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O engº Joaquim

Rodrigues com um
colega da área de
geotecnia nos EUA.

Cultura é aquele estado de conhecimentos que todos desejam e se interessam em alcançar, de preferên-
cia com um pequeno toque de mágica. Mas, o que será a cultura? Nos dicionários define-se como
“acervo intelectual”, como “conhecimento em um domínio particular” e até como “um conjunto de
estruturas sociais, religiosas etc, além de manifestações artísticas ou tecnológicas que caracterizam
uma sociedade”. Ampliando a pesquisa, descobrimos também que cultura significa “comportamento e
atitudes que predominam e caracterizam o funcionamento de um grupo ou organização”. Analisando
esta definição, especificamente, vemos que cultura tem a ver não somente com a forma com que
técnicos e engenheiros vêem sua empresa, ou na que trabalham, mas também como dirigem e ensinam
as gerações que lá chegam e que se sucedem. Criar cultura não é fácil e muito menos barato, mas traz
enormes dividendos.

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O IPACON ajuda você a tocar sucessos
Recuperar exige conhecimentos profundos de enge- construção. Por que? Porque existirá uma ou mais
nharia. Cada obra de recuperação é um caso específi- causas que tornarão o trabalho específico e tipicamente
co que exige paciência para descobrir a causa e de recuperação. É por isso que cada vez mais clien-
tecnologia para aplicar a solução verdadeira. Efe- tes procuram o Instituto de Patologias da Cons-
tivamente, uma obra de recuperação não pode trução - IPACON para informações, consultorias
e não deve ser encarada como uma obra de e gerenciamento de obras de recuperação.

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O engº Joaquim Rodrigues em Copenhagen atrás de informações sobre prote-
O engº Sílvio Andrade, comercial da ROGERTEC e o engº Joaquim ção catódica para o concreto armado. Copenhagem é uma das cidades onde se
Rodrigues a bordo de uma plataforma da PETROBRÁS. vê grandes serviços de tratamento da corrosão via proteção catódica.

Como fundador e diretor da editora THO- meses após a fundação destas empresas, até então inexistentes no mercado dos tra-
MASTEC, de seu principal produto, a RE- em 1994, percebemos que algo de muito tamentos pós construção. Era a cultura do
CUPERAR e da ROGERTEC, empresa de especial tinha sido criado: uma cul- conhecimento profundo, onde física,
importação e comércio, necessária e vital à tura técnica super especializada em química, eletroquímica, biologia, mate-
sobrevivência e ao sucesso desta revista, que o produto final realmente in- mática etc, são parte integrante dos
convivi com incertezas, dificuldades e os teressava e, o mais importante, ge- porquês, da boa técnica, das solu-
altos e baixos que todo e qualquer empre- rava opinião precisa, inteligen- ções verdadeiras. Era a cultura da
sário passa ao abrir um negócio. Alguns te e atualizada. Características patologia das construções. Since-
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ramente, acho que, após 10 anos de estra-
da, foi dado um tremendo start num negó-
cio de grande sucesso que, efetivamente,
originou a criação de uma forte e verdadei-
ra indústria: o repairbusiness.

Os desafios

Provavelmente, nenhum outro negócio, no


mercado da construção, depara com tama-
nha gama de desafios que, no final das con-
tas, define um perfeito e sublime estado
cultural que permite, ao técnico ou enge-
nheiro, decidir situações com nível de cer-
teza até então inalcançável. Evidentemente
todas as organizações possuem cultura pró-
pria, de uma ou de outra maneira. A ques-
tão é que, para uma organização criar uma
cultura própria e operá-la eficientemente,
torna-se necessária muita pesquisa e visão,
em todos os setores pertinentes.

