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FORMAÇÃO
A DISTÂNCIA
EM PORTUGAL
EDITORIAL
A Sociedade de Informação, que domina a actualidade, com Esta publicação pretende ser um espelho do que mais recente
implicações na actividade económica e na qualidade de vida se tem feito nesta área, uma janela aberta aos possíveis caminhos
dos cidadãos, tem sofrido, nos últimos anos, transformações do futuro, bem como constituir um verdadeiro guia de apoio
tão profundas e rápidas que conduzem a uma desactualização ao desenvolvimento e experimentação de práticas inovadoras.
permanente das competências individuais.
Apresentaremos, em todas as edições, para além de artigos
Esta problemática tem vindo a preocupar os governos, de fundo, entrevistas e relatos de boas práticas, directamente
as empresas e, em geral, todos aqueles que se interessam com relacionadas com o tema em análise, um conjunto de
a Formação, levando-os a desencadear acções e mobilizar informações úteis como sejam eventos nacionais e
recursos que visem a criação de oportunidades de formação internacionais, prémios, destaques editoriais, directório de
ao longo da vida. A aposta é aplicar modelos alternativos cursos, perguntas mais frequentes, ideias e sugestões e ainda a
e flexíveis capazes de se ajustarem à diversidade das situações indicação de programas e iniciativas comunitárias em curso e/ou
e às necessidades individuais e sociais. a promover no âmbito da temática. Enfim, um manancial
bastante vasto de informações científicas, técnicas e
A Formação a Distância e o e-Learning, este último com ainda
pedagógicas, onde se procurará reflectir a opinião e a visão da
pouca história e tradição em Portugal, podem constituir uma
administração pública, da universidade, do meio empresarial e
dessas alternativas. Enquanto que alguns lhes enaltecem as
da sociedade em geral.
vantagens – redução e racionalização de recursos, flexibilidade
temporal, independência geográfica, adequação a populações A todos os que contribuíram para a concretização desta iniciativa,
e situações heterogéneas, igualdade de oportunidades – outros em especial aos membros do Conselho Editorial, pelo seu
alertam para o verdadeiro período de exaltação que se vive hoje profissionalismo e dedicação incondicional ao projecto, e aos
indicando alguns inconvenientes que devem ser tomados em elementos da equipa que, internamente, comigo trabalharam,
consideração – elevados investimentos iniciais, ausência de pelo apoio e entusiasmo constantes, um caloroso agradecimento.
relação humana Formador/ Formandos, resistência à mudança,
A próxima edição, dedicada ao tema “Metodologias
contingências tecnológicas.
e Conteúdos: Dois Pilares do e-Learning”, espera-nos a todos
Tomada como um desafio e uma realidade em ascensão mas com mais novidades e informações úteis.
ainda com escassez de referências bibliográficas e insuficientes
Esperamos que a nov@FORMAÇÃO, com versão digital prevista
recursos informativos, a Formação a Distância é, de facto, o
para breve no site do INOFOR (www.inofor.pt), seja não só do
modelo de aprendizagem do futuro. O INOFOR, na sua missão
seu agrado como se transforme num instrumento de discussão
de contribuir para a emergência de recursos válidos e inovadores,
informal e aberto, condutor de inovação. Contamos, assim, com
decidiu lançar esta Revista inteiramente dedicada à Formação
o apoio de todos, agradecendo desde já sugestões e a sua opinião
a Distância e ao e-Learning, de tiragem semestral e com um
sobre a Revista para o e-mail nova.formacao@inofor.gov.pt ■
tema específico por edição.
Assim, e no sentido de celebrar a nov@FORMAÇÃO, o primeiro
tema eleito foi a “Formação a Distância em Portugal”. Neste
número, o leitor terá a oportunidade de ter uma visão global
do estado da arte no nosso país e sua comparação com a Europa,
através do testemunho dos mais conceituados especialistas,
onde é evidenciado o essencial das suas teorias e práticas.
1 | nov@FORMAÇÃO
Revista nov@FORMAÇÃO
O INOFOR
FICHA TÉCNICA
Propriedade
6 | O INOFOR e o desafio da Inovação
INOFOR 7 | Uma experiência (desejável) em formação a distância
Título
Nov@ Formação ou... o segredo está na “mistura”!
Edição 8 | Formação a distância e acreditação
INOFOR
Directora 10 | Estudar a Educação/Formação Profissional
Carina Baptista
Presidente do Conselho Editorial
Roberto Carneiro
Conselho Editorial ARTIGOS
Arnaldo Santos, Carina Baptista,
Horácio Covita, José Lagarto, 14 | Artigos Nacionais
Margarida Abecasis, Mário Figueira,
14 | A formação a distância em Portugal o estado da arte
Redacção
Carina Baptista, Filomena Marques 17 | O mercado da formação a distância e e-Learning em Portugal
Colaboraram neste número reflexões prospectivas
Autores:
Alexandra Costa Artur, Ana Cláudia Valente, 20 | Artigos Estrangeiros
Arnaldo Santos, Carina Baptista, 20 | Actuais desafios da Aprendizagem a Distância na Europa
Carlos Oliveira, Desmond Keegan
Francisco Mendeiros, Horácio Covita, 22 | Do d-Learning ao m-Learning passando pelo e-Learning
Johan van Rens, José Lagarto,
Madalena Estevão, Margarida Abecasis,
Maria Amélia Franco, Maria da Saúde Inácio,
Mário Caldeira Dias, Mário Figueira, ENTREVISTAS
Raposo Subtil, Ruben Eiras
Instituições:
26 | À conversa com… Arnaldo Santos
AEP – Associação Empresarial de Portugal 29 | Prof 2000 em destaque…
CONCLUSÃO
EDICAD – Computação Gráfica e Imagem, Lda a Rede Humana de Aprendizagem
IBJC - Instituto Bento Jesus Caraça
IDEIA PRIMA
IFB - Instituto de Formação Bancária
IFEA – Instituto de Formação Empresarial
BOAS PRÁTICAS
Avançada 34 | PROFISSS
ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade
ITA – Instituto de Tecnologias Avançadas para 37 | Centro de Formação a Distância AEP
a Formação
NBO – Nova Base, Recursos em Tecnologias
de Informação, S.A.
NOVA ETAPA INFORMAÇÕES ÚTEIS
PT Inovação, S.A.
TecMinho – Associação Empresa/Universidade 42 | Iniciativas Comunitárias
para o Desenvolvimento
SIGNIFICADO – Consultadoria, Formação 44 | Eventos
e Informática, Lda 46 | PRÉMIOS
UNAVE – Universidade de Aveiro
Apoio Administrativo 47 | Estudos
Marina Carvalho
Fotografia 48 | Destaques Editoriais
Gonçalo Gil
Capa e Concepção Gráfica
50 | Sites
Press Forum
Impressão e Fotolito
Phalempin
Depósito Legal DIRECTÓRIO DE CURSOS
ISSN: 1645-4669 54 | Directório de cursos
Periodicidade
Semestral
Tiragem
2500 exemplares
O Instituto para a Inovação na Formação, Instituto tutelado de competências profissionais capazes de dar resposta às novas
pelo Ministério da Segurança Social e do Trabalho, é um solicitações, da promoção de verdadeiras e activas comunidades
organismo estratégico no apoio à profissionalização e “virtuais” de aprendizagem e partilha do conhecimento, entre
desenvolvimento das entidades formadoras, das organizações bem outras necessidades próprias de um mercado em início de
como das competências individuais e colectivas, assumindo-se expansão.
como parceiro de referência na estruturação do sistema de
Deste modo, apresentamos-lhe a nov@FORMAÇÃO, uma Nova
formação e no alinhamento de figurinos metodológicos e
Oportunidade para reunir e partilhar visões distintas, que
organizativos que tornem o eixo educação/formação/emprego
propiciam a reflexão, a inovação e a transferibilidade de práticas
mais eficaz, porque inovador e diferenciado, de acordo com os
sustentadas, e onde, com grande entusiasmo e envolvimento de
diferentes contextos a que se dirige.
todos, tentaremos promover a capitalização de resultados e,
Na sua intervenção, o INOFOR dá prioridade a áreas críticas do especialmente, o desenvolvimento de novas e criativas soluções.
sistema de formação de modo a acelerar a sua consistência,
Pretende ser uma publicação de referência, suportada
racionalização e qualidade: valida e reconhece capacidades
por um projecto editorial sério, de máximo rigor e exigência,
formativas, diagnostica necessidades de formação, elabora perfis
indispensável às Entidades Formadoras, Gestores de Recursos
profissionais de futuro, concebe e difunde modelos formativos,
Humanos, Formadores e outros Profissionais de Formação,
estimula o desenvolvimento organizacional, disponibiliza
Investigadores, Docentes, Consultores, entusiastas e curiosos
informação científica, recursos e kits de auto-formação, além
por esta temática.
de procurar capitalizar todas as experiências de formação
inovadoras, nomeadamente as que se integram no âmbito Convidamos todos, desde já, a reflectir connosco sobre o estado
da Formação a Distância. da arte da Formação a Distância e do e-learning em Portugal,
com espírito crítico, para em conjunto impulsionarmos as suas
A Revista nov@FORMAÇÃO, a mais recente aposta do INOFOR,
potencialidades, fazendo desta publicação um veículo capaz de
encerra em si a vontade de responder à imperativa necessidade
mobilizar vontades! ▲
de sistematização e divulgação de informação, experiências,
projectos, práticas, produtos, reflexões, preocupações e sonhos
de todos quantos têm contribuído, de uma forma muito dinâmica
e entusiasta, para o desenvolvimento da Formação a Distância e
do e-Learning em Portugal. A Presidente do INOFOR
Acreditamos que muito há a fazer no plano da investigação,
da criação de novas e diferenciadas metodologias, da concepção
de recursos técnico-pedagógicos inovadores, do desenvolvimento
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O INOFOR
| O INOFOR E O DESAFIO DA INOVAÇÃO | 6
| UMA EXPERIÊNCIA (DESEJÁVEL) EM FORMAÇÃO
A DISTÂNCIA OU... O SEGREDO ESTÁ NA “MISTURA”! | 7
| FORMAÇÃO A DISTÂNCIA E ACREDITAÇÃO | 8
| ESTUDAR A EDUCAÇÃO/FORMAÇÃO PROFISSIONAL | 10
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Ao ler o título deste artigo a primeira do POEFDS - Programa Operacional os requisitos técnicos e pedagógicos
ideia que nos pode surgir é a de que o Emprego, Formação e Desenvolvimento inerentes à formação profissional.
Estado não perdeu tempo em estender o Social, na preparação de regulamentação A necessidade de garantir a qualidade
seu “braço” burocrático também à específica relativa aos apoios daquele dos projectos a financiar passava, numa
formação a distância. Importa pois programa dirigidos à formação a primeira instância e inevitavelmente,
esclarecer os motivos que levaram à distância, constatou-se que o incentivo pelo reconhecimento das capacidades
criação de uma exigência específica para financeiro em causa iria originar um e competências de quem os propunha.
este tipo de formação em matéria de grande número de candidaturas, nem Sendo a forma de organização da
Acreditação. sempre promovidas por entidades com as formação um dos parâmetros de
Em resultado da colaboração que ocorreu competências e capacidades adequadas e Acreditação, estavam criadas as
entre o INOFOR e os serviços de Gestão nem sempre associadas a produtos com condições básicas necessárias à
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introdução de uma validação específica A avaliação efectuada pelo Sistema de uma garantia acrescida da qualidade
por parte do Sistema, exigida para tem em conta uma dupla vertente: do produto que procuram.
efeitos de co-financiamento no âmbito as competências da entidade e as
daquele Programa (Despacho nº características do seu produto. Esperamos com a nossa actuação poder
17035/2001). Esta filosofia enquadra-se, aliás, e contribuir para que estas vantagens
A necessidade de introdução de um necessariamente naquela que está sejam reconhecidas e valorizadas por
Sistema de Validação próprio aplicável implícita na escolha dos elementos de todos, e que, finalmente, a ideia de
à Formação a Distância tem sido sentida avaliação do Sistema de Acreditação que se trata apenas de mais
mesmo em países onde a tradição não é (Artº 7º da Portaria 782/97). um constrangimento burocrático
propriamente a regulamentação da Este reconhecimento específico que o imposto pelo Estado se desvaneça
actividade formativa. Por exemplo, nos Sistema disponibiliza traz vantagens para definitivamente. ▲
Estados Unidos, entidades privadas todos os agentes envolvidos:
dedicadas ao desenvolvimento da ■ para os Gestores dos apoios públicos
formação, desenvolveram já sistemas de porque vêm a sua decisão facilitada e
certificação com o mesmo propósito: sustentada numa base mais sólida;
distinguir intervenções de qualidade na ■ para as entidades, porque têm a
formação a distância. possibilidade de ver distinguidas as suas
Importa referir que a Acreditação das competências nesta matéria e obterem do
entidades para a Formação a Distância Sistema de Acreditação orientações e
tem um carácter complementar, só acompanhamento que têm como
produzindo efeitos quando associada à objectivo último contribuir para a
Acreditação num domínio de intervenção melhoria da sua actuação;
(concepção e/ou desenvolvimento, ■ para os clientes e utilizadores das
consoante o tipo de intervenção). entidades formadoras, porque dispõem
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c) a criação de ambientes de A actualização de conhecimento sobre formação bem como na leitura das
aprendizagem flexíveis, colaborativos e novos modelos e contextos de necessidades de competências no
abertos orientados para a exploração do aprendizagem ou a aplicação das TIC à âmbito das várias actividades
conhecimento de acordo com o ritmo formação parece ser crucial. A capacidade económicas. Para além desta análise,
individual e as necessidades do utilizador; de concepção na formação exige também procurar-se-á conhecer as actuações e
d) a importância da construção do desenvolvimento de competências nas as estratégias dos diversos actores do
conhecimento implicando novas áreas do diagnóstico das necessidades sector (entidades reguladoras do sistema
metodologias de aprendizagem e a de formação e da avaliação da de formação, entidades formadoras,
exploração das TIC; formação. Por outro lado, a emergência associações profissionais, profissionais da
e) a importância da contextualização do de novos perfis fundamentais em formação...) através de entrevistas e de
conhecimento. determinados contextos de formação ou estudos de caso. O estudo das profissões
para determinadas necessidades da educação/formação requer a aplicação
Esta mutação traduz-se na necessidade de (reconversão profissional, inserção social e de entrevistas por forma a definir
repensar e reconfigurar as competências profissional de públicos especiais, e- intervenções e competências específicas
dos profissionais e dos agentes da learning, networking, inovação e complementares e evoluções futuras
formação. Em primeiro lugar, parece organizacional, difusão e gestão da dessas competências. O estudo conta
evidente a multidisciplinariedade tecnologia, empreendorismo, construção e ainda com uma análise prospectiva onde
e a interfuncionalidade dos saberes consolidação de clusters de inovação a se equacionam os cenários de evolução
envolvidos na educação/ formação (“cachos nível regional ou nacional...) merece a possíveis da educação/ formação em
de competências” envolvendo várias fileiras identificação de intervenções dirigidas. Portugal e as necessárias medidas de
profissionais e actores que antes poderiam O estudo que o INOFOR pretende intervenção de modo a proporcionar ou
ser considerados externos à esfera das desenvolver equaciona estas e outras a antecipar determinados futuros. ▲
actividades de formação) e a necessária problemáticas da educação/ formação
conciliação da especialização num dado profissional. Para isso, tem vindo a investir
domínio técnico com as competências na recolha e análise sistemática de
específicas da intervenção em formação informação estatística sobre a oferta de
(fases do ciclo, públicos específicos...). formação e o investimento realizado em
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ARTIGOS
| ARTIGOS NACIONAIS | 14
14 A FORMAÇÃO A DISTÂNCIA EM PORTUGAL
O ESTADO DA ARTE
17 O MERCADO DA FORMAÇÃO A DISTÂNCIA
E E-LEARNING EM PORTUGAL
REFLEXÕES PROSPECTIVAS
| ARTIGOS ESTRANGEIROS | 20
20 ACTUAIS DESAFIOS DA APRENDIZAGEM
A DISTÂNCIA NA EUROPA
22 DO D-LEARNING AO M-LEARNING
PASSANDO PELO E-LEARNING
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nacionais
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nacionais
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nacionais
Admite-se que possam existir outros operadores com actividade regular, mas dos quais não foi possível recolher informação em
tempo útil. A listagem das organizações não envolveu qualquer juízo valorativo face à qualidade da actividade desenvolvida. ▲
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nacionais
A reflexão sobre um “mercado” emergente dever-se a uma conjugação positiva de constituíram os “antecessores” próximos
da formação em Portugal requer, numa circunstâncias. A procura era a resultante do IPED (Instituto Português de Ensino a
tentativa de segmentação da sua de uma manifesta insuficiência da rede de Distância) e da Universidade Aberta. A
intrínseca complexidade, uma abordagem ensino presencial para acorrer às tecnologia – primeiro, emissões abertas
segundo três perspectivas necessidades de escolarização após o através da televisão; posteriormente,
complementares: a procura, a oferta, as ensino primário, designadamente em visionamento suportado em video-
imperfeições desse mercado. zonas de fraca densidade populacional, cassetes – era simples e de uso
É também claro que um mercado da numa altura em que a obrigatoriedade tendencialmente massificado.
Formação a Distância e e-Learning está escolar fora estendida para 6 anos. A Ora, a Internet vem-se afirmando como
afectado de um grau de incerteza oferta surgiu a partir de um grande uma tecnologia ubícua, acessível e de
acrescido uma vez que está em causa a investimento oficial em recursos elevado potencial. Ela vem
capacidade e o ritmo de apropriação de tecnológicos e pedagógicos, concentrados revolucionando a gestão da informação, o
novas tecnologias por parte de pessoas no IMAVE (Instituto de Meios Audio- funcionamento do mercado de capitais, as
e organizações. Visuais de Ensino), mais tarde cadeias e redes de valor, o comércio
Assim, por exemplo, o relativo sucesso transformado no ITE (Instituto de mundial, a relação entre governos e
da Telescola nos anos 60 e 70 ficou a Tecnologia Educativa), os quais cidadãos, os modos de trabalhar e de
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nacionais
comunicar, o entretenimento, o contacto habilita o formando a uma gestão flexível manobra. Por outro lado, o incremento da
intercultural, os estilos de vida, as noções e ao controle essencial dos meios em aprendizagem ao longo da vida, em
de tempo e de distância. A grande presença – espaço, tempo, conteúdos, ambientes informais ou não formais
interrogação actual reside em saber se apoios, avaliação – sem perda de “enriquecidos” em soluções versáteis de
a Internet poderá também provocar eficiência de processo e a custos unitários acesso a informação e conhecimento, será
alterações fundamentais nos modos de baixos. a única solução viável para reverter um
aprender e de ensinar. Pode, pois, dizer-se que a procura passivo acumulado de desinvestimento
São três as razões porque a Internet reúne potencial de Formação a Distância e educativo reflectido nos 80% da
um indiscutível potencial para a educação e-Learning em Portugal é elevada. Por população adulta portuguesa cujo nível
e a formação. Primeiro, porque a sua um lado, as necessidades de inovação e de mais elevado de estudos é o 9º ano ou
estrutura interna de oferta/pesquisa de modernização dos sistemas de formação equivalente de escolaridade. Os cenários
conteúdos se assemelha a uma biblioteca inicial são evidentes. Num mercado de traçados para requalificar a população
clássica, recurso tradicional de estudo e mais de 2 milhões de formandos e com portuguesa apontam para investimentos
de aprendizagem. Segundo, porque a sua investimentos anuais superiores a 8 mil anuais médios de 1,5-2% do PIB, no
fácil interactividade transforma-a numa milhões de euros em educação-formação, mínimo, nos próximos 20 anos para
“tecnologia relacional” por excelência, incluindo a contribuição de particulares, a atender a essa necessidade.
colocando-a no eixo de uma comunicação gradual incorporação de e-Learning no Do lado da oferta o mercado é ainda
interpessoal que está na raiz de qualquer sistema, sobretudo em regimes mistos de incipiente, embora se verifique uma
processo pedagógico e da dimensão social aprendizagem (b-learning ou “blended dinâmica interessante de evolução.
da aprendizagem. Por último, porque learning”), reúne uma grande margem de As 15 entidades até agora acreditadas
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nacionais
pelo INOFOR em matéria de e-Learning contexto de e-Learning. A oferta atrás da Coreia, Israel, Estónia e
constituem uma amostra reduzida do institucional vive ainda de uma visão Espanha.
mercado em formação. A prevalência de monopolista e rígida que não a leva a
uma oferta de raiz tecnológica, aproximar-se do mercado e a flexibilizar
frequentemente adaptada do exterior, ao os seus cursos “à medida” dos Em suma, uma visão prospectiva do
invés de soluções de inspiração formandos. A literacia tecnológica da mercado de e-Learning em Portugal tem
predominantemente pedagógica, não tem população adulta é precária. A dinâmica como pontos fortes a dimensão da
ajudado a “abrir” o mercado português. A de inovação do tecido empresarial é procura potencial e a oportunidade de
relativa lentidão na difusão de novas escassa. O acesso à Internet em banda criação de uma oferta nacional adequada
competências pedagógicas e tecnológicas larga tem custos excessivos em Portugal e às características dessa procura bem como
no universo crítico de professores e a qualidade do serviço ao consumidor é às condições especiais de debilidade da
formadores portugueses demanda uma baixa, situação que não é alheia a um educação de base da população adulta.
abordagem bastante mais “agressiva”. regime de quase-monopólio na Subsistem notórias falhas de mercado que
As falhas ou imperfeições de mercado propriedade da rede fixa telefónica e de as políticas públicas ainda não
são muitas. A circulação de informação cabo (fibra óptica). Não espanta, por isso, conseguiram ultrapassar e que exigem a
é deficiente, verificação que justifica que no estudo recentemente levado a tomada de medidas enérgicas que
amplamente o surgimento desta Revista. cabo pelo Center for International estimulem a formação de parcerias
A procura ainda não reconhece na oferta Development da Universidade de público-privado capazes de rendibilizar
existente propostas de valor que a Harvard sobre “Internet Readiness”, meios, mobilizar vontades e canalizar
motivem a “adquirir” formação em Portugal ocupe um modesto 27º lugar, energias manifestamente dispersas. ▲
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estrangeiros
EUROPA
ACTUAIS DESAFIOS DA APRENDIZAGEM A DISTÂNCIA
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estrangeiros
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estrangeiros
DO D-LEARNING AO M-LEARNING
PASSANDO PELO E-LEARNING
Nome: PhD Desmond Keegan
Cargo: Investigador e Professor
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estrangeiros
a falta de contacto visual e auditivo e a na WWW, a Europa deixava-se ficar para Tal como os cidadãos optam por
impossibilidade por parte de quem estava trás, estando todos os grandes LMSs aparelhos sem cabos ou fios para
a aprender de ver, observar e interagir (Learning Management Systems = utilizarem a Internet para fins de
com quem estava a ensinar. Sistemas de Gestão de Aprendizagem) negócios, também a educação e a
comerciais de aprendizagem electrónica, formação caminharão certamente para a
Os sucessos obtidos com os satélites, a como o WebCT, Saba, TopClass e mobilidade nos próximos anos. Desta
videoconferência e outras formas Blackboard, sediados nos EUA. forma, o desenvolvimento do m-
electrónicas de ensino a distância Learning libertará os utilizadores da
facilmente conduziram ao ensino através M-LEARNING aprendizagem a distância das ligações
da World Wide Web. m-Learning significa aprendizagem fixas.
móvel (mobile learning).
WORLD WIDE WEB (WWW) CENÁRIOS DE FORMAÇÃO
Os primeiros cursos de formação na web DESENVOLVIMENTOS TÉCNICOS Estão actualmente a ser considerados
podem ser datados de 1995; em 1997, Os prodigiosos avanços da tecnologia nos cenários de formação para as soluções
este era já um sector amadurecido da últimos anos do Séc. XX deram origem móveis com vista à: a) prestação de
oferta de formação, dispondo das suas àquilo que se pode designar por revolução conteúdos curriculares a estudantes fora
próprias estruturas didácticas, portais de da Wireless Technology. das universidades; b) prestação de
aprendizagem e receitas para o sucesso e No alvorecer do terceiro milénio, a Ericsson feedback a estudantes fora das
para o fracasso. Hoje é uma das áreas do e a Nokia anunciaram que em 2002 haveria universidades; c) prestação de serviços de
e-Business que apresenta um crescimento 1.000.000.000 de telemóveis no mundo apoio a estudantes fora das universidades;
mais rápido. para uma população ligeiramente superior a d) links à WWW e outros recursos;
Não há dúvida de que a WWW é a 6.000.000.000 de pessoas. e) interactividade estudante/estudante;
ferramenta educativa mais bem sucedida Com o sucesso obtido no desenvolvimento f) interactividade estudante/professor/
que apareceu. Combina e integra do Bluetooth, WAP, GPRS e UMTS, as /instituição.
audiotexto e videotexto com a interacção estruturas tecnológicas para a telefonia e Cada uma destas dimensões terá de ser
entre os participantes. Pode ser usada à computação sem fios estão agora considerada pelos prestadores de formação
escala global e é independente da firmemente implantadas. dentro de uma grelha composta de quatro
plataforma. Sendo em grande medida um Assiste-se em toda a Europa à substituição vertentes: facilidade de utilização para os
meio assíncrono, pode igualmente ser das tecnologias com fios por tecnologias e estudantes; eficácia didáctica; viabilidade
utilizado para eventos síncronos. aplicações sem fios: o eCommerce técnica; eficácia de custos.
transforma-se em mCommerce; o A “formação na WWW’ poderá vir a
AVALIAÇÃO mBusiness substitui o eBusiness; os transformar-se na ‘formação na WWWW’
A liderança europeia em matéria de d- investidores compram os fornecedores de (wireless world wide web). A Europa
Learning não se transferiu para o e- aplicações WAP logo que estes aparecem. ocupa uma importante posição de
Learning, tendo-se registado uma reduzida liderança nas aplicações sem fios,
aceitação, ao mesmo tempo que os POSSIBILIDADES DIDÁCTICAS podendo essa liderança transferir-se para
americanos exploravam as tecnologias A aprendizagem electrónica é o que de o m-Learning.
emergentes da revolução das mais avançado existe actualmente. O Embora possamos apreciar os actuais
telecomunicações dos anos 80, e-Learning veio, assim, limitar as sistemas de e-Learning para a formação
construindo sistemas de formação por vantagens de liberdade de horário e de empresarial e para cursos universitários na
satélite e videoconferência. espaço que caracterizam o d-Learning, já WWW, cremos que, para fins de educação,
Enquanto estas tecnologias permitiam que que pressupõe a utilização de um o input de voz será mais natural e mais
se evoluísse rapidamente para a formação computador ligado à corrente. viável do ponto de vista didáctico. ▲
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|ENTREVISTAS|
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ENTREVISTAS
| À CONVERSA COM… ARNALDO SANTOS | 26
| PROF 2000 EM DESTAQUE… | 29
A REDE HUMANA DE APRENDIZAGEM
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|ENTREVISTAS|
Os processos de aprendizagem
6 diferem entre esses dois regimes?
A. S. - Não. Em qualquer um destes No plano tecnológico, quais foram as dos recursos humanos. A ilusão
regimes identificam-se dois processos de
aprendizagem para os formandos. Um é a
8 mudanças que trouxeram inovação
ao sistema de formação não presencial?
tecnológica como factor decisivo do
e-Learning deve passar a estar centrada
auto-aprendizagem, o qual é um processo E que evolução podemos esperar? numa preocupação mais pedagógica.
mais centrado no aluno, através do acesso A. S. - A evolução tecnológica, associada
a conteúdos em formato script, áudio,
vídeo, multimédia, hipermédia concebidos
especificamente para Formação a
aos novos desenvolvimentos Internet, fez
eclodir novas metodologias e muita
inovação dos processos de formação. O
10 Então quais são os actores-chave
que devem ser considerados na
concepção, desenvolvimento e
Distância. O formador poderá garantir o tradicional ensino por correspondência implementação de um projecto de
acompanhamento pedagógico em diferido, tem vindo a ser substituído pela utilização Formação a Distância?
via Internet ou Intranet. Por sua vez, da Internet como meio preferencial para a A. S. - Para o sucesso de um projecto de
podemos encontrar a aprendizagem difusão de Formação a Distância. e-Learning, eu identificaria cinco
colaborativa, um processo mais centrado Os ambientes virtuais que a Internet componentes essenciais. Estes são os
no tutor que orienta, gere e garante o proporciona estão dotados de capacidades conteúdos, os professores ou tutores, a
acompanhamento pedagógico dos seus pedagógicas ímpares. Estas se forem bem tecnologia, os sistemas de interacção e a
aprendizes. Neste processo, podem ser aproveitadas permitem interacções entre avaliação. Tendo em conta este princípio,
organizadas sessões online entre os pessoas através da utilização de serviços podem identificar-se algumas
formandos, sendo garantido um controlo telemáticos como o e-mail, o fórum, o chat competências-chave para as pessoas que
global da aprendizagem em grupos de ou outros serviços interactivos online e concebem, desenvolvem e implementam
utilizadores. Tipicamente, estes processos diferidos. Além disso, a evolução e a soluções de e-Learning. Regra geral, estas
também comportam sessões de auto- convergência tecnológicas, especialmente da deverão possuir capacidades nas áreas de
formação intermédias. Internet de banda larga - Internet II e III, a gestão de Formação no Ensino a
155Mbps e 40Gbps - irão, provavelmente, Distância, competências educacionais,
E qual é o regime criar novos serviços, plataformas, meios multimédia e hipermédia, em
7 mais eficaz?
A. S. - Pela minha experiência prática de
(como o MPEG 4, o UMTS e a TV Interactiva)
e formas de as utilizar para fins educacionais.
normalização de conteúdos, em
Tecnologias de Informação e Comunicação
mais de 10 anos a investigar a utilização das (TIC) e na área pedagógica para Formação
tecnologias ao serviço da formação e, tendo Onde se concentra a vantagem a Distância. As pessoas deverão ser
em conta os resultados da investigação
operacional efectuada, devo confessar
9 educativa do e-Learning?
A. S. - Não é a tecnologia em si a fonte
capazes de gerir instituições de
e-Learning, formar à distância, conceber e
que o modelo misto, baseado numa da vantagem educacional do e-Learning, desenvolver conteúdos especializados para
aprendizagem colaborativa, apresenta-se mas sim a aplicação criativa e inteligente esta modalidade e prestar serviços de
pedagogicamente como o mais adequado. que lhe é dada pela colaboração mútua helpdesk aos utilizadores.
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|ENTREVISTAS|
E - L E A R N I N G N U M M I N U TO
Conceito Desvantagens
A Formação a Distância é uma acção educativa e/ou formativa onde a ■ Resistência à mudança, às TIC e ao próprio processo Formação a
aprendizagem é realizada mediante a separação temporal, local ou Distância
ambas entre as pessoas que aprendem e as pessoas que ensinam. ■ Elevados investimentos iniciais
Quando esta acção é efectuada via Internet ou Intranet, então ■ Conteúdos mais generalistas e de menor componente prática
estamos a falar de uma metodologia de aprendizagem, inserida no ■ Contingência tecnológica - largura de banda e terminais
vasto domínio da sociedade da informação e do conhecimento, ■ Dificuldade em quantificar o retorno do investimento (ROI)
designada por e-Learning.
■ Ausência da relação humana alunos/professor
■ Exige alguns conhecimentos tecnológicos
Vantagens
■ Não elimina as habituais perturbações nos locais de trabalho
■ Inovação em processos de formação e educação
■ Reduzida confiança neste tipo de estratégias educativas
■ Redução e racionalização de recursos
■ Resultados pedagógicos (avaliação) satisfatórios
12 Regras para o sucesso
■ Disponibilidade e flexibilidade de ensino e aprendizagem
1. Preparação das organizações para a inovação de processos
■ Estimulo da auto-aprendizagem
formativos (entender o e-Learning como um processo estratégico)
■ Experimentação das TIC 2. Aposta progressiva na experimentação do processo de Formação
■ Igualdade de oportunidades a Distância
■ Eliminação da dispersão geográfica 3. Aposta nos conteúdos e na normalização de conteúdos
■ Acessibilidade a conteúdos mais apelativos (hipermédia) 4. Aposta no Instructional Design
■ Criação de comunidades colaborativas virtuais 5. Aposta em bases de dados de conteúdos de formação e de
■ Aquisição contínua de novos conhecimentos informação (LMS)
(formação ao longo da vida) 6. Aposta em portais de formação a distância personalizados
7. Selecção dos ambientes tecnológicos adequados
8. Preparação e formação dos intervenientes de gestão da formação
9. Preparação e formação dos professores
10. Medição do impacto e de indicadores globais (ROI)
11. Início do processo de certificação de cursos e de formandos
12. Aposta na formação ao longo da vida
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|ENTREVISTAS|
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|ENTREVISTAS|
RUI SANTOS, JOSÉ MIGUEL SOUSA,
RS Director Regional de Educação do Centro JS Formador do Centro de Formação de Penalva e Azurara, Centro de Formação de Associação de Escolas
(CFAE) dos Concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo
Quais as razões que o levaram a escola numa posição de destaque na sua de todos os recursos disponíveis na
1 aderir ao Prof2000 e quais foram as
suas expectativas iniciais?
utilização. plataforma de formação; desde a
utilização do «browser», para acesso à
área de formação, a «Sala de Reuniões»
RS > A Direcção Regional não aderiu ao Considera que a estrutura de (geralmente conhecida como Chat/MIRC),
Prof2000! O Programa Prof2000 é o
herdeiro natural e a evolução clara de um
2 interacção criada incentivou a
comunicação e o desenvolvimento
o «Fórum» e «Webmail», até à utilização
de ferramentas que lhes permitiam
Projecto comunitário chamado Projecto de competências relacionais e construir páginas Web e transferir
TRENDS, em que a componente nacional comportamentos autónomos? ficheiros para a área pessoal de cada
desse projecto teve como parceiros a formando, tendo em vista a publicação
actual Portugal Telecom Inovação (na RS > Não temos qualquer dúvida disso! dos trabalhos pedidos na formação.
