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AEROPORTO DE RECIFE
O vôo conjunto da tecnologia e da arte
OS NOVOS MEMBROS DO CONSELHO DE ENTREVISTA COM O LÍDER AS INOVAÇÕES
ADMINISTRAÇÃO DA ODEBRECHT S.A. EMPRESARIAL MARCELO ODEBRECHT DA BRASKEM
ODEBRECHT IEM 1
LOGÍSTICA
NFORMA
Ao longo dos seus 25 anos de presença no Peru,a Construtora Norberto
Odebrecht participou de obras no deserto,na selva,na montanha,
nos centros urbanos e até no interior de um vulcão.O projeto de irrigação
Chavimochic (foto) é um dos principais símbolos do relacionamento entre
a Odebrecht e o Peru,país pelo qual a empresa iniciou sua atuação
internacional,que se estende hoje a quatro continentes.Esse quarto de
século de atuação no Peru está sendo celebrado pela Odebrecht com a
continuidade de sua participação em empreendimentos de forte impacto
socioeconômico e,sobretudo,com a certeza de estar plenamente
integrada
2O I
ao país.Veja reportagem especial que começa na página 44.
DEBRECHT NFORMA / • 2005
JAN FEV
JAN/FEV • 2005 ODEBRECHT INFORMA 3
nesta edição
Nº 116 • Ano XXXII • jan/fev 2005
10
Na Serra de Carajás, no Pará, a Construtora Norberto
Odebrecht executa obras que permitirão à Companhia
Vale do Rio Doce dobrar sua capacidade de produção e
exportação de ferro
16
Novo Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, em Recife,
construído com a participação da Odebrecht, conjuga beleza e funcionalidade
e exibe em suas dependências obras de renomados artistas pernambucanos
30
Como parte das celebrações de seus 60 anos, a Odebrecht
Logística.............................. 2 Desenvolvimento inaugura, em Salvador, o Núcleo da Cultura Odebrecht,
concebido para apresentar de forma dinâmica a história
Braskem implementa plano estratégico para sustentável ...................... 70 da Organização e as realizações de seus integrantes
movimentação de seus produtos Cadeias produtivas de agricultura e
aqüicultura mudam realidade social no
Cidadania.......................... 24 Baixo Sul da Bahia
Núcleos de Defesa Comunitária criam
oportunidades de crescimento
socioeconômico
Organização ...................... 34
Conselho de Administração da Odebrecht Seções
S.A. tem três novos membros 60 dias ................................................ 7
60 anos .............................................. 27
Desenvolvimento .............. 40 Mensagem do Conselho .................... 33
Concluída segunda edição do PDE, que teve Entrevista .......................................... 36
37 participantes e incluiu novos temas Comunidade ...................................... 63
66
Petroquímica .................... 69 Com um estande de 510 m2 na ala de matérias-primas,
Prêmio Ópera-Prima incentiva arquitetos a Braskem foi um dos destaques da Feira Internacional K, a
maior do setor do plástico em âmbito mundial, realizada
utilizarem PVC em seus projetos Capa: Foto de Eduardo Moody em Düsseldorf, na Alemanha
CARO LEITOR, ODEBRECHT
INFORMA
A
construção do novo Aeroporto Internacional dos Ano XXXII N 116 • jan/fev 2005
o
Emílio Odebrecht fundou, em 1919, sua primeira empresa, a Repórteres na Odebrecht S.A.
Isaac Gondim & Odebrecht, responsável por uma série de KAROLINA GUTIEZ
importantes edificações no estado. Um ano depois, nascia, MIUCHA ANDRADE
em Recife, seu filho Norberto Odebrecht, o fundador da Orga- Coordenadores nas Áreas de Negócios
nização Odebrecht. Quando, na década de 1960, com os MARCO ANTÔNIO ANTUNES PEREIRA
incentivos da Sudene, indústrias se instalaram no Nordeste, [Engenharia e Construção]
principalmente em Pernambuco, a Odebrecht abriu em Reci-
NELSON LETAIF
fe seu primeiro escritório fora da Bahia e participou intensa- [Química e Petroquímica]
mente desse novo momento do desenvolvimento nordes-
tino. Por tudo isso, a participação da Construtora Norberto Coordenadora na Fundação Odebrecht
MARTA CASTRO
Odebrecht na construção do Aeroporto dos Guararapes tem
um significado singular. Coordenação Editorial
Esse significado se potencializa pela extraordinária quali- VERSAL EDITORES
dade do empreendimento da Infraero. Considerado o mais
Editor
moderno do Brasil, com capacidade para atender 5 milhões JOSÉ ENRIQUE BARREIRO
de passageiros por ano, o aeroporto é também um símbolo
da contribuição da Odebrecht à construção da infra-estru- Editor Executivo
CLÁUDIO LOVATO FILHO
tura aeroportuária brasileira, iniciada em 1948, em Salvador.
Contribuir com a construção de infra-estrutura para o Arte/Produção Gráfica
desenvolvimento dos países onde está presente é um dos ROGÉRIO NUNES
objetivos centrais da atuação da Odebrecht. O Peru é um
Fotolitos
exemplo. Há 25 anos, nesse país, a Organização iniciava sua A.P. EDITORA
trajetória internacional, com a construção da hidrelétrica de
Charcani V. De lá para cá, tem participado de importantes Impressão
projetos nas áreas de irrigação, mineração, energia e trans- PANCROM
portes. O Peru é um dos símbolos da atuação internacional Editada também em inglês e espanhol.
da Odebrecht, pela qualidade e quantidade dos projetos ali
desenvolvidos, pelo pioneirismo e pelo exemplo de presen- Publicação para divulgação interna da Organização Odebrecht
Editada pela Odebrecht S.A.
ça a longo prazo, demonstrando que a permanência nos paí-
ses é resultado da existência de clientes satisfeitos e, em TIRAGEM:13.300 EXEMPLARES
decorrência disso, da boa imagem conquistada.
Redação
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informações à redação.
a suas necessidades específicas”
LOGÍSTICA
O caminho dos
melhores resultados Luciano Martins TEXTO • Niels Andreas FOTOS
Plano estratégico
A
Braskem começou a O transporte rodoviário era utili-
desenvolver seu novo zado pela Braskem em quase 90%
da Braskem torna plano estratégico de de suas entregas a distribuidores e
logística em agosto de clientes. A empresa não possuía con-
a movimentação 2002, para aumentar a tratos de longo prazo com as trans-
de produtos eficiência e a segurança e reduzir
custos. Dois anos e meio depois, a
portadoras e todo fim de mês tinha
de administrar a falta de veículos
mais segura e companhia consolida um modelo que para fazer as entregas.
se torna referência para o setor, com Hoje, são movimentadas 4 mil t
eficiente, com a redução da dependência do trans- por mês de Camaçari (BA) para
menores riscos porte rodoviário, queda no custo dos
seguros e, a partir de 2005, mais qua-
Paulínia (SP) e até 4 mil t mensais
entre Triunfo (RS) e Tatuí (SP) por
e custos lidade de vida e segurança para os ferrovia. Foi inaugurada uma rota
transportadores. para transporte marítimo – navega-
ção de cabotagem – pela costa bra-
sileira, entre Maceió, Santos (SP) e
São Francisco do Sul (SC), utilizan-
do entre dois e três navios por mês,
cada um com 100 a 150 contêine-
res, num total aproximado de 7,5
mil t. Uma nova rota marítima está
sendo preparada para ligar os por-
tos de Salvador, Santos e Rio Gran-
de (RS).
Assim, a Braskem já reduziu a
utilização de caminhões a 80% do
total, além de introduzir novos pro-
cessos em todos os modais de trans-
porte. A parceria com a ALL – Amé-
rica Latina Logística garante trans-
porte ferroviário de Triunfo até o
centro de distribuição em Tatuí e
uma rota para exportação até o por-
to de Rio Grande. O transporte
entre o porto de Aratu, próximo a
Camaçari, e Paulínia é feito sob res-
ponsabilidade da FSA – Ferrovias
Sul Atlântico.
Segundo Isabel Figueiredo,
Responsável por Suprimentos e
Logística na Braskem, os objetivos
do plano estratégico para o setor
são aumentar a segurança e a efi-
ciência da movimentação de pro-
dutos e reduzir os riscos e custos.
“Estamos implantando novos
modais de carga, diminuímos o
número de transportadoras de 30
para 12 e com todas elas temos
contratos de longo prazo com cláu-
sula de multa formal em caso de
atrasos. Além disso, aumentamos
a venda em granel graças a par-
cerias com as transportadoras, que
instalam silos nos postos de recep-
ção dos clientes.”
A Braskem assinou contrato de lon-
go prazo com a Docenave na primei-
ra semana de novembro para melho-
rar o transporte por cabotagem e esta-
beleceu nova parceria com a ALL e a
Ultracargo, através
da qual a empre- Caminhão
carregado com
sa do Grupo Ultra produtos da
constrói galpões e Braskem (na
ganha contratos página ao lado) e
trem no centro de
para fazer a arma- distribuição de
zenagem e a dis- Tatuí: empresa
tribuição para cli- introduziu novos
processos em todos
entes na região de os modais de
São Paulo. transporte
JAN/FEV • 2005
Carregamento de
produtos da Braskem
em Triunfo: modelo de
logística da empresa é
referência no
setor petroquímico
O armazém operado pela Ultra- RESULTADOS em 2004, a média caiu para duas
cargo em Tatuí, no terminal da ALL, O transporte rodoviário rece- a três ocorrências, uma redução
é considerado modelo na execução beu cuidado especial. Além da de 80%. Por conta desses resulta-
de operação intermodal. A carga é redução do número de prestado- dos, o custo dos seguros para a
retirada do trem e guardada num res de serviço, todos foram incluí- companhia caiu 60% no último
galpão intermediário ou repassada dos no sistema de monitoramen- ano.
