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Ano XXIII | nº 87 | Dezembro 2019

Especial:
AMBIENTES
DE INOVAÇÃO
incubadoras, aceleradoras
e parques tecnológicos

ENTREVISTA COM
JOSEP M. PIQUÉ
PÁG. 22

FRENTE PARLAMENTAR
DE APOIO AOS PCTS
PÁG. 26
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CARTA AO LEITOR
AO SUMÁRIO

A última edição da Revista Locus de 2019 está recheada de infor-


mações e conteúdos sobre o ecossistema de empreendedorismo
e inovação.

Criada em 1987, a Anprotec reúne mais de 350 associados, entre


incubadoras de empresas, parques tecnológicos, aceleradoras,
Ano XXIII | Dezembro de 2019 | nº 87
ISSN 1980-3842 coworkings, instituições de ensino e pesquisa, órgãos públicos e ou-
tras entidades ligadas ao empreendedorismo e à inovação, atuando
A revista Locus é uma publicação da por meio da promoção de atividades de capacitação, articulação de
Associação Nacional de Entidades
políticas públicas e geração e disseminação de conhecimentos.
Promotoras de Empreendimentos
Inovadores (Anprotec).
A trajetória da Associação está diretamente ligada ao desenvolvimen-
Presidente do Conselho Editorial to de incubadoras de empresas e parques tecnológicos brasileiros.
Luís Felipe Maldaner
A implantação desses ambientes em diferentes regiões disseminou
Coordenação a ideia do empreendedorismo inovador no país, consolidando o
Zacarias Rolim de Moura ecossistema.

Produção de Conteúdo
L/A COM, com a equipe: Luciano Valente, A atuação bem-sucedida desses mecanismos de apoio à inovação
Leila Bonfietti Lima e Lucas Borges caracteriza a trajetória e a evolução da Anprotec e contribui de for-
ma relevante para consolidar a formação de uma forte e competitiva
Edição
indústria baseada no conhecimento.
Leila Bonfietti Lima e Luciano Valente

Projeto Gráfico Nesse sentido, e com o lançamento do Mapeamento dos Mecanismos


L/A Com de Geração de Empreendimentos Inovadores no Brasil, em agosto,
e do Estudo de Indicadores de Parques Tecnológicos, em setembro,
trazemos no Especial Ambientes de Inovação matérias com núme-
ros atualizados sobre incubadoras, aceleradoras e parques tecnoló-
gicos, além de uma entrevista exclusiva com o presidente do Parque
Presidente
José Alberto Sampaio Aranha de Inovação da La Salle Technova Barcelona, e vice-presidente da
Asociación de Parques Científicos y Tecnológicos de España, Josep
Vice-presidente Miquel Piqué, que falou sobre os principais desafios enfrentados pe-
Francisco Saboya Albuquerque Neto
los ambientes de inovação e citou exemplos de boas práticas.
Diretoria
Daniel Leipnitz, Emília Rosângela Pires da Trazemos também uma matéria completa sobre a Missão França
Silva Franco, Gabriela Ferreira, 2019, na qual contamos como foi a experiência da delegação brasi-
Gisa Bassalo, Elso Alberti Junior
e Renato Valente
leira ao visitar centros de inovação e negócios, aceleradoras e incu-
badoras, corporações de tecnologia e empresas de investimentos
Superintendência Executiva em Paris, e participar da Conferência da IASP, em Nantes, também
Sheila Oliveira Pires
na França.
Endereço
Parque Tecnológico de Brasília - BioTIC Essa edição também conta com uma matéria especial sobre a tra-
Granja do Torto, Lote 04 jetória da nossa superintendente executiva, que está se despedindo
Edif. de Governança. 2º andar - Brasília/DF
– ou como ela mesma diz, dando um até breve – da Associação.
CEP 70.636-000
Muito querida na área de empreendedorismo inovador, a história da
Telefone: (61) 3202-1555 Sheila se mistura com a da Anprotec e, consequentemente, com a
Email: revistalocus@anprotec.org.br do próprio movimento. Por isso, ela merece todas as homenagens.
Website: www.anprotec.org.br
Anúncios: (61) 3202-1555
Confira esses destaques e muito mais nas próximas páginas!

Apoio:
Boa leitura!
Luís Felipe Maldaner

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NESTA EDIÇÃO
AO SUMÁRIO

CARTA AO LEITOR

05 ESPECIAL AMBIENTES DE
INOVAÇÃO
- INCUBADORAS
- ACELERADORAS
- PARQUES TECNOLÓGICOS

22 ENTREVISTA
- JOSEP M. PIQUÉ, PRESIDENTE
DO PARQUE DE INOVAÇÃO DA LA
05 10 SALLE TECHNOVA BARCELONA

26 CENÁRIO
- FRENTE PARLAMENTAR DE
APOIO AOS PARQUES
- A CARA DA ANPROTEC

45 CORPORATE VENTURE
- INCUBAÇÃO DE STARTUPS
BRASILEIRAS NA COREIA DO SUL
14 22
52 INTERNACIONALIZAÇÃO
- MISSÃO FRANÇA 2019
- AMBIENTES CANADENSES

67 EM MOVIMENTO
- ANPROTEC PARTICIPA DE
MISSÃO EMPRESARIAL À CHINA E
AO ORIENTE MÉDIO
26 38

45 52

63 67

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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

INCUBADORAS

Todo negócio bem-sucedido que talidade de empresas que passam


impactou positivamente o merca- por incubadoras é de 20%, ou seja,
do e, consequentemente, a socie- 80% das empresas incubadas se
dade foi fruto de uma ideia inova- consolidam no mercado, tornan-
dora tida por uma ou mais pessoas. do-se financeiramente viáveis e
competitivas após a finalização do
É indiscutível que ter uma ideia é processo de incubação.
a essência para a criação de um
empreendimento de sucesso. No Além do aumento da taxa de so-
entanto, sem a condução adequa- brevivência das empresas, passar
da, a possibilidade de evoluir essa por um processo de incubação
ideia, transformando-a em um ne- pode resultar no apoio ao desen-
gócio, é mínima. É neste plano de volvimento local e regional por
fundo que as incubadoras atuam, meio de geração de emprego e
afinal, ter uma ideia é uma etapa renda, otimização dos recursos
importante, mas é só o primeiro alocados pelas instituições de
passo de uma longa jornada. apoio, fortalecimento da interação
entre o setor empresarial e as insti-
Um levantamento realizado pelo tuições acadêmicas, e retorno para
Instituto Brasileiro de Geografia e os agentes que aportam recursos
Estatística (IBGE) aponta que seis financeiros.
em cada dez empresas fecham
em cinco anos de atividade. Neste O Mapeamento dos Mecanismos
cenário altamente competitivo, re- de Geração de Empreendimen-
ceber suporte de instituições que tos Inovadores no Brasil, elabora-
tenham experiência no trabalho do por meio de uma parceria da
com empreendimentos inovado- Anprotec, com o Conselho Nacio-
res pode ser um fator decisivo para nal de Desenvolvimento Científico
o sucesso do negócio. e Tecnológico (CNPq) e com o Mi-
nistério da Ciência, Tecnologia, Ino-
Segundo dados do Serviço Brasi- vações e Comunicações (MCTIC)
leiro de Apoio às Micro e Pequenas expressa o panorama das incuba-
Empresas (Sebrae), a taxa de mor- doras no Brasil.

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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

O mapeamento registrou um total do Brasil. São Paulo é o estado com


de 363 incubadoras ativas no país, mais incubadoras, seguido pelo Rio
com uma concentração maior nas Grande do Sul, com 57 e 40 incuba-
regiões Sudeste (132) e Sul (100) doras, respectivamente.
60 57
NÚMERO DE INCUBADORAS POR ESTADO

50

40
40 37

30 28
30

20 18 18 16
12 12
10 9 9 8 8 8 8 7 6 6 5 5 4
2 2 2 2 2 1 1
0
SP RS MG PR RJ RN SC PE MS SC CE RR AM ES GO PA RO BA DF MT PB TO AC AL MA PI SP AP SE
Fonte: ANPROTEC, CNPq, MCTIC. “Mapeamento dos Mecanismos de Geração de Empreendimentos Inovadores do Brasil”. 2019

Das 363 incubadoras identificadas, Assim como no campo das acelera-


121 participaram do mapeamento, doras, também analisadas pelo ma-
respondendo questões referentes ao peamento, a maioria das empresas
tempo de operação, áreas de atua- incubadas atuam na área de tecno-
ção, grau de inovatividade, serviços logia da informação e comunicação
prestados, taxa de sobrevivência das (TIC), o que equivale a 79,34%. Na
empresas graduadas, entre outros sequência está o Agronegócio com
tópicos. 41,32%.
Áreas de Atuação das Empresas Incubadas
Recursos Hídricos 1.65%
Aeroespacial e Defesa 1.65%
Construção Civil 2.48%
Impacto 2.48%
Lawtech 2.48%
Setor Financeiro 3.31%
Economia Criativa 3.31%
Confecções e Têxtil 4.13%
Petróleo e Gás Natural 4.96%
Área de Atuação

Biomas e Bioeconomia 4.96%


Biotecnologia 5.79%
Indústria 4.0 7.44%
Indústria Farmacêutica e Cosméticos 8.26%
Química 8.26%
Mecânica 9.92%
Varejo 10.74%
Eletroeletrônica 17.36%
Meio Ambiente e Clima 17.36%
Alimentos 19.01%
Energia 19.01%
Educação 19.83%
Saúde e Ciências da Vida 25.62%
Agronegócio 41.32%
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) 79.34%
Outros 35.54%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00%

Percentual de Incubadoras
Fonte: ANPROTEC, CNPq, MCTIC. “Mapeamento dos Mecanismos de Geração de Empreendimentos Inovadores do Brasil”. 2019

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AO SUMÁRIO

Em relação à natureza das mante- “Embora o número seja expressivo,


nedoras, dentre as incubadoras res- acreditamos que poderia ser melhor.
pondentes, mais da metade, 61%, No Censo da Educação Superior de
possui relações com universidades, 2017 foram contabilizadas 2.448 Ins-
sendo 35% de universidades fede- tituições de Ensino Superior (IES) no
rais, 18% de universidades frivadas e Brasil. Considerando o papel da in-
8% de universidades rstaduais. cubadora como um dos agentes que
atua no desenvolvimento da univer-
“Por outro lado, a líder temático sidade empreendedora - realização
de Incubadoras em Operação da de atividades de ensino, pesquisa
Anprotec, Claudine Pinheiro Carrilho, e empreendedorismo simultanea-
que também é gestora da Incubado- mente, o número atual representa-
ra Tecnológica Natal Central (ITNC), ria aproximadamente 15% do IES”,
coordenadora das incubadoras do aponta a líder.
Instituto Federal do Rio Grande do
Norte (IFRN) e membro da rede A natureza da mantenedora impacta
de incubadoras do estado (REPIN), a governança, o acesso aos recursos,
compara o número de incubadoras as características da mão-de-obra
levantadas pelo Mapeamento com (de quem faz a gestão e a operação
o número de instituições de ensi- dos ambientes), e a infraestrutura fí-
no superior apontadas pelo Censo. sica dos mecanismos.

Natureza das Mantenedoras

Outras
21%
Mais de uma
Não informado mantenedora
1% com naturezas
diferentes
Associação 6%
7%
Sociedade
Empresarial
1%
Prefeitura
3%

Universidade
Federal
Universidade 35%
Privada
18%

Universidade
Estadual
8%

Fonte: ANPROTEC, CNPq, MCTIC. “Mapeamento dos Mecanismos de Geração de Empreendimentos Inovadores do Brasil”. 2019

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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

De acordo com Claudine Carrilho, Para ela, também é preciso ampliar


a sustentabilidade das incubadoras a capacidade de atuação desses
também merece atenção, pois “gran- ambientes, pois a cada dia surgem
de parte desses ambientes de apoio novos formatos de organizações,
enfrentam desafios para manter sua reflexo das combinações entre aca-
estrutura de operação (infraestrutu- demia, governo e empresas, que
ra, serviços e equipe), necessitando ampliam para novas perspectivas
de recursos para fortalecer sua atua- de negócios inovadores. “Nosso le-
ção”. “Como o próprio mapeamento que de sistema de inovação é amplo
nos revela é preciso que vários ato- e democrático, com capacidade de
res estejam envolvidos e atuem de absorver ainda outros formatos, até
forma organizada para fortalecer a porque estamos sempre em movi-
gestão desses ambientes, afinal uma mento de crescente inovação”.
incubadora também é uma empre-
sa e precisa estar estruturada para
poder cumprir seu papel de supor-
te”, explicou a líder de Incubadoras
em Operação, já complementando
e destacando o trabalho em rede,
que o presidente da Anprotec, José
Alberto Sampaio Aranha, também
sempre destaca: “Temos um fa-
tor bem significativo nesse cenário,
que são as pessoas comprometidas
com a causa, que fazem a diferença
na gestão desses ambientes. Outro
fator que favorece é o trabalho em
rede, no qual compartilhamos as
ações exitosas e trocamos experiên-
cias”.

“Temos um fator bem significativo nesse cenário,


que são as pessoas comprometidas com a cau-
sa, que fazem a diferença na gestão desses am-
bientes. Outro fator que favorece é o trabalho em
rede, no qual compartilhamos as ações exitosas e
trocamos experiências”.
Claudine Pinheiro Carrilho - Gestora da Incubadora Tec-
nológica Natal Central (ITNC), coordenadora das incuba-
doras do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN),
membro da rede de incubadoras do estado (REPIN), e lí-
der temático de Incubadoras em Operação da Anprotec.

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CAPACITA:’AO PAR INCUBADORAS - CERNE
AO SUMÁRIO

O Centro de Referência para ras de diferentes áreas e portes


Apoio a Novos Empreendimentos possam reduzir o nível de variabi-
(Cerne) é uma plataforma que visa lidade na obtenção de sucesso das
promover a melhoria expressiva empresas apoiadas.
nos resultados das incubadoras de
diferentes setores de atuação. O processo de implantação do
Cerne vem sendo desenvolvido
O objetivo do Programa é oferecer pela Anprotec e pelo Sebrae des-
soluções, de forma a ampliar a ca- de 2008, ano em que foi realizado
pacidade da incubadora em gerar, o primeiro workshop sobre o mo-
sistematicamente, empreendimen- delo de gestão. Em 2018 o Progra-
tos inovadores bem-sucedidos. ma passou por uma reformulação,
Dessa forma, cria-se uma base de com implementações na metodo-
referência para que as incubado- logia aplicada, que passou a ser
desenvolvida de maneira mais di-
nâmica.
“Quando criamos o Cerne, tínhamos o
objetivo de qualificar as incubadoras bra- Durante o Café da Manhã Anpro-
sileiras. Hoje, percebermos que o Cerne tec & Parceiros 2019, realizado em
tem se consolidado como um modelo de 04 de dezembro em Brasília – DF,
aconteceu a certificação das incu-
referência em gestão de incubadoras e
badoras que implantaram o mo-
contribuído decisivamente com dezenas delo Cerne de agosto a dezembro.
de empreendimentos de sucesso em todo Foram oito certificados do Cerne
o país”. 02; e 16 do Cerne 01.
Sheila Oliveira Pires - superintendente executiva Clique aqui e confira a lista das in-
da Anprotec. cubadoras certificadas.

