sa vende tudo o que produz. Hoje
Carajás fornece 75 milhões de t
Equipe Dirigente em Carajás: a partir da esquerda, Pedro Chaves, Paulo André Laranjeira, José
Edurado Bomfim, Francisco Quirino, Enio Tack e Newton Bretz por ano para o Brasil e para o exte-
rior (para a Europa, a Ásia e os
Paulo Linhares: Quirino Vitório Estados Unidos). Saem da serra,
resposta rápida às Nunes: integração
demandas de filosofias em direção ao porto de Ponta da
Madeira, 10 trens com 205 vagões
carregando 110 t de ferro cada um,
diariamente. Em 2006 deverão ser
85 milhões de t e já existe um pla-
no de nova ampliação, que deve-
rá elevar a capacidade para 100
panhia de exploração chamada da de ferro ligando a serra ao por- milhões de t por ano.
Terraservice (mais tarde Docegeo). to de São Luís para viabilizar a “A expansão tem sido muito
O mundo precisava de cobre, exploração da jazida. rápida em todas as áreas, não ape-
chumbo, zinco e níquel para ali- Em 1997, a Vale foi privatiza- nas na de ferro mas também na de
mentar as suas indústrias, e o Bra- da, comprou a participação da US manganês e de outros produtos”,
sil começava a apontar como uma Steel na Docegeo e na Amazônia diz Quirino Vitório Nunes, coorde-
mina de materiais. O crescimento Mineração e começou a investir nador de contrato da CVRD. “Nos-
da Vale na década de 1970 foi mais pesadamente em Carajás. so relacionamento com a Ode-
enorme. Em 1972, as pesquisas em A expansão da empresa, desde brecht tem sido bom. A Constru-
Carajás confirmaram: a região era sua criação em 1942, tem sido tora está integrada na filosofia da
de fato riquíssima. Mas era distan- permanente. Mas em 2004 ace- Vale. Esperamos bons frutos des-
te, praticamente inacessível. Foi lerou como nunca na história. O sa parceria para ampliações futu-
necessária a construção da estra- crescimento da economia ameri- ras, porque trabalho não faltará.”

14 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


No Maranhão, obra do Píer III permite
ampliação das exportações
Colada ao porto de Itaqui, na
Ponta da Madeira, em São Luís, no
Maranhão, está a base da Odebrecht
na Vale do Rio Doce que, há cerca
de três anos, funciona como um car-
tão de visitas da Construtora e como
um pólo multiplicador de negócios.
A história começou quando a
Vale licitou um projeto para a cons-
trução do Píer III, com o objetivo de
ampliar sua capacidade de expor-
tação de minério. A Odebrecht deci-
diu propor à Vale um projeto alter-
nativo para a obra. A idéia reduziu
o tempo necessário à sua execução
e os custos envolvidos, e aumentou
a produtividade. O resultado foi tão
positivo que, antes mesmo de o píer
ficar pronto, a Vale contratou a Ode-
brecht para ampliá-lo.
“Houve uma profunda integra-
ção entre as duas empresas. A filo-
sofia da Vale é muito parecida com
a da Odebrecht. Ela é uma empre-
sa competente, exigente e correta.
É um excelente cliente”, diz Manoel
Sandoval da Silva, da Odebrecht,
Responsável por Administração e
Finanças na ponta da Madeira.
Pouco a pouco, novas obras No alto, o Píer III e, acima, a Equipe Dirigente em São Luís: a partir da esquerda, Mário Schmidt,
foram aparecendo – nas instalações Alberto Wanderley, Mauro Hueb e Manoel Sandoval da Silva
da Vale em São Luís e também em
outras áreas. Foi assim que surgiu tação – de 56 milhões para 74 postas aguardando decisão da Vale.
a oportunidade de atuação da Ode- milhões de t/ano. Elas incluem a participação na cons-
brecht na mina da serra de Cara- Já foram entregues também um trução de uma siderúrgica por um
jás, no Pará. Dentro do porto de São reservatório, um píer para reboca- consórcio entre a mineradora bra-
Luís, diversas encomendas já foram dores e um túnel e estão em fase sileira e uma empresa chinesa, e um
entregues. O Píer III, com aterro de final de construção uma passarela, complexo de obras em Paragomi-
250 m de comprimento, ponte de um pontilhão para o trem, um vira- nas, distante 300 km de Belém, na
acesso com 22 estacas escavadas e dor de vagões (poço com estrutura mina Níquel Vermelho. “O casa-
565 m3 de concreto submerso, pla- de concreto com 30 m de profundi- mento entre a Odebrecht e a Vale
taforma de transição com área de dade onde é feita a descarga de do Rio Doce é antigo e hoje São Luís
2.100 m2 e cais de 538 m de exten- minério), uma linha de transporte tornou-se uma base estratégica de
são, está em pleno funcionamento. de minério e o muro que contorna apoio para a conquista de novos
Com ele a Vale ampliou sua capa- as instalações da Vale. negócios”, diz Mauro Hueb, da
cidade de embarque – e de expor- Hoje a Odebrecht tem oito pro- Odebrecht, Diretor de Contrato.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 15


TRANSPORTES

TECNOLOGIA
COM ARTE
Capaz de atender 5 milhões de passageiros por ano, novo
Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, em
Recife, considerado o mais moderno do Brasil, equilibra apuro
estético e funcionalidade e brinda os usuários com a exposição
permanente de obras de destacados artistas pernambucanos
Cláudio Lovato Filho TEXTO • Eduardo Moody FOTOS

O novo Aeroporto
de Recife:
possibilidade de
estacionamento
simultâneo de
26 aviões
E
m 1948, a Construtora Norberto Odebrecht, Guararapes, o mais moderno do Brasil, constituiu um
à época uma jovem empresa de quatro anos momento especial”, afirma João Pacífico, Diretor-Supe-
de existência, começava a construir a pri- rintendente da Área Norte da Odebrecht Engenharia e
meira estação de passageiros do Aeroporto Construção. “Nesse empreendimento, nos relacionamos
de Salvador. A obra, concluída em 1950, ao mesmo tempo com dois de nossos clientes mais tradi-
marcou a estréia da empresa em obras aeroportuárias. cionais: a Infraero e o Governo de Pernambuco. Foi uma
Mais de 50 anos depois, em julho de 2004, a Odebrecht experiência diferente, que exigiu de nossa parte um esfor-
entregou à Infraero – Empresa Brasileira de Infra-estru- ço adicional. Por tudo isso, a obra também representou
tura Aeroportuária e ao Governo de Pernambuco o novo uma excelente oportunidade para a integração e a for-
Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Frey- mação de jovens parceiros”, ele acrescenta.
re, em Recife. Com um terminal de passageiros capaz Construído na década de 40, o antigo Aeroporto dos
de atender 5 milhões de usuários por ano e que impres- Guararapes, situado exatamente ao lado de onde hoje
siona pelo equilíbrio entre funcionalidade e beleza, é está o novo, passou por sucessivas ampliações e tinha
considerado um símbolo da eficiência da capacidade para atender 1,5 milhão de pas-
engenharia brasileira. Para a Odebrecht, a sageiros por ano. A demanda atual é de 2,5
construção do Aeroporto dos Guararapes milhões de passageiros. O novo aeroporto foi
tem um significado ímpar na sua longa tra- dimensionado para garantir o atendimento
jetória de participação em obras em aero- de 5 milhões de usuários por ano, número
portos no Brasil e no exterior, na qual o pri- indicado nas estimativas relacionadas a 2017.
meiro passo foi dado naquele distante final As obras do novo Aeroporto dos Guara-
dos anos 40, em Salvador. rapes, que absorveram até hoje investimen-
“A Odebrecht tem uma grande experiên- tos da ordem de R$ 250 milhões, começa-
cia em obras aeroportuárias e a sua partici- João Pacífico: momento ram em janeiro de 2001, sob responsabili-
pação na construção do novo Aeroporto dos especial dade do consórcio formado pela Construto-

Passageiros na área de restituição de bagagem: condições para futura ampliação

18 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Rosa Pandolfi e
Fernando Dueire:
vantagens para os
usuários do
aeroporto

Welington Moura:
“O passageiro
precisa se sentir à
vontade, em um
ambiente agradável”

O edifício-garagem: cinco níveis e 2.020 vagas

ra Norberto Odebrecht (líder) e a Construtora Queiroz


Galvão. O Governo de Pernambuco e o Governo Fede-
ral, este através da Infraero, licitaram a obra e contra-
taram o consórcio construtor.
“Houve uma grande mobilização de forças para que
esse projeto fosse realizado”, salienta Fernando Cami-
nha Dueire, Secretário Estadual de Infra-estrutura. “Per-
nambuco não podia esperar mais. O Estado precisava
de um novo aeroporto havia mais de 15 anos. Surgiu um
ambiente propício para a união de forças, e esse ambien-
te resultou numa grande convergência de objetivos que
tornou possível a realização do empreendimento dentro
do prazo esperado e de um padrão de qualidade que
superou as nossas melhores expectativas.”
Fernando Dueire gosta de contar uma história que O painel “Pastoral”, de Francisco Brennand

ajuda a explicar seu envolvimento emocional com o pro-


jeto. Quando era um menino de mais ou menos 10 anos, cução de dois viadutos e a implantação de várias vias
ia passear no antigo aeroporto, todos os domingos, leva- locais, permitirá uma melhor ordenação das condições
do pelo avô paterno, João. Era um programa que deixa- de trânsito na área. “Nossa sensação é de acerto”, res-
va o garoto encantado. Hoje, é uma lembrança que faz salta o Secretário Fernando Dueire. “Acerto e conforto.”
o homem maduro, de 45 anos, se emocionar. “Penso mui- O projeto executivo de arquitetura do novo aeropor-
to nisso. Recordo meus passeios com meu avô e então to, de autoria da Moretti Arquitetura, adotou o conceito
me vejo aqui, contribuindo para a realização desta obra.” do Aeroshopping. A previsão é de que sejam instaladas
Rosa Pandolfi, Secretária-Executiva de Transportes 130 lojas no terminal. No entanto, o aspecto comercial
da Secretaria Estadual de Infra-estrutura, assinala que não foi o único a ser privilegiado. A cultura pernambu-
a construção do aeroporto no mesmo local do antigo, na cana foi bastante valorizada no projeto. O novo Aero-
área urbana de Recife, foi uma opção da cidade. “Fize- porto dos Guararapes tem arte espalhada por seus cor-
mos uma ampla pesquisa e ficou evidente o desejo da redores e recantos, o que, com freqüência, transmite a
maioria de que a localização do aeroporto fosse manti- sensação de que o aeroporto é, também, uma grande
da. O Aeroporto de Recife está situado estrategicamen- galeria. Pinturas e esculturas dos artistas Francisco Bren-
te, o que só traz vantagens para os usuários.” A Ode- nand, João Câmara, Abelardo da Hora, Pedro Frederi-
brecht está participando da construção do sistema viá- co, Gil Vicente e José Cláudio, além de reproduções de
rio de acesso ao aeroporto. Essa obra, que inclui a exe- painéis de Lula Cardoso Ayres, estão presentes em todo

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 19


Os engenheiros Renato Bortoletti (à esquerda) e Jayro Poggi no pavimento técnico: jovens parceiros da Odebrecht no empreendimento

Um passeio pelo novo aeroporto


O novo terminal de passageiros do tipo do novo Aeroporto dos Guararapes, “Aqui está o coração do aeroporto”, diz
Aeroporto dos Guararapes tem quatro permite uma grande incidência de luz o engenheiro Renato Bortoletti, da Ode-
pavimentos. No térreo ficam o saguão de natural nesse pavimento. Grandes panos brecht, integrante do Programa de Pro-
desembarque, as áreas de apoio opera- de vidro laminado, utilizados na fachada dução nas obras do aeroporto. ”Isso é o
cional e de restituição de bagagem, os voltada para o pátio de aviões – assim que faz o aeroporto funcionar”, reforça o
salões para embarque e desembarque como na fachada do lado leste, em frente engenheiro Jayro Poggi, também da Ode-
remotos e as instalações da Polícia Fede- ao edifício-garagem –, conferiram ao ter- brecht, responsável pela coordenação de
ral, Civil e Militar. raço panorâmico um elevado grau de projetos e por planejamento, integrante
O primeiro pavimento inclui o saguão transparência e charme. do Programa de Engenharia.
de embarque, no qual se origina o com- Um capítulo à parte é o pavimento téc- O tratamento arquitetônico das facha-
plexo de circulação vertical que possibili- nico, entre o térreo e o primeiro pavimen- das do novo Aeroporto dos Guararapes pri-
ta a interligação dos pavimentos e a dis- to. Espaço intermediário que abriga um vilegia o aproveitamento de iluminação
tribuição do fluxo de circulação de passa- mundo que pouca gente vê e que a gran- natural,o que torna o ambiente mais apra-
geiros no aeroporto. Esse sistema com- de maioria dos usuários do aeroporto zível e possibilita redução de gastos com
preende um amplo espaço no centro do sequer sabe que existe,ele contém os prin- energia. O revestimento das fachadas foi
prédio, elevadores panorâmicos, um con- cipais elementos da infra-estrutura do ter- feito com placas de alumínio (fachadas nor-
junto de escadas rolantes e uma escada minal,como tubulações de água fria e gela- te e sul) e estruturas metálicas inclinadas
suspensa, também chamada de Escada da, máquinas e redes de dutos de ar-con- com vidro (leste e oeste), para garantir
Monumental. Trata-se de um dos desta- dicionado e de ventilação,sistema de ener- nobreza à paisagem externa. O conforto
ques do projeto arquitetônico,por seu arro- gia elétrica, sistemas eletrônicos e de tele- termoacústico dos usuários foi motivo de
jo e apuro estético.A área de check-in pos- fonia.Esse pavimento,também conhecido diversos estudos e um aspecto sempre pre-
sui 64 balcões, para atendimento tanto de como galeria técnica, é o local onde fun- sente no desenvolvimento dos projetos
vôos domésticos quanto de internacio- cionam três subestações de energia elétri- executivos. Na cobertura, o sanduíche tri-
nais, distribuídos em dois blocos.A sala de ca,cada uma com capacidade de 1.500 kVA. plo de telhas metálicas – composto de uma
embarque tem três ambientes, para vôos Com 4 mil m2, o pavimento técnico rece- telha inferior perfurada, uma chapa metá-
domésticos e internacionais, além de um be as tubulações procedentes da central lica lisa intermediária e uma telha metáli-
espaço reversível, a ser utilizado de acor- de utilidades/água gelada e se estende por ca superior, intercaladas por mantas de lã
do com a necessidade. todo o comprimento do terminal.É conec- de vidro–,formando um conjunto termoa-
O segundo pavimento concentra a tado aos outros pavimentos através de qua- cústico, foi a solução adotada para garan-
área comercial do aeroporto, com a praça tro shafts verticais, pelos quais se faz a dis- tir o conforto acústico dos usuários do ter-
de alimentação e o mirante. A grande cla- tribuição das redes que alimentarão todos minal e o desempenho eficiente do siste-
rabóia, que se tornou um espécie de logo- os pavimentos. ma de ar-condicionado.

20 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


o aeroporto. O painel cerâmico “Pastoral”, de Brennand,
que estava montado no antigo terminal desde 1958, foi
transferido para o novo prédio. “Além de toda a sua
modernidade, o Aeroporto Internacional de Recife ofe-
rece aos usuários a oportunidade de apreciar obras de
artistas de Pernambuco, o que torna sua permanência no
aeroporto ainda mais agradável”, salienta Welington
Moura, Superintendente Regional da Infraero.
A valorização da cultura pernambucana no projeto
do novo Aeroporto dos Guararapes é um aspecto des-
tacado por Bruno Dourado, Diretor do Contrato. “A
Odebrecht não participou deste empreendimento ape-
nas como uma empresa de construção. Seu envolvi-
mento com a comunidade tem sido intenso. A contri-
buição cultural vem constituindo um dos pontos altos
dessa interação.”
Foi instalado no aeroporto um painel do artista plás-
tico João Câmara. Com 85 m2, 18 m de altura e 3,5 t, a
tela foi executada no ateliê do artista, na Ladeira de
São Francisco, em Olinda. Seus 40 esboços e estudos
foram comprados pelo Consórcio Odebrecht-Queiroz
Galvão e serão doados ao Museu do Estado. “O povo
de Pernambuco é muito cioso de sua cultura. Contri-
buir para a preservação do patrimônio artístico do esta-
do é uma forma de dizer aos pernambucanos que não No alto, momento da visita do Presidente Lula ao aeroporto. Acima, a
partir da esquerda, o Governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos,
estamos focados apenas na execução de uma obra. o Presidente da Infraero, Carlos Wilson, e o Diretor de Contrato Bruno
Queremos nos integrar à sociedade na defesa e valo- Dourado na cerimônia de início de operação do aeroporto
rização de sua identidade”, salienta o também pernam-
bucano Bruno Dourado. Com relação ao projeto estrutural, o principal desta-
Motivo de orgulho de recifenses e pernambucanos, o que é a grande cobertura curva estruturada em vigamen-
novo terminal tem 54 mil m2, quatro pavimentos (veja tos metálicos e constituída de pórticos treliçados com vãos
boxe), 11 pontes para embarque e desembarque (fabri- de 15 m. No centro da coberta, foi construída uma cúpu-
cadas na Espanha com tecnologia alemã) e 64 balcões la de forma elíptica que abrange todo o saguão princi-
de check-in e permite o estacionamento simultâneo de pal. Integrantes das empresas presentes no empreendi-
26 aviões. Um conector de embarque e desembarque, na mento a chamam de “a quinta fachada”. É como se fos-
forma de um grande túnel envidraçado com esqueleto se o logotipo do aeroporto. Outro ponto importante foi a
estrutural de aço, com 510 m de extensão, construído em solução utilizada nas salas de restituição de bagagem. A
dois níveis, evita a mistura dos fluxos inversos de passa- execução de vigas protendidas de concreto armado tor-
geiros e interliga o terminal às 11 pontes de embarque. nou possível a obtenção de vãos de 30 m entre os pila-
O complexo é formado ainda por um edifício-gara- res, o que permite total flexibilidade a futuras amplia-
gem com 72 mil m2 e 2.020 vagas de estacionamento. São ções do sistema de restituição de bagagens.
cinco níveis escalonados com amplos terraços ajardina- O Superintendente Regional Welington Moura afir-
dos. A cobertura abriga uma praça destinada a eventos ma que, na construção do novo aeroporto, foi usado o
e recepção de turistas. que há de melhor no mundo em termos de material e tec-
No pátio de aeronaves, foi construído um queroduto, nologia. “As pontes de embarque são as mais modernas
para permitir o abastecimento dos aviões através de uma em utilização. Os sistemas operacionais fazem com que
rede de dutos instalada sob as placas de concreto do pátio. o aeroporto aumente a eficiência e proporcione mais con-
Com isso, é evitada a necessidade de tráfego de cami- forto sem reduzir a segurança, diminuindo custos dentro
nhões de abastecimento na pista. Um sistema de esgoto dos moldes exigidos pela aviação civil.” Ele ressalta um
a vácuo, também instalado no pátio, facilita a captação outro aspecto que caracteriza o novo aeroporto: a quali-
de dejetos sanitários dos aviões. dade do atendimento ao cliente. “A Infraero tem inves-

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 21


Ernesto Camarço:
A ODEBRECHT EM diálogo com os
OBRAS AEROPORTUÁRIAS diversos clientes
da Infraero no
A ODEBRECHT JÁ ATUOU EM 33 AERO- empreendimento
PORTOS DO BRASIL E DO EXTERIOR,EXE-
CUTANDO UM TOTAL DE 57 CONTRATOS.
NO BRASIL, REALIZOU OBRAS EM 23
AEROPORTOS, E NO EXTERIOR, EM 10. A
SEGUIR,ALGUNS DOS MOMENTOS MAIS
MARCANTES DESSA ATUAÇÃO.
Aeroporto do Galeão, no Rio