diretamente aos caminhões, para to oferecido pela Pamcary, que Até 2003, o objetivo principal
entrega a clientes da região próxi- permite acompanhar cada cami- do programa de melhora no trans-
ma a São Paulo. “A Braskem não nhão que deixa uma instalação da porte rodoviário era prevenir o
tem interesse de investir em ativos Braskem até o destino final da car- roubo nas estradas. Alcançada
logísticos e isso facilita o estabele- ga (veja boxe). Os resultados são essa meta com o sistema de moni-
cimento de parcerias”, explica Isa- perceptíveis: em agosto de 2002 toramento, 2005 será o ano do
bel Figueiredo. houve 12 roubos de caminhões; combate aos acidentes. Além de
Adilson Secco
Trecho da auto-estrada: operação através do sistema de concessão Scut (Sem Cobrança ao Utilizador)
UMA PLANTA
NA FLORESTA Eliana Simonetti TEXTO • Luciano Andrade FOTOS
Obras em Carajás:
ritmo acelerado
para permitir à
CVRD dobrar sua
capacidade de
produção e
exportação de ferro
TECNOLOGIA
COM ARTE
Capaz de atender 5 milhões de passageiros por ano, novo
Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, em
Recife, considerado o mais moderno do Brasil, equilibra apuro
estético e funcionalidade e brinda os usuários com a exposição
permanente de obras de destacados artistas pernambucanos
Cláudio Lovato Filho TEXTO • Eduardo Moody FOTOS
O novo Aeroporto
de Recife:
possibilidade de
estacionamento
simultâneo de
26 aviões
E
m 1948, a Construtora Norberto Odebrecht, Guararapes, o mais moderno do Brasil, constituiu um
à época uma jovem empresa de quatro anos momento especial”, afirma João Pacífico, Diretor-Supe-
de existência, começava a construir a pri- rintendente da Área Norte da Odebrecht Engenharia e
meira estação de passageiros do Aeroporto Construção. “Nesse empreendimento, nos relacionamos
de Salvador. A obra, concluída em 1950, ao mesmo tempo com dois de nossos clientes mais tradi-
marcou a estréia da empresa em obras aeroportuárias. cionais: a Infraero e o Governo de Pernambuco. Foi uma
Mais de 50 anos depois, em julho de 2004, a Odebrecht experiência diferente, que exigiu de nossa parte um esfor-
entregou à Infraero – Empresa Brasileira de Infra-estru- ço adicional. Por tudo isso, a obra também representou
tura Aeroportuária e ao Governo de Pernambuco o novo uma excelente oportunidade para a integração e a for-
Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Frey- mação de jovens parceiros”, ele acrescenta.
re, em Recife. Com um terminal de passageiros capaz Construído na década de 40, o antigo Aeroporto dos
de atender 5 milhões de usuários por ano e que impres- Guararapes, situado exatamente ao lado de onde hoje
siona pelo equilíbrio entre funcionalidade e beleza, é está o novo, passou por sucessivas ampliações e tinha
considerado um símbolo da eficiência da capacidade para atender 1,5 milhão de pas-
engenharia brasileira. Para a Odebrecht, a sageiros por ano. A demanda atual é de 2,5
construção do Aeroporto dos Guararapes milhões de passageiros. O novo aeroporto foi
tem um significado ímpar na sua longa tra- dimensionado para garantir o atendimento
jetória de participação em obras em aero- de 5 milhões de usuários por ano, número
portos no Brasil e no exterior, na qual o pri- indicado nas estimativas relacionadas a 2017.
meiro passo foi dado naquele distante final As obras do novo Aeroporto dos Guara-
dos anos 40, em Salvador. rapes, que absorveram até hoje investimen-
“A Odebrecht tem uma grande experiên- tos da ordem de R$ 250 milhões, começa-
cia em obras aeroportuárias e a sua partici- João Pacífico: momento ram em janeiro de 2001, sob responsabili-
pação na construção do novo Aeroporto dos especial dade do consórcio formado pela Construto-
Welington Moura:
“O passageiro
precisa se sentir à
vontade, em um
ambiente agradável”
• ILHÉUS, 1957 – Após construir a primeira • RIO DE JANEIRO, 1989 A 2000 – A Ode-
tido muito nesse sentido, realizando cursos para suas equi-
estação de passageiros do Aeroporto de brecht constrói o segundo terminal de passa- pes. No aeroporto, o passageiro precisa se sentir à vonta-
Salvador, entre 1948 e 1950, a Odebrecht faz geiros (TPS 2) do Galeão.No Rio de Janeiro, a de, em um ambiente confortável.”
o revestimento de pistas do Aeroporto de empresa também atua no Aeroporto Santos
O cearense Ernesto Escóssia Camarço, Gerente de
Ilhéus (BA),entre março e outubro de 1957. Dumont:em 1998, participa da reconstrução
do aeroporto depois do incêndio que o des- Obras da Infraero no Aeroporto dos Guararapes, 28 anos,
• ITABUNA, 1960 A 1962 – A Odebrecht truiu por completo.Em 2003 e 2004, executa começou a trabalhar em aeroportos aos 22, em Fortale-
assume a responsabilidade de construir as serviços de reforma e adequação do pátio de
za, sua cidade natal. Atualmente também é responsável
pistas do Aeroporto de Itabuna (BA), entre estacionamento de aeronaves. A atuação no
1960 e 1962. Santos Dumont tem prosseguimento com a
pela implantação do projeto de ampliação da Infraero no
ampliação do aeroporto,iniciada em outubro Aeroporto de Maceió. Ernesto destaca que o Aeroporto
• SALVADOR E CANAVIEIRAS,1960 A 1963 de 2004 (veja boxe). dos Guararapes é hoje referência para toda a rede de
– Faz trabalho idêntico no Aeroporto do Aero-
aeroportos da Infraero no Brasil. Segundo ele, um dos
clube de Salvador e no Aeroporto de Cana- ARACAJU,1997 E 1998 – A Odebrecht rea-
vieiras,de 1960 a 1963. liza a ampliação do Aeroporto de Santa Maria, principais desafios da Infraero foi a necessidade de har-
em Aracaju. monizar os interesses – por vezes divergentes – dos vários
• SALVADOR,1971 A 1977 – Volta às obras
clientes da empresa no aeroporto, entre eles os órgãos
aeroportuárias na Bahia para realizar o prolon- • PALMAS,1999 A 2001 – A empresa cons-
gamento das pistas do Aeroporto de Salva- trói o Aeroporto de Palmas, em Tocantins, o
públicos e os concessionários. “A compatibilização dos
dor,entre 1971 e 1977. mais novo estado brasileiro. projetos foi resolvida com muito diálogo”, relata Ernesto.
A execução de um projeto arquitetônico complexo, outro
• POÇOS DE CALDAS,1961 – É responsável • GAVIÃO PEIXOTO,2002 – Contratada pela
desafio apontado por Ernesto, foi solucionada com base
pela terraplenagem e pela execução de obras- Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer),
de-arte correntes no Aeroporto de Poços de a Odebrecht executa a pista de testes do Pólo na capacitação e na experiência das empresas participan-
Caldas (MG). de Gavião Peixoto (SP). tes do empreendimento. Assim como o Secretário Fer-
nando Dueire, Ernesto admite que tem forte ligação pes-
• ARACAJU,1962 – A empresa executa ser- • MIAMI,ORLANDO E FORT LAUDERDALE
viços no Aeroporto de Aracaju,os quais incluem (EUA),A PARTIR DE 1992– No exterior,a atua-
soal com a obra que ajudou a realizar. “É impossível evi-
revestimento das pistas de pouso e decola- ção da Odebrecht no setor aeroportuário con- tar o envolvimento emocional”, ele diz, olhando para o
gem, construção da pista de taxiagem e pin- centrou-se nos Estados Unidos,em Portugal e painel “Pastoral”, sua peça favorita.
tura de sinalização. no Chile. No Aeroporto Internacional de Mia-
Um trabalho iniciado em 2000 e que consistiu em um
mi, onde está presente desde 1992, a empre-
• FORTALEZA,1963 E 1964 – A Odebrecht sa executa hoje o seu décimo terceiro contra- dos diferenciais do empreendimento foi a coordenação
reforça as pistas e constrói o pátio de taxia- to,construindo o Terminal Sul e o Concourse J dos projetos executivos. No site criado especialmente para
gem e estacionamento de aeronaves. (prédio para embarque e desembarque de pas-
a obra, os projetistas inseriam seus trabalhos, que eram
sageiros).Também foram realizadas obras no
• BAIXO GUANDU,1967 E 1968 – No Espí- Aeroporto de Orlando,entre as quais a amplia-
consultados a todo o momento pelos participantes do
rito Santo,constrói as pistas do Aeroporto de ção do Terminal Norte,e no Aeroporto de Fort empreendimento. “Todos na obra estavam em perma-
Baixo Guandu. Lauderdale,no qual a Odebrecht construiu um nente comunicação, através de rede”, relata Bruno Dou-
pátio de manobras de aeronaves.
rado. “Isso nos permitiu um enorme ganho de agilidade,
• RIO DE JANEIRO,1973 A 1986 – Vivendo
a fase de expansão nacional, a Odebrecht • PORTUGAL, DE 1984 A 2002 – A Bento ao assegurar a integração e a sintonia entre os diferentes
começa a participar,em 1973,de um das obras Pedroso Construções – BPC,subsidiária da Ode- programas. Todos sabiam exatamente o que estava ocor-
mais emblemáticas de sua história:a constru- brecht no país,realiza serviços nos aeroportos
rendo, o momento do início e do término de cada servi-
ção do Aeroporto Internacional do Rio de Janei- de São Nicolau,Praia,São Vicente,Montijo,São
ro,o Galeão.Entre aquele ano e 1986,a empre- Miguel,Faro e do Porto.