Assentando fundações
O engº Joaquim Rodrigues no que sobrou do prédio Areia Branca que ruiu em Recife recentemente.
Para entender como desenvolver cultura em quando trabalhava em uma importante em- surgiam problemas anterior-
uma empresa, gostaria de abrir a cortina de presa de consultoria e serviços especializa- mente “tratados”. Como expli-
nossa história, que começou no início dos dos de recuperação. O trivial, a receita pron- cá-los? Atribuir a culpa apenas
anos 80. Sempre fui dado a desafios, mesmo ta me incomodavam porque ciclicamente res- à mão de obra? Desejava mos-

Mais uma tragédia anunciada


Estávamos fechando esta edição da RECUPE- talmente inócuas para a estrutura. O resultado samente desinteressada. Caso a própria as-
RAR e eis que mais uma edificação vinha ao todos já sabemos. Agora é correr atrás de pis- sembléia não autorize o serviço há um disposi-
chão. Desta vez em Recife. É preciso deixar tas que levem às causas. Sempre que o síndico tivo legal que diz: “As obras de recuperação
claro que cabe ao síndico deligenciar e zelar encontrar problemas estruturais em sua necessárias podem ser realizadas por qualquer
pela prestação dos serviços necessários à ma- edificação deve, imediatamente, contactar um condômino, independentemente de autoriza-
nutenção do prédio (art. 1348 - V - Código Civil engenheiro patologista para diagnosticar a(s) ção, omissão ou impedimento do síndico (art.
Brasileiro). Nas edificações, os problemas são causa(s). Daí partir imediatamente para a solu- 1341 - inc. II parágrafo 1ª - Código Civil Brasi-
sintomáticos. Os dias, meses ou anos de indíci- ção. Sair procurando pela construtora que exe- leiro). Diz ainda o Código: parágrafo 4º: O
os, presságios e sintomas evidenciados pela cutou a obra, geralmente incorre em perda de condômino que realizar obras de recuperação
edificação antes da tragédia, infelizmente, de tempo, seja devido ao fato de não mais existir estrutural necessárias será reembolsado das
nada serviu e as medidas tomadas foram to- ou, o que é também comum, mostrar-se crimino- despesas que efetuar...

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A solução foi entrar no mercado internaci-
onal não pelas portas das grandes empre-
sas fornecedoras de produtos para recupe-
ração, mas sim pela porta dos institutos e
empresas independentes de pesquisa da
própria área. O objetivo era entender como
se desenvolviam produtos e tecnologias
para o repairbusiness. O mapa da mina, o
caminho para desvendar o que, efetivamen-
te, poderia e deveria ser a fonte das solu-
ções verdadeiras, ou apenas mais um pro-
duto para a prateleira era e continua
sendo por ali. O caminho da com-
preensão e do conhecimento
está, sempre, na pesquisa e na
cabeça das pessoas ligadas, dire-
ta ou indiretamente, a ela. Pessoas sim-
ples com experiência de obra e mercado, com
conhecimento técnico e imaginação para
criar soluções com total compatibilidade e
O engº Sílvio Andrade e esposa, o engº Joaquim Rodrigues com a esposa e o engº Flávio Caseres no
stand da ROGERTEC no IV Simpósio Brasileiro sobre Pequenas e Médias Centrais Hidrelétricas no que verdadeirametne funcionem.
município de Porto de Galinhas, Recife. Tínhamos conhecimentos de obra e de mer-
trar que as soluções, pelo menos as que es- sem ser discutidas, de maneira inteligente, à cado, porque passamos anos com a mão na
tavam em nosso mercado, já não eram mais luz da ciência, para uma área que estava para massa da recuperação, tanto leve quanto
suportáveis. Desejava novos rumos. Era pre- surgir entre nós: a patologia das constru- pesada. Nossa imaginação, entusiasmo e
ciso buscar soluções que realmente pudes- ções. instintos projetou um canal muito amplo de
continua na pág. 10
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as da Construção, IPACON, na medida que
funcionava não apenas como um estabe-
lecimento de criação de uma revista mas
sim como um local onde chegavam, diari-
amente, dezenas de solicitações, pergun-
tas, questionamentos. Onde, verdadeira-
mente, discutiam-se problemas, promovi-
am-se debates, encontros e quando algu-
mas mesas já davam lugar a equipamen-
tos para testes. Enfim, o local merecia uma
transformação natural para que pudesse
dar vazão àquilo que gerava.
A pedidos, pretendemos, em breve, abrir
nosso ambiente para cursos de especiali-
zação e mestrado, em parceria com uni-
versidades. Inclusive com cursos à dis-
tância.
Palestra oferecida pelo engº Joaquim Rodrigues.
possibilidades para desenvolver um traba- uma atividade totalmente assentada no REFERÊNCIAS
lho inteligente de criação, divulgação e for- princípio do amor. No ambiente dos negó-
• Joaquim Rodrigues é engenheiro civil, mem-
necimento de tecnologia. Foi o que come- cios entretanto, amor significa paciência e bro de diversos institutos nos EUA, em assun-
çou há exatos 10 anos, nos meses de se- dedicação. Contactar pessoas, no mundo tos de patologias da construção. É editor e
tembro e outubro de 1994. todo, seja em laboratórios de univer- diretor da RECUPERAR, além de consultor
sidades, em empresas que desenvol- técnico de diversas empresas.