Incubadoras recebem certificado do Cerne durante Café da Manhã Anprotec & Parceiros 2019

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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

ACELERADORAS

Existem vários fatores que estimu- Segundo um levantamento realiza-


lam o progresso tecnológico do país. do em 2018 pelo Serviço Brasileiro
Neste panorama, as aceleradoras de Apoio às Micro e Pequenas Em-
têm uma participação considerável presas (Sebrae) e pelo Ministério da
como mecanismos que incentivam Indústria, Comércio Exterior e Servi-
startups e empresas que possuem a ços, cerca de 30% das startups bra-
inovação em sua essência. sileiras não conseguem se manter no
mercado. Dentre os principais moti-
Em um contexto de risco constante vos apontados pelos sócios está a
para as startups, incertezas e insta- falta de recursos.
bilidades são alguns dos principais Com uma atuação direta, mas não li-
obstáculos enfrentados pelos em- mitada, na saúde financeira das star-
preendedores, sendo motivos fre- tups, as aceleradoras contribuem
quentes para o desaparecimento de diretamente para a manutenção e o
negócios com potencial inovador. crescimento dos negócios inovadores,
diminuindo os riscos e trazendo mais
segurança aos empreendimentos.
Segundo um levantamento realizado em 2018
pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe- De acordo com o líder temático de
quenas Empresas (Sebrae) e pelo Ministério da Aceleradoras da Anprotec, e fun-
Indústria, Comércio Exterior e Serviços, cerca de dador e diretor executivo da ace-
30% das startups brasileiras não conseguem se leradora Ventiur, Sandro Cortezia,
aceleradoras são entidades jurídicas
manter no mercado. Dentre os principais motivos
(com ou sem fins lucrativos) dedi-
apontados
CARTA AO LEITOR
pelos sócios está a falta de recursos. cadas a apoiar o desenvolvimento
inicial de novos negócios inovadores
(startups), por meio de um processo
estruturado, com tempo determina-
do, que inclui seleção, capacitação,
mentorias, oportunidades de acesso
a mercados, infraestrutura e serviços
de apoio, além do aporte de capital
financeiro inicial (próprio ou de sua
rede de investidores), em troca de
uma possível participação societária
futura nos negócios acelerados.

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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

Para ilustrar o cenário brasileiro das O Mapeamento identificou 57 acele-


aceleradoras, assim como de outros radoras no Brasil, das quais 29 foram
atores dos ecossistemas de inovação, analisadas a fundo no estudo, abor-
a Anprotec, em parceria com o Con- dando questões como região, ano de
selho Nacional de Desenvolvimento fundação, área de atuação, impacto
Científico e Tecnológico (CNPq) e socioeconômico, entre outros pon-
o Ministério da Ciência, Tecnologia, tos. A maior concentração de acele-
Inovações e Comunicações (MCTIC) radoras acontece na região Sudeste,
lançou o ‘Mapeamento dos Mecanis- sendo São Paulo o estado com maior
mos de Geração de Empreendimen- número. Pode-se considerar que o
tos Inovadores no Brasil’ em agosto fato de a região ser a que possui o
de 2019 durante a primeira edição do maior desenvolvimento econômico
Innovation Summit Brasil 2019, em do país tenha uma participação con-
Florianópolis-SC. siderável nessa questão.

Número de Aceleradoras por Estado

São Paulo
Paraná
Rio Grande do Sul
Rio de Janeiro
Minas Gerais
Pernambuco
Bahia
Sanata Catarina
Maranhão
Espírito Santo
Distrito Federal
Amazonas
2 4 6 8
Fonte: ANPROTEC, CNPq, MCTIC. “Mapeamento dos Mecanismos de Geração de Empreendimentos Inovadores do Brasil”. 2019

FENÔMENO RECENTE tups - Startup Brasil, realizado pelo


MCTIC. A iniciativa teve as acelera-
Dentre as aceleradoras analisadas, a doras como parceiras na modelagem
maioria (27) surgiu entre 2010 e 2019. das ações que recém começavam a
O segmento ganhou impulso no país surgir, na esteira de novas demandas
neste período, principalmente a partir e maior interesse de investidores em
de 2013, com o lançamento do Progra- empreendimentos com tecnologias
ma Nacional de Aceleração de Star- inovadoras.

Ano de Fundação
Quantidade de Aceleradoras

30 27
25
20
15
10
5 2
0
0
1990 - 1999 2000 - 2009 2010 - 2019
Década

Fonte: ANPROTEC, CNPq, MCTIC. “Mapeamento dos Mecanismos de Geração de Empreendimentos Inovadores do Brasil”. 2019

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Além do crescimento do número de co de Aceleradoras, Sandro Cortezia.


aceleradoras, nos últimos anos tam-
bém surgiram diversas outras iniciati- ÁREA DE ATUAÇÃO
vas para a aceleração de startups pelo
país. Nesse contexto, destacam-se A área de tecnologia da informação e
os programas de aceleração. “Embo- comunicação (TIC) é o principal ramo
ra tenham processos similares, esses de atuação das aceleradoras, segui-
programas diferenciam-se das acele- do pelo setor financeiro, de saúde e
radoras, principalmente pelo fato de ciências da vida, e pelo agronegócio.
serem conduzidos por organizações O setor de TIC exige uma estrutura
não dedicadas a essa atividade, além relativamente simples, pois muitas
de não haver o investimento financei- empresas necessitam somente de um
ro em startups e a correspondente local com computadores para desen-
participação societária nessas empre- volver seus serviços, o que acaba sen-
sas nascentes”, explica o líder temáti- do interessante para as aceleradoras.

Áreas de Atuação - Aceleradoras

TIC 65.52%
Setor Financeiro 41.38%
Saúde e Ciências da Vida 41.38%
Agronegócio 34.48%
Educação 31.03%
Área de Atuação

Outros 27.59%
Varejo 27.59%
Indústria 13.79%
Eletroeletrônica 13.79%
Meio Ambiente e Clima 6.90%
Energia 6.90%
Confecções e Têxtil 6.90%
Petróleo e Gás Natural 3.45%
Mecânica 3.45%
Lawtech 3.45%
Aeroespacial e Defesa 3.45%
0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00%

Percentual de Aceleradoras
Fonte: ANPROTEC, CNPq, MCTIC. “Mapeamento dos Mecanismos de Geração de Empreendimentos Inovadores do Brasil”. 2019

Os impactos da atuação das aceleradoras são re- Os impactos da atuação das acele-
fletidos no âmbito socioeconômico do país. Con- radoras são refletidos no âmbito so-
cioeconômico do país. Considerando
siderando as 57 aceleradoras identificadas pelo
as 57 aceleradoras identificadas pelo
mapeamento, 2.028 empresas foram aceleradas, mapeamento, 2.028 empresas foram
que geraram 4.128 postos de trabalhos e apresen- aceleradas, que geraram 4.128 postos
taram um faturamento de mais de R$ 473 milhões. de trabalhos e apresentaram um fatu-
ramento de mais de R$ 473 milhões.

As aceleradoras têm a importante


função de fomentar o empreendedo-
rismo e ajudar as empresas a definir o
seu modelo de negócio e ganhar tra-
ção no mercado.

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Elas ainda atuam num momento de mentos de fundos de capital semen-


alta incerteza para as empresas, aju- te ou capital de risco, que buscam
dando a preparar e filtrar negócios empresas com alta capacidade de
de alto potencial, que, possivelmen- crescimento.
te, possam receber no futuro investi-

COMO FUNCIONA UMA ACELERADORA?

De modo geral, pode-se considerar que uma aceleradora é


um primeiro investidor para as startups. Geralmente os valores
investidos variam entre 50 mil a 200 mil reais, com uma
participação minoritária da empresa.

As aceleradoras buscam projetos em fase inicial, porém já


estruturados, que possuem um produto ou serviço validado,
problemas identificados e possíveis soluções.

O tempo de aceleração varia de acordo com a aceleradora, a


média de duração dos ciclos é de 8,5 meses. Nesse período as
aceleradoras oferecem mentorias, networking, treinamentos, e
acesso ao mercado.

O ideal é que as startups saiam prontas para captar uma nova


rodada de investimentos com investidores maiores.

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PARQUES
CIENTÍFICOS E
TECNOLÓGICOS

Parque Tecnológico de Brasília (Biotic), inaugurado em 2018

Em setembro o Ministério da Ciên- do o último levantamento publicado


cia, Tecnologia, Inovações e Comu- com os dados referentes aos anos
nicações (MCTIC) divulgou o Estudo de 2013 e 2014.
de Indicadores de Parques Tecno-
lógicos, realizado pela Secretaria Os dados coletados demonstram
de Empreendedorismo e Inovação que as iniciativas de parques cientí-
(SEMPI) do Ministério e pela Univer- ficos e tecnológicos (PCTs) se mul-
sidade de Brasília (UnB), por meio tiplicaram, no Brasil ao longo dos
do Departamento de Administração anos, passando de 10 em 2000, para
(ADM) da Faculdade de Economia, 103 em 2017, sendo 37 em fase de
Administração, Contabilidade e Ges- projeto, 23 em fase de implantação
tão de Políticas Públicas (FACE) e e 43 em fase de operação. Destaca-
do Centro de Apoio ao Desenvolvi- -se ainda que, apesar de uma maior
mento Tecnológico (CDT). A publi- concentração nas regiões Sul e Su-
cação apresenta um panorama do deste, já existem parques em opera-
segmento de parques científicos e ção em todas as regiões brasileiras,
tecnológicos no país, com dados le- envolvendo iniciativas em 20 esta-
vantados em 2017 e 2018, atualizan- dos e no Distrito Federal.

| Edição 87 | Dezembro 2019 14


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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

O QUE SÃO PARQUES CIENTÍFICOS E TECNOLÓGICOS?

Por meio da Portaria 139, de 10 de março de 2009, o MCTIC defi-


niu PCTs como “complexos de desenvolvimento econômico e tec-
nológico que visam fomentar e promover sinergias nas atividades
de pesquisas científica, tecnológica e de inovação entre empresas
e instituições científicas e tecnológicas, públicas e privadas, com
forte apoio institucional e financeiro entre os governos federal, es-
tadual e municipal, comunidade local e setor privado”.

Mais recentemente, a Lei 13.243, de 11 de janeiro de 2016, alterou a


definição, estabelecendo que um parque tecnológico representa
“um complexo planejado de desenvolvimento empresarial e tec-
nológico, promotor da cultura de inovação, da competitividade
industrial, da capacitação empresarial e da promoção de sinergias
em atividades de pesquisa científica, de desenvolvimento tecno-
lógico e de inovação, entre empresas e uma ou mais instituições
de ciência e tecnologia (ICTs), com ou sem vínculo entre si”.

De acordo com o Estudo de Indicadores, a evolução da definição


de parques tecnológicos estabelecida pelo governo ilustra o di-
namismo do segmento, refletindo questões mais pragmáticas e
atuais da inovação.

Embora a interação entre ciência, tecnologia e mercado seja enfa-


tizada na conceituação de parques tecnológicos, a nova definição
suaviza o foco no apoio institucional e financeiro dos setores pú-
blico e privado e coloca em evidência a integração de atividades
que contribuam para a inovação e a competitividade do país.

EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE ques, evoluindo para 74 e para 94,


INICIATIVAS DE PARQUES em 2008 e 2013, respectivamente.
Na pesquisa mais recente, o núme-
Os PCTs brasileiros tiveram um ex- ro de iniciativas totaliza 103 parques,
pressivo crescimento nas últimas em diferentes fases de maturidade,
duas décadas. Levantamentos an- sugerindo um consistente aumento
teriores mostram que no ano 2000 desses ambientes de promoção de
eram somente 10 iniciativas de par- inovação no Brasil.

| Edição 87 | Dezembro 2019 15


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AO SUMÁRIO

Número de iniciativa de Parques Iniciativas

120 50

103
100
94 40 38

80 103
74
30 28 28
60
20
40

10
20
10

2000 2008 2013 2017 2013

Fonte: MCTIC. “Indicadores de Parques Tecnológicos. Fase 2. Estudo de Projetos de Alta Complexidade”. 2019. Projeto

Apesar do crescimento do número ção dos desafios de se atingir o está-


absoluto desde 2000, a análise dos gio operacional.
três últimos levantamentos sugere,
Distribuição das iniciativas de parque por fase de desenv
no entanto, uma redução da taxa de Neste contexto, o estudo identifica a
crescimento. Tendo em vista que, de 2013das iniciativas de parques tec-
fase 2
2008 a 2013, 20 novas iniciativas de nológicos para uma avaliação maior
29,8%e, de
parques foram estabelecidas do potencial de crescimento e con-
Operação
2013 a 2017, o acréscimo líquido foi 40,4%
solidação do segmento.
Projeto
de apenas nove novos empreendi-
mentos, os resultados podem indi- O perfil dos estágios das41,7%
iniciativas
car uma aproximação de um ponto alterou-se nos últimos anos com o
Operação
de saturação na quantidade desses aumento da porcentagem de par-
29,8%
habitats de inovação ou uma impli- ques em fase de operação, que tota-
Implantação
cação da crise político-econômica lizam 41,7%, em contraste com 29,8%
que afetou o Brasil nos últimos anos. na pesquisa de 2013.

De acordo com o estudo, conside- Esse aumento do número e da pro-


rando essa evolução, uma potencial porção de parques em operação é
linha de açãoIniciativas
envolve odeincentivo
Parques ao proveniente,
Científicos principalmente,
e Tecnológicos no Brasil da evo-
fortalecimento das atuais iniciativas, lução de parques em implantação,
prevendo o direcionamento de es- apesar de haver uma contribuição
forços e recursos para (i) a conso- relevante também dos parques em
37
lidação dos parques em operação projeto, que conseguiram superar
Projeto
e (ii) apoio aos parques em fase de também os desafios da implantação,
43
projeto e implantação, objetivando tornando-se operacionais no perío-
Operação
auxiliar essas iniciativas para supera- do de 2013 a 2017.

23
Implantação

| Edição 87 | Dezembro 2019 16


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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

Número de iniciativa de Parques Iniciativas de Parque por fase


Número de iniciativa de Parques Iniciativas de Parque por fase
20 50
120 50
103 43
00 103 43
100 94 40 38
94 40 38 37 37
80 103
80
74 103
74 30 28 28
30 28 28
60 23
60 23
20
20
40
40
10
20 10
10 20
10

2000 2008 2013 2017 2013 2017


2000 2008 2013 2017 2013 2017
Projeto Implantação Operação
Projeto Implantação Operação

Fonte: MCTIC. “Indicadores de Parques Tecnológicos. Fase 2. Estudo de Projetos de Alta Complexidade”. 2019.

Distribuição das iniciativas de parque por fase de desenvolvimento


Distribuição das iniciativas de parque por fase de desenvolvimento

2013 2017
2013 2017
29,8% 29,8% 36,0%
Operação 40,4% 36,0%
Operação
Projeto
40,4% Projeto
Projeto Projeto

41,7%
Operação
41,7%
Operação

29,8% 22,3%
29,8% Implantação
22,3%
Implantação
Implantação Implantação

Fonte: MCTIC. “Indicadores de Parques Tecnológicos. Fase 2. Estudo de Projetos de Alta Complexidade”. 2019.

É importante ressaltar que, em 2018, dimentos ainda em fase de projeto


as de Parques Científicos e Tecnológicos no Brasil
após a coleta das principais informa- e implantação, não fica evidente a
Iniciativas de Parques Científicos e Tecnológicos no Brasil
ções desse estudo, houve pequenas necessidade do aumento do número
alterações nas fases das iniciativas de iniciativas de parques no contex-
de 37
parque. Por exemplo, o Parque to brasileiro. Obviamente, o resulta-
Projeto
37
Tecnológico de Brasília
Projeto - Biotic, onde do não implica que novos parques
se encontra a sede da Anprotec, foi não possam ser incentivados.
43
eração
43 inaugurado em junho de 2018, pas-
Operação
sando à fase de operação, acolhen- Porém, o surgimento de novas ini-
do empresas
23 e gerando empregos. ciativas de parques tecnológicos
Implantação
23
Implantação pode ser motivado não necessaria-
Considerando em termos absolutos, mente pela quantidade já existente,
a grande quantidade de empreen- mas pelo melhor aproveitamento de

| Edição 87 | Dezembro 2019 17


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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

vantagens competitivas de determi- O estudo revela ainda a possibili-


nadas áreas ou pela necessidade de dade de estabelecimento de novos
desenvolvimento de regiões espe- empreendimentos que substituam
cíficas. Desta forma, dentro de um iniciativas atuais, cuja evolução pos-
planejamento mais amplo de incen- sa estar se delongando demasiada-
tivo à inovação, pode-se fomentar o mente. Em especial, parques que
surgimento de parques, coordenan- estagnam nas fases de projeto ou
do-se esforços dos diversos setores implantação ou até mesmo que re-
da sociedade em localidades especí- trocedem de estágio podem estar
ficas e com atuação em temas estra- sujeitos a obstáculos substanciais
tégicos ao país. que comprometem sua viabilidade.
Essas iniciativas poderiam ser subs-
tituídas, abrindo espaço para o de-
senvolvimento de outros parques,
com maiores chances de atingirem a
fase de operação e contribuírem efe-
tivamente para o avanço tecnológi-
co e o aumento da competitividade
de empresas.