ço, enfim, o andamento global do trabalho.”
sa ergue um complexo aeroportuário com Bruno Dourado acentua que, por seu porte e sua com-
capacidade para atender 8 milhões de passa- • SANTIAGO (CHILE),ENTRE 1992 E 1994 – plexidade, a obra ofereceu um ambiente valioso para a
geiros por ano.Nesse projeto,é iniciada a par- A Odebrecht tem sob seu encargo a constru-
formação de jovens parceiros. Foram 14, no total. Entre
ceria que culmina na aquisição da Companhia ção da primeira fase do novo terminal de pas-
Brasileira de Projetos e Obras – CBPO pela Ode- sageiros do Aeroporto Arturo Merino Benitez, eles os engenheiros Jayro Poggi e Renato Bortoletti, ambos
brecht. em Santiago. de 26 anos. Jayro, integrante do Programa de Engenha-
Muito além da
(ao centro) com
integrantes da
Braskem e Valdete
dos Santos (à
direita):
desenvolvimento
da consciência
cidadã
adaptação à realidade
Núcleos de Defesa Comunitária da Braskem ajudam pessoas que
vivem em áreas próximas às tubulações que conduzem produtos
petroquímicos a criar novas perspectivas socioeconômicas
Alessandra Nascimento TEXTO • Christian Cravo FOTOS
P
ara os quase 2 mil moradores das dulfo Alves, o Porto de Aratu, a Dow Quí-
comunidades de Pitanga de Pal- mica e o Pólo Petroquímico de Camaçari,
mares, Futurama, Menino Jesus, eles tinham pouco conhecimento sobre a
Passé e Madeira, situadas entre necessidade de segurança. O funcionamen-
os municípios baianos de Dias to das 22 tubulações – 10 das quais perten-
D´Ávila, Camaçari, Aratu e Candeias, a centes à Braskem – com 30 km de extensão
noção de morar numa área de risco era fic- exige procedimentos rígidos, já que passam
tícia até dois anos atrás. Residentes em locais por áreas habitadas.
próximos a tubulações que conduzem pro- A criação dos Núcleos de Defesa Co-
dutos petroquímicos entre a Refinaria Lan- munitária, os Nudecs, da Braskem, em
Oportunidades para
celebrar e refletir
Karolina Gutiez TEXTO
C
omo parte das comemorações de seus 60 anos de
fundação, a Odebrecht realizou o Fórum Internacio-
Fórum internacional, nal Brasil 2015 – Oportunidades e Desafios, dia 23
de novembro, em São Paulo, para cerca de 300 pes-
exposições e soas. A finalidade do fórum foi provocar reflexões
sobre as perspectivas do Brasil nos próximos 10 anos e a formu-
homenagens ao lação de propostas no rumo da construção de uma sociedade
mais justa. Participaram do evento Felipe González, Primeiro-
Ministro da Espanha de 1982 a 1996; Ruth Cardoso, idealizado-
fundador Norberto ra dos programas do Comunidade Solidária e hoje Presidente
da ONG Comunitas; Luciano Coutinho, professor do Instituto
Odebrecht marcam de Economia da Unicamp; e Renato Janine Ribeiro, professor
de Ética e Filosofia Política na USP. O mediador do encontro foi
as comemorações o jornalista Roberto D´Ávila.
“Ao convidá-los para expor suas idéias e conosco debatê-las,
dos 60 anos da tivemos em mente colocar em linhas de convergência, de um lado,
a experiência do Primeiro-Ministro González, que traz consigo o
ções de três pensadores brasileiros, que se mento social e o econômico, destacando que Mesa do Fórum
identificam na visão positiva que têm sobre o desafio para os próximos anos é garantir Internacional Brasil
2015: Renato Janine
nosso futuro e nossa capacidade de superar, educação para todos. Ribeiro, Felipe
como a Espanha o fez, os desafios do desen- Felipe González falou sobre sua experiên- González, Roberto
volvimento”, disse Emílio Odebrecht, Presi- cia de 14 anos como Primeiro-Ministro, perío- D’Ávila, Ruth
Cardoso e Luciano
dente do Conselho de Administração da Ode- do em que a Espanha conseguiu avançar em Coutinho
brecht S.A., na abertura do fórum. seu processo de desenvolvimento sustentá-
Ruth Cardoso falou dos desafios na área vel. Quando assumiu o cargo, do ponto de
social e defendeu um debate mais amplo vista socioeconômico o país se encontrava
entre Governo, empresas e entidades do Ter- muito próximo do Brasil de hoje. Por isso,
ceiro Setor com a finalidade de encontrar Felipe González pôde traçar paralelos entre
soluções para a criação de capital social no a realidade dos dois países. Referindo-se à
Brasil. Organização Odebrecht, afirmou: “Uma
Luciano Coutinho destacou os principais empresa só se desenvolve ao longo de 60
desafios do Brasil no rumo do crescimento anos se mantiver uma identidade clara, obje-
econômico sustentável, a exemplo de inves- tivos permanentes, capacidade de adapta-
timentos em infra-estrutura, avanço nas ção e de flexibilidade para alcançar os obje-
exportações, criação de oportunidades de tra- tivos propostos, um compromisso forte, habi-
balho e implementação de políticas sociais lidade para coordenar equipes e impecabi-
eficientes. lidade no trabalho realizado. Só assim uma
Renato Janine Ribeiro tratou da questão organização sobrevive 60 anos, com êxito,
cultural e das ligações entre o desenvolvi- num mundo em transformação”.
O Presidente Lula, acompanhado de Emílio Odebrecht, do Presidente da CNI, Deputado Armando Monteiro, do Senador José Sarney e de ministros de
Estado, ouve apresentação de Márcio Polidoro, Responsável por Comunicação Empresarial na Odebrecht S.A.(à esquerda), sobre a exposição em Brasília
no discurso que fez depois de visitar a expo- homenagem aos 60 anos da Organização
sição. “Quem viaja pela América do Sul, por Odebrecht. Lise Weckerle, Presidente da
alguns países da África ou pelo Brasil, nor- entidade, entregou uma placa alusiva à
malmente encontra a mão da Odebrecht em data a Norberto Odebrecht, como símbo-
alguma coisa. Não são muitos os quilômetros lo do reconhecimento do empresariado
de estradas brasileiras que podemos percor- baiano. Ao saudar o fundador da Orga-
rer sem passar por um quilômetro feito pela nização, Lise expressou “os votos de
Odebrecht.” continuado sucesso a todos os que par-
Exposições sobre os 60 anos foram rea- ticipam como dirigentes e integrantes
lizadas em canteiros de obra, unidades indus- da Odebrecht, que tanto engrandece
triais e escritórios da Odebrecht. a Bahia e o Brasil.”
No dia 23 de novembro, Norberto Ode-
Em novembro, foi
HOMENAGENS AO brecht recebeu uma comenda da Asociación publicada a edição
FUNDADOR NORBERTO ODEBRECHT Iberoamericana de Cámaras de Comercio, que especial de
Odebrecht Informa
A Associação Comercial da Bahia ofere- o escolheu como Personalidade Empresarial sobre os 60 anos da
ceu um coquetel, no dia 24 de novembro, em Brasileira de 2004. Odebrecht.
MEMÓRIA
binação dinâmica de princípios e que coexistem na Organização reve- quistas e suas crises, seus aprendi-
concepções filosóficas com momen- la o espírito, o pensamento e as ações zados e suas realizações, orientadas
tos históricos marcantes, permite do fundador Norberto Odebrecht e por uma base cultural comum, pes-
identificar nos atos das pessoas e de seus parceiros, mestres e oficiais, soas que têm uma linguagem úni-
em suas realizações os valores e co-fundadores da Organização, a ca e compartilham as mesmas con-
crenças que pautaram e pautarão a partir dos fatos ocorridos na década cepções filosóficas”, define Norber-
trajetória da Odebrecht no rumo da de 1940; os antecedentes que sus- to Odebrecht.
Sobrevivência, do Crescimento e da tentaram o alcance de seus objeti- Na abertura do Núcleo, ele foi
Perpetuidade. vos e os desdobramentos seguintes; homenageado por seu neto Marce-
O propósito primordial do Núcleo e a contribuição dos empresários- lo Odebrecht, Líder Empresarial da
é, ao mostrar as conquistas, as rea- parceiros da Primeira, da Segunda Construtora Norberto Odebrecht
lizações e os aprendizados do pas- e da Terceira Geração, protagonis- (CNO), representando a Terceira
sado, ser um dos meios impulsiona- tas dos fatos e decisões que trouxe- Geração de empresários-parceiros.
dores das conquistas, das realiza- ram a Organização ao presente e Ele destacou que muitos jovens
ções e dos aprendizados do futuro, que criaram as bases tangíveis e empresários de hoje terão compe-
expressando simbolicamente a intangíveis para a caminhada das tência para liderar os negócios da
comunicação entre as gerações que novas gerações rumo ao futuro. Organização no futuro, e ressalvou:
integram a Organização. “Assim, o Núcleo se propõe a ser “Alguns serão até mais competen-
Essa comunicação que o Núcleo o espaço-síntese de uma história de tes que o senhor, mas isso só será
proporciona entre as três gerações pessoas e de seus desafios, suas con- possível porque desde já eles
6 3
Concebido e construído pela Venosa Design, o Núcleo da Cultura Odebrecht é composto de duas cúpulas de aproximadamente 70 m2 cada, nas quais
é contada a história da Organização, e mais um área de 150 m2, onde é apresentada a atual Organização Odebrecht e seu compromisso com o futuro
seguem o rumo que o senhor deu”. pudessem ser orientadores da edu- Renato Martins entregou a
Marcelo entregou ao avô um pôster cação das novas gerações e servis- Norberto Odebrecht um fac-sími-
com uma fotografia dos jovens sem de estímulo para o alcance de le do catálogo de obras da então
empresários que trabalham na Ben- resultados cada vez melhores no Norberto Odebrecht Construto-
to Pedroso Construções, em Portu- futuro. ra Ltda., editado entre 1949 e
gal, no qual se lê a seguinte men- O Núcleo é uma exposição ico- 1950. O exemplar foi produzido
sagem: “Dr. Norberto, pode deixar, nográfica permanente que reúne à época pelo artista plástico
que os próximos 60 anos nós garan- fotografias, medalhas, troféus, vídeos, argentino Carybé com todas as
timos”. documentos e outros elementos que obras que o fundador conduziu
O Núcleo da Memória Ode- fizeram e ainda fazem parte da his- nos primeiros anos de vida pro-
brecht, que hoje dá lugar ao Núcleo tória da Organização, dispostos de fissional.
da Cultura, foi criado em 1984. maneira a contar a sua trajetória Estiveram presentes ao even-
Renato Martins, Responsável por (veja boxe com roteiro de visita). to acionistas, conselheiros de
Desenvolvimento de Novas Opor- Renato Martins relembra:”No administração e conselheiros
tunidades na Odebrecht S.A., o últi- começo da década de 80, teve início consultivos, integrantes da equi-
mo integrante da Primeira Geração a coleção de registros da atuação pe do Diretor-Presidente da
ainda na ativa, contou que o espa- empresarial que representavam a Odebrecht S.A., líderes empre-
ço nasceu, àquela época, da neces- documentação do trabalho de todos sariais e integrantes da CNO, da
sidade de compor um acervo que os integrantes e as manifestações de Braskem, da OCS – Odebrecht
representasse as conquistas, regis- Clientes e de Comunidades aos quais Administradora e Corretora de
trasse os atos e fatos e também os a Odebrecht serviu e cujas necessi- Seguros, Odeprev – Odebrecht
aprendizados do passado, com o dades foram satisfeitas”. Este acer- Previdência e Fundação Ode-
objetivo de se ter os apoios que vo forma o Núcleo da Cultura. brecht.