Patologia em marcha vam tecnologia ou consultoria, com


o objetivo de buscar soluções,
Cultura é um processo intensivo questioná-las e testá-las re-
que requer busca, dedicação, quer amor.
fidelidade, compromisso e se- Em 1998, a editora Thomastec
riedade. A busca ou a pesquisa é dava lugar ao Instituto de Patologi-
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água e com agente secreto protetor da corrosão.
Não aparecem, mas estão lá dentro, garantindo
impermeabilidade natural e proteção para as
armaduras e cabos de protensão.
A proteção natural do concreto aparente.

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Patologia das construções é a especialida- blemas construtivos. Seu mercado está em ou engenheiros de grandes empresas for-
de da engenharia civil responsável, em gran- contínuo desenvolvimento, como conse- necedoras de materiais de construção para
de parte, pelos fundamentos científicos da qüência das investigações dos problemas indicar o “material adequado”.
prática construtiva. Se não, vejamos. construtivos e dos avanços tecnológicos Hoje, tudo isto mudou. O patologista das
É a especialidade que estabelece a ponte correlatos que se ampliam a cada dia. construções tem cadeira própria nas uni-
entre as cadeiras básicas e as cadeiras apli- versidades e muita literatura específica que
cadas, exigindo do especialista conhecimen- O patologista das construções o torna auto suficiente, podendo solucio-
tos teóricos e práticos ao mesmo tempo am- nar problemas de fundações, discutir com
plos e profundos. Nisto está seu fascínio, No passado, o engenheiro civil tocador de calculistas a melhor técnica de reforço es-
já que o especialista pode ter atuação mui- obras, ao ter um problema em sua obra adap- trutural e diagnosticar o enigma de uma pin-
to abrangente, seja como pesquisador ou tava uma técnica construtiva para ver-se tura nova que começou a ter bolhas na su-
engenheiro engajado em diagnosticar pro- livre do incômodo ou apelava a técnicos perfície.
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A técnica do eco-impacto (SEI) é um dos vários testes não destrutivos
utilizados pelo IPACON para investigar a condição, as propriedades e a
qualidade do concreto. O SEI emprega ondas de tensão transientes e sua
reflexão para detectar, localizar e classificar falhas no concreto.

O patologista das construções, hoje, é par- ficos, nos métodos clínicos de análises de
te integrante de qualquer tipo de obra civil materiais da construção, na utilização da
ou industrial, principalmente as mais arro- espectroscopia do infravermelho para a de-
jadas. Sua opinião, efetivamente, implica em terminação da estrutura molecular e identi-
economia de tempo e dinheiro, para a obra ficação qualitativa e quantitativa das espé-
e para o cliente, para curto, médio e longo cies químicas componentes dos materiais
prazos. aplicados em uma obra, além da microsco-
O enorme desenvolvimento apresentado na pia eletrônica de varredura como ferramenta
ciência do concreto, nestes últimos dez de análise dá, ao patologista da construção,
anos, nos métodos de avaliação petrográ- a precisão que seu diagnóstico necessita.
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As modernas técnicas hoje utilizadas na O processo de recuperação do concreto
análise das mudanças dimensionais dos
materiais, as técnicas miniaturizadas onde
se minimiza os gradientes térmicos, da umi-
dade e dos esforços mecânicos atuantes, Infiltrações, recalques, deformação excessiva, desgaste, desplacamentos,
aliados ao mais íntimo conhecimento da desintegração, trincas etc.
estrutura dos poros ou interstícios dos
materiais, principalmente da matriz cimentí-
cia do Portland permitem, ao patologista,
dar saltos pirotécnicos na direção do per-
feito diagnóstico.