PRINCIPAIS IMPACTOS DOS


PARQUES CIENTÍFICOS E
TECNOLÓGICOS BRASILEIROS

O avanço dos ambientes de ino-


vação deve ser analisado não so-
mente pelo número de iniciativas,
mas também por outras métricas.
Impactos importantes de parques
tecnológicos envolvem o número
de empresas instaladas e de cola-
Clique na imagem e acesse o estudo completo
boradores atuantes, o que reflete
em diversos outros benefícios à co-
munidade local.
“O país precisa priorizar de fato a inovação. É o
passaporte para o século XXI e para a constru- O número de empresas, entre 2013
ção de um desenvolvimento sustentável. Nesse e 2017, nos parques tecnológicos
aumentou de 939 para 1.337, repre-
cenário, os habitats de inovação são parte de um
sentando um crescimento de 9,2%
ecossistema que se torna cada vez mais relevan- ao ano. Assim, apesar de o PIB bra-
te para o fortalecimento do empreendedorismo sileiro ter apresentado um decrés-
de base tecnológica nos territórios”. cimo de cerca de 2,6% no período,
Paulo Alvim - Secretário de Empreendedorismo e Inova- houve um aumento do número de
ção do MCTIC - na introdução do Estudo de Indicadores empresas que buscaram se instalar
de Parques Tecnológicos nos parques tecnológicos.

| Edição 87 | Dezembro 2019 18


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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

Número de empresas instaladas nos Parques Número de emprego

1.400 1.337 40.000

1.200 35.000

30.000
1.000 939
25.000
800
20.000
600
15.000
400
10.000

200 5.000

2013 2017
Fonte: MCTIC. “Indicadores de Parques Tecnológicos. Fase 2. Estudo de Projetos de Alta Complexidade”. 2019.

A quantidade de empregados nas Fontes


período dede2013
financiamento
a 2017, ados Parques
taxa de Tecn
empresas dos parques totalizou desemprego, medida pela relação
1
38.365 profissionais, um crescimen- entre o número de pessoas desocu- Gover
to de 6,4% ao ano, em relação ao padas que trabalharam e o número
número de empregados de 29.909 de pessoas economicamente ativas,
2.399
informados pelos gestores em 2013. subiu de
Iniciativa 7,1% para 12,7% no Brasil, se-
Privada
Este resultado torna-se ainda mais gundo dados do IBGE.
expressivo considerando que, no

G
o de empresas instaladas nos Parques Número de empregos gerados nas empresas dos Parques Estadu

1.337 40.000 38.365

35.000
29.909
30.000
939
25.000

20.000

15.000

10.000

5.000

2013 2017 2013 2017


Fonte: MCTIC. “Indicadores de Parques Tecnológicos. Fase 2. Estudo de Projetos de Alta Complexidade”. 2019.

Fontes de financiamento dos Parques Tecnológicos

1.314
Governo Federal

2.399
| Edição 87 |Privada
Iniciativa Dezembro 2019 19
1.400 1.337 40.000 38.365
VOLTAR
ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
35.000 AO SUMÁRIO
1.200
29.909
30.000
1.000 939 com o estudo, os parques
De acordo lhões de reais, correspondem a re-
podem ser importantes ambientes 25.000
cursos financeiros relevantes que
800
para as empresas se manterem com- podem impactar as comunidades
20.000
600 petitivas, mesmo em períodos com próximas aos parques. Embora o go-
15.000
grandes desafios tanto econômicos verno federal tenha sido o principal
400
quanto políticos, como os observa- financiador dos PCTs no passado, o
10.000

200 dos nos últimos anos. estudo indica que governos locais e
5.000
a iniciativa privada estão cada vez
Os investimentos
2013 realizados
2017 ao lon- mais confiantes 2013
em investimentos
2017
go do tempo e superiores a 6,3 bi- nesses habitats de inovação.

Fontes de financiamento dos Parques Tecnológicos

1.314
Governo Federal

2.399
Iniciativa Privada

2.649
Governos
Estadual/Municipal

Fonte: MCTIC. “Indicadores de Parques Tecnológicos. Fase 2. Estudo de Projetos de Alta Complexidade”. 2019.

“Precisamos que os parques tecnológicos bra- Dada a extensão do território brasilei-


sileiros sejam celeiros de inovação digital, tec- ro e as diferentes vocações de cada
região do país, os PCTs têm áreas de
nológica e social. É essencial apoiá-los como
atuação diversas como, por exem-
agentes do desenvolvimento regional nos muni- plo, Tecnologia de Informação, Ener-
cípios, pois eles estão próximos das demandas gia, Biotecnologia, Saúde e Petróleo
da população e dialogam com os diversos atores e Gás Natural, Telecomunicações,
públicos nessas regiões”. Agronegócio, Economia Criativa, Au-
Marcos Cesar Pontes - Ministro da Ciência, Tecnologia, tomação, Materiais, etc. Dentre os
Inovações e Comunicações - no prefácio do Estudo de principais desafios destacados pelos
Indicadores de Parques Tecnológicos gestores dos parques, para a elabora-
ção do estudo, estão obtenção de re-
cursos financeiros, escassez de pro-
fissionais com experiência em gestão
de ambientes de inovação, necessi-
dade de criação de cultura voltada à
inovação e maior aproximação entre
ciência e mercado.

| Edição 87 | Dezembro 2019 20


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ESPECIAL - AMBIENTES DE INOVAÇÃO
AO SUMÁRIO

PARQUES CIENTÍFICOS E Assim, de acordo com o diretor de


TECNOLÓGICOS EM OPERAÇÃO E desenvolvimento de negócios do
CONSOLIDADOS Parque Tecnológico São José dos
Campos, diretor da Anprotec e líder
Como foi apresentado no Estudo temático de parques consolidados
de Indicadores de Parques Tecnoló- da Associação, Elso Alberti Jr., é de
gicos, um parque tecnológico pode se esperar que, a partir do momento
se encontrar em diferentes fases, ou em que entra em operação efetiva,
seja, desde os estudos de concep- um parque leve ainda alguns anos
ção, passando pela implantação e as para atingir a operação plena, com
operações inicial e plena, chegando todas as funções testadas e valida-
à consolidação e à expansão. Essas das. A partir de então, ele pode en-
fases demandam planejamento, or- frentar, de forma mais robusta e com
ganização, ações, tempo e recursos menores riscos, os projetos de ex-
financeiros e econômicos. pansão, quando já se pode declarar
a sua consolidação.

“Parque consolidado é aquele que já está em


operação efetiva há, pelo menos, cinco anos e
tenha instalado, pelo menos, 80% dos elementos
básicos de apoio e promoção à ciência, tecno-
logia e inovação, por meio de projetos e ativi-
dades que envolvam empresas e universidades,
e que tenha um reconhecimento institucional na
cidade ou na região onde está instalado”.
Elso Alberti Jr - Diretor de desenvolvimento de negócios
do Parque Tecnológico São José dos Campos, diretor da
Anprotec e líder temático de parques consolidados da
Associação

| Edição 87 | Dezembro 2019 21


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ESPECIAL AMBIENTES DE INOVAÇÃO - ENTREVISTA
AO SUMÁRIO

ECOSSISTEMAS
INTELIGENTES E
GLOBAIS
“Estamos sendo expostos a uma
onda de novas tecnologias que vão
revolucionar os negócios, as cida-
des e como todos nós vivemos. 5G,
Blockchain, drones, Inteligência Ar-
tificial e veículos autônomos. Tudo
isso chegará à população tão ra-
pidamente como a revolução dos
smartphones. Por isso, se não nos
globalizarmos, nos globalizarão. Ou
dominamos essas tecnologias ou
elas nos dominarão”, disse o presi-
dente do Parque de Inovação da La
Salle Technova Barcelona, e vice-
-presidente da Asociación de Par-
ques Científicos y Tecnológicos de
Josep Miquel Piqué - presidente España, Josep Miquel Piqué, durante
do Parque de Inovação da o painel Rede Nacional e Internacio-
La Salle Technova Barcelona, e
nal de Ambientes de Inovação, no
vice-presidente da Asociación de
Parques Científicos y Tecnológicos Innovation Summit Brasil.
de España
Ex-presidente da Associação Inter-
nacional de Parques Científicos e
Áreas de Inovação (IASP), Piqué é
engenheiro de telecomunicações
formado pela La Salle e pela Uni-
versidade Politécnica da Catalunha,
e mestre pela ESADE. É doutor em
ecossistemas de inovação pela Uni-
versidade Ramon Llull. Também
possui diplomas do Instituto de Tec-
nologia de Massachusetts (MIT) e da
Universidade da Califórnia-Berkeley.

| Edição 87 | Dezembro 2019 22


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ESPECIAL AMBIENTES DE INOVAÇÃO - ENTREVISTA
AO SUMÁRIO

É discípulo dos professores Henry Unidos) e Ásia (Coreia, Filipinas, Sin-


Etzkowitz (co-fundador da Triple gapura, Japão e China). Sua linha
Helix), Francesc Solé Parellada (em- central de atividade é a promoção
presário) e Jerome Engel (“Clusters da economia e da sociedade do co-
of Innovation”). nhecimento, com o objetivo de con-
solidar cidades do conhecimento
Também é presidente da Rede Ca- em cidades inteligentes.
talã de Parques de Ciência (XPCAT),
consultor da direção-geral da Polí- Foi nesse contexto e com essa ex-
tica Regional e Urbana (DG REGIO) pertise que o Prof. Piqué concedeu
da Comissão Europeia, e membro da uma entrevista exclusiva para essa
equipe de especialistas em políticas edição da revista Locus.
de inovação e competitividade da
Comissão das Nações Unidas para a Locus: Pode nos contar um pouco
Europa (UNECE). sobre a sua percepção quanto aos
ambientes de inovação brasileiros
Sua vasta experiência profissional em geral?
em gestão universitária levou-o a
promover e liderar programas de Prof. Piqué: O Brasil possui ambien-
pós-Graduação, centros de transfe- tes de inovação muito reconhecidos
rência de tecnologia, incubadoras internacionalmente, como o Porto
universitárias e parques de inovação, Digital, o Tecnopuc, o Tecnosinos e o
ciência e tecnologia. Sapiens Parques, por exemplo.

Tem promovido várias organizações Na PUCRS temos diversos projetos


híbridas, tomando o modelo de par- para o desenvolvimento do ecossis-
ceria Universidade-Indústria-Ad- tema de inovação e iniciativas que
ministração Pública. No campo da envolvem as instituições acadêmi-
administração pública é CEO do Dis- cas e as empresas. É interessante ci-
trito de Inovação – 22 @Barcelona, tar outros projetos, também no Rio
diretor de setores estratégicos da Grande do Sul, como o Tecnosinos,
Agência de Desenvolvimento Local que desenvolve projetos inovadores
– Barcelona Activa, e CEO do gabi- na área de ciência e tecnologia na re-
nete de crescimento econômico da gião metropolitana de Porto Alegre.
Câmara Municipal de Barcelona.
Então, em uma primeira lição des-
Entre outros projetos participou tacamos a importância dos parques
em equipes da Capital Europeia da em universidades para o desenvol-
Inovação de Barcelona e da Capital vimento de novas tecnologias. Toda
Mundial Móvel de Barcelona. Publi- universidade, toda cidade, deve ser
cou vários artigos em revistas cien- um ecossistema inovador, como o
tíficas e congressos sobre ecossis- estado de Santa Catarina, com o
temas de inovação, e participou de Sapiens Parques e os ambientes de
vários fóruns internacionais na Eu- inovação de Lage-SC. É preciso in-
ropa (Bulgária, Dinamarca, Espanha, vestir em parques para o desenvol-
Finlândia, França, Itália e Reino Uni- vimento, urbano, econômico e social
do), América (Brasil, Canadá, Chile, do país.
Colômbia, México, Peru, e Estados

| Edição 87 | Dezembro 2019 23


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AO SUMÁRIO

Locus: E quais são os principais desa- de e estar preparados para receber as


fios enfrentados? smarts cities.

Prof. Piqué: Temos quatro categorias 3) Desafio Social: dentro desse desa-
de desafios: fio temos três vertentes: a) o desen-
volvimento de novos talentos para ci-
1) Desafio Econômico: as corporações ência e tecnologia desde a infância; b)
devem abrir suas portas para a inova- atração, retenção e retorno desses ta-
ção, fazer open innovation. E as star- lentos. Muitas cidades têm ótimos ta-
tups devem apresentar inovações dis- lentos, que quando crescem vão para
ruptivas. O corporate venture é uma São Paulo, por exemplo; c) formação
ótima ponte entre as corporações e de profissionais com competências
as startups. digitais para a transformação da so-
ciedade, da educação e da economia.
2) Desafio Urbano/Territorial: preci-
samos de áreas de inovação, distritos 4) Desafio de Governança: como arti-
inovadores e planejamento urbanísti- cular o ecossistema para desenvolver
co que promova essa inovação. Preci- atividades conjuntas de ciência, tec-
samos de infraestrutura de mobilida- nologia, inovação e administração?

PACTO ALEGRE FOI LANÇADO OFICIALMENTE HÁ UM ANO

Em novembro de 2018 foi realizada, no Centro Cultural da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), a solenidade de assinatura oficial do Pacto pela Inovação, denominado Pacto
Alegre, com objetivo de obter engajamento e compromisso de entidades públicas e privadas e
da sociedade para tornar Porto Alegre uma cidade referência em inovação. A iniciativa surgiu a
partir da articulação da Aliança para Inovação, formada pelas universidades UFRGS, PUCRS e
Unisinos, em conjunto com a Prefeitura Municipal de Porto Alegre e entidades representativas.

A cerimônia também foi um


evento de convite a um conjunto
de mais de 70 empresas e enti-
dades para se somarem ao Pac-
to, contribuindo com sugestões,
recursos e experiências para a
construção conjunta de projetos
e ações voltadas a transformar
Porto Alegre em referência inter-
nacional e modelo de colabora-
ção e inovação de alto impacto.

O Prof. Josep Piqué atuou como


mentor e facilitador do Pacto
Prof. Piqué em assinatura oficial do Pacto pela Inovação, Alegre.
denominado Pacto Alegre, em novembro de 2018

| Edição 87 | Dezembro 2019 24


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ESPECIAL AMBIENTES DE INOVAÇÃO - ENTREVISTA
AO SUMÁRIO

Locus: O Brasil é um país muito A segunda é a importância do tra-


grande. Como é possível amenizar o balho em equipe, em colaboração,
desafio territorial no âmbito da ino- com compromisso. Precisamos sa-
vação? ber o valor da inclusão, desenvolver
empreendedores, e transformar os
Prof. Piqué: Com os pactos de inova- territórios urbanisticamente, econo-
ção e articulações com os governos. micamente e socialmente.
Assim é possível compartilhar o que
foi aprendido com as regiões. Locus: Quais as principais diferen-
ças entre o ecossistema de inova-
Locus: Em sua opinião, quais são ção brasileiro e o espanhol?
as mudanças culturais necessárias
para que o Brasil seja efetivamente Prof. Piqué: O Brasil tem todos os
inovador? elementos necessários para desen-
volver cidades inovadoras, mas falta
Prof. Piqué: A primeira é reconhecer uma nação mais explicitamente ino-
a classe empreendedora. Empreen- vadora, voltada para a transferência
dedor é aquele que cria coisas que de tecnologia.
não existem. Precisamos de tolerân-
cia ao fracasso e cambio cultural. Os Outro elemento diferencial é que
projetos nascem em uma cidade, não é preciso estar em Barcelona
mas devem ser tornar globais. Te- para se ter inovação. Precisamos ter
mos que ter uma cultura universal, espaços de inovação e não preci-
global. sar ir para São Paulo. Precisamos de
aproximação, e a Anprotec faz isso
muito bem, ao conectar esses am-
“Empreendedor é aquele que cria coisas que não
bientes de inovação.
existem. Precisamos de tolerância ao fracasso e
cambio cultural. Os projetos nascem em uma ci- Locus: Quais boas práticas os ecos-
dade, mas devem ser tornar globais. Temos que sistemas de inovação brasileiros
ter uma cultura universal, global.” podem ter como exemplo dos espa-
nhóis?