Complementando
competências
QUANDO FORAM ADOTADAS AS MEDIDAS QUE pre com visão de longo prazo, voltados para oportuni-
levaram ao aprimoramento do Sistema de Governança dades e não para problemas.
da Organização Odebrecht, o Conselho de Administra- São, portanto, pré-requisitos para integrar nosso Con-
ção da Odebrecht S.A. assumiu novos desafios, adequa- selho capacidade aprimorada de julgamento, alta res-
dos ao redirecionamento estratégico e à complexidade ponsabilidade e extrema seriedade. Os novos Conse-
dos negócios e do cenário mundial, no rumo do cresci- lheiros nos trazem, além disso, percepções externas e
mento. conhecimentos e experiências diferenciadas que, cer-
Uma das decisões tomadas então foi a de ampliar tamente, enriquecerão o processo deliberativo do gru-
o número de Conselheiros, incluindo Integrantes iden- po, já formado por pessoas que, além das qualidades
tificados fora da Organização, com a finalidade de acima referidas, acumularam importantes e diversifica-
complementar as competências do Conselho para fazer das vivências enquanto atuaram como executivos da
face a esses desafios. Organização.
Esta edição de Odebrecht Informa Complementar à implantação, em
traz reportagem tratando do assunto, Os novos membros 2001, do novo sistema de Governança,
já que no último mês de novembro os mais moderno e mais ajustado à dimen-
Acionistas da Odebrecht S.A. decidi-
do Conselho são, aos desafios e à estrutura societá-
ram pela integração, ao nosso Conse-
lho, de Rubens Ricupero, Pedro Maria-
de Administração ria atual da Organização, e comple-
mentar também ao processo de reno-
ni e Luiz Almeida (veja páginas 34 e 35). trazem percepções vação das lideranças em nossos negó-
A linha do Empresariamento Acio- cios, a integração dos novos Conselhei-
nista-Cliente é o ponto de partida para externas e ros foi mais um movimento em nossa
a nossa concepção organizacional e para caminhada no rumo da Sobrevivência,
a conseqüente mobilização dos Empre- experiências do Crescimento e da Perpetuidade.
sários-Parceiros e de suas equipes. É oportuno ressaltar a importância
O Conselho de Administração da diferenciadas do equilíbrio na linha do empresaria-
Odebrecht S.A. é a instância máxima mento, a que une o Acionista ao Clien-
na linha do empresariamento, representando os Acio- te, pois todos os elos da cadeia precisam estar igual-
nistas. É órgão deliberativo, não-executivo, e seu foco mente fortes.
está nas decisões político-estratégicas, no direciona- Isso significa que, cada vez mais, nossos Clientes,
mento estratégico e na interação com o Diretor-Presi- para que sobrevivam, cresçam e se perpetuem, preci-
dente da Odebrecht S.A., visando sobretudo à agrega- sam ser competitivos. Assim, do Empresário-Parceiro,
ção de valores tangíveis e intangíveis e à garantia da responsável direto pela satisfação e competitividade dos
aplicação de nossa filosofia empresarial em todos os seus Clientes, até os Acionistas, representados pelo Con-
âmbitos da Organização. Suas decisões têm conseqüên- selho de Administração, todos na Organização preci-
cias de largo impacto, porque criam precedência e geram sam olhar com especial cuidado para a cadeia produti-
valores, conceitos e políticas. va na qual estão inseridos.
Tratamos no Conselho também de questões relati- Conhecê-la profundamente é condição para a con-
vas a cultura, macroestrutura, desempenho, investimen- tribuição eficaz. E a contribuição eficaz será o fator da
tos, designação de responsáveis para posições-chave, sobrevivência, do crescimento e da perpetuidade de
código de conduta, responsabilidade social e ambien- cada um deles e – por conseqüência – da Organização
tal, imagem e segurança empresarial, deliberando sem- Odebrecht.
Luiz Almeida,
Pedro Mariani e
Rubens Ricupero
O
Conselho de Admi- expansão internacional dos negó-
nistração da Ode-
brecht S.A. passa a
passam a integrar cios da Organização.
Pedro Mariani, por sua vez,
contar, a partir de agrega experiência pessoal nos
janeiro de 2005, o Conselho de setores financeiro e industrial. É
com três novos membros: Luiz o principal executivo do Banco
Almeida, Pedro Mariani e Ru- BBM, que teve origem em Sal-
bens Ricupero . Eles trazem ao
Administração da vador, em 1858, sob a denomi-
Conselho maior diversidade de nação de Banco da Bahia, e que
conhecimentos e novas compe- Odebrecht S.A. hoje atua como banco de ataca-
tências para fazer frente aos do, com foco nas atividades de
futuros desafios da Organização. tesouraria, crédito e estrutura-
O Embaixador Rubens Ricu- ção de produtos. Pedro Mariani
pero deixou recentemente a dire- tem formação acadêmica e pro-
ção da Unctad – Conferência das fissional voltada para economia
Nações Unidas sobre Comércio e finanças e uma vida empresa-
e Desenvolvimento, órgão da rial de 25 anos, durante a qual
ONU dedicado a promover o adquiriu larga vivência em
desenvolvimento dos países assuntos societários (de socieda-
pobres, por meio do comércio e des abertas e fechadas).
de investimentos. Durante nove Luiz Almeida, que trabalhou
anos ele foi o Secretário-Geral da na Odebrecht por mais de 30
entidade. Ricupero esteve a ser- anos, tem uma visão global dos
viço do Itamaraty por 36 anos, negócios da Organização e vas-
tendo sido Embaixador do Brasil ta experiência como executivo
em Genebra, nos Estados Unidos na área internacional, tendo sido
e na Itália. Tem 45 anos de car- um dos principais responsáveis
reira internacional, parte da qual pela presença da Odebrecht em
dirigida ao comércio internacio- Angola. Foi Responsável pelo
nal e à economia mundial. Ele negócio Telecomunicações e
acrescenta à Odebrecht vivência Membro do Conselho de Admi-
Luiz Almeida: integrante da Odebrecht por
e relacionamento dentro e fora 30 anos, tem vasta experiência como nistração da Odebrecht S.A. até
do país, indispensáveis para a executivo na área internacional 2001.
RICUPERO E MARIANI TÊM UM NOVO Pedro Mariani, embora não tenha Para ambos, são grandes os
DESAFIO EM SUAS CARREIRAS integrado a Organização Odebrecht, desafios da Odebrecht e de todas
Rubens Ricupero e Pedro convive com ela de longa data, em as organizações que atuam no mun-
Mariani são os primeiros conse- razão da proximidade histórica entre do globalizado. Pedro Mariani des-
lheiros, no atual modelo de Gover- a Odebrecht e o Banco da Bahia. “- taca: “É preciso pensar globalmen-
nança da Odebrecht, que não são Essa tradição foi renovada no Ban- te e agir localmente de forma efi-
ex-executivos da Organização. co BBM e na associação entre o Gru- caz, pois as transformações globais
Ambos receberam como grande po Mariani e a Odebrecht na área seguem em velocidade crescente,
demonstração de confiança o con- petroquímica nas décadas de 1980 atuando sobre novas áreas e crian-
vite da Odebrecht S.A. para inte- e 1990”, ele salienta. Ao longo des- do um ambiente que exige apura-
grar o Conselho de Administração ses anos, Mariani criou uma imagem da coleta de informações e concei-
e como oportunidade de contribuir da Odebrecht como “formadora de tualização, de modo a definir estra-
para o desenvolvimento da Orga- excelentes quadros em todos os tégias e prioridades”.
nização. “Inicio uma etapa intei- níveis hierárquicos, engajada em De acordo com Rubens Ricupe-
ramente nova em minha vida. seus objetivos estratégicos com a ro, todos os desafios podem ser
Sempre acreditei que o ser huma- devida flexibilidade e, em conse- reduzidos a um só: “Como obter
no só cresce e evolui quando não qüência, líder na América Latina e êxito no processo de transnaciona-
se acomoda com aquilo que já competitiva no mundo”. lização da economia, tanto na
conhece e se dispõe a aprender Ricupero espera contribuir nas exportação de serviços quanto na
para enfrentar desafios inespera- áreas em que acumulou experiên- petroquímica”. Para isso, diz ele,
dos”, diz Ricupero. Ele lembra que cia e conhecimentos especializa- “o elemento-chave é compreender
foi isso mesmo o que lhe aconte- dos, como o comércio internacio- que para um país, assim como para
ceu quando teve de dirigir o esfor- nal, com suas tendências globais uma organização, o desenvolvi-
ço de preparação e lançamento do e em regiões específicas, as regras mento é um processo de aprendi-
Real em 1994. “Vejo como oportu- de comércio do Gatt e da Organi- zagem contínua, um esforço de
nidade estimulante colocar minha zação Mundial de Comércio auto-superação por meio da aqui-
experiência a serviço de uma orga- (OMC), as negociações na OMC, sição de conhecimentos práticos e
nização autenticamente nacional, na Alca, na União Européia e no teóricos que não admite repouso
que foi capaz de alcançar nível de Mercosul e as questões ligadas a ou acomodação. É como andar de
excelência no mundo competitivo exportações de serviços, entre tan- bicicleta: se parar, cai; é preciso
da globalização.” tas outras. pedalar e avançar.”