época CET) e a Direcção Regional de É preciso recordar que quando o Projecto
Educação do Centro (em representação do TRENDS foi desenvolvido em Portugal JM > O projecto Prof2000 é na minha
Ministério da Educação), A Universidade ainda a Internet dava os seus primeiros opinião o projecto com mais sucesso na
de Aveiro, a Universidade do Minho e o passos, não só em Portugal mas também dinamização das novas tecnologias nas
Centro de Formação José Pereira Tavares! na Europa. É por via do Prof2000 que escolas e o seu êxito resultou
muitas comunidades de professores se fundamentalmente dos seguintes factores:
JS > Dinamizar a formação contínua de têm vindo a constituir promovendo do empenho da estrutura organizativa e
professores a distância, oferecendo assim intercâmbios e trocas de experiências da existência da figura do líder de escola
aos docentes das escolas associadas, e entre docentes e entre alunos - facilitador, dinamizador das novas
não só, um novo modelo de formação, em geograficamente distantes. tecnologias e o colega que possibilitava a
muitos aspectos inovador relativamente à divulgação e fornecia os conhecimentos
“metodologia tradicional”. Além de JS > Sem dúvida. A formação nos moldes necessários ao professo de formação. Os
quebrar o isolamento, fomenta nos do Prof2000 ao ser sustentada por líderes eram pessoas responsáveis, com
professores o uso das TIC’s, visto que o serviços electrónicos (fórum electrónico, formação, não necessariamente
computador era utilizado correio electrónico, aplicações de trabalho especialistas em informática mas
fundamentalmente como uma «máquina colaborativo, etc.) assenta em novas garantindo a adequada utilização das
de escrever moderna». metodologias baseadas na autoformação, ferramentas e dos serviços. Hoje em dia
no trabalho colaborativo, na pesquisa de muitos formandos já realizam a sua
FL > O Prof2000 (na altura Projecto informação e no espírito crítico dos formação com total independência dos
TRENDS) representou para mim, enquanto formandos. Aprender a comunicar através líderes.
formador, um enorme desafio. Estávamos do IRC mostrou a facilidade e simplicidade
em 1997 e pretendia-se que os mesmos com que se pode entrar em diálogo com
conteúdos da formação contínua outros docentes. Qual a sua opinião sobre o ambiente
«presencial» fossem agora oferecidos aos
mesmos destinatários, mas à distância, FL > Sim. A aprendizagem da utilização
3 tecnológico utilizado no Prof2000?
utilizando a plataforma de formação e de ferramentas de comunicação RS > O ambiente tecnológico usado pelo
recursos tecnológicos disponíveis no específicas realiza-se em simultâneo com Prof2000 é dos primeiros e mais sólidos
TRENDS. o desenvolvimento dos conteúdos da dos existentes nesta vertente da formação
acção. Na fase inicial do Projecto TRENDS a distância. Caracterizando-se pela sua
JM > Sendo uma escola do interior, os formandos dispunham da ajuda solidez e pelos serviços que disponibiliza.
relativamente isolada, o projecto foi para imprescindível dos «líderes de escola», Mantendo ainda hoje a sua marca de
nós uma forma de quebrar o isolamento e para esse acompanhamento, uma vez que pioneirismo na Europa (mesmo no mundo,
de proporcionar formação. Do ponto de os professores, em geral, não eram com alguma certeza). Tentamos que fosse
vista pessoal existia fundamentalmente a utilizadores das TIC’s. Assim, com a sua ao mesmo tempo flexível - capaz de
curiosidade perante as potencialidades das ajuda, os formandos adquiriam, acolher mudanças tecnológicas e
novas tecnologias e o desejo de colocar a gradualmente, competências na utilização metodológicas, e escalável - capaz de
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|ENTREVISTAS|
FERNANDO LACERDA, JOSÉ MARTINS,
FL Formador do Prof2000 - Escola Secundária Dr. Jaime Magalhães Lima, que desde o início fez parte
do Projecto TRENDS, e do Centro de Formação da Associação de Escolas do Concelho de Aveiro.
JM Líder e formando da Escola Secundária Felismina
Alcântara
servir uma pequena comunidade de tem-lhe dado uma capacidade de gestão formação presenciais, contribuindo-se
professores e de escolas e de servir uma empresarial que por vezes falta às escolas assim para a disponibilização online de
comunidade com uma dimensão que ainda e a outros projectos. O ambiente criado conteúdos educacionais em língua
não atingimos. Também pela tem como objectivo fundamental portuguesa.
responsabilidade que temos para com a possibilitar a formação de professores sem
comunidade de 8000 professores que usam conhecimentos significativos em FL > Sob o ponto de vista pessoal, o
os nossos serviços procuramos fugir a informática. O ambiente tecnológico, Prof2000 permitiu-me uma formação
modas que pudessem, pela sua adopção, embora sofrendo algumas alterações ao complementar na utilização das Novas
excluir os professores tecnologicamente longo dos anos, caracterizou-se sempre TIC’s, sem «choques» ou «rupturas», e sem
menos “actualizados”; com versões antigas pela sua usabilidade e simplicidade de recurso a qualquer outra formação
de software ou com computadores menos processos do lado do utilizador. específica, que não a da utilização regular
robustos. e frequente dos meios de comunicação
disponibilizados pelo TRENDS/Prof2000.
JS > O ambiente de formação Prof2000, Que mais valia trouxe o Prof2000 Como resultado da minha experiência
embora sendo um ambiente de grande
simplicidade, é já «maduro». As sessões de
4 para a sua actividade profissional?
As expectativas iniciais foram
pessoal e do envolvimento da escola no
Projecto TRENDS/Prof2000, os professores
chat (IRC) revelaram-se fundamentais satisfeitas? da minha escola acedem hoje a
para uma melhor interacção informação restrita – como convocatórias
formandos/formador. Numa perspectiva de RS > Manter-me actualizado e procurar de reuniões, ou outras informações
evolução, terão de ser fornecidas às aperfeiçoar-me no domínio, ainda que oficiais – através da página da escola.
escolas acessos à Internet em função dos relativo, destas TIC’s. As expectativas
equipamentos e dos projectos envolvidos. iniciais foram largamente ultrapassadas JM > Do ponto de vista pessoal as
Terá de se dotar os CFAE´s do Prof2000 de pois Portugal foi o único dos 6 países do expectativas iniciais foram fortemente
capacidade para gerir tecnicamente as Consórcio Europeu a cumprir todos os satisfeitas e claramente ultrapassadas,
acções que dinamizam. No entanto, talvez objectivos do Projecto TRENDS, o que fundamentalmente pela formação
seja altura de começarmos a equacionar a permitiu à Comissão Europeia validar os proporcionada, pela autoformação que me
utilização de outro tipo de ligação à resultados e aprovar a entrega do exigiu e pelo trabalho com os formandos.
Internet para a formação, pois muitas financiamento do Projecto. Neste campo o Aliás posso mesmo dizer que o Prof2000
vezes a lentidão da rede é um elemento trabalho desenvolvido pelos Professores redireccionou a minha vida profissional
desmotivador para os professores em portugueses foi (e ainda é agora no dentro da escola, tendo-me conduzido a
formação. Prof2000) de uma dedicação inexcedível uma crescente especialização nas novas
que mostra que neste campo estamos a tecnologias e na formação. Quanto à
FL > Adequado à formação à distância. par dos melhores do mundo e que escola os resultados falam por si. A escola
A arquitectura da formação permite aos Portugal não tem que se sentir Secundária Felismina Alcântara é hoje
formandos (mesmo se utilizadores menos inferiorizado. reconhecidamente um pólo dinamizador
habilitados em TIC) aceder com relativa das novas tecnologias na região, e os seus
facilidade a todas as áreas de formação e JS > Elaborar um plano de formação alunos e professores são utilizadores
informação, pela utilização de sabendo que podemos dispor da assíduos e encaram as novas tecnologias
procedimentos básicos de navegação, possibilidade de efectuar formação a com normalidade. ▲
integra sistemas de comunicação distância é uma realidade muito diferente
«síncrona», que permitem o diálogo online e mais enriquecedora do que apenas
entre formandos e formador em sessões dispor da «metodologia tradicional». A
ditas «presenciais», e faculta ainda o experiência criada pela realização de
acesso a um Fórum. formação via Internet incentivou a
publicação, na página do CFAE na
JM > Deve ser salientada que a presença Internet, dos trabalhos produzidos pelos Entrevistas realizadas por
da PT Inovação ao lado deste projecto formandos de algumas acções de Ruben Eiras
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|BOAS PRÁTICAS|
BOAS PRÁTICAS
| PROFISSS | 34
| CENTRO DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA AEP | 37
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|BOAS PRÁTICAS|
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|BOAS PRÁTICAS|
PROFISSS
O PROFISSS – Projecto de Formação Profissional para a Solidariedade e Segurança Social
surgiu no final de 1997 e é uma iniciativa da Secretaria de Estado da Segurança Social
– Ministério da Solidariedade e Segurança Social, no âmbito da implementação de uma
nova política de desenvolvimento de recursos humanos.
Prosseguindo o objectivo de conceber um assim, um sistema formativo integrado e Pedagógicos de Trabalho de Campo/
novo Sistema de Formação Profissional actualizável de produção e difusão de /Estágio.
que garantisse a qualificação inicial e conhecimento eficaz e com potencial de Esses factores distintivos conduziram à
contínua dos quadros e dirigentes dos transferibilidade, integrando um vasto necessidade de formação de autores de
diversos organismos e instituições do conjunto de saberes gerais e específicos. conteúdos. A intervenção combinada de
Sistema de Solidariedade e Segurança Um dos factores distintivos do sucesso do analistas metodólogos, de programadores
Social, o PROFISSS integra hoje uma nova projecto, deve-se à emergência de novos pedagógicos multimédia e de autores de
geração de sistemas integrados de perfis de competências dos agentes de conteúdos, permitiu definir um modelo de
formação profissional, caracterizados pela formação envolvidos, e de novas soluções produto pedagógico de multidifusão,
sua flexibilidade e universalidade no formativas de carácter pedagógico, adaptável às diferentes formas de procura
acesso ao saber, garantindo soluções requeridas para os novos papéis. Das de formação inicial e contínua,
formativas institucionais e de cidadania. metodologias desenvolvidas e da nova forma individualizada e grupal, seja em regime
O PROFISSS dispõe de um inovador de organização da formação, surgiram presencial ou a distância.
sistema de Formação Modular, novos perfis como: Analistas Nesta lógica, a oferta formativa do
concebido a partir do estudo dos Metodólogos, Programadores PROFISSS foi orientada para a procura
sistemas de trabalho da Solidariedade Pedagógicos Multimédia, Autores de institucional e individual, alicerçada na
e Segurança Social e dos respectivos Conteúdos e-Learning, Tutores do eficiência desses novos papéis,
processos de trabalho. Configurou-se Espaço Virtual, Tutores e Orientadores plasmados na sua intervenção por uma
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|BOAS PRÁTICAS|
adequada e inovadora preparação constitui hoje um instrumento envolveu dois Tutores por módulo, que, à
pedagógica. estratégico de abertura e de semelhança de ambientes de formação
Assim, os produtos pedagógicos foram democratização do acesso ao saber, presencial facilitadores da aprendizagem,
concebidos e estruturados permitindo a visando novas qualificações orientam a sua acção para a motivação
sua utilização pelos diferentes promotores profissionais para a Solidariedade e individual e grupal dos participantes,
da rede organizacional de formação do Segurança Social. através da colocação de questões
sistema. O Espaço Virtual de Formação do complementares de sensibilização à
A estrutura modular PROFISSS, permite a PROFISSS, ou sub-sistema e-Learning, participação, com recurso à ferramenta de
aquisição autónoma de competências permite a frequência de módulos em e-mail do próprio software e-Learning, e
necessárias a um determinado regime de autoformação, formação com respondendo aos diversos tipos de
desempenho, apoiada na definição clara tutoria activa ou com tutoria recurso. questões colocadas pelos formandos,
de objectivos de aprendizagem e na Nas experiências piloto realizadas em levando-os a momentos de reflexão
integração de instrumentos de avaliação regime de tutoria activa, de um total de individual e/ou grupal. Este desempenho,
diagnóstica, e de avaliação formativa e 59 participantes, em representação de 41 chegou a revelar-se mais exigente do que
sumativa com vista à certificação. Organismos, Serviços e Instituições do a convencional situação de ensino-
O PROFISSS disponibiliza actualmente um Sistema Público e Privado de aprendizagem presencial, já que a sinergia
conjunto de 61 Unidades Modulares, a Solidariedade e Segurança Social que motivacional de grupo, indutora de uma
partir das quais é possível consolidar realizaram, em regime presencial, a concentração e disciplina de estudo
planos de aquisição de competências avaliação individual, 57 obtiveram eficazes, e de um clima de socialização e
transversais e específicas. A construção de certificação de competências. de sentimentos crescentemente positivos
itinerários modulares de formação, gerais, A experiência e-Learning foi precedida de de pertença ao grupo virtual, foi garantido
específicos ou aleatórios, proporciona acções de formação presencial de
percursos pedagógicos gizados em função curtíssima duração, visando a capacitação
dos dois grandes sub-sistemas da dos formandos para a utilização do
Solidariedade e Segurança Social, Regimes software e-Learning. Para os Tutores do
e Acção Social, orientados para múltiplas Espaço Virtual de Formação PROFISSS, foi
soluções formativas ao nível das realizada formação específica, tendo como
competências profissionais requeridas pelo pré-requisito competências em Formação
Sistema nas várias áreas funcionais. Pedagógica de Formadores.
A estrutura modular PROFISSS, dispõe de A Tutoria Activa, constituiu um dos
acordo com a sua concepção pedagógica, principais factores críticos de sucesso,
da possibilidade de cada formando, devido à interactividade (com
individualmente realizar um teste de predominância de ferramentas
entrada (balanço de competências), assíncronas) estabelecida. Esta assentou
através do qual testa as suas numa relação pedagógica centrada em
competências pré-adquiridas e se define o diversos fóruns de discussões temáticos
ponto de partida para o seu percurso de (constituição de grupos com papéis de
aprendizagem. coordenador e de relator), visando a
Ao disponibilizar múltiplas possibilidades aplicação prática, em situações
de acesso aos produtos pedagógicos de diversificadas, dos conteúdos estudados,
formação contínua e inicial, tendo por base as vivências e os contextos
designadamente através da Web, o profissionais, organizacionais e sociais dos
PROFISSS (www.seg-social.pt/profisss), diversos participantes. O regime de Tutoria
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|BOAS PRÁTICAS|
e cimentado. Ao mesmo tempo, a (mesmo quando comparada com as Face aos excelentes resultados obtidos, e
participação de formandos e de tutores no discussões em chat) não apenas quanto às à apreciação positiva dos participantes e
fórum lúdico “Espaço Café”reforçou aprendizagens, mas sobretudo pelas dos dirigentes presentes nas sessões de
alguns desses aspectos. Chegou a sugestões potenciadoras de resolução de balanço, a conclusão é de que o Sistema
verificar-se um volume de mensagens dos problemas de carácter organizacional, de Solidariedade e Segurança Social
tutores quase correspondente ao número quer ao nível da sua intervenção como dispõe de um Sistema de Formação
de questões formuladas pelos Técnicos, assim como ao nível da Modular de elevado potencial, ao nível
participantes, isto é, cerca de 60 dias em produção de novas soluções dos melhores na União europeia.
média. procedimentais, de medidas de O sucesso do PROFISSS e do seu sistema
A eficiência da formação e o nível de racionalização, de organização, ou mesmo e-Learning, mereceu recentemente uma
satisfação dos formandos está patente no de indução e de descoberta de novos distinção no âmbito da rede europeia
facto destes (Quadros Médios e saberes. Training of Trainers Network (consultar
Superiores), terem solicitado a edição dos O PROFISSS já realizou um volume total em: www.cedefop.eu.int e
contributos produzidos pelos grupos nos de cerca de 12 mil horas de formação www.ttnetportugal.online.pt), enquanto
fóruns temáticos. Estes contributos foram on-line (Tutoria e Auto-formação), para projecto de carácter inovador, estando
reconhecidos como uma mais valia, um número de formandos superior às 3 neste momento a ser objecto de estudo
centenas. e divulgação a nível europeu como
Para qualquer dos regimes de formação exemplo de “boa prática” no domínio
on-line, os formandos podem aceder a de formação profissional – presencial e
qualquer hora (24/24), de qualquer local, a distância (e-Learning).
desde que possuam um computador Esta nomeação, vem reforçar formalmente
pessoal com acesso à intranet ou Internet. o que outras instituições nacionais – INA
Para tal basta solicitar, inscrição prévia - e estrangeiras – AOK, Alemanha e
para obtenção de password de acesso. CNESSS, França -, já haviam referido a
A frequência dos cursos PROFISSS pode propósito do PROFISSS, do seu sub-
decorrer de um diagnóstico de sistema e-Learning e da concepção do
necessidades de formação realizado em Sistema de Gestão de Conhecimento.
determinada organização da Segurança O PROFISSS, insere-se nas políticas de
Social ou em resultado da vontade disseminação de conhecimento para a
individual de cada utilizador se inscrever Solidariedade e Segurança Social,
em regime de autoformação. Quando a utilizando como recurso as novas
frequência acontece em resultado do tecnologias de informação, numa lógica
diagnóstico, há lugar a uma formação de valores e práticas indispensáveis ao
organizada em turma virtual. Nesta, os processo de desenvolvimento de uma
formandos recebem de forma sociedade detentora de níveis de
individualizada formação com tutoria, qualificação profissionais e de cidadania,
centrada no esforço individual de mais elevados, conducentes a uma
aprendizagem, recorrendo o tutor à sociedade justa e solidária, assente nos
promoção de actividades colaborativas. primados da “liberdade para aprender”. ▲
www.e-cursos.com
O PROJECTO procura dentro da oferta de formação No segundo semestre do ano 2000 foi
O processo teve início no ano 1997 e, na presencial da AEP. efectuado um novo trabalho de fundo,
óptica da Associação, visava sobretudo a Optou-se por construir um modelo com a reformulação global da
experimentação de um novo tipo de semelhante para cada um dos cursos. plataforma de suporte e adaptação/
formação capaz de sustentar os processos Foi editado um Kit para cada curso, /reconstrução dos conteúdos para a sua
de qualificação e modernização das PME. composto por um CD-ROM, um manual reconversão segundo uma estrutura
A iniciativa surgiu inicialmente como em papel e um vídeo. Numa segunda fase, modular. Esta remodelação deu também
parte integrante do “Programa de estes cursos passaram a ser oferecidos via origem à redenominação do projecto, que
Formação PME”, um vasto programa de Internet, através de uma plataforma passou então a “Centro de Formação a
consultoria formativa a PME. própria, desenvolvida de raiz pela AEP. Distância AEP” e a sua oferta a “e-cursos
No entanto, esta Escola Virtual só surgiu No final do ano de 1998, foi realizada AEP”.
“publicamente” após um ano de árdua e uma edição experimental dos 11 cursos, Em Janeiro de 2001 realizou-se um
lenta construção de conteúdos. Nesta tendo como participantes quadros de seminário internacional "As PME e o
fase, constituíram-se equipas empresas, então envolvidas no Programa e-Learning, nos países de Língua
multidisciplinares para a estruturação de Formação PME. Portuguesa”, em que foi apresentada
cada novo curso de formação a distância, Em Setembro de 1999, a Escola Virtual publicamente esta nova aposta,
cuja selecção se baseou sobretudo na PME iniciou a divulgação massiva das nomeadamente a nova plataforma
escolha daqueles que já tinham uma boa suas actividades. tecnológica. Este evento constituiu um
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|BOAS PRÁTICAS|
marco importante na visibilidade pública que a sua eficiência, no contexto preciso Assim, o modelo pedagógico seguido é um
do Centro de Formação a Distância AEP. das PME e tendo como público-alvo os modelo misto, tutorial, baseado na Web, e
empresários e trabalhadores das PME, que comporta sessões presenciais (no inicio
O MODELO PEDAGÓGICO poderia ser bem maior do que no caso da e no final), conferências on-line e apoio
aplicação de um modelo “puro” de tutorial (através de instrumentos de
■ UM MODELO MISTO formação a distância (situação em que o comunicação assíncrona) e avaliação da
Desde o início que a AEP, consciente das formando ficaria exclusivamente entregue a aprendizagem.
limitações que a adopção de um modelo si próprio e à sua iniciativa).
“puro” de formação (exclusivamente) a O processo de aprendizagem, sendo um ■ A MODULARIDADE
distância poderia originar, fez a opção por processo individual é, simultaneamente, Respeitando um princípio de autonomia e
um modelo misto de formação a distância, uma dinâmica envolvente que deve flexibilidade na gestão dos percursos de
ou seja, um modelo capaz de combinar, por estimular os aprendentes. Os momentos e formação individual, os cursos são
um lado, momentos rigidamente pré- espaços de partilha são, por isso, estruturados em unidades de curta
estabelecidos (presencial e on-line) e, por importantes. O formando não é duração, módulos de 15 horas.
outro, a auto-formação, de organização abandonado no seu processo de A modularidade pretende facilitar e
completamente livre e dependente da aprendizagem, pois existe um promover o delineamento de percursos
iniciativa de cada um. O carácter acompanhamento permanente, cerne do personalizados de formação e responder à
ambivalente do modelo deve-se à crença de modelo misto adoptado. diversidade de necessidades de
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|BOAS PRÁTICAS|
aprendizagem, do mais simples ao mais A infra-estrutura e-Cursos AEP utiliza “e-Learning” atraiu os mais jovens
complexo. Cada módulo está inserido software baseado em plataforma (a média de idades ronda os 30 anos). Por
num sistema de avaliação e de créditos, Microsoft (IIS, Windows NT/2000, outro lado, a maioria dos formandos são
por forma a que possa ser realizado tecnologias activas server-side incluindo homens (70%), o que não corresponde à
individualmente ou integrado num ASP, PERL, CGI's e ACTIVEX) e resulta de incidência do sexo masculino no mercado
percurso formativo mais complexo. um projecto autónomo construído pelo de trabalho em Portugal (58%), e habitam
São disponibilizados ainda módulos de CESAE – Centro de Serviços e Apoio às na faixa litoral. A procura foi originária
auto-formação, para utilização livre, Empresas (do Universo AEP). Para a sua sobretudo da Região do Norte (cerca de
sem qualquer acompanhamento utilização basta dispor de um computador 75%).
pedagógico. Estes módulos, em auto- pessoal com acesso a Internet e um Quanto aos motivos que levaram a optar
formação, são entendidos como material browser. por este tipo de formação a distância
de suporte adicional, cuja utilização fica Podendo ser operada completamente de foram indicados sobretudo o interesse
entregue ao cuidado exclusivo do aluno. forma remota, a plataforma está e a curiosidade pela própria formação
especialmente adaptada a ser utilizada em a distância (47%), pouco divulgada entre
■ AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM regime de hosting em provedor de nós, e a indisponibilidade para a
Foi definido um modelo geral de avaliação serviços de Internet que disponha de uma realização de deslocações (37,5%). Este
pedagógica que assenta em modalidades infra-estrutura compatível Microsoft (IIS, dado evidencia que apenas um em cada
de auto e de hetero-avaliação. Este ASP e SQL server 2000) e serviços de e- três formandos (que terminaram a sua
modelo comporta duas dimensões, uma mail do tipo Slmail. formação) invoca a distância como
mais qualitativa e outra mais quantitativa, elemento primordial de escolha desta
e percorre três campos de incidência: A PROCURA EFECTIVA modalidade de formação.
avaliação dos conhecimentos e das
competências adquiridos, avaliação do Como já vários estudos sobre acesso à
progresso global do formando no decurso formação ao longo da vida têm A formação a distância dos trabalhadores
da acção e a taxa de frequência, nas evidenciado, quem efectivamente e dos empresários, via Internet, num
sessões presenciais e nas sessões “on-line”. procurou a formação foram os regime misto, constitui, com base na
A avaliação é efectuada por módulo e trabalhadores à partida mais nossa experiência, uma oportunidade
confere certificado de aproveitamento. qualificados do ponto de vista escolar única para Portugal debelar o atraso
(60% dos formandos são licenciados e estrutural que pesa sobre o seu presente
INFRAESTRUTURA DE SUPORTE 92% têm o 12º ano completo ou mais) . e alavancar um futuro com maior
Além de cativar os trabalhadores qualificação das pessoas e melhor
A AEP utiliza uma plataforma tecnológica escolarmente mais qualificados, o qualidade de vida. ▲
própria, desenvolvida de raiz em Portugal
e por portugueses.
A e-cursosAEP é uma plataforma
completa de e-Learning, dispondo de
todas as componentes de front-office,
sala de aula virtual e backoffice. A
formação pode ser disponibilizada em
regimes mistos de estudo de conteúdos
on-line, sessões com tutoria e
acompanhamento on-line, em regime 1 Resultado de um inquérito aos ex-formandos. Cfr. “Centro de Formação a Distância AEP – Balanço e
assíncrono e síncrono. Problematização de uma Experiência”, AEP-Cadernos e Reflexões Práticas, Porto, Junho de 2001.
39 | nov@FORMAÇÃO
|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
INFORMAÇÕES ÚTEIS
| INICIATIVAS COMUNITÁRIAS | 42
| EVENTOS | 44
| PRÉMIOS | 46
| ESTUDOS | 47
| DESTAQUES EDITORIAIS | 48
| SITES | 50
41 | nov@FORMAÇÃO
|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
INICIATIVAS COMUNITÁRIAS
A rubrica “Iniciativas Comunitárias” pretende-se facultar ao leitor informação sobre as oportunidades
que se oferecem, a organizações estabelecidas em Portugal, para participar em projectos de colaboração
conjuntamente com as suas congéneres noutros Estados membros ou em países com os quais a União
Europeia mantém relações de cooperação.
Para além do apoio indirecto às políticas acções promovidas pela Comissão PROGRAMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRA
nacionais nos domínios da educação e Europeia neste domínio.
formação, através dos fundos estruturais Os desafios da sociedade do conhecimento
postos à disposição dos Estados membros, AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO não se colocam apenas à escala nacional,
a Comissão Europeia tem vindo a lançar, E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO nem se restringem à União Europeia. A
desde há vários anos, iniciativas com o E COMUNICAÇÃO percepção da dimensão global destas
objectivo de promover uma maior Segundo um inquérito realizado transformações, está na origem de uma
colaboração no seio da União Europeia, recentemente a nível Europeu a iniciativa recentemente lançada pela
nos domínios da educação e da formação. percentagem de trabalhadores que recorre Comissão Europeia sob a designação “ALIS
Na verdade, estes projectos constituem uma quotidianamente ao uso dum computador - Aliança para a Sociedade de Informação”.
excelente ocasião para promover uma mais no âmbito da sua actividade profissional Este programa, além de prosseguir
plena integração das organizações no excede já 45%. Todavia não basta saber objectivos gerais de colaboração
contexto europeu, lançando as bases para manipular um computador pessoal ou um transatlântica entre a Europa e a América
uma presença mais activa, não só como telefone portátil. A sociedade do Latina e Caraíbas, em vários domínios da
prestadores de serviços mas também conhecimento exige um grau de fluência na sociedade de informação, tais como os
participando na discussão das políticas utilização dos novos instrumentos de aspectos normativos e a cooperação a
Europeias, nestas matérias. A estes comunicação, que permita a cada cidadão nível regional, coloca um ênfase especial,
contributos há ainda a acrescentar o compreender, correlacionar e assimilar os na realização de projectos de
enriquecimento profissional, cultural e factos e testemunhos que quotidianamente demonstração da utilização das
humano proporcionado pela troca de lhe são facultados através dos media, tecnologias de informação e comunicação
experiências com pessoas oriundas de utilizando a sua criatividade e capacidade nas áreas da saúde, administração pública,
outros países, reflectindo ambientes de raciocínio para adquirir um inclusão social e educação. É ainda dada
organizacionais distintos e diferentes conhecimento mais completo da realidade uma atenção especial ao reforço da
padrões de exigência. que o rodeia. A utilização plena do capacidade de interligação entre as redes
Entre as críticas endereçadas à Comissão potencial das tecnologias de informação e de investigação que unem a maior parte
é frequentemente mencionada a comunicação na educação e formação é por das universidades e centros de
dificuldade em estabelecer um nexo entre isso indissociável duma redefinição dos investigação europeus (em particular a
as várias iniciativas e identificar, em processos pedagógicos, tendo um papel rede GEANT) e as infra-estruturas análogas
tempo útil, os contactos indispensáveis a fundamental no desenvolvimento das existentes na América Latina e Caraíbas.
uma participação, com uma razoável capacidades de aprendizagem e de Se bem que o programa @LIS tenha na
probabilidade de sucesso. Na medida do adaptação. Estes são ingredientes essenciais sua origem o desejo, por parte da União
possível, procuraremos dar o nosso para assegurar a “empregabilidade” num Europeia, em contribuir para o
contributo para uma melhor percepção da mercado de trabalho em permanente desenvolvimento económico e social dos
complexa realidade comunitária. Com este mutação, tanto para a actual geração de países da América Latina e Caraíbas,
objectivo, cada iniciativa concreta, será activos como para as futuras gerações, que optou-se por uma abordagem diferente
acompanhada duma breve descrição do agora começam o seu percurso educativo daquela que prevalece na maior parte dos
seu papel no contexto mais geral das nas escolas primárias. programas de ajuda ao desenvolvimento.
42 | nov@FORMAÇÃO
|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
AMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRAMA @LIS PROGRA
Com o programa @LIS privilegia-se uma As propostas devem ser apresentadas por condições mais favoráveis ao
estratégia de desenvolvimento da Consórcios compostos por um mínimo de estabelecimento de Consórcios, com um
sociedade da informação alicerçada numa 8 participantes envolvendo organizações grau de diversidade geográfica adequado,
parceria entre iguais, procurando tirar de pelo menos 3 países da União Europeia está em curso um programa de reuniões,
partido das competências existentes dos e 1 país da América Latina e Caraíbas. O em vários países da América Latina e
dois lados do Atlântico e do vasto “stock” nível de financiamento comunitário pode Caraíbas. Este programa é coordenado
de experiência acumulado pela União atingir 80% dos custos totais elegíveis pela APISEL – Associação para a
Europeia, nomeadamente através dos com um limite mínimo de 1.5 M€ e um Promoção da Sociedade de Informação
programas de investigação (e.g. limite máximo de 3 M€. Entre os custos entre Europa e América Latina
Tecnologias para a Sociedade de elegíveis incluem-se nomeadamente os (www.apisel.org/actividades).
Informação) e, pelos países da América custos directos com o pessoal envolvido
Latina e Caraíbas. no projecto, equipamentos, viagens e O período de apresentação de
Com os projectos na área da educação, actividades subcontratadas. A duração candidaturas decorre até ao dia
procura-se estimular o desenvolvimento de máxima dos projectos é de 3 anos. O 31/10/2002. ▲
recursos educativos capazes de contribuir orçamento global disponível para os
para a preservação da diversidade cultural projectos de demonstração nas áreas Por: Carlos Oliveira
que caracteriza tanto a Europa como a acima indicadas cifra-se em 40 M€. Administrador Principal na Comissão Europeia
América Latina, facultando Com o objectivo de proporcionar (Aplicações Multimédia para a Educação e Formação)
simultaneamente um mais amplo acesso
aos vários níveis do sistema educativo
(escolas primárias e secundárias,
universidades) e uma melhoria da Designação @LIS – Aliança para a Sociedade da Informação
qualidade de ensino na perspectiva das Objectivos Aplicações das tecnologias de informação na área da educação e formação:
competências exigidas pela sociedade do escolas e universidades, “aprendizagem ao longo da vida”, formação em PMEs
conhecimento. Uma outra vertente destes Duração 3 anos (máximo)
projectos de demonstração é a utilização Destinatários Entidades públicas ou privadas nos Estados membros da União Europeia e países
da América Latina e Caraíbas
das tecnologias de informação na
Requisitos Pelo menos 8 participantes dos quais 3 da União Europeia e pelo menos 1 da América
promoção do conceito de “aprendizagem
Latina e Caraíbas
ao longo da vida” para pessoas fora dos
Financiamento Até 80% do montante total dos custos elegíveis com um limite mínimo de 1.5 M€
sistemas de educação formal, e um limite máximo de 3 M€
nomeadamente aqueles grupos em risco de Contactos http://europa.eu.int/comm/europeaid/projects/alis/index_en.htm
exclusão social. Esta orientação pode ser www.apisel.org/actividades
ainda articulada com o desenvolvimento DATA LIMITE PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATURAS 31/10/2001
de serviços de formação profissional
Para obter informação detalhada sobre as condições de candidatura bem como toda a documentação necessária à preparação da
vocacionados para o apoio às PMEs. proposta recomenda-se uma visita ao site da Comissão Europeia (http://europa.eu.int/comm/europeaid/projects/alis/index_en.htm).