Prof. Piqué: Práticas de conexões e


investimento de corporações com
startups, e valorização da pesquisa
científica pelas grandes empresas.

A última boa prática são os centros


urbanos e sociais. Precisamos desen-
volver distritos de inovação para as
cidades, com articulações governa-
mentais, acadêmicas e empresariais
e práticas de pactos de inovação.

| Edição 87 | Dezembro 2019 25


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CENÁRIO
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DE FRENTE PARA
OS PARQUES
TECNOLÓGICOS
Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação é
lançada em Brasília e Anprotec é nomeada a secretaria executiva

Cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos e


Áreas de Inovação

No dia 18 de setembro aconteceu no Vanderlan Cardoso. A Anprotec é a


auditório Freitas de Nobre, em Brasí- responsável pela secretaria executi-
lia-DF, o lançamento da Frente Parla- va, cujo objetivo é estimular e apoiar
mentar Mista de Apoio aos Parques o desenvolvimento de políticas pú-
Tecnológicos e Área de Inovação. blicas para a criação e o aprimora-
A iniciativa tem como presidente o mento dos parques tecnológicos do
deputado federal Major Vitor Hugo, Brasil e, com isso, cooperar para o
e como vice-presidente o senador crescimento econômico do país.

| Edição 87 | Dezembro 2019 26


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CENÁRIO
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Além do presidente e do vice-presi- Na ocasião do lançamento, em sua


dente da Frente, também estiveram fala, Saboya apontou os desafios pre-
presentes no evento o Ministro de sentes no Brasil, ressaltando a necessi-
Ciência, Tecnologia, Inovações e Co- dade de se ter uma instância no plano
municações (MCTIC), Marcos Pontes; legislativo para estimular os parques
o Ministro da Secretaria de Governo, tecnológicos, que têm sido “o motor
General Ramos; o representante da de desenvolvimento para a indústria
Secretaria Nacional de Desenvolvi- em outros países”.
mento Regional, Caio Victor Vieira;
a coordenadora da Mobilização Em- “Nós temos um paradoxo no Brasil.
presarial pela Inovação (MEI), Gian- Atualmente, ocupamos o 14º lugar en-
na Sagazio; o Deputado Federal e tre os países de maior produção cien-
Primeiro Secretário da Frente Parla- tífica, por outro lado estamos em 66º
mentar Mista de Apoio aos Parques em termos de competitividade e 96º
Tecnológicos Áreas de Inovação, Gui- no ranking global de produtividade.
lherme Derrite; e o vice-presidente da É evidente que temos que encontrar
Anprotec, Francisco Saboya. maneiras de converter toda essa pro-
dução científica em negócios e re-
sultados. Nesse contexto, os parques
“Atualmente, ocupamos o 14º lugar entre os paí-
tecnológicos são ambientes essen-
ses de maior produção científica, por outro lado ciais”, apontou Saboya, que foi, por 11
estamos em 66º em termos de competitividade e anos, CEO do Núcleo de Gestão do
96º no ranking global de produtividade. É eviden- Porto Digital, em Recife, um dos am-
te que temos que encontrar maneiras de conver- bientes de inovação de maior impacto
do país.
ter toda essa produção científica em negócios e
resultados. Nesse contexto, os parques tecnoló- O vice-presidente da Anprotec falou
gicos são ambientes essenciais”. ainda sobre a participação da Asso-
Francisco Saboya - Vice-presidente da Anprotec ciação no progresso tecnológico e
na geração de empregos no país. “A
Anprotec tem mais de 360 associa-
dos, entre parques tecnológicos, incu-
badoras e aceleradoras. Mais de 10 mil
empresas já foram incubadas e gra-
duadas nesses ecossistemas de ino-
vação. Os empregos que foram gera-
dos por essas empresas ultrapassam
a casa dos 100 mil. Somente no Porto
Digital, em Recife-PE, por exemplo,
são mais de 10 mil pessoas trabalhan-
do em 329 empresas de tecnologia.
Esse é um dos pontos que mostra a
importância desses ambientes para o
desenvolvimento do país”, ressaltou.

Em seguida, o senador Vanderlan Car-


doso, que foi eleito para o Conselho
Consultivo da Anprotec para a gestão

| Edição 87 | Dezembro 2019 27


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CENÁRIO
AO SUMÁRIO

2020-2021, discursou no plenário do


Senado e discorreu sobre a iniciativa,
citando os números do estudo ‘Indica-
dores de Parques Tecnológicos‘, reali-
zado pelo MCTIC “De acordo com o
Ministério, no ano 2000 havia apenas
10 iniciativas de parques tecnológicos
no Brasil. Atualmente, existem mais de
100, integrando o setor privado e pú-
blico, e a academia. Hoje são 43 par-
ques consolidados no país, além de 12
mil startups, que, só em 2018, recebe-
ram investimentos privados superio-
res a 2 bilhões de reais, isso mostra o
vigor desta potente indústria. Nosso
país só voltará a crescer com investi-
Francisco Saboya, vice-presidente mento em educação, inovação e tec-
da Anprotec. nologia e a Frente Parlamentar Mista
de Apoio aos Parques Tecnológicos
e Áreas de Inovação tem a missão de
estimular esse crescimento”.

Após o lançamento oficial da Frente,


e com o objetivo de fortalecer e apre-
sentar a importância da iniciativa para
o ecossistema de inovação perante os
parlamentares, a Anprotec reuniu uma
série de depoimentos de representan-
tes de diferentes ambientes. Confira!

A FRENTE PARA O ECOSSISTEMA

“A Frente Parlamentar de Parques e Áreas de Inovação não é só


importante para a Ciência, Tecnologia e Inovação, mas para o
posicionamento das cidades na nova geografia da inovação, ou
seja, para o rearranjo das nossas regiões em hubs de inovação,
ancorados em parques tecnológicos hiperconectados entre si
e ao ecossistema internacional. Para tanto, a Frente Parlamen-
tar precisa atuar na articulação de vários ministérios e frentes,
propiciando às cidades e ao país maior competitividade e qua-
lidade de vida”.

José Alberto Sampaio Aranha


Presidente da Anprotec

| Edição 87 | Dezembro 2019 28


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CENÁRIO
AO SUMÁRIO

“No momento em que o país atravessa uma das mais severas


crises econômicas de sua história, consequência, entre outras
razões, da baixa produtividade e competitividade do nosso te-
cido produtivo, cresce ainda mais a importância da ampliação e
aprimoramento dos ambientes de inovação e dos mecanismos
geradores de novos empreendimentos de alta performance.

Em boa hora, a criação da Frente Parlamentar engaja o legis-


lativo federal nessa luta e o coloca em plena sintonia com as
necessidades estratégicas do país”.

Francisco Saboya
Vice-presidente da Anprotec e Superintendente do Sebrae-PE

“O Congresso Nacional, ao propor e lançar a Frente Parlamen-


tar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos e Áreas de Inova-
ção, demonstra que está sintonizado e articulado com as pro-
blemáticas e oportunidades de avanços inerentes ao Século 21.

Os temas de políticas públicas com foco no fortalecimento e


estímulo aos ambientes de inovação no Brasil ocupam uma po-
sição de destaque na construção de uma nação mais justa e
competitiva.

A designação da Anprotec para secretaria executiva reforça a


iniciativa dos parlamentares ao conectar instituições e indiví-
duos com conhecimento e experiência na concepção, gestão e
avaliação de parques tecnológicos e ambientes de inovação”.

Francilene Procópio Garcia


Presidente da Anprotec - 2012-2015
Diretora Geral da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba -
2007-2016
Presidente do CONSECTI - 2015-2018
Secretária de Ciência e Tecnologia do Estado da Paraíba - 2011-
2018

| Edição 87 | Dezembro 2019 29


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CENÁRIO
AO SUMÁRIO

“Os países desenvolvidos e aqueles que estão prosperando eco-


nômica e socialmente apoiam efetiva e estrategicamente as ins-
tituições organizadas na forma de parques tecnológicos, quando
esse tipo de empreendimento já não está inserido dentro de suas
políticas públicas de desenvolvimento, como ocorre, por exem-
plo, na China e na Rússia.

Aqueles que comungam da visão de que o Brasil somente será


um país realmente próspero e desenvolvido se agregar valor aos
seus produtos e serviços - o que ocorrerá de maneira mais efi-
ciente se aplicar a ciência e a tecnologia aos processos de ino-
vação, gerando novas frentes de desenvolvimento internas, com
mão-de-obra de qualificação elevada e utilizando as riquezas que
possui como insumo de novos produtos, e não apenas como com-
modities - entendem que os parques tecnológicos e as variações
de ambientes de inovação que temos hoje associados à Anprotec
são instrumentos chave para a execução de políticas públicas de
desenvolvimento do país.

Os parques tecnológicos atuam como uma ponte que liga os co-


nhecimentos e as tecnologias geradas nas universidades e insti-
tuições de pesquisa às empresas, que são os agentes que levam
ao mercado, na forma de produtos, serviços, processos e meto-
dologias, esses conhecimentos, gerando empregos, renda, tribu-
tos e riquezas, de maneira mais ampla, fechando o ciclo dos pro-
cessos de inovação.

Assim, cabe apenas agradecer e elogiar a iniciativa do Deputado


Federal Major Vitor Hugo, do Senador Vanderlan Cardoso e de
todos os que compõem a Frente Parlamentar Mista de Apoio aos
Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação, por darem um impor-
tantíssimo e estratégico passo na direção de termos nos parques
tecnológicos e ambientes de inovação brasileiros instrumentos
efetivos e eficientes para um novo ciclo de desenvolvimento do
Brasil. Obrigado e vamos juntos nessa cruzada”.

Elso Alberti Junior


Diretor de Desenvolvimento de Negócios – Parque Tecnológico
São José dos Campos
Diretor da Anprotec e Líder Temático de Parques Consolidados da
Associação
Membro do Conselho Estratégico do Sistema Paulista de Parques
Tecnológicos

| Edição 87 | Dezembro 2019 30


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CENÁRIO
AO SUMÁRIO

“Uma frente parlamentar para apoio aos parques tecnológicos


e às dimensões que o suportam é compreender, em profundi-
dade, como fazer o Brasil se desenvolver com bases sólidas e
duradouras. O fato dela ser mista e ter a Anprotec como secre-
taria executiva a torna ainda mais forte e coerente com a soma
de esforços que o nosso país necessita para passar de importa-
dor e copiador de tecnologias a referência em inovação tecno-
lógica em áreas estratégicas da ciência”.

Anderson Paiva Cruz


Diretor do Parque Tecnológico Metrópole Digital – RN
Presidente da Rede Potiguar de Incubadoras e Parques
Líder Anprotec na temática de Parques integrados às smart cities

“Parabéns à iniciativa de criação da Frente Parlamentar Mista


de apoio aos Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação, em es-
pecial ao deputado Major Vítor Hugo e ao senador Vanderlan
Cardoso, e gratidão pela escolha da Anprotec como secretaria
executiva, pois a Associação é a âncora e a alavanca dos ecos-
sistemas de inovação. Pensar em inovação também é pensar em
produtividade”.

Rosângela Fraga Alves


Presidente do Instituto Empresarial de Incubação e Inovação Tec-
nológica (IEITEC/RS)

“Ressalto a importância do trabalho da Frente Parlamentar Mis-


ta de Apoio aos Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação. Em
uma era de automação acelerada e substituição do trabalho tra-
dicional por robôs e algoritmos, é extremamente importante a
criação de um ambiente propício à geração de empreendimentos
de base tecnológica, que possam gerar empregos qualificados,
renda e desenvolvimento. Destaco também a importância que a
Anprotec possui no fortalecimento destes ambientes como enti-
dade representativa, e sua atuação na secretaria executiva é fun-
damental neste processo”.

Adalton M. Ozaki
Diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
(IFSP)
Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia

| Edição 87 | Dezembro 2019 31


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“Os parques tecnológicos promovem o desenvolvimento re-


gional por meio da criação e da consolidação de empresas de
base tecnológica, das soluções tecnológicas desenvolvidas,
da atração e do desenvolvimento de talentos, e dos impactos
econômicos gerados. Assim, é importante compreender que os
parques tecnológicos incrementam a geração de renda e rique-
za na sociedade através da promoção da cultura de inovação
e competitividade de suas empresas associadas e instituições
baseadas em conhecimento.

Os parques tecnológicos, ainda, estimulam e dinamizam o


fluxo de conhecimento e tecnologia entre universidades, ins-
tituições de P&D, empresas e mercados, facilitam a criação e
o crescimento de empresas inovadoras através de incubação
e mecanismos de criação de spin-offs, e fornece serviços de
valor agregado juntamente com espaço físico de qualidade, in-
fraestrutura e equipamentos.

O apoio a estes mecanismos é de vital importância ao desen-


volvimento do país, pois eles criam centralidade de conheci-
mento e competências tecnológicas capazes de impulsionar
a competitividade de empresas brasileiras, fazendo com que
atuem em mercados internacionais altamente competitivos.

O investimento em parques tecnológicos permite a geração de


um ciclo virtuoso na economia, uma vez que não só as empre-
sas de tecnologia se estabelecem e geram impostos ao país,
mas geram condições para que as empresas tradicionais do
Brasil possam, com o apoio dos empreendimentos estabeleci-
dos nos parques tecnológicos, melhorar seus produtos e pro-
cessos, reduzindo seus custos operacionais e elevando o valor
agregado de seus produtos.

Consequentemente, os parques tecnológicos estabelecem uma


infraestrutura de apoio a competitividade das empresas brasi-
leiras, fazendo com que elas tenham soluções inovadoras para
mercados altamente exigentes. Com isso, as empresas passam
a ter melhores condições comerciais e de geração de impostos
ao Brasil”.

Leandro Carioni
Diretor Executivo da Fundação CERTI – SC

| Edição 87 | Dezembro 2019 32


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“A criação da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques


Tecnológicos e Áreas de Inovação é fundamental devido ao
atual momento do cenário nacional com as oportunidades e
desafios do Marco Legal de Ciência, Tecnologia e Inovação,
além da verificação da necessidade de maior articulação polí-
tica para a efetivação da legislação. Atualmente, sabemos que
é urgente ao Brasil avançar em novos e atualizados programas
e projetos de apoio e suporte aos ambientes de inovação, con-
forme incentivados pela legislação citada, e com investimento
de recursos para criar condições de melhorias em competitivi-
dade, e geração de novos postos de trabalho. Destaca-se ainda
que a Anprotec é uma entidade preparada e atuante no Siste-
ma Nacional de Inovação e sagra-se enquanto instituição que
tem totais condições de liderar e gerenciar a secretaria executi-
va, bem como difundir as ações para as regiões do país através
de seus associados”.