Respeito ao passado,
olhos no futuro
José Enrique Barreiro TEXTO • Holanda Cavalcanti FOTOS
Odebrecht Informa – Da empresa tunidades são muitas, estamos to em que, com mais de 80% de
fundada por Norberto Odebrecht limitados somente pela nossa nossa receita no exterior, não con-
até hoje, a Odebrecht tem uma tra- capacidade de integrar novos seguimos nos imaginar no rumo
jetória de crescimento contínuo. empresários-parceiros e novas da perpetuidade limitados ao mer-
Qual a chave desse processo? equipes. Os demais desafios e cado doméstico e mesmo aos mer-
Marcelo Odebrecht – A chave é concentrações são dinâmicos cados em que atuamos neste
a prática da TEO por nossas equi- como o nosso negócio, e alteram- momento.
pes. Em especial, a integração de se a todo instante.
novos empresários-parceiros e OI – O que vem determinando o
outros talentos, a delegação pla- OI – A Odebrecht está completan- êxito de atuação em alguns paí-
nejada e o foco na satisfação do do 25 anos de atuação no exterior. ses como Peru, Angola, Portugal,
cliente. Você poderia fazer um balanço Equador, República Dominicana,
geral dessa trajetória? Estados Unidos e Venezuela?
OI – Quais os principais desafios MO – Fomos cuidadosos no início MO – Devemos considerar em pri-
atuais do seu negócio? E quais as e, assim, sobrevivemos sem abor- meiro lugar nossas competências
suas áreas de concentração? tar o processo de internacionali- internas, oriundas da prática da
MO – Nosso maior desafio e nos- zação. Ousamos quando as ope- TEO, notadamente a delegação pla-
sa maior concentração serão sem- rações no Brasil nos permitiam nejada, que permite a nossos empre-
pre a identificação e integração ousar, e com isso aprendemos e sários-parceiros e respectivas equi-
de novos talentos. Neste momen- criamos as bases para o cresci- pes atuar localmente com total ali-
to em especial, em que as opor- mento. Até que chegamos ao pon- nhamento com os acionistas. Além
A prática da
filosofia no cotidiano Simone Goldberg TEXTO • Almir Bindilatti FOTOS
José Carlos
Grubisich fala no
PDE: transmissão
de conhecimento
PERU
Raízes profundas
O
majestoso perfil do De Charcani V, contratada em
vulcão Misti, que Presente no país há 1979, até Olmos, concessão de irri-
domina o horizonte da gação cujo contrato foi assinado no
cidade de Arequipa, 25 anos, Odebrecht é dia 22 de julho passado, a Ode-
na direção da cordi- brecht se integrou de tal forma ao
lheira dos Andes, guarda um sím- a única empresa de ambiente de negócios no Peru que
bolo da história da Odebrecht no acabou se tornando protagonista
Peru. Foi nas encostas dessa mon- destacado no salto de desenvolvi-
tanha de 5.822 m de altura, a uma
origem estrangeira mento e modernização vivido pelo
altitude entre 2.900 m e 3.700 m país no último quarto de século. A
sobre o nível do mar, que a empre- a atuar por tanto Odebrecht Perú Ingeniería y Cons-
sa enfrentou seu primeiro desafio trucción SAC, que já produziu mais
no país, há 25 anos. Ali foi construí- tempo de forma de 40 importantes obras de infra-
da a central hidrelétrica Charcani estrutura e de mineração, é a maior
V, uma obra de engenharia que contínua no Peru construtora do país, a empresa
transformou o panorama econômi- nacional de maior longevidade no
co e social da região e deu início a setor e a única de origem estrangei-
uma saga que poucas empresas em ra a atuar por tanto tempo de for-
todo o mundo podem contar. ma contínua em solo peruano.
PARCEIROS DO SUCESSO
Quando a Odebrecht resolveu
apostar no Peru, em 1977, represen-
tada pelo então Responsável pela
Área Internacional, Marc Altit, seu
primeiro alvo foi um projeto antigo,
baseado em estudos de 1963, desti-
nado a suprir a demanda de ener-
gia da cidade de Arequipa, no sul
Jorge Barata: segredo e fundamento
do país. Fernando Chávez Belaún-
de era Diretor da Electroperu, res- cionamento, na opinião do ex-Minis-
ponsável pela administração de pro- tro, ajudou a formar um novo estilo
jetos, e lembra detalhes desse pio- de negociação em obras públicas no
neirismo. “A Odebrecht se revelou Peru: “Uma obra como essa muda
uma empresa inovadora, decidida. até a mentalidade dos políticos”.
A licitação exigia o financiamento Aos 74 anos de idade, Belaúnde
de 100% da obra, porque o Gover- continua ativo, como consultor da
no não tinha recursos. A Odebrecht, Egasa – Empresa de Generación de
que formou um consórcio com a Energia de Arequipa – e é conside-
francesa Alstom, se apresentou com rado uma referência em administra-
uma proposta financeira completa, ção de obras públicas no Peru. Ele
incluindo a criação de uma empre- relaciona a ação da Odebrecht ao
sa que importaria os equipamentos surgimento de métodos inovadores
do Brasil”, recorda Belaúnde. “A quanto aos contratos de obras públi-
proposta era baseada num proces- cas e à formação de técnicos, enge-
so de financiamento muito inovador nheiros e administradores. “A che-
para as práticas da administração gada da Odebrecht trouxe uma
na época e, por isso, demorou meses oportunidade de crescimento pro-
para ser entendida, mas percebi des- fissional para muitos peruanos, não
de o início que se tratava de um sis- só em termos de tecnologia, mas
tema muito favorável à Electroperu sobretudo em função de um modo
e a única maneira de concretizar a muito peculiar de relacionamento.
obra.” É um cuidado permanente, dos míni-
Antes da construção da hidrelé- mos problemas aos grandes desa-
trica, a região de Arequipa sofria fios, com tudo que envolve o
com apagões constantes e não havia empreendimento.”
água suficiente para a expansão da Um desses problemas aconteceu
agricultura. Mesmo assim, lembra em 1987, durante a escavação em
Fernando Chávez Belaúnde, duran- Charcani V, quando as infiltrações
te muito tempo a obra foi alvo de começaram a superar em muito os
ataque de políticos e de parte da índices aceitáveis. Foram ouvidos
imprensa. “Dizia-se que era um especialistas do Brasil, do Japão e
negócio muito grande, um elefante até engenheiros da Suíça, que reco-
branco, e eu era o domador do ele- mendaram uma extensão adicional
fante branco, mas o que realmente de 2 km de revestimento de aço. Isso
funcionava era o próprio relaciona- tornaria a obra muito mais custosa.
mento dos brasileiros, direto e ami- Integrante da equipe da Odebrecht,
gável ao mesmo tempo.” Esse rela- o engenheiro peruano Juan Gómez
48 ODEBRECHT INFORMA
encontrou a resposta. Ele demons-
trou que as infiltrações aconteciam
porque as rachaduras no material
vulcânico eram inclinadas, e não
perpendiculares em relação ao túnel.
Foi feita uma mudança no sistema
de injeção de concreto e a infiltra-
ção acabou.
Juan Gómez, autor da solução,
tem uma boa recordação desse
momento. Ele havia começado em
Charcani V em março de 1980 e
ficou impressionado com o sistema
de trabalho implantado na obra, com
abertura para opiniões de todos e
uma delegação de responsabilida-
des que não conhecia em outras
companhias. “Era a primeira vez
que se ia ser realizada uma constru-
ção como aquela sob um vulcão, e
a primeira coisa que me explicaram
foi a filosofia da empresa”, ele rela-
ta. “O maior desafio foi o trecho dire-
tamente no flanco do vulcão, sobre-
tudo o túnel de descarga. No pri-
meiro corte já apareceu um mate-
rial difícil de manipular, com muita
areia e água. Tivemos de retroceder
até o front-on e recomeçar de outro
ponto, mas tudo era encarado com
leveza, como se os brasileiros sem-
pre estivessem se divertindo com as
dificuldades. Para nós, isso trazia a
tranqüilidade de que, fazendo a coi-
sa certa, tudo iria funcionar.”
Ao lado de Monica Arredondo
Valenzuela, que começou no
empreendimento aos 18 anos como
secretária da diretoria de Obras
Civis, levada por sua irmã, que já
trabalhava na empresa, e de Justi-
no Mora, que havia começado a tra-
balhar em 1979 como vigilante no
canteiro de Charcani V, Juan Gómez
lembra que “toda a gente de Are-
quipa queria trabalhar lá. O salário
era bom, com prêmios e benefícios
conforme os resultados, havia reco-
Chavimochic: nhecimento e estímulo para que o
transformação da
realidade pessoal se desenvolvesse”. Justino
socioeconômica Mora lembra com saudade daque-
ODEBRECHT INFORMA 49
le período. “Para mim, foi toda uma em fevereiro de 1980. Participou da
vida que valeu a pena, com certe- seleção dos primeiros trabalhado-
za os melhores anos da minha vida, res de Charcani V e, por falar qué-
quando participávamos de uma obra chua, transformou-se numa espécie
que estava criando um futuro de tradutor da Tecnologia Empre-
melhor para Arequipa. Não preci- sarial Odebrecht para os integran-
sávamos nos preocupar com outra tes locais. “Desde o início, houve
coisa, pois a empresa cumpria todos uma completa identificação com os
os seus compromissos e nos passa- brasileiros que chegavam”, obser-
va uma filosofia que fazia a gente va Sanchez.
se sentir respeitado e importante, “Meus filhos cresceram com os
mesmo em tarefas muito simples.” filhos dos brasileiros. Eu ajudava a
Justino trabalhou também no instalar suas famílias, resolvia os
setor de segurança industrial e problemas com vistos, moradia,
depois se tornou operador do tele- escolas e documentos. Promovia
férico que transportava pessoal, encontros com as autoridades e tra-
materiais e equipamentos entre as tava de integrar os brasileiros á
instalações de depósito e escritório comunidade de Arequipa”, conta
ao pé do vulcão e a usina, cerca de Augusto Sanchez Guillén. Charca-
mil metros montanha acima. Mui- ni V foi entregue ao Governo perua-
tos brasileiros que passaram por no em dezembro de 1988, quando
Charcani V lembram de Justino começavam as obras do Projeto
Mora como o Homem do Teleféri- Chavimochic. Em Arequipa, além
co, um sorriso sempre como sauda- da usina de Charcani V, lembra
ção e uma curiosidade permanen- Augusto Sanchez, “a Odebrecht
te em relação a todos os detalhes da deixou a rodovia asfaltada de Are-
obra. quipa até San Antonio, obras de
As obras de Charcani V deve- urbanização nos bairros onde mora-
riam estar concluídas em cinco anos, vam seus trabalhadores, além dos
mas foram interrompidas por falta benefícios intangíveis da capacita-
de recursos em março de 1983. Até ção de pessoas, da introdução de
julho de 1985, apenas a casa de for- novas tecnologias, da maneira cor-
ça funcionava, lembra o professor reta de tratar integrantes e autori-
Augusto Sanchez Guillén, atual- dades, e tudo o que representa a
mente lotado no setor de licitações TEO na vida real”.
da Egasa.