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
EVENTOS
Ao mesmo tempo que o mercado da Formação a Distância se desenvolve também a oferta de espaços de
discussão e reflexão sobre a temática prolifera.
Apresentamos, assim, uma selecção de eventos, nacionais e estrangeiros, na área da Formação a Distância
e e-Learning, que reúnem um vasto conjunto de especialistas, os quais irão aprofundar e reflectir sobre os
mais diversos assuntos.
EVENTO 1
Designação: E-Technlogies in Enginneering Education: Learning Outcomes Providing Futures Possibilities
Temática: A influência das e-tecnologias na melhoria das condições de ensino e de desempenho dos estudantes de engenharia.
Promotores: Jack R. Lohmann, Georgia Institute of Technology, USA
Michael L. Corradini, University os Wisconsin-Madison, USA
Local: Davos, Suiça
Data: 11- 16 Agosto
Contactos: Engineering Foundation Conferences • 3 Park Avenue, 27th floor • New York, NY 10016, USA • engfnd@aol.com
URL: www.engfnd.org/2bbbody.html
Resumo: O desenvolvimento destas conferências iniciou-se em 1962 através da United Engineering Foundation tendo como fim máximo a exploração das questões e problemas dos engenheiros de diferentes áreas.
Para esta conferência os principiais objectivos são: (a) Promover a troca de perspectivas e boas práticas, a nível internacional, que envolvam o desenvolvimento e implementação das e-tecnologias; (b)
Expor e divulgar práticas inovadoras de e-tecnologias no campo da engenharia da educação; (c) Desenvolver uma visão de futuro e promoção da melhoria dos processos de aprendizagem, através da
implementação de uma taxonomia de objectivos de desempenho.
Como destinatários deste evento temos, por um lado, os elementos de instituições de ensino superior que desenvolvam actividades de pesquisa e investigação na área das e-tecnologias aplicadas à
engenharia da educação, e por outro, os peritos e líderes de opinião da área da Formação a Distância e educação ao longo da vida e membros de instituições governamentais ligados à área.
EVENTO 2
Designação: Kansai 2002 – 6th Conference on Technology Policy and Innovation
Temática: Tecnologias e Políticas de Inovação - Integração das Iniciativas Regionais e Globais da Sociedade de Aprendizagem
Promotor:
Local: Kansai Science City, Kyoto Prefecture, Japan
Data: 12-15 Agosto
Contactos: Center for Innovation, Technology and Policy Research, IN+, http://in3.dem.ist.utl.pt
Instituto Superior Técnico; Av. Rovisco Pais, 1049-001 Lisboa; PORTUGAL
Phone: +351-21-8417379 • Fax: +351-21-8496156 • E-Mail: kansai2002@dem.ist.utl.pt
URL: Http://www.keihanna-plaza.co.ip
Resumo: A Conferência KANSAI´2002 – Integrating Regional and Global Initiatives in the Learning Society - focaliza-se na análise e discussão das mudanças económicas, políticas, tecnológicas, étnicas, e sociais
associadas à emergência e desenvolvimento do conhecimento tecnológico. Os participantes são encorajados a apresentar pesquisas originais e a partilhar boas práticas.
O objectivo principal dos seminários internacionais de Políticas de Tecnologia e Inovação consiste no envolvimento dos actores dos sectores académico, empresarial e governamental a nível mundial. Por
outro lado, pretende ainda discutir os factores de importância crítica para a promoção do desenvolvimento económico e implementação de boas práticas da área da ciência e tecnologia.
No desenvolvimento dos trabalhos da conferência, os tópicos nos quais incidirá a discussão e reflexão serão aqueles relacionados com: 1. Políticas; 2. Desenvolvimento; 3. Gestão Tecnológica das
Empresas; 4. Sociedade da Aprendizagem; 5. Estabelecimento de Parcerias e de Redes de Desenvolvimento e Manutenção do Conhecimento.
EVENTO 3
Designação: Distance Learning 2002
Temática: Formação a Distância e e-Learning
Promotor: The Graduate Program in Continuing and Vocational Education
Local: Wisconsin, EUA
Data: 14 – 16 Agosto
Contactos: Kimary Peterson • Tel: 608 265 4159 • Fax: 608 265 7848 • Distel@education.wisc.ed
URL: http:www.uwex.edu/disted/conference/
Resumo: A celebrar a sua décima oitava edição, a Conferência Anual de Ensino e Formação a Distância é internacionalmente reconhecida como uma das principais no âmbito da educação e formação a distância.
Pretende-se com este evento proporcionar aos seus participantes a discussão crítica de factores de sucesso e de práticas inovadoras ao nível da área em questão. Também os assuntos relacionados com a
promoção do saber face às novas sociedades aprendentes, desde os métodos de avaliação ao design tecnológico e à produção de conteúdos serão abordados.
Prevista a participação de cerca de 1000 pessoas, esta conferência, a decorrer na Universidade de Wisconsin – Madison, contará com a presença de educadores e formadores com práticas de formação a
distância e empresas, representando profissionais ligados ao ensino superior, à gestão, ao governo, entre outros.
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EVENTO 4
Designação: IEEE International Conference on Advanced Learning Technologies
Temática: Tecnologias Educativas: media e cultura da aprendizagem
Promotor: Learning Technology Task Force
Local: Kazan, Rússia
Data: 9-12 Setembro
Contactos: Department of Information Technologies and Technical Aids of Learning
Kazan State Technological University • 420015, 68, K. Marx str., • Kazan, Tatarstan, Russia • Tel:+7 8432 36-20-35 • Fax:+7 8432 36-57-68 • e-mail: icalt2002@kstu.ru
URL: http://lttf.ieee.org/icalt2002/eng/contact.html
Resumo: O IEEE conta, no ano de 2002, com a sua segunda edição, sendo um evento dedicado ao desenho e desenvolvimento de novas formas de ensino recorrendo às tecnologias educativas.
Como principais objectivos o evento apresenta um claro desafio na compreensão das ferramentas tecnológicas, no apoio ao processo de ensino aprendizagem e no desenvolvimento de recursos
pedagógicos com suporte tecnológico, e ainda a promoção do espírito científico.
Os organizadores contam com a presença de um número de participantes superior a 300, de 31 países diferentes, e pretendem utilizar uma metodologia durante o evento baseada em conferências,
painéis, tutorias online e workshops.
EVENTO 5
Designação: Online learning: conference & expo
Temática: Educação e Formação
Promotor: VNU business media and expositions
Local: Anaheim, Califórnia
Data: 23 - 25 Setembro
Contactos: Online Learning 2002 • P.O. Box 3867 • Frederick • MD 21705 • Tel.: 866 693 1007 ou 301 694 5243 • Fax: 888 811 7391 ou 301 694 5124 • onlinelearning@vnuexpo.com
URL: www.onlinelearningconference.com
Resumo: De grande dimensão e impacto mundial, a Online Learning 2002, já na sua quinta edição, é um espaço onde pode encontrar um conjunto de instrumentos e técnicas de desenvolvimento de competências
e de apoio à formação e educação. O Evento está organizado em torno de quatro eixos, que definem o seu âmbito e pertinência: Online Instruction, Online Reference, Online Colaboration e Electronic
Performance.
A reflexão sobre as tecnologias da aprendizagem online e os seus diferentes campos de aplicação vão ser centrais em todo o processo. A máxima será “pensar sobre” e conhecer novas maneiras de formar
inovando. Relativamente aos assuntos que serão abordados, salientam-se: o e-learning, sistemas de apoio à performance, gestão do conhecimento, apresentações de experiências online, sistemas
colaborativos, simulações, entre outros.
Neste encontro, para além de beneficiar de uma metodologia diversificada e inovadora, desde as comuns apresentações até às simulações e streaming media, tem também acesso a três grandes grupos de
formação com atribuição de certificação: Online Learning Designer Certificate, Online Learning Fundamentals Certificate e Online Learning Manager Certificate.
EVENTO 6
Designação: eLearning Supplier Summit 2002
Temática: A economia, a indústria e o e-Learning
Promotor: VNU business media and expositions
Local: Anaheim, Califórnia
Data: 21 - 23 Setembro
Contactos: eLearning Supplier Summit 2002 • 50 South Ninth Street • Mpls MN 55402 • Gail Hart • 800 328 4329 ou 612 340 4805 • ghart@vnulearning.com
URL: http://www.onlinelearningconference.com/summit/
Resumo: Destinado essencialmente a decisores, organizações de formação assentes em e-Learning, fornecedores de plataformas tecnológicas e observadores da indústria, este evento, co-alojado na Online
Learning 2002 e apoiado pela revista digital “Industry Watch”, pretende explorar oportunidades de negócio fundamentadas.
Com uma forte componente de pesquisa e de reflexão, este ambiente de formação e decisão terá um carácter intensivo, incluindo a admissão na listagem de endereços da Online Learning 2002, a
entrada na exposição desse mesmo evento e relatórios de investigação na área do e-Learning aplicado à indústria.
De entre as personalidades presentes pode-se enumerar os dois seguintes: Bryan Chapman, Analista de e-Learning da Brandon-hall.com e Jennifer Hoffman, autora do livro “ The Synchronous Trainer’s
Survival Guide”.
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
PRÉMIOS
O reconhecimento dos trabalhos produzidos na área é fundamental para que se continuem a desenvolver
bons produtos e estudos, motivando cada vez mais os indivíduos e organizações. Apresentamos, de seguida,
dois prémios para os quais ainda pode participar com estudos, produtos ou aplicações que tenham sido
produzidas pelo menos até ao final de 2001.
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ESTUDOS
Conhecer os estudos levados a cabo na área da Formação a Distância em
Portugal, recorrendo às Novas Tecnologias da Informação e Comunicação,
é fundamental para um progressivo aprofundamento das questões
anteriormente levantadas e para a inovação e mudança desejada.
O estudo que apresentamos nesta edição vantagens, pareceu ao autor da dissertação Como prospecções de futuro, é de
reflecte uma primeira abordagem um assunto a explorar, decorrente de uma salientar a relevância que o ensino a
necessária ao conhecimento do que é a vaga onde a Formação a Distância, o distância tende a assumir numa formação
Formação a Distância (e-Learning) e o seu ensino a distância e o e-Learning se ao longo da vida, com uma aprendizagem
estado em Portugal. anteviam como a formação do futuro. mais autónoma, dando corpo às “Learning
Estudar e Aprender à Distância, de Organisations”.
DESIGNAÇÃO DO ESTUDO:
Arnaldo Santos, teve como missão
Estudar e Aprender à Distância – Um Estudo de Caso
em Contexto de Formação Profissional de Adultos
“compreender, testar e avaliar a A ESTRUTURAÇÃO DO ESTUDO
ÁREA TEMÁTICA: viabilidade da utilização das TIC para – O DOCUMENTO
O Ensino a Distância: presente e futuro estudar e aprender a distância”. Para a sua Capítulo 1 – Introdução
AUTOR: concretização utilizou uma metodologia Capítulo 2 – Definição, Caracterização, Modelos,
Arnaldo Santos de carácter qualitativo e quantitativo, Tecnologias e Instituições de Ensino
INSTITUIÇÃO PROMOTORA:
através da comparação, recorrendo ao a Distância (EAD)
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade
de Coimbra – Departamento de Engenharia conhecido método de “estudo de caso”. Capítulo 3 – Instituições e Casos de EAD
Informática O trabalho de investigação teve a duração em Portugal
TIPO DE ESTUDO: de 21 meses, de Maio de 1998 a Fevereiro Capítulo 4 – Estudo de um Caso:
Dissertação para a obtenção do grau de Mestre de 2000, estruturado em cinco etapas,
LOCAL DE ACESSO:
EAD para 282 candidatos
essenciais no seu conjunto para o bom
Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade a Electrotécnico de
desenvolvimento do processo, que foram:
de Coimbra – Departamento de Engenharia Telecomunicações Principal (ETP)
Informática (1) Definição da ideia e preparação do
Capítulo 5 – Análise de Dados do EAD para
projecto embrião; (2) Concepção,
os Candidatos a ETP
A década de noventa ficou marcada pelas desenvolvimento e adaptação de cursos
Capítulo 6 – Conclusões sobre o Trabalho
constantes inovações tecnológicas e pela para um sistema de ensino a distância;
Capítulo 7 – Bibliografia
assunção geral de que uma formação ao (3) Realização das acções de formação a
longo da vida era indispensável para um distância; (4) Recolha e análise dos dados; Capítulo 8 - Anexos
desenvolvimento sustentado da sociedade. (5) Concretização do relatório final –
Um livre e democrático acesso à dissertação. FACTORES DE QUALIDADE
informação e, de certa forma à formação, Constatou-se que, de facto, o ensino a DO ENSINO A DISTÂNCIA:
levou a que a Sociedade da Informação distância apresenta inegáveis 1. Organização e Gestão Pedagógica
fosse uma realidade de todos, na qual as potencialidades no relacionamento inter e 2. Conteúdos e materiais do curso
novas Tecnologias da Informação e intra pessoal, como promotor de igualdades 3. Motivação dos intervenientes
Comunicação (TIC) eram indispensáveis. e de um ensino democrático, com uma 4. Acompanhamento técnico e pedagógico
relação custo – benefício que tende para permanente
«As pessoas são a chave do progresso uma rentabilização dos recursos através de 5. Avaliação e Certificação
e sucesso» uma facilitação da aprendizagem.
Por: Filomena Marques
O estudo de novas modalidades de «O formador, no futuro, deve ser Formada em Ciências da Educação – estagiária no
formação, as suas potencialidades e organizador, orientador, facilitador» INOFOR
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
DESTAQUES EDITORIAIS
Uma análise crítica de quem conhece as obras publicadas nesta área e tem acompanhado o trabalho desenvolvido
pelos respectivos autores, através da qual se chamará a atenção para os aspectos principais e pontos – chave das
edições. Pretende-se, na verdade, destacar de cada obra, de uma forma clara e sintética, o âmbito, os destinatários
e a pertinência para o leitor bem como facultar uma descrição da própria estrutura dos livros.
Como fim último, pretende-se que o leitor não só estabeleça contacto com obras de interesse na área, mas também
se familiarize com os conceitos e ideias que rodeiam o e-Learning e a Formação a Distância, no sentido de melhor
usufruir dos títulos que a nov@FORMAÇÃO lhe sugere.
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
SITES
A Formação a Distância já deu largas provas das suas potencialidades, estando o mercado mundial
da formação a viver um período de grande exaltação. Portugal não constitui excepção.
Na verdade, estamos a assistir a uma verdadeira revolução formativa fortemente disseminada pela
World Wide Web (WWW) a qual tem assumido um protagonismo deveras relevante no desenvolvimento
de acções de formação virtuais mas também como veículo de excelência na disseminação de informação.
Apresentamos-lhe, assim, uma selecção criteriosa de sites relacionados com esta temática, procurando
dar ao leitor algumas pistas de pesquisa e fontes de referência úteis.
SITE 1
Designação: INOFOR – Instituto para a Inovação na Formação
URL: www.inofor.pt
Temática: Emprego/Formação/Ensino
Autores: INOFOR
Data de Actualização: 2002
Data da Pesquisa: 26-06-02
Resumo: O INOFOR é um instituto público, tutelado pelo Ministério da Segurança Social e do Trabalho, criado em 1997 tendo por missão a inovação na formação. No site é possível conhecer os seus objectivos,
aceder aos produtos desenvolvidos, às actividades em curso e previstas, no âmbito das diferentes unidades de projecto.
A salientar a possibilidade do utilizador poder pesquisar, neste site, as Entidades Formadoras Acreditadas pelo INOFOR, aceder a várias bases de dados no âmbito do emprego/formação/ensino, bem como
a um Centro de Recursos em Conhecimento Virtual. O mesmo é um espaço de partilha de informação e apoio aos profissionais de formação e entidades formadoras no desenvolvimento de competências
necessárias ao reforço da competitividade das pessoas e das organizações, fortemente dinamizado por 31 Centros de Recursos em Conhecimento de várias regiões do país.
SITE 2
Designação: FORMARE
URL: www.formare.pt
Temática: Dispositivos de e-Learning e informações úteis
Autores: PT Inovação, SA ©
Data de Actualização: 2002
Data da Pesquisa: 26-06-02
Resumo: O site da FORMARE, soluções globais de e-Learning, apresenta um conjunto de rubricas que permitem não só o acesso a determinadas informações como também uma participação activa em questões
relacionadas com o e-Learning (fórum de discussão, sondagem).
A navegação no site é clara e organizada, facto que se verifica pela apresentação da sua estrutura, e principais pontos, na home page, destacando-se: a apresentação da FORMARE, breve tutorial da
plataforma, destaque de cursos; um directório de e-Learning, com dados sobre conferências, programas e projectos nacionais e internacionais, instituições e livros de referência na área; espaços dedicados
a fóruns de discussão, a sondagens e a pesquisas; e, também a possibilidade de sugerir ligações na área do e-Learning, bem como aceder a um top de ligações.
SITE 3
Designação: Brandon-Hall.com
URL: www.brandon-hall.com
Temática: Consultadoria e Recursos
Autores: Brandon-Hall.com
Data de Actualização: 2002
Data da Pesquisa: 26-06-02
Resumo: A funcionar desde 1995, o Brandon-Hall.com oferece um conjunto de informações sobre tendências, boas práticas, ferramentas e ofertas de mercado relativas à utilização da tecnologia na aprendizagem.
Alguns dos recursos oferecidos no site são: um glossário, 3 grupos de discussão (Avaliação do e-Learning; Ferramentas de Autor para o e-Learning e Online LMS), um directório do mercado de e-Learning,
entre outros. Existe ainda um espaço onde o navegador pode colocar questões a um especialista e aceder a anteriores respostas.
Com uma estrutura simples, privilegiando-se a informação e os serviços disponíveis, o cibernauta pode aceder e comprar as publicações produzidas, aceder a consultadoria online e a informações sobre os
prémios promovidos pelo Brandon-Hall.
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
SITE 4
Designação: THINQ Learning Solutions Inc.
URL: www.thinq.com
Temática: Consultadoria e Implementação de Sistemas de E-Learning
Autores: THINQ Learning Solutions Inc.
Data de Actualização: 2002
Data da Pesquisa: 26-06-02
Resumo: A THINQ Learning Solutions Inc. tem como missão a definição de soluções empresariais de aprendizagem e formação, desenhadas e implementadas com o intuito de promover o desenvolvimento do
Capital Humano da organização e dos seus membros.
Apresenta na sua estrutura sete grandes grupos: produtos e serviços, apresentação da organização, notícias e eventos, parcerias, um espaço para o login dos associados e utilizadores registados, e um
local designado de “White Papers” onde é possível ter acesso a documentos produzidos na área do e-Learning.
Com informações diversas sobre a organização, e um conjunto de recursos disponíveis ao navegador, o site da THINQ apresenta uma estrutura clara com uma explicitação de cada tópico/ligação,
permitindo uma navegação sem problemas
SITE 5
Designação: SmartForce
URL: www.smartforce.com
Temática: Soluções de aprendizagem e formação para as organizações
Autores: SmartForce
Data de Actualização: 2002
Data da Pesquisa: 26-06-02
Resumo: A SmartForce é uma empresa com larga experiência na área do e-Learning, que apresenta um site com diferentes serviços e recursos. O utilizador tem acesso às soluções de aprendizagem, via e-Learning,
oferecidas pela empresa, assim como uma apresentação da sua infra-estrutura, experiência e resultados obtidos.
Com vários prémios já ganhos, entre os quais os do Brandon-Hall, do Institute of IT Training, da Telecom, da Macromedia, da Federal Computer Week, da PC Computing Magazine, a SmartForce oferece
um catálogo de cursos sobre diferentes tópicos: Competências Interpessoais, Competências Tecnológicas, e-Bussiness.
O navegador tem, ainda, a possibilidade de experimentar um curso por 24 horas, através de um registo do perfil do aprendente tendo imediatamente a seguir total acesso à tutoria disponibilizada bem
como aos recursos correntes de aprendizagem.
SITE 6
Designação: SmartPlanet
URL: www.zdnet.com/smartplanet/
Temática: Cursos Online
Autores: CNET Networks, Inc
Data de Actualização: 2002
Data da Pesquisa: 26-06-02
Resumo: A SmartPlanet pertence à conhecida empresa CNET Networks e oferece, entre outros cursos, uma preparação para as certificações da Microsoft, Cisco, Java, e outros exames de certificação.
O site é inteiramente dedicado à oferta de cursos via e-Learning, com mais de 600 cursos, com a utilização de dois estilos de aprendizagem. O utilizador/formador tem acesso a dois tipos, um curso
centrado num estudo individualizado (self-study) e outro orientado por um instrutor (instructor-led), podendo ainda optar por uma solução mista.
Para que antes de adquirir um curso possa experimentar as duas modalidades e os tipos de cursos oferecidos, a SmartPlanet disponibiliza acesso gratuito a alguns módulos.
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
DIRECTÓRIO DE CURSOS
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
DIRECTÓRIO DE CURSOS
A emergência de uma nova modalidade formativa, a formação a distância, implica necessariamente a adaptação de metodologias,
modelos, técnicas para uma efectiva aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências pelos formandos. A existência de
entidades acreditadas no âmbito da formação a distância é essencial para uma maior credibilidade e validade da formação ministrada.
Assim, apresentamos as 15 entidades acreditadas pelo INOFOR que em 2001 obtiveram uma validação específica nas suas práticas de
formação a distância, e, no caso das entidades que ministram formação, a indicação de um curso representativo da sua actividade e
que actualmente disponibilizam ao mercado. Estas informações são da total responsabilidade das entidades.
I IV Tipo de
Instituição: Associação Empresarial de Portugal Instituição: IFEA - Instituto de Formação Empresarial Certificação Emitida: Certificado de Aproveitamento
Designação do Curso: Formação de e-Formadores Avançada URL: www.ibjc.pt
Área Temática: Formação de Formadores Designação do Curso: Projecto EMPREENDER - Formação para Contactos: IBJC – Instituto Bento Jesus Caraça
Destinatários: Formadores certificados Empreendedores R. Vítor Cordon, 1 – 2º
Duração: 30 horas (12 presenciais, 12 on-line e 6 Área Temática: Gestão e Administração de Empresas 1294 – 102 Lisboa
auto-estudo) Destinatários: Activos, com características pessoais tel: 21 3225508
Objectivos Gerais: - Caracterizar a actuação do e-formador em favoráveis a empreendedorismo, sejam eles E-mail: ibjc.sede@mail.telepac.pt
sistemas de formação a distância: papel e empresários, quadros de empresas,
perfil, factores que influenciam a desempregados ou jovens recém licenciados VI
aprendizagem On-Line e via Web, com ideia/projecto de negócio/investimento. Instituição: Ideia Prima
estratégias e práticas de motivação de Duração: Percurso completo: 209 horas distruibuídas Designação do Curso: Formação de Formadores para a Era Digital
formandos em turmas virtuais; por 12 áreas de competência (cada uma Área Temática: e-Learning
- Conhecer e experimentar ferramentas com duração entre 8 e 24 horas) a Destinatários: Tecido Associativo da Rede UERN (1ª fase)
informáticas de suporte à comunicação e à desenvolver num período máximo de 8 Duração: Total: 242 horas
concepção de conteúdos. meses. 60 horas – presencial
Tipo de Objectivos Gerais: O projecto «Empreender - Formação para 50 horas – a distância (síncrona)
Certificação Emitida: Certificado de Aproveitamento Empreendedores» tem como objectivo o 132 horas – a distância (assíncrona)
URL: www.e-cursos.com reforço de competências do empreendedor Objectivos Gerais: Preparar os formandos para a arquitectura e
Contactos: Claudia Miranda (seja um empreendedor-empresário, implementação de Sistemas de Gestão da
AEP - Associação Empresarial de Portugal empreendedor-empreendedor ou um quadro Informação e Conhecimento em Rede (e-
Empresas - Projectos de Formação de um empresa empreendedora) na Learning/e-Training) no contexto da
4450-617 Leça da Palmeira organização e gestão em todo o processo de aprendizagem organizacional cibernética e
Tel: 22 / 998 17 34 • Fax: 22 / 995 72 99 constituição e arranque de actividades. pós-moderna.
e-mail: cmiranda@aeportugal.com Tipo de Tipo de
Certificação Emitida: Para o percurso completo ou para excertos Certificação Emitida: Certificado de Aproveitamento e de
II pré-definidos o ISEG - Instituto Superior de Frequência
Instituição: Conclusão – Estudos e Formação Lda Economia e Gestão / Universidade Tècnica de URL: —-
Designação do Curso: Formação Pedagógica Inicial de Formadores a Lisboa, certifica o aproveitamento através de Contactos: Ideia Prima
Distância Diplomas. No caso da frequência de Áreas de A/C Dr. Alexandre Campos
Área Temática: Formação de Professores e Formadores Competência isoladas o próprio IFEA R. Gabriel Pereira de Castro, 81
Destinatários: Candidatos a Formadores que pretendam proporciona certificados de Frequência (com 4700 Braga
obter a certificação profissional ou sem aproveitamento). Tel: 253 275 331 • Fax: 253 275 331
Duração: 99 horas URL: www.ifea.pt E-mail: t4B@netcabo.pt
Objectivos Gerais: - Dotar os formandos de conhecimentos, Contactos: Informaçoes: Manuela Firmino
competências e atitudes adequadas ao Gestão do Projecto: Sónia Vaz Pires VII
exercício das funções de formador IFEA - José Vasconcelos Instituição: IFB – Instituto de Formação Bancária
- Permitir a certificação de aptidão IFEA - Instituto de Formação Designação do Curso: Curso de Gestão Bancária
profissional de formadores nos termos da Empresarial Avançada Área Temática: Banca
legislação em vigor Tagus Park • Núcleo Central, 267 Destinatários: - Profissionais do sector financeiro ou de
Tipo de 2780-920 Oeiras outros sectores que pretendam
Certificação Emitida: Certificado de Aproveitamento Tel: 21 / 422 07 30 • Fax: 21 / 422 07 38 desenvolvimento académico e pessoal
URL: www.conclusão.com E-mail: jvasconcelos@ifea.pt - Jovens com elevado potencial que desejam
Contactos: Conclusão – Estudos e Formação Lda seguir uma carreira na área da gestão
Rua Manuel Madeira, Ed. Delta, 2º Direito V bancária e financeira
3020-303 Coimbra Instituição: Instituto de Investigação para o Duração: 4 anos e meio
Tel: 239 497 990/1 • Fax: 239 497 999 Desenvolvimento, Cooperação e Formação Objectivos Gerais: Formar quadros técnicos e gestores
E-mail: geral@conclusão.com Bento Jesus Caraça especializados na actividade bancária e
Designação do Curso: Direito do Trabalho I financeira
III Área Temática: Direito Tipo de
Instituição: EDICAD – Computação Gráfica e Imagem, Destinatários: Dirigentes e quadros sindicais da CGTP-IN Certificação Emitida: Grau de Bacharelato no final do 1º Ciclo (3º
Lda Duração: • 66 horas presenciais ano curricular)
Contactos: EDICAD – Computação Gráfica e Imagem • 252 horas a distância Grau de Licenciatura após a conclusão do 2º
Estrada Nacional Total: 312 horas de formação Ciclo (mais 3 semestres)
3020 Coimbra Objectivos Gerais: • Identifica na legislação existente aquela URL: www.isgb.pt
Tel: 239 497990 que corresponde a situações e problema Contactos: IFB – Instituto de Formação Bancária
E-mail: edicad@mail.telepac.pt específicos dos trabalhadores nas Av. Barbosa du Bocage, 87 – R/C
(Cursos em fase de preparação) empresas; 1050-030 LISBOA
• Interpreta e aplica correctamente a lei Tel: 21 791 62 10 • Fax: 21 795 52 34
54 | nov@FORMAÇÃO
|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
55 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
56 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
GUIA DE FORMAÇÃO
A DISTÂNCIA
| FAQ | 58
| IDEIAS E SUGESTÕES | 60
| GLOSSÁRIO | 62
57 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
FAQ
A Formação a Distância assume-se, hoje, como uma temática em crescimento quer pelos seus avanços no
terreno da formação como nos discursos dos diferentes actores envolvidos em processos formativos e na
tomada de decisão. No entanto, um conhecimento claro e transparente sobre esta temática ainda não é,
por vezes, uma constante.
A rubrica Frequently Asked Questions (FAQ) pretende ser uma resposta a dúvidas e questões de todos
aqueles que estão interessados na Formação a Distância.
O QUE É O E-LEARNING? para concluir que ambas as designações aprendizagem são pequenos pedaços de
são utilizadas. conhecimento com interactividade
O e-Learning deve ser visto como um associada. É a partir de uma base de dados
processo que permite criar um ambiente COMO FUNCIONA O E-LEARNING? de objectos de aprendizagem que se pode
de aprendizagem suportado pelas estruturar todo o sistema de
tecnologias Internet, permitindo a O e-Learning é um processo de e-Learning do futuro. Os sistemas de
transformação da informação em aprendizagem centrado no formando. O gestão da formação online estão a incluir,
conhecimento independentemente da hora formando é visto como cliente do sistema. para além da capacidade de monitorização
ou local. Este processo integra formação O grande objectivo é a melhoria de do formando, a possibilidade de produzir e
online e gestão do conhecimento. performance o que centra o processo no distribuir conteúdos elaborados a partir
desenvolvimento das competências dos objectos de aprendizagem existentes
O QUE SIGNIFICA individuais. O formando procura atingir as na base de dados.
O “E” EM E-LEARNING? competências que necessita no menor
período de tempo possível. Tudo isto faz QUEM SÃO AS PRINCIPAIS EMPRESAS
O e significa aprendizagem suportada do e-Learning um processo personalizado, DE E-LEARNING?
pelas tecnologias Internet. Combina os no qual o formando pode, em estádios
conceitos de flexibilidade e de mais avançados, construir o seu próprio Existem actualmente três grandes áreas de
conectividade. Aprendizagem flexível em curso. Baseia-se em pequenas unidades de actuação neste mercado: serviços,
tempo, espaço e conteúdos através de conhecimento denominadas por objectos conteúdos e tecnologia. Na área de serviços
uma rede tecnológica que interliga os de aprendizagem. As interacções são podemos considerar as empresas que
diferentes actores do processo de feitas entre os formandos e entre estes e fornecem consultoria em e-Learning,
aprendizagem (formadores ou tutores e os tutores, estabelecendo comunidades de integração de sistemas e desenvolvimento
formandos). Trata-se de um processo de aprendizagem. de soluções. Na área dos conteúdos
“webização” da formação. incluem-se as empresas que produzem
QUAIS AS TENDÊNCIAS DE e distribuem cursos online, sistemas
ESCREVE-SE E-LEARNING DESENVOLVIMENTO DO E-LEARNING? multimédia, simuladores, testes e
OU ELEARNING? questionários. Na área tecnológica
O e-Learning continua a caminhar no incluem-se as empresas que desenvolvem
Fazendo uma pesquisa por e-Learning sentido da personalização. As normas e comercializam sistemas de gestão da
num motor de busca na Internet aparece internacionais existentes baseiam-se no formação online, sistemas de autor e outras
quase um milhão de endereços enquanto conceito de objectos de aprendizagem tecnologias de suporte ao e-Learning.
se utilizarmos eLearning temos como classificados de acordo com um conjunto Exemplos (FONTE: Marc Rosenberg,
resultado mais de 260.000 endereços. Isto de “metadados”. Estes objectos de Training 2002):
58 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
Serviços - IBM Mindspan Solutions, sistema de e-learning potencia a QUAIS OS PRINCIPAIS MITOS
THINQ, CRK Interactive e Quisic passagem do capital humano a capital ASSOCIADOS AO E-LEARNING?
Conteúdos – No meio empresarial estrutural permitindo criar ou desenvolver
destacam-se a SmartForce, DigitalThink, um sistema de gestão do conhecimento O e-learning não é concorrente com a
Netg, McGraw-Hill e ElementK e no meio dentro da organização. formação convencional. O e-Learning
académico distinguem-se o MIT, a constitui mais uma estratégia formativa
Universidade de Phoenix e a Unext. QUAIS AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS que permite optimizar o processo de
Tecnologias - Macromedia, Saba, DE UM SISTEMA DE E-LEARNING? aprendizagem. Não é o modelo
Click2Learn, Docent e Knowledge Planet convencional de Formação a Distância
O e-Learning é um sistema de baseado no conceito de sala remota
FALAR DE E-LEARNING E DE aprendizagem que está disponível a todos através de sistema de videoconferência.