• ILHÉUS, 1957 – Após construir a primeira • RIO DE JANEIRO, 1989 A 2000 – A Ode-
tido muito nesse sentido, realizando cursos para suas equi-
estação de passageiros do Aeroporto de brecht constrói o segundo terminal de passa- pes. No aeroporto, o passageiro precisa se sentir à vonta-
Salvador, entre 1948 e 1950, a Odebrecht faz geiros (TPS 2) do Galeão.No Rio de Janeiro, a de, em um ambiente confortável.”
o revestimento de pistas do Aeroporto de empresa também atua no Aeroporto Santos
O cearense Ernesto Escóssia Camarço, Gerente de
Ilhéus (BA),entre março e outubro de 1957. Dumont:em 1998, participa da reconstrução
do aeroporto depois do incêndio que o des- Obras da Infraero no Aeroporto dos Guararapes, 28 anos,
• ITABUNA, 1960 A 1962 – A Odebrecht truiu por completo.Em 2003 e 2004, executa começou a trabalhar em aeroportos aos 22, em Fortale-
assume a responsabilidade de construir as serviços de reforma e adequação do pátio de
za, sua cidade natal. Atualmente também é responsável
pistas do Aeroporto de Itabuna (BA), entre estacionamento de aeronaves. A atuação no
1960 e 1962. Santos Dumont tem prosseguimento com a
pela implantação do projeto de ampliação da Infraero no
ampliação do aeroporto,iniciada em outubro Aeroporto de Maceió. Ernesto destaca que o Aeroporto
• SALVADOR E CANAVIEIRAS,1960 A 1963 de 2004 (veja boxe). dos Guararapes é hoje referência para toda a rede de
– Faz trabalho idêntico no Aeroporto do Aero-
aeroportos da Infraero no Brasil. Segundo ele, um dos
clube de Salvador e no Aeroporto de Cana- ARACAJU,1997 E 1998 – A Odebrecht rea-
vieiras,de 1960 a 1963. liza a ampliação do Aeroporto de Santa Maria, principais desafios da Infraero foi a necessidade de har-
em Aracaju. monizar os interesses – por vezes divergentes – dos vários
• SALVADOR,1971 A 1977 – Volta às obras
clientes da empresa no aeroporto, entre eles os órgãos
aeroportuárias na Bahia para realizar o prolon- • PALMAS,1999 A 2001 – A empresa cons-
gamento das pistas do Aeroporto de Salva- trói o Aeroporto de Palmas, em Tocantins, o
públicos e os concessionários. “A compatibilização dos
dor,entre 1971 e 1977. mais novo estado brasileiro. projetos foi resolvida com muito diálogo”, relata Ernesto.
A execução de um projeto arquitetônico complexo, outro
• POÇOS DE CALDAS,1961 – É responsável • GAVIÃO PEIXOTO,2002 – Contratada pela
desafio apontado por Ernesto, foi solucionada com base
pela terraplenagem e pela execução de obras- Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer),
de-arte correntes no Aeroporto de Poços de a Odebrecht executa a pista de testes do Pólo na capacitação e na experiência das empresas participan-
Caldas (MG). de Gavião Peixoto (SP). tes do empreendimento. Assim como o Secretário Fer-
nando Dueire, Ernesto admite que tem forte ligação pes-
• ARACAJU,1962 – A empresa executa ser- • MIAMI,ORLANDO E FORT LAUDERDALE
viços no Aeroporto de Aracaju,os quais incluem (EUA),A PARTIR DE 1992– No exterior,a atua-
soal com a obra que ajudou a realizar. “É impossível evi-
revestimento das pistas de pouso e decola- ção da Odebrecht no setor aeroportuário con- tar o envolvimento emocional”, ele diz, olhando para o
gem, construção da pista de taxiagem e pin- centrou-se nos Estados Unidos,em Portugal e painel “Pastoral”, sua peça favorita.
tura de sinalização. no Chile. No Aeroporto Internacional de Mia-
Um trabalho iniciado em 2000 e que consistiu em um
mi, onde está presente desde 1992, a empre-
• FORTALEZA,1963 E 1964 – A Odebrecht sa executa hoje o seu décimo terceiro contra- dos diferenciais do empreendimento foi a coordenação
reforça as pistas e constrói o pátio de taxia- to,construindo o Terminal Sul e o Concourse J dos projetos executivos. No site criado especialmente para
gem e estacionamento de aeronaves. (prédio para embarque e desembarque de pas-
a obra, os projetistas inseriam seus trabalhos, que eram
sageiros).Também foram realizadas obras no
• BAIXO GUANDU,1967 E 1968 – No Espí- Aeroporto de Orlando,entre as quais a amplia-
consultados a todo o momento pelos participantes do
rito Santo,constrói as pistas do Aeroporto de ção do Terminal Norte,e no Aeroporto de Fort empreendimento. “Todos na obra estavam em perma-
Baixo Guandu. Lauderdale,no qual a Odebrecht construiu um nente comunicação, através de rede”, relata Bruno Dou-
pátio de manobras de aeronaves.
rado. “Isso nos permitiu um enorme ganho de agilidade,
• RIO DE JANEIRO,1973 A 1986 – Vivendo
a fase de expansão nacional, a Odebrecht • PORTUGAL, DE 1984 A 2002 – A Bento ao assegurar a integração e a sintonia entre os diferentes
começa a participar,em 1973,de um das obras Pedroso Construções – BPC,subsidiária da Ode- programas. Todos sabiam exatamente o que estava ocor-
mais emblemáticas de sua história:a constru- brecht no país,realiza serviços nos aeroportos
rendo, o momento do início e do término de cada servi-
ção do Aeroporto Internacional do Rio de Janei- de São Nicolau,Praia,São Vicente,Montijo,São
ro,o Galeão.Entre aquele ano e 1986,a empre- Miguel,Faro e do Porto.
ço, enfim, o andamento global do trabalho.”
sa ergue um complexo aeroportuário com Bruno Dourado acentua que, por seu porte e sua com-
capacidade para atender 8 milhões de passa- • SANTIAGO (CHILE),ENTRE 1992 E 1994 – plexidade, a obra ofereceu um ambiente valioso para a
geiros por ano.Nesse projeto,é iniciada a par- A Odebrecht tem sob seu encargo a constru-
formação de jovens parceiros. Foram 14, no total. Entre
ceria que culmina na aquisição da Companhia ção da primeira fase do novo terminal de pas-
Brasileira de Projetos e Obras – CBPO pela Ode- sageiros do Aeroporto Arturo Merino Benitez, eles os engenheiros Jayro Poggi e Renato Bortoletti, ambos
brecht. em Santiago. de 26 anos. Jayro, integrante do Programa de Engenha-

22 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


ria, é responsável por pla- Ele e seus companhei-
nejamento e pela coorde- ros estão orgulhosos do
nação dos projetos execu- resultado de sua atuação.
tivos que balizam cada Quando relembram algum
procedimento tomado na momento de especial sig-
obra. Renato faz parte do nificado durante sua parti-
Programa de Produção e cipação na construção do
é um dos maiores conhe- novo Aeroporto dos Guara-
cedores do novo aeropor- rapes, não hesitam em
to. “Este é um empreen- apontar a visita do Presi-
dimento multidiscplinar, dente Luiz Inácio Lula da
no qual o jovem engenhei- Silva como um dos aconte-
ro pode vivenciar uma Equipe Dirigente: a partir da esquerda, Gilmar Borba, Marcos Russo, cimentos mais memoráveis.
grande variedade de José Eudes Vasconcelos, Carol Pedrosa e Bruno Dourado O Presidente Lula esteve
experiências proporciona- no aeroporto em 19 de
das pela engenharia, da terraplenagem à automação”, setembro, acompanhado do Ministro da Indústria e
ressalta Bruno. Comércio, Luís Fernando Furlan. Eles foram recebidos
Para que as obras no novo Aeroporto dos Guarara- na ponte de desembarque pelo Presidente da Infraero,
pes estejam totalmente concluídas, ainda faltam o tér- Carlos Wilson Campos, e pelos ministros Eduardo Cam-
mino do prolongamento do conector, por 150 m (avan- pos, da Ciência e Tecnologia, e Humberto Costa, da Saú-
çando pelo antigo terminal), e a instalação de quatro de. Lula percorreu todas as instalações do novo terminal.
pontes de embarque e desembarque. Esse trabalho Declarou-se surpreso por sua beleza e funcionalidade e
final está sob responsabilidade do jovem parceiro Rena- afirmou que a obra comprova o talento da engenharia
to Bortoletti. brasileira.

Começam as obras de ampliação do Aeroporto Santos Dumont


O Santos Dumont, no Rio utilizado apenas para desem-
de Janeiro, começou em 2004 barque. O aeroporto, que hoje
a se transformar em um novo tem condições de receber no
aeroporto. A cargo do consór- máximo aeronaves A-319,fica-
cio formado pela Odebrecht rá apto a receber modelos 737-
(líder), Carioca e Construcap, a 900. A área construída passará
ampliação do aeroporto teve de 19 mil m2 para 61 mil m2. A
início em novembro, com a área comercial, que tem hoje
mobilização do canteiro de 3.140 m2, será ampliada para
obras e das equipes. O contra- 25.100 m2.
to com a Infraero havia sido “A cidade vai dispor de um
assinado em outubro, o mes- equipamento urbano muito
mo mês em que foi expedida A maquete mostra como ficará o Santos Dumont depois das obras melhor”, afirma, com entusias-
a ordem de serviço. A previsão mo, Germinio Costa, da Ode-
é de que a obra esteja concluí- acesso às pontes, ocupando Com as obras, a capacida- brecht, Responsável por Enge-
da em 31 meses. 8.177 m2, com estrutura metá- de de atendimento do Santos nharia. Ele destaca que o maior
O aeroporto receberá um lica e uso intensivo de vidro, Dumont passará de 3,5 milhões desafio do consórcio será reali-
novo terminal de passageiros, é um dos destaques do pro- para 8,5 milhões de passagei- zar as obras com o aeroporto
com 29 mil m 2. O terminal jeto. Pátios e pistas serão ros/ano. O projeto de amplia- em pleno fucionamento.“Para o
atual será reformado. Serão ampliados e reformados. O ção prevê que o novo terminal superarmos, será preciso esta-
instaladas nove pontes de aeroporto ganhará também seja destinado exclusivamen- belecer com a Infraero um rigo-
embarque e desembarque de um novo sistema de acesso te ao embarque de passagei- roso planejamento da operação
passageiros.Um conector para viário. ros. O terminal existente será do aeroporto”, ele salienta.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 23


CIDADANIA

Luiz Carlos Xavier

Muito além da
(ao centro) com
integrantes da
Braskem e Valdete
dos Santos (à
direita):
desenvolvimento
da consciência
cidadã
adaptação à realidade
Núcleos de Defesa Comunitária da Braskem ajudam pessoas que
vivem em áreas próximas às tubulações que conduzem produtos
petroquímicos a criar novas perspectivas socioeconômicas
Alessandra Nascimento TEXTO • Christian Cravo FOTOS

P
ara os quase 2 mil moradores das dulfo Alves, o Porto de Aratu, a Dow Quí-
comunidades de Pitanga de Pal- mica e o Pólo Petroquímico de Camaçari,
mares, Futurama, Menino Jesus, eles tinham pouco conhecimento sobre a
Passé e Madeira, situadas entre necessidade de segurança. O funcionamen-
os municípios baianos de Dias to das 22 tubulações – 10 das quais perten-
D´Ávila, Camaçari, Aratu e Candeias, a centes à Braskem – com 30 km de extensão
noção de morar numa área de risco era fic- exige procedimentos rígidos, já que passam
tícia até dois anos atrás. Residentes em locais por áreas habitadas.
próximos a tubulações que conduzem pro- A criação dos Núcleos de Defesa Co-
dutos petroquímicos entre a Refinaria Lan- munitária, os Nudecs, da Braskem, em

24 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


2002, deu uma nova perspectiva às pes-
soas que moram nessas áreas. Luiz Car-
los Xavier, Coordenador de Transferência
de Insumos Básicos da Braskem, relem-
bra como ocorreu o início da implantação
dos Nudecs: "Promovemos um trabalho
de esclarecimento, sensibilizando líderes
da comunidade, que foram encaminhadas
aos quatro Nudecs para atuar como agen-
tes multiplicadores. Evitar queimadas,
escavações e depredações na dutovia é
prioridade. As pessoas são orientadas,
num caso de vazamento iminente, a dei-
xar suas residências e seguir para as saí-
das das áreas de risco.”
Xavier salienta que os Nudecs já come-
çam a dar frutos. "Elaboramos uma carti-
lha com uma linguagem diferenciada. Pro- Meire dos Santos Neves: importância do trabalho preventivo
fissionais acompanham esse projeto para
apurar se nossos objetivos com educação
estão sendo atingidos. Temos uma parce-
ria com o Brasil Alfabetizado, do Gover-
no Federal, no qual 211 pessoas, dos 20
aos 70 anos, estão inscritas. Com a Fun-
dação José Silveira, estamos identifican-
do nas comunidades possibilidades de tra-
balhar com cooperativas locais. Buscamos
plantar noções de cidadania e melhorar a
auto-estima dessas comunidades caren-
tes que enfrentam problemas reais de
desemprego."
"É muito gratificante participar de um
Nudec. O trabalho que fazemos é voluntá-
rio. O Nudec traz para a nossa comunidade
o projeto Brasil Alfabetizado, através do
Governo Federal, e a perspectiva de criação
da cooperativa de pescadores, em parceria
com a Fundação José Silveira”, diz Maria
Aparecida da Cruz Sena, a dona Cida, como
Maria Aparecida da Cruz Sena orienta alunos da rede municipal: “Vejo no sorriso
é conhecida na comunidade. ”Vejo no sorri- das pessoas o quanto elas se sentem diferentes”
so das pessoas o quanto elas se sentem dife-
rentes. Isso mexe com sua auto-estima”.
Comerciante de 26 anos, Meire dos San- A auxiliar de serviços gerais Valdete
tos Neves destaca a importância dos Nudecs dos Santos, 30 anos, a Dete, de Pitanga
na prevenção de acidentes. “Passei a ter dos Palmares, complementa: "Moramos
mais segurança quanto às tubulações. Sei numa área cercada pelos dutos. Graças ao
o quanto é vital o trabalho preventivo. Ele Nudec e à parceria com a Fundação José
é a mola-mestra para evitar acidentes. No Silveira, estamos resgatando nossa cida-
Nudec, aprendemos rotas de fuga para dania e formando uma oficina de corte e
apontar à população diante do menor sinal costura. Pretendemos inscrever mais de
de perigo”. 40 pessoas".

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 25


Holanda Cavalcanti
Ruth Cardoso faz sua exposição durante o Fórum Internacional Brasil 2015, em São Paulo: desafios na área social

Oportunidades para
celebrar e refletir
Karolina Gutiez TEXTO

C
omo parte das comemorações de seus 60 anos de
fundação, a Odebrecht realizou o Fórum Internacio-
Fórum internacional, nal Brasil 2015 – Oportunidades e Desafios, dia 23
de novembro, em São Paulo, para cerca de 300 pes-
exposições e soas. A finalidade do fórum foi provocar reflexões
sobre as perspectivas do Brasil nos próximos 10 anos e a formu-
homenagens ao lação de propostas no rumo da construção de uma sociedade
mais justa. Participaram do evento Felipe González, Primeiro-
Ministro da Espanha de 1982 a 1996; Ruth Cardoso, idealizado-
fundador Norberto ra dos programas do Comunidade Solidária e hoje Presidente
da ONG Comunitas; Luciano Coutinho, professor do Instituto
Odebrecht marcam de Economia da Unicamp; e Renato Janine Ribeiro, professor
de Ética e Filosofia Política na USP. O mediador do encontro foi
as comemorações o jornalista Roberto D´Ávila.
“Ao convidá-los para expor suas idéias e conosco debatê-las,
dos 60 anos da tivemos em mente colocar em linhas de convergência, de um lado,
a experiência do Primeiro-Ministro González, que traz consigo o

Odebrecht exemplo de uma das mais bem-sucedidas transformações que


uma sociedade ocidental pôde assistir; e do outro, as contribui-

26 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Holanda Cavalcanti

ções de três pensadores brasileiros, que se mento social e o econômico, destacando que Mesa do Fórum
identificam na visão positiva que têm sobre o desafio para os próximos anos é garantir Internacional Brasil
2015: Renato Janine
nosso futuro e nossa capacidade de superar, educação para todos. Ribeiro, Felipe
como a Espanha o fez, os desafios do desen- Felipe González falou sobre sua experiên- González, Roberto
volvimento”, disse Emílio Odebrecht, Presi- cia de 14 anos como Primeiro-Ministro, perío- D’Ávila, Ruth
Cardoso e Luciano
dente do Conselho de Administração da Ode- do em que a Espanha conseguiu avançar em Coutinho
brecht S.A., na abertura do fórum. seu processo de desenvolvimento sustentá-
Ruth Cardoso falou dos desafios na área vel. Quando assumiu o cargo, do ponto de
social e defendeu um debate mais amplo vista socioeconômico o país se encontrava
entre Governo, empresas e entidades do Ter- muito próximo do Brasil de hoje. Por isso,
ceiro Setor com a finalidade de encontrar Felipe González pôde traçar paralelos entre
soluções para a criação de capital social no a realidade dos dois países. Referindo-se à
Brasil. Organização Odebrecht, afirmou: “Uma
Luciano Coutinho destacou os principais empresa só se desenvolve ao longo de 60
desafios do Brasil no rumo do crescimento anos se mantiver uma identidade clara, obje-
econômico sustentável, a exemplo de inves- tivos permanentes, capacidade de adapta-
timentos em infra-estrutura, avanço nas ção e de flexibilidade para alcançar os obje-
exportações, criação de oportunidades de tra- tivos propostos, um compromisso forte, habi-
balho e implementação de políticas sociais lidade para coordenar equipes e impecabi-
eficientes. lidade no trabalho realizado. Só assim uma
Renato Janine Ribeiro tratou da questão organização sobrevive 60 anos, com êxito,
cultural e das ligações entre o desenvolvi- num mundo em transformação”.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 27


Carlos Júnior
Integrante da
Odebrecht na Base
Macaé, no litoral do
Rio de Janeiro, visita
a exposição. Abaixo,
visitantes da mostra
na Braskem, no Pólo
Petroquímico de
Camaçari (BA)

EXPOSIÇÃO EM BRASÍLIA tria e Comércio Exterior; Dilma Rousseff, de


No dia 9 de novembro, a abertura da expo- Minas e Energia; Eduardo Campos, da Ciên-
sição Odebrecht 60 Anos, na sede da Confe- cia e Tecnologia; Waldir Pires, do Controle e
deração Nacional da Indústria (CNI), em Bra- da Transparência; Henrique Meirelles, Presi-
sília, contou com a presença do Presidente da dente do Banco Central; e de Nilmário Miran-
República, Luiz Inácio Lula da Silva, do Pre- da, Secretário Especial dos Direitos Humanos,
sidente do Senado, José Sarney, e dos minis- e Jaques Wagner, Secretário Especial do Con-
tros Márcio Thomaz Bastos, da Justiça; Rober- selho de Desenvolvimento Econômico e Social.
to Rodrigues, da Agricultura, Pecuária e Abas- “Para os cidadãos brasileiros, ter uma
tecimento; Humberto Costa, da Saúde; Luiz empresa nacional como a Odebrecht é moti-
Fernando Furlan, do Desenvolvimento, Indús- vo de orgulho”, salientou o Presidente Lula

28 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Holanda Cavalcanti

O Presidente Lula, acompanhado de Emílio Odebrecht, do Presidente da CNI, Deputado Armando Monteiro, do Senador José Sarney e de ministros de
Estado, ouve apresentação de Márcio Polidoro, Responsável por Comunicação Empresarial na Odebrecht S.A.(à esquerda), sobre a exposição em Brasília

no discurso que fez depois de visitar a expo- homenagem aos 60 anos da Organização
sição. “Quem viaja pela América do Sul, por Odebrecht. Lise Weckerle, Presidente da
alguns países da África ou pelo Brasil, nor- entidade, entregou uma placa alusiva à
malmente encontra a mão da Odebrecht em data a Norberto Odebrecht, como símbo-
alguma coisa. Não são muitos os quilômetros lo do reconhecimento do empresariado
de estradas brasileiras que podemos percor- baiano. Ao saudar o fundador da Orga-
rer sem passar por um quilômetro feito pela nização, Lise expressou “os votos de
Odebrecht.” continuado sucesso a todos os que par-
Exposições sobre os 60 anos foram rea- ticipam como dirigentes e integrantes
lizadas em canteiros de obra, unidades indus- da Odebrecht, que tanto engrandece
triais e escritórios da Odebrecht. a Bahia e o Brasil.”
No dia 23 de novembro, Norberto Ode-
Em novembro, foi
HOMENAGENS AO brecht recebeu uma comenda da Asociación publicada a edição
FUNDADOR NORBERTO ODEBRECHT Iberoamericana de Cámaras de Comercio, que especial de
Odebrecht Informa
A Associação Comercial da Bahia ofere- o escolheu como Personalidade Empresarial sobre os 60 anos da
ceu um coquetel, no dia 24 de novembro, em Brasileira de 2004. Odebrecht.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 29