Os constantes racionamentos de CRESCENDO COM O CLIENTE
energia, porém, que deixavam bair- Jorge Simões Barata ingressou Raymundo Serra: enfoque na permanência
ros inteiros de Arequipa sem luz, na Odebrecht aos 19 anos, em 1983.
acabaram demonstrando a urgên- Dos seus 21 anos na empresa, pas-
cia de concluir a usina. Logo surgi- sou 16 fora do Brasil, inicialmente
ram as manifestações em favor da no Equador e depois no Peru, onde
obra, reiniciada em 1986. Quando está há sete anos. Diretor-Superin-
ela foi inaugurada, mais de 5 mil tendente da empresa no país desde
pessoas subiram da cidade até o 2001, Jorge Barata é um entusiasta
Misti, por seus próprios meios, para em relação às perspectivas de negó-
presenciar a solenidade. cios.
Augusto Sanchez Guillén havia Barata observa que o Peru tem
deixado o cargo de administrador macroindicadores muito organiza-
de pessoal no Ministério da Agri- dos e vem progressivamente bai-
cultura para se juntar à Odebrecht xando sua taxa de risco no merca- Fernando Chávez Belaunde: pioneirismo
do internacional, o que ajuda a atrair é quem melhor conhece as neces- ração e novos projetos de infra-estru-
mais investimentos. Além disso, a sidades e potenciais de sua comu- tura. As indústrias já começam a
percepção de maior comprometi- nidade”, assinala Barata. usar o crédito de carbono para subs-
mento do Governo com as obras Para ele, o fato de a descentrali- tituir petróleo por gás e um progra-
contratadas faz com que sejam zação política ter sido acompanha- ma de reestruturação das rodovias
alcançados rapidamente os pontos da por maior autonomia econômica está em andamento.
de convergência entre o poder e financeira é um fator adicional Para a Odebrecht, essa é uma
público e as empresas privadas, eli- para justificar seu otimismo. As perspectiva mais do que promisso-
minando controvérsias e premissas regiões recebem royalties sobre a ra, pois uma das prioridades da polí-
de natureza política. exploração de seus recursos, como tica viária do Governo peruano é a
O processo de descentralização a mineração, lembra, e os preços dos integração com o Brasil. Encontram-
política, aprovado há dois anos pelo minérios estão em alta no mercado se em estágio avançado os estudos
Congresso Nacional, é também, na internacional, o que deverá produ- para interconexão rodoviária com
opinião de Barata, um fator funda- zir mais investimentos no país, dono os estados do Acre e Mato Grosso.
mental para a tomada de decisão de algumas das mais importantes O Acre ainda importa alimentos de
em relação a obras de real interes- reservas do mundo. São Paulo, por avião, e poderia se
se público. Antes, os governadores A disponibilização de nova fon- abastecer no complexo agroindus-
(presidentes de região) eram nomea- te de energia, com a exploração das trial do sul peruano. Mato Grosso
dos pelo Governo Central e viviam reservas de gás de Camisea, na precisa de acesso ao Pacífico, que
sob completa dependência de cen- Amazônia peruana, região de Cus- também é fundamental como com-
tros de decisão que nem sempre co, e o recente acordo com o Gover- plemento para o sistema intermo-
conheciam a realidade nas provín- no da Bolívia, para fornecimento de dal que integra o Brasil aos países
cias. “Isso dá ao Peru a oportunida- gás através do Peru, destaca Jorge andinos.
de de um salto de desenvolvimen- Barata, são fatores adicionais que Além da estratégia brasileira,
to, pois o presidente de cada região estimulam investimentos em mine- que prioriza a integração sul-ame-
San Gabán: além da construção da hidrelétrica, ações sociais de grande alcance Mónica Arredondo: chamada pela irmã
ricana, o que inclui o ingresso do ciso estar preparado para todas as do espírito peruano e, por isso, tem
Peru no Mercosul, também para o circunstâncias, enfatiza Jorge Bara- merecido o respeito de todas as for-
Peru é fundamental integrar a cos- ta. Por isso, desde o início de suas ças políticas que ocuparam o poder.
ta, onde se concentram seus maio- atividades no Peru, o foco tem sido “Sempre se buscou, em cada con-
res aglomerados urbanos, à selva e buscar projetos que, por suas carac- trato, o benefício para o cliente e
à cordilheira, gerar pólos alternati- terísticas de real interesse público para a comunidade, com obras que
vos de desenvolvimento e tentar e de solução duradoura, garantam tragam novos recursos e elevem o
reverter o êxodo ocorrido a partir sustentabilidade à empresa. nível profissional, tanto para a com-
dos anos 80, quando milhares de Em 1980, o Peru reformava sua panhia como para o país.” Ele lem-
famílias migraram para a periferia constituição e buscava a moderni- bra que os programas de jovens par-
de Lima e de outras cidades. zação da economia sob o Governo ceiros, realizados junto a universi-
Como integrante do Grupo Bra- de Fernando Belaúnde Terry. Nes- dades peruanas, têm complemen-
sil, que reúne empresários brasilei- se cenário, a Odebrecht encontrou tado a formação que é oferecida nos
ros no Peru, Jorge Barata tem obser- uma geração de jovens profissionais projetos e nas obras de que a empre-
vado o crescente entusiasmo de dispostos a realizar as obras que sa participa.
autoridades peruanas pela retoma- eram consideradas essenciais para Para Guillermo Vega, a transfe-
da do desenvolvimento. levar o desenvolvimento às regiões rência de conhecimento tem sido
serranas e de floresta, historicamen- uma das mais importantes contri-
A CRISE COMO OPORTUNIDADE te abandonadas e dependentes de buições da Odebrecht ao desenvol-
Nem sempre foi esse o cenário práticas medievais de agricultura vimento do Peru. “Somos um país
em que a Odebrecht vem exercen- ou pastoreio. carente de recursos humanos, mas
do suas atividades há 25 anos. No Guillermo Vega, Diretor de Con- temos um povo aberto a novidades
entanto, quando se está determina- trato, na Odebrecht há quase 15 tecnológicas, e a transferência de
do a produzir uma relação de abso- anos, entende que a empresa con- tecnologia é fundamental. Mas é na
luta integração com o cliente, é pre- seguiu se identificar com o melhor transferência de conhecimento, com
O sumiço do deserto
A cidade de Trujillo, na degelo no alto da Cordilheira trução da rede elétrica que ago- Renato Mostacero Placen-
região de La Libertad, que se dos Andes e posteriormente ra alcança as 1.600 famílias do cia, Gerente-Geral do Projeto
estende do litoral norte do desviada para o vale seco da povoado. Especial Chavimochic, uma
Peru às extensões da Amazô- costa norte peruana. Sobre as casas baixas, um autarquia criada para adminis-
nia, foi território do povo As províncias de Trujillo,Viru mar de antenas revela as trans- trar a nova infra-estrutura e
Moche, e guarda ainda os res- e Ascope simplesmente ressus- formações que vêm ocorrendo organizar novos investimentos,
tos do opulento reinado do citaram.“O deserto foi desapa- após o fim do isolamento.“Com viu o deserto virar lavoura e vila-
Senhor de Sipan,que floresceu recendo, tudo foi ficando ver- eletricidade, veio melhor edu- rejos empoeirados se transfor-
entre os séculos I e VI na desér- de,a vida das pessoas começou cação,mais saúde,e agora sabe- marem em cidades com mo-
tica costa norte. Uma agricul- a melhorar,como num milagre”, mos mais o que se passa no dernos equipamentos urbanos,
tura rudimentar dependente lembra Humberto Ipanaque, país e no mundo”, comenta luz elétrica e água encanada.
dos rios irregulares, uma cultu- morador do povoado de San Humberto. “Essa obra trouxe mais do que
ra da violência e a extrema José, em Virú. O extenso oásis Chavimochic é uma obra infra-estrutura”, afirma.“Trouxe
pobreza eram a realidade do de cebolas, alcachofras, aspar- emblemática da presença da uma nova mentalidade para
lugar quando a Odebrecht gos e frutas que brotou no vale Odebrecht no Peru.Quando foi toda a população, criando as
assumiu a construção do pri- era o retrato mais evidente des- iniciada, em 1988, a região de condições para que fossem
meiro trecho do sistema que se milagre, mas Humberto e La Libertad era um dos princi- substituídas as prática medie-
iria captar as águas do Rio San- outros moradores ajudaram a pais campos de conflito entre vais de cultivo por técnicas mais
ta, que nasce a 415 m de alti- estender os benefícios da obra, tropas do Governo e guerri- modernas e despertou o sen-
tude e tem uma vazão perene juntando-se ao Comitê de Ele- lheiros do grupo Sendero tido de empreendedorismo por
e generosa alimentada pelo trificação, que lutou pela cons- Luminoso. toda a parte.”
leno que toma como história pes- resto do país, mas sobretudo pela
soal o processo de transformação oportunidade que foi dada às popu-
que a Odebrecht tem protagoniza- lações locais de aprender a lutar por
do no Peru, demonstra especial cari- uma vida mais digna”, avalia Lau-
nho pelas obras de integração viá- lié. Ele conta que, até o início do
ria que estão sendo realizadas no projeto, o atraso econômico e a pre-
país. Ele destaca particularmente a sença de narcotraficantes haviam Augusto Sánchez Guillén: a TEO na vida real
Rodovia Tingo María-Aguaytía, na produzido muitos anos de sofrimen-
região de Ucayali, onde a Odebrecht to: “Era uma vida sem perspectiva, que trabalhavam em programas
vem realizando um trabalho social com uma cultura baseada na vio- alternativos que permitissem erra-
profundo, como exemplo de como lência, que regia todas as relações, dicar o cultivo de coca. As mulhe-
um projeto de engenharia, destina- sem um projeto de felicidade”. res de Aguaytía, o principal centro
do a recuperar e melhorar uma A Odebrecht não fez apenas a urbano da província, foram escolhi-
rodovia, pode criar as condições obra de engenharia. Dois jovens for- das como núcleo do projeto, por
para tirar do isolamento populações mados em Comunicação Social, apresentarem um grau de educa-
muito carentes e lhes dar uma nova José Aguirre Sánchez e Adriana ção mais elevado, apesar de ele-
perspectiva de vida. Homem de pro- Lewis Fuentes, foram contratados mentar, do que as moradoras da
fundas convicções religiosas, Lau- para desenvolver o projeto chama- zona rural. Muitas delas foram sele-
lié entende que o legado principal do Uma Via para o Desenvolvimen- cionadas e capacitadas para traba-
do trabalho e das ações de uma to como núcleo de intervenção do lhar como auxiliares de segurança
empresa é melhorar a dignidade Plano Integrado de Desenvolvimen- viária.