FORMAÇÃO A DISTÂNCIA É O MESMO? os colaboradores de uma organização, Não é uma solução mono-plataforma em
permite uma distribuição rápida dos termos de distribuição do conhecimento,
Não. O e-Learning é uma forma de conteúdos, reduz o tempo de produção de mas sim a combinação de várias como a
Formação a Distância. A Formação a alterações, permite flexibilidade em tempo Internet, videoconferência, sala de
Distância inclui também formas mais e espaço e é um processo just in time que formação, televisão, entre outras. ▲
convencionais de distribuição que não permite aprender quando necessário.
passam pelo uso da Internet. Referimos o
caso do correio ou da televisão
convencionais.
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|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
AS OITO COMPONENTES pedagógicas disponíveis (estudo de casos, face ao método pedagógico utilizado,
DE UM SISTEMA DE E-LEARNING simulações, jogos pedagógicos, “role- verificamos que o e-Learning, com
play”, etc.). Deve também ser definida a conteúdos interactivos, permite uma
A implementação de um sistema de e- metodologia de formatação electrónica retenção de 70% a 80%. São processos
Learning deve seguir uma metodologia dos conteúdos que permita ao produtor de que obrigam a utilizar os diferentes
que inclua a concepção e design do conteúdos iniciar o seu desenvolvimento sentidos e todos nós aprendemos mais
sistema, o modelo pedagógico, o sistema dentro dos parâmetros de interactividade fazendo e partilhando do que lendo ou
de avaliação, a duração da acção, os identificados. simplesmente ouvindo.
conteúdos, o apoio ao teleformando, a
tutoria e acompanhamento e a plataforma
tecnológica (hardware e software). 2. Modelo pedagógico. 3. Sistema de avaliação.
60 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
61 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
GLOSSÁRIO
O conhecimento constitui, hoje, o recurso estratégico fundamental para as organizações que pretendem
inovar nos produtos e serviços que disponibilizam aos seus clientes e que visem reforçar a sua presença
competitiva nos mercados.
Importa, assim, reunir e esclarecer alguns dos conceitos mais utilizados no âmbito desta temática,
integrando o leitor nos termos utilizados ao longo da Revista e fornecendo-lhe algumas referências sobre
as designações assumidas neste mercado.
62 | nov@FORMAÇÃO
|GUIA DE FORMAÇÃO A DISTÂNCIA|
63 | nov@FORMAÇÃO
|OPINIÃO DO LEITOR|
OPINIÃO DO LEITOR
Conhecer a reacção do público é um passo essencial para o amadurecimento da publicação, permitindo uma crescente
adequação às necessidades do público e também uma motivação para aqueles que a desenvolvem.
Nesta primeira edição da revista, a opinião foi requerida a alguns personalidades do panorama nacional ligadas directa ou
indirectamente às questões da Formação a Distância.
Seguem as primeiras opiniões sobre a nov@FORMAÇÃO baseadas essencialmente no conhecimento existente sobre o trabalho que
o INOFOR tem vindo a desenvolver na área da Formação a Distância
& e-Learning e na própria sinopse da revista.
64 | nov@FORMAÇÃO
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Revista Semestral sobre Formação a Distância & e-Learning • Julho 2003 • Ano 2 • Nº 1
METODOLOGIAS E CONTEÚDOS
dois pilares do e-Learning
Launched in July 2002 and already with 1500 subscribers, the journal nov@FORMAÇÃO, presents its
number one issue dedicated to methodologies and contents. These two main features will allow the reader
to get acquainted with main characteristics of this type of training.
Below, the reader can find the abstracts of articles included in this issue, both from Portuguese and foreign
experts and professionals on this field, who share their views as well as the results of their practices.
The digital version of the journal, available in www.inofor.pt/novaformacao, offers access to the original
international articles.
|NOTA DE ABERTURA|
1 | nov@FORMAÇÃO
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Revista nov@FORMAÇÃO
pág.6
pág.34
Edição
INOFOR
Directora
Carina Baptista
Presidente do Conselho Editorial
Roberto Carneiro
Conselho Editorial
Arnaldo Santos
“REDE DE CENTROS DE RECURSOS EM Carina Baptista
CONHECIMENTO”, por Horácio Covita, Francelino Horácio Covita
Márcio Silva
Nunes e Carina Baptista José Frias Gomes
fala-nos do José Lagarto
Instituto Virtual
ARTIGOS Mário Figueira
Teresa Paixão
14 | Artigos Nacionais Redacção
INFORMAÇÕES ÚTEIS Ana Cotrim
14 | Normalização de conteúdos Filomena Marques
42 | Programas Comunitários
16 | Dispositivos pedagógicos e Colaboraram neste número
interactividade 44 | Eventos Adelaide Franco
António Augusto Fernandes
19 | Artigos Estrangeiros 46 | Prémios Arnaldo Santos
Carina Baptista
19 | O e-Learning e a Rentabilidade 47 | Estudos Carlos Oliveira
do Investimento 48 | Destaques Editoriais Fernando Albuquerque Costa
Fernando Teixeira da Silva
22 | Open Source em e-Learning 50 | Sites Úteis Filomena Marques
Francelino Nunes
pág.14
Horácio Covita
João Silveira Lobo
DIRECTÓRIO DE CURSOS José Lagarto
Kevin Young
54 | Listagem de cursos Manuel Ferreira
Márcio Silva
Mário Figueira
Pedro Taborda
GUIA DE FORMAÇÃO Philip Dean
Raposo Subtil
A DISTÂNCIA Ruben Eiras
Teemu Leinonen
58 | FAQ
Apoio Administrativo
60 | Ideias e Sugestões Marina Carvalho
62 | Glossário Fotografia
A normalização de conteúdos para ambientes de Gonçalo Gil
e-Learning, por Arnaldo Santos Capa e Concepção Gráfica
OPINIÃO DO LEITOR Miguel Rocha
ENTREVISTAS 64 | Opinião do leitor Impressão e Fotolito
Sogapal
26 | O equilíbrio entre Tecnologia e
Pedagogia no e-Learning
pág.64 Depósito Legal
ISSN: 1645-4669
pág.26 Periodicidade
Semestral
Tiragem
5000 exemplares
INOFOR
Rua Soeiro Pereira Gomes, 7 – 1º (sala 25)
1600 – 196 Lisboa
Tel: 21 794 62 97 Fax: 21 794 63 00
Adelaide Franco, João Silveira Lobo, Manuel E-mail: nova.formacao@inofor.gov.pt
António Augusto Fernandes, Fernando
Albuquerque Costa e Fernando Teixeira da Silva Ferreira e Pedro Taborda são os leitores que nos Os artigos publicados são da exclusiva
dão, neste número, a sua opinião. responsabilidade dos autores, não coincidindo
em entrevista. necessariamente com as opiniões do INOFOR.
É permitida a reprodução dos artigos publicados, para
fins não comerciais, desde que indicada a fonte e
informada a entidade responsável pela Revista.
2 | nov@FORMAÇÃO
01/11 30.11.04 11:59 Page 3
EDITORIAL
As metodologias e os conteúdos em e-Learning são o tema Estas e outras informações serão desenvolvidas no site da
alvo do presente número da nov@FORMAÇÃO com o qual Revista, disponível em www.inofor.pt/novaformacao, onde
se procura um objectivo simples, porém ambicioso: procuraremos continuar a investigação sobre o tema,
contribuir para uma visão abrangente e multifacetada da convidando o leitor, desde já a entrar nesta comunidade
temática, articulando-a, sempre que possível, com a sua virtual e a participar nos vários fóruns de discussão
aplicação prática e revelando, ao mesmo tempo, a realidade disponíveis.
do nosso país.
A próxima edição da nov@FORMAÇÃO, dedicada ao tema
A qualidade dos artigos produzidos, sobre matéria tão “Sistemas de Gestão da Aprendizagem e do Conhecimento”,
complexa e em permanente mutação, de que salientamos a com edição no final deste ano, vai, por sua vez, levantar
interpretação objectiva e a reflexão de alto nível, ao cobrir questões como a capacidade e a validade destes sistemas
diversos domínios e estudos de caso específicos, preenche, no desenvolvimento da formação profissional do país, e, por
assim, o objectivo da nov@FORMAÇÃO e constitui-se outro lado, o impacto da construção de comunidades, redes
como uma resposta bem sucedida dos colaboradores ao e ambientes colaborativos na formação ao longo da vida.
desafio de análise destes temas, considerados dois pilares
do e-Learning. Estes sistemas, enquanto geradores de novos espaços de
aprendizagem, podem conduzir a uma mudança do próprio
Na verdade, e prevendo-se que, em Portugal, o ano de 2003 paradigma societal que importa ser reflectida,
vai ficar marcado por uma consolidação da adopção de compreendida, gerida e monitorizada.
sistemas online de apoio à aprendizagem, é necessário
alertar e incentivar os agentes do “e-Learning” para a A possibilidade de, através de uma ampla mobilização de
importância de uma definição cuidada das metodologias de experiências, saberes, competências e vontades, adicionar
formação, adequadas ao contexto, ao público-alvo, aos um contributo à promoção da sociedade do conhecimento e
objectivos pretendidos e de acordo com os recursos ao reforço das capacidades das entidades formadoras e das
disponíveis, através da adopção de modelos que, não tendo competências dos profissionais de formação é, sem dúvida,
que ser sofisticados, deverão ser minimamente adaptados. um privilégio que compromete e incentiva a equipa da
nov@FORMAÇÃO no desempenho da sua missão. ■
Assim, são propostas algumas sugestões de apoio à
concepção de estratégias que se pretendem eficazes e
adequadas, complementadas com uma análise da
importância da concepção estandardizada e mais
aperfeiçoada dos conteúdos pedagógicos, enquanto Carina Baptista
Directora da Revista
impulsionadores de um mercado sustentado.
3 | nov@FORMAÇÃO
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|O INOFOR|
O INOFOR
| REDE DE CENTROS DE RECURSOS EM CONHECIMENTO | 6
| EVENTO nov@FORMAÇÃO | 10
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|O INOFOR|
A importância e o papel que estes Centros podem e Localização dos Centros: Almada,
têm assumido no seio da educação e formação Almeirim, Amadora, Braga, Caldas da
profissional em Portugal, fez o INOFOR, em parceria, Rainha, Coimbra, Covilhã, Évora, Funchal,
Guarda, Guimarães, Lisboa, Moimenta da
inicialmente com a anterior Comissão de Coordenação
Beira, Montemor-o-Velho, Oeiras, Pinhel,
do FSE e actualmente com o Programa Operacional Porto, S. Brás de Alportel, Seixal, Viana do
Emprego, Formação e Desenvolvimento Social Castelo, Vila Real.
(POEFDS), apostar na chamada Rede de Centros de
Recursos em Conhecimento (a RCRC), que integra
* Centros de Recursos em Conhecimento que integram a Rede:
nesta data 31 Centros*, estando para breve a ACEP – Associação Cultural e de Educação Popular; AJABI –
integração de mais 16 espalhados pelo continente e Associação dos Jovens Agricultores da Beira Interior; ANFEI,
Associação Nacional de Formação Electrónica Industrial; APEC –
ilhas. Esta rede pretende, essencialmente, apoiar as Associação Promotora do Ensino de Cegos; APG – Associação
entidades formadoras e profissionais de formação no Portuguesa dos Gestores e Técnicos dos Recursos Humanos;
ARTENAVE, Atelier – Associação de Solidariedade; Associação do
desenvolvimento de competências necessárias ao Comércio e Serviços do Distrito da Guarda; Associação Empresarial
reforço da competitividade das pessoas e das da Covilhã, Belmonte e Penamacor – AECBP; Associação Fernão
Mendes Pinto; Associação In Loco; Associação Industrial do Minho;
organizações residentes no espaço de influência de Associação para o Desenvolvimento das Comunidades Locais; CAP –
cada uma destas infra-estruturas de conhecimento, Confederação dos Agricultores de Portugal; Casa Pia de Lisboa;
CCR-NORTE – Comissão de Coordenação da Região Norte; CEARTE
através, nomeadamente do desenvolvimento de – Centro de Formação Profissional de Artesanato; CECOA – Centro
mecanismos de aproximação entre quem produz e de Formação Profissional para o Comércio e Afins; CEFA – Centro
de Estudos e Formação Autárquica; CENCAL – Centro de Formação
utiliza o conhecimento, da disseminação de práticas Profissional para a Indústria da Cerâmica; Centro Cultural de
Almada; CGTP-IN; CINEL – Centro de Formação Profissional de
formativas bem sucedidas bem como de recursos Indústria Electrónica; Direcção Regional de Formação Profissional;
técnico-pedagógicos desenvolvidos quer com os EPRAL – Fundação Alentejo – Escola Profissional da Região
Alentejo; Escola Superior de Biotecnologia – Universidade Católica
apoios comunitários quer com os nacionais, do Portuguesa; ISSS – Instituto de Solidariedade e Segurança Social;
incentivo à partilha de experiências e soluções, IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional; INOFOR –
Instituto para a Inovação na Formação; ISQ – Instituto de
contribuindo, no seu todo, para a própria construção Soldadura e Qualidade; NERVIR – Associação Empresarial;
da sociedade de informação. Tecminho.
6 | nov@FORMAÇÃO
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por Horácio Covita por Francelino Nunes por Carina Baptista |O INOFOR|
INOFOR INOFOR INOFOR
autoformação, eventualmente envolver uma verdadeira comunidade que entrevistas a peritos e/ou investigadores
monitorados por tutoria pedagógica, aprende consigo própria, constituindo-se, em diversas áreas).
assim, como um ponto de encontro dos
garante da animação e da validação de
profissionais de formação, entidades
processos e de aprendizagens. formadoras, gestores de recursos > Videojorn@l
Entre os desafios fundamentais que se humanos, investigadores, estudantes,
colocam a uma infra-estrutura de suporte entre outros.
ao conhecimento, designadamente a uma Como características principais desta
Rede de CRC, destaca-se a capacidade de plataforma colaborativa online apontamos
esta, e dos seus membros individualmente, a possibilidade dos seus utilizadores
oferecerem soluções e respostas imediatas poderem receber aconselhamento directo
às solicitações, de assegurarem a de qualquer Centro que detenha as
proximidade aos contextos sócio- competências ou conteúdos ajustados às
profissionais, de responderem de forma suas necessidades, podendo e devendo ser
utilizado como recurso complementar ou
personalizada e com um elevado valor de
alternativo ao atendimento presencial.
especialização aos clientes, de
acompanharem e supervisionarem os Disponibilização das mais recentes notícias do eixo
itinerários e os processos de Das várias funcionalidades disponíveis formação, educação, emprego e inovação.
aprendizagem, onde o papel do feedback no CRC Virtual destacamos algumas que
pedagógico assume um valor têm constituído verdadeiros núcleos Espaço de divulgação de eventos e
determinante, bem como disponibilizarem geradores de conhecimento, como sejam: notícias de interesse para a Rede CRC.
acessibilidades físicas e virtuais quer às
fontes de conhecimento quer aos próprios > Biblioteca > Fórum
recursos. Local de debate sobre temas pertinentes
como sejam as competências dos
profissionais de formação, a formação a
distância, a qualidade na formação, entre
outros, por proposta quer dos Centros
quer dos próprios membros da
comunidade virtual.
Para ser membro desta comunidade basta Na biblioteca digital pode encontrar as conclusões do
registar-se em www.crcvirtual.pt 1º Encontro Nacional de Formação a Distância, entre
outros conteúdos
O CRC Virtual – Plataforma Colaborativa
da Rede- visa complementar e facilitar Permite o acesso à informação em áreas
tais objectivos, oferecendo soluções e estratégicas, composta por três espaços
práticas no domínio da formação e distintos: a biblioteca digital (onde se
inovação na Gestão de Recursos encontram conteúdos em formato
Humanos, reunindo num só espaço um integral); a Base de Dados FORMEI (com
manancial de informações e conteúdos referências bibliográficas relativas aos
relativos às temáticas da formação, temas da formação, educação, emprego e
emprego e inovação, dinamizar e inovação); e a Videoteca (com pequenas Exemplos de temas em discussão
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|O INOFOR|
A adesão de novos CRC a esta Rede pode centrado no reforço e melhoria das formas de organização em curso, que se
ser financiada pelo POEFDS, mediante a competências das organizações e encontram explicitados nos documentos
apresentação de candidatura, no período profissionais residentes no seu espaço de referência da Rede (em particular nos
de 1 de Junho a 15 de Julho de cada ano, de influência e se comprometa a regulamentos e na carta de serviços da
de acordo com Regulamento específico “drenar” esse valor para dentro da Rede Rede de CRC, disponível em
(disponível em www.inofor.pt, e em parceria com os outros CRC da www.crcvirtual.pt).
www.crcvirtual.pt e www.poefds.pt ), Rede.
durante a vigência do QCA III. Caso as Acreditamos que a participação na Rede
entidades interessadas em aderir não Dentro das suas possibilidades técnicas e facilita o acesso a competências, práticas
necessitem de recorrer ao financiamento, disponibilidade de recursos, o INOFOR e recursos disponíveis nos CRC, mas
a adesão poderá também efectuar-se apoiará e facilitará a integração e a também exige a construção de laços de
através de um Protocolo de Cooperação participação na Rede de todas as infra- partilha e de cooperação que garantam
com o INOFOR. estruturas que demonstrem possuir uma que cada CRC responda aos outros CRC e
cultura de “casa do conhecimento aberta aos seus clientes do mesmo modo que
Em termos práticos, a adesão à Rede de ao exterior”, acrescentem valor à Rede já satisfaz necessidades de informação e
CRC implica que a entidade interessada existente e adiram aos objectivos traçados conhecimento dos seus directos
demonstre possuir um projecto de acção para um CRC, respeitem os requisitos e beneficiários e utilizadores. ▲
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|O INOFOR|
por Carina Baptista
INOFOR
Evento nov@FORMAÇÃO
Encontros anuais para reflexão e dinamização da Formação a Distância
e do e-Learning em Portugal.
No quadro actual em que nos movemos, não só a pertinência e o papel de cada um tecnológicas; combatam as resistências no
onde as inovações tecnológicas e as neste mercado mas também para seio da sua própria organização; e
mudanças, cada vez mais frequentes e desenharem estratégias comuns ajustadas incutam nos beneficiários a
mais profundas, no plano económico e e de real valor para a promoção de responsabilidade pela sua própria
social, acontecem a um ritmo cada vez metodologias de formação inovadoras. formação. Foi ainda lançado o desafio de
mais acelerado e o conhecimento é um De entre as várias conclusões do evento, uma reconfiguração do próprio conceito
dos principais factores de competitividade, são de destacar alguns pontos que nos de formação profissional, devendo este
as redes de conhecimento, as parecem relevantes para um mercado em passar a integrar as comunidades de
comunidades de aprendizagem, os verdadeira expansão, onde a planificação práticas enquanto espaços de
ambientes online colaborativos e onde os correcta e a aposta em acções aprendizagens onde se desenvolvem
próprios sistemas de e-Learning assumem concertadas poderão ser a chave para o competências, as quais devem ser
crescente importância no dia-a-dia de seu sucesso. reconhecidas, validadas e certificadas.
cada indivíduo, a Formação a Distância e A constatação de que a população Por outro lado, foi discutida a inexistência
o e-Learning poderão não constituir, por si portuguesa poderá ter, no prazo de uma de um quadro legal de apoio à formação a
só, o futuro da formação, mas farão, sem década, condições para a realização da distância que verdadeiramente estimule os
dúvida, parte desse futuro! sua formação contínua igualmente através agentes de formação e defina critérios
Induzido e fortemente motivado para das metodologias de ensino a distância, ajustados a esta modalidade, capazes, eles
acompanhar e contribuir activamente para foi, na verdade, uma das conclusões que próprios, de determinar as regras em que
a consolidação e desenvolvimento desta se afiguraram mais relevantes neste se movimenta esta modalidade formativa.
modalidade formativa, o INOFOR evento, confirmando assim a importância Em resumo, a evolução do e-Learning vai
promoveu, em Dezembro de 2002, aquela desta metodologia formativa. Para tal, é depender da capacidade de gerir
que constituiu a primeira edição de um necessário que as organizações criativamente o conhecimento através da
evento anual, no âmbito de um conjunto portuguesas apostem na formação e promoção de parcerias, redes e clusters,
variado de iniciativas nov@FORMAÇÃO, encontrem soluções e medidas adaptadas da partilha e disseminação de práticas
onde se pretende, acima de tudo, envolver ao público-alvo e aos contextos inovadoras, da aposta na investigação, no
a comunidade na melhoria e formativos; disponibilizem itinerários de aceleramento da difusão tecnológica e da
aperfeiçoamento da formação profissional formação diferenciados; repensem as construção de uma cultura de inovação.
em Portugal, convidando peritos, estratégias pedagógicas de intervenção; Estas e outras conclusões serão
investigadores e interessados na área, adoptem abordagens multimediáticas na compiladas nos chamados Cadernos
representantes de diversos sectores e concepção dos recursos técnico- nov@FORMAÇÃO, com os quais se
grupos de profissionais, para debaterem pedagógicos; ultrapassem as barreiras pretende disponibilizar um vasto
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|O INOFOR|
PUBLICAÇÕES JÁ EDITADAS:
Os desafios para o e-Learning Ensino a Distância e Formação O Catálogo de Recursos Técnico- O Estudo de Investigação
em Portugal, as melhores Contínua faz-nos uma visita Pedagógicos tem por objectivo a apresentado nesta obra teve
práticas com a utilização de guiada ao que é hoje a divulgação de produtos, materiais como objectivo testar dois
Sistemas de Gestão da formação a distância em e soluções para formação a modelos de aprendizagem: um
Aprendizagem na Europa, as Portugal e levanta um distância e e-Learning, modelo tradicional e escolar; e
estratégias adoptadas pelos conjunto de pistas sobre a concebidos, desenvolvidos e um outro modelo baseado na
diferentes países europeus, possibilidade de implementados por entidades execução de um projecto –
tendo em conta o contexto regulamentação dos mercados formadoras portuguesas, procurando saber qual dos dois
económico, social e cultural, da procura e da oferta deste detentoras de uma validação era o mais adequado à
são alguns dos temas tipo de serviços. específica da sua actuação na formação a distância de
desenvolvidos nesta obra. Formação a Distância emitidas públicos não universitários.
pelo Sistema de Acreditação,
para além das publicações
editadas pelo INOFOR.
|ARTIGOS|
12 | nov@FORMAÇÃO
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|ARTIGOS|
ARTIGOS
NACIONAIS
| NORMALIZAÇÃO DE CONTEÚDOS | 14
| DISPOSITIVOS PEDAGÓGICOS E INTERACTIVIDADE | 16
ESTRANGEIROS
| O E-LEARNING E A RENTABILIDADE DO INVESTIMENTO | 19
| OPEN SOURCE EM E-LEARNING | 22
13 | nov@FORMAÇÃO
12/23 30.11.04 12:04 Page 14
|ARTIGOS|
nacionais
A normalização de conteúd o
O presente artigo é dedicado, numa simples e humilde homenagem, à pessoa responsável pela
orientação estratégica da Formação Tecnológica e de Serviços e pelo e-Learning no Grupo PT,
Engº Alberto Fernandes da PT Inovação que nos deixou recentemente.
O objectivo principal do artigo é identificar especiais cuidados no momento da sua integração e gestão de conteúdos
a importância da normalização de concepção (que inclui a análise, o desenho, possibilita automatizar o rasteio da
conteúdos para ambientes de e-Learning, as o desenvolvimento, a implementação e a actividade do aluno ao longo da sua
várias propostas existentes neste domínio, avaliação). aprendizagem, permitindo deste modo e em
nomeadamente, o AICC, IMS e SCORM. Os diferentes sistemas integrados de e- tempo real, acompanhar e verificar a
Learning (LMS) existentes no mercado, actividade e o progresso de cada aluno ao
1. A importância impossibilitam, por vezes, a inclusão dos longo da sua aprendizagem.
e vantagens da normalização conteúdos pedagógicos de uma forma
sistemática, sendo necessário um 2. Principais propostas
de conteúdos seguimento de normas específicas, tendo de normalização
O conteúdo pedagógico para o ensino e a em vista a sua integração e
aprendizagem em ambiente de e-Learning, compatibilidade. São vários os organismos mundiais que se
revela-se como um dos elementos mais Para além de permitir uma fácil reutilização preocupam com esta temática,
importantes de todo este processo e portabilidade dos conteúdos criados, a nomeadamente, o:
formativo e, por conseguinte, exige normalização dos processos de criação,
> AICC (Aviation Industry CBT Comitee)
VANTAGENS DESCRIÇÃO > IMS (IMS Global Learning
Consortium, Inc.)
Organização A organização interna dos próprios conteúdos permitindo-lhes > SCORM (Sharable Content Object
uma mais fácil e melhor sistematização e gestão. Reference Model)
Reutilização e Portabilidade A reutilização de conteúdos pedagógicos (ou de módulos) em
múltiplas plataformas (LMS), o que origina uma acentuada Existem outros projectos similares, com menor
racionalização de recursos e uma melhor e mais eficiente intervenção, como é o caso do Alliance of Remote
portabilidade. Instructional Authoring and Distribution
Networks for Europe (ARIADNE) e o Dublin Core
Registo O rastreio e registo da actividade do aluno ao longo da sua Metadata Initiative (DCMI).
aprendizagem (tracking), permitindo disponibilizar, em tempo real,
toda a informação necessária para que o aluno possa controlar e AICC (http://www.aicc.org)
acompanhar o seu progresso, dentro do próprio conteúdo. Por
O Aviation Industry CBT
exemplo: o número de vezes que acedeu a um determinado
conteúdo, módulo ou sequência de aprendizagem, o número de
Comitee (AICC) foi inicialmente criado para
tentativas bem ou mal sucedidas para completar um questionário normalizar os conteúdos pedagógicos para
ou um trabalho, a avaliação intermédia ou final da aprendizagem fabricantes e compradores de material
no conteúdo, o tempo de permanência no conteúdo... aeronáutico, especialmente para o formato
multimédia, gravado em CD-ROM.
Integração A integração de objectos de aprendizagem indexados nos próprios O principal resultado do trabalho do AICC
conteúdos, como uma animação, um texto, uma imagem, uma ao longo dos anos é um conjunto de
aplicação ou um vídeo.
recomendações, que focam diferentes
Actualização A actualização dos módulos pedagógicos existentes nos aspectos da interoperabilidade entre
conteúdos, facilitando eventuais alterações que possam surgir. sistemas de CBT (Computer Based Training)
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nacionais
Dispositivos de aprendizagem e
A importância da interactividade
Um sistema de e-Learning integra interacção entre o formando e o sistema
harmoniosamente conteúdos e (conteúdos, tutor e outros formandos). De
metodologias formativas sobre uma acordo com diferentes estudos, as
plataforma tecnológica que permite fazer principais causas de insucesso são as
a gestão da formação online e do seguintes:
conhecimento. A distribuição do
conhecimento pode ser feita por recurso a > Falta de interactividade dos
diferentes meios e suportes tecnológicos conteúdos. Muitos dos recursos
como a sala de formação, o CD-ROM e o didácticos disponíveis nos sistemas de
DVD, a internet/intranet e extranet e, mais e-Learning são simples textos em HTML
recentemente, a televisão interactiva. Os ou PDF (em formato electrónico), em
modelos mistos, também designados por que a interacção se resume ao passar
blended learning (b-Learning), conquistam das páginas ou ao seleccionar o
o seu espaço nos sistemas de capítulo no índice.
aprendizagem. > Maior importância ao aspecto
Sendo as plataformas tecnológicas fáceis gráfico do que ao conteúdo. Existem
de adquirir no mercado, os conteúdos e as inúmeros casos em que o “embrulho” é
metodologias formativas que lhe estão mais importante que a substância do
associadas assumem um papel decisivo no conteúdo. Deve procurar-se equilibrar
sucesso de um sistema de e-Learning. estas duas componentes. Sem um
Uma excelente plataforma tecnológica, conteúdo rigoroso e bem estruturado
com inúmeras funcionalidades para os não é possível ter um bom produto
formandos e gestores da formação, sem final, mesmo que o aspecto gráfico seja
conteúdos e metodologias adequadas, muito apelativo.
serve para muito pouco para além de > Inadequado às necessidades. O e-
gastar dinheiro. Estas três componentes Learning tem como objectivo
têm que ser devidamente enquadradas por proporcionar uma aprendizagem
uma estratégia de aprendizagem e gestão flexível, de acordo com as necessidades
do conhecimento onde o blended learning dos formandos. O sistema tem que
é uma realidade. disponibilizar os conteúdos que
satisfazem as necessidades dos
Porque não funcionam alguns colaboradores da organização e não conteúdos modularizados (seguirem
simplesmente funcionar como um uma estrutura modular).
sistemas de e-Learning grande repositório de informação. Deve > Barreiras tecnológicas. A rápida
A falta de sucesso de alguns sistemas de procurar-se desenvolver o conceito de evolução da tecnologia leva muitas
e-Learning deve-se à inexistência de uma “fato à medida” e não de “pronto a vezes a que conteúdos desenvolvidos
estratégia clara ao nível das metodologias vestir”. A personalização dos percursos com um determinado software não
e dos conteúdos. A chave para o sucesso é formativos é um objectivo a perseguir possam ser utilizados mais tarde por
a palavra mágica – interactividade. A base pelo que não é possível implementar outro software. Este problema aparece
do processo de aprendizagem é a um sistema de e-Learning sem ter os associado às plataformas tecnológicas
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nacionais
m em e-Learning
utilizações. Um jogo didáctico pode ter
vários níveis de complexidade. O
primeiro nível para os formandos que o
utilizam pela primeira vez e os
restantes para serem utilizados à
medida que o formando vai
progredindo.
> Falta de estratégia formativa. Não
basta colocar os conteúdos num
servidor e deixar o formando fazer o
resto. É necessário desenvolver uma
metodologia de formação que integre o
apoio ao formando na interacção com
os conteúdos.
> Não estão de acordo com a cultura
da organização. A formação a
distância, complementada com
formação presencial, tem que ser
assumida pela organização. Caso
contrário, o sistema de e-Learning não
funcionará. Para além disso é
necessário que os formandos se
revejam no ambiente do sistema
(interfaces). Em muitos casos recorre-se
a vídeo ou simulações tridimensionais
dos espaços da empresa para tornar o
ambiente mais agradável. Os conteúdos
devem também reflectir a realidade da
organização, através dos seus interfaces
e dos casos e exemplos.
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estrangeiros
Assegurará o e-Learning
a rentabilidade do investimento?
Artigo Adaptado.
Versão integral disponível no
site da Revista
nov@FORMAÇÃO em
www.inofor.pt/novaformacao Apresentação das conclusões de um estudo sobre e-Learning realizado em 2001
junto de quadros de chefia de topo do Reino Unido nos sectores da
Indústria/Manufactura/Retalho, Serviços Financeiros, Governo, Educação e
Informática/Telecomunicações*.
Encarada a formação e o desenvolvimento dos seus É interessante notar que havia algumas diferenças
recursos humanos, pela maioria das organizações entre as entidades que adoptaram o e-Learning por
entrevistadas, como sector.