Núcleo da Cultura Odebrecht: apresentação da filosofia e da trajetória da Organização e das realizações de seus integrantes

MEMÓRIA

Novo espaço para a


preservação da história
Inaugurado o Núcleo da Cultura Odebrecht, em Salvador
Karolina Gutiez TEXTO • Holanda Cavalcanti FOTOS

“ O N Ú C L E O D A C U LT U R A Regina Odebrecht, esposa de Emí- O Núcleo da Cultura substitui o


Odebrecht é uma homenagem a lio Odebrecht, Presidente do Con- antigo Núcleo da Memória e foi con-
todas as pessoas que transformam selho de Administração da Ode- cebido de modo a combinar – de for-
o compromisso de servir em resul- brecht S.A., durante a cerimônia de ma dinâmica – Filosofia, Pessoas e
tados, contribuindo para manter a inauguração do espaço, no dia 25 História Empresarial, com o objeti-
Organização Odebrecht no rumo da de novembro, como parte das come- vo de transmitir a Cultura da Orga-
Sobrevivência, do Crescimento e da morações dos 60 anos da fundação nização.
Perpetuidade”, diz a placa descer- da Organização, no edifício-sede, A narrativa dos fatos ocorridos
rada por Norberto Odebrecht e em Salvador. ao longo do tempo, à luz dessa com-

30 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Momentos da inauguração do Núcleo da Cultura Odebrecht: 1. Norberto Odebrecht, Pedro Mariani, Gilberto Sá, Victor Gradin e José Carlos
Grubisich; 2. Piero Marianetti e Bernardo Gradin; 3. João Sá, Norberto Odebrecht, Rubens Ricupero e Márcio Polidoro; 4. Emílio Odebrecht,
Marcelo Odebrecht e Norberto Odebrecht; 5. Regina Odebrecht, esposa de Emílio Odebrecht, e Norberto Odebrecht; 6. Renato Martins e
Norberto Odebrecht; 7. Renato Baiardi, Norberto Odebrecht e Pedro Mariani; 8. Pedro Novis e Norberto Odebrecht; e 9. Luis Almeida,
Rubens Ricupero, José de Freitas Mascarenhas e Emílio Odebrecht

binação dinâmica de princípios e que coexistem na Organização reve- quistas e suas crises, seus aprendi-
concepções filosóficas com momen- la o espírito, o pensamento e as ações zados e suas realizações, orientadas
tos históricos marcantes, permite do fundador Norberto Odebrecht e por uma base cultural comum, pes-
identificar nos atos das pessoas e de seus parceiros, mestres e oficiais, soas que têm uma linguagem úni-
em suas realizações os valores e co-fundadores da Organização, a ca e compartilham as mesmas con-
crenças que pautaram e pautarão a partir dos fatos ocorridos na década cepções filosóficas”, define Norber-
trajetória da Odebrecht no rumo da de 1940; os antecedentes que sus- to Odebrecht.
Sobrevivência, do Crescimento e da tentaram o alcance de seus objeti- Na abertura do Núcleo, ele foi
Perpetuidade. vos e os desdobramentos seguintes; homenageado por seu neto Marce-
O propósito primordial do Núcleo e a contribuição dos empresários- lo Odebrecht, Líder Empresarial da
é, ao mostrar as conquistas, as rea- parceiros da Primeira, da Segunda Construtora Norberto Odebrecht
lizações e os aprendizados do pas- e da Terceira Geração, protagonis- (CNO), representando a Terceira
sado, ser um dos meios impulsiona- tas dos fatos e decisões que trouxe- Geração de empresários-parceiros.
dores das conquistas, das realiza- ram a Organização ao presente e Ele destacou que muitos jovens
ções e dos aprendizados do futuro, que criaram as bases tangíveis e empresários de hoje terão compe-
expressando simbolicamente a intangíveis para a caminhada das tência para liderar os negócios da
comunicação entre as gerações que novas gerações rumo ao futuro. Organização no futuro, e ressalvou:
integram a Organização. “Assim, o Núcleo se propõe a ser “Alguns serão até mais competen-
Essa comunicação que o Núcleo o espaço-síntese de uma história de tes que o senhor, mas isso só será
proporciona entre as três gerações pessoas e de seus desafios, suas con- possível porque desde já eles

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 31


Venosa Design
5
4

6 3

1 – EMIL ODEBRECHT E A PRESENÇA ALEMÃ 4 – A ORGANIZAÇÃO ODEBRECHT HOJE


NO BRASIL Macroestrutura e macroindicadores
Administradores
2 – HISTÓRIA Engenharia e Construção
Emílio Odebrecht,o educador Química e Petroquímica
2
Norberto Odebrecht,o fundador Seguros e Garantias
O desenvolvimento regional Previdência
A formação da cultura Contribuição Cultural
1
A Tecnologia Empresarial Odebrecht Fundação Odebrecht
Depoimentos
Raiz 5 – O COMPROMISSO COM O FUTURO
A Visão 2010
3 – HISTÓRIA A formação das novas gerações
A empresa nacional A preservação da cultura
A segunda geração de empresários
A tríplice estratégia de crescimento (anos 1970) 6 – REVISTA ODEBRECHT INFORMA
A consolidação do negócio Engenharia e Construção
A diversificação 7 – MENSAGEM FINAL DO FUNDADOR
A atuação internacional
O negócio Química e Petroquímica
A formação da Braskem
A sucessão planejada
O modelo de Governança
Depoimentos

Concebido e construído pela Venosa Design, o Núcleo da Cultura Odebrecht é composto de duas cúpulas de aproximadamente 70 m2 cada, nas quais
é contada a história da Organização, e mais um área de 150 m2, onde é apresentada a atual Organização Odebrecht e seu compromisso com o futuro

seguem o rumo que o senhor deu”. pudessem ser orientadores da edu- Renato Martins entregou a
Marcelo entregou ao avô um pôster cação das novas gerações e servis- Norberto Odebrecht um fac-sími-
com uma fotografia dos jovens sem de estímulo para o alcance de le do catálogo de obras da então
empresários que trabalham na Ben- resultados cada vez melhores no Norberto Odebrecht Construto-
to Pedroso Construções, em Portu- futuro. ra Ltda., editado entre 1949 e
gal, no qual se lê a seguinte men- O Núcleo é uma exposição ico- 1950. O exemplar foi produzido
sagem: “Dr. Norberto, pode deixar, nográfica permanente que reúne à época pelo artista plástico
que os próximos 60 anos nós garan- fotografias, medalhas, troféus, vídeos, argentino Carybé com todas as
timos”. documentos e outros elementos que obras que o fundador conduziu
O Núcleo da Memória Ode- fizeram e ainda fazem parte da his- nos primeiros anos de vida pro-
brecht, que hoje dá lugar ao Núcleo tória da Organização, dispostos de fissional.
da Cultura, foi criado em 1984. maneira a contar a sua trajetória Estiveram presentes ao even-
Renato Martins, Responsável por (veja boxe com roteiro de visita). to acionistas, conselheiros de
Desenvolvimento de Novas Opor- Renato Martins relembra:”No administração e conselheiros
tunidades na Odebrecht S.A., o últi- começo da década de 80, teve início consultivos, integrantes da equi-
mo integrante da Primeira Geração a coleção de registros da atuação pe do Diretor-Presidente da
ainda na ativa, contou que o espa- empresarial que representavam a Odebrecht S.A., líderes empre-
ço nasceu, àquela época, da neces- documentação do trabalho de todos sariais e integrantes da CNO, da
sidade de compor um acervo que os integrantes e as manifestações de Braskem, da OCS – Odebrecht
representasse as conquistas, regis- Clientes e de Comunidades aos quais Administradora e Corretora de
trasse os atos e fatos e também os a Odebrecht serviu e cujas necessi- Seguros, Odeprev – Odebrecht
aprendizados do passado, com o dades foram satisfeitas”. Este acer- Previdência e Fundação Ode-
objetivo de se ter os apoios que vo forma o Núcleo da Cultura. brecht.

32 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


MENSAGEM DO CONSELHO
EMÍLIO ODEBRECHT - PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA ODEBRECHT S.A.

Complementando
competências
QUANDO FORAM ADOTADAS AS MEDIDAS QUE pre com visão de longo prazo, voltados para oportuni-
levaram ao aprimoramento do Sistema de Governança dades e não para problemas.
da Organização Odebrecht, o Conselho de Administra- São, portanto, pré-requisitos para integrar nosso Con-
ção da Odebrecht S.A. assumiu novos desafios, adequa- selho capacidade aprimorada de julgamento, alta res-
dos ao redirecionamento estratégico e à complexidade ponsabilidade e extrema seriedade. Os novos Conse-
dos negócios e do cenário mundial, no rumo do cresci- lheiros nos trazem, além disso, percepções externas e
mento. conhecimentos e experiências diferenciadas que, cer-
Uma das decisões tomadas então foi a de ampliar tamente, enriquecerão o processo deliberativo do gru-
o número de Conselheiros, incluindo Integrantes iden- po, já formado por pessoas que, além das qualidades
tificados fora da Organização, com a finalidade de acima referidas, acumularam importantes e diversifica-
complementar as competências do Conselho para fazer das vivências enquanto atuaram como executivos da
face a esses desafios. Organização.
Esta edição de Odebrecht Informa Complementar à implantação, em
traz reportagem tratando do assunto, Os novos membros 2001, do novo sistema de Governança,
já que no último mês de novembro os mais moderno e mais ajustado à dimen-
Acionistas da Odebrecht S.A. decidi-
do Conselho são, aos desafios e à estrutura societá-
ram pela integração, ao nosso Conse-
lho, de Rubens Ricupero, Pedro Maria-
de Administração ria atual da Organização, e comple-
mentar também ao processo de reno-
ni e Luiz Almeida (veja páginas 34 e 35). trazem percepções vação das lideranças em nossos negó-
A linha do Empresariamento Acio- cios, a integração dos novos Conselhei-
nista-Cliente é o ponto de partida para externas e ros foi mais um movimento em nossa
a nossa concepção organizacional e para caminhada no rumo da Sobrevivência,
a conseqüente mobilização dos Empre- experiências do Crescimento e da Perpetuidade.
sários-Parceiros e de suas equipes. É oportuno ressaltar a importância
O Conselho de Administração da diferenciadas do equilíbrio na linha do empresaria-
Odebrecht S.A. é a instância máxima mento, a que une o Acionista ao Clien-
na linha do empresariamento, representando os Acio- te, pois todos os elos da cadeia precisam estar igual-
nistas. É órgão deliberativo, não-executivo, e seu foco mente fortes.
está nas decisões político-estratégicas, no direciona- Isso significa que, cada vez mais, nossos Clientes,
mento estratégico e na interação com o Diretor-Presi- para que sobrevivam, cresçam e se perpetuem, preci-
dente da Odebrecht S.A., visando sobretudo à agrega- sam ser competitivos. Assim, do Empresário-Parceiro,
ção de valores tangíveis e intangíveis e à garantia da responsável direto pela satisfação e competitividade dos
aplicação de nossa filosofia empresarial em todos os seus Clientes, até os Acionistas, representados pelo Con-
âmbitos da Organização. Suas decisões têm conseqüên- selho de Administração, todos na Organização preci-
cias de largo impacto, porque criam precedência e geram sam olhar com especial cuidado para a cadeia produti-
valores, conceitos e políticas. va na qual estão inseridos.
Tratamos no Conselho também de questões relati- Conhecê-la profundamente é condição para a con-
vas a cultura, macroestrutura, desempenho, investimen- tribuição eficaz. E a contribuição eficaz será o fator da
tos, designação de responsáveis para posições-chave, sobrevivência, do crescimento e da perpetuidade de
código de conduta, responsabilidade social e ambien- cada um deles e – por conseqüência – da Organização
tal, imagem e segurança empresarial, deliberando sem- Odebrecht.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 33


ORGANIZAÇÃO

Por uma maior diversidade


de conhecimentos
José Enrique Barreiro TEXTO • Holanda Cavalcanti FOTOS

Luiz Almeida,
Pedro Mariani e
Rubens Ricupero

O
Conselho de Admi- expansão internacional dos negó-
nistração da Ode-
brecht S.A. passa a
passam a integrar cios da Organização.
Pedro Mariani, por sua vez,
contar, a partir de agrega experiência pessoal nos
janeiro de 2005, o Conselho de setores financeiro e industrial. É
com três novos membros: Luiz o principal executivo do Banco
Almeida, Pedro Mariani e Ru- BBM, que teve origem em Sal-
bens Ricupero . Eles trazem ao
Administração da vador, em 1858, sob a denomi-
Conselho maior diversidade de nação de Banco da Bahia, e que
conhecimentos e novas compe- Odebrecht S.A. hoje atua como banco de ataca-
tências para fazer frente aos do, com foco nas atividades de
futuros desafios da Organização. tesouraria, crédito e estrutura-
O Embaixador Rubens Ricu- ção de produtos. Pedro Mariani
pero deixou recentemente a dire- tem formação acadêmica e pro-
ção da Unctad – Conferência das fissional voltada para economia
Nações Unidas sobre Comércio e finanças e uma vida empresa-
e Desenvolvimento, órgão da rial de 25 anos, durante a qual
ONU dedicado a promover o adquiriu larga vivência em
desenvolvimento dos países assuntos societários (de socieda-
pobres, por meio do comércio e des abertas e fechadas).
de investimentos. Durante nove Luiz Almeida, que trabalhou
anos ele foi o Secretário-Geral da na Odebrecht por mais de 30
entidade. Ricupero esteve a ser- anos, tem uma visão global dos
viço do Itamaraty por 36 anos, negócios da Organização e vas-
tendo sido Embaixador do Brasil ta experiência como executivo
em Genebra, nos Estados Unidos na área internacional, tendo sido
e na Itália. Tem 45 anos de car- um dos principais responsáveis
reira internacional, parte da qual pela presença da Odebrecht em
dirigida ao comércio internacio- Angola. Foi Responsável pelo
nal e à economia mundial. Ele negócio Telecomunicações e
acrescenta à Odebrecht vivência Membro do Conselho de Admi-
Luiz Almeida: integrante da Odebrecht por
e relacionamento dentro e fora 30 anos, tem vasta experiência como nistração da Odebrecht S.A. até
do país, indispensáveis para a executivo na área internacional 2001.

34 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Rubens Ricupero: Pedro Mariani:
"Sempre acreditei transformações
que o ser humano globais
só cresce e evolui continuam em
quando não se velocidade
acomoda com crescente e vêm
aquilo que já atuando sobre
conhece" novas áreas

RICUPERO E MARIANI TÊM UM NOVO Pedro Mariani, embora não tenha Para ambos, são grandes os
DESAFIO EM SUAS CARREIRAS integrado a Organização Odebrecht, desafios da Odebrecht e de todas
Rubens Ricupero e Pedro convive com ela de longa data, em as organizações que atuam no mun-
Mariani são os primeiros conse- razão da proximidade histórica entre do globalizado. Pedro Mariani des-
lheiros, no atual modelo de Gover- a Odebrecht e o Banco da Bahia. “- taca: “É preciso pensar globalmen-
nança da Odebrecht, que não são Essa tradição foi renovada no Ban- te e agir localmente de forma efi-
ex-executivos da Organização. co BBM e na associação entre o Gru- caz, pois as transformações globais
Ambos receberam como grande po Mariani e a Odebrecht na área seguem em velocidade crescente,
demonstração de confiança o con- petroquímica nas décadas de 1980 atuando sobre novas áreas e crian-
vite da Odebrecht S.A. para inte- e 1990”, ele salienta. Ao longo des- do um ambiente que exige apura-
grar o Conselho de Administração ses anos, Mariani criou uma imagem da coleta de informações e concei-
e como oportunidade de contribuir da Odebrecht como “formadora de tualização, de modo a definir estra-
para o desenvolvimento da Orga- excelentes quadros em todos os tégias e prioridades”.
nização. “Inicio uma etapa intei- níveis hierárquicos, engajada em De acordo com Rubens Ricupe-
ramente nova em minha vida. seus objetivos estratégicos com a ro, todos os desafios podem ser
Sempre acreditei que o ser huma- devida flexibilidade e, em conse- reduzidos a um só: “Como obter
no só cresce e evolui quando não qüência, líder na América Latina e êxito no processo de transnaciona-
se acomoda com aquilo que já competitiva no mundo”. lização da economia, tanto na
conhece e se dispõe a aprender Ricupero espera contribuir nas exportação de serviços quanto na
para enfrentar desafios inespera- áreas em que acumulou experiên- petroquímica”. Para isso, diz ele,
dos”, diz Ricupero. Ele lembra que cia e conhecimentos especializa- “o elemento-chave é compreender
foi isso mesmo o que lhe aconte- dos, como o comércio internacio- que para um país, assim como para
ceu quando teve de dirigir o esfor- nal, com suas tendências globais uma organização, o desenvolvi-
ço de preparação e lançamento do e em regiões específicas, as regras mento é um processo de aprendi-
Real em 1994. “Vejo como oportu- de comércio do Gatt e da Organi- zagem contínua, um esforço de
nidade estimulante colocar minha zação Mundial de Comércio auto-superação por meio da aqui-
experiência a serviço de uma orga- (OMC), as negociações na OMC, sição de conhecimentos práticos e
nização autenticamente nacional, na Alca, na União Européia e no teóricos que não admite repouso
que foi capaz de alcançar nível de Mercosul e as questões ligadas a ou acomodação. É como andar de
excelência no mundo competitivo exportações de serviços, entre tan- bicicleta: se parar, cai; é preciso
da globalização.” tas outras. pedalar e avançar.”

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 35


ENTREVISTA

Respeito ao passado,
olhos no futuro
José Enrique Barreiro TEXTO • Holanda Cavalcanti FOTOS

“Qualquer conquista de hoje, por maior


que seja, já é passado amanhã”, diz
Marcelo Odebrecht, Líder Empresarial do
negócio Engenharia e Construção da
Odebrecht. Muito cedo, ele aprendeu a
admirar a experiência e a reconhecer nos
desafios do passado uma fonte de
aprendizados essenciais. No entanto, é
enfático: a chave para que a Odebrecht
continue no rumo da perpetuidade é a
permanente renovação de pessoas
alinhadas com a Tecnologia Empresarial
Odebrecht. Serão elas as responsáveis
pelo prosseguimento de uma história de
60 anos de prestação de serviços de
engenharia e de constante busca de
soluções criativas para cada desafio.
Com delegação planejada e foco na
satisfação dos clientes, serão os agentes
de uma atuação cada vez mais
qualificada. “Por isso, nosso maior desafio
e nossa maior concentração serão sempre
a identificação e a integração de novos
talentos”, diz ele.