humana. to e Proteção Social. Num cenário O fato de muitas casas terem sido
O segundo trecho da obra, cos- com uma incidência de 44,9% de construídas junto à via, somado à
teando as escarpas da Cordilheira indigência extrema e de 70,5% de baixa velocidade e pouca incidên-
Azul e com muitos rios a serem ven- pobreza total, com uma economia cia de veículos durante o período
cidos, será iniciado ainda neste ano. baseada no cultivo da coca, os dois em que a estrada permanecera sem
O primeiro trecho, já entregue, jovens parceiros começaram pela manutenção, havia permitido que
representa o que Lyonel Laulié cha- província de Padre Abad, onde se arraigasse na população o hábi-
ma de obra completa. “Não apenas modos, hábitos e valores eram mui- to de caminhar, jogar bola e até des-
pela importância geopolítica de faci- to influenciados pelo narcotráfico. cansar na pista, o que iria provocar
litar a integração da Amazônia O projeto deu suporte à ação de acidentes graves com a reabilitação
peruana, historicamente isolada do organizações não-governamentais da rodovia e o aumento do tráfego
da coca, com as primeiras iniciati- capacitados para fazer a manuten- lisou. “Era preciso ser seletivo na
vas de negócios de coleta, piscicul- ção dos sistemas de potabilização busca de novos projetos”, lembra
tura e semi-industrialização do azei- da água e tratamento de esgotos, a Daniel. Esse foi o caso do contrato
te de dendê. Uma parceria da Ode- fim de que os benefícios sejam pre- para a recuperação da Rodovia Tin-
brecht com o Governo Regional de servados. go María-Aguaytía, de 42 km, na
Ucayali e a Associação dos Palmi- região centro-oriental do país, assi-
tocultores de Shambillo está permi- PARCERIAS PROMISSORAS nado em 2002, o primeiro projeto
tindo levar aos povoados à beira da A história dos 25 anos da Ode- contratado com a Odebrecht pelo
estrada a rede elétrica construída brecht no Peru tem um capítulo novo Governo do Presidente Ale-
para atender os acampamentos da especial no processo de formação jandro Toledo. Em março de 2004,
empresa, beneficiando diretamen- de jovens parceiros, sobre o qual a conclusão desse empreendimen-
te mais de 10 mil camponeses que são criados os fundamentos da per- to foi confiada a Sérgio Panicali, o
não contam hoje com abastecimen- manência da empresa. O baiano que liberou Daniel para a conquis-
to de energia em suas casas. Sem a Daniel Villar, Diretor de Contrato, ta de novos negócios no cenário de
participação da Odebrecht, esse pro- chegou ao país em abril de 1999, retomada de crescimento vivido
jeto de eletrificação não seria eco- após três anos no Equador, para tra- atualmente pela empresa.
nomicamente viável. balhar na Mina de Yahanococha, “Nossa dificuldade, na fase de
“Nossa preocupação, sem qual- em Cajamarca, norte do país, a 4.200 recessão, era que não bastava fazer
quer exigência de contrato, foi não m acima do nível do mar, até o tér- a coisa certa. Havia uma impossibi-
apenas fazer uma obra moderna, mino das obras em 2001, quando se lidade de resultados a curto prazo
mas também preparar a comunida- mudou para a área de mercado em e tivemos de perder integrantes
de para conviver com a nova reali- Lima, com o objetivo de trabalhar valiosos devido à diminuição do nos-
dade”, diz Lyonel, lembrando que, na conquista de um negócio. so volume de obras”, lembra Daniel.
ao desocupar o acampamento prin- Era a época de um governo de Segundo ele, a TEO ofereceu a base
cipal, a empresa deixou para os transição que assumiu após a renún- de serenidade, confiança e paciên-
moradores uma área de 5 ha com cia do Presidente Alberto Fujimori cia para que a empresa buscasse,
equipamentos modernos, incluindo com a missão de garantir eleições com seletividade, alternativas para
um local para sede da municipali- para a escolha do novo governo. O sua continuidade no Peru e a reto-
dade, instalações esportivas e outras Peru entrava num período de forte mada do crescimento. “A TEO é
melhorias. Moradores locais foram recessão que praticamente o para- uma filosofia de vida empresarial,
Vivência de canteiro
O engenheiro Winston Lewis, 55 anos, hidrelétrica, com um grupo de colegas, de o momento da disciplina, quando pre-
tem a pele curtida dos muitos dias sob o durante oito horas.“Era setembro de 1982, cisei usar energia para restabelecer a cal-
sol dos Andes e um olhar que se acende e eu liderava um grupo de armadores que ma, até a ocasião de delegar responsabi-
quando lhe pedem para contar histórias faziam um muro de arrimo”, relata Lewis.“Ao lidades e garantir a participação de todos
de acampamentos. É um homem sólido, passar da metade do túnel,houve um des- no nosso resgate, para tudo havia uma
de palavras na medida certa, para quem a moronamento, a luz se apagou e rompeu- orientação, uma direção a seguir, sempre
vida tem sido uma sucessão de obras.“O se o tubo de fornecimento de ar. Comecei tendo como referência principal o fato de
homem é o início e o fim de todas as coi- a bater nos canos, para chamar a atenção que o homem é o início e o fim de todas
sas”, gosta de dizer. Começou por aí seu dos que estavam fora, mas era hora de as coisas.”
aprendizado na Tecnologia Empresarial almoço e ninguém nos ouvia.Aos poucos, Lewis chegou a Diretor de Contrato na
Odebrecht.Contratado por três meses,em um e outro companheiro começaram a Hidrelétrica de San Gaban,onde permane-
1980, para fazer um estudo sobre as famí- ficar nervosos, daí para o pânico seria um ceu por três anos, depois de haver passa-
lias de traços de concreto,na obra de Char- passo e eu não devia permitir que isso acon- do oito anos em Charcani e outros oito em
cani V,ele teve acesso a uma edição do livro tecesse.” Chavimochic.Esteve também em Lima,nas
Sobreviver, Crescer e Perpetuar, e ali encon- Para Lewis, esse foi um dos momentos obras de saneamento de San Bartolo e San
trou a frase que orienta sua carreira. em que detalhes da TEO fizeram diferença: Juan, e na República Dominicana, para as
A dois dias de terminar o contrato expe- “Lembrei imediatamente de que o mais obras do Aqueduto da Linha Noroeste e da
rimental, houve um problema no túnel e importante era cuidar daquelas pessoas, Hidrelétrica de Piñalito.Seu próximo desa-
ele foi convidado a assumir o turno da noi- fazê-las manter a confiança e preservar sua fio será um túnel de 19 km,na primeira fase
te.“Eram 5 horas da tarde, assumi o posto capacidade de raciocínio,para evitar maio- do Projeto Olmos.
e fiquei 35 horas direto. Então começou res riscos”. Lewis procurou conduzir as con- Sua filha Adriana também é integran-
minha carreira de verdade”, conta Lewis.Tor- versas, no escuro, no sentido de acalmar te da Odebrecht. Ela desenvolveu, com o
nou-se técnico de construção civil,um esca- seus liderados, esperando que durante o colega José Aguirre Sánchez, uma série de
lão acima do cargo de capataz, e decidiu almoço os demais companheiros perce- programas sociais para a população que
que sua falta de experiência seria suprida bessem a ausência do grupo, e foi exata- vive ao longo da Rodovia Tingo María-
pelo que estava aprendendo no livro. “- mente isso que aconteceu. Logo o grupo Aguaytía.“Me dá alegria ter um laço a mais
Seguia o exemplo de Marco Cruz, que era isolado começou a ouvir barulho de esca- com a Odebrecht”, diz Winston Lewis. Ele
meu líder naquele momento.” vação na entrada do túnel, e a esperança afirma que uma família como a sua,“cria-
Winston Lewis foi protagonista de um se reacendeu. da na diversidade de ambientes, fica mais
dos momentos mais dramáticos da histó- Foram oito horas de isolamento, forte, com o espírito mais aberto e com
ria da Odebrecht no Peru,quando um desa- durante as quais, segundo Lewis, foi pos- menos preconceito. Espero ter passado
bamento o isolou no interior do túnel da sível percorrer muitas lições da TEO.“Des- isso adiante”.
Lilia Schwarcz, Pedro Dias e a pesquisadora Carmem Azevedo no lançamento do livro em Lisboa
LANÇADO EM PORTUGAL
O LIVRO DOS LIVROS DA REAL BIBLIOTECA
O Livro dos Livros da Real nal do Rio de Janeiro –, o Livro dos Ministro Conselheiro da Embaixa-
Biblioteca foi lançado em Portugal Livros foi escrito por Lilia Moritz da do Brasil; Lourenço Correia de
no dia 3 de novembro, em cerimô- Schwarcz e Paulo Cesar de Azeve- Matos, Presidente da Associação
nia realizada no Instituto dos Arqui- do (já falecido). A obra traz as mais Amigos da Torre do Tombo; Rui
vos Nacionais – Torre do Tombo, representativas imagens daquele Pereira, Diretor do Instituto Portu-
em Lisboa. Na oportunidade, Pedro rico acervo. guês do Livro e das Bibliotecas;
Dias, Diretor Geral do Instituto, fez Carlos Armando Paschoal, Dire- José Manuel Barata Moura, Reitor
discurso em que destacou a quali- tor-Superintendente da Bento Pe- da Universidade de Lisboa; a auto-
dade do livro e a oportunidade de droso Construções – BPC, subsidiá- ra Lilia Schwarcz; Gilberto Sá, Con-
seu lançamento em Portugal. ria da Odebrecht em Portugal, selheiro de Administração da Ode-
Parte do Projeto Real Bibliote- salientou que a publicação repre- brecht S.A.; e Renato Martins, Res-
ca, patrocinado pela Odebrecht e senta ainda uma homenagem da ponsável por Desenvolvimento de
cujo objetivo foi recuperar o gran- empresa ao país, no qual a BPC Novas Oportunidades na Ode-
de acervo trazido por D. João VI atua há mais de 50 anos. brecht S.A., além de por outras
para o Brasil no século XIX – o qual A solenidade foi prestigiada autoridades, intelectuais e integran-
hoje faz parte da Biblioteca Nacio- também por Hélio Vitor Ramos, tes da BPC e da Odebrecht.