Rodolpho da Cruz Rangel


Diretor de Extensão Tecnológica do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Espírito Santo (IFES)

“Embora tenhamos a consciência de que o desenvolvimen-


to econômico e social de nosso país tem como base a edu-
cação, o domínio do conhecimento científico, tecnológico e o
empreendedorismo inovador, ainda não conseguimos definir
uma política de estado que estabeleça este desenvolvimento.
Nos últimos 40 anos aconteceram várias políticas de governos
em todos os níveis da federação, que resultaram em contribui-
ções localizadas, não existindo uma política de unificação para
maximizar estes esforços de forma coletiva. A criação de uma
Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos
e Áreas de Inovação nos dá a oportunidade de construir uma
política de estado com programas que alavanquem nosso de-
senvolvimento econômico, social e sustentável. A escolha da
Anprotec como secretaria executiva não poderia ser melhor,
devido a sua história, independência e representação legítima
dos principais ambientes de inovação nacional, presentes em
todos os seguimentos da sociedade. Nós, do Parque Tecno-
lógico Botucatu - SP, estamos prontos para contribuir com a
conquista dos objetivos desta Frente Parlamentar, reconhecen-
do sua importância e acreditando nos resultados significativos
que esse movimento pode alcançar para o Brasil”.

Carlos Alberto Costa


Diretor Executivo do Parque Tecnológico Botucatu-SP

| Edição 87 | Dezembro 2019 33


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“Saúdo a criação da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos


Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação. Tal iniciativa vem
ao encontro dos anseios de gestores, empreendedores e equi-
pes técnicas de PCTs e outros ambientes de inovação, pois co-
loca o assunto inovação e desenvolvimento desses ambientes
na pauta da esfera política, de forma ampla e assertiva. O con-
ceito de triplica hélice, hoje em dia mais amplo do que apenas
empresa/academia/governo, nos traz a reflexão da importân-
cia de cada ator estar representado e atuante para que o fluxo
de geração da inovação se consolide.

Na esfera governo, olhamos muito a ação do poder executivo,


mas o legislativo tem uma importância fundamental em destra-
var nós e promover iniciativas que possam alavancar o desen-
volvimento do país por meio de políticas públicas consistentes
voltadas à inovação e à tecnologia.

É preciso disseminar em todo o Brasil, e não apenas nos grandes


centros, a cultura do empreendedorismo e a força da inovação
como pilares essenciais para o desenvolvimento das regiões; e
o poder legislativo tem a força de representar essa diversida-
de de regiões brasileiras. Some-se a criação desta Frente Par-
lamentar a escolha da Anprotec como secretaria executiva e
temos as condições perfeitas para produzir essa mudança de
mentalidade e promover iniciativas que visem desenvolver a
economia brasileira.

A Anprotec tem a representatividade de congregar os diversos


entes dos ambientes de inovação do Brasil (parques tecnoló-
gicos, incubadoras de empresas, startups, coworkings, acele-
radoras) em todos os estados e regiões, com potencial de en-
tender os anseios e dialogar com todos esses atores. Finalizo
com a certeza de que o nascimento desta Frente Parlamentar
será lembrado como o início de um novo momento para os am-
bientes de inovação, com colaboração e compartilhamento de
todas as partes desta hélice múltipla”.

Artur Roberto de Oliveira Gibbon


Diretor do OCEANTEC - Parque Científico e Tecnológico da Uni-
versidade Federal do Rio Grande (FURG)

| Edição 87 | Dezembro 2019 34


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“A Frente Parlamentar Mistas de Apoio aos Parques Tecnológi-


cos e Áreas de Inovação é uma iniciativa louvável do Congres-
so Nacional, introduzindo na pauta legislativa um tema central
para o desenvolvimento econômico e social no século XXI. A
designação da Anprotec como secretaria executiva mostra a
sensibilidade e o reconhecimento ao papel estratégico da As-
sociação na formulação de políticas públicas na área de par-
ques tecnológicos e ambientes de inovação no nosso país”.

Jorge Audy
Superintendente de Inovação e Desenvolvimento da PUCRS –
Tecnopuc

“A Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos


e Áreas de Inovação é muito importante em função do que re-
presentam os parques tecnológicos e todos os ecossistemas de
inovação existentes no Brasil e seu impacto na economia e no
desenvolvimento em pleno século XXI. Parabenizo o Congres-
so Nacional pela iniciativa e também pela escolha da Anprotec
como secretaria executiva desta Frente, reconhecendo o papel
fundamental da Associação nessa área em nosso país”.

Rafael Prikladnicki
Diretor do Parque Científico e Tecnológico – Tecnopuc
Professor Adjunto do Programa de Pós-Graduação em Ciência
da Computação

“Os parques tecnológicos são estruturas mundialmente reco-


nhecidas de promoção do desenvolvimento tecnológico e da
inovação, que vinculam universidades e empresas. No Brasil,
em particular, eles podem ser instrumentos muito importantes a
contribuir para o nosso desenvolvimento tecnológico e, conse-
quentemente, econômico e social. Assim, a iniciativa de criar a
Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos e
Áreas de Inovação no Congresso Nacional é muito bem-vinda e
deverá ter impacto importante nesse âmbito”.

Edward Madureira Brasil


Reitor da Universidade Federal de Goiás

| Edição 87 | Dezembro 2019 35


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“A criação da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques


Tecnológicos e Áreas de Inovação constitui-se em uma ação ex-
tremamente relevante e completamente conectada com o atu-
al momento do país, já que estamos buscando a retomada do
desenvolvimento econômico e tecnológico, sendo que os am-
bientes de inovação são os núcleos legítimos para a busca da
inovação e da consolidação do desenvolvimento nas diferentes
regiões do Brasil.

A Anprotec, associação que congrega os ambientes de inovação


em nível nacional, possui todos os atributos necessários para
conduzir o processo por meio da secretaria executiva, atuando
em rede, tendo pleno conhecimento da malha de ambientes ino-
vação que compõem o nosso país”.

Simone Stülp
Diretora de Inovação da Universidade do Vale do Taquari –
Univates-RS
Presidente do Conselho Superior da Fapergs

“Acreditamos que a inovação pode ser um grande diferencial


competitivo para as empresas e, certamente, representa desen-
volvimento econômico para um país, com consequente melho-
ria da qualidade de vida da população. Nesse contexto estão os
parques científicos e tecnológicos, espaços criativos e promoto-
res da cultura de inovação, que reúnem empresas, startups, uni-
versidades, laboratórios de inovação, poder público e sociedade.

A Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos


e Áreas de Inovação foi criada em um momento muito oportuno
para o país e, especificamente, para o Parque Tecnológico Sa-
mambaia da UFG, que se encontra em franca expansão.

O apoio dos parlamentares é essencial para a evolução dos par-


ques brasileiros e pode acelerar, significativamente, o desenvol-
vimento econômico e social do país”.

Helena Carasek
Diretora da Agência UFG de Inovação
Universidade Federal de Goiás

| Edição 87 | Dezembro 2019 36


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“Parabenizo a criação da Frente Parlamentar Mista de apoio aos


Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação. Com toda a certe-
za esta iniciativa trará força e vigor para o encaminhamento de
políticas públicas voltadas ao desenvolvimento de regiões do
nosso país, tendo como base a inovação.

Também cumpre-me o dever de reforçar a indicação para que


a Anprotec assuma o papel de secretaria executiva, por toda a
caminhada e experiência que a organização possui.

Fica aqui, irrestritamente, o apoio nesta decisão, e o faço em


nome de 16 Instituições Educacionais do Estado de Santa Cata-
rina, que desejam ver concretizada esta proposição”.

Cláudio Jacoski
Presidente da Acafe (Associação Catarinense de Fundações
Educacionais)
Reitor da Unochapecó
Responsável pelo Parque Científico e Tecnológico Chapecó

| Edição 87 | Dezembro 2019 37


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A CARA DA
ANPROTEC
Com 18 anos, 10 meses e 4 dias de-
dicados, quase que inteiramente, ao
trabalho na Anprotec e ao empreen-
dedorismo inovador no Brasil, a su-
perintendente executiva Sheila Pires,
que encerrou suas atividades na As-
sociação em 10 de dezembro, teve a
oportunidade de se despedir oficial-
mente dos seus amigos, parceiros,
colaboradores e diretores durante o
Café da Manhã Anprotec & Parceiros
2019, realizado no dia 04 de dezem-
bro, em Brasília-DF.

Sempre responsável e comprometi-


da com a Associação, Sheila é mui-
to reconhecida pelo trabalho de-
senvolvido ao longo desses anos,
tanto no âmbito da Anprotec – por
sua equipe, presidentes, diretores,
Ao se despedir oficialmente da Associação, superintende conselheiros e associados – quanto
executiva da Anprotec, Sheila Pires, recebe homenagem
no ecossistema de inovação nacio-
do presidente José Alberto Aranha
nal e internacional. Com “carinho”
e “amor” – traços também sempre
lembrados por todos – sua carreira
lhe rendeu muitos amigos e parcei-
ros para a vida toda.

“É uma alegria muito grande olhar


para o que foi feito ao longo de
desse tempo e saber, de uma for-
ma ou de outra, que tive uma par-
ticipação, uma contribuição, não só
no que essa Associação é, mas no
que o empreendedorismo inovador
representa no país. É claro que esse
não é um trabalho individual. Isso só
foi possível porque muitas pessoas

| Edição 87 | Dezembro 2019 38


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colaboraram; e eu tive o privilégio de “Falar da Sheila é fácil, porque ela


trabalhar e conviver com elas”, lem- sempre foi agradável com todos nós,
brou a superintendente, que iniciou em várias atividades profissionais,
a sua jornada nessa área, em 1996, de amizade, e companheirismo. Ela
como gerente da incubadora do tem um perfil muito forte de cole-
Centro de Apoio ao Desenvolvimen- guismo, compreensão e compromis-
to Tecnológico (CDT), da Universida- so com as pessoas que estão a sua
de de Brasília (UnB). “A Ednalva e o volta, tanto com as que trabalham
Prof. Bermudez me selecionaram. Eu com ela, quanto com os associados
era uma menina, recém-formada em da Anprotec”, disse o ex-presiden-
administração. Eles acreditaram no te da Anprotec (1999-2003), Luís
meu potencial. Esse mundo do em- Afonso Bermúdez.
preendedorismo é fantástico, vician-
te. Depois que você entra não tem Em 1996, a sede da Anprotec ficava
como sair. Foi uma paixão”, contou no mesmo prédio do CDT, por isso, a
Sheila. relação da superintendente, na épo-
ca como associada, já era bastante
próxima da Associação. Com o pas-
“Ela tem um perfil muito forte de coleguismo,
sar dos anos, os projetos começa-
compreensão e compromisso com as pessoas”. ram a ficar mais robustos e de longo
Luís Afonso Bermúdez - ex-presidente da Anprotec (1999- prazo, então, de 2001 a 2003 Sheila
2003) passou a fazer a gestão desses pro-
jetos. Em 2003 foram criadas três
“Nesses últimos 20 anos, não há uma realização, gerências – financeira, institucional e
tecno-científica para realizar a ges-
e foram muitas, que não tenha a presença mar-
tão de projetos, eventos, publica-
cante da Sheila”. ções etc. Ela foi responsável pela ge-
Maurício Guedes - ex-presidente da Anprotec (1995-1999)
rência tecno-científica de março de
2004 até o início de 2005, quando
a Anprotec passou por uma reestru-
turação e criou a superintendência
executiva.

“Acho que tivemos dois momentos


de fundação da Associação, o ini-
cial, lá em 1987, e no início dos anos
2000, quando a Sheila chegou e
passou a ser a nossa executiva. Nes-
ses últimos 20 anos, não há uma re-
alização, e foram muitas, que não te-
nha a presença marcante da Sheila.
Ela merece todas as homenagens e
agradecimentos, e acho que mere-
cia também um título de fundadora
honorária da Anprotec”, ressaltou o
ex-presidente (1995-1999), Maurício
Guedes.

| Edição 87 | Dezembro 2019 39


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“Culpado. Tenho que admitir que fui Daí para frente os desafios foram
o culpado por trazer a Sheila, oficial- muitos. O primeiro, logo no início,
mente, para o nosso movimento da foi o de estruturar uma equipe para
Anprotec. Percebi, rapidamente, a Anprotec, analisando perfis e atri-
qualidade do seu trabalho, sua capa- buições, depois o de fazer tudo isso
cidade de articular pessoas, intera- se tornar viável. “2005 foi um ano
gir com instituições e fazer projetos. de muito trabalho e responsabilida-
Quando chegou minha vez de mon- de. Mas conseguimos. Depois tive-
tar uma chapa, em 2003, chantageie mos finalizações de projetos, aber-
a Sheila e disse que não prepararia tura para parcerias internacionais, o
um time e não assumiria a presidên- Cerne, etc. O cenário muda a todo
cia se não tivesse a oportunidade momento e muito rápido. O termo
de contar com ela na equipe como startup, por exemplo, é mais atual.
executiva, porque enxergava a ne- A última pesquisa mostra que o nú-
cessidade de alguém que assumisse, mero de incubadoras caiu, mas não
mais profissionalmente, os traba- tem problema, porque elas vão se
lhos”, contou o ex-presidente (2003- transformando e se denominando
2007), José Eduardo Fiates. de outa forma”, explicou superinten-
dente executiva.

Sheila Pires em evento de 2004

“Percebi, rapidamente, a qualidade do seu traba-


lho, sua capacidade de articular pessoas, interagir
com instituições e fazer projetos”.
José Eduardo Fiates - ex-presidente da Anprotec (2003-
2007)

| Edição 87 | Dezembro 2019 40


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“A competência técnica da Sheila se “Expresso minha gratidão pela par-


manifesta pela capacidade de fazer ceria que tive com a Sheila quando fui
as coisas acontecerem, apesar de presidente da entidade, pela amiza-
todos os obstáculos. Pois vivemos de e pela cumplicidade que foi cons-
numa sociedade em que abundam truída ao longo desses anos. Como
as iniciativas, mas rareiam as acaba- associada da Anprotec, que sempre
tivas. A competência de relaciona- esteve presente nos momentos de
mento se manifesta no ambiente de celebrar os avanços e nos de superar
trabalho, na interação com os asso- desafios, sou testemunha, não só de
ciados e dirigentes voluntários, e no que ela dedicou grande parte da sua
estabelecimento de parcerias dura- vida em função desse movimento,
douras com expressivas entidades mas que também soube, junto com
do nosso ecossistema. Essa compe- todos os dirigentes e associados,
tência se beneficia da sensibilidade à construir a cara da Anprotec e o que
flor da pele que ela tem sobre a na- ela representa para a sociedade bra-
tureza das pessoas. Quantas vezes, sileira em prol do empreendedoris-
no exercício da presidência, fui salvo mo inovador. Essa cara tem o nome
pelas suas discretas recomendações Sheila Pires”, disse a ex-presidente
- converse com tal pessoa antes de (2012-2015), Francilene Garcia.
decidir, preste atenção na possível
reação de fulano...”, contou o ex-pre- “É muito difícil imaginar a Anprotec
sidente (2007-2011), Guilherme Ary sem a Sheila fazendo todas as inte-
Plonski. rações e articulações. A Anprotec,
para mim, tem a cara da Sheila, o jei-
“A competência técnica da Sheila se manifesta to da Sheila, o carinho da Sheila. Ela
pela capacidade de fazer as coisas acontecerem”. fez um trabalho maravilhoso, de uma
Guilherme Ary Plonski - ex-presidente da Anprtoec (2007- competência, uma integridade e um
2011) cuidado indescritíveis. Me lembro
bem quando assumi a presidência e
ela disse que queria partir para uma
“A Sheila soube, junto com todos os dirigentes e
outra atividade ligada à inovação. Eu
associados, construir a cara da Anprotec e o que quase tive um troço e disse que se
ela representa para a sociedade brasileira em prol ela não aceitasse ficar na superin-
do empreendedorismo inovador”. tendência, eu não aceitava a presi-
Francilene Garcia - ex-presidente da Anprtoec (2012-2015) dência, e estava falando sério e não
me arrependendo de ter dito isso e
ter convivido com ela durante o meu
“Ela fez um trabalho maravilhoso, de uma compe- período na presidência”, lembrou o
tência, uma integridade e um cuidado indescrití- ex-presidente (2016-2017), Jorge
veis”. Audy.
Jorge Audy - ex-presidente da Anprtoec (2016-2017)

| Edição 87 | Dezembro 2019 41


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AO SUMÁRIO

“A Sheila é a pessoa que tem a iden- tão, bom voo à Sheila. E é isso o que
tidade da Anprotec. Então, quando se espera, que os pássaros possam
a gente pensa em Anprotec, a gen- voar”, desejou o atual presidente da
te está pensando, na realidade, no Anprotec (2018-2019), José Alberto
nome da Sheila. Ela sempre foi a Sampaio Aranha.
pessoa que, com um amor enorme,
dedicação e espírito público, levou “Mais do que meus mentores e líde-
essa Associação e fez com que a res, os ex-presidentes da Anprotec,
gente conseguisse ter essa identida- são meus amigos. Eles não abando-
de e marca representativa no país do nam o barco quando saem da pre-
que é o empreendedorismo, a inova- sidência. Continuam trabalhando.
ção e o desenvolvimento local. Ela é São amigos para vida, pessoas com
uma pessoa dedicada, que gosta da quem venho compartilhando, ao lon-
associação como o seu próprio filho go desses anos, valores, ideologias e
e, que depois de evoluir e chegar a crenças. E agradeço a cada um de
uma representatividade internacio- vocês. Foi e é uma honra fazer parte
nal, como chegou, possa voar, en- desse grupo. Foram muitas as coisas
que a gente viveu, foram muitos os
desafios, e vocês sempre estiveram
“Ela sempre foi a pessoa que, com um amor enor- juntos. Isso faz essa Associação ser o
me, dedicação e espírito público, levou essa As- que é”, agradeceu Sheila Pires, tam-
sociação e fez com que a gente conseguisse ter bém ressaltando o trabalho de todos
essa identidade e marca representativa no país”. os diretores, parceiros, colaborado-
José Alberto Sampaio Aranha - Presidente da Anprotec res, fornecedores, conselheiros e as-
(2018-2019) sociados da Anprotec.