APENAS 13% DO TOTAL DOS INQUIRIDOS uma séria As organizações do sector da Informática/
REFERIRAM NÃO PREVER A IMPLEMENTAÇÃO responsabilidade, o Telecomunicações lideram, sendo claramente as
DO E-LEARNING.
e-Learning foi citado primeiras a adoptar o e-Learning; 61% já
RAZÕES PARA NÃO IMPLEMENTAR O E-LEARNING:
> É novidade /não conheço o suficiente - 3%
como um veículo implementaram esta forma de aprendizagem. Isto
> Não há orçamento - 3% eficaz de representa um aumento em relação aos poucos mais
> Falta de sistemas informáticos - 3% desenvolvimento de de metade (55%) verificados em 2000. Além disso, a
> Não faz parte da estratégia - 1% competências esmagadora maioria (94%) das empresas deste sector
> Não se pode ensinar competências através da web - 1% empresariais vitais, que não implementaram o e-Learning referem que o
> É uma ameaça para o departamento de formação - 1% tendo 40% dos terão implementado dentro de dois anos. Isto sugere
> O pessoal prefere os cursos externos - 1% inquiridos referido a que a cadência de adopção neste sector está a crescer
utilização do e- e que, em 2004, o e-Learning será prevalecente em
Learning como um dos principais métodos de todas as empresas de informática e telecomunicações.
formação utilizados – ligeiramente atrás da formação Ao sector da Informática/Telecomunicações segue-se
baseada em CD-Rom com 43%. o sector da Educação, com 57% a afirmar que
Estas e outras conclusões foram obtidas no âmbito implementaram o e-Learning, o que representa um
deste estudo onde se pretendeu averiguar até que aumento em relação aos 54% apurados em 2000. Esta
ponto o mercado de e-Learning no Reino Unido tinha cadência é mais lenta que a do sector da
avançado e verificar se as tendências
emergentes testemunhadas no ano UMA DAS RAZÕES INDICADAS PELA MAIOR PARTE DAS
anterior, por um questionário ORGANIZAÇÕES INQUIRIDAS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO E-
semelhante, se tinham concretizado. LEARNING MANTÉM-SE INALTERADA EM RELAÇÃO AO ESTUDO DE
2000: EFICÁCIA DE CUSTOS
RAZÕES PARA IMPLEMENTAR O E-LEARNING:
Em que medida foi > Eficácia de custos – 45%
implementado o e-Learning > Distribuição alargada – 36%
> Eficácia no desenvolvimento de competências – 20%
* Encomendado pela
Em 2001, o e-Learning tinha sido > Adaptação ao ritmo do utilizador – 20%
Skillsoft e realizado em implementada por 46% da nossa amostra, > Necessidade de acompanhar os mais recentes desenvolvimentos - 8%
Julho/Agosto de 2001 por no total, o que representa um aumento de
uma grande empresa de
> Pode ser constantemente actualizado /poder da web - 7%
pesquisa de mercado, a 12% relativamente ao ano anterior. > Pode ser adaptada às necessidades do utilizador - 6%
Taylor Nelson Sofres, Contudo, em 2003, uma substancial > Complementa as abordagens de Gestão do Conhecimento existentes - 6%
baseado em entrevistas
individuais com 204
maioria - 78% - do total da amostra > Popular junto do pessoal versado em computação - 3%
quadros de chefia de topo. espera estar a utilizar o e-Learning. > Profundidade e amplitude do trabalho de curso - 3%
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Informática/Telecomunicações, mas apesar organizações que primeiro aderiram. Vinte por cento citam uma melhoria da
disso, 85% dos inquiridos no sector da Acreditávamos que isto indicaria a todas retenção de funcionários como impacte
Educação esperam ter implementado o e- as outras organizações o tipo de positivo e 34% esperam que isso se venha
Learning dentro de dois anos. rentabilidade que elas poderiam a verificar no futuro. Isto sugere que os
Segue-se o sector dos serviços financeiros, realisticamente esperar da implementação funcionários se sentem à vontade com os
em que 51% dos inquiridos já do e-Learning. programas de e-Learning e valorizam a
implementou o e-Learning. Dentro de dois Os resultados foram inequívocos; o e- formação recebida por esta via. Poderá
anos, 79% esperam estar a utilizá-la. Learning traz vantagens empresariais igualmente acontecer que devido à
Para trás ficam os sectores da indústria e significativas – não só na área do
administração pública com apenas 32% e desempenho dos funcionários, como
27%, respectivamente. Contudo, dentro de também no tecido da organização no seu
dois anos estes números aumentarão para todo.
61% e 67%, respectivamente. A maior parte das organizações inquiridas
sentiram um impacte positivo nos
Utilização actual e utilização funcionários.
Mais de metade, (51%) referem que a
prevista do e-Learning implementação do e-Learning teve um
Nas organizações em que o e-Learning já impacte positivo na eficiência do seu
foi implementado, este é utilizado para pessoal. Isto indica que o e-Learning está
desenvolver competências em mais de 20 a provar ser eficaz no desenvolvimento
áreas. As competências informáticas das competências e desempenho dos
constituem a área para a qual o funcionários.
e-Learning é mais utilizado, com 71% das Para além disso, outros 23% esperam que
organizações a utilizar o e-Learning para o e-Learning tenha futuramente um
este fim. impacte positivo nesta área.
O e-Learning é
APESAR DE MAIS DE UM TERÇO (35%) DAS ORGANIZAÇÕES DA
igualmente utilizado
AMOSTRA DO ESTUDO, QUE IMPLEMENTARAM O E-LEARNING,
para desenvolver um ENCONTRAREM-SE AINDA EM FASE DE AVALIAÇÃO, AS
leque de RESTANTES RESPOSTAS MANIFESTARAM QUE, SEM EXCEPÇÃO,
competências QUASE TODOS OS BENEFÍCIOS PREVISTOS FORAM ALCANÇADOS
empresariais críticas BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DO E-LEARNING: natureza do e-Learning, possa ser
em diversas > Eficiência de custos – 27% disponibilizada formação a funcionários
organizações. Um > Alcance geográfico – 24% que, de outro modo, não teriam
número significativo > Adaptação ao ritmo do utilizador – 19% oportunidade de desenvolver as suas
de organizações que > Abordagem mais eficaz à aprendizagem – 16% competências e que, por isso, estão mais
não utilizam > Pode ser adaptada às necessidades do utilizador - 9% motivados com o resultado.
actualmente o > Pode ser constantemente actualizado /poder da web - 5% Para além dos benefícios para os
> Pode ser combinado com outros métodos - 4%
e-Learning para as funcionários, foram mencionados outros
> Complementa as abordagens de Gestão de Conhecimento existentes - 3%
competências benefícios empresariais, indicando até que
pessoais, pensa ponto o impacte do e-Learning se pode
fazê-lo nos próximos dois anos ou está a A ESMAGADORA MAIORIA DOS fazer sentir na organização.
considerar activamente fazê-lo. INQUIRIDOS NÃO SENTIU FRAGILIDADES
SIGNIFICATIVAS NOS SEUS PROGRAMAS > O impacte positivo nos processos
O impacte positivo do DE E-LEARNING COMO MÉTODO DE empresariais críticos foi mencionado por
PRESTAÇÃO DE FORMAÇÃO E quase metade (46%) da amostra.
e-Learning (Rentabilidade DESENVOLVIMENTO > 35% referem que sentiram um
FRAGILIDADES EXPERIMENTADAS
do Investimento) COM O E-LEARNING:
impacte positivo na qualidade do
processo empresarial crítico após a
> Infra-estrutura informática – 21%
Neste estudo, procurámos averiguar se > Falta de contacto presencial – 17% implementação do e-Learning.
tinha sido observado, ou até quantificado, > Necessidade de automotivação – 12% > 21% referem o mesmo quanto ao custo
algum impacte positivo pelas do seus processos empresariais críticos.
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Isto leva a concluir que o e-Learning conseguir uma maior eficiência dos as organizações americanas levam um
demonstra ser eficaz como veículo de funcionários, mais de 80% referem que avanço de 18 meses na sua experiência
desenvolvimento de competências as suas expectativas foram satisfeitas daquilo que o e-Learning pode oferecer.
empresariais vitais. ou superadas. São, portanto, um bom indicador do que
O impacte positivo na vertente financeira > A mesma percentagem afirma que as as organizações de mercados como o
da organização não era uma área que suas expectativas foram correspondidas Reino Unido (RU) podem esperar do seu
esperássemos ver mencionada por muitos ou superadas quanto ao impacte nos investimento em e-Learning.
inquiridos. Contudo, 20% dos inquiridos custos dos seus processos empresariais No princípio de 2001, foi realizado pela
críticos. Taylor Nelson Sofres um estudo
> Para os que pretendiam aumentar a semelhante ao encomendado no RU, com
retenção do pessoal, mais de 64% uma amostra idêntica de inquiridos dos
referem que as suas expectativas foram EUA e Canadá. Tal como aconteceu com
correspondidas ou superadas (26% não os inquiridos do RU, pediu-se às
souberam responder). organizações que tinham implementado o
> Quando às receitas e vendas, o e-Learning e já a utilizavam há algum
impacte foi alcançado ou excedido em tempo que se pronunciassem sobre a
58% das organizações para as quais rentabilidade que tinham observado para
este foi um factor-chave de motivação o seu investimento. Estas conclusões
(37% não souberam responder). provaram que os potenciais benefícios do
> Para as organizações que esperavam e-Learning são sem dúvida amplos.
um impacte no comportamento das
suas acções, 50% referem que Os números falam por si:
correspondeu às suas expectativas (25%
não souberam responder; 25% > 85% referiram que tinham observado
recusaram-se a responder). um impacte positivo na eficiência dos
funcionários.
Uma palavra final > 81% disseram que tinham constatado
uma redução significativa do custo de
Para que o e-Learning se torne numa alguns dos seus processos empresariais
parte fulcral da estratégia de formação críticos.
referem que observaram um efeito das sociedades anónimas britânicas, as > 75% referiram que tinham
positivo nas receitas e vendas da sua organizações têm de ser claras quanto às constatado um aumento da qualidade
organização em resultado da vantagens empresariais que aquela traz. dos seus processos empresariais
implementação do e-Learning. Outros 4% Não basta o e-Learning mostrar-se críticos.
dizem que observaram um impacte simplesmente eficaz no desenvolvimento > 62% mencionaram uma melhoria da
positivo no preço das suas acções quando das competências dos funcionários com retenção dos funcionários.
o e-Learning foi introduzido. Finalmente, e eficiência de custos; necessita de > 60% acreditavam que o seu
sem constituir surpresa, mais de metade assegurar benefícios sustentáveis e investimento no e-Learning tinha tido
dos inquiridos (53%) refere que significativos para a empresa no seu todo. um impacte positivo no comportamento
observaram uma redução significativa dos Cada vez mais as organizações medem a das suas acções.
custos de formação em resultado da rentabilidade de todos os seus
introdução do e-Learning. investimentos e o e-Learning não será e Para as organizações do Reino Unido que
não deverá ser excepção. começaram já a sentir os benefícios do e-
Corresponder às expectativas Neste estudo, começámos a ver indícios Learning, estas conclusões apontam para
dos verdadeiros benefícios empresariais uma rentabilidade futura ainda maior.
Em todos os casos em que o e-Learning que o e-Learning pode trazer, provando Para as que estão presentemente a
foi implementado, este correspondeu ou ser possível uma significativa considerar a implementação do e-
excedeu o impacte esperado. rentabilidade do investimento. Mas o Learning, estas conclusões deverão dar-
mais interessante é a experiência das lhes a confiança de que isso representará
> Para as organizações que haviam organizações dos EUA que já utilizam o um contributo real e positivo para o
implementado o e-Learning para e-Learning há algum tempo. Tipicamente, desempenho da sua empresa. ▲
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estrangeiros
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estrangeiros
Links
Ambientes de Aprendizagem de
Open Source, groupware,
Software de Aprendizagem
Colaborativa Apoiada:
http://fle3.uiah.fi/
Ferramentas de gestão de
cursos:
http://manhattan.sourceforge.net/
http://www.claroline.net/
http://moodle.com/
http://www.ilias.uni-koeln.de/
http://opencourse.net/
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ENTREVISTAS
| O EQUILÍBRIO ENTRE
TECNOLOGIA E PEDAGOGIA
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AAF - António Augusto Fernandes FAC – Fernando Albuquerque Costa FTS - Fernando Teixeira da Silva
Director-Geral da NetForma21 - Grupo Docente na Faculdade de Psicologia e Coordenador do Núcleo de Formação
Vector21; Investigador do CEPCEP – de Ciências da Educação e Desenvolvimento de Carreiras
Universidade Católica Portuguesa Universidade de Lisboa do Grupo BCP
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a no e-Learning
EXISTIRÁ UM MODELO PARA A mostram que os sistemas de formação a suas próprias técnicas de aprendizagem e
CONCEPÇÃO DE CONTEÚDOS PARA distância com maior sucesso não são considerar isso como um conteúdo de
SISTEMAS DE FORMAÇÃO A necessariamente os mais avançados aprendizagem também); c) dar
DISTÂNCIA? tecnologicamente. Pelo contrário, o consistência à informação fornecida ao
AAF - Devemos ter sempre em mente que, sucesso parece estar ligado ao equilíbrio aluno (uma aprendizagem baseada em
em termos pedagógicos, as pessoas ainda entre as componentes tecnológica e recursos implica maior necessidade de
aprendem da mesma forma que há 2500 pedagógica, sem esquecer também as planeamento e antecipação do programa
anos atrás. O que mudou foram os meios componentes institucional e pessoal. Mais de formação no seu todo. Por outro lado,
à nossa disposição, especialmente os de do que estar dependente das últimas a diversificação de meios e materiais de
suporte informático. Temos de encontrar novidades tecnológicas, deve sobretudo comunicação, é uma boa estratégia para
formas que apostar-se na qualidade o enriquecimento de qualquer plano de
aproveitem ao do ensino e da formação).
máximo as O PERIGO DOS aprendizagem. Na FTS - É crucial um estudo prévio muito
potencialidades das «ENLATADOS» sociedade em que hoje rigoroso da população a que se dirige a
TIC na concepção DE CONTEÚDOS vivemos os conteúdos formação, para que esta seja adequada às
dos conteúdos, de A busca de terão de ter um carácter necessidades e competências específicas
modo a que estes conteúdos já multidimensional de cada colaborador. Como no e-Learning
encurtem o visando não apenas a há uma «desmaterialização» do processo,
processo de devidamente aquisição de saberes, ou seja, não há uma interacção presencial,
aprendizagem do «formatados» para soluções de mas também o só existe a possibilidade de uma tutoria
indivíduo. Neste e-Learning poderá configurar desenvolvimento de on-line, o conteúdo tem que ser
plano, a vantagem um risco real de importação competências de construído de uma forma apelativa.
do e-Learning é maciça e massiva de comunicação, da
enorme. Devido à capacidade de aprender QUAIS OS PRINCIPAIS FACTORES A
digitalização do conteúdos, cuja adequação à autonomamente, de CONSIDERAR PARA CONSTRUIR UM
processo, hoje é nossa matriz cultural geral e competências de BOM CONTEÚDO?
possível aplicar on- empresarial não esteja trabalho em equipa, da AAF - Um conteúdo deve ser concebido
line a avaliação assegurada. capacidade de em várias tranches, ou seja, em diversos
psicológica a cada adaptação à mudança. design ou suportes: hipertexto,
formando, personalizando o sistema à Aceitando estas premissas, o trabalho de hipermédia e simulação, por exemplo.
medida de cada um. Por isso, o modelo de produção de materiais deve, entre outros Há que ter em conta que uma grande
formação a distância deverá possibilitar a aspectos, responder aos desafios de: a) parte do e-Learning se dirige a uma
adaptação dos conteúdos ao estilo promover uma aprendizagem activa, população adulta, a qual aprende melhor
preferencial de aprendizagem e à significativa e profunda (em vez de nos com base em elementos que lhe façam
emocionalidade da pessoa. A tarefa centrarmos na elaboração de materiais sentido, como a resolução de tarefas ou
central do sistema de e-Learning é baseados na transferência de informação, de problemas. Por isso, para o indivíduo
quebrar o sentimento de isolamento do é necessário equacionar soluções que incorporar os conceitos, os conteúdos
formando gerado pela distância. Para tal, permitam ser o próprio sujeito a construir deverão ser teórico-práticos e práticos e
é preciso que os conteúdos e o sistema de as suas próprias aprendizagens); b) apresentarem um formato estruturado e
e-formação estejam concebidos de modo desenvolver a independência e autonomia adaptado à tipologia da matéria. Quanto
a que o trabalho individual se integre no do aluno ou formando (por exemplo, ao formato do texto, não há uma
trabalho colectivo desenvolvido on-line. incluir nos materiais mecanismos que fórmula geral ou única. O princípio a
FAC - Diferentes estudos de avaliação permitam que o formando desenvolva as seguir é que os conteúdos deverão ser
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deve ser frequente e ter essencialmente A CONCEPÇÃO DE CONTEÚDOS um web designer com ou sem a ajuda de
uma função de orientação. Os materiais ENVOLVE O CONHECIMENTO DE um programador. Este é o pólo mínimo
devem incluir mecanismos através dos METODOLOGIAS E TÉCNICAS QUE para uma equipa de e-Learning. Mas
quais os alunos possam continuamente IMPLICAM PROFISSIONAIS quando o projecto evolui de escala, como,
verificar o que já aprenderam de forma ESPECIALIZADOS. QUE TIPO DE por exemplo, para uma universidade
a remediarem as lacunas, corrigirem ESPECIALISTAS, E QUE FUNÇÕES, empresarial, é preciso adicionar um
erros, bem como integrarem as novas DEVEM ESTAR ENVOLVIDOS NO responsável técnico por cada área
aprendizagens nas estruturas de PROCESSO DE CONCEPÇÃO DE disciplinar, que centraliza o processo, um
conhecimento pré-existentes (o que CONTEÚDOS? coordenador operacional que gere o
alguns designam de avaliação AAF - Uma equipa deverá possuir um ou produto na sua totalidade, um revisor
alternativa); d) Devem, por outro lado, mais autores que são os especialistas dos linguístico, um gestor da avaliação que
equacionar-se estratégias que conteúdos do curso. O consultor estuda a integridade dos conteúdos a nível
maximizem os conhecimentos e as pedagógico ou pedagogo que assegura a cognitivo e um administrador de rede.
competências dos alunos, como, por adaptação dos conteúdos para o sistema FAC - Da equipa de concepção e
exemplo, a resolução de problemas, o de auto-aprendizagem, os quais depois são realização dos recursos de formação,
estudo de casos, etc.; e) O «embelezados» e inseridos no sistema por devem fazer parte: a) especialistas de
desenvolvimento de competências de cada uma das áreas científicas em apreço
estudo deve também ser uma de forma a assegurar a qualidade
prioridade, dado o grau de CUIDADO científica do conteúdo; b) especialistas
independência que este tipo de COM OS nas tecnologias que, em cada caso, forem
formação requer e a falta de «ALQUIMISTAS» utilizadas, responsáveis pela “usabilidade”
preparação para a regulação de uma DE E-LEARNING! e funcionalidade dos materiais; c)
aprendizagem autónoma; f) A avaliação profissionais da área artística (por
e o refinamento dos próprios materiais Como diria um exemplo um designer) encarregados da
deve ser uma exigência contínua, pois bom alquimista: imagem global e ergonomia cognitiva dos
há que ter a noção de que “o trabalho três gotas de LMS, duas de materiais; d) finalmente, especialistas em
nunca está terminado”. authoring tools, cinco de Ciências da Educação, responsáveis pela
FTS - Além do dinamismo apelativo do tecnologia, uma de falar com arquitectura pedagógica e didáctica dos
conteúdo, um factor crucial a ter em materiais, componente de importância
conta para a sua construção é a o pedagogo e zero gotas de decisiva, como facilmente se percebe, pela
amplitude do universo a ser formado. experiência em ensino a integração e qualidade do produto final.
Os conteúdos não podem ter erros, distância e temos um produto FTS - O desenvolvimento do conteúdo tem
porque caso contrário o processo de de e-Learning pronto para o que ser elaborado por um especialista no
valoração da credibilidade do sistema mercado. A aposta na conhecimento que irá ser transmitido.
de e-Learning é posto em causa pelos Este conteúdo, por sua vez, é trabalhado
formandos. É que numa formação qualidade, na pedagogia, no por uma equipa multidisciplinar, que
presencial, ao ser detectado o erro, o trabalho multidisciplinar, na dependendo da escala, geralmente é
formador pode corrigir no momento formação em técnicas e e- constituída por um pedagogo, um
para os 12 ou 20 formandos em sala. Learning e na investigação, webdesigner, um programador, o gestor
Mas em e-Learning o erro replica-se a são o «único» caminho para o do projecto de formação e um designer
uma escala de 15 ou 20 mil pessoas, instrucional, o qual é um profissional que
por exemplo. É de realçar também que sucesso. Finalmente, o segredo agrega as vertentes da pedagogia e da
a durabilidade dos conteúdos está na equipa. informática. Infelizmente, estes
formativos em e-Learning é maior. profissionais não abundam em Portugal.
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|BOAS PRÁTICAS|
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|BOAS PRÁTICAS|
BOAS PRÁTICAS
| INSTITUTO VIRTUAL | 34
| ORDEM DOS ADVOGADOS | 37
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|BOAS PRÁTICAS|
por Márcio Silva
Coordenador do Instituto Virtual, ISQ – Direcção de Formação
Instituto Virtual
O Instituto Virtual é o Centro de e-Learning e Gestão do Conhecimento do Instituto de
Soldadura e Qualidade. Recorrendo às tecnologias de informação, o Instituto Virtual tem
como objectivo proporcionar acções de formação a distância, procurando elevar e reforçar
as qualificações e competências dos recursos humanos.
A experiência e know-how do Instituto consistiu em duas edições de um Após esta fase de investigação e de
de Soldadura e Qualidade (ISQ) na área Programa de Formação suportado na cursos-piloto, e aproveitando os
da formação profissional e a abertura à Internet para a actualização técnica dos resultados obtidos, no ano de 2000 é
tendência crescente de utilização das formadores das duas instituições. constituído o Instituto Virtual como
Tecnologias de Informação na formação O curso finalizou-se com uma sessão final Centro de e-Learning e de Gestão do
fizeram surgir projectos com de balanço onde grande parte dos Conhecimento do ISQ, tendo como
modalidades formativas a distância formandos salientou a importância da principal missão a valorização dos
desde 1996. internet na formação profissional. O recursos humanos através do reforço e
Assistia-se, na altura, ao aparecimento e sucesso deste projecto levou o ISQ a actualização de competências dos
a uma “explosão” da Internet em apostar nesta área emergente indivíduos, as quais se traduzem em
Portugal. Davam-se ainda os primeiros participando, como coordenador e vantagens competitivas para as empresas.
passos nesta área e identificou-se o parceiro, numa série de iniciativas ligadas
mundo informático como um meio à formação a distância com suporte na Constituição de Equipas
privilegiado para estabelecer novas internet. Destas iniciativas destaca-se o
formas de interacção entre formadores e projecto de formação a distância na área Multidisciplinares
formandos. Em 1996, em parceria com o da Qualidade JIT - Just in Time Training A constituição de uma equipa
Instituto de Emprego e Formação on Quality - no âmbito do Programa multidisciplinar foi fundamental para o
Profissional, o Instituto de Soldadura e Leonardo da Vinci em parceria com várias arranque do projecto. A importância da
Qualidade desenvolve o Projecto instituições europeias que foi considerado intervenção multidisciplinar na concepção,
Modulform - Formação Técnica de como projecto modelo pelo Gestor do desenvolvimento, implementação e
Formadores via Internet. Este projecto Programa. acompanhamento/operacionalização de
acções de formação a distância residiu na
diversidade de valências implicadas no
processo de aprendizagem, nomeadamente
no que se refere aos aspectos tecnológicos,
técnicos e pedagógicos nele envolvidos.
A Metodologia de Formação
A qualidade do processo de aprendizagem
a distância, no ISQ, sempre passou pela
construção de um sistema em que os
aspectos pedagógicos são considerados
prioritários e em que a infra-estrutura
tecnológica é considerada como um meio
de distribuição e não o elemento mais
importante na formação.
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|BOAS PRÁTICAS|
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|BOAS PRÁTICAS|
Manutenção, Gestão Operacional e interempresas e mais 1000 no regime também ao Instituto Virtual. A nossa
Projecto CAD. Na Formação/Consultoria à de formação à medida. experiência mostra-nos que grande
medida os projectos mais relevantes estão O nossos formandos são parte das desistências devem-se ao
ligados à Banca e a grandes Indústrias. maioritariamente licenciados ou facto dos formandos terem
bacharéis, 60% do sexo masculino, dificuldades em gerir o tempo dedicado
Pólos de Formação entre 25 a 45 anos de idade. Quanto ao à formação e por dificuldades em gerir
perfil qualitativo, o formando o processo de auto-aprendizagem.
O acordo estabelecido com várias caracteriza-se por ser independente, O grande desafio colocado aos sistemas
associações locais, permite ao Instituto responsável quanto ao seu próprio de Formação a Distância actualmente
Virtual realizar as sessões presenciais dos processo de aprendizagem, e possui é, inevitavelmente, a construção de
cursos em locais, para além de Oeiras, pouco tempo disponível para cursos soluções que fomentem a
como Porto, Coimbra, Fundão, Sines e presenciais e que impliquem interactividade do formando com o
Portimão, facilitando desta forma o deslocações. Quanto às empresas, o sistema de formação e o motivem a
encontro entre os formandos e a entidade sector de actividade predominante é a ultrapassar o facto de enfrentarem
formadora e evitando os custos associados Banca. mais “sozinhos” o processo de
às deslocações dos formandos. aprendizagem. As novas soluções
Dificuldades passam pela construção de verdadeiras
Perfil dos Formandos comunidades de aprendizagem virtuais
Na Formação a Distância um dos e por sistemas de tutoria organizados
O Instituto Virtual já formou mais de maiores desafios é diminuir a taxa de que forneçam um feedback contínuo
500 formandos em acções de formação abandono, e esse desafio aplica-se aos formandos. ▲
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|BOAS PRÁTICAS|
por Raposo Subtil
Vice-Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados
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|BOAS PRÁTICAS|
Catálogo Biblioteca
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|BOAS PRÁTICAS|
Atendimento
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
INFORMAÇÕES ÚTEIS
| PROGRAMAS COMUNITÁRIOS | 42
| EVENTOS | 44
| PRÉMIOS | 46
| ESTUDOS DE INVESTIGAÇÃO | 47
| DESTAQUES EDITORIAIS | 48
| SITES ÚTEIS | 50
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
Iniciativas Comunitárias
No número inaugural da Revista nov@ Para a afirmação do conceito eLearning, > Sendo que a comunicação é um dos
FORMAÇÃO, ao apresentar a rubrica muito contribuiu o trabalho realizado no elementos fundamentais do processo de
“Iniciativas Comunitárias”, salientava-se a âmbito das actividades de investigação e aprendizagem, como utilizar as
sua vocação informativa, realçando a desenvolvimento tecnológico, possibilidades oferecidas pelas tecnologias
necessidade de tornar mais clara a nomeadamente através do programa de informação e comunicação não só em
articulação entre os vários instrumentos de europeu “Tecnologias para a Sociedade da termos de interactividade entre o professor
intervenção comunitários na área da Informação”. e o aluno, mas também em termos de
educação e formação. Recordar este colaboração entre estudantes?
objectivo revela-se particularmente Programa Tecnologias para > Como integrar no processo de
apropriado no momento em que a Comissão aprendizagem a dimensão exploratória
Europeia, acaba de anunciar o lançamento a Sociedade de Informação resultante da fácil acessibilidade a vastos
do site www.elearningeurope.info. Este No contexto comunitário, o interesse pela recursos informativos, proporcionada pela
novo site, integra-se no plano de acção utilização das tecnologias de informação e Internet? Como explorar mais plenamente
“eLearning – conceber a educação do comunicação na educação e formação as possibilidades de simulação, reprodução
futuro”, e pretende afirmar-se como o remonta ao final da década de 80 (acções e decomposição da realidade, facilitando a
portal temático por excelência sobre as exploratórias do programa DELTA), tendo compreensão de fenómenos físicos e a
actividades europeias no domínio do e- prosseguido com os programas de dedução das leis que regem a natureza?
Learning, abrangendo não só as iniciativas Aplicações Telemáticas que integraram o 3°
da Comissão, mas também os programas e 4° Programas Quadro, e a Task-Force Os projectos financiados no âmbito do
nacionais e outras actividades de âmbito Conjunta para o Multimédia Educativo e, o programa Tecnologias para a Sociedade de
mais restrito levadas a cabo por actual programa Tecnologias para a Informação do 5° Programa Quadro
organizações públicas e privadas. Sociedade da Informação. permitiram avanços significativos na
O plano “eLearning” constitui o pilar Inicialmente as tecnologias de informação e concepção e desenvolvimento de
“educação e formação” da iniciativa comunicação foram encaradas componentes tecnológicos capazes de
“eEurope – Uma sociedade de informação fundamentalmente como um mecanismo satisfazer os requisitos de
para todos” e procura dar resposta à facilitador no processo de difusão de interoperabilidade essenciais para suportar
necessidade de adaptar os sistemas de conteúdos, reproduzindo em grande medida a reutilização de conteúdo educativo. Por
educação e formação aos desafios da o modelo tradicional da sala de aula, outro lado, foram também registados
sociedade do conhecimento, proporcionando um alcance geográfico mais progressos notáveis na compreensão dos
nomeadamente explorando o potencial vasto, com um custo médio por participante processos cognitivos associados à utilização
das tecnologias de comunicação e mais baixo. Entretanto a disponibilidade de das tecnologias de informação e
informação como catalisador deste meios de comunicação mais sofisticados, comunicação e na formulação de modelos
processo de transformação. Tem a permitindo conteúdos interactivos pedagógicos adequados aos principais
característica única de promover as combinando som, imagem e animação, ao grupos de utilizadores: escolas,
sinergias entre várias actividades possibilitar uma maior riqueza e eficácia universidades, profissionais e os cidadãos
comunitárias, entre os quais se incluem os pedagógica, veio suscitar novas questões: em geral. Todavia os progressos observados
programas europeus de cooperação na > Como garantir uma melhor deixam ainda por responder importantes
área da educação e formação (e.g. rentabilização dos meios investidos no questões:
SOCRATES, LEONARDO), as actividades de desenvolvimento de conteúdos educativos e > Qual a influência que o
investigação e desenvolvimento (e.g. nomeadamente como organizar estes desenvolvimento e generalização de
Programas Quadro de Investigação e conteúdos de forma coerente facilitando a tecnologias como a computação ubíqua, a
Desenvolvimento) , com particular sua reutilização? Quais os requisitos realidade aumentada, a presença e
destaque para o programa Tecnologias técnicos e pedagógicos a observar para simulação virtual, podem ter no
para a Sociedade da Informação e os permitir a montagem de cursos a partir de desenvolvimento de novas abordagens
programas eContent e MEDIA, além dos componentes provenientes de diversos pedagógicas e na renovação dos modelos
fundos estruturais. autores? de aprendizagem dominantes?
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comunicação e colaboração no processo chamados projectos integrados e das “redes Objectivos Aplicações das tecnologias de
informação na área da educação e
colectivo de partilha de conhecimento de excelência” que se vêm juntar aos formação
tácito e construção dinâmica de projectos tradicionais. Duração 3-5 anos (dependendo do tipo de
conhecimento explícito? Nos projectos integrados a natureza da projecto)
Destinatários Entidades públicas ou privadas nos
> Qual o contributo da tecnologia para “integração” é muito variável (e.g. por Estados membros da União Europeia e
uma melhor adaptação / personalização do sector de actividades, horizontal - países em processo de adesão
processo aprendizagem ao perfil individual envolvendo várias disciplinas, ou Requisitos Pelo menos 3 participantes de 3 países
de cada utilizador (e.g. ritmo, estilo de abrangendo várias fases do ciclo de distintos da União Europeia ou Estados
Associados (incluindo os países em
aprendizagem, tipo de actividade, investigação e desenvolvimento) todavia processo de adesão)
localização)? De que forma este contributo exige-se a combinação de objectivos Financiamento Cerca de 50% do montante dos custos
se articula com o desenvolvimento de ambiciosos com a capacidade de produzir elegíveis para os projectos integrados e
projectos de investigação específicos.
competências como o trabalho em grupo, resultados concretos durante o período de Para as redes de excelência a
liderança, comunicação interpessoal? vida do projecto. percentagem não pode exceder 25% dos
recursos mobilizados pelo programa
> De que forma pode a tecnologia As redes de excelência são estruturadas em conjunto de actividades.
influenciar o processo de mudança e torno de um programa conjunto de Contactos http://europa.eu.int/comm/research/fp6
reestruturação organizacional dos principais actividades, reunindo organizações que http://www.cordis.lu/ist
actores (e.g. universidades, escolas) detêm já uma posição de liderança em
preparando-os para dar resposta aos termos de investigação e desenvolvimento ■ Por: Carlos Oliveira, Administrador Principal na
desafios da sociedade de informação, em determinada área de conhecimento. Comissão Europeia (Aplicações Multimédia para
nomeadamente a necessidade de Estes novos instrumentos pretendem a Educação e Formação)
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EVENTOS
Durante todo o ano e por todo o mundo multiplicam-se os eventos sobre Formação a Distância
e e-Learning. Seleccionámos, para si, alguns, quer nacionais quer estrangeiros, que nos parecem
mais pertinentes e com um corpo de especialistas e investigadores que muito têm apostado
nesta modalidade formativa. Foi dada prioridade, naturalmente, aos eventos cujo calendário se
relaciona com a data de publicação do presente número da Revista.
De entre os principais pontos a serem abordados destacamos os seguintes: adaptar a formação às necessidades individuais, distribuir formação nos mais variados espaços e
tempos, avaliar as infra-estruturas, os conteúdos e fornecedores de sistemas de gestão da aprendizagem, criar estratégias de marketing para a formação, conhecer os
diferentes LMS’s no mercado, entre outros.
Estando a questão dos campus virtuais na ordem do dia, associados a consórcios entre empresas e universidades, o evento deste ano foca quatro grandes temáticas
relacionadas com a questão em causa: as mudanças metodológicas provocadas com a introdução das TIC no ensino – aprendizagem, com particular enfâse nas mudanças
implicadas ao professor tradicional; a concepção e gestão de conteúdos; o processo de implementação do e-Learning nas empresas; e o estudo de casos e experiências,
realçando o ensino universitário e o ensino coorporativo.
Os moldes de funcionamento do ONLINE EDUCA BARCELONA 2003 para os dias 6 e 7 baseiam-se nas comuns sessões plenárias, sessões paralelas e mesas redondas, sendo a
novidade a sessão prévia no dia 5 de Maio que opera como uma reciclagem de conhecimentos, para que os trabalhos nos dias seguintes sejam mais velozes e facilmente
apreendidos.