A técnica NDT

O uso da técnica não destrutiva, NDT,


do inglês nondestructive testing, para a
análise do concreto como de outros ma-
teriais da construção é relativamente
nova, se considerarmos a moderna e
enorme gama de aparelhos que permitem
ao técnico ou engenheiro, tanto quanti- “viagem” do pulso compressivo, atra- superficial, da penetração, do arranca-
ficar como qualificar um enigma. A técni- vés do concreto ou outro material de mento e de métodos combinados.
ca NDT é de uso freqüente pelo patolo- construção. Incluem-se nesta categoria,
gista da construção que, geralmente, em- também, os testes com ondas de tensões O patologista e a corrosão
prega dois tipos principais de equipa- para identificar defeitos localizados (des-
mentos: o primeito tipo para testes sôni- continuidaes) ou generalizados. O se- Corrosão significa bilhões de reais gas-
cos e da velocidade de pulso, que en- gundo tipo, o mais genérico, inclui tes- tos anualmente. Quer mais? Corrosão é o
volvem a determinação da freqüência de tes que estimam a resistência, além de maior fator contribuidor da deterioração
ressonância e a média da velocidade da outras propriedades, através da dureza de indústrias, portos e pontes no Brasil e
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O IPACON está associado a diversos
centros de pesquisa onde testa-se a
real situação das peças estruturais.

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em todo o mundo. O conhecimento pro- trave para o profissional patologista, que
REFERÊNCIAS
fundo do fenômeno da corrosão e seu prega o diagnóstico precoce, o tratamen-
controle é, inquestionavelmente, de to- to eficiente com proteção catódica e o • Carlos Carvalho Rocha é engenheiro civil,
especialista em serviços de recuperação.
dos, o maior desafio do patologista da posterior monitoramento. Estas três me-
construção. A mistificação enraizada dos didas, além de serem totalmente viáveis ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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tratamentos tradicionais à base de mas- financeiramente ao engenheiro e/ou ao
sas pré-fabricadas, sejam com polímeros, proprietário da obra, são a melhor respos-
inibidores de corrosão e com alto teor de ta ao círculo vicioso inesgotável dos ca-
cimento, mais os adesivos epóxicos ricos ros processos de corrosão em estruturas
em zinco, além de promoverem barreiras de concreto armado-protendido.
caras sobre o aço com presença de corro-
são, prejudicam ainda mais as armaduras e-mail consulta nº 08
estruturais, produzindo benefícios fictí-
cios e aumentando o processo de corro-
são (veja RECUPERAR nº 53). Este pro-
cesso mistificador, que nasceu há 50 Para ter mais
informações sobre
anos, com o início do advento exponen-
Análise.
cial da corrosão no concreto armado, isen-
to de qualquer conhecimento e massa crí-
tica, felizmente deixou de ser o maior en-
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Com a inserção de semi-pilhas permanentes é
possível monitorar o estado de corrosão das
estruturas. Rumo às estruturas inteligentes.

Poucos engenheiros civis entendem sufi- tico da corrosão baseia-se no “ver para
cientemente de eletroquímica para opina- crer”. Mas em instalações industriais ou em
rem sobre corrosão no concreto armado- estruturas em contato com a água, princi-
protendido. E não é só no Brasil. Este gros- palmente a salgada, o “ver para crer” é idi-
so contingente não abre mão da conse- otice porque é inevitável o estado de corro-
qüente lógica técnica universal: a de fazer são. E com ele a interrupção do sistema e o
uso de materiais tidos como milagrosos em prejuízo.
obras de recuperação de estruturas. Tudo No moderno mundo dos negócios, empre-
bem, quando falamos de edificações resi- sas não podem parar por problemas de cor-
denciais, onde invariavelmente o diagnós- rosão, principalmente as motivadas por Semi-pilhas permanentes.