A SUPERINTENDENTE EXECUTIVA DA ASSOCIAÇÃO EM


MOMENTOS COM A EQUIPE E O ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO

| Edição 87 | Dezembro 2019 42


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AO SUMÁRIO

| Edição 87 | Dezembro 2019 43


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AO SUMÁRIO

| Edição 87 | Dezembro 2019 44


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CORPORATE VENTURE
AO SUMÁRIO

INCUBAÇÃO
CRUZADA NA
COREIA DO SUL
Batch #4 do Programa Samsung Creative Startups é finalizado com incubação de
startups brasileiras na Coreia do Sul

Legenda ???

| Edição 87 | Dezembro 2019 45


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CORPORATE VENTURE
AO SUMÁRIO

A etapa final do Batch #4 do Progra-


ma Samsung Creative Startups foi
realizada com sucesso em novembro
na Coreia do Sul. As startups Hoobox,
representada por Paulo Gurgel Pi-
nheiro, e Epistemic, por Paula Renata
Cerdeira Gomez e Conrado Leite de
Vitor, participaram de um processo
de incubação cruzada no país e fo-
ram acompanhados pelos coordena-
dores do programa pela Anprotec,
Luís Gustavo Peles, e pela Samsung,
Paulo Quirino.

O Samsung Creative Startups é um


programa de aceleração de startups
de base tecnológica realizado em
parceria com a Anprotec e o CCEI-
-Daegu (Centro Coreano de Econo-
mia Criativa e Inovação).

O primeiro dia foi marcado pela a


participação no Global Commercia-
lization Workshop no KAIST – uma
das melhores universidades da Co-
reia do Sul – na cidade de Daejeon, e
pela visita ao ETRI.

Em seguida, o grupo seguiu para ci-


dade de Daegu, onde participou da
5ª edição do Global Innovation Fes-
ta (GIF). Na ocasião, os empreen-
dedores tiveram uma programação
intensa, expondo seus produtos nos
estandes, recebendo mentoria e par-
ticipando de uma competição de Startups brasileiras se apresentam
melhor pitch – com 100 outros em- na 5ª edição do Global Innovation
preendedores de todo globo. Festa

“Foram selecionadas, dentre as 12 O CEO, Paulo Pinheiro, deu um show,


participantes do Batch #4, duas star- e conquistou o segundo lugar, levan-
tups para representar o Programa e o do um cheque de USD 5K. Parabéns
Brasil na Coréia do Sul. Devido à par- Hoobox e Epistemic por representa-
ceria com o CCEI-Daegu, ambas fo- rem o Brasil e o Programa Creative
ram inscritas no GIF. No segundo dia Startups”, ressaltou Paulo Quirino.
de evento, das 100 startups, 10 foram
selecionadas para apresentar um pit-
ch mais longo; dentre elas a Hoobox.

| Edição 87 | Dezembro 2019 46


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CORPORATE VENTURE
AO SUMÁRIO

Hoobox fica em 2º lugar na apresentação de 100 startups

Continuando a imersão, a delegação Na ocasião, os coordenadores do


brasileira, que teve a oportunidade Programa pela Anprotec e a Sam-
de encontrar um grupo da Índia, visi- sung também foram recebidos pelo
tou a KMU - Universidade Keimyung embaixador do Brasil na Coréia do
em Daegu - onde conheceram dife- Sul, Luiz Henrique Sobreira Lopes,
rentes profissionais do mercado sul- e o counselor, João Marcelo. “Apre-
-coreano. “Muitas oportunidades de sentamos resultados e números do
parceria podem surgir disso. Ainda Programa e agradecemos pelo apoio
nesse dia fomos para o Daegu Center prestado pela embaixada na organi-
de Economia Criativa e Inovação - o zação e convite de empresas sul-co-
local de nascimento da Samsung. E, reanas para atenderem às startups
por fim, a tivemos a agenda de men- brasileiras”, contou Quirino.
toria mais esperada, com Juliana Lee,
sobre pitch skills”, disse Luís Gustavo.

Delegações brasileira e indiana na KMU - Universidade Keimyung em Daegu

| Edição 87 | Dezembro 2019 47


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CORPORATE VENTURE
AO SUMÁRIO

Paulo Quirino (Samsung) e Luís Gustavo (Anprotec) encontram o embaixador do Brasil na Coréia
do Sul, Luiz Henrique Sobreira Lopes, e o counselor, João Marcelo

Durante os 30 dias anteriores foi feito sua equipe na Embaixada do Brasil”,


um trabalho de identificação, com- complementou Luís Gustavo.
binação e seleção local de empre-
sas sul-coreanas para a realização “Foram 11 dias de muita atividade na
de uma série de reunião de negócios Coréia do Sul e bons resultados. Par-
com as startups brasileiras. ticipamos de congressos, eventos,
mentorias e reuniões de negócio. Fo-
“O anfitrião sul-coreano mostrou-se mos muito bem recebidos pelo CCEI-
preliminarmente interessado em dis- -Daegu e assessorados pela embai-
cutir sobre possíveis parcerias de xada brasileira. Agora é voltar para
negócios ou de inovação e desen- casa, compartilhar esse conhecimen-
volvimento. Agradecemos também o to e dividir os resultados com todas
Chefe da Divisão de Promoção Tec- as startups que participam do Pro-
nológica do Ministério das Relações grama Samsung Crative Startups”,
Exteriores, Luís Fernando Machado, e finalizou Quirino.

Reunião de negócios com empresas sul-coreanas

| Edição 87 | Dezembro 2019 48


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AS INCUBAÇÕES CRUZADAS DAS DEMAIS TURMAS!

BATCH 3

Em 2018 as startups Joga+ e IoT Makers participaram do processo


de incubação cruzada na Coreia do Sul.

“Essa oportunidade de intercâmbio foi muito positiva para a Joga+.


As mentorias nos ajudaram muito na comunicação com o merca-
do mundial, e, em especial, com o asiático. Além disso, também
tivemos a oportunidade de conversar com especialistas do nosso
mercado, o que nos ajudou a compreender o comportamento de
potenciais usuários e a viabilizar o contato com possíveis clientes e
parceiros. Inicialmente, chegamos preparados para conhecer opor-
tunidades e planejar um plano de ação. Mas, depois de alguns dias
pela Coreia do Sul, percebemos que há oportunidades reais que já
podem se concretizar, com todo suporte da Anprotec e da Sam-
sung”, disse Robson Carlos da Motta, da Joga+.

Pedro Henrique Minatel, da IoT Makers, ressaltou que a percepção


foi a de “abrir a cabeça” para o mercado internacional. “Percebe-
mos que pensar globalmente é essencial para o crescimento da
nossa startup”, disse Minatel, que também falou sobre as demais
atividades.

“Participamos de reuniões com o time do DCCEI e tivemos algu-


mas seções de mentoria durante a semana. Notamos que o mer-
cado sul-coreano para startups é muito bem desenvolvido, e elas
contam com uma infraestrutura de altíssima qualidade. Tivemos a
honra de participar também do Startup Festival X Bounce, em Bu-
san, com bootcamp e mentoria no primeiro dia, e a conferência
no segundo, com palestras sobre empreendedorismo e acesso aos
investidores, além de um excelente networking com startups, ace-
leradoras, incubadoras e venture capital”, contou.

| Edição 87 | Dezembro 2019 49


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AS INCUBAÇÕES CRUZADAS DAS DEMAIS TURMAS!

BATCH 2

Os empreendedores Rudinei Gerhart, CEO da Meu Plano, e Esthe-


van Gasparoto, CEO e co-fundador da Treevia, estiveram na Coreia
do Sul em 2017 para participar por duas semanas do processo de
incubação cruzada. Eles foram selecionados no Batch #2 do Pro-
grama Samsung Creative Startups.

“Foram 15 dias incríveis. Pudemos entender o quanto o ecossiste-


ma de inovação da Coreia do Sul vem se desenvolvendo em relação
à aplicação de novas tecnologias. Visitamos quatro grandes polos
de inovação, ficamos um período em Daegu, depois fomos à Bu-
san, depois à Suwon e fechamos o itinerário na região de Seul. Em
todas essas localidades, visitamos os centros de inovação do CCEI
e, dentro desses centros, laboratórios de IoT e desenvolvimento de
soluções baseadas em learning machine, big data, entre outras tec-
nologias. Também conseguimos entender como o ecossistema da
Coreia do Sul vem se desenvolvendo por clusters”, disse Gerhart.

“Foi extremamente bem organizado, muito bem feito. Nós tivemos


reuniões para encontrar parceiros na Coreia do Sul que possam
auxiliar o nosso desenvolvimento, inclusive no estabelecimento da
produção em massa da nossa tecnologia. Lá, a gente pôde real-
mente entender e absorver vários aprendizados. Foi muito interes-
sante ter essa experiência com empresas de lá, entender como eles
estão fazendo produção em massa e conversar com empresas que
usam tecnologia para os próprios produtos”, explicou Gasparoto.

| Edição 87 | Dezembro 2019 50


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AS INCUBAÇÕES CRUZADAS DAS DEMAIS TURMAS!

BATCH 1

As startups brasileiras Mind the Graph e Reminds participaram do


processo de incubação cruzada no CCEI Daegu, na Coreia do Sul,
em 2016.

Para o fundador e presidente da Reminds, Ariel Alexande, os mo-


mentos mais marcantes da programação foi a visita ao ‘Vale do Silí-
cio da Coreia’, o Demo Day, e a experiência com a cultura sul-core-
ana. “Principalmente na área da internet. As empresas de internet
vão além dos apps e sites, eles licenciam produtos com persona-
gens criados em seus aplicativos e vendem em lojas físicas. Enten-
der a cultura do usuário e do mercado foi incrível para a Reminds.
Tudo é muito diferente e aprendemos os melhores caminhos para
expandir a nossa empresa”.

| Edição 87 | Dezembro 2019 51


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INTERNACIONALIZAÇÃO
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OS AMBIENTES
DA FRANÇA

Cerimônia de lançamento da Frente Parlamentar Mista de Apoio aos Parques Tecnológicos e


Áreas de Inovação

Com destino ao ecossistema de ino- na capital francesa com seminários


vação de Paris e à Conferência Mun- sobre o ecossistema de inovação do
dial da International Association of país e foco em polos de competitivi-
Science Parks and Areas of Innova- dade, além de encontros e visitas aos
tion (IASP), que, nesse ano, aconte- centros de inovação e negócios, ace-
ceu em Nantes, também na França, a leradoras e incubadoras, corporações
Missão Internacional Anprotec 2019 de tecnologia e empresas de investi-
reuniu 22 participantes de 18 institui- mentos. Na sequência, entre os dias
ções diferentes de todo o Brasil. 22 e 27 de setembro, a delegação
brasileira participou da Conferência
A programação foi dividida em dois da IASP, com o tema a “4ª Revolu-
momentos. No primeiro, realizado ção Industrial: Áreas de Inovação e
entre os dias 15 e 22 de setembro, os Parques Científicos como chave para
participantes tiveram uma agenda uma transição de sucesso”.

| Edição 87 | Dezembro 2019 52


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INTERNACIONALIZAÇÃO
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INOVAÇÃO NA FRANÇA

Em 16º no ranking dos países mais inovadores do mundo, a França é tam-


bém o 3º país líder no Top 100 Global Innovators, com 10 entidades entre
as 100 mais inovadoras do mundo. A França possui mais de 60 ambientes
de inovação e grande dedicação aos mercados de veículos autônomos,
cidades inteligentes, inteligência artificial (IA), blockchain, tecnologia es-
portiva, robótica, beleza, e tecnologia de saúde e fitness. Apenas na área
de IA, o país conta com 335 startups.

Com realização da Anprotec, a Mis- SEMINÁRIO SOBRE O


são França 2019 contou com a parce- ECOSSISTEMA DE INOVAÇÃO
ria do Sebrae, da IASP, da Atlanpole, FRANCÊS
da Apex-Brasil e do Ministério das
Relações Exteriores. Realizadas ao menos uma vez ao ano,
as já tradicionais Missões da Anprotec
Realizadas ao menos uma vez ao ano, têm o objetivo de promover o conta-
as já tradicionais Missões da Anprotec to direto das delegações – formadas
têm o objetivo de promover o conta- por profissionais que atuam em dife-
to direto das delegações – formadas rentes frentes do empreendedorismo
por profissionais que atuam em dife- inovador – com os principais ecossis-
rentes frentes do empreendedorismo temas de inovação e empreendedo-
inovador – com os principais ecossis- rismo do país e do mundo. Tratam-se
temas de inovação e empreendedo- de ótimas oportunidades de negó-
rismo do país e do mundo. Tratam-se cios e aprendizado com as melhores
de ótimas oportunidades de negó- práticas, além de muito networking e
cios e aprendizado com as melhores benchmarking.
práticas, além de muito networking e
benchmarking. Para melhor compreensão do ecos-
sistema de inovação francês, o semi-
nário, realizado no dia 16 de setembro
foi organizado sob duas perspectivas.
A primeira delas, sobre a ótica brasi-
leira das principais práticas, projetos
e instituições que atuam no fomen-
to à inovação na França. A segunda
contou com a participação e o diálo-
go aberto junto aos representantes
do governo anfitrião.