36 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Jovens empresários da Construtora Norberto Odebrecht: renovação de pessoas é natural e prioritária

Odebrecht Informa – Da empresa tunidades são muitas, estamos to em que, com mais de 80% de
fundada por Norberto Odebrecht limitados somente pela nossa nossa receita no exterior, não con-
até hoje, a Odebrecht tem uma tra- capacidade de integrar novos seguimos nos imaginar no rumo
jetória de crescimento contínuo. empresários-parceiros e novas da perpetuidade limitados ao mer-
Qual a chave desse processo? equipes. Os demais desafios e cado doméstico e mesmo aos mer-
Marcelo Odebrecht – A chave é concentrações são dinâmicos cados em que atuamos neste
a prática da TEO por nossas equi- como o nosso negócio, e alteram- momento.
pes. Em especial, a integração de se a todo instante.
novos empresários-parceiros e OI – O que vem determinando o
outros talentos, a delegação pla- OI – A Odebrecht está completan- êxito de atuação em alguns paí-
nejada e o foco na satisfação do do 25 anos de atuação no exterior. ses como Peru, Angola, Portugal,
cliente. Você poderia fazer um balanço Equador, República Dominicana,
geral dessa trajetória? Estados Unidos e Venezuela?
OI – Quais os principais desafios MO – Fomos cuidadosos no início MO – Devemos considerar em pri-
atuais do seu negócio? E quais as e, assim, sobrevivemos sem abor- meiro lugar nossas competências
suas áreas de concentração? tar o processo de internacionali- internas, oriundas da prática da
MO – Nosso maior desafio e nos- zação. Ousamos quando as ope- TEO, notadamente a delegação pla-
sa maior concentração serão sem- rações no Brasil nos permitiam nejada, que permite a nossos empre-
pre a identificação e integração ousar, e com isso aprendemos e sários-parceiros e respectivas equi-
de novos talentos. Neste momen- criamos as bases para o cresci- pes atuar localmente com total ali-
to em especial, em que as opor- mento. Até que chegamos ao pon- nhamento com os acionistas. Além

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 37


disso, devemos reconhecer, e prin- geral podemos dizer que ou não vem estabelecendo fora do Brasil,
cipalmente compreender, as carac- tínhamos os empresários-parcei- para o êxito de sua atuação no
terísticas desses mercados – e, em ros adequados e/ou não consegui- exterior?
muitos casos, a geopolítica brasilei- mos nos diferenciar junto aos MO – Pode-se observar os bons
ra – como fatores que nos possibili- clientes desses países. resultados dessas parcerias em
tam uma atuação qualificada. duas vertentes. Por um lado,
OI – O que a Odebrecht tem de dife- melhoram nossa atuação ao agre-
OI – Por outro lado, a Odebrecht rente a oferecer a seus clientes? gar competências e conhecimen-
esteve presente em vários países MO – Essencialmente, toda uma to local às nossas equipes e, por
nos quais terminou não consoli- organização voltada para servi-los. outro lado, ampliam nossas opor-
dando sua presença, a exemplo de Mais do que a simples prestação tunidades ao alavancar a identi-
alguns países africanos (Botsua- de serviços de engenharia, esta ficação e a atuação em outros mer-
na, África do Sul e Moçambique), organização está preparada para cados delegados.
de países europeus (Alemanha e oferecer, sempre, através dos nos-
Inglaterra, principalmente) e de sos empresários-parceiros, as solu- OI – Sabe-se que uma questão
algumas nações asiáticas. Como ções mais criativas para garantir relevante, na atuação internacio-
você analisa a não-continuidade eficiência total em cada negócio. nal, é a questão cultural. É impor-
nesses países? tante que os integrantes da Ode-
MO – Cada um desses países foi OI – Qual a importância das alian- brecht conheçam as peculiarida-
uma história distinta, mas em ças estratégicas que a Odebrecht des das culturas locais e busquem

Alguns pensamentos de Marcelo Odebrecht


Odebrecht Informa apresentou 4. MEIO AMBIENTE E também lutar pela 9. PARCEIRO
12 conceitos para que o Nossos projetos devem se preservação dos recursos Uma pessoa alinhada nos
Líder Empresarial Marcelo adaptar ao meio ambiente, naturais, pela inclusão social objetivos e na forma de
Odebrecht, em poucas linhas, respeitando-o e dos indivíduos de cada consegui-los, e merecedor de
os definisse. Eis as respostas: transformando-o para melhor. comunidade e pelo partilhar os resultados
Devemos usar soluções crescimento sustentável da alcançados.
1. QUALIDADE técnicas de engenharia para empresa e dos países em que
A busca da qualidade é a minimizar os efeitos está presente. 10.TECNOLOGIA
busca da efetividade na ambientais. Não podemos, A única tecnologia que faz
satisfação do cliente. Devemos contudo, praticar um 7. CULTURA sentido é aquela que,
ter cuidado para não nos radicalismo verde, travando o Todas as comunidades respeitando os direitos da
burocratizarmos nesse desenvolvimento de áreas (incluindo as empresas) que sociedade, nos torna mais
processo. subdesenvolvidas. visam à perpetuidade têm de produtivos e cria novas formas
preservar a sua cultura, e é de gerar riquezas.
2. PRODUTIVIDADE 5. EDUCAÇÃO essencial que as pessoas que
É o único modo de gerarmos Praticar a educação é se nelas se integrem possuam e 11. BRASIL
riquezas cada vez maiores, preocupar com o futuro de pratiquem os mesmos valores. Um país com enormes
utilizando os mesmos sua família, sua empresa e Quem se integra em uma potencialidades a explorar.
recursos. seu país. nova comunidade precisa
compreender a sua cultura, 12. ODEBRECHT
3. SEGURANÇA 6. RESPONSABILIDADE respeitá-la e preservá-la. Uma jovem empresa, que se
NO TRABALHO SOCIAL renovou todos os dias ao
É responsabilidade de todos É satisfazer os clientes com 8. CLIENTE longo de seus 60 anos, e que,
aqueles que valorizam as serviços e bens que resultem A razão da existência da espero, tenha se transformado
pessoas. na melhoria da qualidade de empresa. no segundo lar de todos os
vida das comunidades em seus integrantes.
que a empresa atua.

38 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


se adaptar a elas. Como esse pro- criamos raízes mais fortes em
cesso ocorre e o que é mais difí- “Nossos principais ativos outros países, e positivo, pois
cil nele? representa maior riqueza de com-
MO – Não há outra opção: ou nos petências. Hoje, são 41 expatria-
adaptamos, ou nos adaptamos. É um
são as pessoas e dos não-brasileiros, oriundos da
processo que ocorre naturalmente Colômbia, Chile, Peru, Panamá,
na educação pelo trabalho, na labu-
ta do dia-a-dia, liderando pessoas
a prática da TEO. México, Portugal e Equador atuan-
do na Venezuela, Equador, Peru,
de outras culturas ou sendo lidera- Djibouti, República Dominicana,
dos por elas, e na busca por satisfa- Temos integrantes Estados Unidos e Colômbia.
zer os clientes locais. Sempre enten-
dendo que o cliente final é a socie- OI – Quais os principais ativos
dade a que estamos servindo. Como comprometidos, intangíveis do negócio Engenha-
possuímos uma cultura muito forte, ria e Construção e como eles
o mais difícil talvez seja reconhecer- revertem em benefícios para o
mos nossas limitações e o quanto capacitados e cliente e para a Odebrecht?
temos de aprender de cada cultura MO – Nossos principais ativos são
e cada ambiente em que atuamos. as pessoas e a prática da TEO.
com delegação Temos integrantes comprometidos,
OI – Você disse que, se cada um capacitados e com a delegação para
dos mais de 90 empresários-par-
ceiros da Odebrecht que lideram
para satisfazer satisfazer o cliente e, ao mesmo tem-
po, alinhados na criação de rique-
contratos fizesse uma ação social zas cada vez maiores.
relevante, a Odebrecht já teria
feito muito. Qual é exatamente a
o cliente” OI – Como a Odebrecht se pre-
responsabilidade social da Ode- para hoje para continuar a satis-
brecht na área de Engenharia e fazer plenamente seus clientes no
Construção? Marcelo Odebrecht futuro? Em que medida a renova-
MO – Ao criar oportunidades de ção de pessoas é uma estratégia
trabalho, ao gerar e distribuir decisiva para isso?
riquezas cada vez maiores, enten- MO – Nossa preparação se dá atra-
demos que estamos realizando nos- vés da integração de novos talen-
sa maior responsabilidade social. em que atuamos. A prática da tos com ênfase na educação pelo
Além disso, desenvolvemos ações delegação planejada e a atuação trabalho, e reforço da educação
sociais nas comunidades em que de nossos empresários e seus par- para o trabalho. Neste sentido a
atuamos. Não são ações assisten- ceiros é que nos traz a necessá- renovação de pessoas é um proces-
cialistas, mas um esforço – que ria flexibilidade em relação às so natural, prioritário, perseguido
deve caber a todo empresário – peculiaridades locais. a todo instante.
para reduzir as carências ou o
impacto causado pelas obras nes- OI – Um processo mais ou menos OI – O que é importante lembrar
sas comunidades. recente é a expatriação de não- nos 60 anos da Organização Ode-
brasileiros. Ou seja: pessoas for- brecht?
OI – A Tecnologia Empresarial madas pela Odebrecht fora do MO – Sem desmerecer os resulta-
Odebrecht é flexível em relação Brasil e que já atuam em outros dos alcançados até hoje, o que vai
às culturas locais? Há diferenças países. Quantos são e onde estão? garantir nossa sobrevivência, nos-
de prática da TEO entre os diver- Como isso foi construído e o que so crescimento e nossa perpetui-
sos países, em função das peculia- significa para o negócio Enge- dade é o que faremos nos próxi-
ridades locais? nharia e Construção da Ode- mos anos e não o que fizemos nos
MO – A TEO é um conjunto úni- brecht? últimos 60 anos. Qualquer con-
co, que reúne valores essenciais MO – Esse processo tem de ser vis- quista de hoje, por maior que seja,
que se aplicam a todos os países to de modo natural, à medida que já é passado amanhã.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 39


DESENVOLVIMENTO

A prática da
filosofia no cotidiano Simone Goldberg TEXTO • Almir Bindilatti FOTOS

José Carlos
Grubisich fala no
PDE: transmissão
de conhecimento

Programa de Desenvolvimento de Empresários,


que teve sua segunda edição concluída em outubro,
amplia conhecimento e vivência sobre a Tecnologia Empresarial
Odebrecht em seu dia-a-dia de trabalho

40 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


A
ndré Ribeiro, Clari- quando, visando melhorar o
ce Romariz, Mauro convívio empresa-comunidade
Hueb e Alexandre em Salvador, a Odebrecht mon-
Assaf trabalham na tou um posto de atendimento
Construtora Nor- para prestar esclarecimentos
berto Odebrecht. Eles participa- sobre a obra. "Com isso, as
ram do Programa de Desenvol- pessoas passaram a compreen-
vimento de Empresários (PDE), der e a aceitar o que estávamos
cujo objetivo é acelerar o desen- fazendo."
volvimento de parceiros, inte- André relata que ouviu no
grando Plano de Vida e de Car- PDE lições importantes sobre
reira, e ajudar a compreender os a superação de desafios, a cria-
valores da Tecnologia Empresa- tividade e a capacidade de ino-
rial Odebrecht (TEO). Mais do var que têm sido úteis agora,
que absorver os conceitos da cul- André Ribeiro: relação entre empresa e no interior do Pará. "Aqui, exis-
tura da empresa, os quatro for- comunidade tem dificuldades imensas de
taleceram sua convicção sobre a logística e mobilização de tra-
importância de aplicá-los em seu balhadores. Tivemos de cons-
dia-a-dia profissional. truir um alojamento e trazer
Engenheiro civil que desde pessoal para trabalhar. Tudo é
agosto passado trabalha em possível com o trabalho de
Carajás, no Pará, numa obra equipe."
contratada pela Companhia Desafio é palavra cotidiana
Vale do Rio Doce, André fez nos corredores e canteiros de
parte da segunda turma do PDE, obras da Odebrecht. Mas nem
encerrada em outubro último. sempre sobra tempo para estu-
Lembra bem das lições mais dá-los a fundo em teoria e as
marcantes. Uma delas, que ser- soluções vão surgindo no
viu para ajudá-lo em tarefas decorrer do trabalho. É o que
práticas no trabalho, foi inspi- experimenta o engenheiro
rada por uma palestra sobre a Mauro Hueb, que em março
experiência da Odebrecht em tornou-se Diretor de Contrato
Angola e a relação da empresa Mauro Hueb: debates e reflexões da obra do porto da Ponta da
com a população local. sobre a TEO Madeira, no Maranhão, tam-
Esse tema despertou bém contratada pela Compa-
seu interesse porque antes de nhia Vale do Rio Doce. Mauro
ir para o Pará, e ainda partici- havia concluído o primeiro
pando do PDE, André trabalha- PDE, na turma de 2003, e hoje
va no Transporte de Massa de
“Passei a ouvir mais percebe como o programa está
Salvador, uma obra que inter- meus liderados e meus sendo importante em sua roti-
feria muito na vida dos mora- na profissional.
dores. Saber se relacionar com
líderes e a me relacionar "Passei a ouvir mais meus
a comunidade nessas condições melhor com o Cliente” liderados, meus líderes e a me
era um desafio. "Angola é um relacionar melhor com o Clien-
país onde a empresa desenvol- Mauro Hueb te, e estou pronto para ofere-
ve muitos programas de rela- cer-lhe alternativas capazes de
cionamento comunitário. O deixá-lo satisfeito", diz. Algo
relato da experiência angola- mudou, ele garante. "O PDE
na me ajudou a entender me ajudou a aplicar a TEO de
melhor esse processo", conta. forma automática nessa práti-
André aplicou o que aprendeu ca do dia-a-dia. É como quan-

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 41


do a gente aprende outro idio- do em planejamento na Base
ma. Você estuda, e quando vai de Macaé, onde fazia coorde-
falar, pensa antes. De repente, nação de atividades onshore
passa a incorporar o aprendi- para o contrato do Ativo Sul da
zado de tal maneira que fala Petrobras, de manutenção de
automaticamente." Hoje, Mau- plataformas. "Percebi que que-
ro reúne sua equipe uma vez ria mudar. Eu fazia muito tra-
por mês para debater e refletir balho de escritório e queria ir
sobre a TEO. mais para o campo. Conversei
O reforço que o PDE traz com meu líder e, assim que
para o aprendizado e a com- surgiu uma oportunidade, fui
preensão da cultura da empre- transferida para a área de pro-
sa influenciou também o com- dução." Com a mudança, Cla-
portamento do economista Ale- rice encontrou, ainda durante
xandre Assaf, que se diz mais Clarice Romariz: percepção sobre a o PDE, uma nova função, mais
confiante para realizar suas necessidade de mudar adequada a seu perfil. Assim,
tarefas empresariais. No segue motivada em busca de
momento, ele vive sua primei- seu plano de vida e carreira:
ra experiência profissional fora crescer e vir a assumir respon-
do Brasil como Responsável sabilidades sempre mais ele-
Administrativo-Financeiro nas vadas na Construtora Norber-
obras de saneamento básico em to Odebrecht.
Lima, no Peru. Assaf, que inte- O PDE é desenvolvido em
grou a primeira turma do PDE, três módulos, seguindo a dinâ-
junto com Mauro Hueb, em mica do negócio de Engenha-
2003, afirma que o programa ria e Construção: o desenvol-
foi fundamental para que, hoje, vimento da oportunidade, a
ele lide melhor com as dificul- conquista do cliente (e a sua
dades e exigências do trabalho, satisfação) e a execução do em-
mantendo-se motivado. preendimento, tendo como
“Lembro aqui, no meu coti- base conceitual a TEO. Cada
diano, do aprendizado no PDE. módulo é composto de duas
Fiquei mais aberto às conver- Alexandre Assaf: necessidade de fases: preparação prévia, a dis-
ser avaliado
sas com meu líder e minha tância, e presencial, na qual os
equipe e ganhei mais confian- integrantes debatem casos
ça para exercer, na prática, a reais de sucessos e insucessos
filosofia da empresa: praticar a e trocam idéias entre si e com
delegação de tarefas, cobrar, “Ganhei mais confiança pessoas das diferentes gera-
ser cobrado, acompanhar e ver ções da Organização, entre elas
que os resultados aparecem.
para exercer, na prática, o fundador Norberto Ode-
Hoje em dia não admito mais a filosofia da empresa” brecht. Há ainda vários exer-
não ser avaliado, não trabalhar cícios, entre os quais um que
dentro das metas de um Pro- Alexandre Assaf incentiva e inova a prática dos
grama de Ação.” Programas de Ação e outro que
O PDE concluído em estimula o integrante a refletir
outubro passado incentivou a e planejar seu desenvolvimen-
engenheira Clarice Romariz a to pessoal e profissional.
conversar com seus líderes "O PDE é uma oportunida-
sobre sua intenção de mudar de de reunir as três gerações
de programa na empresa. Cla- da companhia, desde Norber-
rice iniciou o PDE trabalhan- to Odebrecht até a terceira

42 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


geração, representada por Mar- estrutura e o conteúdo progra-
celo Odebrecht, e, com essa máticos para a turma seguinte.
convivência, acelerar a trans- A segunda turma, com 37 par-
missão da cultura da empresa", ticipantes, incluiu novos temas
destaca o coordenador acadê- – como a questão de investi-
mico do programa, professor mentos – e novos casos para
Moisés Swirski. debate e exercícios. "O PDE
Para Antonio Rezende, tem de evoluir continuamente,
membro da coordenação em- assim como acontece com a
presarial do PDE, a idéia é tarefa empresarial, na vida
criar um ambiente de troca de real", afirma Rezende.
experiências entre as várias O evento de conclusão, em
gerações."Não é um progra- outubro, contou com a presen-
ma técnico, ainda que nave- ça de membros do Conselho de
gue em todas as funções do Moisés Swirski: “A empresa acontece na Administração da Odebrecht
relação líder-liderado”
negócio", diz Rezende. Ciro S.A., que são integrantes do
Barbosa, também membro da Comitê de Cultura Empresarial
coordenação empresarial, da Organização: Luiz Villar,
complementa: "O PDE não é Pedro Novis e Renato Baiardi,
um passaporte para virar também palestrantes de disci-
empresário, mas um instru- plinas no decorrer do PDE.
mento que prepara o jovem Para a terceira turma, de
para entender o processo 2005, o PDE terá alguns pontos
empresarial e contribui para a aperfeiçoados. A renovação de
formação de quem vai se tor- casos e temas continua, já que
nar um empresário, de acordo a cada ano surgem novos desa-
com a avaliação do líder sobre fios e a conjuntura empresarial
o desempenho do liderado na também muda. A estrutura per-
educação no e pelo trabalho." manece a mesma, o número de
Rezende diz que o foco, no vagas não deverá ultrapassar
PDE, não é medir os resultados. 35, mas serão intensificadas as
"O programa se destina a reflexões sobre a relação líder-
encurtar as distâncias entre as Antonio Rezende: troca de experiências liderado e o debate sobre pla-
gerações da empresa; dar a entre gerações no de vida e carreira será apro-
oportunidade, a quem fez, de fundado. "A empresa acontece
contar sua experiência para na relação líder-liderado, a qual
quem ainda vai fazer, numa funciona por delegação. Vamos
extensão da educação pelo tra- refletir mais sobre esse elo no
balho. A intenção é mexer com PDE", diz o professor Moisés
a atitude do participante, mas Swirski. Haverá também mais
como cada um vai lidar com desafios nos estudos de casos
isso é a vida que vai dizer." da empresa, com exercícios
A primeira turma do PDE, competitivos. "Quanto maior o
com 28 alunos e com um perfil desafio, maior o aprendizado",
que mesclava jovens e profis- garante Swirski. "O PDE pro-
sionais um pouco mais madu- voca mudanças, estimula os par-
ros, serviu para avaliação, uma ticipantes a ir em busca de
espécie de programa piloto. Os novos desafios", diz. "Eles são
participantes foram estimula- arrojados. Basta desafiá-los para
dos a contribuir com sugestões Ciro Barbosa: compreensão do que mostrem o quão longe
e críticas, visando aprimorar a processo de empresariamento podem chegar."

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 43


Ponto de partida
Em 1979, a Odebrecht começava a atuar no Pe
em parte realizada no interior do vulcão
Luciano Martins TEXTO •

44 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


da jornada global
ru, na construção da Hidrelétrica de Charcani V,
Misti, fazendo assim sua estréia no exterior
Ruy Rey FOTOS

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 45


Charcani V e, na página ao lado, momento da solenidade de lançamento do projeto Olmos, com o Presidente Alejandro Toledo ao
microfone: passado, presente e futuro de uma atuação empresarial importante para o desenvolvimento do país

PERU

Raízes profundas
O
majestoso perfil do De Charcani V, contratada em
vulcão Misti, que Presente no país há 1979, até Olmos, concessão de irri-
domina o horizonte da gação cujo contrato foi assinado no
cidade de Arequipa, 25 anos, Odebrecht é dia 22 de julho passado, a Ode-
na direção da cordi- brecht se integrou de tal forma ao
lheira dos Andes, guarda um sím- a única empresa de ambiente de negócios no Peru que
bolo da história da Odebrecht no acabou se tornando protagonista
Peru. Foi nas encostas dessa mon- destacado no salto de desenvolvi-
tanha de 5.822 m de altura, a uma
origem estrangeira mento e modernização vivido pelo
altitude entre 2.900 m e 3.700 m país no último quarto de século. A
sobre o nível do mar, que a empre- a atuar por tanto Odebrecht Perú Ingeniería y Cons-
sa enfrentou seu primeiro desafio trucción SAC, que já produziu mais
no país, há 25 anos. Ali foi construí- tempo de forma de 40 importantes obras de infra-
da a central hidrelétrica Charcani estrutura e de mineração, é a maior
V, uma obra de engenharia que contínua no Peru construtora do país, a empresa
transformou o panorama econômi- nacional de maior longevidade no
co e social da região e deu início a setor e a única de origem estrangei-
uma saga que poucas empresas em ra a atuar por tanto tempo de for-
todo o mundo podem contar. ma contínua em solo peruano.