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O melhor amigo do dono
da empresa de recuperação.

as
e m i -pilh
As s
RG
a n e ntes
perm e
- c l o reto d
rata
m s e r de p lfato
de
d e e - s u
po cobr
s s i o e de asta u
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o t á a r, b
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prata s d e in s
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paralizações não programadas. Isto porque rosão. O aço, uma vez em contato com a
existem mecanismos que detectam e con- solução presente nos vazios e capilares do
trolam todo e qualquer processo de corro- concreto, forma uma semi-pilha eletroquí-
são, seja a nível de projeto, seja na fase mica, com direito a ter potenciais próprios
operacional ou mesmo após serviços (voltagem). Para se analisar estes potenci-
de “recuperação estrutural”. ais necessitar-se-á introduzir um dis-
positivo semelhante chamado semi-
Monitorar a corrosão pilha de referência. Um exemplo típi-
co é a semi-pilha CPV-4 portátil, for-
Significa obter dados para a análise do mada por um eletrodo de cobre imer-
comportamento do aço dentro de estru- so em uma solução de sulfato de cobre. Sua
turas de concreto armado-protendido fa- utilização implica na formação de uma dife-
cilmente contaminadas pelo ambiente cir- rença de potencial com o aço, o que indicará
cundante industrial ou offshore. Estes o estado de corrosão deste último. O Insti-
dados, na forma de potenciais, informam tuto de Patologias da Construção (IPACON)
A análise em laboratório de semi-pilhas o comportamento do aço frente ao desen- dispõe de apostila específica sobre o uso da
permanentes garante a eficiência destes
equipamentos no controle da corrosão. volvimento de possíveis estados de cor- semi-pilha para verificação dos potenciais

Obra típica para o uso da semi-pilha perma-


nente, após os serviços de tratamento da
corrosão, recuperação/reforço estrutural.

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de corrosão, além da norma ASTM C-876,
fornecida gratuitamente pela internet.
As semi-pilhas portáteis, como a CPV-4, são
usadas de forma corriqueira para a rápida
verificação dos potenciais de corrosão.
Modernamente, em estruturas importantes
como as industriais ou as construídas em
ambiente marítimo, utilizam-se as semi-pi-
lhas permanentes, que permitem leituras
permanentes e a longo prazo.

A semi-pilha permanente (SPP)

Conceitualmente, o monitoramento de uma


estrutura com a instalação de SPPs esta-
belece um nível de estrutura chamada de
inteligente que, idealmente, revelará quan-
do e onde a ação corretiva será realizada,
de forma precisa e econômica.
As SSPs ideais são a de prata-cloreto de pra-
ta/cloreto de potássio (Ag/AgCl/Kcl) e a de As semi-pilhas permanentes, são oferecidas em diversos
cobre-sulfato de cobre (Cu - CuSO4) usadas tamanhos, para todo tipo de estrutura,
inclusive para peças de fundação enterradas.
em estruturas de concreto armado-protendi-
do há mais de 30 anos, com absoluto suces- ou severa. Esta escolha, geralmente, cai massas ou grouts pré-fabricados
so, pois são absolutamente estáveis. naquelas regiões onde o meio ambiente é em serviços de “recuperação es-
A seleção dos pontos para a instalação das crítico e deverá levar em conta os princípi- trutural”, o que é danoso para qual-
SPPs é de particular interesse pois, de um os básicos da corrosão no concreto arma- quer sistema eletroquímico. Isto porque
modo geral, deverão ser instaladas nas re- do-protendido. Por outro lado, engenhei- estas massas contém polímeros como lá-
giões onde a corrosão seja mais provável ros e técnicos têm como hábito usar arga- tex, estireno butadieno, acrílico, plastifican-
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POSIÇÃO PARA A INSTALAÇÃO DA SPP