Pedro Fontoura Simões Pires, che-


fe do setor de ciência, tecnologia e
inovação da Embaixada do Brasil na
Legenda ???
França falou sobre a cooperação bi-

| Edição 87 | Dezembro 2019 53


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INTERNACIONALIZAÇÃO
AO SUMÁRIO

lateral e citou grandes projetos de as missões oficiais, prospecções de


transferência de tecnologia, como o oportunidades, acompanhamento de
PROSUB (em andamento), o Satélite reinvestimentos e promoção de par-
Geoestacionário de Defesa e Comu- cerias. E para inteligência comercial
nicações Estratégicas (lançado em foram elencados estudos de merca-
2017), e o supercomputador Santos do, guia como exportar, identificação
Dumont (inaugurado em 2015), além de concorrência pública e registros
da colaboração científica, com par- de empresas francesas.
cerias entre instituições de pesquisa
dos dois países, e intercâmbios entre Em seguida, Joaquim Nassar, chefe
empresas inovadoras e ambientes de do departamento de estratégia, es-
inovação, como o VivaTechnology pecialização e gestão de programas
2019. de cooperação internacional, do Mi-
nistério da Administração Superior,
Na ocasião, os participantes também Pesquisa e Inovação da França, fa-
tiveram a oportunidade de conhe- lou sobre o ecossistema de inovação
cer um pouco mais sobre a promo- do país. E o diretor de participações
ção comercial e a atração de inves- e assuntos internacionais do Credit
timentos realizadas pela Embaixada. Cooperatif, Cyrille Langendorff, des-
De acordo com Juliana Guiguet, do tacou a agenda de negócios de im-
Setor de Promoção Comercial (SE- pacto, contando sobre o início dessa
COM) da Embaixada do Brasil em Pa- tendência no país e as principais ini-
ris, o mercado francês é maduro, exi- ciativas.
gente e absorve, majoritariamente,
produtos primários do Brasil. Nesse De acordo com Cyrille trata-se de
sentido, a atuação do SECOM em Pa- uma nova bandeira nacional para fe-
ris é identificar nichos de mercado, e derar e promover a diversidade de
explorar oportunidades de captação atores em inovação social. Em sínte-
de investimentos e parcerias (novos se, foram consolidadas três caracte-
ou adicionais). rísticas deste programa: uma marca
aberta para a comunidade de atores
Para promover as exportações, por em inovação social; o rótulo para es-
exemplo, foram citados exemplos truturas e territórios de apoio; e um
como missões empresariais e go- símbolo de transformação social a
vernamentais, rodadas de negócios, partir da inovação. Ele também falou
seminários e feiras. Para atração de sobre o lançamento de uma acelera-
investimentos, foram ressaltadas dora nacional de inovação social, que
permitirá que iniciativas locais, que
“A possibilidade de interação com o ecossistema enfrentam desafios sociais, se tor-
nem soluções nacionais, melhorando
de inovação da França, realizada através da re-
a identificação de projetos inovado-
cente Missão Anprotec em 2019, nos permitiu um res por meio de uma plataforma di-
olhar mais aprofundado e comparativo em rela- gital. As empresas selecionadas pela
ção ao ecossistema de inovação do Brasil”. aceleradora irão se beneficiar de um
Marcelo Nicolas Camargo - Gerente do Departamento de apoio específico, com financiamento
Desenvolvimento Tecnológico e Subvenção Descentraliza- e estruturação, a fim de prepará-las
da da Finep para uma mudança de escala e uma
implantação nacional.

| Edição 87 | Dezembro 2019 54


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MAKE_SENSE em conjunto com os desafios sociais


e ambientais. Por meio de programas
Dando continuidade ao tema de ne- de engajamento personalizados, ca-
gócios de impacto, no período da pacita os cidadãos a se engajarem, os
tarde do dia 16 de setembro, a dele- empreendedores a desenvolverem
gação visitou o Make_Sense. Alizée projetos, e as organizações a inova-
Lozac’hmeur é cofundadora e direto- rem e se transformarem para criar a
ra de sociedade de amanhã.
desenvolvimento da instituição e foi
a anfitriã desta agenda. Trata-se de Dentre os principais serviços de apoio
uma comunidade internacional que oferecidos pela Make_Sense estão as
apoia e reúne cidadãos comprome- conferências musicais inspiradoras, a
tidos, empreendedores apaixonados aceleração dos empreendedores so-
e organizações visionárias para lidar ciais e o programa “transformando
sua organização interna e liberando o
potencial de seus funcionários”.
“Estou aprendendo como funciona, sobretudo, a
parte de impacto social que, para a gente, inte- E as oficinas de criatividade anima-
ressa bastante na UFRGS. Está sendo muito inte- das são utilizadas para ajudar o em-
ressante enxergar um pouco sobre cada membro preendedor social a resolver desa-
que compõe esse ecossistema”. fios. Além dos eventos regulares de
Luciana Porcher Nedel - Diretora do Centro de Empreendi- “sensedrink” - uma oportunidade de
mentos em Informática da UFRGS interagir com o ecossistema Make_
Sense, e os treinamentos profissio-
nais sobre metodologias, para se tor-
nar um embaixador e desenvolver a
Make_Sense em outras cidades.

Por fim, a delegação conheceu o


programa de aceleração de empre-
endedores sociais. Um programa de
incubação e aceleração inclusivo e
competitivo. Alizée explicou que o
programa é abrangente e composto
por treinamentos e eventos. Possui
uma plataforma de suporte com re-
Legenda ??? cursos e mentorias online, uma co-
munidade diversificada e dinâmica
de mentores e conta com um fundo
de investimento inovador atualmente
em construção.

De acordo com números apresenta-


dos durante a visita, em sete anos o
Make_Sense já apoiou 80.000 cida-
dãos comprometidos e 3.200 proje-
tos, além de colaborar com mais de
200 organizações.

| Edição 87 | Dezembro 2019 55


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ERGANEO para uma empresa ou para a criação


de startups em muitos campos cien-
Na manhã do segundo dia de Missão, tíficos, como biotecnologia, infotec-
a delegação visitou a Erganeo - em- nologia (telecomunicações, objetos
presa de investimentos francesa es- conectados, Big Data, IA), enertech
pecializada em inovações disruptivas (novas energias), química, materiais,
(Dee Tech), com um forte impacto etc.
social. A rapidez nos investimentos
garante mais invenções aos pesqui- A missão da Erganeo é acelerar e sim-
sadores, antes de serem transferidas plificar as associações entre a pesqui-
sa pública e o mundo industrial em
favor de um progresso social. Para
isso, financia e apoia a nova geração
de pesquisadores e empreendedores
franceses no sentido de obter suces-
so e reconhecimento internacional.

Como membro da Rede SATT, a Er-


ganeo está lançando as bases para
um futuro desejável no ecossistema
da região de Paris, com 20.000 pes-
quisadores em mais de 370 laborató-
rios de pesquisa de ponta. Desde a
Legenda ??? sua criação, a Erganeo investiu mais
de 27 milhões de euros e contribuiu
com 130 projeto, 67 licenças com em-
presas de todos os tamanhos e 14 no-
vas startups.

Durante a visita, os participantes tam-


bém tiveram a oportunidade de sa-
ber sobre a Rede SATT (Tech Transfer
Accelerator Network) - um cluster de
14 empresas privadas que conectam
laboratórios e mercado. Esta associa-
ção tem como objetivo realizar ações
compartilhadas, a fim de aumentar a
eficiência, a legibilidade e a visibilida-
de das SATTs. São 450 profissionais
franceses no domínio da transferên-
cia de tecnologia com competências
específicas em ciência, desenvolvi-
mento de negócios, propriedade in-
telectual, investimento e marketing. A
rede das SATTs e o GVT francês per-
mitem que a França se torne líder no
mercado europeu de capital de risco,
com € 2,8 bilhões em investimentos.

| Edição 87 | Dezembro 2019 56


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INTERNACIONALIZAÇÃO
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NUMA Desde a sua criação, mais de 300


empresas – incluindo líderes do CAC
No período da tarde, dia 17 de setem- 40 (Cotation Assistée en Continu) e
bro, foi a vez de visitar a NUMA – am- centenas de startups - confiaram na
biente de inovação que auxilia em- NUMA para renovar seus métodos de
preendedores, ajudando-os a renovar trabalho e transformar seus negócios.
suas metodologias de trabalho e a
desenvolver vantagem competitiva Diante da aceleração da transforma-
em seu mercado, antecipando as for- ção digital dos negócios, a NUMA está
mas futuras de trabalho. A história da implementando uma oferta de cursos
NUMA começou com a abertura do de treinamento envolventes, colabo-
primeiro espaço de coworking em Pa- rativos e acionáveis em seus principais
ris, e com o lançamento do primeiro negócios: design thinking/UX, geren-
programa de aceleração para startups ciamento, intraempreendedorismo
da França. e marketing digital. Durante a visita,
a delegação teve a oportunidade de
acompanhar uma conversa com Ka-
“Gosto desse mix de coisas que a Missão Anprotec rina Tavares, executiva de relaciona-
proporciona. Temos um conteúdo mais conceitu- mento com o cliente da NUMA, sobre
al sobre o ecossistema visitado, e conversas com como a transformação digital impacta
investidores, bancos, incubadoras; assim conse- o futuro do trabalho.
guimos ter uma visão bem completa. Também
A executiva explicou que a NUMA já
gosto muito da interação com os gestores que pivotou seu modelo de negócios al-
fazem parte da delegação. É um grupo bastante gumas vezes. E, agora, se intitula uma
diverso, com pessoas de governo, universidades, aceleradora de competências. Para
e diferentes ambientes de inovação. Isso qualifica entender o raciocínio, ela define com-
petência como um conjunto de ha-
a nossa reflexão sobre o ambiente visitado”.
bilidades, conhecimentos, aptidões,
Fernanda Bombardi - Gerente Executiva do Instituto de
atributos, experiências, traços de per-
Cidadania Empresarial (ICE) e líder temático da Anprotec
sonalidades e fatores de motivação
de Negócios de Impacto Social
que tenha um valor preditivo face a
um indivíduo exercendo efetivamente
uma função.

Em apresentação compartilhada por


Karina, é possível perceber que NUMA
analisou as competências do marke-
ting que tem maior impacto na per-
formance nas empresas. O framework
de competência tem três pilares: 1-
Compreender o melhor percurso omi-
nicanal; 2- criar conversas engajantes
com a audiência, respeitando a ima-
gem de marca; e 3- manter uma re-
lação sustentável com o consumidor,
implementando boas táticas e trazen-
Legenda ??? do “senso” ao diálogo.

| Edição 87 | Dezembro 2019 57


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INTERNACIONALIZAÇÃO
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Estes pilares ajudam a esclarecer so- De acordo com Karina, as empresas


bre os comportamentos esperados se transformaram para se tornarem
em diferentes níveis da organização: mais ágeis, ou seja, para serem reati-
Inteligência emocional, Ledearship e vas e se adaptarem a uma estratégia
Capacidade de Execução. a curto prazo em um ambiente que
evolui cada vez mais rápido.

IAR POLO DE AGROINDÚSTRIA da biomassa coexistem e se comple-


mentam. A visão da bioeconomia do
Na manhã do dia 18 de setembro, o IAR cluster está firmemente enraizada
grupo teve a oportunidade de acom- nas regiões locais e contribui para o
panhar uma apresentação sobre o desenvolvimento da economia e dos
IAR Polo de Agroindústria, na Embai- empregos, agregando valor aos recur-
xada do Brasil na França. Trata-se do sos locais e desenvolvendo soluções
principal grupo de bioeconomia do inovadoras e eficazes para atender às
mundo. É reconhecido em toda a Eu- necessidades dos consumidores.
ropa e internacionalmente. Reunindo
atores-chave da bioeconomia, o clus- São mais de 380 membros, cobrindo
ter é construído em torno de um mo- toda a cadeia de valor e agregando
delo bioeconômico circular, eficiente e valor à biomassa. Dentre os serviços
resiliente, que visa reduzir os insumos estão acompanhamento na monta-
em todos os níveis, através da otimi- gem de projetos de inovação (+ de
zação de recursos e seu uso em ciclos 300 projetos; 70% deles financiados),
sucessivos. estudos e consultorias que colaboram
com a tomada de decisão, vitrine virtu-
O IAR apoia um modelo em que a al de produtos de origem vegetal, ati-
agricultura e a indústria estão inti- vidades internacionais (Europa, Brasil,
mamente ligadas, e onde os usos ali- Tailândia, Estados Unidos e Canadá,
mentares e industriais dos recursos por exemplo, são locais onde o Polo
IAR detém um importante network),
clube de investidores interessados em
financiar o desenvolvimento de star-
tups do cluster, divulgação de cursos
de formação (leva a demanda da in-
dústria para a academia no que tan-
ge novas formações) e network entre
membros e não-membros.

Legenda ???

| Edição 87 | Dezembro 2019 58


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CAP DIGITAL letivos com os maiores inovadores do


ecossistema digital. Desde 2014 é cer-
No período da tarde, a delegação se- tificado como ‘Cluster of excellence’
guiu para o Cap Digital. Criado em pela Comissão Europeia (Gold Label).
2006 como organização sem fins lu-
crativos, é reconhecido hoje como o Está no coração de um grande movi-
maior cluster da Europa e um dos co- mento que reúne todos os atores da
inovação. São mais de mil membros.
Mais de 875 startups, mais de 50 la-
boratórios e universidades, mais de 55
grandes empresas e mais de 20 inves-
tidores.

Por isso, oferece serviços de suporte


para inovação, aceleração e transfor-
mação digital. Possui uma responsa-
bilidade importante de compartilhar
suas descobertas, espalhando sua
análise prospectiva e o desejo de em-
preender e inovar para um público
ainda maior: estudantes do ensino
médio, universitários, fabricantes, tec-
nólogos, entre outros.
Legenda ???

AGORANOV empregos diretos e angariaram ¤ 860


milhões em fundos privados; entre
No dia 19 de setembro a delegação eles, Criteo (NASDAQ: CRTO), Anevia,
visitou a Agoranov, incubadora Deep Biophytis, Gensight e Pixium listados
Tech, que já apoiou mais de 400 star- no Alternext, ou Aldebaran, Dataiku,
tups, que já criaram mais de 7.500 Doctolib, Point Vision e Ynsect.

A incubadora foi fundada pelas uni-


versidades Pierre e Marie Curie e Pa-
ris-Dauphine, pela Ecole Normale Su-
périeure, pela ParisTech e pela INRIA,
e é apoiada pelo Ministério de Pesqui-
sa e Ensino Superior, pela região de Ile
de France, pela cidade de Paris, e pelo
Fundo Social Europeu.

A Agoranov fornece aos seus 60 in-


cubados suporte personalizado, um
programa de aceleração de ponta,
acomodações de qualidade no centro
Legenda ??? de Paris e uma rica comunidade de
várias centenas de empresários.

| Edição 87 | Dezembro 2019 59


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STATION F feições abertas ao público. A própria


Startup Garage do Facebook abriga,
O período da tarde do dia 19 de se- no prédio, até 15 empresas em um ci-
tembro foi dedicado para visita ao clo semestral e representa o primeiro
Station F. Criado em 2017, é consi- espaço físico da empresa dedicado às
derado o maior campus de startups startups. No campus está localizado,
do mundo. Situado em Paris, em um também, o La Felicità, maior restau-
antigo depósito de carga ferroviária, rante da Europa, com 4.500 m2, do
possui instalação de 34.000 m2, que grupo de restaurantes Big Mamma.
abrigam cerca de mil startups. Conta Esta praça de alimentação gigante
com 26 programas diferentes de ace- compreende cinco diferentes restau-
leração de startups, sendo que, 24 de- rantes italianos.
les são realizados por parceiros, como
a Microsoft e o Facebook. A programação da visita contou com
uma apresentação geral sobre o mo-
Além de 3.000 áreas de trabalho e delo de negócios do Station F, tour
instalações para reuniões privadas, o pelas instalações, e apresentações
Station F também abriga um auditório sobre a Bpifrance, com foco nas prin-
de 370 lugares e instalações para re- cipais políticas de inovação para forta-
lecer todo o ecossistema de inovação,
sobre a Business France, com foco em
estratégias de internacionalização, ca-
sos de sucesso, e as principais políti-
cas de inovação para apoiar o desen-
volvimento comercial de startups, e a
French Tech, com foco em estratégias
de financiamento, suporte a serviços
de inicialização, e nas principais polí-
ticas de inovação para a geração de
Legenda ??? startups.