• CASTRO ALVES
(POESIAS E BIOGRAFIA)
– Prêmio Aberje Brasil/
Projetos Institucionais – 1997
• MONTEIRO LOBATO:
FURACÃO NA BOTOCÚNDIA
– Prêmio Jabuti/Ensaio e
Biografia – 1998
– Prêmio Aberje Brasil/
Publicação Especial – 1999
• O LIVRO
DOS LIVROS
DA REAL
BIBLIOTECA
– Prêmio Aberje
Regional/
Publicação
Especial – 2004
PETROQUÍMICA
A grande vitrina
internacional das inovações
Flávia Azevedo TEXTO
A
cada três anos, todas Braskem tem tes de mais de 53 países e não
as atenções do setor decepcionou o mercado, que, a
plástico mundial são participação destacada cada edição, espera a maior oferta
dirigidas a Düssel- de equipamentos, produtos,servi-
dorf. Na cidade ale- na Feira K, a mais ços e inovações do setor. Luís Fer-
mã, importante centro financeiro nando Cassinelli, Responsável por
da Europa, acontece a Feira K, que, importante do setor Assistência Técnica e Tecnologia
neste ano, chegou à sua 16ª edição. da Braskem, afirma: “A Feira K é a
Realizado entre os dias 20 e 27 de do plástico em âmbito mais importante relacionada ao
outubro, o evento contou com a par- plástico em âmbito mundial. A cada
ticipação de expositores proceden-
mundial três anos ocorrem, alternadamen-
Prêmio Ópera-Prima tetos do Brasil (IAB) e pela revis- to Simões, Vice-Presidente da Uni-
ta Projeto Design com o patrocí- dade de Vinílicos da Braskem.
incentiva utilização nio da Braskem, que neste ano Os jovens entenderam a propos-
do PVC em projetos inseriu uma nova categoria ao prê- ta. O projeto vencedor da modalida-
mio. Trata-se da modalidade Pro- de Projetando com PVC, Escola de
arquitetônicos e urbanísticos jetando com PVC. Vários traba- Bolso, de Rafael Pinho, da Universi-
lhos apresentados estavam rela- dade Federal de Minas Gerais, é um
U
ma grande praça fun- cionados à revitalização de locais exemplo de como é possível unir fun-
cional, com amplas públicos deteriorados. cionalidade e criatividade. Com uma
áreas comerciais de Buscando estimular a inovação proposta inusitada de uma escola
serviços e entreteni- por novos ângulos, sobretudo em desmontável constituída de módu-
mento. De acordo com relação ao uso do PVC, a Braskem los e painéis, o projeto-escola con-
o projeto de Fernanda Kleemann apostou no prêmio. “Incentivar a uti- segue utilizar o PVC de maneira
Spinicci, da Universidade Presbite- lização do PVC em novas soluções é inteligente. No projeto, estruturado
riana Mackenzie de São Paulo, uma muito importante. Com a nova cate- por um esqueleto metálico e pare-
das ganhadoras do Prêmio Ópera- goria do prêmio, esperamos ampliar des de chapa de PVC dobrável, as
Prima, assim ficaria o movimentado o conhecimento dos jovens profissio- peças podem ser transportadas em
Largo 13 de Maio, situado no bair- nais sobre as possibilidades de utili- caminhões, o que permite a monta-
ro de Santo Amaro, em São Paulo, e zação desse material”, afirma Rober- gem da escola em vários locais, de
hoje caracterizado pelos desorgani- forma itinerante.
zados terminais de transportes e por “O projeto acerta ao aliar prati-
muita poluição visual. cidade e qualidade para suprir uma
Difícil de imaginar? Não para necessidade social. De maneira
os estudantes e jovens profissio- geral, os trabalhos sinalizaram uma
nais que participaram do Prêmio grande preocupação em relação a
Ópera-Prima, concurso nacional questões sociais e culturais. A cate-
de trabalhos finais de graduação goria Projetando com PVC não
em arquitetura e urbanismo pro- ficou atrás. Deu respostas muito
movido pelo Instituto dos Arqui- interessantes, com o uso do mate-
rial numa escala mais ampla”,
explica Demetre Anastassakis, Pre-
sidente nacional do Instituto dos
Arquitetos do Brasil (IAB).
Com o objetivo de apresentar
jovens profissionais ao mercado, o
Ópera-Prima se tornou mais do que
uma referência para os estudantes
de Arquitetura: transformou-se em
uma meta. Em 2004, foram 423 pro-
jetos inscritos, de 86 universidades
de todo o Brasil, número recorde
desde que o prêmio foi criado, há
16 anos. “Participar do Ópera-Pri-
ma sempre foi um pouco meta e
No alto, Rafael Pinho, vencedor da categoria Projetando com PVC. Acima,painéis com projetos um pouco sonho para mim”, con-
expostos no dia da premiação ta Rafael.
Talento transformador
Marlene Lopes TEXTO
Christian Cravo FOTOS
Madalena Silêncio
Andrade, o marido
Cadeias Produtivas Deodete Andrade e
dois filhos:
da Mandioca, agricultura familiar
para evitar o
abandono do
da Aqüicultura campo
e do Palmito
começam a mudar
vidas em cidades
do Baixo
Sul da Bahia
M
adalena lho doce e azedo pro-
Silêncio cessará até 200 t/dia de
Andrade, raízes, sem geração de
agricultora refugos. A folhagem,
no municí- rica em proteína, já
pio de Presidente Tancredo passou por teste na
Neves, no Baixo Sul baia- Unidade de Beneficia-
no, sorri ao pensar que não mento de Resíduo e
vai ter de assistir à partida servirá de insumo à
de mais um filho para a indústria de ração ani-
capital. Na família de Fran- mal, podendo ser usa-
cisco dos Santos, de Nilo da na Cadeia Produti-
Peçanha, o entusiasmo é va da Aqüicultura. Já a
com a construção de uma manipueira, sumo
casa. Fábio Ribeiro, mora- poluidor, irá para uma
dor de Cairu, orgulha-se de lagoa de decantação,
poder ajudar a mãe na cria- sendo reaproveitada no
ção dos irmãos mais novos. Francisco Rodrigues dos Santos e a esposa Enedina Maria de Jesus processo industrial.
A realização desses (ambos de pé à direita) com a família, produtores de palmito: fim dos “Nossos filhos
biscates para passar a cuidar da própria terra
sonhos vem das Cadeias estão ficando aqui!
Produtivas da Mandioca, do Estão ficando aqui!” O
Palmito e da Aqüicultura, entusiasmo de Mada-
que compõem o Programa lena Andrade, de 51
de Desenvolvimento Inte- anos, confirma a apos-
grado e Sustentável – DIS ta na agricultura fami-
Baixo Sul, levado à região liar. Ela e o marido,
pela Fundação Odebrecht Deodete Andrade, la-
em parceria com o Gover- mentaram a partida do
no Federal e o Governo da mais velho, de 21 anos,
Bahia, com a participação por não achar ocupa-
da Associação dos Municí- ção em Tancredo
pios do Baixo Sul (Amubs) Neves. Mas ficam feli-
Fábio Ribeiro (à esquerda) e Gilmar Palma: criação de ostras e tilápias
e do Instituto de Desenvol- zes porque mantêm os
vimento Sustentável do Bai- três filhos mais novos
xo Sul da Bahia (Ides). va de Produtores Rurais de Presi- ocupados na terra.
Com o programa, as etapas de dente Tancredo Neves (Coopatan), Marivaldo da Silva superou a
produção, beneficiamento e co- os agricultores viram sua lucrati- meta do programa de elevar a pro-
mercialização nas cadeias produ- vidade aumentar em 20% com a dutividade de 9 t para 20 t por hec-
tivas passaram a ocorrer de forma venda de raízes. “Já melhoramos tare. Em vez de 12,5 mil pés apos-
articulada. Na engrenagem anti- o preço de R$ 100 para R$ 120”, tou em 17 mil pés por hectare, que
ga, a peça de menor valor era o diz satisfeito o Líder da Cadeia Pro- garantiram na mesma área a
agricultor. Na visão atual, ele inte- dutiva, Marcelo Abrantes. Esse colheita de 42 t. Ele promete novi-
gra o sistema na condição de coo- resultado é decorrente da parce- dade para 2005: “Vou aproveitar
perado, liderando os negócios de ria com a Embrapa – Empresa Bra- as atuais condições e usar menos
produção e beneficiamento. Para sileira de Pesquisas Agropecuárias fósforo na adubação. Com a terra
a comercialização, contará com o e do investimento em tecnologia solta, a raiz terá mais espaço para
apoio de um grupo varejista, que propiciado pelo programa. crescer. Serão 50 t por hectare”.
integrará o programa como Par- O modelo prevê o combate ao A vida de Francisco dos Santos
ceiro Social. desperdício pelo aproveitamento e dona Enedina Maria de Jesus
Na Cadeia Produtiva da Man- total dos recursos produtivos. A começa a mudar. Presidente da
dioca, conduzida pela Cooperati- fábrica de farinha, amido e polvi- Associação São Benedito e inte-
ODEBRECHT www.odebrecht.com.br
Fundada em 1944, a Organização Odebrecht atua A atuação de cada um deles tem como referência
nas áreas de Engenharia e Construção e de Química uma filosofia empresarial própria, nascida e
e Petroquímica e participa de empreendimentos no aprimorada na prática. Entre os princípios
setor de Infra-estrutura e Serviços Públicos. fundamentais dessa filosofia estão a confiança nas
Seus 30 mil Integrantes estão presentes em países pessoas, a satisfação dos Clientes, a descentraliza-
da América do Sul, América Central, América do ção, a parceria entre os Integrantes, o retorno aos
Norte, África e Europa. Acionistas e o reinvestimento dos resultados.