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O contacto com as mais recentes tendências relacionadas com a formação/educação, a nível mundial, são possibilitadas através quer da Exposição como pelo programa de
conferências. Na edição de 2003 do WEM conta-se com a presença enquanto keynote speakers de Viviane Reding, membro da Comissão Europeia, e de Carl Dahlman, perito
em Knowledge Economy do World Bank Institute.
Quanto às temáticas a serem abordadas na sessões paralelas, este ano orientam-se para: a qualidade da formação, a concepção de conteúdos para formatos digitais, soluções
inovadoras para países em vias de desenvolvimento, parcerias estratégicas em educação, discussão não técnica sobre standards, construção de comunidades virtuais,
ambientes de aprendizagem para a geração seguinte, as universidades do futuro, entre outras.
Paralelamente às sessões plenárias e simultâneas do congresso, vai também decorrer um grupo de debate designado por Professor's Forum que será o culminar de um debate
alargado ocorrido nas Escolas e Universidades de todos os países que têm membros na IFTDO. Simultaneamente com o Congresso Mundial, realizar-se-á a 9.ª Conferência
Nacional de Formadores, um evento que reúne anualmente os técnicos e profissionais que exercem a sua actividade profissional na área da formação.
Associado ao evento, e durante três dias, estará também disponível uma exposição onde encontrará uma grande variedade de produtos e serviços da área dos Recursos
Humanos e Formação Profissional, essencialmente sobre as seguintes áreas: Gestão dos Recursos Humanos: Formação e Prestação de Serviços, Informática (software e
hardware), Recrutamento e Selecção, Consultoria, Medicina Ocupacional, Seguros, Trabalho Temporário.
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PRÉMIOS
A existência de prémios que reconheçam e validem a qualidade, pertinência, originalidade e
usabilidade de novos produtos e/ou aplicações no âmbito da Formação a Distância e do e-
Learning pode ser um motor para o desenvolvimento de soluções únicas e inovadoras, motivando
cada vez mais os indivíduos e as organizações para esta área.
Como critérios de selecção dos materiais apresentados, o Comité de Avaliação terá em atenção os seguintes: criatividade e inovação na utilização das tecnologias; valor
educativo; estratégia de ensino implícita; qualidade da produção; efectividade na implementação e utilização; e concretização dos objectivos a que se propõe.
EUROPRIX
Designação: EUROPRIX
URL: www.europrix.org
Temática: Multimédia
Promotores: EUROPRIX/ ICNM
Contactos: ICNM
Gyllenstormstrasse 8
5026 Salzburg-Aigen
Austria
Tel: +43 662 630408
Fax: +43 662 459838
e-Mail: office@europrix.org
Resumo: A ideia da atribuição de um prémio que valorize e sistematize os produtos multimédia europeus de qualidade iniciou-se em 1998 com o apoio da Comissão Europeia, da
indústria privada e dos governos de diferentes países da Europa. A EUROPRIX destaca-se pela organização do “Multimédia Contest Award”, tendo nos últimos 5 anos também
promovido uma plataforma para o desenvolvimento de novas empresas multimédia na Europa e de redes de profissionais multimédia, bem como uma estratégia de formação
na área.
Na edição do EUROPRIX 2002, entre um total de 612 candidaturas às diferentes temáticas, quatro produtos multimédia portugueses receberam o selo de qualidade do
EUROPRIX 2002, dois na categoria “Conhecimento, Descoberta e Cultura”, um na categoria “Aprendizagem e e-Educação” e outro na categoria “Primeiros Passos e
Desenvolvimento da Sociedade através da Multimédia”.
Realizou-se no dia 29 de Março, em Cannes, a Gala do EUROPRIX 2002 com a entrega formal dos prémios.
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ESTUDOS
A adopção de novas metodologias de trabalho e a implementação de estratégias de acção
inovadoras, com o recurso às novas tecnologias, representam cada vez mais a viragem necessária
para o desenvolvimento do eixo Educação/Formação/Emprego em Portugal, à semelhança do que
se passa por todo o mundo. Para uma melhor compreensão da situação do e-Learning em
Portugal e para uma definição de estratégias a implementar, tendo em consideração as novas
dinâmicas da oferta e da procura, o INOFOR encomendou para o efeito um estudo mediante
concurso público, cujos primeiros resultados são aqui brevemente apresentados.
Designação do Estudo A evolução do e-Learning em de elevada prioridade para todos aqueles de investigação que comportou análise
Portugal: contexto e que procuram e oferecem formação. O documental, estudos de caso,
perspectivas
Instituto para a Inovação na Formação, questionários e workshops temáticos, para
Palavras-chave e-Learning, Portugal, estudo de como organismo estratégico no apoio a que o levantamento de informação fosse o
investigação
todos aqueles que tocam o eixo mais vasto possível, e assim o resultado
Autor Roberto Carneiro et al (CEPCEP-
UCP, Centro de Estudos dos
educação/formação/emprego, assume um fosse o mais próximo possível da realidade
Povos e Culturas de Expressão especial papel no diagnóstico e portuguesa, cujos contornos reais são
Portuguesa da Universidade prospecção do e-Learning “em” e “para” ainda mal conhecidos.
Católica Portuguesa)
Portugal. Os resultados deste estudo, e
Instituição Promotora INOFOR – Instituto para a
e responsável pela Inovação na Formação No sentido de reflectir as expectativas do particularmente as suas implicações ao
investigação mercado e analisar de forma nível dos mercados, operadores e
antecipatória o comportamento da utilizadores, serão apresentados
A emergência da Sociedade do procura das soluções e-Learning, assim brevemente pelo INOFOR na Colecção
Conhecimento e da Nova Economia tem como perspectivar as tendências e “Formação a Distância e e-Learning”.
vindo a impulsionar a reestruturação e a formas de especialização da oferta, surge Entretanto, vamos despertando o
construção de novos paradigmas para a o presente estudo sobre a evolução do e- interesse do futuro leitor com algumas
Educação, Formação e Aprendizagem ao Learning em Portugal. Ele foi solicitado ideias-chave que emergiram do estudo:
Longo da Vida, com as novas tecnologias pelo INOFOR, como um instituto de (a) importância da construção de uma
da informação e da comunicação a referência no desenvolvimento de novas dinâmica de aprendizagem orientada
desafiarem a concepção e metodologias e ferramentas de apoio ao para o e-Learning; (b) fraca
operacionalização de novas estratégias e desenvolvimento de processos implementação do e-Learning nas PME;
metodologias de ensino-aprendizagem. formativos, a uma equipa de investigação (c) papel estratégico das associações
O e-Learning, entre sucessos e da Universidade Católica Portuguesa, empresariais na definição de soluções e
expectativas, tem, por todo o globo, com o objectivo de realizar um na promoção de uma mudança
cimentado estruturas e visto progredir a levantamento a nível nacional da procura organizacional; (d) orientação
sua consolidação. As orientações da do e-Learning, com especial ênfase na tendencial para soluções de blended
Comissão Europeia vão no sentido de procura empresarial, tendo em vista o learning; (e) notórias falhas de mercado;
adoptar metodologias inovadoras diagnóstico da situação actual e (f) fracos índices de aprendizagem
salientando-se, cada vez mais, o recurso prospectivo do futuro do e-Learning no organizacional; (g) necessidade de
ao e-Learning. nosso país. constituição de um observatório do e-
A inserção desta metodologia no sistema O trabalho de investigação teve a duração Learning em Portugal. ▲
de formação inicial e contínua e a de 9 meses (de Março a Novembro de
avaliação dos seus efeitos, revestem-se 2002) com o recurso a uma metodologia ■ por Filomena Marques | INOFOR
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
DESTAQUES EDITORIAIS
Nesta edição, a nov@FORMAÇÃO apresenta mais duas obras publicadas com referências
pertinentes no domínio da promoção e desenvolvimento de projectos de formação a distância
bem como da concepção de conteúdos para formação online.
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
Estas obras podem ser consultadas no Centro de Recursos em Conhecimento do INOFOR bem
como ser pesquisadas na Base FORMEI – Base de Dados Formação, Educação, Emprego e
Inovação, através de www.inofor.pt ou www.crcvirtual.pt
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
SITES
Continuando com a apresentação criteriosa de sites relacionados com a temática da formação a “M
distância e e-Learning, nesta edição vamos destacar alguns sites relacionados com a temática pe
eLEARNING EUROPE
Designação: eLearning Europe
URL: www.elearningeuropa.info
Temática: e-Learning na Europa
Autores: Comissão Europeia/ Unidade Multimédia da Direcção Geral de Educação e Cultura
Data de Actualização:
2003
Data da Pesquisa: Fevereiro 2003
Resumo: No decorrer das actividades do LEARNTEC, a comissária para a Educação e Cultura da Comissão
Europeia lançou no dia 4 de Fevereiro um portal de e-Learning, multilingue, que facilitará o acesso à
informação por todos aqueles que se interessem pelo uso de tecnologias multimédia e de Internet ao
serviço da educação, formação e aprendizagem permanente na Europa.
O portal elearningeuropa.info é uma iniciativa da Comissão Europeia e faz parte integrante do Plano de
Acção eLearning, que é administrado pela Unidade Multimedia da Direcção Geral de Educação e
Cultura. Um dos principais objectivos do portal é estimular a cooperação e o intercâmbio entre todos os
que trabalham neste âmbito, oferecendo-lhes diversos serviços e recursos.
Destinado a um público alargado, este espaço está aberto a todos os actores e comunidades implicados
na temática e interessados em conhecerem e partilharem experiências, divulgarem projectos e
debaterem ideias.
Com uma estrutura clara, Aprender com Tecnologias apresenta no menu de conteúdos diferentes
secções, sendo que o acesso livre a todas as áreas depende de um breve registo de utilizador. A
informação disponibilizada é variada, podendo-se encontrar artigos e publicações online, ferramentas
gratuitas de concepção de conteúdos, entre outros dados, com uma actualização praticamente diária.
Se quiser partilhar ideias ou colocar questões pode fazê-lo através de mensagens instantâneas ou
marcar uma hora com o autor do site para uma troca de ideias no chat.
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|INFORMAÇÕES ÚTEIS|
Acedendo a este espaço virtual, o utilizador tem acesso (i) a informações sobre o Masie Centre, recursos
humanos, história, serviços; (ii) a materiais disponíveis on-line sob a forma de apresentações, relatórios,
propostas de intervenção, artigos; e, (iii) a espaços colaborativos, quer de acesso livre quer restrito a
membros ou a uma inscrição prévia, como o Consórcio de e-Learning, o Tech Learn 2002 ou o e-
Learning Experience (um seminário em blended learning sobre blended learning).
O Masie Center apresenta-se como um recurso potente ao acesso a práticas e tendências mundiais na
área do e-Learning e do blended learning, a white papers sobre a temática e ao contacto com alguns
dos mais experientes especialistas na área.
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
DIRECTÓRIO DE CURSOS
Apesar do mercado português da formação a distância e do e-Learning evidenciar as fragilidades e
oportunidades de um mercado emergente, muitas têm sido as iniciativas promovidas, quer públicas quer
privadas, de oferta formativa que evidenciam uma crescente aposta nesta modalidade de formação.
Listadas estão as 34 entidades acreditadas pelo INOFOR que até à data da publicação desta Edição da
nov@FORMAÇÃO obtiveram uma validação específica nas suas práticas de formação a distância.
Nesta edição apresentamos mais 9 cursos de diversas temáticas e promovidos sob a metodologia de
formação a distância e e-Learning. A qualidade das intervenções, dos currículos e das próprias informações
aqui disponibilizadas são da inteira responsabilidade das respectivas organizações.
Academia Global, S.A Fundação Bissaya Barreto Portugal Telecom Inovação, S.A.
Rua Tomás da Fonseca, Torre A, 11º-C Quinta dos Plátanos Bencanta R. Eng.º José Ferreira Pinto Basto
1649-032 Lisboa 3040-039 Coimbra 3810 Aveiro
Associação Empresarial de Portugal Global Change - Consultores Internacionais Rumos – Formação e Comunicação, S.A.
Av. da Boavista, 2671 Associados, Lda Campo Grande, 56
4100 Porto Edificio Luxor Plaza 1700 Lisboa
Associação Industrial do Minho Av. da República, Nº 101, 3 D RTF – Rede Tecnológica de Formação, LDA
Av. Dr. Francisco Pires Gonçalves, Nº45 1050 – 190 Lisboa Avenida de Paris, Nº 24
Apartado 99 Idea Factory - Serviços de Apoio às Empresas 1000 Lisboa
4701 Braga Codex Unipessoal, Lda Saf - Sistemas Avançados de Formação, S.A.
Cesae - Centro de Serviços e Apoio às Empresas Rua Gabriel Pereira de Castro, Nº 81 Avª Engº Duarte Pacheco, nº 15 F
R. Ciríaco Cardoso, 186 4700 – 385 Braga 1099 – 078 Lisboa
4150 – 212 Porto Ifea - Instituto de Formação Empresarial Avançada Significado - Consultoria, Formação e Informática,
CNS - Companhia Nacional de Serviços, S.A. Rua do Quelhas, 6 Lda
R. Cidade de Rabat, 29 B 1200 – 781 Lisboa Rua Nau Catrineta, Lote 31005, 1º Esq.
1500 Lisboa Instituto de Investigação para o Desenvolvimento, 1990 Lisboa
Companhia Própria - Formação e Consultoria, Lda Cooperação e Formação Bento de Jesus Caraça SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação -
Av. do Brasil, Nº1 - 2º Andar R. Vitor Cordon, 1 Consultadoria Empresarial e Fomento da Inovação,
1749 – 008 Lisboa 1294 – 102 Lisboa Sa
Compenditur - Estudos e Formação em Hotelaria e Instituto de Formação Bancária - Associação Edifio “Les Palaces”
Turismo Unipessoal, Lda Portuguesa de Bancos Rua Júlio Dinis, 242 - 2º - 208
Rua Campo das Parretas, 1 Sc Av. 5 de Outubro, 164 4050 – 318 Porto
4700 – 418 Braga 1069 – 198 Lisboa Talentus - Associação Nacional de Formadores e
Conclusão - Estudos e Formação, Lda ISQ - Instituto de Soldadura e Qualidade Técnicos de Formação
R. Manuel Madeira - Edifício Delta, 2ºDto Av. Professor Dr. Cavaco Silva, 33 R. Antero de Quental, 265 Sl 1005
3020 Coimbra Oeiras 3000 Coimbra
Depsi - Desenvolvimento de Projectos e Serviços 2781 – 951 Oeiras Tecminho - Associação Universidade - Empresa
de Informática, Lda. ISSS – Instituto de Solidariedade e Segurança para o Desenvolvimento
Campo Grande, Nº 35 - 11º A Social Universidade do Minho
1700 – 087 Lisboa Rua Rosa Araújo, nº 43 Campus de Azurém
Edicad - Computação Gráfica e Imagem, Lda 1250-194 Lisboa 4800-058 Guimarães
Rua Manuel Madeira - Edifício Delta, 2º Esq. Ita - Instituto de Tecnologias Avançadas para a Tecnoforma - Serviços e Comércio Internacionais,
Pedrulha Formação, Lda S.A.
3020 – 303 Coimbra Av. Eng. Arantes Oliveira,3 R/C A R. Torcato José Clavine, 13 Piso 1
Edições de Ensino a Distância - Centro de Estudos 1900 Lisboa 2800 – 592 Almada
CEAC MRH - Mudança e Recursos Humanos, S.A. UNAVE – Associação para a Formação Profissional
Edifício Elospark II, Escritório 2 Rua Luis L, Nº 12, 2º e Investigação da Universidade de Aveiro
2739 – 505 Cacém 1200 Lisboa Campus Universitário de Santiago
Estrela Digital - Comércio e Serviços Electrónicos, Nova Etapa - Consultores em Gestão e Recursos 3810 Aveiro
Lda Humanos, Lda Universal English - Centro de Estudos de Inglês, Lda
Av 1º de Maio, Edifício Cryna - 1º Esq. Rua da Tobis Portuguesa, Lote 10 - 1º, Escritório 5 Rua Humberto Madeira, 2 - 1º
6270 – 479 Seia 1750 – 292 Lisboa 2745 – 663 Barcarena
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|DIRECTÓRIO DE CURSOS|
Instituição: Academia Global Objectivos Gerais: No final da aprendizagem os formandos Área Temática: Infocomunicações
Designação do Curso: e-Formadores deverão ter conhecimentos gerais sobre as Destinatários: Todos os que pretendem saber o que é
Área Temática: Formação Contínua de Formadores tecnologias da informação e comunicação, realmente a Internet, saber tirar o melhor
Destinatários: Formadores e/ou Professores sistemas e redes de informação, bem como partido dela, profissionalmente e
Duração: — um domínio na utilização do Office e de pessoalmente, e acompanhar a sua evolução.
Objectivos Gerais: No final deste curso, os formandos deverão navegação na Internet. Duração: A duração efectiva do curso é de 36 horas
estar aptos a estruturar, gerir e produzir Tipo de Certificação: Certificados de frequência e aproveitamento (inclui sessões presenciais, auto-formação,
cursos recorrendo às novas tecnologias de URL: www.depsi.pt sessões de IRC, trabalhos intermédios,
informação e comunicação. Contactos: Campo Grande, 35, 11ºA fórum).
Tipo de Certificação: Certificado Final de Aproveitamento 1700 – 087 Lisboa Objectivos Gerais: Compreender a Internet; Conhecer o 'estado
URL: www.academiaglobal.com Tel: + 351 21 795 92 30/36 da arte' da Internet; Aprender os diferentes
Contactos: Rua Tomás da Fonseca, Torre A, 11º-C Fax: + 351 21 795 92 44 tipos de acesso à Internet; Utilizar os serviços
1649-032 Lisboa E-mail Geral: info@depsi.pt Internet. Construir e colocar uma página
Telefone: (+351) 21 094 97 60 Consultoria: info.consultoria@depsi.pt pessoal na Web.
Fax: (+351) 21 094 97 71 Produtos: info.trillium@depsi.pt Tipo de Certificação: Certificado de frequência e aproveitamento
e-Mail: geral@academiaglobal.com Formação: info.wit@depsi.pt URL: http://www.formare.pt/ptin
Internet: info@netefeito.com http://www.ptinovacao.pt/formacao
Instituição: Companhia Própria Contactos: Promoção e Difusão do Conhecimento
Designação do Curso: M- Commerce Instituição: Fundação Bissaya-Barreto Eng. José Ferreira Pinto Basto
Área Temática: M-Commerce CEF- Centro de Estudos e Formação 3810 Aveiro
Destinatários: Profissionais e estudantes com interesse em Designação do Curso: Plano Oficial de Contabilidade para a Tel: + 351 234 403 474
desenvolver conhecimentos na área. Educação – POC-E. Fax: + 351 234 383 369
Duração: 30 dias Área Temática: Contabilidade E-mail Geral: formacao@ptinovacao.pt
Objectivos Gerais: No final da formação, os participantes devem Destinatários: Funcionários administrativos das escolas da
estar aptos a identificar as formas de m- Região Centro, que trabalham no serviço de Instituição: Talentus
commerce possíveis no presente e num futuro contabilidade. Designação do Curso: Formação de Formadores em e-learning
próximo, bem como as tecnologias Duração: Período lectivo: 6 de Novembro a 4 de Área Temática: Formação Continua de Formadores
subjacentes. Dezembro (6 módulos; Tutoria on-line com Destinatários: Formadores
Tipo de Certificação: Certificado de Aproveitamento três sessões presenciais) Duração: 60 Horas
URL: http://aulas.companhiapropria.pt Objectivos Gerais: Criar e desenvolver capacidades dos Objectivos Gerais: Dotar os participantes de conhecimentos
Contactos: Av. Do Brasil, Nº1 - 2º Andar formandos em contabilidade, para aumento técnicos e pedagógicos que lhes permita
1749 – 008 Lisboa da sua produtividade desenvolver as funções de formadores em
Tel.: 217923811 Tipo de Certificação: Certificado de frequência regime de e-Learning; - Permitir a
fax: 217923701 URL: www.fbb.pt renovação do Certificado de Aptidão
Luís Martins Contactos: Quinta dos Plátanos Bencanta Profissional (CAP).
lbravo@companhiapropria.pt 3040 - 039 COIMBRA Tipo de Certificação: Certificado de aproveitamento ou
Tel.: 239 800 490 declaração de frequência caso não seja
Instituição: Compenditur - Estudos e Formação em Fax: 239 800 495 obtido pelo participante uma avaliação
Hotelaria e Turismo Unipessoal, lda E-mail: cef@fbb.pt global positiva.
Designação do Curso: Barman URL: http://www.talentus.pt
Área Temática: Hotelaria e Restauração Instituição: MRH – Mudança e Recursos Humanos S.A. Contactos: R. Antero de Quental, 265 Sl 1005
Destinatários: Activos – Grupo EDP 3000 Coimbra
Duração: 200 Horas Designação do Curso: Formação de Agentes de Condução de Redes Tel: 239 837981
Objectivos Gerais: Desenvolvimento de competências da EDP Distribuição - Módulo I Electricidade Fax: 239 841873
profissionais de Barman; Básica e-mail: sede@talentus.pt
Domínio de conhecimentos relacionados com Área Temática: Electricidade e Energia
a gestão de um Bar. Destinatários: Profissionais da área da Electricidade em Instituição: Universal English – Centro de Estudos de
Tipo de Certificação: Certificado de Aproveitamento início de carreira e/ou com necessidade de Inglês, Lda
URL: www.formatur.net reciclagem com vista a uma especialização Designação do Curso: Headway English Course – Inglês Master
Contactos: Rua Campo das Parretas, 1 Sc Duração: 30 horas Área Temática: Inglês, nível 3
4700 – 418 Braga Objectivos Gerais: No final da formação os participantes deverão Destinatários: Adultos e Jovens adultos interessados em
Ilda Alonso (Responsável da Formação à ser capazes de: aprender ou ampliar os seus conhecimentos
Distância) ildaalonso@msn.com > aplicar as Leis Gerais da Electricidade aos do idioma inglês, com interesses profissionais
Lígia Ralha (Directora do Departamento de fenómenos que ocorrem nas Redes de ou pessoais.
Formação) compenditur.lcr@bragatel.pt Distribuição de Energia Eléctrica; Duração: Cerca de 32 meses
> calcular os parâmetros de circuitos Objectivos Gerais: Domínio Intermédio da língua inglesa em
Instituição: Depsi – desenvolvimento de projectos e simples de corrente alternada. situações quotidianas.
serviços de informática, Lda Tipo de Certificação: Certificado de Aproveitamento Tipo de Certificação: Certificação de frequência e aproveitamento
Designação do Curso: Wit para ECDL 2000 URL: — em Inglês do nível 1 (no final do 2º módulo)
Área Temática: Microinformática Contactos: Rua D. Luis I, nº 12, 2º Certificação de frequência e aproveitamento
Destinatários: Quadros de empresas com necessidades de 1200 – 151 Lisboa em inglês do nível 3 (no final do 4º módulo)
formação em microinformática; Empresas que Tel.: 21 002 22 00 URL: www.universal-english.com
pretendam proporcionar, aos seus quadros, Fax.: 21 002 22 05 Contactos: R Humberto Madeira, nº 2 – 1º
preparação para a obtenção da certificação e-mail: mrh@edp.pt 2745-663 Barcarena
ECDL. Telef: 214344780
Duração: 40 a 60 horas (2 presenciais, restantes à Instituição: PT Inovação, SA Fax: 214357095
distância) Designação do Curso: Serviços Internet I e-mail: universal@universal-english.com
55 | nov@FORMAÇÃO
56/64 30.11.04 12:19 Page 56
56 | nov@FORMAÇÃO
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GUIA DE FORMAÇÃO
A DISTÂNCIA | FAQ | 58
| IDEIAS E SUGESTÕES | 60
| GLOSSÁRIO | 62
| OPINIÃO DO LEITOR | 64
57 | nov@FORMAÇÃO
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FAQ
competências de programação. Estas metodologia pedagógica de exploração
O QUE SÃO ferramentas têm vindo a tornar-se muito desse conteúdo. As ferramentas de autor
mais “user friendly” mas continuam a ser mais fáceis de utilizar permitem menos
FERRAMENTAS DE AUTOR softwares que têm uma curva de criatividade pedagógica e a produção de
aprendizagem superior a uma aplicação de conteúdos menos complexos. Por outro
(AUTHORING TOOLS)? processamento de texto ou de lado, existem ferramentas específicas para
apresentações. No entanto, são uma conteúdos de formação generalistas, para
A expressão ferramenta de autor pode componente fundamental do kit de simulações de aplicações informáticas e
parecer, à primeira vista, relacionada com ferramentas de uma equipa de produção para a produção de avaliações, entre
um software específico de processamento de conteúdos para e-Learning porque outras. Quando pretendemos o
de texto destinado a escritores. Na optimizam o processo de desenvolvimento desenvolvimento de conteúdos mais
verdade, estes softwares são a ferramenta ao nível da concepção e da produção. complexos e dar liberdade à criatividade
de trabalho que permite aos formadores e pedagógica dos conceptores é necessário
conceptores de recursos didáticos a recorrer a ferramentas de autor que
integração de diferentes componentes de COMO ESCOLHER AS exigem competências de programação, e
media, criando conteúdos pedagógicos por essa razão menos acessíveis ao
digitais interactivos. Trabalham com base FERRAMENTAS DE AUTOR formador, como é o caso do Flash da
no conceito de objectos de aprendizagem Macromedia. É necessário ter também em
(“pedaços de conteúdo”) que podem ser MAIS ADEQUADAS? conta que o desenvolvimento de
combinados de diferentes formas, conteúdos com recurso a algumas
permitindo a criação de diferentes A escolha de uma ferramenta de autor ferramentas obriga à instalação de uma
percursos formativos a partir dos mesmos está essencialmente relacionada com a aplicação relativamente pesada no
objectos. Funcionam como ferramentas complexidade do conteúdo ou da browser do utilizador (formando).
de criação de conteúdos para e-Learning.
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> Authorware 5, Director, Flash 5/MX, > EasyProf da Itaca > RapidBuilder da Xstream Software
Dreamweaver da Macromedia www.easyprof.com www.xstreamsoftware.com
www.macromedia.com
> QS.author da QS.media > WizTIM da Wizart
> Toolbook II da Click2Learn www.qsauthor.com www.wizart.com
www.click2learn.com
59 | nov@FORMAÇÃO
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IDEIAS E SUGESTÕES
Concepção de conteúdos para e-Learning
O processo de concepção pedagógica de
conteúdos é baseado no conceito de ISD –
Instructional System Design, que inclui as
seguintes fases:
> Análise
> Desenho
> Desenvolvimento
> Implementação
> Avaliação
60 | nov@FORMAÇÃO
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FASE DESCRIÇÃO
ANÁLISE Esta primeira fase do ciclo de vida está associada à recolha de informação e a
posterior planificação do projecto. A análise deve ter em consideração as
necessidades do cliente, dos utilizadores finais (formandos) e os constrangimentos
técnicos.
61 | nov@FORMAÇÃO
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GLOSSÁRIO
Tendo em atenção a temática seleccionada para esta edição, apresentamos mais um conjunto de termos
vulgarmente utilizados no âmbito da Formação a Distância e e-Learning cujas especificações e contornos
convém conhecer para uma mais fácil compreensão das virtualidades e especificações desta modalidade
formativa.
Modelo Misto de Aprendizagem mercado, adequadas a diferentes tipos de todo o processo de utilização de
M (Blended learning) produtos. Entre as mais conhecidas conhecimento nas cadeias de valor e bem
referem-se o Director, o Toolbook, e o assim a geração/disseminação de novos
Estratégia de formação que combina Coursebuilder, embora para qualquer uma saberes organizacionais, de natureza
situações de puro e-Learning com destas seja necessário uma formação tácita ou codificada.
momentos de formação presencial. O prévia para a sua utilização adequada.
planeamento da formação é feito de tal Por outro lado, com a facilidade de Hipertexto
modo que reserva para as situações integração de softwares, produtos como o H (Hypertext)
presenciais os momentos de aprendizagem Word ou PowerPoint apresentam
que são mais dificilmente adquiridos via funcionalidades de produção de materiais Forma de disponibilização da informação
e-Learning. Possibilita-se, assim, que para colocação on-line, automaticamente que, no seu interior, apresenta ligações
quase todo o tipo de conteúdos e transformados em linguagem HTML, mais para outra informação relacionada. Esta
qualificações possam ser adquiridos adequada para utilização em páginas última encontra-se normalmente em
através de formação a distância. Web. página ou documento diferente.
Em termos mais clássicos encontra-se, na O hipertexto representa uma abordagem
literatura de ensino a distância, como Gestão do Conhecimento não linear dos documentos, podendo o
equivalente a blended learning (também G (Knowledge Management) utilizador fazer a exploração (navegação)
chamado b-Learning), o termo “mixed do mesmo pelas vias que tiver
mode”, como um dos regimes possíveis de A Gestão do Conhecimento é uma necessidade ou tiver curiosidade.
utilização do ensino a distância. O termo estratégia que transforma bens Durante bastante tempo os dicionários e
é claro quanto à “mistura” de duas intelectuais da organização em maior enciclopédias foram o paradigma do
estratégias de formação num único produtividade, novos valores e aumento hipertexto, estando estes documentos
projecto formativo (formação a distância e de competitividade, podendo ser definida acessíveis em formato CD-ROM. Hoje em
formação em presença). enquanto processo sistemático de recolha, dia a sua utilização encontra-se bastante
selecção, organização, análise e disseminada nas páginas Web, na
Ferramentas de Autor apresentação da informação de forma a Internet. De facto, já não existem
F (Authoring Tools) melhorar a compreensão de uma páginas Web que não contenham
determinada área de interesse. ligações (links) internos e ligações para
Software de concepção de materiais Através desta visão, baseada no páginas externas correlacionadas.
multimédia que utilizam a metáfora do conhecimento dos processos da A produção de materiais em hipertexto
livro ou de organigramas para a criação organização, podemos acelerar o requer uma organização cuidada e por
de livros electrónicos. processamento de novas informações, vezes suportada em softwares
Apareceram com o fim de facilitar a recorrendo às tecnologias de específicos.
produção de materiais multimédia, comunicação, de forma criativa e Se a informação for exclusivamente em
permitindo que os autores se tornassem inovadora, afectando a competência da formato texto, estamos no domínio do
eles próprios construtores dos seus organização e sua sobrevivência em um hipertexto. Se a informação se apresentar
materiais. crescente de imprevisibilidade. em outros discursos – vídeo ou áudio –
Existem inúmeras ferramentas de autor no A Gestão do Conhecimento compreende estamos no domínio do hipermédia.
62 | nov@FORMAÇÃO
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Escola Virtual forma que se crê decisiva, para uma líquidos (benefícios) duma actividade
E (Virtual Classroom) expansão sustentada dos sistemas de económica específica.
formação a distância. Em educação e formação a abordagem ao
A sala de aula virtual pode definir-se de Existem muitos modelos de Escolas ROI significa tão só a relação entre os
forma simplista como um “espaço” on-line Virtuais (também designadas por Centro custos da formação e a evidência no posto
onde estudantes e professores interagem Virtual de Formação, Espaço Virtual de de trabalho das competências geradas
entre si, promovendo aprendizagens. Formação, Instituto Virtual, Universidade pelas novas qualificações. Daqui se pode
Normalmente associada ao conceito de Virtual, entre outros), e quase todos eles inferir a extrema dificuldade do cálculo do
“Escola Virtual”, está o de sítio de acesso tentam copiar o modelo do ensino ROI. Os custos são relativamente fáceis de
reservado, colocado num servidor acessível presencial. Assim, nestes espaços virtuais determinar enquanto os benefícios do
por Internet ou intranet, e que existem conteúdos, discussões temáticas, investimento - visíveis por vezes apenas a
disponibiliza aos seus utilizadores serviços momentos de avaliação, mediatecas com médio prazo – são de quantificação
relacionados com formação e educação. materiais de consulta adicional, serviço de bastante difícil.
Estes espaços formativos suportam-se em correio privado e locais administrativos de Enquanto que, para o indivíduo, o cálculo
poderosas plataformas tecnológicas de gestão escolar. do ROI visará correlacionar o investimento
gestão de informação, capazes de facilitar marginal em capital humano com o
um vasto leque de actividades no âmbito ROI – Retorno do Investimento acréscimo induzido no fluxo pessoal de
da formação. R (Return on Investment) rendimentos, para a organização o
Os Learning Management Systems investimento marginal em formação terá
(Sistemas de Gestão da Aprendizagem), de Conceptualmente, o ROI pode ser expresso de ser comparado com os correspondentes
um modo geral, proporcionam esses em termos simplistas, como a relação incrementos de produção e de
ambientes e vieram contribuir de uma entre os investimentos e os resultados produtividades marginais. ▲
63 | nov@FORMAÇÃO
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|OPINIÃO DO LEITOR|
OPINIÃO DO LEITOR
Adelaide Franco conhecimento a que somos todos sujeitos e atingidos em benefício de todos. A
Directora-Geral da para a combater sempre utilizei, e estimulei competência e a experiência das pessoas que
Academia Global outros a utilizar, a formação ao longo da vida. constituem a equipa editorial e a qualidade
O ensino/aprendizagem à distância é pois um deste primeiro número são garantia desta
e-Learning: o mais difícil é conceito que aprecio fortemente.Os exemplos minha convicção.