tes diversos, assim como fumo de sílica, dos. Em seu lugar, dever-se-á usar arga- A caixa 4”x2”, de plástico, que ficará insta-
materiais com alta resistividade elétrica, massas ou micro concretos representati- lada na superfície do concreto da peça es-
para não dizer isolantes eletroquímicos. vos do concreto original, aditivados com trutural receberá o fio da SSP e o fio de
Portanto, não podem e não devem ser usa- ATIVADOR ELETROQUÍMICO G. ligação à armadura. A ligação do terminal
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Os diferentes tipos de semi-pilhas e seus respectivos
valores que determinam o estado de corrosão.
• Berkeley, K.G.C., and S. Pathmanaban. Ca-
thodic Protection of Reinforcement Steel in
Concrete.
• Broomfield, J.P., Corrosion of Steel in Con-
crete: Understanding, Investigation, and Re-
pair.
• Caton, R.D. Jr. “Reference Electrodes”. Jour-
nal of Chemical Education.
• Clean, K.C. Unpublished work conducted un-
der Strategic Highway Research Program Con-
ligado à armadura é feita a cer- e-mail consulta nº 16 tract C-102A.
ca de 50cm da instalação da • Glasstone, S., and D. Lewis. Elements of Phy-
SPP. A instalação é feita tanto sical Chemistry. New York, NY.
• Ives, D.G., and G.J. Janz. Reference Electro-
furando-se a armadura (~Ø3mm), des: Theory and Practice. New York, NY.
abrindo-se rosca e instalando-se um Para ter mais • J.E. Bennett, et al., “Electrochemical Chlo-
pequeno parafuso, como soldando-se um informações sobre ride Removal and Protection of Concrete Brid-
fino cabo elétrico à armadura. Este fio de- Corrosão. ge Components: Laboratory Studies”, Report
No. SHRP-S-657.
verá ser isolado eletricamente e conduzido • Morgan, J.H. Cathodic Protection, 2nd ed.
para a caixa 4"x2" instalada junto a SPP. Houston, TX.
Claro que toda a armadura na vizinhança • Myrdal, R., and K. Videm. “Evaluation of Cor-
deverá ser testada quanto a condutividade REFERÊNCIAS rosion of Steel Reinforcement in Concrete
from Potential Measurements of Embedded
elétrica. • Michelle Batista é química. Reference Electrodes”.
A superfície do concreto deverá ser testada • Ansuini, F.J., and J.R. Dimond. “Long-Term • NACE Standard RP0290 (last revision), “Ca-
quanto a presença de carbonatação e con- Stability Testing of Reference Electrodes for thodic Protection of Reinforcing Steel in At-
Reinforced Concrete”. mospherically Exposed Concrete Structures”.
taminação por cloretos, sulfatos e nitratos.
• Arup, H., and B. Sorensen. “A New Embedda- • Page, C.L., and P.J. Cunningham. “Electro-
A contaminação do concreto induz proces- ble reference Electrode for Use in Concrete”. chemical Methods of Corrosion Monitoring
sos acelerados de corrosão. O Instituto de • ASTM C 876 (last revision), “Standard Test for Marine Concrete Structures”.
Patologias da Construção fornece gratuita- Method for Half-Cell Potentials of Uncoa- • Pastore, T., P. Pedeferri, M. Tettamanti, and
J.T. Redding. “Potential Measurements of Ste-
mente, via internet, a norma NACE sobre o ted Reinforcing Steel in Concrete” (West
el in Concrete Using Membrane Probes”.
uso de semi-pilhas permanentes. Conshohocken, PA: ASTM.
• R.F. Stratfull, “Corrosion of Steel in a Rein-
• ASTM G 3 (last revision). “Standard Practi-
forced Concrete Bridge”, Corrosion.
ce for Conventions Applicable to Electro-
• R.F. Stratfull, “Progress Report on Inhibiting
chemical Measurements in Corrosion Tes- the Corrosion of Steel in a Reinforced Con-
ting”. West Conshohocken, PA: ASTM. crete Bridge”. Corrosion.
• Bazzoni, B, and L. Lazzari. “Interpretation • Tinnea, J.S. “Rebar Corrosion”. Materials
of Potential Mapping on Bridge Decks for Performance 26.
Reinforcement Corrosion Prediction”. • Unz, M. “Interpretation of Surface Potenti-
• Bennett, J.E. and T.A. Mitchell. “Reference als on Corrosion Tests, in Particular Steel
Electrodes for Use with Reinforced Concrete Embedded in Concrete”. Israel Journal of Te-
Structures”. chnology4.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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26 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2004


A introdução de elementos rígidos verticais em torno de uma
fundação, formando uma espécie de cortina, cria um núcleo de
solo confinado incapaz de sofrer deformação lateral, ao mes-
mo tempo que promove o aumento da capacidade portante e a
redução/eliminação de recalques. Esta técnica de reforço de
fundações também é empregada para reforçar estacas, com
excelentes resultados.