46 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Personagens fundamentais des- empresa brasileira do setor no país”, so. Depois vem a tecnologia”, obser-
sa história, como o engenheiro Wins- recorda Raymundo. Ele se dedicou va Raymundo Serra, comentando
ton Lewis, Responsável por Produ- a dominar o idioma e, em junho de que o contrato para a concessão de
ção, cultivam detalhes dessa memó- 1988, exatamente um mês depois Olmos, recém-assinado, represen-
ria como parte de sua vida pessoal. da assinatura do contrato de Cha- ta a consolidação de um processo
Neto de inglês, o peruano Lewis vimochic, transferiu a família, de de integração: “Isso é fruto de um
entende a empresa como a conju- Salvador para a cidade de Trujillo. trabalho de dois ou três anos, sob
gação de princípios, conhecimento Era sua primeira experiência de crise e com uma forte recessão que
e determinação: “Sabemos que o escavação subterrânea, e a obra exi- levou quase todo o setor à concor-
homem é o início e o fim das coisas, gia um planejamento extremamen- data ou à falência. Esse período difí-
e o líder é aquele que faz com que te detalhado. “Seria necessário cons- cil pôde ser vivido com serenidade,
o homem se sinta capaz de enfren- truir 20 km de túneis em dois anos. graças ao nosso perfil, e consegui-
tar desafios, por estar convencido As equipes tinham de atuar em até mos identificar projetos diferencia-
do significado de sua obra”. 14 bocas de escavação simultanea- dos e cuidar da formação de nossas
Raymundo Serra, hoje Diretor mente. Trouxemos equipamentos equipes, tanto de peruanos como de
Comercial com atribuição de dar até da Malásia”, lembra Raymun- brasileiros que para cá vieram, que
apoio político-estratégico aos dire- do. Depois da obra, lhe coube subs- vão permitir o crescimento susten-
tores de contrato, começou sua tituir Marco Cruz como Diretor de tado da empresa no Peru”, acres-
experiência no exterior em novem- Contrato. Quando Marco foi apre- centa.
bro de 1987, quando a Odebrecht sentá-lo ao então Prefeito de Trujil- Jorge Barata, Diretor-Superin-
participava da concorrência para o lo, José Murgia, como seu substitu- tendente da Odebrecht no Peru,
Projeto Chavimochic, na região de to, Murgia se levantou, abraçou Ray- concorda com o otimismo de Ray-
La Libertad, norte do país. “Lembro mundo e disse: “Muerto el rey, viva mundo Serra e lembra que uma his-
que, ao desembarcar em Lima, não el nuevo rey”. Uma relação produ- tória de sucesso se constrói com base
conseguia nem pronunciar o nome tiva se consolidava e ele aprendeu em princípios sólidos. “A Tecnolo-
do Aeroporto Jorge Chávez. Mas mais um pouco sobre a afabilidade gia Empresarial Odebrecht é nosso
sabia desde o princípio que estáva- e o humor dos peruanos. segredo mais íntimo”, comenta.
mos aqui para ficar, desenvolver o “Entender a cultura e as idios- “Ela é o fundamento que sustenta
mercado peruano e ser a primeira sincrasias do país é o primeiro pas- nossa história no Peru, como no Bra-

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sil e em qualquer outro lugar onde
estejamos.”

PARCEIROS DO SUCESSO
Quando a Odebrecht resolveu
apostar no Peru, em 1977, represen-
tada pelo então Responsável pela
Área Internacional, Marc Altit, seu
primeiro alvo foi um projeto antigo,
baseado em estudos de 1963, desti-
nado a suprir a demanda de ener-
gia da cidade de Arequipa, no sul
Jorge Barata: segredo e fundamento
do país. Fernando Chávez Belaún-
de era Diretor da Electroperu, res- cionamento, na opinião do ex-Minis-
ponsável pela administração de pro- tro, ajudou a formar um novo estilo
jetos, e lembra detalhes desse pio- de negociação em obras públicas no
neirismo. “A Odebrecht se revelou Peru: “Uma obra como essa muda
uma empresa inovadora, decidida. até a mentalidade dos políticos”.
A licitação exigia o financiamento Aos 74 anos de idade, Belaúnde
de 100% da obra, porque o Gover- continua ativo, como consultor da
no não tinha recursos. A Odebrecht, Egasa – Empresa de Generación de
que formou um consórcio com a Energia de Arequipa – e é conside-
francesa Alstom, se apresentou com rado uma referência em administra-
uma proposta financeira completa, ção de obras públicas no Peru. Ele
incluindo a criação de uma empre- relaciona a ação da Odebrecht ao
sa que importaria os equipamentos surgimento de métodos inovadores
do Brasil”, recorda Belaúnde. “A quanto aos contratos de obras públi-
proposta era baseada num proces- cas e à formação de técnicos, enge-
so de financiamento muito inovador nheiros e administradores. “A che-
para as práticas da administração gada da Odebrecht trouxe uma
na época e, por isso, demorou meses oportunidade de crescimento pro-
para ser entendida, mas percebi des- fissional para muitos peruanos, não
de o início que se tratava de um sis- só em termos de tecnologia, mas
tema muito favorável à Electroperu sobretudo em função de um modo
e a única maneira de concretizar a muito peculiar de relacionamento.
obra.” É um cuidado permanente, dos míni-
Antes da construção da hidrelé- mos problemas aos grandes desa-
trica, a região de Arequipa sofria fios, com tudo que envolve o
com apagões constantes e não havia empreendimento.”
água suficiente para a expansão da Um desses problemas aconteceu
agricultura. Mesmo assim, lembra em 1987, durante a escavação em
Fernando Chávez Belaúnde, duran- Charcani V, quando as infiltrações
te muito tempo a obra foi alvo de começaram a superar em muito os
ataque de políticos e de parte da índices aceitáveis. Foram ouvidos
imprensa. “Dizia-se que era um especialistas do Brasil, do Japão e
negócio muito grande, um elefante até engenheiros da Suíça, que reco-
branco, e eu era o domador do ele- mendaram uma extensão adicional
fante branco, mas o que realmente de 2 km de revestimento de aço. Isso
funcionava era o próprio relaciona- tornaria a obra muito mais custosa.
mento dos brasileiros, direto e ami- Integrante da equipe da Odebrecht,
gável ao mesmo tempo.” Esse rela- o engenheiro peruano Juan Gómez

48 ODEBRECHT INFORMA
encontrou a resposta. Ele demons-
trou que as infiltrações aconteciam
porque as rachaduras no material
vulcânico eram inclinadas, e não
perpendiculares em relação ao túnel.
Foi feita uma mudança no sistema
de injeção de concreto e a infiltra-
ção acabou.
Juan Gómez, autor da solução,
tem uma boa recordação desse
momento. Ele havia começado em
Charcani V em março de 1980 e
ficou impressionado com o sistema
de trabalho implantado na obra, com
abertura para opiniões de todos e
uma delegação de responsabilida-
des que não conhecia em outras
companhias. “Era a primeira vez
que se ia ser realizada uma constru-
ção como aquela sob um vulcão, e
a primeira coisa que me explicaram
foi a filosofia da empresa”, ele rela-
ta. “O maior desafio foi o trecho dire-
tamente no flanco do vulcão, sobre-
tudo o túnel de descarga. No pri-
meiro corte já apareceu um mate-
rial difícil de manipular, com muita
areia e água. Tivemos de retroceder
até o front-on e recomeçar de outro
ponto, mas tudo era encarado com
leveza, como se os brasileiros sem-
pre estivessem se divertindo com as
dificuldades. Para nós, isso trazia a
tranqüilidade de que, fazendo a coi-
sa certa, tudo iria funcionar.”
Ao lado de Monica Arredondo
Valenzuela, que começou no
empreendimento aos 18 anos como
secretária da diretoria de Obras
Civis, levada por sua irmã, que já
trabalhava na empresa, e de Justi-
no Mora, que havia começado a tra-
balhar em 1979 como vigilante no
canteiro de Charcani V, Juan Gómez
lembra que “toda a gente de Are-
quipa queria trabalhar lá. O salário
era bom, com prêmios e benefícios
conforme os resultados, havia reco-
Chavimochic: nhecimento e estímulo para que o
transformação da
realidade pessoal se desenvolvesse”. Justino
socioeconômica Mora lembra com saudade daque-

ODEBRECHT INFORMA 49
le período. “Para mim, foi toda uma em fevereiro de 1980. Participou da
vida que valeu a pena, com certe- seleção dos primeiros trabalhado-
za os melhores anos da minha vida, res de Charcani V e, por falar qué-
quando participávamos de uma obra chua, transformou-se numa espécie
que estava criando um futuro de tradutor da Tecnologia Empre-
melhor para Arequipa. Não preci- sarial Odebrecht para os integran-
sávamos nos preocupar com outra tes locais. “Desde o início, houve
coisa, pois a empresa cumpria todos uma completa identificação com os
os seus compromissos e nos passa- brasileiros que chegavam”, obser-
va uma filosofia que fazia a gente va Sanchez.
se sentir respeitado e importante, “Meus filhos cresceram com os
mesmo em tarefas muito simples.” filhos dos brasileiros. Eu ajudava a
Justino trabalhou também no instalar suas famílias, resolvia os
setor de segurança industrial e problemas com vistos, moradia,
depois se tornou operador do tele- escolas e documentos. Promovia
férico que transportava pessoal, encontros com as autoridades e tra-
materiais e equipamentos entre as tava de integrar os brasileiros á
instalações de depósito e escritório comunidade de Arequipa”, conta
ao pé do vulcão e a usina, cerca de Augusto Sanchez Guillén. Charca-
mil metros montanha acima. Mui- ni V foi entregue ao Governo perua-
tos brasileiros que passaram por no em dezembro de 1988, quando
Charcani V lembram de Justino começavam as obras do Projeto
Mora como o Homem do Teleféri- Chavimochic. Em Arequipa, além
co, um sorriso sempre como sauda- da usina de Charcani V, lembra
ção e uma curiosidade permanen- Augusto Sanchez, “a Odebrecht
te em relação a todos os detalhes da deixou a rodovia asfaltada de Are-
obra. quipa até San Antonio, obras de
As obras de Charcani V deve- urbanização nos bairros onde mora-
riam estar concluídas em cinco anos, vam seus trabalhadores, além dos
mas foram interrompidas por falta benefícios intangíveis da capacita-
de recursos em março de 1983. Até ção de pessoas, da introdução de
julho de 1985, apenas a casa de for- novas tecnologias, da maneira cor-
ça funcionava, lembra o professor reta de tratar integrantes e autori-
Augusto Sanchez Guillén, atual- dades, e tudo o que representa a
mente lotado no setor de licitações TEO na vida real”.
da Egasa.
Os constantes racionamentos de CRESCENDO COM O CLIENTE
energia, porém, que deixavam bair- Jorge Simões Barata ingressou Raymundo Serra: enfoque na permanência
ros inteiros de Arequipa sem luz, na Odebrecht aos 19 anos, em 1983.
acabaram demonstrando a urgên- Dos seus 21 anos na empresa, pas-
cia de concluir a usina. Logo surgi- sou 16 fora do Brasil, inicialmente
ram as manifestações em favor da no Equador e depois no Peru, onde
obra, reiniciada em 1986. Quando está há sete anos. Diretor-Superin-
ela foi inaugurada, mais de 5 mil tendente da empresa no país desde
pessoas subiram da cidade até o 2001, Jorge Barata é um entusiasta
Misti, por seus próprios meios, para em relação às perspectivas de negó-
presenciar a solenidade. cios.
Augusto Sanchez Guillén havia Barata observa que o Peru tem
deixado o cargo de administrador macroindicadores muito organiza-
de pessoal no Ministério da Agri- dos e vem progressivamente bai-
cultura para se juntar à Odebrecht xando sua taxa de risco no merca- Fernando Chávez Belaunde: pioneirismo

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Rodovia Tingo Maria-Aguaytía: integração da Amazônia peruana, historicamente isolada do resto do país

do internacional, o que ajuda a atrair é quem melhor conhece as neces- ração e novos projetos de infra-estru-
mais investimentos. Além disso, a sidades e potenciais de sua comu- tura. As indústrias já começam a
percepção de maior comprometi- nidade”, assinala Barata. usar o crédito de carbono para subs-
mento do Governo com as obras Para ele, o fato de a descentrali- tituir petróleo por gás e um progra-
contratadas faz com que sejam zação política ter sido acompanha- ma de reestruturação das rodovias
alcançados rapidamente os pontos da por maior autonomia econômica está em andamento.
de convergência entre o poder e financeira é um fator adicional Para a Odebrecht, essa é uma
público e as empresas privadas, eli- para justificar seu otimismo. As perspectiva mais do que promisso-
minando controvérsias e premissas regiões recebem royalties sobre a ra, pois uma das prioridades da polí-
de natureza política. exploração de seus recursos, como tica viária do Governo peruano é a
O processo de descentralização a mineração, lembra, e os preços dos integração com o Brasil. Encontram-
política, aprovado há dois anos pelo minérios estão em alta no mercado se em estágio avançado os estudos
Congresso Nacional, é também, na internacional, o que deverá produ- para interconexão rodoviária com
opinião de Barata, um fator funda- zir mais investimentos no país, dono os estados do Acre e Mato Grosso.
mental para a tomada de decisão de algumas das mais importantes O Acre ainda importa alimentos de
em relação a obras de real interes- reservas do mundo. São Paulo, por avião, e poderia se
se público. Antes, os governadores A disponibilização de nova fon- abastecer no complexo agroindus-
(presidentes de região) eram nomea- te de energia, com a exploração das trial do sul peruano. Mato Grosso
dos pelo Governo Central e viviam reservas de gás de Camisea, na precisa de acesso ao Pacífico, que
sob completa dependência de cen- Amazônia peruana, região de Cus- também é fundamental como com-
tros de decisão que nem sempre co, e o recente acordo com o Gover- plemento para o sistema intermo-
conheciam a realidade nas provín- no da Bolívia, para fornecimento de dal que integra o Brasil aos países
cias. “Isso dá ao Peru a oportunida- gás através do Peru, destaca Jorge andinos.
de de um salto de desenvolvimen- Barata, são fatores adicionais que Além da estratégia brasileira,
to, pois o presidente de cada região estimulam investimentos em mine- que prioriza a integração sul-ame-

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Juan Gómez: sugestão precisa

San Gabán: além da construção da hidrelétrica, ações sociais de grande alcance Mónica Arredondo: chamada pela irmã

ricana, o que inclui o ingresso do ciso estar preparado para todas as do espírito peruano e, por isso, tem
Peru no Mercosul, também para o circunstâncias, enfatiza Jorge Bara- merecido o respeito de todas as for-
Peru é fundamental integrar a cos- ta. Por isso, desde o início de suas ças políticas que ocuparam o poder.
ta, onde se concentram seus maio- atividades no Peru, o foco tem sido “Sempre se buscou, em cada con-
res aglomerados urbanos, à selva e buscar projetos que, por suas carac- trato, o benefício para o cliente e
à cordilheira, gerar pólos alternati- terísticas de real interesse público para a comunidade, com obras que
vos de desenvolvimento e tentar e de solução duradoura, garantam tragam novos recursos e elevem o
reverter o êxodo ocorrido a partir sustentabilidade à empresa. nível profissional, tanto para a com-
dos anos 80, quando milhares de Em 1980, o Peru reformava sua panhia como para o país.” Ele lem-
famílias migraram para a periferia constituição e buscava a moderni- bra que os programas de jovens par-
de Lima e de outras cidades. zação da economia sob o Governo ceiros, realizados junto a universi-
Como integrante do Grupo Bra- de Fernando Belaúnde Terry. Nes- dades peruanas, têm complemen-
sil, que reúne empresários brasilei- se cenário, a Odebrecht encontrou tado a formação que é oferecida nos
ros no Peru, Jorge Barata tem obser- uma geração de jovens profissionais projetos e nas obras de que a empre-
vado o crescente entusiasmo de dispostos a realizar as obras que sa participa.
autoridades peruanas pela retoma- eram consideradas essenciais para Para Guillermo Vega, a transfe-
da do desenvolvimento. levar o desenvolvimento às regiões rência de conhecimento tem sido
serranas e de floresta, historicamen- uma das mais importantes contri-
A CRISE COMO OPORTUNIDADE te abandonadas e dependentes de buições da Odebrecht ao desenvol-
Nem sempre foi esse o cenário práticas medievais de agricultura vimento do Peru. “Somos um país
em que a Odebrecht vem exercen- ou pastoreio. carente de recursos humanos, mas
do suas atividades há 25 anos. No Guillermo Vega, Diretor de Con- temos um povo aberto a novidades
entanto, quando se está determina- trato, na Odebrecht há quase 15 tecnológicas, e a transferência de
do a produzir uma relação de abso- anos, entende que a empresa con- tecnologia é fundamental. Mas é na
luta integração com o cliente, é pre- seguiu se identificar com o melhor transferência de conhecimento, com

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Plantação de alcachofras e, ao lado, Renato Mostacero Placencia: empreendedorismo

O sumiço do deserto
A cidade de Trujillo, na degelo no alto da Cordilheira trução da rede elétrica que ago- Renato Mostacero Placen-
região de La Libertad, que se dos Andes e posteriormente ra alcança as 1.600 famílias do cia, Gerente-Geral do Projeto
estende do litoral norte do desviada para o vale seco da povoado. Especial Chavimochic, uma
Peru às extensões da Amazô- costa norte peruana. Sobre as casas baixas, um autarquia criada para adminis-
nia, foi território do povo As províncias de Trujillo,Viru mar de antenas revela as trans- trar a nova infra-estrutura e
Moche, e guarda ainda os res- e Ascope simplesmente ressus- formações que vêm ocorrendo organizar novos investimentos,
tos do opulento reinado do citaram.“O deserto foi desapa- após o fim do isolamento.“Com viu o deserto virar lavoura e vila-
Senhor de Sipan,que floresceu recendo, tudo foi ficando ver- eletricidade, veio melhor edu- rejos empoeirados se transfor-
entre os séculos I e VI na desér- de,a vida das pessoas começou cação,mais saúde,e agora sabe- marem em cidades com mo-
tica costa norte. Uma agricul- a melhorar,como num milagre”, mos mais o que se passa no dernos equipamentos urbanos,
tura rudimentar dependente lembra Humberto Ipanaque, país e no mundo”, comenta luz elétrica e água encanada.
dos rios irregulares, uma cultu- morador do povoado de San Humberto. “Essa obra trouxe mais do que
ra da violência e a extrema José, em Virú. O extenso oásis Chavimochic é uma obra infra-estrutura”, afirma.“Trouxe
pobreza eram a realidade do de cebolas, alcachofras, aspar- emblemática da presença da uma nova mentalidade para
lugar quando a Odebrecht gos e frutas que brotou no vale Odebrecht no Peru.Quando foi toda a população, criando as
assumiu a construção do pri- era o retrato mais evidente des- iniciada, em 1988, a região de condições para que fossem
meiro trecho do sistema que se milagre, mas Humberto e La Libertad era um dos princi- substituídas as prática medie-
iria captar as águas do Rio San- outros moradores ajudaram a pais campos de conflito entre vais de cultivo por técnicas mais
ta, que nasce a 415 m de alti- estender os benefícios da obra, tropas do Governo e guerri- modernas e despertou o sen-
tude e tem uma vazão perene juntando-se ao Comitê de Ele- lheiros do grupo Sendero tido de empreendedorismo por
e generosa alimentada pelo trificação, que lutou pela cons- Luminoso. toda a parte.”