... decidir aprender de sucesso que encontrei, todos eles, O IFB orgulha-se de “ter tido razão antes do
Numa época em que o equilibravam ensino presencial e à distância, tempo”. Desde 1983 que investimos e
tempo de vida útil dos assentavam primordialmente na reputação da investigamos nesta temática e, por isso,
conhecimentos é cada vez menor, resta às entidade educadora responsável pelos afirmamo-nos, como uma Escola de Ensino a
empresas e às pessoas que as compõem, conteúdos, eram extraordinariamente Distância. Desenvolvemos projectos muito
adoptar uma nova postura face à necessidade exigentes em competências de “instructional diversificados, “exportámos” know-how para o
de aprender continuamente. O e-Learning design”, reconheciam a web como uma Leste Europeu e África e os nossos Cursos de
desempenha, neste contexto, um papel plataforma eficaz e eficiente de distribuição Formação a Distância ajudam, todos os anos,
essencial, como meio privilegiado e facilitador mas adoptavam tecnologias múltiplas, e milhares de pessoas a vencer na profissão que
dessa nova atitude. Pela novidade do conceito adequadas, para a construção de conteúdos e, escolheram ou a conseguirem um grau
e de metodologia de formação, muitas são as por fim, utilizavam predominantemente académico.
críticas e as resistências que se levantam metodologias assíncronas. Estamos, por isso, inteiramente disponíveis
baseadas, normalmente, numa deficiente Uma palavra final de apoio ao projecto que para dar o nosso contributo e apoiar iniciativas
informação. O INOFOR soube, através desta agora iniciam! O mérito da iniciativa e o que, como esta, são como que uma “pedra de
iniciativa, dar um importante contributo para desafio que coloca merecem, desde já, um toque” no desenvolvimento da formação a
ultrapassar estas barreiras, promovendo ao “Parabéns” antecipado. distância em Portugal. Os nossos parabéns e
mesmo tempo o conhecimento e a uma longa vida para a nov@FORMAÇÃO.
competitividade. Manuel Ferreira
Director-Geral Adjunto do Pedro Taborda
João Silveira Lobo Instituto de Formação Coordenador Gab.
Presidente do Conselho de Bancária Planeamento e Informação
Administração de Gestão de RH - Caixa
da Agência de Inovação A nov@FORMAÇÃO é uma Geral de Depósitos
iniciativa oportuna e
Vaclav Havel disse um dia necessária. Dos diversos aspectos
que “É o poder das nossas A revista é oportuna porque aparece num positivos do lançamento da
ideias e a qualidade do momento em que se fala muito de formação a nov@FORMAÇÃO, destaco o facto de vir criar
nosso humanismo que definem o progresso – e distância e de e-learning e, de alguma forma, a um ponto de contacto único e de excelência
não a tecnologia”. Comecei por recordar, para confusão está instalada. entre os muitos que se têm vindo a dedicar ao
mim mesmo, as palavras deste homem de A iniciativa é necessária porque, quem ensino a distância, nomeadamente às suas
acção e cultura antes de folhear o primeiro acompanha de perto estes temas, tem expressões mais recentes (e-Learning), e
número da nov@FORMAÇÃO. Felizmente, ao consciência da sua dimensão estratégica e é promover:
ler o conteúdo e o propósito editorial desta capaz de avaliar o impacto que a inovação
iniciativa do INOFOR revi-me na abordagem em educação e formação profissional podem > a partilha de experiências,
que é proposta e no desejo de criar, e ter na qualificação das pessoas. Ora este é, > a criação sinergias,
encontrar, um espaço de reflexão, mobilizador como todos afirmam, o maior desafio do > o estabelecimento de parcerias,
de acção, sério e de elevada qualidade. Tanto nosso país.
mais que o tema é complexo, recente e Afirma o INOFOR, no número zero da sendo provável que da leitura dos seus
desafiador, características que potenciam a nov@FORMAÇÃO, que a mesma, entre outros primeiros números, tomaremos rapidamente
“embriaguez” da adopção repentina, com objectivos, se propõe a sistematizar e divulgar consciência que esta forma de ensino e
custos evidentes de correcção posterior. produtos, reflexões, preocupações e sonhos... aprendizagem tem afinal, entre nós, boas
No decurso da minha vida profissional sempre Nada, a meu ver mais necessário entre nós. raízes para crescer e tornar-se numa das
me preocupou a obsolescência de Não tenho dúvida que estes objectivos serão vantagens competitivas da nossa economia.
64 | nov@FORMAÇÃO
Revista Semestral sobre a Formação a Distância & e-Learning Novembro 2003 Ano 2 Preço 3€ Nº2
O e-Learning inofor
Instituto para a inovação
e a gestão do conhecimento
na formação
N
o presente número da Revista Nov@Formação, intitulado “o e-Learning e a Gestão do Conhecimento”, os leitores encontrarão um
conjunto de artigos onde são levantadas questões como, a capacidade e a validade dos sistemas de gestão da aprendizagem no
desenvolvimento da formação profissional, e, por outro lado, o impacto da construção de comunidades, redes e ambientes
colaborativos na formação ao longo da vida.
Estes sistemas e comunidades, enquanto geradores de novos espaços de aprendizagem, podem conduzir a uma mudança do próprio
paradigma societal que importa ser reflectida, compreendida, gerida e monitorizada. Eis, então, um pequeno resumo de alguns dos
artigos que propomos nesta edição:
Nota de abertura
A evolução recente do sistema económico, em grande parte decorrente do impacto
da introdução das novas tecnologias, fez emergir a necessidade de criação
de novas categorias conceptuais capazes de identificar as novas realidades
emergentes.
Título>> Nov@Formação
Conselho Editorial>>
Arnaldo Santos, Carina Baptista,
12 Artigos
Horácio Covita, José Frias Gomes,
José Lagarto, Mário Figueira, Artigos Nacionais
Teresa Paixão Nova Formação, Nova Aprendizagem e Conhecimento
Redacção>>
A Tecnologia ao Serviço da Gestão do Conhecimento
Ana Cotrim, Filomena Marques Artigos Estrangeiros
Será que as Organizações também Aprendem?
Colaboraram neste número>>
Ana Margarida Santos,
Arnaldo Santos, Carina Baptista,
Carlos Oliveira, Elisabete Pereira,
Fernando Ramos, Ferreira da Silva, 24 Entrevistas
Filomena Marques, Francisco Burnay,
Horácio Covita, Jorge Gomes, M. Rosenberg: Aprender não se Resume à Formação
José Lagarto, Leif Edvinsson, P. Stacey: O e-Learning Interactivo é o Futuro
Marc Rosenberg, Mário Figueira,
Paul Stacey, Roberto Carneiro,
Rogério Carapuça, Ruben Eiras
Apoio Administrativo>>
Carla Guedes, Marina Carvalho
32 Boas práticas
Mestrado Multimédia - Universidade de Aveiro
Fotografia>> ????
Centro Naval de Ensino a Distância - CNED
Capa e Concepção Gráfica>>
Multilogo
Editorial
O tema central desta edição da Nov@Formação visa essencialmente reflectir
sobre o e-Learning na sua vertente geradora de conhecimento e como deverão
os indivíduos e as organizações geri-lo, de modo a tornarem-se mais competitivos,
mais inovadores e impulsionadores de uma maior riqueza. Surge,
assim, a designação “O e-Learning e a Gestão do Conhecimento” para o n.º2
da revista.
Para que este novo ciclo de vida se concretize com sucesso é necessário trabalhar
em cooperação e com uma elevada dose de dedicação - uma receita a que afinal
estão habituados os colaboradores de sempre mas também um apoio constante
e prolífico dos assinantes e leitores da Nov@Formação no desenvolvimento
de um instrumento elaborado com todos e para todos.
Jorge Gomes,
Ana Margarida Santos,
Elisabete Pereira
e Francisco Burnay
R
ecuando a 2001, o INOFOR
as empresas a contextos organizacio-
organizou a iniciativa “Cami-
nais cada vez mais exigentes. Actualmente, a RIO está estruturada em
nhos Para a Inovação”, assente
No final das visitas, alguns dos empre- quatro Comunidades de Práticas (CoP).
numa prática de benchmarking que
sários manifestaram junto do INOFOR
possibilitou a empresários e dirigentes
a preocupação em adaptar e imple-
portugueses visitarem empresas na
mentar algumas das práticas obser-
Dinamarca e na República da Irlanda.
vadas. Desde então, o INOFOR, pro- Objectivos
Esta iniciativa tinha como objectivo
curou responder às necessidades ma- A RIO - Rede de Inovação Organiza-
gerar uma mudança de atitudes e
nifestadas pelos empresários, nascen- cional é uma iniciativa dinamizada
comportamentos nos empresários
pelo INOFOR.
O seu objectivo é desenvolver práticas
de cooperação entre empresários na-
cionais, focalizadas no domínio, en-
tendido como a área de interesse par-
tilhada, da inovação organizacional e
gestão de recursos humanos.
Os empresários, através das reuniões
de trabalho, reflectem sobre temas,
como por exemplo, gestão, estruturas
organizacionais, liderança, motivação,
Reunião Temática Reunião Temática Especializada
(
in
ofor
Nº07
Empresas
Participam com o objectivo de en-
contrar soluções/”pistas” para pro-
blemas de organização e da gestão das Inofor tos com especialistas, visita a em-
pessoas, através da partilha e da troca presas com práticas bem sucedidas na
Participa como elemento facilitador e
de experiências entre pares. área organizacional).
d i n a m i z a d o r d a s vo n t a d e s d o s
Em 2003, participam na RIO 22 PME elementos das COP. Nas reuniões entre
nacionais das regiões Norte, Centro e os empresários facilita a análise, o
Sul do país e de diferentes sectores de debate e a construção de propostas Especialistas
actividade, como por exemplo: do alternativas, promovendo e incenti- Participam, em reuniões técnicas,
Vestuário, da Metalurgia e Metalome- vando a partilha de experiências. com o objectivo de incorporar conhe-
cânica, do Comércio e Distribuição, do Paralelamente, e em conjunto, com os cimento não mobilizável internamente
Agro-Alimentar, das Madeiras, da empresários, identifica, promove e na RIO. Paralelamente, disponibilizam
Construção Civil, entre outros. disponibiliza informação relacionada competências técnicas e relacionais
com os temas em debate (metodo- necessárias para a resolução de pro-
logias, instrumentos, artigos, contac- blemas, construção de soluções e a
in
ofor
Nº08
CoP 2
José Leonel J. Faria, Lda - “Lustrarte”
Lacticínios Campainha, Lda
Metalurgica Pinto & Guerreiro, Lda
Lisboa
CoP3 Nucase - Contabilidade e Assistência Fiscal, S.A.
e Vale
do Tejo Promoluz, Promoção Reposição e Animação, Lda
CoP 3
Biquimar - Indústria de Mármores, Lda
Campo dos Media - Sociedade de Comunicação e Imagem, Lda
Alentejo Domusactual - Sociedade de Mediação Imobiliária, Lda
CoP4
L.F. Faleiro, Lda
Salsicharia Estromocense, Lda
CoP 4
A. J. Lobo, Lda
Algarve Fercarnes - Fabrico e Comércio de Carnes Regionais, Lda
Laranjinha. Lda
Paixão Baptista, Lda
implementação dos processos de mu- tação e dinamização do tecido empre- >> realização de reuniões técnicas
dança organizacional. sarial da região. A parceria possibi- especializadas para adquirir e valorizar
litou a constituição de duas CoPs (3 e competências e contribuir para a
4). implementação de soluções no âmbito
das empresas, desenvolvidas em
Associações
função das necessidades dos
O estabelecimento de parcerias com
actores regionais visa contribuir para a Actividades
aproximação às realidades e neces- No desenvolvimento da RIO é realizado
sidades específicas do contexto onde um conjunto de actividades interde-
se inserem e para o reforço do papel do pendentes que se apresenta como for-
Estado como facilitador das interac- ma de participação, partilha e cons-
ções entre os diferentes actores no trução de soluções e que apresenta di-
desenvolvimento do Sistema de ferentes objectivos:
Inovação.
Durante este ano iniciou-se uma par- >> realização sistemática de reuniões
ceria com a Associação de Desenvol- temáticas para abordar e discutir te -
vimento Regional do Alentejo (ADRAL), mas de inovação organizacional e da
com o objectivo de, no futuro, esta en- gestão de recursos humanos;
Visita à empresa PIONEER,
tidade desenvolver trabalho de facili- Tecnology Portugal, Lda (2002)
(
in
ofor
Nº09
membros das CoP e co-organizadas, tativa, nas instalações de cada empre- no domínio da RIO.
pelas empresas e pelo Inofor; sa anfitriã (empresa que recebe os Em cada reunião de trabalho foram
elementos da CoP). acordadas as temáticas/problemas a
>> realização de visitas a empresas com partilhar na reunião seguinte, para que
práticas bem sucedidas na área Momento 1 - Adesão os empresários pudessem envolver os
organizacional, para obser var e A metodologia de dinamização da RIO responsáveis da área ou eventuais
discutir práticas e políticas desen-- passou, numa fase inicial, pela visita a consultores com quem estivessem a
volvidas, da iniciativa do INOFOR e/ou todas as empresas participantes e, du- trabalhar.
dos empresários; rante esta fase, que serviu de aprofun- Em termos de organização e condução
damento das relações de aprendi- das reuniões foram introduzidos dois
>> realização do Encontro entre CoP
CoP, no zagem entre os diferentes elementos instrumentos: a agenda, a montante
final de cada ano, para que cada CoP da CoP, emergiu a necessidade de rea- da reunião, e a acta, a jusante, com
apresente o trabalho realizado e, em lização das reuniões técnicas espe- objectivo de articular e dar sequência
conjunto, definam os princípios cializadas como uma forma de aqui- entre as reunião realizadas e servir de
orientadores do desenvolvimento do sição de conhecimentos e compe- suporte de informação e comunicação
ano seguinte, com organização do tências técnicas nos temas abordados entre os membros da RIO.
INOFOR.
2002
Total Reuniões Temáticas = 10 Troca de experiências Troca de experiências
>> Troca de experiências à luz de um tema à luz de um tema
Total Reuniões Técnicas sobre diferentes temas definido anualmente definido anualmente
Especializadas = 3
Total Visitas = 2 Reuniões Enquadramento
Enquadramento das Reuniões Técnicas
Total Encontros entre CoP = 1 Temáticas Realização
das Reuniões Especializadas num
de Reuniões
Taxa participação (Reuniões) = 71% Especializadas >> Técnicas plano de acção com
Técnicas
Especializadas objectivo de potenciar
Taxa participação (Encontro entre Especializadas
no tema. a implementação.
CoPs) = 73%
Taxa participação (Visitas) = 83%
Visitas >> Visitas a empresas
Visitas a empresas com boas práticas,
com boas práticas organizadas em
2003 (Outubro) nas temáticas que função das áreas
Total Reuniões Temáticas = 10 foram alvo de reflexão de interesse (previsto)
Total Reuniões Técnicas
Especializadas = 8
Encontro >> Encontro inter CoP
Encontro entre CoP para partilha
para balanço de resultados
e avaliação e experiências
de actividades
Metodologia Dinamização e prospectiva
no âmbito
das actividades
A metodologia de dinamização da RIO para 2003 desenvolvidas (previsto).
privilegia a comunicação presencial no
sentido de um maior envolvimento dos
participantes na produção de iden- Participantes >> Empresários
Empresários Empresários Responsáveis das
tidades, relações e aprendizagens em Responsáveis das Responsáveis das diferentes áreas
diferentes áreas diferentes áreas da empresa
comunidade. Neste sentido, os empre- Chefias intermédias
da empresa da empresa
sários encontram-se, periodicamente, Novas empresas
nas reuniões de trabalho, de forma ro-
in
ofor
Nº10
Momento 2 - Maturação das actividades desenvolvidas, ante- alvo da mudança e possuir competên-
Os encontros entre os elementos da riormente, pretende-se que cada ciclo cias técnicas relativas às soluções a
RIO evoluíram para a realização de passe a incluir um plano de acção com implementar para o desenvolvimento
ciclos temáticos, consistindo na rea- vista à implementação intra organi- de projectos de mudança.
lização de reuniões sequenciais en- zacional e, posterior apresentação do
quadradas num tema do domínio da que foi desenvolvido, em conjunto, e Em termos de metodologia de dina-
RIO, com o objectivo de aprofundar implementado nos contextos orga- mização, tem-se procurado evoluir de
esse tema, num determinado período nizacionais, por parte de cada CoP. uma abordagem genérica e teórica de
de tempo. Estes ciclos incluíram reu- uma determinada temática, comple-
niões temáticas, reuniões técnicas Desde o primeiro encontro, entre os mentada por exercícios ou estudo de
especializadas, visitas a empresas e membros da RIO, que se procurou a casos apresentada por um Especia-
uma reflexão conjunta entre as dife- identificação de problemas organi- lista convidado, para uma situação
rentes CoPs, no final do ano de 2002, zacionais comuns relativos a questões prévia de análise de uma ou de duas
sobre o trabalho realizado e às formas de gestão de recursos humanos: realidades existentes no seio das em-
futuras de optimização. motivação dos trabalhadores, comu- presas pertencentes a cada CoP, se-
nicação, avaliação de desempenho e a guido de uma estruturação dos conteú-
Momento 3 - Aperfeiçoamento identificação de necessidades for- dos e das aprendizagens, recorrendo-
No terceiro ano de trabalho, pretende- mativas nos próprios empresários. As se preferencialmente às particula-
se que cada ciclo temático evolua para necessidades identificadas são de ridades das realidades analisadas,
um plano de acção com o objectivo de índole técnica e relacional, na medida com propostas de resolução num qua-
realização de actividades conjuntas em que os empresários consideram dro de um modelo de intervenção/ac-
entre os membros das CoPs. Para além necessário identificar a área/sector ção.
(
in
ofor
Nº11
Roberto Carneiro
Presidente do Centro de Estudos
dos Povos e Culturas de Expressão
Portuguesa e Presidente do C.D.
do Instituto de Ensino e Formação
a Distância da Universidade
Católica Portuguesa
A
teoria pedagógica, tal como digma, a aprendizagem só poderia ser teoria é separável e precede a prática,
acontece com a generalidade eficazmente realizada pela prática a aprendizagem é fundamentalmente
dos domínios do pensamento “reiterada e repetitiva” de operações uma aventura individual, os profes-
humano, tem-se visto refém de modas. (o método “drill and practice”), acom- sores são os verdadeiros sujeitos do
panhada de prémios para estimular as processo ensino-aprendizagem, ao
A influência mais prolongada sobre a boas ligações e de sanções para con- aluno “máquina” compete estudar por
história recente da educação vem trariar as más práticas/ligações. repetição e exercício, a inteligência
sendo exercida pelo psicólogo ame- humana é uma dotação inicial e
ricano E. Thorndike. A sua “teoria A t e o r i a behaviourista ( Wa t s o n , constante (logo mensurável), os
associacionista” dominou toda a Skinner, e outros) considerava, assim, manuais escolares e os livros de
organização pedagógica do século XX. que a psicologia da aprendizagem exercícios são tanto mais eficazes
seria tributária do estudo do compor- quanto melhor estabelecem as “li-
Segundo Thorndike o conhecimento tamento humano sob a influência de gações” entre parcelas de conheci-
consiste numa sucessão de ligações: estímulos ambientais. mento (sobretudo, na escolaridade
enlaces entre pares de entidades primária).
mentais ou entre estímulo “externo” e Este entendimento encontrava
resposta mental “interna”. A suporte empírico nas mais diversas No seu livro A Psicologia da Aritmética
actividade formativa teria por objecto frentes: na aprendizagem de um (1922) Thorndike aplicou meticu-
científico actuar sobre a força dessas instrumento musical, no estudo da losamente a sua teoria ao decompor as
ligações: fortalecer as “boas” ou matemática, no ensino da física, na principais operações matemáticas
“correctas” ligações; enfraquecer as formação profissional em contexto de numa miríade de “ligações” associ-
ligações “incorrectas”. Neste para- trabalho, na prática desportiva. A o ando se gmentos autónomos de
(
Nº13
convergem na correcta gestão de co- dos media tradicionais (editor-uti- ando a necessidade de viverem em har-
nhecimento, velho e novo. lizador, programador-consumidor, monia com os conhecimentos ade-
perito-leigo) para potenciar um quados a cada uma das estações da vi-
O mundo do e-Learning e da Formação paradigma for mativo em que a da. Às organizações pede-se, crescen-
a Distância, catapultado pelos im- aprendizagem se sustenta numa temente, que evoluam por aprendi-
pressionantes avanços atingidos nas metacognição dinâmica exercida zagem, isto é, que se comportem como
novas tecnologias de informação e da sobre corpus variáveis de saberes pas- organizações biológicas ao invés de
comunicação, encerra um grande sados, actuais e futuros. entidades simplesmente físicas ou
potencial transformador do paradi- mecanicistas
mecanicistas. A qualidade das empre--
gma pedagógico ainda dominante. A sabedoria das sínteses assume a sas e demais organizações - sejam pú--
liderança sobre a análise fragmen- blicas ou privadas - medir-se-á pela in-
As novas tecnologias são, segura- tária das partes, as pessoas apren- teligência organizacional que forem
mente, ferramentas de cariz “infor- dentes passam a integrar comuni- capazes de convocar no confronto com
macional”, na medida em que geraram dades de sujeitos (da aprendizagem) a mudança e com os imperativos estra-
supor tes extraordinariamente po- em lugar de se quedarem como tégicos de inovação que lhes facultará
tentes de tratamento, processamento colecções de objectos (de ensino), a a diferenciação competitiva.
e transmissão de dados. Nesta acep- gestão do conhecimento emerge da
ção, o computador é uma plataforma participação (na sua construção e no A estas organizações, ditas apren-
de distribuição maciça de informação mundo envolvente) ao invés da ânsia de dentes, aplica-se com as necessárias
e uma ferramenta insubstituível de controlo (dominação pelo saber e adaptações a teoria do construtivismo
oferta de conhecimento codificado, submissão do mundo “exterior”), a cognitivo atrás expendida para as
em quantidade impensável há apenas aventura da aprendizagem é in- pessoas. Elas distinguir-se-ão pela ge-
alguns anos atrás. dissociável da densidade em capital ração constante de ambientes favorá-
social e cultural do meio onde ela se veis à produção e disseminação de
Mas as tecnologias digitais e inte- opera. As comunidades de prática - tão novo conhecimento, embebendo-o
ractivas de informação e da comuni- em voga - são os loci onde têm lugar, plenamente na cadeia de valor organi-
cação são também susceptíveis de ser conjugadamente, a aprendizagem zacional. Adicionalmente, as organiza-
vistas, num plano diferente e com- comunitária e a transacção identitária ções aprendentes fomentam a apren-
plementar, como instrumentos “cons- que lhe dá adequada sustentação. dizagem cooperativa no seu seio pela
trutivistas” da aprendizagem (autên- multiplicação de condições sociais e
ticos andaimes na teoria vygotskiana A multiplicação de máquinas inte- comunitárias favoráveis à partilha de
do “scaffolding”, perspectiva que tem ligentes no nosso mundo actual tem conhecimento e à confiança humana
vindo a ser importada crescentemente vindo a libertar os humanos do ónus de que despoleta processos sustentáveis
para o mundo da aprendizagem multi- cumprir tarefas rotineiras e repeti- de aprendizagem de grupo.
média) desde que elas sejam adequa- tivas. Contudo, a inteligência humana -
damente exploradas nas suas verten- criativa e adaptativa - continua a ser a O Conselho Europeu de Lisboa, reali-
tes “relacional” e “motivacional”. única dotada de aptidão para lidar com zado em Março de 2000, elegeu a eco-
a surpresa, a incerteza, a variedade, a nomia do conhecimento e a aprendi-
Reside aqui, em nossa opinião, o traço complexidade, a invenção e a gene- zagem permanente como pilares de
verdadeiramente diferenciador da ratividade. uma Europa que se deve afirmar como
nova geração de tecnologias peda-- o continente mais próspero em 2010.
gógicas. Na verdade, numa abordagem Ao salto de qualidade que se postula Esse desígnio assenta em quatro pres-
meramente informacional as TICs não para a intervenção humana na gestão supostos essenciais:
trarão muito mais valor acrescentado à dos processos cognitivos corresponde
qualidade da gestão do conhecimento um nível idêntico de exigência quanto
ou aos processos de aprendizagem do ao comportamento das organizações.
que as suas tecnologias antecessoras A moderna gestão estratégica acom- 1. Fazer da Europa o espaço mais
(livro, rádio ou televisão). Diferente-- panha atentamente os ciclos de vida
dinâmico e competitivo do mundo
mente, se e quando aproveitadas numa das organizações; tal como acontece
baseado no conhecimento.
perspectiva eminentemente comu- com a generalidade dos seres vivos, as
nitária e relacional
relacional, as novas TICs ultra-- org anizações nascem, crescem,
passam largamente a relação clássica reproduzem-se e morrem, evidenci-
(
Uma base
2. Garantir um crescimento econó-
para a reflexão
mico sustentável, com mais e melho-
res empregos, e com maior coesão
social.
e para a acção
3. Fomentar a competitividade e a
inovação no âmbito do mercado in-
terno.
A concretização desta
ambição partilhada
pelas lideranças
europeias assentará
em pessoas, empresas,
governos, escolas
e universidades,
permanentemente
capazes de melhorar
desempenhos e de
solucionar problemas
com base numa
acrescida inteligência
partilhada.
Num artigo para este mesmo número da Nov@Formação, o Prof. Roberto Carneiro
(explica a mudança de paradigma pedagógico desde o início do século XX aos nossos
dias. Ao longo do texto, mostra o autor, como se evoluiu do paradigma de aprendizagem
mecanicista em que o indivíduo/organização aprende por repetição, até ao modelo de Rogério Carapuça
aprendizagem baseado no construtivismo cognitivo e centrado no “aprendente” e no Presidente da Novabase
seu conhecimento anterior.
Sendo assim, decidi focar esta minha contribuição mais no aspecto organizacional, na
esperança de poder acrescentar algo ao referido artigo, numa vertente que lhe fosse
complementar.
Da Sociedade uma contrapartida digital (uma re- num armazém), para o distribuir aces-
presentação simbólica guardada num so a redes de telecomunicações e mui-
Industrial à Sociedade computador) que é criada de forma to menos tempo.
do Conhecimento expedita, armazenada ocupando mui-
to pouco espaço físico, e transmitida à A primeira grande diferença, entre a
H
oje vivemos num contexto so-
cial e económico onde o activo velocidade que nos permitem as tele- sociedade industrial e a sociedade do
central é o conhecimento. Mas comunicações modernas e sem en- conhecimento, está na substituição da
porquê? Na economia industrial, a volver deslocação de átomos. força (de homens ou máquinas) pela
produção de bens físicos implicava inteligência e conhecimento (de ho-
fábricas onde a transformação das Para manipular os bens físicos é neces- mens assistidos por novas máquinas).
matérias primas era feita à custa de sária força, para os armazenar muito
força física aplicada por máquinas e espaço, para os distribuir complexas Na sociedade do conhecimento em
por homens. Criávamos assim bens redes logísticas e bastante tempo. que já hoje vivemos, aquilo que di-
físicos aplicando força. Para manipular a contrapartida digital ferencia os homens entre si, no que
de muitos dos nossos bens é neces- refere à aptidão profissional, não é
Hoje, muitos dos bens de que falamos sário inteligência e conhecimento (ca- mais a força física mas o saber. A
estão desmaterializados: texto, voz, pacidade para programar e usar ade- segunda diferença é que tudo isto se
música, filmes, sinais biológicos, di- quadamente os computadores e ou- desenrola de forma muito mais rápida
nheiro, ... já não são “átomos” mas tros dispositivos envolvendo um qual- e portanto o processo de construção
“bits” como nos ensinou Nicolas quer processador), para o armazenar do saber (para que o indivíduo ou a
Negroponte. À realidade física (di- muito menos espaço (espaço em disco organização possa dele tirar o melhor
nheiro no cofre) corresponde agora num computador em vez de espaço partido em tempo útil) deve ser muito
(
Nº17
Mas o saber de cada indivíduo/ de tornar o processo mais eficaz e a mento individual dos seus colaborado-
organização não é uma “quantidade” disponibilização nos locais necessá- res adaptados aos respectivos desa-
estática; evoluiu ao longo do tempo. rios dos instrumentos materiais (fon- fios na organização, de forma a gerir a
Esse processo evolutivo tira partido da tes de informação, acesso a forma- sua aprendizagem e promover a res-
capacidade de aprendizagem de cada dores, tutores automáticos, simula- pectiva progressão nas carreiras.
indivíduo e, portanto, também de cada dores, enfim um grande conjunto de
organização. Não basta a uma empre- meios) que sejam adequados aos
sa contratar em cada momento o objectivos em vista. b. Avaliar a eficácia das acções e
melhor talento individual existente no instrumentos desenvolvidos ao serviço
mercado, é necessário garantir que A capacidade que uma organização da aprendizagem dos colaboradores e
Nº18
© corporatelongitude
O conhecimento passou a ser a principal fonte de criação de valor e de riqueza, não só a nível
das organizações como também a nível das nações. As empresas, particularmente as do
sector público, correm o risco de comprometerem o seu sucesso futuro ao fazerem incidir os
seus procedimentos contabilísticos exclusivamente nos activos financeiros. É tempo de
procurar uma nova abordagem que permita recuperar o ”bom senso” , com base no
pensamento lateral, e não apenas no objectivo de fazer dinheiro. É um desafio não nos
deixarmos aprisionar pelo pensamento vertical, denominado “síndroma dos resultados”.
Perfil do autor
Leif Edvinsson é CEO da UNIC - Universal Networking Intellectual Capital.
Chairman Honorário do Heneley College KM Forum, UK Leif Edvinsson
Primeiro detentor mundial do título de Professor de Capital Intelectual, CEO da UNIC
Universidade de Lund, Suécia
Primeiro Director de Capital Intelectual do mundo, Skandia
Cérebro do Ano 1998
Criador do Universal Networking Intellectual Capital
Nómada Global do Saber
Vide também www.corporatelongitude.com
Capital de conhecimento
Desta forma, do conhecimento
N
a economia do conhecimento,
o valor das empresas, organi- como poderemos procurar para além do conceito
zações e indivíduos está di-
entender a dinâmica de negócio? Poderá haver
rectamente relacionado com o seu
conhecimento e capital intelectual. dos intangíveis à escala um novo ecossistema
Mas alarguemos um pouco mais a nacional? Poderá a nova ou DNA para a economia
perspectiva e começaremos a enten-
longitude empresarial do conhecimento?
der as suas reais possibilidades.
Pensemos em nações inteiras, alar- traduzir-se numa nova
gando o conceito de sector público, e perspectiva sobre
não apenas nas empresas tradicio-
o desempenho nacional? S e g u n d o o re l a t ó r i o d a O C D E ,
nais existentes no mercado. Se os
Poderá a perspectiva Scoreboard 2001 Towards a Knowledge-
intangíveis e o capital intelectual são
Based Economy, os países que
importantes para as organizações escandinava desenvolverem actividades com uma
empresariais privadas, são-no igual-
da “naringsliv” importante componente de conhe-
mente para a produtividade e compe-
como alimento para a vida cimento serão os vencedores em ter-
titividade do sector público, e para as
mos de criação de riqueza futura. Nes-
nações no seu todo. constituir uma pista te relatório, 30 países membros são
para a economia pontuados de acordo com os seus
do capital investimentos em Capital Intelectual
Nº20
(CI), nomeadamente I&D, educação, outras palavras, poderá ser encarado tótipo de um Centro de Futuro para
patentes, TIC, etc. A lista dos dez como Riqueza em «stand-by». alimentar a iniciativa empresarial da
países com maior potencial de riqueza sociedade.
futura tem a seguinte constituição: Acrescentar valor na economia do
conhecimento é algo que está in-
A nova longitude
1.Suíça; dissociavelmente ligado a uma
2.Suécia; mudança radical nas assunções so- empresarial
3. EUA; ciais e nos modelos empresariais. Há A lógica por trás da ideia de longitude
4. Irlanda; uma nova agenda de liderança política empresarial baseia-se numa história
5. Holanda. que se está a desenvolver em torno do do Séc. XVIII, apresentada em maior
6. Hungria CI e da Gestão do Conhecimento das detalhe no meu livro mais recente (vide
7. Canadá nações, com a tónica em: www.corporatelongitude.com).
8. Bélgica Nessa altura, a Marinha Britânica não
9. Reino Unido >> Como visualizar o capital de co- conseguia navegar com precisão de
10. Coreia do Sul nhecimento das nações; Leste para Oeste. Por esse motivo,
muitos navios do Séc. XVIII perdiam o
Só o conhecimento criará a opor- >> Como desenvolver fluxos de inte- rumo, à semelhança do que acontece
tunidade de aumentar a riqueza das ligência dentro e entre os clusters de com os actuais analistas que se
nações. Como tal, necessitamos que capital de conhecimento concentram apenas no capital
os sistemas de inteligência desen- financeiro. O caso da Enron é um
volvam um novo mapa do património >> Como cultivar a eficiência e a reno- exemplo recente de um problema
de conhecimento e do capital vação do capital de conhecimento das similar no mundo da contabilidade. No
intelectual; um mapa do CI regional, nações; sector público, a situação poderá ser
em vez dos velhos planos agrícolas e ainda pior, já que hoje existe uma forte
industriais que é tão frequente >> Como capitalizar com base no ca- tónica no equilíbrio do orçamento do
encontrar nos gabinetes de pla- pital de conhecimento, por meio de capital financeiro. O resultado é que as
neamento regional. A dimensão-chave sistemas sociais novos e inovadores, organizações do sector público se
para tais mapas e as dimensões de em termos da riqueza colectiva das vêem privadas dos activos que irão
inteligência deverão advir da ne- nações. salvaguardar o seu futuro, o que
cessidade de localizar as instâncias constitui um comportamento ano-
em que é criada riqueza num dado Na Noruega, várias iniciativas in- réctico. Os extensos cortes orça-
contexto, por vezes denominado teressantes foram criadas no âmbito mentais roubam-lhes o alimento cru-
empresa. Poderá este processo revelar das questões acima mencionadas. cial fornecido por bens intangíveis
um enorme repositório de conhe- Uma delas é a classificação CI da como os peritos, as receitas de co-
cimento no sector externo, com um Larvik Kommune. Outra é a clas- nhecimento, a I&D, a aprendizagem e
potencial significativo mas inactivo sificação CI da plataforma petrolífera as alianças e redes de inovações
de criação de riqueza colectiva? Por norueguesa. Uma outra ainda é o pro- sociais.