Aproximação teórica

Inicialmente iremos supor que a cortina formada pelas colu-


30 nas do grouting sejam suficientemente longas, de RECUPERAR
modo a • Setembro / Outubro 2004
Terrenos perigosos... ...COMPACTION GROUTING
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Figura 1 - Rutura em bloco ao formar-se um núcleo rígido sob a fundação, Figura 2 - Cortina em terreno coesivo.
aumentando sua profundidade efetiva.

Figura 3 - Cortina em terreno granular. Figura 4 - Cortina trabalhando à flexão.

Desenvolvimento sob a fundação da ruína por esforço cortante excluir a possibilidade de rutura em bloco,
já que, neste caso, o reforço seria equiva-
Observando-se o solo, durante a aplicação nas em forma de leque, caracterizando o es- lente ao aumento da profundidade do ele-
de uma carga, por meio de um modelo de pare- forço cortante local. Na terceira, a fundação
des de vidro, observar-se-á que a ruína ocor- desloca-se para baixo com um pequeno au- mento de fundação, de acordo com o meca-
rerá em 3 etapas. Na primeira, o solo situado mento da carga. Se o solo for mais rígido, a
sob a fundação é forçado para baixo forman- zona do esforço cortante propaga-se para
nismo da figura 1. Excluindo-se, portanto,
do-se uma cunha (a). Na segunda, o solo em fora, até formar-se uma superfície contínua esta possibilidade, as colunas ficariam ape-
torno do perímetro da fundação separa-se e de ruína que se extende até a superfície do
a superfície do esforço cortante propaga-se terreno, levantando-se (c). Esta patologia
nas submetidas a flexão e corte. Caso o solo
para fora, desde o vértice da cunha (b). Se o chama-se ruína generalizada por esforço cor- seja suficientemente rígido, predominará o
solo for muito compreensível, tolerando gran- tante. A ruína pode não ser simétrica, o que
des deformações sem ocorrência de fluência, é incomum mas, invariavelmente, leva ao co- efeito da resistência ao corte, com uma for-
o estado de ruína fica circunscrito a duas zo- lapso da estrutura (d). ça cizalhante próxima à superfície de rutu-
ra, muito embora poderá supor-se que, com

GLOSSÁRIO
Cisalhamento – conjunto de fenômenos de de-
formação que ocorrem quando, numa massa de
solo, há uma tensão de cisalhamento, isto é, quan-
do forças que atuam sobre a massa provocam o
escorregamento de planos vizinhos uns sobre os
outros. Estas forças atuantes são chamadas cor-
tantes e a deformação imposta é chamada de cisa-
lhamento.
Resistência ao cisalhamento – todo solo rom-
pe por cisalhamento. A resistência ao cisalhamento
é uma combinação de coesão e atrito interno. A
coesão relaciona-se a adesão entre partículas do
solo. É significante em solos argilosos e zero em
solos granulares ou arenosos. O ângulo de atrito
interno (Ø) tem a ver com a aspereza entre partí-
culas e com a aplicação de uma carga normal,
estando relacionada à equação de Coulomb: resis-
tência ao cisalhamento = coesão + tensão normal
x tang Ø.

32 RECUPERAR • Setembro / Outubro 2004


Figura 5 - Capacidade portante de sapatas reforçadas, em solo coesivo. Figura 6 - Capacidade portante de sapatas reforçadas em solos com atrito.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
a inclusão das colunas, a superfície será de espiral logarítimico. O momento estabili-

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
modificada. Para o caso de uma argila, a zador resultante, referente ao bordo do ele-
resistência ao corte das colunas somar-se- mento de fundação, somar-se-á à situação
á à coesão resultante segundo a superficie da capacidade portante (figura 3). Efetiva-
de rutura da figura 2. mente, a cortina formada pelas colunas do
Utilizando-se o modelo padrão para solos grouting modifica a forma da superfície de
granulares, a resistência da cortina forma- rutura. Observa-se que se a cortina é posi-
da atua tangencialmente ao conhecido arco cionada junto à sapata, com altura sufici-