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 53


base na TEO, que a Odebrecht tem
dado sua grande contribuição, pois
assim se eleva a competitividade do
país e o nível de exigência”, acres-
centa.
Destacando que a empresa
bateu o recorde de segurança no
trabalho no Peru, com 7 milhões de
horas-homem sem acidente incapa-
citante, na mina de ouro de Yaha-
nococha, na região de Cajamarca,
Vega ressalta que a disciplina da
Odebrecht quanto às normas de
segurança tem ajudado a estabele-
cer novos padrões em todas as
regiões onde vem atuando, sem que
isso provoque atrasos nos compro-
missos assumidos. Raymundo Serra, Juan Andrés Marsano e Lyonel Laulié: importância das pessoas
Quando o terremoto de 2001
causou a paralisação da Central Ter- mos a lidar com grandes investido- fio foi vencido com cuidados deta-
melétrica de Ilo, na região de res, o que requeria a contínua for- lhados, como alimentação balan-
Moquegua, sudoeste do país, recor- mação e capacitação de pessoal para ceada, descanso e a disponibiliza-
da Guillermo Vega, a Odebrecht foi atender às novas exigências do mer- ção de um tipo de roupa térmica
consultada sobre a possibilidade de cado. Quando ainda não eram importada do Chile para uso nessas
recolocá-la em operação num pra- comuns as exigências ambientais, condições climáticas.”
zo de dois meses. A melhor propos- de responsabilidade social e de Desses cuidados resultou o sur-
ta recebida pelo cliente dava como segurança, a Odebrecht já pratica- gimento de uma indústria peruana
necessários seis meses para a tare- va tudo isso como parte natural do de roupas especiais, além da forma-
fa. “No mesmo dia já havia três pro- negócio.” ção de um grupo de trabalhadores
fissionais da Odebrecht no local e Marsano relembra ter sido especializados adaptados a essas
45 dias depois entregamos a usina necessário um intenso trabalho de condições. Segundo Juan Marsano,
funcionando.” Ele relata que a tare- formação e conscientização dos inte- na região de Cajamarca houve tra-
fa apresentava altos riscos, que grantes sobre segurança e meio balhadores com formação elemen-
poderiam agravar-se com a urgên- ambiente, através do trabalho e dos tar que se destacaram pela iniciati-
cia da obra. “Mas aceitamos o desa- cuidados dos líderes da empresa va incomum, respondendo positi-
fio, atendemos o cliente com mais para que se tornassem profissionais vamente ao estímulo da empresa.
presteza do que a que ele esperava altamente qualificados. “Educar “Assim como ajudamos o Governo
e não cedemos em nossos padrões algumas dessas pessoas foi um gran- a escolher prioridades, também
de segurança.” de desafio, principalmente nas temos visto o resultado obtido no
Juan Andrés Marsano, 10 anos minas de Yahanococha e Antami- nível pessoal, e então entendemos
de Odebrecht, Diretor de Investi- na, obras realizadas em grandes alti- como uma companhia pode funcio-
mentos em Olmos, é outro dos tudes e sob condições muito difíceis, nar como agente transformador
jovens formados pela empresa no nas quais a Odebrecht estabeleceu numa sociedade como a peruana”,
Peru. De acordo com ele, uma das recordes de horas/homem sem aci- afirma. “Aquilo que a maioria vê
características mais marcantes da dentes”, recorda Marsano. “Em como dificuldade ou crise acaba se
atividade da Odebrecht é sua capa- Antamina, havia um trecho a ser revelando como oportunidade para
cidade de romper paradigmas e afir- vencido a 5.200 m de altitude, sob transformação e desenvolvimento.”
mar constantemente a importância temperaturas de até 10 graus nega-
das pessoas: “Nosso cliente tradi- tivos, e muitos não podiam desem- UMA CHANCE PARA A PAZ
cional era o poder público, e mais penhar seu trabalho porque o orga- Lyonel Laulié, Responsável por
tarde, com as privatizações, passa- nismo não se adaptava, mas o desa- Administração e Finanças, um chi-

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Justino Mora: começo como vigilante

Integrantes da Odebrecht no Peru: motivação, integração e qualificação

leno que toma como história pes- resto do país, mas sobretudo pela
soal o processo de transformação oportunidade que foi dada às popu-
que a Odebrecht tem protagoniza- lações locais de aprender a lutar por
do no Peru, demonstra especial cari- uma vida mais digna”, avalia Lau-
nho pelas obras de integração viá- lié. Ele conta que, até o início do
ria que estão sendo realizadas no projeto, o atraso econômico e a pre-
país. Ele destaca particularmente a sença de narcotraficantes haviam Augusto Sánchez Guillén: a TEO na vida real
Rodovia Tingo María-Aguaytía, na produzido muitos anos de sofrimen-
região de Ucayali, onde a Odebrecht to: “Era uma vida sem perspectiva, que trabalhavam em programas
vem realizando um trabalho social com uma cultura baseada na vio- alternativos que permitissem erra-
profundo, como exemplo de como lência, que regia todas as relações, dicar o cultivo de coca. As mulhe-
um projeto de engenharia, destina- sem um projeto de felicidade”. res de Aguaytía, o principal centro
do a recuperar e melhorar uma A Odebrecht não fez apenas a urbano da província, foram escolhi-
rodovia, pode criar as condições obra de engenharia. Dois jovens for- das como núcleo do projeto, por
para tirar do isolamento populações mados em Comunicação Social, apresentarem um grau de educa-
muito carentes e lhes dar uma nova José Aguirre Sánchez e Adriana ção mais elevado, apesar de ele-
perspectiva de vida. Homem de pro- Lewis Fuentes, foram contratados mentar, do que as moradoras da
fundas convicções religiosas, Lau- para desenvolver o projeto chama- zona rural. Muitas delas foram sele-
lié entende que o legado principal do Uma Via para o Desenvolvimen- cionadas e capacitadas para traba-
do trabalho e das ações de uma to como núcleo de intervenção do lhar como auxiliares de segurança
empresa é melhorar a dignidade Plano Integrado de Desenvolvimen- viária.
humana. to e Proteção Social. Num cenário O fato de muitas casas terem sido
O segundo trecho da obra, cos- com uma incidência de 44,9% de construídas junto à via, somado à
teando as escarpas da Cordilheira indigência extrema e de 70,5% de baixa velocidade e pouca incidên-
Azul e com muitos rios a serem ven- pobreza total, com uma economia cia de veículos durante o período
cidos, será iniciado ainda neste ano. baseada no cultivo da coca, os dois em que a estrada permanecera sem
O primeiro trecho, já entregue, jovens parceiros começaram pela manutenção, havia permitido que
representa o que Lyonel Laulié cha- província de Padre Abad, onde se arraigasse na população o hábi-
ma de obra completa. “Não apenas modos, hábitos e valores eram mui- to de caminhar, jogar bola e até des-
pela importância geopolítica de faci- to influenciados pelo narcotráfico. cansar na pista, o que iria provocar
litar a integração da Amazônia O projeto deu suporte à ação de acidentes graves com a reabilitação
peruana, historicamente isolada do organizações não-governamentais da rodovia e o aumento do tráfego

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 55


Olmos, e da velocidade média dos veículos.
Uniformizadas e treinadas, as novas
agentes passaram a atuar nos tre-
chos em obra e nas zonas habitadas,

um novo pólo coordenando a passagem de veícu-


los e máquinas e educando motoris-
tas e moradores para o uso adequa-
do da estrada.
Foram 80 anos de espera, e até mes- Como resultado desse trabalho,
mo um hino, composto especialmen- criou-se na população local uma
te para o evento, estava na memória nova perspectiva, levada para den-
dos moradores mais antigos. Por fim, tro das famílias e da comunidade por
em 22 de julho passado, cerca de 10 essas mulheres. Mais respeitadas e
mil cidadãos da região de Lambaye- com um papel social relevante, elas
que, norte do Peru, puderam festejar a se tornaram aos poucos agentes de
assinatura do contrato de concessão desenvolvimento, contribuindo para
para construção, operação e manuten- alterar a situação de subserviência
ção das obras de trasvase do Projeto que caracterizava as mulheres até
Yehude Simons: oportunidade para mudar
Olmos. A idéia de construir um siste- então. As ações de educação se
ma para captar as águas do Rio Huan- estenderam aos motoristas, com o
cabamba, afluente da Bacia do Amazo- programa Condutor Responsável, e
nas a 1.085 m de altitude, e canalizá- aos adolescentes, por meio do sub-
las para geração de energia elétrica e programa Polícia Escolar, que con-
irrigação das terras do vale de Olmos, sistiu em identificar estudantes com
situado na vertente do Oceano Pacífi- características de liderança para inte-
co, vinha sendo acalentada desde que ressá-los nos programas de capaci-
foi proposta pelo explorador Manuel tação e integrá-los ao esforço de
Antonio Mesones Muro, em 1924. Ao segurança viária. Criados sob a
completar 25 anos de atividades no Erlon Arfelli, responsável pela obra influência do narcotráfico, em famí-
país, cabe à Odebrecht, como conces- lias pobres marcadas pela violência
sionária, executar a primeira etapa da uma Parceria Público-Privada, deman- doméstica, esses jovens se tornaram
obra, composta da represa Limón e de da grande esforço da equipe liderada agentes transformadores da comu-
um túnel de 19,3 km de extensão, que pelo Diretor de Investimento Juan nidade.
tornará possível, nesta primeira etapa, Andrés Marsano para adequar-se às Lyonel Laulié mal disfarça a emo-
o desenvolvimento de projetos agrí- novas exigências do mercado e à estru- ção ao comentar que esses ganhos
colas numa área de 40 mil ha. turação da empresa Concessionária passam a fazer parte da vida daque-
O impacto desse empreendimento Trasvase Olmos. Para a execução das las pessoas. “A comunidade tende
na economia de toda a região equiva- obras, incorporou-se à equipe do DS a ficar melhor do que era antes, com
le à criação de um novo pólo exporta- Jorge Barata o Diretor de Contrato maior integração da mulher, que pas-
dor de frutas e legumes, com potencial Erlon Arfelli. sa a ter um novo papel na socieda-
para a geração de 10 mil empregos, Para o Governador da região de de, e ganha mais respeito dos
recuperação de um território fértil, mas Lambayeque, Yehude Simons Munaro, homens.” Ele acrescenta: “A obra
improdutivo por causa da escassez de é o início de uma nova etapa na histó- tem impactos positivos em muitos
água, e viabilização da geração inicial ria da região. “Nossa gente sabe que sentidos além da própria integração
de 850 GWh/ano de energia. O grande esta é a oportunidade para mudar sua viária, pois o fim do isolamento ensi-
desafio é o túnel, a ser escavado atra- vida, por tudo o que significa em ter- na a população a valorizar a diver-
vés da Cordilheira dos Andes, com mos de desenvolvimento, de oportu- sidade cultural e a se tornar mais
coberturas de mais de 2 mil m e altas nidade de trabalho e de chance para aberta ao exterior”.
temperaturas a partir da área do reser- novos empreendimentos”, declarou Segundo Lyonel, começam a sur-
vatório da represa Limón. durante a solenidade de assinatura do gir alternativas que deixam cada vez
Esse empreendimento, fruto de contrato. mais distante a antiga dependência

56 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Obras da Mina de Yahanococha: recorde de segurança no trabalho no Peru

da coca, com as primeiras iniciati- capacitados para fazer a manuten- lisou. “Era preciso ser seletivo na
vas de negócios de coleta, piscicul- ção dos sistemas de potabilização busca de novos projetos”, lembra
tura e semi-industrialização do azei- da água e tratamento de esgotos, a Daniel. Esse foi o caso do contrato
te de dendê. Uma parceria da Ode- fim de que os benefícios sejam pre- para a recuperação da Rodovia Tin-
brecht com o Governo Regional de servados. go María-Aguaytía, de 42 km, na
Ucayali e a Associação dos Palmi- região centro-oriental do país, assi-
tocultores de Shambillo está permi- PARCERIAS PROMISSORAS nado em 2002, o primeiro projeto
tindo levar aos povoados à beira da A história dos 25 anos da Ode- contratado com a Odebrecht pelo
estrada a rede elétrica construída brecht no Peru tem um capítulo novo Governo do Presidente Ale-
para atender os acampamentos da especial no processo de formação jandro Toledo. Em março de 2004,
empresa, beneficiando diretamen- de jovens parceiros, sobre o qual a conclusão desse empreendimen-
te mais de 10 mil camponeses que são criados os fundamentos da per- to foi confiada a Sérgio Panicali, o
não contam hoje com abastecimen- manência da empresa. O baiano que liberou Daniel para a conquis-
to de energia em suas casas. Sem a Daniel Villar, Diretor de Contrato, ta de novos negócios no cenário de
participação da Odebrecht, esse pro- chegou ao país em abril de 1999, retomada de crescimento vivido
jeto de eletrificação não seria eco- após três anos no Equador, para tra- atualmente pela empresa.
nomicamente viável. balhar na Mina de Yahanococha, “Nossa dificuldade, na fase de
“Nossa preocupação, sem qual- em Cajamarca, norte do país, a 4.200 recessão, era que não bastava fazer
quer exigência de contrato, foi não m acima do nível do mar, até o tér- a coisa certa. Havia uma impossibi-
apenas fazer uma obra moderna, mino das obras em 2001, quando se lidade de resultados a curto prazo
mas também preparar a comunida- mudou para a área de mercado em e tivemos de perder integrantes
de para conviver com a nova reali- Lima, com o objetivo de trabalhar valiosos devido à diminuição do nos-
dade”, diz Lyonel, lembrando que, na conquista de um negócio. so volume de obras”, lembra Daniel.
ao desocupar o acampamento prin- Era a época de um governo de Segundo ele, a TEO ofereceu a base
cipal, a empresa deixou para os transição que assumiu após a renún- de serenidade, confiança e paciên-
moradores uma área de 5 ha com cia do Presidente Alberto Fujimori cia para que a empresa buscasse,
equipamentos modernos, incluindo com a missão de garantir eleições com seletividade, alternativas para
um local para sede da municipali- para a escolha do novo governo. O sua continuidade no Peru e a reto-
dade, instalações esportivas e outras Peru entrava num período de forte mada do crescimento. “A TEO é
melhorias. Moradores locais foram recessão que praticamente o para- uma filosofia de vida empresarial,

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com fundamentos que podem ser que a empresa, embora identifica-
aplicados em todos os níveis da da com o Brasil, seu país de origem,
empresa e em qualquer circunstân- consiga se integrar de uma forma
cia de mercado.” diferenciada em todos os ambien-
Daniel analisa a vida da Ode- tes onde atua, mesmo que tenham
brecht no Peru em quatro fases dis- culturas diametralmente distintas.
tintas. Na primeira delas, a das gran- “Os princípios da TEO são concei-
des obras, que durou quase 15 anos tos universais, como a confiança no
e das quais Charcani V e Chavimo- ser humano, mas eles fazem a dife-
chic são os principais exemplos, a rença na hora de sair das palavras
empresa se consolidou como gran- para a prática, quando uma comu-
de parceira do Estado peruano se nidade é envolvida e se sente valo-
Guillermo Vega: país aberto a novidades
destacou pela qualidade de sua tec- rizada, quando o trabalhador per-
nologia. Na segunda fase, com o cebe que tem garantidos e respei-
desaparecimento dos grandes pro- tados até mesmo direitos que ele
jetos e a redução da capacidade de desconhecia, como o direito à edu-
endividamento do Governo, os cação permanente.”
clientes privados passaram a ter Para Sérgio Panicali, o sucesso
maior participação, principalmente da Odebrecht mesmo em ambien-
as grandes mineradoras, e a empre- tes sociais hostis, como os que foram
sa chegou a ter de 10 a 12 obras encontrados na zona cocaleira do
simultâneas. A terceira fase, de tran- norte do Peru e na periferia da
sição política, ensinou a empresa a região metropolitana de Lima, foi
viver sob recessão, com uma estru- garantido pelo comportamento
tura enxuta; e a quarta fase, que, baseado na TEO: "Quando somos
Daniel Villar: serenidade, confiança e paciência
segundo Daniel, marca o momento francos e delimitamos a realidade,
atual, do 25º aniversário da Ode- É unanimidade na equipe de Jor- deixamos claro que o conflito traz
brecht no Peru, caracteriza-se pela ge Barata a consciência de que a prejuízo para todos e que a empre-
retomada do crescimento, com o Odebrecht soube aproveitar o que sa ou a obra não vai resolver todos
retorno do investimento público em há de melhor em sua configuração os problemas, mas que juntos pode-
combinação com recursos do setor de pequena empresa, atuando sem- mos criar não apenas um período
privado: “Conseguimos sobreviver pre muito próximo do cliente, e com- de prosperidade, mas um contexto
e chegamos a esta fase com todas binar isso com suas melhores qua- em que a sustentabilidade seja pos-
as condições para crescer, porque lificações como grande empresa, ao sível. Temos procurado deixar um
os líderes da empresa tinham bem se mostrar capaz de trabalhar de legado que perdure”.
enraizada a filosofia da TEO e não forma proativa com cinco governos
descuidaram da continuidade”. ao longo desses 25 anos. EM CASA, LONGE DE CASA
Daniel Villar, mais Rodney Carva- No mercado peruano, o nome O carioca Rodney Rodrigues de
lho, Sérgio Panicali, Juan Marsano, Odebrecht acabou também associa- Carvalho começou a trabalhar na
Ernesto Baiardi e Guilhermo Vega do ao desenvolvimento de outras Odebrecht em 1982. Saiu do Brasil
representam uma nova geração de empresas, que começaram como há 17 anos, destacado para Ango-
empresários-parceiros formados no parceiras menores e se tornaram la, depois Equador, teve uma pri-
Peru e que, com exceção de Ernes- protagonistas importantes no atual meira passagem pelo Peru em 1990,
to Baiardi (atualmente servindo à cenário de negócios na região. depois voltou a Angola, transferiu-
Odebrecht na República Dominica- Sérgio Panicali, há dois anos no se para a Bolívia e voltou a aportar
na), estão sob a liderança do baia- Peru (depois de outros dois anos na no Peru em 1996. Rodney diz que
no Jorge Barata. Eles deverão atuar Bolívia), afirma que a Odebrecht já já não se sente muito brasileiro, o
ao lado de veteranos da primeira é considerada um nome comum no que parece ser desmentido pela pul-
geração, como o peruano Winston ambiente de negócios do Peru e seirinha do Senhor do Bonfim, qua-
Lewis, na nova fase de crescimen- acredita que a TEO, ao valorizar a se a desmanchar-se em seu pulso
to da empresa. diversidade, cria as condições para direito. “Certas coisas, como pedir

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Winston Lewis:“homem é o início e o fim de todas as coisas” Adriana: projetos sociais

Vivência de canteiro
O engenheiro Winston Lewis, 55 anos, hidrelétrica, com um grupo de colegas, de o momento da disciplina, quando pre-
tem a pele curtida dos muitos dias sob o durante oito horas.“Era setembro de 1982, cisei usar energia para restabelecer a cal-
sol dos Andes e um olhar que se acende e eu liderava um grupo de armadores que ma, até a ocasião de delegar responsabi-
quando lhe pedem para contar histórias faziam um muro de arrimo”, relata Lewis.“Ao lidades e garantir a participação de todos
de acampamentos. É um homem sólido, passar da metade do túnel,houve um des- no nosso resgate, para tudo havia uma
de palavras na medida certa, para quem a moronamento, a luz se apagou e rompeu- orientação, uma direção a seguir, sempre
vida tem sido uma sucessão de obras.“O se o tubo de fornecimento de ar. Comecei tendo como referência principal o fato de
homem é o início e o fim de todas as coi- a bater nos canos, para chamar a atenção que o homem é o início e o fim de todas
sas”, gosta de dizer. Começou por aí seu dos que estavam fora, mas era hora de as coisas.”
aprendizado na Tecnologia Empresarial almoço e ninguém nos ouvia.Aos poucos, Lewis chegou a Diretor de Contrato na
Odebrecht.Contratado por três meses,em um e outro companheiro começaram a Hidrelétrica de San Gaban,onde permane-
1980, para fazer um estudo sobre as famí- ficar nervosos, daí para o pânico seria um ceu por três anos, depois de haver passa-
lias de traços de concreto,na obra de Char- passo e eu não devia permitir que isso acon- do oito anos em Charcani e outros oito em
cani V,ele teve acesso a uma edição do livro tecesse.” Chavimochic.Esteve também em Lima,nas
Sobreviver, Crescer e Perpetuar, e ali encon- Para Lewis, esse foi um dos momentos obras de saneamento de San Bartolo e San
trou a frase que orienta sua carreira. em que detalhes da TEO fizeram diferença: Juan, e na República Dominicana, para as
A dois dias de terminar o contrato expe- “Lembrei imediatamente de que o mais obras do Aqueduto da Linha Noroeste e da
rimental, houve um problema no túnel e importante era cuidar daquelas pessoas, Hidrelétrica de Piñalito.Seu próximo desa-
ele foi convidado a assumir o turno da noi- fazê-las manter a confiança e preservar sua fio será um túnel de 19 km,na primeira fase
te.“Eram 5 horas da tarde, assumi o posto capacidade de raciocínio,para evitar maio- do Projeto Olmos.
e fiquei 35 horas direto. Então começou res riscos”. Lewis procurou conduzir as con- Sua filha Adriana também é integran-
minha carreira de verdade”, conta Lewis.Tor- versas, no escuro, no sentido de acalmar te da Odebrecht. Ela desenvolveu, com o
nou-se técnico de construção civil,um esca- seus liderados, esperando que durante o colega José Aguirre Sánchez, uma série de
lão acima do cargo de capataz, e decidiu almoço os demais companheiros perce- programas sociais para a população que
que sua falta de experiência seria suprida bessem a ausência do grupo, e foi exata- vive ao longo da Rodovia Tingo María-
pelo que estava aprendendo no livro. “- mente isso que aconteceu. Logo o grupo Aguaytía.“Me dá alegria ter um laço a mais
Seguia o exemplo de Marco Cruz, que era isolado começou a ouvir barulho de esca- com a Odebrecht”, diz Winston Lewis. Ele
meu líder naquele momento.” vação na entrada do túnel, e a esperança afirma que uma família como a sua,“cria-
Winston Lewis foi protagonista de um se reacendeu. da na diversidade de ambientes, fica mais
dos momentos mais dramáticos da histó- Foram oito horas de isolamento, forte, com o espírito mais aberto e com
ria da Odebrecht no Peru,quando um desa- durante as quais, segundo Lewis, foi pos- menos preconceito. Espero ter passado
bamento o isolou no interior do túnel da sível percorrer muitas lições da TEO.“Des- isso adiante”.