INCO ce suporte para uma ampla gama de


empresários em 35 países. Por meio
Na manhã do último dia de agenda de um modelo único, o INCO apoia
em Paris, 19 de setembro, a delega- empreendedores em todas as etapas
ção da Missão França visitou o INCO do desenvolvimento, ajudando-os a
– líder global do movimento por uma refinar suas ideias e a expandir seus
nova economia, que procura e forne- negócios, garantindo que eles desen-
volvam modelos economicamente
viáveis com impacto incorporado. O
INCO acredita que a inovação deve
gerar um mundo mais inclusivo e sus-
tentável. Como a tecnologia pode ser
uma ferramenta poderosa para forne-
cer oportunidades econômicas e so-
ciais em grande escala, utiliza-a para
enfrentar os desafios sociais e am-
Legenda ??? bientais mais prementes.

| Edição 87 | Dezembro 2019 60


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GENOPLE

No período da tarde o grupo visitou


o Genopole, principal biocluster de
biotecnologia e pesquisa em genômi-
ca e genética da França. A iniciativa
une empresas inovadoras de alta tec-
nologia, pesquisa pública e privada e
instalações de ensino superior em um
único local. Pioneiro na França, está
localizado em Evry / Corbeil-Esson-
nes, 30 km ao sul de Paris, no coração
de um florescente ambiente científico,
dentro da área de Paris Saclay e per-
to de três faculdades, da Universidade
de Evry, e do Centro Médico Sul Ile-
-de-France. É um dos principais bio-
clusters europeus. Emprega cerca de
2.400 pessoas.

Após essa visita na sexta-feira à tarde,


os participantes tiveram o sábado li-
vre em Paris e, no domingo, viajaram
para a cidade de Nantes, também na
França.
Legenda ???

“Foi uma experiência questionadora, que já está


norteando nossos futuros projetos, tanto a curto,
quanto a longo prazo. Saímos, literalmente, zon-
zos, pelo impacto de notar tantas camadas e tra-
mas sendo refinadas por diretrizes simples e um
grau de responsabilidade inquestionável assumi-
da por todos os envolvidos”.
Paulo Victor Almeida - Gerente de negócios e marketing
do Biopark

| Edição 87 | Dezembro 2019 61


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Legenda ???

“A primeira semana da Missão foi muito interes- CONFERÊNCIA MUNDIAL IASP 2019
sante. Conviver com os brasileiros que compõem
A Conferência Mundial IASP é reali-
o grupo também está sendo muito importante,
zada, anualmente, desde 1984 e é um
pois percebemos que já fazemos muitas coisas dos principais eventos de networking
que vimos aqui no ecossistema francês, além da área no mundo, reunindo um nú-
de conhecermos exemplos novos para aplicar mero cada vez maior de palestrantes
nos nossos ambientes. Já aqui na Conferência renomados. Em 2019, a 36ª edição da
Conferência aconteceu na cidade de
da IASP tem pessoas do mundo todo. Parques e
Nantes, na França, e teve como tema
gestores do mundo todo. Isso amplia mais ainda “A 4ª Revolução Industrial: Áreas de
essa diversidade de ideias, conceitos e opiniões Inovação e Parques Científicos como
que estou levando de volta para casa. Recomen- chave para uma transição de suces-
do muito as Missões da Anprotec e a Conferência so”. Clique aqui e confira a programa-
ção completa que a delegação bra-
da IASP, porque é uma oportunidade de sair um
sileira teve acesso a partir da Missão
pouco do nosso dia a dia e ver como o mundo Anprotec.
está tratando a inovação”.
Arthur Gibbon - Diretor do Oceantec, Parque Científico e
Tecnológico da FURG

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INTERNACIONALIZAÇÃO
AO SUMÁRIO

AMBIENTES
CANADENSES
Novos ambientes de inovação se cadastram à plataforma land2land

Em outubro e novembro o Progra- forma de suporte à internacionaliza-


ma de Internacionalização land2land ção, que conecta empreendimentos
recebeu o cadastramento de dois inovadores a ambientes de inovação
novos ambientes canadenses em de todo o mundo.
sua plataforma, o Latam Startups,
e o DMZ, da Ryerson University. De
acordo com a coordenadora de pro-
jetos internacionais da Anprotec, Si-
mone Torrescasana, essas inserções
são fruto de conexões da Associa-
ção geradas por ocasião da partici-
pação no Ciclo Toronto do StartOut
Brasil, realizado em junho. A DMZ é uma aceleradora de tecno-
logia líder mundial com sede em To-
“A startup brasileira Rio Analytics, ronto, Ontário. A organização ajuda
por exemplo, que participou dos ci- os empreendedores de alto poten-
clos Santiago e Toronto do Startout cial a crescer e, rapidamente, dimen-
Brasil, foi uma das selecionadas pelo sionar suas startups para empresas
programa de aceleração da DMZ de classe mundial. Atualmente clas-
após a imersão, e está evoluindo sificada como incubadora baseada
com o processo de expansão para o em universidade número 1 no mun-
Canadá”, contou Simone. do pela UBI Global, possui uma taxa
de aceitação de 6,9% e trabalha com
O objetivo do Programa land2land é uma variedade de parceiros líderes
promover a expansão internacional do setor.
de empresas inovadoras vinculadas
aos ambientes de inovação e o apri- Já a Latam Startups é a única orga-
moramento profissional dos gesto- nização, programa de aceleração,
res dos ambientes de inovação, além em Toronto, que trabalha inteira-
de conectar empreendimentos ino- mente com startups internacionais.
vadores e ambientes de inovação. Inclusive, possui um MOU (acordo)
assinado com a cidade de Toronto,
Mais de 50 gestores já foram capa- que visa apoiar o sucesso em trazer
citados pelo programa, que possui startups de tecnologia da Améri-
mais de 70 ambientes de inovação ca Latina para a cidade. Também é
- de 14 países - cadastrados na plata- membro da National Angel Capital

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INTERNACIONALIZAÇÃO
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Organization (NACO) - comunidade que já estava cadastrada na plata-


nacional de investidores anjos, incu- forma. Trata-se de uma aceleradora
badoras e aceleradoras; e apoiada que ajuda a transformar tecnologias
pelo Startup HERE Toronto, que ce- em oportunidades de negócios; e
lebra a comunidade de inovação de uma incubadora sem fins lucrativos
Toronto, compartilhando o sucesso singular - empreendimento conjun-
local com o mundo. to entre a Universidade de Alberta
e a Corporação de Desenvolvimento
A DMZ e a Latam Startups se jun- Econômico de Edmonton (EEDC).
tam à canadense TEC Edmonton,

SAIBA MAIS SOBRE A DMZ

Os serviços da DMZ são projetados para startups com produtos


prontos para o mercado e incluem acesso ao escritório da DMZ em
Nova York, no coração do distrito financeiro, e mais escritórios glo-
bais em Mumbai, Índia e Amã, na Jordânia.

A DMZ é aberta a todas as startups que atendem aos seus critérios


– não é necessária a afiliação à Ryerson. As startups devem atender
a uma importante questão econômica ou social, fazer uso inovador
da tecnologia e ter um produto no mercado.

Nesse estágio, a DMZ pode ajudar a acelerar seu crescimento por


meio de conexões personalizadas, orientação, espaço de trabalho,
etc.

A DMZ é uma organização jovem, vibrante e baseada em tecnolo-


gia. Atualmente, abriga aproximadamente 70 empresas e mais de
34 funcionários. Desde a abertura oficial da DMZ, em abril de 2010,
já são:

• 424 startups incubadas e aceleradas;

• mais de 3.900 empregos promovidos e criados por meio de


startups recém-formadas e pesquisa orientada pelo mercado;

• 71% do portfólio de startups ativo;

• US $ 736 milhões em financiamento total levantado pelas suas


empresas.

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SAIBA MAIS SOBRE A LATAM STARTUPS

Dentre os três programas oferecidos pela Latam Startups, estão o Pro-


grama Scaleup Bootcamp, o Softlanding, e o Startup Visa.

O Scaleup Bootcamp é um programa de validação de mercado que


oferece suporte às startups para avaliar suas reais possibilidades de en-
trar no mercado norte-americano, validar modelos de negócios e ou-
tras premissas. Esse programa – de duas semanas – é executado duas
vezes por ano: na primavera (março) e no outono (setembro).

O programa Softlanding é um programa de entrada no mercado e a


extensão do programa Scaleup Bootcamp. O objetivo das startups que
ingressam no Softlanding é lançar uma corporação na América do Nor-
te, que tenha Toronto como ponto de entrada nesse mercado. Possui
três meses de duração e é executado duas vezes por ano: na primavera
(abril) e no outono (outubro).

A LatAm Startups é uma das incubadoras e aceleradoras designadas


pelo Canadian Startup Visa. O programa Startup Visa da LatAm Star-
tups é executado duas vezes por ano, em março e agosto. O objetivo
com as empresas selecionadas é acelerar a tração na América do Norte.

CICLO TORONTO DO STARTOUT BRASIL LEVA 19 STARTUPS PARA


O CANADÁ

Entre os dias 23 e 28 de junho de 2019, 15 negócios selecionados na ca-


tegoria “ampla concorrência”, ou seja, startups que nunca participaram
ou participaram apenas de um Ciclo do StartOut Brasil; e 4 startups
selecionadas na categoria “graduadas”, que já estiveram em dois ou
mais ciclos de imersão oferecidos pelo programa, realizaram uma imer-
são no ecossistema de Toronto, no Canadá, com visitas às aceleradoras,
incubadoras e empresas locais; participação em seminários de oportu-
nidades, reuniões com prestadores de serviços e encontros de negócio;
e apresentação para possíveis investidores e parceiros.

Essa triagem foi realizada pelos organizadores do programa – Minis-


tério da Economia, Ministério das Relações Exteriores (MRE), Agência
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil),
Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e
Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos

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As 19 startups selecionadas para o StartOut Brasil - Ciclo Toronto

Inovadores (Anprotec) – junto com avaliadores do ecossistema cana-


dense.

Para extrair ao máximo o que o Canadá tem a oferecer, as 19 empresas


passaram por um processo de preparação para a missão, que durou de
seis a oito semanas. Durante esse período, os empreendedores recebe-
ram consultoria especializada em internacionalização; acesso à plata-
forma ‘Passaporte para o Mundo’ da Apex-Brasil; conexão com mento-
res que conhecem o ecossistema de destino; workshop presencial em
São Paulo - nos dias 24 e 25 de maio - e sessões online de treinamento
de pitch.

Ao longo desse período de capacitação, as startups participaram ativa-


mente das atividades previstas, com dedicação de cerca de, pelo me-
nos, três horas por semana ao programa, além de definirem o plano de
negócios e a estratégia de entrada no mercado-alvo.

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MISSÃO
EMPRESARIAL
À CHINA E AO
ORIENTE MÉDIO

A superintendente executiva da A delegação – composta por repre-


Anprotec, Sheila Oliveira Pires, repre- sentantes de mais de 100 empresas
sentou a Associação, em outubro, na brasileiras e, também, de associações
Missão Empresarial organizada pela setoriais – passou pela China, pelos
Agência Brasileira de Promoção de Emirados Árabes Unidos, pelo Catar
Exportações e Investimentos (Apex- e pela Arábia Saudita, acompanhan-
-Brasil), em parceria com o Ministé- do a visita do presidente da Repúbli-
rio das Relações Exteriores (MRE). ca, Jair Bolsonaro, aos países.

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Delegação brasileira em visita técnica na China

A maior parte dos empresários vie- A agenda da Missão incluiu visitas


ram do setor de alimentos e bebi- técnicas, seminários e eventos de ne-
das, mas também se destacaram os tworking entre empresários brasilei-
segmentos de defesa, energia, mine- ros e estrangeiros.
ração, produtos químicos, calçados
e couro, veículos, papel e celulose e Além da abertura de oportunidades
serviços como TI, engenharia, servi- de exportação e internacionalização,
ços financeiros e jurídicos. Entre as a Missão teve como objetivo a atra-
participantes, grandes companhias ção de investimentos estrangeiros di-
brasileiras como WEG, Embraer, Vale, retos para o Brasil. Neste sentido, o
Marcopolo, Helibras, Ortomaq, BRF, destaque foi o setor de infraestrutura.
Minerva, Seara, Marfrig e Tramontina. A Apex-Brasil é parceira da Secretaria
Especial do Programa de Parceria de
Investimentos (PPI) em uma iniciativa
que visa promover as oportunidades
dos projetos da carteira do PPI aos
investidores estrangeiros.

Na ocasião, a superintendente exe-


cutiva teve a oportunidade de repre-
sentar a Anprotec no painel ‘Meeting
on Innovation’, do Brazil-China Busi-
ness Seminar: 45 Years Bulding Bila-
teral Ties, no dia 25 de outubro, em
Pequim, na China. Além de falar so-
bre o ecossistema de inovação brasi-
leiro, ela também destacou a coope-
ração que vem sendo desenvolvida
com a China desde 2015 e apontou
propostas para intensificar a coope-
ração nos próximos anos. Também
Superintendente Executiva da
participaram do painel o Secretário
Anprotec durante apresentação no
‘Meeting on Innovation’, do Brazil- de Empreendedorismo e Inovação
-China Business Seminar: 45 Years do Ministério da Ciência, Tecnologia,
Bulding Bilateral Ties Inovações e Comunicações (MCTIC),

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“A Missão foi muito interessante. Na Acabamos de visitar o Hub 71, que é


China nos tivemos a oportunidade de um espaço extremamente interessan-
apresentar o ecossistema brasileiro te para apoiar o início das pequenas
de inovação, destacando, particular- empresas, com todo o suporte, de es-
mente, o ecossistema de incubadoras, paço, serviço, e, inclusive, de recursos
aceleradoras, parques tecnológicos e, para iniciar o negócio”, contou Sheila.
também, de startups que estão nesse
contexto. “O Brasil tem uma bela história de co-
operação na área de ciência e tecno-
logia com a China, fruto de experiên-
“Na China nos tivemos a oportunidade de apre- cias na área de energia, agronegócio,
sentar o ecossistema brasileiro de inovação, des- indústrias e TICs. O grande desafio
tacando, particularmente, o ecossistema de incu- que nós temos agora é com as no-
badoras, aceleradoras, parques tecnológicos e, vas tecnologias do futuro, que estão
muito centradas em startups, e novos
também, de startups que estão nesse contexto.
modelos de empresas de base tecno-
Foi uma oportunidade muito grande para estabe- lógicas.
lecermos novas parcerias e contatos”.
Sheila Oliveira Pires - Superintendente Executiva da É o desafio dessa cooperação. Então,
Anprotec o evento, aqui, se soma a esse esfor-
ço de integrar o ecossistema brasilei-
Foi uma oportunidade muito grande ro ao ecossistema chinês, que hoje é
para estabelecermos novas parcerias muito focado em inovação e produtos
e contatos na China. Houve bastan- diferenciados no mercado e que es-
te interesse dos chineses em relação tão cada vez mais competitivos; e nós
ao estamos fazendo hoje no Brasil. temos muito a aprender com eles. A
Em Abu Dhabi há um potencial mui- estratégia que a Apex vem pratican-
to grande para que a gente possa ex- do com o StartOut é fundamental,
pandir o mercado para nossas empre- porque a startup já nasce com uma
sas brasileiras. visão de mundo internacional. Essa
iniciativa é estratégica não só para in-
serção das novas e melhores startups
“O grande desafio que nós temos agora é com brasileiras no mercado global, mas
as novas tecnologias do futuro, que estão mui- também para que o empreendedor já
to centradas em startups, e novos modelos de nasça com uma visão de internaciona-
empresas de base tecnológicas. É o desafio des- lização”, complementou Paulo Alvim.
sa cooperação. Então, o evento, aqui, se soma a
esse esforço de integrar o ecossistema brasileiro
ao ecossistema chinês, que hoje é muito focado
em inovação e produtos diferenciados no mer-
cado e que estão cada vez mais competitivos; e
nós temos muito a aprender com eles”.
Paulo Alvim - Secretário de Empreendedorismo e Ino-
vação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações

| Edição 87 | Dezembro 2019 69


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Delegação brasileira em visita técnica na China

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