Pressões devidas ao peso próprio do solo

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Escolha do tipo de fundação
REFERÊNCIAS
• Jorge Luiz F. Almeida é professor e engº de funda-
ções.
• AZUAR, J.J. (1977). Stabilisation des massifs
rocheux fissurés par barres d’acier scellées. Raport
de Recherche LPC nº 73. Paris..
• HO, C.L., COYNE, A.G. Y CANOU, J. (1997).
Model tests of micropile networks applied to slope
stabilization. Proc. 14th Int. Conf. SM&FE.
Hamburg, 2, 1223-1226.
• HEMSLEY, J.A. (2000). Design applications of raft
foundations. Telford, Londres, 626 p.
• JURAN, I., BAUDRAND, G., FARRAG, K. y
ELIAS, V. (1990). Kinematic Limit Analysis for
Design of Soil-Nailed Structures. J. of Geot. Eng.
ASCE, 116, Jan. 54-72.
• JURAN, I. Y ELIAS, V. (1991). Ground anchors
and soil nails in retaining structures. Foundation
Eng. Handbook. 868-905.
• KURIAN, N.P. Y DEVI, N.C.N. (1997).
Performance of skirted footings in sand. Proc. 14th
Int. Conf. SM&FE. Hamburg, 2, 827-830.
• RECOMMANDATIONS CLOUTERRE (1991).
Presses Ecole Nationale des Ponts et Chaussées.
Paris. 268 p.
• SIMEK, J., SEDLECKY, O. Y. HOLOUSOVA, T.
(1991). The bearing capacity of large-diameter bored
piles extended at the bottom by micropiles. X
ECSMFE, Florencia, vol. II, 551-554.
• Mecânica dos solos e suas aplicações, Homero Pinto
Caputo, volume 2.
ente para ultrapassar a superfície de ru- des da cortina. O momento flextor origi- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
tura (>2-3B), o núcleo do solo, sob a sa- nado dependerá também da posição do

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
pata, devido ao efeito poisson, dilata con- engastamento inferior da cortina ou de
tra a cortina de colunas e o terreno peri- sua altura máxima de flexão h, obtida fa-
férico, impondo esforços de flexão e mo- cilmente por uma análise pressão-deslo-
bilizando uma cunha passiva no solo ad- camento, muito embora h possa estar pró-
jacente (figura 4). A cunha passiva não ximo de 1,5B (solo coesivo sob carga e
corresponde exatamente à hipótese de sem drenagem) ou compreendido entre 2B
Rankine, pelo fato dos deslocamentos na- e 3B (solos granulares). As colunas injeta-
quele limite vertical seguirem a lei para- das em torno da sapata modelam-se como
bólica. Por outro lado, torna-se necessá- vigas verticais, pois agüentam o tranco da
rio comprovar se os deslocamentos ne- pressão do solo, impedindo-o de sair, ga-
cessários para alcançar o estado passivo rantindo o efeito cortina, As figuras 5 e 6
superam a flexão máxima tolerável para a mostram os resultados aceitáveis obtidos
cortina trabalhando à flexão. instalando-se varas de ferro, em diferen-
Trabalhando à flexão, a pressão lateral de tes áreas, após a injeção e a formação das
confinamento proporcionada pela corti- colunas. Como as colunas do Compaction
na, imediatamente antes do estado de ru- Grouting são suficientemente robustas,
tura, dependerá de sua deflexão, tipica- admite-se que a colaboração do solo exte-
mente como uma mola. Esta pressão tam- rior seja mínima, possibilitando uma pos-
bém dependerá, em grande parte, das con- sível escavação sem perda apreciável da
dições de engastamento das extremida- capacidade portante.

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GLOSSÁRIO
Tensão normal – é o quociente da força atuan-
te, numa determinada superfície, pela área dessa
superfície. Componente perpendicular da tensão
Para ter mais
atuante. É extremamente importante para a resis-
tência ao cisalhamento, no entanto, a pressão da informações sobre
água nos poros do solo subtrai parte desta carga, Solos.
reduzindo a tensão normal. Lembramos que: ten-
são efetiva (σ’) = tensão normal (σ) – pressão da
água nos poros.

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