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ajuda ao santo, a gente nunca per- nunca foi incomodado. Mesmo sa Phelp Dodge. “Todas as obras de
de, certo?”, admite, contando que assim, gosta de se divertir com a his- que participei eram grandes e pio-
havia atado a tradicional fita do Bon- tória de um colega que construiu neiras”, orgulha-se Rodney.
fim pensando no contrato do Inter- um bunker para ter onde se escon- Na região metropolitana de
ceptor Norte do sistema de esgotos der em caso de ataque. “Se houves- Lima, para onde se deslocou em
de Lima, a ser construído na Provín- se tempo para alguém se esconder, 1997, para assumir a área de pro-
cia Constitucional de Callao. O con- ele ia ter muita companhia, pois todo postas, Rodney Carvalho tem acu-
trato foi assinado dia 9 de julho últi- mundo sabia do seu esconderijo”, mulado uma lista de trabalhos em
mo e, garante Rodney, a fitinha vai brinca Rodney. obras de saneamento, mas também
ficar “até cair de velha”. Em seu retorno ao Peru, em 1996, dirigiu a equipe que se deslocou em
Em sua primeira passagem pelo ele foi para Arequipa, onde traba- 2001 para Ilo, em Moquegua, para
Peru, Rodney Carvalho trabalhou lhou em três obras: Ponte Cincel, do recuperar a usina de Ilo 2, para o
no Projeto Chavimochic. Ele lem- sistema Charcani, reservatório des- cliente Tractebel, em tempo recor-
bra que os trabalhadores de outras tinado a ampliar a capacidade de de. Atualmente, prepara o início das
empresas e até mesmo do Governo geração de energia elétrica, Ponte obras do Interceptor Norte da rede
se preocupavam com as freqüentes Eduardo Quiñones, conhecida como de esgotos no distrito de Callao, par-
incursões de guerrilheiros e narco- Ponte Consuelo, além da Mina de te do sistema destinado a promover
traficantes, mas o grupo brasileiro Cerro Verde, pertencente à empre- a despoluição das praias próximas

Patrimônio cultural preservado


Além de escolas, cursos para jovens peruanos e outros benefí-
cios adicionais às suas obras,a Odebrecht tem deixado no Peru tam-
bém uma importante contribuição cultural. O livro sobre Arequipa
é uma dessas obras, construída com fotografias de alta qualidade
sobre a região sul do país,num registro do patrimônio natural e arqui-
tetônico nunca antes reunido em uma publicação.
O objeto de outra ação cultural importante pode ser visitado
na cidade de Trujillo, capital da região de La Libertad, ao norte. O
complexo arqueológico de Chan Chan, no Vale do Moche, região
de La Libertad, cobre uma área de cerca de 20 km2 e é formado
por cidadelas e palácios. As dimensões e as características de dis-
persão desse patrimônio tornavam difícil preservá-lo. Até que, em
1990, foi aberto ao público o Museu do Sítio de Chan Chan, cons-
truído pela Odebrecht como contribuição para a preservação des-
se patrimônio cultural.
“Essa obra da Odebrecht deu vida ao complexo arqueológico e
as condições para exibição de suas peças mais representativas,além
de podermos contar com áreas de investigação e locais apropriados
para a preservação de mais de 12.500 peças”, diz Lúcia Helena Vega,
Secretária de Cultura da região de La Libertad.
Para os moradores da região, turistas e pesquisadores, a criação
do museu significou, muito mais do que uma nova atração, a possi-
bilidade de reunir as peças em um único lugar. Isso tem permitido
uma melhor preservação do patrimônio e atraído mais interesse para
as pesquisas,afirma Arturo Paredes,antropólogo residente do museu.
Segundo Paredes,esse é o único museu do Peru com uma sala espe-
cial computadorizada para apresentações audiovisuais. O setor de
investigação tem laboratórios químico e fotográfico e suas instala-
ções têm permitido oferecer cursos para jovens carentes. Museu do Sítio de Chan Chan: exibição de peças e investigação

60 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Sérgio Panicali: integração diferenciada

Arequipa: cidade ambientou obras emblemáticas da atuação da Odebrecht no Peru

mica do país. “Em 1997, por exem- baseado na parceria público-priva-


plo, vivíamos uma grande fase; o da, está trazendo novo ciclo de
país crescia mais de 7% ao ano, está- negócios ao país.”
Rodney Carvalho: mensagem social
vamos em uma posição consolida- Integração, saneamento e estí-
da e em processo de crescimento, mulo à agroexportação são as bases
à capital do Peru. Trata-se de um marcado pela conquista, com a do novo ciclo que se inicia no Peru.
projeto complexo, que deverá ser Shell, do contrato do sistema de A Odebrecht está presente em todos
realizado em zona de alta densida- exploração de gás de Camisea”, esses setores e, segundo Jorge Bara-
de demográfica e marcada por pro- lembra. Dois anos depois a situação ta, está capacitada a apresentar pro-
blemas sociais graves. se inverteu rapidamente, com a jetos bem-sucedidos em todos eles.
“Vamos entrar lá no estilo Ode- redução do programa de investi- “Somos vistos como uma empresa
brecht, para tentar provocar o menor mentos do Governo, provocando a que traz soluções completas, trans-
distúrbio possível na vida das pes- suspensão do contrato de Camisea, forma a sociedade e transfere bene-
soas, mostrando à população que se no qual a Shell já havia comprome- fícios para ela”, afirma. “Aplicando
pode reduzir o clima de violência com tido cerca de US$ 240 milhões, e a a TEO, começamos nos diferencian-
obras que melhoram a qualidade de progressiva redução do volume de do pelo tratamento, pelo respeito à
vida. Essa será nossa mensagem negócios em todo o país. pessoa, pelo relacionamento comer-
social”, diz Rodney. “Reuniremos as A reorganização política e eco- cial transparente e pela valorização
associações de vizinhos para mostrar nômica do Peru encontrou a Ode- da sociedade, que é para quem tra-
o impacto positivo que a obra terá em brecht pronta para crescer nova- balhamos.”
suas vidas e que, na medida do pos- mente. “O apoio do Governo brasi- É nessa base que a Odebrecht
sível, vamos contratar gente do local.” leiro, através do programa de expor- celebra seus 25 anos de sucesso no
tações de bens e serviços, tem sido Peru, preparando-se para uma par-
CONSTRUINDO O FUTURO fundamental em toda nossa histó- ticipação ativa na retomada do
Jorge Barata compartilha do oti- ria, e também foi importante na reto- crescimento do país e, nas pala-
mismo de Rodney Carvalho. Ele mada”, reconhece Jorge Barata. vras de Jorge Barata, “para esten-
entende as fases por que passou a “Agora, contamos com fontes de der um amplo legado de realiza-
empresa no Peru como ciclos natu- financiamento variadas, do Japão, ções, ampliando nossa comunida-
rais, pelo fato de a Odebrecht haver do Banco Mundial e da Alemanha, de de conhecimento e realizando
se integrado à vida social e econô- e um novo sistema de contratação, plenamente nossa missão”.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 61


Campos cultivados em toda a volta
Quando chegou a Trujillo, tes internacionais do varejo:Car-
em 1997,depois de ter vivido 12 refour,General Mills,Green Giant,
anos no Estado norte-america- “os clientes mais exigentes do
no da Califórnia, o colombiano mundo”, segundo Wiessner.
Juan Rodolfo Wiessner encon- A Camposol é a maior no
trou a região sob os efeitos setor agroindustrial do Peru,com
devastadores do fenômeno El 5.500 funcionários,dando opor-
Niño. A caminho da sede da tunidade de trabalho para, em
indústria Camposol S.A., pediu média, de três a quatro pessoas
ao motorista que parasse em ple- por família nos povoados da
na Rodovia Panamericana e deci- região de Trujillo e Virú. Em tor-
diu fazer a pé o último trecho até no da fábrica construída pela
a sede da empresa.“Vi os traba- Odebrecht se estendem os cam-
lhadores caminhando sob o sol, pos cultivados,onde os trabalha-
à beira da estrada,e decidi fazer dores contam com instalações
Emílio Valle: resultados duplicados
como eles.Foram 25 minutos até sanitárias, equipamentos de a cada ano
o portão,e eu sabia que a maio- segurança e alimentação.
ria deles caminhava até o dobro A empresa contruiu uma fez uma pesquisa na internet e
desse tempo todos os dias. escola e mantém um programa decidiu inovar,plantando cebo-
Minha primeira medida foi criar de capacitação para mulheres la vermelha”, conta José Álvaro.
um serviço de transporte para que não trabalham na indústria. “Conseguimos uma produção
os funcionários.” “Queremos transformá-las em de 40 toneladas por hectare,
Wiessner seria o Gerente- microempresárias,com habilita- com duas colheitas por ano,em
Geral do novo empreendimen- ção em costura, panificação e rodízio com gramíneas e milho.”
to,iniciativa de uma antiga com- outras especialidades, para aju- Emílio Valle, engenheiro
panhia pesqueira que buscava dar na busca de auto-suficiência Juan Rodolfo Wiessner: serviço de agrônomo especializado em
a diversificação. A empresa das famílias”, informa Wiessner. transporte para os trabalhadores frutas,cuida dos Vinhedos Don
começou adquirindo 200 ha Ele acrescenta:“Acabou-se o tem- Alejandro, projeto da Inversio-
numa das primeiras ofertas fei- po em que os investidores taxa de crescimento indica um nes Agrícolas Del Norte S.A,
tas pelo Governo após a conclu- vinham apenas explorar e dei- aumento de 100% nesse volu- onde cultiva 18 ha de uvas da
são do Projeto Chavimochic.Tem xar para trás a miséria histórica. me, chegando a US$ 500 variedade Red Globe e expe-
agora quase 4 mil ha semeados, Para nós, isto não é apenas um milhões em cinco anos.Estão ali rimenta em 2 ha a variedade
produzindo mais de 50 mil t negócio a mais, é uma missão. sete das 10 maiores agroindús- Flame Seedless.Toda a produ-
anuais de arpargos, alcachofras, Queremos desenvolver aqui trias do país. ção está contratada para
pimentões e frutas. uma nova sociedade em uma A região atrai também exportação para o mercado
Os resultados do investimen- década”. Wiessner pretende empreendedores como Fortu- asiático, Alemanha e Inglater-
to são surpreendentes: vendas ampliar,nos próximos cinco anos, nato Márquez, que tinha negó- ra.“Simplesmente dobramos
de US$ 9 milhões na primeira a área de semeadura em mais 3 cios tipicamente urbanos em os resultados a cada ano”, rela-
safra, em 2000; US$ 18 milhões mil ha e chegar a 10 mil funcio- Lima e soube de Chavimochic ta o agrônomo.“No primeiro
em 2001; US$ 33 milhões em nários contratados. pela TV.Adquiriu 50 ha em 1998 ano, colhemos 5 t/ha; no
2002; US$ 50 milhões em 2003; A região de Chavimochic e foi expandindo a área até os segundo,10t,e neste ano esta-
e US$ 70 milhões neste ano,com vendeu em 2003 um volume de atuais 180 ha. mos colhendo 20t /ha”, come-
um crescimento previsto de 40% produtos agrícolas in natura e Segundo o engenheiro mora Emílio, acentuando que
ao ano no futuro próximo.Toda industrializados no valor de US$ agrônomo José Álvaro Lujar a empresa já prepara um pro-
a produção da Camposol é 240 milhões e deve chegar ao Gurrionero, responsável pelo jeto de agroturismo e a expan-
homologada para exportação e final deste ano com uma recei- negócio,a produtividade da ter- são dos atuais 20 ha para 200
destinada sobretudo aos gigan- ta de US$ 270 milhões. A atual ra irrigada é surpreendente.“Ele ha em seis anos.

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COMUNIDADE
A O D E B R E C H T E A S O C I E D A D E

Lilia Schwarcz, Pedro Dias e a pesquisadora Carmem Azevedo no lançamento do livro em Lisboa

LANÇADO EM PORTUGAL
O LIVRO DOS LIVROS DA REAL BIBLIOTECA
O Livro dos Livros da Real nal do Rio de Janeiro –, o Livro dos Ministro Conselheiro da Embaixa-
Biblioteca foi lançado em Portugal Livros foi escrito por Lilia Moritz da do Brasil; Lourenço Correia de
no dia 3 de novembro, em cerimô- Schwarcz e Paulo Cesar de Azeve- Matos, Presidente da Associação
nia realizada no Instituto dos Arqui- do (já falecido). A obra traz as mais Amigos da Torre do Tombo; Rui
vos Nacionais – Torre do Tombo, representativas imagens daquele Pereira, Diretor do Instituto Portu-
em Lisboa. Na oportunidade, Pedro rico acervo. guês do Livro e das Bibliotecas;
Dias, Diretor Geral do Instituto, fez Carlos Armando Paschoal, Dire- José Manuel Barata Moura, Reitor
discurso em que destacou a quali- tor-Superintendente da Bento Pe- da Universidade de Lisboa; a auto-
dade do livro e a oportunidade de droso Construções – BPC, subsidiá- ra Lilia Schwarcz; Gilberto Sá, Con-
seu lançamento em Portugal. ria da Odebrecht em Portugal, selheiro de Administração da Ode-
Parte do Projeto Real Bibliote- salientou que a publicação repre- brecht S.A.; e Renato Martins, Res-
ca, patrocinado pela Odebrecht e senta ainda uma homenagem da ponsável por Desenvolvimento de
cujo objetivo foi recuperar o gran- empresa ao país, no qual a BPC Novas Oportunidades na Ode-
de acervo trazido por D. João VI atua há mais de 50 anos. brecht S.A., além de por outras
para o Brasil no século XIX – o qual A solenidade foi prestigiada autoridades, intelectuais e integran-
hoje faz parte da Biblioteca Nacio- também por Hélio Vitor Ramos, tes da BPC e da Odebrecht.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 63


COMUNIDADE
PROGRAMA DE CONTRIBUIÇÃO CULTURAL
DA ODEBRECHT COMPLETA 45 ANOS
Em 2004, além dos Valladares. A publica- compreende mais de 100
60 anos de sua funda- ção traz um estudo livros sobre o Brasil e
Publicações
ção, a Organização sobre as edificações his- outros países onde a premiadas
Odebrecht celebra 45 tóricas de Salvador. Organização está pre-
anos de contribuição Hoje, o acervo de edi- sente. • MAPA - IMAGENS DA
cultural. O primeiro ções culturais da Ode- Para conhecer todos FORMAÇÃO TERRITORIAL
livro patrocinado, em brecht, dividido em Ar- os títulos publicados BRASILEIRA
1959, foi Homenagem à tes, Cidades e Regiões, acesse o site www.ode- – Prêmio Aberje Brasil/
Bahia Antiga, de José História e Parcerias, brecht.com.br Publicação Especial – 1994
– XIII Prêmio Promoção Brasil,
concedido pela Associação
Brasileira de Colunistas de
Marketing e Propaganda –
1994

• O BRASIL DOS VIAJANTES


– Prêmio Aberje Brasil/
Publicação Especial – 1995
– 5º Prêmio Fernando Pini de
Excelência Gráfica/Livro de
Arte e Melhor Design – 1995
– Prêmio Jabuti/
Produção Editorial – 1995

• CASTRO ALVES
(POESIAS E BIOGRAFIA)
– Prêmio Aberje Brasil/
Projetos Institucionais – 1997

• MONTEIRO LOBATO:
FURACÃO NA BOTOCÚNDIA
– Prêmio Jabuti/Ensaio e
Biografia – 1998
– Prêmio Aberje Brasil/
Publicação Especial – 1999

• O LIVRO
DOS LIVROS
DA REAL
BIBLIOTECA
– Prêmio Aberje
Regional/
Publicação
Especial – 2004

Capas de livros lançados através do Programa de Contribuição Cultural da Odebrecht

64 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


RECICLAGEM:
NOVO PROJETO
É de pequeno que se aprende a
valorizar e preservar o meio ambien-
te. Pensando desta forma, as profes-
soras Luciana Pinho Barros e Zenai-
de Ferreira da Silva Oliveira, da
Escola Municipal CSTC, de Cama-
çari, elaboraram o projeto “Nada é
difícil... Reciclar é preciso”. A pro-
posta do projeto é iniciar alunos de
3 a 6 anos em atividades de coleta
seletiva e reciclagem de lixo. Com
ele, as professoras conquistaram o
primeiro lugar do concurso “Crie seu
projeto de educação ambiental”. Antonio Risério autografa um exemplar de seu livro para o Prefeito de Salvador, Antonio Imbassahy
Iniciativa inovadora, o concurso
visa envolver ainda mais os educa-
dores no Programa de Educação
BAHIA E POESIAS EM DESTAQUE
Ambiental Arte com Plástico nas Livros do poeta, escritor e antro- naval, socialismo e comunismo na
Escolas, desenvolvido pela Bras- pólogo baiano Antonio Risério e Bahia, sem deixar de lado o fute-
kem nas escolas públicas munici- do poeta alagoano Lêdo Ivo, edi- bol. Então, é um novo livro, revis-
pais de Camaçari. Lançado em tados com o apoio cultural da Bras- to e ampliado”, explica. Em cada
agosto, contou com a participação kem, tiveram lançamento em outu- capítulo, é abordado um século da
de 10 escolas públicas municipais bro e novembro. história da Cidade da Bahia.
e agraciou os três primeiros luga- Uma História da Cidade da O poeta alagoano Lêdo Ivo,
res com prêmios e mais R$ 1 mil Bahia, de Antonio Risério, foi lan- aos 80 anos de vida e 60 de ofí-
para a execução dos projetos, o que çado em 20 de outubro, na Pina- cio do verso e da prosa, segue
deve acontecer até dezembro. coteca do Estado, em São Paulo, e reinventando seu estilo com fres-
Devido ao excelente nível dos tra- em 26 de novembro, no Museu cor e efervescência de idéias. Em
balhos, a Braskem resolveu apoiar Carlos Costa Pinto, em Salvador. outubro, aconteceu o lançamen-
mais seis projetos, com R$ 1 mil A obra traz uma visão panorâmi- to oficial de seu livro Poesia
para cada um. ca da história da Cidade da Bahia, Completa, com homenagens, na
Criado em 1998, o Arte com Plás- do século XVI aos dias de hoje, Academia Alagoana de Letras, e
tico beneficia 52 escolas, envolven- abordando a trajetória da primei- também na Academia Brasileira
do mais de 700 educadores e 20 mil ra capital do país de diversos pon- de Letras, no Rio de Janeiro.
alunos. O programa inclui seminá- tos de vista: econômico, social, polí- O livro reúne, pela primeira
rio para os educadores, oficina de tico e religioso. vez, a complexa poesia desse autor
reciclagem de sucata plástica para O livro foi publicado no ano que, de 1940 a 2004, produziu uma
as crianças e distribuição de equi- 2000, em uma edição de arte dis- das mais ricas obras da literatura
pamentos para coleta seletiva de tribuída apenas como brinde brasileira. Editada pela Topbooks
lixo nas salas de aula e pátios das durante as comemorações dos 450 através de uma parceria entre
escolas. O Arte com Plástico é rea- anos de Salvador. Risério diz que Braskem, Academia Alagoana de
lizado pela Braskem em parceria esta edição, publicada pela Versal Letras e Academia Brasileira de
com a Prefeitura Municipal de Editores, com 624 páginas, é pra- Letras, a obra tem 1.100 páginas e
Camaçari, através da Secretaria de ticamente um novo livro. “Escre- reúne os 23 livros de poesia publi-
Educação, a Limpec (empresa muni- vi capítulos sobre saveiros, músi- cados desde As Imaginações, o pri-
cipal de limpeza urbana), a Sol ca seiscentista e música sacra afri- meiro livro, de 1940, a Plenilúnio,
Embalagem e a Engepack. cana, pesca da baleia, indústria lançado em 2004.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 65


O estande da
Braskem na Feira K:
área de 510 m2
na ala de
matérias-primas

PETROQUÍMICA

A grande vitrina
internacional das inovações
Flávia Azevedo TEXTO

A
cada três anos, todas Braskem tem tes de mais de 53 países e não
as atenções do setor decepcionou o mercado, que, a
plástico mundial são participação destacada cada edição, espera a maior oferta
dirigidas a Düssel- de equipamentos, produtos,servi-
dorf. Na cidade ale- na Feira K, a mais ços e inovações do setor. Luís Fer-
mã, importante centro financeiro nando Cassinelli, Responsável por
da Europa, acontece a Feira K, que, importante do setor Assistência Técnica e Tecnologia
neste ano, chegou à sua 16ª edição. da Braskem, afirma: “A Feira K é a
Realizado entre os dias 20 e 27 de do plástico em âmbito mais importante relacionada ao
outubro, o evento contou com a par- plástico em âmbito mundial. A cada
ticipação de expositores proceden-
mundial três anos ocorrem, alternadamen-

66 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


Produtos feitos
com matérias-
primas da Braskem
expostos na feira.
Na foto menor,
visitantes no
estande da
empresa

te, a feira de Milão, a de Chicago


e a de Düsseldorf, sendo esta, a
Feira K, sem dúvida a mais impor-
tante”.
Como esperado em feiras de
plástico, o reduto de máquinas e
equipamentos ocupou a maior
parte dos estandes. Em seguida,
vieram as alas das matérias-pri-
mas e, com participação bem
menor, os prestadores de serviços
e indústrias transformadoras. A
feira foi dominada pelos anfitriões
(dos 2.921 expositores, 1.090 eram
alemães), seguidos de perto pela te vermelho do evento, consolidan- ra. Sobre a estréia, Luciano
China, que a cada ano potencia- do ainda mais sua imagem de petro- Nunes, Gerente de Produtos e
liza a sua participação na área de química brasileira de classe mun- Serviços da Unidade Vinílicos,
novas tecnologias. Números e dial. salienta: “Foi muito importante,
informações curiosos surgiam nos Brasileira, com certeza! Foi pois somos uma empresa brasi-
corredores. A Índia teria uma de- nesse clima que a Braskem ocu- leira com atuação global. Além
legação de 10 mil pessoas. A par- pou o seu território na ala das de termos criado um ambiente
ticipação pálida dos Estados Uni- matérias-primas da feira alemã. para receber nossos clientes bra-
dos sugeria um boicote. Especu- A área de 510 m2 (a maior ocupa- sileiros em visita ao evento, cria-
lações à parte, a K2004 deixou a da por uma empresa brasileira) mos um ambiente para sermos a
certeza de que é uma grande fei- foi inteiramente imersa no con- embaixada brasileira na feira”. O
ra de negócios. Mais do que um ceito de brasilidade. Da decora- espaço era um porto seguro para
celeiro de inovações no qual a ção ao atendimento prestado pelo relaxar, conversar e “recarregar
cadeia produtiva do plástico se staff, tudo se afinava, resultando as baterias”, bebericando sucos
abastece, o evento é a maior opor- num ambiente ameno e descon- de frutas 100% brasileiras ou uma
tunidade do setor para quem quer traído. Na decoração, garrafas legítima caipirinha durante a
ver e ser visto. PET e embalagens tupperware happy hour, quando dois músicos
O que se diz no métier é que a transmutadas em imagens tropi- brasileiros mostravam o melhor
Feira K está para o setor plástico tal cais ajudavam a compor o cená- da MPB ao som de violão e ata-
qual o Oscar para a indústria cine- rio onde 14 atendentes recebiam, baque. O ambiente perfeito para
matográfica. Se é assim, neste ano diariamente, cerca de 1.500 pes- grandes encontros e grandes
a Braskem fez a sua estréia no tape- soas ao longo dos oito dias da fei- negócios.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 67


Momento do jantar no qual José Carlos Grubisich anunciou os novos investimentos da Braskem: diálogo com clientes e parceiros

Transformadores brasileiros Vice-presidente da Tigre, Eval- de acordo com aspectos merca-


visitaram o estande, assim como do Dreher esteve na K2004 e visi- dológicos. Aproveitamos a feira
os principais distribuidores e tra- tou o estande da Braskem. Ficou para fazer uma comparação com
ders internacionais. Além da des- satisfeito com o que viu: “A Tigre o nosso estágio no presente e
contração, o estande da Braskem sempre participa da feira porque atualizar o que julgamos neces-
teve infra-estrutura informatiza- aqui encontramos as tendências sário. Queremos sempre estar à
da nas oito salas de reunião e de novas soluções tecnológicas frente dos nossos competidores”.
duas salas de apoio. Fez bom uso Para ele, a participação da Bras-
desses espaços, como garante kem foi um dos destaques no
Luciano Guidolin, Responsável segmento de matérias-primas.
por Exportação na empresa: “A NÚMEROS DA FEIRA K “Percebemos que a Braskem
Braskem participou da Feira K de Pode-se ter uma idéia do porte da despertou o interesse de diver-
forma compatível com a sua Feira K a partir de alguns dos seus sos países e pudemos participar
importância no mercado interna- números.Junte-se a eles a informação de um jantar superconcorrido
cional. Isso transmite a seguran- de que era impossível visitar todo o onde tivemos a grata surpresa de
ça de que a empresa apóia seus espaço em apenas um dia, mesmo ouvir do José Carlos [Grubisich,
clientes e está presente nesse com a ajuda de microônibus para Líder Empresarial da Braskem]
mercado. No negócio de expor- cobrir as distâncias entre os pavilhões. os novos investimentos que o
tação, essa atitude é fundamen- grupo fará. Isso sim, deixa os
tal para posicioná-la como forne- Local: Düsseldorf, Alemanha clientes muito satisfeitos e con-
cedora de porte internacional e Edição: 16ª fiantes no seu fornecedor”.
de produtos de qualidade. Duran- Duração: 8 dias Outro cliente que visitou o
te a feira, além de atender os par- Expositores: 2.921 estande da Braskem foi a Incoplast.
ceiros que já temos, fomos procu- Países participantes: 53 Para o Diretor Melito Schlikmann,
rados por mais de 1.300 pessoas Visitantes: 200 mil a participação na K foi importante
para reuniões. Voltamos com Área: 158 mil m2 não só para a Braskem mas para
grande volume de contatos para Empresas alemãs: 1.090 todos os colaboradores e brasilei-
potenciais negócios”. Pavilhões: 17 ros. “Essa presença na Feira K faz
Esse posicionamento não pas- Visitantes da América Latina: 8.500 com que a gente sinta orgulho de
sou despercebido pelos clientes. ser brasileiro.”

68 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


PETROQUÍMICA

O uso criativo do PVC Danielle Espósito TEXTO • Carlos Gueller FOTOS

Prêmio Ópera-Prima tetos do Brasil (IAB) e pela revis- to Simões, Vice-Presidente da Uni-
ta Projeto Design com o patrocí- dade de Vinílicos da Braskem.
incentiva utilização nio da Braskem, que neste ano Os jovens entenderam a propos-
do PVC em projetos inseriu uma nova categoria ao prê- ta. O projeto vencedor da modalida-
mio. Trata-se da modalidade Pro- de Projetando com PVC, Escola de
arquitetônicos e urbanísticos jetando com PVC. Vários traba- Bolso, de Rafael Pinho, da Universi-
lhos apresentados estavam rela- dade Federal de Minas Gerais, é um

U
ma grande praça fun- cionados à revitalização de locais exemplo de como é possível unir fun-
cional, com amplas públicos deteriorados. cionalidade e criatividade. Com uma
áreas comerciais de Buscando estimular a inovação proposta inusitada de uma escola
serviços e entreteni- por novos ângulos, sobretudo em desmontável constituída de módu-
mento. De acordo com relação ao uso do PVC, a Braskem los e painéis, o projeto-escola con-
o projeto de Fernanda Kleemann apostou no prêmio. “Incentivar a uti- segue utilizar o PVC de maneira
Spinicci, da Universidade Presbite- lização do PVC em novas soluções é inteligente. No projeto, estruturado
riana Mackenzie de São Paulo, uma muito importante. Com a nova cate- por um esqueleto metálico e pare-
das ganhadoras do Prêmio Ópera- goria do prêmio, esperamos ampliar des de chapa de PVC dobrável, as
Prima, assim ficaria o movimentado o conhecimento dos jovens profissio- peças podem ser transportadas em
Largo 13 de Maio, situado no bair- nais sobre as possibilidades de utili- caminhões, o que permite a monta-
ro de Santo Amaro, em São Paulo, e zação desse material”, afirma Rober- gem da escola em vários locais, de
hoje caracterizado pelos desorgani- forma itinerante.
zados terminais de transportes e por “O projeto acerta ao aliar prati-
muita poluição visual. cidade e qualidade para suprir uma
Difícil de imaginar? Não para necessidade social. De maneira
os estudantes e jovens profissio- geral, os trabalhos sinalizaram uma
nais que participaram do Prêmio grande preocupação em relação a
Ópera-Prima, concurso nacional questões sociais e culturais. A cate-
de trabalhos finais de graduação goria Projetando com PVC não
em arquitetura e urbanismo pro- ficou atrás. Deu respostas muito
movido pelo Instituto dos Arqui- interessantes, com o uso do mate-
rial numa escala mais ampla”,
explica Demetre Anastassakis, Pre-
sidente nacional do Instituto dos
Arquitetos do Brasil (IAB).
Com o objetivo de apresentar
jovens profissionais ao mercado, o
Ópera-Prima se tornou mais do que
uma referência para os estudantes
de Arquitetura: transformou-se em
uma meta. Em 2004, foram 423 pro-
jetos inscritos, de 86 universidades
de todo o Brasil, número recorde
desde que o prêmio foi criado, há
16 anos. “Participar do Ópera-Pri-
ma sempre foi um pouco meta e
No alto, Rafael Pinho, vencedor da categoria Projetando com PVC. Acima,painéis com projetos um pouco sonho para mim”, con-
expostos no dia da premiação ta Rafael.

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 69


DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Talento transformador
Marlene Lopes TEXTO
Christian Cravo FOTOS
Madalena Silêncio
Andrade, o marido
Cadeias Produtivas Deodete Andrade e
dois filhos:
da Mandioca, agricultura familiar
para evitar o
abandono do
da Aqüicultura campo

e do Palmito
começam a mudar
vidas em cidades
do Baixo
Sul da Bahia
M
adalena lho doce e azedo pro-
Silêncio cessará até 200 t/dia de
Andrade, raízes, sem geração de
agricultora refugos. A folhagem,
no municí- rica em proteína, já
pio de Presidente Tancredo passou por teste na
Neves, no Baixo Sul baia- Unidade de Beneficia-
no, sorri ao pensar que não mento de Resíduo e
vai ter de assistir à partida servirá de insumo à
de mais um filho para a indústria de ração ani-
capital. Na família de Fran- mal, podendo ser usa-
cisco dos Santos, de Nilo da na Cadeia Produti-
Peçanha, o entusiasmo é va da Aqüicultura. Já a
com a construção de uma manipueira, sumo
casa. Fábio Ribeiro, mora- poluidor, irá para uma
dor de Cairu, orgulha-se de lagoa de decantação,
poder ajudar a mãe na cria- sendo reaproveitada no
ção dos irmãos mais novos. Francisco Rodrigues dos Santos e a esposa Enedina Maria de Jesus processo industrial.
A realização desses (ambos de pé à direita) com a família, produtores de palmito: fim dos “Nossos filhos
biscates para passar a cuidar da própria terra
sonhos vem das Cadeias estão ficando aqui!
Produtivas da Mandioca, do Estão ficando aqui!” O
Palmito e da Aqüicultura, entusiasmo de Mada-
que compõem o Programa lena Andrade, de 51
de Desenvolvimento Inte- anos, confirma a apos-
grado e Sustentável – DIS ta na agricultura fami-
Baixo Sul, levado à região liar. Ela e o marido,
pela Fundação Odebrecht Deodete Andrade, la-
em parceria com o Gover- mentaram a partida do
no Federal e o Governo da mais velho, de 21 anos,
Bahia, com a participação por não achar ocupa-
da Associação dos Municí- ção em Tancredo
pios do Baixo Sul (Amubs) Neves. Mas ficam feli-
Fábio Ribeiro (à esquerda) e Gilmar Palma: criação de ostras e tilápias
e do Instituto de Desenvol- zes porque mantêm os
vimento Sustentável do Bai- três filhos mais novos
xo Sul da Bahia (Ides). va de Produtores Rurais de Presi- ocupados na terra.
Com o programa, as etapas de dente Tancredo Neves (Coopatan), Marivaldo da Silva superou a
produção, beneficiamento e co- os agricultores viram sua lucrati- meta do programa de elevar a pro-
mercialização nas cadeias produ- vidade aumentar em 20% com a dutividade de 9 t para 20 t por hec-
tivas passaram a ocorrer de forma venda de raízes. “Já melhoramos tare. Em vez de 12,5 mil pés apos-
articulada. Na engrenagem anti- o preço de R$ 100 para R$ 120”, tou em 17 mil pés por hectare, que
ga, a peça de menor valor era o diz satisfeito o Líder da Cadeia Pro- garantiram na mesma área a
agricultor. Na visão atual, ele inte- dutiva, Marcelo Abrantes. Esse colheita de 42 t. Ele promete novi-
gra o sistema na condição de coo- resultado é decorrente da parce- dade para 2005: “Vou aproveitar
perado, liderando os negócios de ria com a Embrapa – Empresa Bra- as atuais condições e usar menos
produção e beneficiamento. Para sileira de Pesquisas Agropecuárias fósforo na adubação. Com a terra
a comercialização, contará com o e do investimento em tecnologia solta, a raiz terá mais espaço para
apoio de um grupo varejista, que propiciado pelo programa. crescer. Serão 50 t por hectare”.
integrará o programa como Par- O modelo prevê o combate ao A vida de Francisco dos Santos
ceiro Social. desperdício pelo aproveitamento e dona Enedina Maria de Jesus
Na Cadeia Produtiva da Man- total dos recursos produtivos. A começa a mudar. Presidente da
dioca, conduzida pela Cooperati- fábrica de farinha, amido e polvi- Associação São Benedito e inte-

JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 71


grante da Cooperativa francesa de supermerca-
dos Produtores de Palmi- dos Auchan.
to do Baixo Sul (Coo- A unidade fabril já
palm), Francisco deixou tem garantidos os recur-
de fazer biscates e agora sos para compra de equi-
cuida da própria terra, no pamentos e desenhadas
município de Nilo Peça- as linhas de produção de
nha, onde as palmeiras de peixe, moluscos e crustá-
pupunha já exibem as ceos. Além das tilápias –
hastes das quais será filetadas ou em posta e
extraído o palmito. “Pas- processadas no sistema
sei a ter confiança.” just in time (a demanda
O destino do palmito do mercado é que define
é a Ambial Agroindústria, a produção) –, a fábrica
que passa a integrar esta vai processar catados.
Cadeia Produtiva absor- Gilmar Palma, 34
vendo 100% da produção anos, integra o projeto.
de 63 cooperados nos Ex-pescador, tornou-se
municípios de Camamu, um criador de ostras e
Maraú, Igrapiúna, Nilo tilápias e, reconhecido
Peçanha, Taperoá e Marivaldo da Silva: superação de metas pela Coopemar como téc-
Valença. A certeza da nico, tem renda mensal
venda tranqüiliza Fran- de R$ 500. Os resultados
cisco quanto ao paga- animam e sua casa, em
mento do financiamento construção, já tem o pri-
pelo Banco do Nordeste. meiro piso pronto para
“Quero poupar e pagar receber o andar superior,
sem aperto”, antecipa o que será alugado. Fábio
produtor. Ribeiro lembra sem sau-
Para Adailton Barbo- dade o tempo em que
sa, Líder da Cadeia Pro- catava lambreta e vendia
dutiva do Palmito, o ime- a atravessadores por R$
diatismo dá lugar ao pla- 0,30 a dúzia. Depois de
nejamento: “A idéia é Roque Fraga: capacitação de 60 famílias vencer a etapa de capa-
fazer do produtor um citação, tornou-se, aos 22
empresário rural”. Segundo Bar- pias marinhas em tanques-rede e anos, Vice-Presidente da Coope-
bosa, em 2005 serão 488 ha plan- ostras em lanternas no estuário de mar e técnico na criação de tilá-
tados, incluindo áreas em Piraí do Cairu. pias. “A vida melhorou. Hoje aju-
Norte, Tancredo Neves e Ibirapi- O Líder, Roque Fraga, à frente do minha mãe a criar meus irmãos,
tanga. Já está pronta a infra-estru- da Cooperativa Mista de Pescado- invisto na casa e planejo me
tura da Biofábrica de Plântulas de res, Marisqueiros e Aqüicultores casar.” A piaçava e o agro-ecotu-
Pupunha, que vai garantir mudas do Baixo Sul (Coopemar), come- rismo irão respaldar as próximas
de boa qualidade, sem espinhos e mora os resultados. “Concluímos Cadeias Produtivas planejadas
livres de doenças. a fase de capacitação de 60 famí- para o Baixo Sul. De acordo com
A Cadeia Produtiva da Aqüi- lias que receberão módulos indi- Luciano Bonaccini, do Ides, como
cultura guarda uma singularidade viduais com 12 tanques de tilá- nas demais iniciativas, o desen-
em relação às de mandioca e pal- pias”, relata. A produção dessa eta- volvimento das Cadeias Produti-
mito. Em vez de proporcionar a pa já serviu à venda de 4 t para a vas não acontecerá de forma iso-
reestruturação de uma atividade empresa portuguesa Totalmar, que lada. Ele se dará junto com o
consolidada, convida pescadores fez o peixe criado nas águas de desenvolvimento dos capitais
a guardar anzol e rede e criar tilá- Cairu chegar às prateleiras da rede ambiental, social e humano.

72 ODEBRECHT INFORMA JAN/FEV • 2005


FRANCISCO MIGUEL DO PRADO VALLADARES JÚNIOR
Arquiteto formado pela Universidade Federal
da Bahia (UFBa) em 1971, Francisco Miguel do Pra-
do Valladares Júnior fez cursos de extensão em
Roma e Miami. Integrante da Construtora Norber-
to Odebrecht por 27 anos, atuou em várias regiões
do Brasil. Foi um dos principais responsáveis pela
primeira obra da empresa na Argentina, a
Hidrelétrica de Pichi-Picun-Leufú, na década de
80. Entre 1988 e 1996, morou em Buenos Aires,
como Responsável pela Construtora Norberto Ode-
brecht no Cone Sul (Argentina, Chile, Paraguai e
Uruguai). Nos últimos anos, residindo em São Paulo,
foi Responsável por Desenvolvimento de Negócios
na empresa.
Além da atuação na Odebrecht, Valladares teve
destacada participação em entidades setoriais. Foi
Vice-Presidente da Associação Brasileira da Infra-
estrutura e Indústrias de Base (Abdib), Diretor de
Comércio Exterior da Associação Brasileira de
Engenharia Industrial (Abemi), Membro do Con-
selho de Integração Internacional da Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e da Associação dos
Diplomados pela Escola Superior de Guerra (Adesg).
Em entrevista à edição de maio/junho de 2004
de Odebrecht Informa, Valladares falou sobre expor-
tação de serviços de engenharia e sua importância
para a integração da América da Sul, situando a
Odebrecht nesse contexto. “Nosso sistema de geren-
ciamento e de delegação planejada funciona tão
bem no Brasil como no exterior. A prática da Tec-
nologia Empresarial Odebrecht é o diferencial da
nossa empresa”, afirmou. “Enfrentamos desafios
em termos de natureza, de comportamentos
humanos. Tudo isso tem nos dado um estofo dife-
renciado.”
Francisco Valladares faleceu aos 57 anos, em
sua residência, em São Paulo, no dia 3 de dezem-
bro. O sepultamento foi realizado em Salvador, no
dia 4 de dezembro, no cemitério Jardim da Saudade.
Deixa a esposa Lucia Margarida e os filhos Ma-
riana e Guilherme.
Luciano Andrade

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