Nº21
A solução para o problema da lon- instrumento de navegação lateral vestirmos na melhoria das nossas
g i t u d e fo i d e s c o b e r t o n ã o p o r para as orientar, mostram-se in- competências, isto representa uma
profissionais da Marinha ou por capazes de navegar nos desafios não perda ou ganho de valor? Na velha
grandes académicos das univer- cartografados que a gestão dos bens prática contabilística, será uma perda.
sidades, mas por alguém situado à intangíveis apresenta, em particular O mesmo acontece com a investigação
m a rge m d o c o n h e c i m e n t o : u m no sector público. e o desenvolvimento. É uma perda ou
relojoeiro chamado John Harrison, que um potencial de futuro? Este abuso da
descobriu uma resposta inovadora A atenção é ainda sobretudo dedicada contabilidade de gestão tem como
para o problema. Para se poder obter ao mapa financeiro, num mundo de resultado um compor tamento de
um entendimento mais profundo dos empresas em que os bens tangíveis liderança anoréctico, que tenta de-
princípios da criação de riqueza, é representam frequentemente de 0,1 % finhar as organizações para o futuro,
essencial desenvolver uma pers- a 25% do valor de mercado de uma especialmente através de cortes no
pectiva lateral semelhante. Uma empresa. Para estes activos, a importante alimento que são os bens
abordagem em que os activos são organização conta com os directores intangíveis como o conhecimento, a
simplesmente registados numa folha financeiros e «controllers», sistemas I&D e a aprendizagem.
de balanço é uma perspectiva muito de software designados ERP e toda a
limitada. É necessário uma abor- classe dos auditores. Mas o que temos Enquanto os navegadores não sou-
dagem lateral à contabilidade para para os bens intangíveis e para o beram medir a longitude era frequente
incluir os bens intangíveis e não capital intelectual? Até agora, temos perderem-se no mar. O mesmo se
financeiros da criação de conheci- essencialmente os sistemas de gestão passa com a nossa actual liderança
mento, redes e relações. A riqueza das da relação com o cliente CRM (Custo- geradora de valor. A diferença entre a
organizações, bem como a das nações, mer Relationship Management). Em economia do conhecimento e a e-
reside no espaço em que o capital 1991, a Skandia nomeou-me como conomia baseada em bens tangíveis
humano e o estrutural interagem. primeiro director de CI do mundo para exige uma mudança semelhante no
desenvolver outra lógica para a sua modo de vermos a empresa e de
Presentemente, as organizações, e renovação empresarial . Esta função é, seguirmos o seu progresso na criação
bem como as sociedades no seu todo, contudo, ainda muito rara para a de valor. Temos de seguir uma
são similares aos navios do Séc. XVIII, criação de valor organizacional. perspectiva lateral no que se refere a
que cartografavam as suas posições alianças, redes, contexto cultural,
apenas com instrumentos de Os relatórios financeiros, e a sua receitas de conhecimento e outros
navegação Norte/Sul. Traçar uma rota posição na agenda da imprensa bens intangíveis, habitualmente fora
unicamente com base em pontos de mundial, tornaram-se numa obsessão da perspectiva da folha de balanço.
referência financeiros tradicionais, cada vez mais ilógica. O que neces- Temos de fazer a transição para outros
cegam as organizações face às sitamos agora é de muito mais in- indicadores mais profundos, no-
oportunidades existentes no hori- teligência sobre os bens intangíveis e meadamente sobre o tempo, o ritmo,
zonte lateral. Perdidas num turbu- sobre as instâncias sobre as quais o o cérebro, as relações sociais, as re-
lento oceano de mudança e sem um valor é criado. Por exemplo, se in- ceitas do conhecimento, as inovações
Nº22
ou, por outras palavras, indicadores regressar ao presente com novas Mapeamento
tácitos de conhecimento. ideias. Veja também
www.skandiafu turecenter.com. e medição do CI
Por que é a medição tão importante?
Um outro espaço interessante para Simplesmente porque a falta de in-
renovação foi desenvolvido pelo teligência e de informação comuni-
O valor é criado
governo dinamarquês. Em Fevereiro de cável afecta a confiança, assim como a
na interacção entre 2002, o Ministério da Economia lançou eficiência do fornecimento e distri-
as pessoas como capital o Mind Lab, muito semelhante às ideias buição dos recursos para o futuro.
pioneiras no Centro do Futuro da Numa complexidade crescente, é
humano e o capital
Skandia ou ao conceito japonês de Ba. necessário um sistema de suporte
estrutural organizacional O Mind Lab é, no entanto, um centro claro, destinado a sensibilizar as
como por exemplo destinado a alimentar a gestão de nossas mentes para percepcionar as
conhecimento no sector público.Vide melhores opções. Por outras palavras,
Em processos de I&D.
www.mind-lab.org precisamos de sistemas de mapea-
mento para nos assegurarmos do
A evolução da Internet e das tele- ângulo de navegação longitudinal para
comunicações oferece agora ainda o futuro.
O Professor Nonaka designa este mais oportunidades para estimular o
aspecto como a dialéctica criadora de poder mental a habitar virtualmente Que sistemas de medição podem
conhecimento ou Kenetics. Esses es- esse espaço de imaginação, em que o apoiar esta alteração de orientação,
paços dinâmicos são igualmente capital estrutural e o capital humano por influência “marítima”? Certa-
designados pelo professor Nonaka se encontram de diversas formas para mente a contribuição de intangíveis
através do termo Ba, que, em japonês, configurar valor acrescentado. Além essenciais associados - como a con-
significa literalmente espaço para disso, as experiências recolhidas no fiança, a eficiência intelectual e a
apreciação. Na Skandia, designámos modelo de prototipagem do Centro de colaboração saudável - estão muito
este espaço de prototipagem para Futuro da Skandia, bem como a para além do campo de intervenção
intuição partilhada de Centro do Futuro. investigação no campo da saúde, dos sistemas contabilísticos conven-
O Centro do Futuro da Skandia, criado mostram que a atenção ao espaço e ao cionais. É necessário medir o valor
sob a minha direcção em 1996, design arquitectónico para libertar o das relações e o contributo das re-
centrava-se no acréscimo de valor atra- potencial do poder mental é da maior ceitas do conhecimento.
vés da exploração do conhecimento importância para a liderança.
experimental . Este espaço tornou-se Essa dialéctica criadora de co-
num ambiente para aceder ao futuro e nhecimento, Kenetics, será
(
Nº23
+´pºlçº,sfdgfG
Gfgdfs,ºçlºp´+
Marc Rosenberg
Especialista na área da gestão
do conhecimento e do e-Learning
A
gestão do conhecimento (GC) tro em processos suportados pelas cisa aprender as especificações de um
veio para ficar. Com o advento tecnologias da Web? novo produto, será que serão adequa-
das tecnologias Web, a GC está das as sessões de formação «tradicio-
a integrar todas os canais pelos quais o Marc Rosenberg - A formação é um nais»? Ou será que bastará apenas
homem pode aprender e aplicar as processo de transferência de com - procurar a informação na Web? É que
suas competências no trabalho. Esta é petências e conhecimento que utiliza as novas tecnologias baseadas na
a visão de Marc Rosenberg, um dos uma metodologia denominada «ins - Internet permitem aceder à informa-
mais conceituados especialistas em trução». A aprendizagem, por outro ção - e à aprendizagem - de uma forma
gestão do conhecimento nos EUA, em lado, é uma actividade humana na - muito mais eficiente.
entrevista exclusiva à Nov@Formação. tural. Mas a formação não é mais do
Para o e-Learning, o especialista ame- que uma via facilitadora da aprendi -
ricano frisa um aspecto para a estra- zagem. O processo de tentativa-erro é
2 - Como é que cada um destes pro-
tégia empresarial: nem só de formação outra e a observação também o é, a
cessos - a formação e a aprendizagem
é composta a boa aprendizagem. Na título de exemplo. Por isso é preciso ter
- influencia a gestão do conhecimen-
maior parte das vezes, basta ter boa cuidado quando se recomendam
to? E como é que a define?
informação actualizada e disponível acções de formação, porque poderão
na Web. existir outras vias mais eficientes e
MR - A gestão do conhecimento é sim-
efectivas de aprendizagem. É claro que
plesmente uma forma de tornar mais
há sempre a necessidade de formar,
fácil às pessoas acederem à infor-
mas a formação não é a única forma
1 - Defende que a formação e a apren- mação que necessitam, no momento e
pela qual podemos e devemos apren -
dizagem são dois processos distintos. no local exactos em que precisam dela,
der. Por exemplo, se um vendedor pre -
Como é que um deles influencia o ou- com um alto nível de credibilidade. Di -
(
Nº25
Gfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfGGfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfG
Gfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfGGfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfG
cionários e enciclopédias, por exem- tecnologia de gestão do conhecimento providencia o acesso à informação no
plo, são ferramentas de gestão do co- e depois tentam descobrir o que fazer local de trabalho, ao contrário do que
nhecimento, embora em formato com ela, estão a fazer tudo ao contrário acontece na sala de aula.
impresso. Creio que a aprendizagem e é muito provável que falhem.
será reforçada ao passo que melho-
rarmos os processos de fabricação dos
5 - Argumenta que os novos proces-
meios - como, por exemplo, os sítios
4 - E como é que o e-Learning se re- sos baseados na Web - como a gestão
Web, os motores de pesquisa e as fer-
laciona com a gestão do conheci- documental e as ferramentas colabo-
ramentas de gestão documental - que
mento? rativas - estão a criar redes de conhe-
ajudam as pessoas a encontrarem
cimento dentro das organizações.
aquilo que precisam.
MR - O e-Learning, como eu o defino, Como é que o e-Learning pode ajudar a
engloba a gestão do conhecimento. Se estruturá-las de acordo com os objec-
o e-Learning for apenas cursos on-line, tivos da organização?
3 - Quais são os factores críticos de será chamado de e-formação. Mais
sucesso da gestão do conhecimento? uma vez saliento que temos de ultra- MR - Não estou certo de que possa. Se
passar a percepção de que toda a o e-Learning é visto apenas como
MR - Consistem numa estratégia clara, aprendizagem é fornecida através da sendo cursos on-line, então as ferra-
no apoio da gestão de topo, em boa formação e que todo o e-Learning se mentas de gestão do conhecimento
tecnologia e em empregados moti- resume a cursos. Portanto, mesmo se eliminarão a necessidade da maior
vados para procurar informação, em forem fornecidos bons cursos on-line, parte do e-Learning. Mas se o e-Lear-
vez de esperar para que esta lhes seja as pessoas ainda precisarão de apoio ning for encarado como uma forma de
«dada na boca» - da mesma forma co- no desempenho do seu trabalho... Aqui agregar todas as abordagens da apren-
mo se dá a papa aos bébés... - numa sa- é que entra em acção a gestão do dizagem na Web - formação, reposi-
la de aula. É importante aperceber-se conhecimento. É que esta funciona tórios de informação, comunidades de
de que embora a tecnologia seja neces- mais como um suporte ao desem- prática, etc. -, então o e-Learning é so-
sária, esta não é, em si mesma, uma penho da função do que a formação. mente o maior conceito no qual todas
estratégia. As pessoas que compram Por isso, a gestão do conhecimento estas abordagens se enquadram.
Nº26
+´pºlçº,sfdgfG
Gfgdfs,ºçlºp´+
Gfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfGGfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfG
6 - Pode dar um exemplo concreto explícito? identificar. Seja qual for o momento em
neste plano? que se utilize o Google, estamos en-
MR - Não estou certo de que o fará. Eu volvidos na gestão do conhecimento.
MR - Imagine que uma equipa de optava por favorecer actividades que Qualquer pesquisa que se faça na Web,
vendedores aprende a vender e a obter promovessem a colaboração em vez de isso é gestão do conhecimento. Quan-
instrução básica numa série de recorrer à formação. A partilha de do se avalia um produto para comprar
produtos numa sala de aula. A seguir, conhecimento tácito é muito mais ou se acede às notícias, é gestão do
antes de se dirigirem a um cliente, fértil num ambiente no qual impera o conhecimento. A razão principal que
acedem à Web para acederem a actua - trabalho em equipa do que numa sala leva as pessoas a se ligarem à Web é
lizações do produto, à inteligência de aula. Ou, pelo menos, de certeza conseguir informação. E com as novas
competitiva, a informação sobre será uma via muito mais eficiente para ferramentas de gestão do conheci-
compras recentes, aos passos a seguir atingir este objectivo. O conhecimento mento, talvez sejamos capazes de
no processo para completar a venda e formal pode ser facilmente fornecido tornar a experiência de acesso à in-
assim por diante. Mas quando se está a via Web. Mas se as metas forem con - formação mais prazerosa e menos
preparar uma visita a um novo cliente seguir mais interacções entre os estu - dolorosa! O meu filho de 13 anos pre -
para a manhã do dia seguinte e é dantes, observar o seu desempenho ou feriria utilizar o Google para pesquisar
preciso aprender tudo o que é possível criar laços sociais, então as salas da a história de Portugal na Web do que
sobre o seu perfil, é tarde para qual - aula são o melhor que há. assistir a uma aula sobre o mesmo
quer forma de formação. É preciso tópico. Preparem-se... A próxima
informação fresca, actualizada que só geração vai exigir a gestão do conhe -
pode estar disponível em tempo real na cimento (mesmo que nunca tenham
8 - Então, finalizando, a gestão do
Web. ouvido falar do termo!)
conhecimento é só mais uma nova
«buzzword» da gestão ou é uma técni-
ca que veio para ficar?
7 - Pode especificar como é que o e- Ruben Eiras
Entrevistador
Learning pode aumentar a eficácia da MR - Veio para ficar, embora utilizemos
partilha do conhecimento tácito? E do muitos termos diferentes para a
(
Nº27
Perfil do autor
Marc Rosenbeg é um consultor independente, educador e um dos mais conceituados especialistas dos EUA nas áreas da formação, aprendizagem
organizacional, e-learning, gestão do conhecimento e melhoria da performance. Trabalhou 18 anos como gestor na AT&T, onde desenvolveu a estratégia
e a estrutura tecnológica de formação daquela organização. É autor do livro E-Learning: Strategies for Delivering Knowledge in the Digital Age,
um best-seller publicado pela McGraw-Hill.
Mas conhecimento sobre o quê, para quê? Os sistemas de gestão do conhecimento, como todas as iniciativas empresariais, devem ter um foco na criação
de um crescimento de topo, melhorar os processos operacionais e aumentar as margens de lucro.
Muitas empresas ficam tão absorvidas na construção do sistema de gestão do conhecimento que a única coisa que fazem é comprar tecnologia. E falham,
porque não se preocupam sobre como o sistema deve funcionar, quais os problemas que deve resolver e como se deverá integrar dentro da hierarquia
tecnológica da organização. Se não for assim, o sistema não terá flexibilidade suficiente para se adaptar às preferências individuais dos utilizadores.
3 >> O sistema deve ser tão envolvente que pode curar o cancro e acabar com a fome no mundo
Não se deverá colocar altas expectativas sobre o sistema de gestão do conhecimento, senão é garantido o falhanço. Não é preciso resolver todos
os problemas de informação da empresa no primeiro dia. Deve-se começar com passos pequenos, para que se possam assegurar os sucessos e desenvolver
«evangelizadores» dentro da organização para consolidar os esforços de implementação do sistema de gestão do conhecimento. Mas deve-se pensar
em grande mesmo quando se começa pequenino. É a única forma de assegurar que a arquitectura do sistema de gestão do conhecimento funcionará
ao passo que se expande e inclui outras partes do negócio.
A gestão documental pode ser uma prioridade se os empregados têm dificuldade em encontrar informação crítica. Mas não basta colocar os documentos
num armazém on-line. O foco deve ser o valor e a credibilidade da informação e como esta é armazenada.
Nada mais enganoso. Os sistema de gestão do conhecimento são tão individualizados como as empresas que os utilizam. Embora existam
muitas ferramentas no mercado, a grande questão é como estas poderão estar todas ligadas dentro de toda a organização e a forma como são integradas
nas estratégias de crescimento, das operações e de tecnologia.
As empresas preocupam-se excessivamente com a possibilidade das pessoas colocarem o conteúdo no local errado ou que não se lhes podem confiar tanta
informação. São adicionados níveis em cima de níveis para contribuir ou aceder a informação e isto castra o potencial dos sistemas. O sistema de gestão
do conhecimento deve ser aberto e encorajar a construção de relações através da criação de comunidades e de oportunidades para a interacção pessoal,
entre os cubículos e os oceanos.
Para que tal aconteça, tem que se ter em conta os atributos da cultura organizacional que encorajam e desmotivam a partilha de conhecimento.
Os gestores seniores têm que providenciar uma liderança forte.
e-Learning
interactivo é o futuro
+´pºlçº,sfdgfG
Gfgdfs,ºçlºp´+
Paul Stacey
Learning times
A
s ferramentas que promovam a Paul Stacey - No e-Learning tudo o que a repartir-se entre a aprendizagem e a
aprendizagem colaborativa e tem sido desenvolvido até agora educação.
interactiva no e-Learning serão enquadra-se na educação formal:
as «killer-aplications» da formação a programas de MBA e educação pública
distância. Quem o garante é Paul de nível primário, secundário e su-
2 - Essa é uma fronteira muito cin-
Stacey, autor da cadeia de valor do e- perior. São áreas onde a educação é
zenta...
Learning e gestor do eLearning avaliada e sujeita a acreditação, seja
Innovation Centre da universidade na atribuição de um grau de instrução
P. S. -Historicamente, estas duas áreas
canadiana Simon Fraser University ou diploma. A gestão do conhecimento
têm sido vistas em separado. Mas acho
Surrey, em entrevista exclusiva à Nov@ centra-se mais em fixar e desenvolver o
que todos os profissionais em ambas
Formação. O especialista avança ainda capital intelectual de uma organiza-
as especialidades concordariam em
que a gestão do conhecimento tam- ção. Por isso, a gestão do conhecimen-
que não existe uma distinção clara em
bém segue a tendência da interactivi- to não contempla apenas a aprendiza-
que «isto é gestão do conhecimento» e
dade e maior enfoque nos processos gem formal, mas também a informal,
«aquilo é e-Learning».
colaborativos dinâmicos, como é como esta que estamos a ter agora na
provado através da recente inundação nossa entrevista. Este tipo de neces-
de blogs nas intranets empresariais sidade está mais presente nos secto-
dos EUA. res governamentais e industriais. Por- 3 - Mas então como é que a gestão do
tanto, a diferença reside no facto da conhecimento e o e-Learning se inter-
gestão do conhecimento focar-se ceptam?
sobre o conhecimento tácito e o explí-
1 - Qual é a diferença entre a gestão
cito, enquanto que o e-Learning tende P. S. - Se pensarmos numa fórmula que
do conhecimento e o e-Learning?
(
Nº29
conjugue o e-Learning, a gestão do pessoas muitas vezes têm neces- 6- E o que pensa dos e-portfolios,
conhecimento e a gestão de recursos sidades imediatas, como encontrar
uma espécie de CV electrónico que re-
humanos, numa empresa ou num or- uma determinada informação sobre
gista as competências da pessoa e
ganismo governamental, a perspec- um cliente ou um processo, muito
demonstrações do trabalho por ela
tiva, como já referi, é fixar e desenvol- específica, numa questão de minutos.
desenvolvido? Poderão também afir-
ver o capital intelectual da mão-de-
mar-se como uma ferramenta popular
obra, especialmente quando as pes-
de gestão do conhecimento?
soas saem da organização, quando es-
colhem outro emprego ou se refor- 5 - E existe alguma tendência na Ges-
P. S. - Os e-portfolios estão a ser usa-
mam. Quando tal acontece, essas pes- tão do Conhecimento para preencher
dos como um registo dos sucessos que
soas levam sempre consigo uma parte essa lacuna?
a pessoa tem conseguido alcançar ao
importante do conhecimento da or-
longo da sua carreira. É como a ex-
ganização. Este é um dos factores P. S. - Noto a emergência de um
tensão de um CV, em que se pode
motivadores da indústria da gestão do movimento de desenvolvimento dos
mostrar aos recrutadores alguns dos
conhecimento: numa economia basea- processos dinâmicos, por exemplo,
artefactos do nosso trabalho, provas
da em serviços de conhecimento, as em formas de sistemas de ajuda em
visíveis da nossa capacidade de pro-
pessoas ao irem embora levam com tempo real. As pessoas que possuem o
dução. Os e-portfolios também estão a
elas o conhecimento, como se poderá expertise estão permanentemente on-
ser utilizados para captar os arte-
então fixá-lo na organização? Muitas line, no portal interno da empresa, e
factos de uma iniciativa ou projecto em
vezes essas capacidades que saem podem ser contactadas em qualquer
particular. Assim, quando se voltar a
porta fora são o grande factor compe- altura. Por exemplo, se a pessoa tem
um projecto similar, pode-se recorrer
titivo das empresas: os processos de uma dúvida sobre um determinado
às lições aprendidas e a alguns
trabalho, as boas práticas. cliente, procura na base de dados
artefactos das iniciativas anteriores, e
quem trabalhou com esse cliente,
evitar «reinventar a roda» de novo. A
encontra o perito, contacta-o e
terceira forma de utilização dos e-
pergunta: «Você fez um contrato com
portfolios é no desenvolvimento da
4 - Mas como é que se “fixa esse co- esta empresa? Que processo
carreira dos estudantes, através do
nhecimento” na prática? utilizou?». Por outro lado, os weblogs
registo detalhado da sua aprendi-
ou blogs - uma espécie de e-diários
zagem. Por exemplo, se uma pessoa
P. S. - Historicamente, as práticas de pessoais -, estão a disparar na Web e
tirou um curso, pode mostrar o que
gestão do conhecimento têm vindo a nas intranets das empresas norte-
teve de criar e fazer para conseguir
assentar-se neste método: identifi- americanas. Acho que os blogs serão
obter determinada nota numa dada
cam-se os recursos-chave, os peritos uma nova forma de gestão do conhe-
disciplina. Portanto, neste contexto, o
da organização, as pessoas que sabem cimento, já que possibilitam a toda a
e-portfolio funciona quase como uma
fazer alguma coisa. O que se tem feito é gente na organização registar o que
certificação adicional da nota, dando
tentar agarrar esse conhecimento fazem, como fizeram, quais as lições
uma garantia ao recrutador do poten-
especializado e registá-lo sob a forma que retiraram das situações, permi-
cial das competências do candidato. O
de documentação e de sistemas elec- tindo assim uma partilha rápida e de
que acho muito bom nos e-portfolios é
trónicos de ajuda ao desempenho dos pesquisa fácil da informação. Assim, a
que providenciam provas visíveis das
trabalhadores, como por exemplo, a organização consegue aceder a cada
capacidades das pessoas.
criação de uma base de dados de indivíduo e às suas boas práticas, de
conhecimento pesquisável. Mas estes uma forma mais flexível e menos
métodos têm tido um sucesso rígida, porque coloca a autoridade da
limitado. Isto porque um bom sistema pesquisa de conhecimento nas mãos 7 - Quanto ao e-Learning, como avalia
de Gestão do Conhecimento depende dos utilizadores finais. o seu impacto no aumento da impor-
muito da facilidade de pesquisa da tância do ROI (Return on Investment/
informação e da sua actualidade. As Retorno do Investimento) da formação
Nº30
Gfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfGGfgdfs,ºçlºp´+
+´pºlçº,sfdgfG
+´pºlçº,sfdgfG
Gfgdfs,ºçlºp´+
no sector empresarial? 8 - Neste momento corre nos EUA um vendedores e compradores - um mapa
conceptual de como o mercado de e-
debate para acabar com o termo «e-
P. S. - Antes do e-Learning, a formação Learning é composto. O termo e-
Learning» em virtude desse desa-
e a aprendizagem eram desenvolvidas Learning tem diferentes significados
pontamento e do rebentamento da bo-
pelo depar tamento de Recursos para a oferta e a procura. Para as
lha tecnológica. Acha que o e-
Humanos, e eram encaradas como um pessoas que eram novas para o e-
Learning está a perder o «e-»?
d e s e nv o l v i m e n t o d a a c t i v i d a d e Learning, este era um mundo muito
profissional dos empregados. Com o confuso. Nos primeiros dias do e-Lear-
P. S. - Bem, penso que o e-Learning é
advento do e-Learning, esse controlo ning, o mercado organizava-se em três
uma forma diferente de aprendizagem
está ser descentralizado para as uni- círculos que se interceptavam: um era
da que conhecemos no passado. As
dades de negócio. Ou seja, a formação o dos conteúdos, o outro era o da
p r i m e i r a s p e s s o a s q u e ex p e r i -
e a aprendizagem já não são dirigidas tecnologia e o último era o dos servi-
mentaram o e-Learning tentaram
ao desenvolvimento da actividade pro- ços. Nessa fase, este esquema servia,
transpor as técnicas e práticas antigas
fissional dos empregados, mas para o mas acho que era muito simplista. Não
da sala de aula para o ambiente on-
negócio da empresa. Por isso, o ROI da dava às pessoas uma visão de como as
line. Acho que a experiência de
actividade formativa já não se mede só várias partes se encaixavam. Por isso,
aprendizagem on-line entre o aluno e o
pelo aumento de competências dos peguei no esquema da cadeia valor,
professor é diferente da presencial. A
empregados, mas também pelo começando no conteúdo e depois fluin-
maior diferença é que existe uma
impacto da formação no rumo da do para as aplicações de software que
maior participação entre os alunos
organização. Eu apoio esta ideia. No criam e desenvolvem o e-Learning, o
num ambiente on-line do que numa
passado gastou-se muito dinheiro em hardware em que se baseia e os servi-
sala de aula, dado existir uma estru-
formação sem nunca medir o real ços que são usados para criar, desen-
turaçãoda aprendizagem on-line num
impacto dessa aprendizagem, sobre o volver, fornecer e desenhar o e-
sistema peer-to-peer. Por isso, acho
que as pessoas aprenderam e como que o e-Learning não está a perder o «e-
aplicam esse conhecimento. O in- ». O melhor é mantê-lo até perceber-
vestimento em e-Learning tem que ser mos mesmo do que se trata.
justificado em resultados empresa-
riais. Mas neste momento, o sector
empresarial está numa atitude de
esperar para ver. O crescimento es- 9 - Elaborou recentemente uma ca-
pectacular do e-Learning que toda a deia de valor para o e-Learning (ver
gente estava a prever ainda não acon- foto). Pode explicá-la?
teceu, porque as provas de um bom
ROI ainda não existem ou só estão Cadeia de valor para o e-Learning
P. S. - A cadeia de valor do e-Learning
agora a começar a emergir. (http://home.learningtimes.net/
foi concebida para dar às pessoas -
wemex/)
(
Nº31
Perfil do Autor
Paul Stacey é um especialista em e-Learning, para o Ensino Superior, tendo neste contexto específico trabalhado durante 4 anos enquanto “Director of Corporate
Education”, onde apoiou a criação de uma universidade virtual com programas orientados para a Tecnologias da Informação, Gestão e Tecnologia e Artes
Interactivas. O uso do e-Learning no apoio à formação ao longo da vida e o desenvolvimento de sistemas de e-Learning e a sua relação com a economia local,
nacional e internacional são temáticas de particular interesse para o autor.
Com uma presença regular numa publicação canadiana de tecnologia, a BC Technology, poderá aceder aos artigos do autor
em http://www.bctechnology.com/statics/ps_archive.html.
Para conhecer melhor o perfil do autor, aceda a http://www.surrey.sfu.ca/elinc/management.htm. Escreve regularmente para uma publicação canadiana
de tecnologia, a BC Technology. Os artigos estão arqui-vados em http://www.bctechnology.com/statics/ps_archive.html
Learning, seguidamente desembo- foram marcados pelos LMS e LCMS pessoa pode aceder em qualquer local
cando nos portais e nos restantes que forneciam benefícios a nível da e altura do dia, mas a qual não propor-
meios que levam o e-Learning até ao administração do e-Learning, no ciona qualquer interacção. Por isso, o
utilizador final. Este é o final da cadeia registo e identificação das pessoas e que falta no mercado de e-Learning são
onde tento identificar os principais das competências. Agora o mercado já ferramentas que dêem aos alunos uma
segmentos de compradores do e- está inundado de boas soluções tec- experiência de aprendizagem envol-
Learning: o ensino superior, o primá- nológicas que suportam a gestão do e- vente, poderosa e efectiva. E os alunos
rio, o secundário, o sector governa- Learning e o conteúdo. As áreas emer- querem interactividade. Por isso penso
mental, o sector empresarial e os par- gentes são as ferramentas síncronas, que as ferramentas que promoverem a
ticulares. Desta forma, os vendedores de tempo real, designadas actual- interactividade vão ser bastante bem
podem identificar onde se posicionam mente por aulas virtuais. São ferra- sucedidas
e os compradores podem ter uma mentas que possibilitam às pessoas
melhor visão do que querem adquirir e falarem umas com as outras, partilha- Ruben Eiras
onde podem fazê-lo. É uma ferramenta rem um quadro branco e trabalharem Entrevistador
para organizar a sua oferta e do que se colaborativamente.
pode fornecer. Muitos dos compra-
dores que me contactam para utilizar a
cadeia de valor estão a mostrá-la às
empresas de capitais de risco, para 11 - Algo como o Netmeeting ou o
lhes explicarem e descreverem o mer- MSN Messenger...
cado de e-Learning, e em que sectores
onde estão a actuar. P. S. - Mas mais sofisticado. É que não
basta só ter conteúdo on-line. Os
alunos dizem que a maior parte deste
conteúdo é «aborrecido». Isto
10 - E onde estão as grandes oportu-
acontece porque foi concebido e
nidades para o e-Learning?
planeado para ser uma experiência de
aprendizagem autónoma, à qual a
P. S. - Os primeiros dias do e-Learning
Aplicação de um modelo
blended learning
na pós-graduação em Multimédia em Educação
da Universidade de Aveiro
Fernando M. S. Ramos
Professor Catedrático,
Director do CEMED-Centro
de Multimédia e de Ensino a Distância
da Universidade de Aveiro
250
N
a Universidade de Aveiro (UA) 229
o e-Learning, com uma grande
variedade de abordagens e es- 200
tratégias, é utilizado de forma regular 195
Figura 1
Evolução do número de disciplinas semestrais que recorrem à utilização de serviços
e-Learning na Universidade de Aveiro
(
Nº33
1ª sessão presencial
S3
Relatório de progresso
S4 Comentários do docente
Relatório final
2ª sessão presencial
Sab. Exame
Figura 3
Organização-tipo utilizada nas disciplinas do Mestrado e dos Cursos de Formação Especializada em Multimédia em Educação
da Universidade de Aveiro (ano lectivo 2002-2003).
Ao nível da avaliação procurou-se adop- ra o trabalho do grupo, foi considerada Por forma a maximizar a adequação ao
tar estratégias adequadas à forma de a opinião quer dos docentes quer dos público-alvo destes cursos, essencial-
organização e funcionamento de cada membros de cada grupo em relação aos mente professores de todos os graus
disciplina, nomeadamente no que res- colegas do respectivo grupo. de ensino e profissionais da área de
peita ao trabalho não presencial. As- A figura 4 mostra, com base no exem- multimédia, foi adoptado um regime
sim, embora com diferentes variantes e plo da disciplina Comunidades de de sequencialização temporal do fun-
pesos relativos em cada disciplina de Aprendizagem Distribuídas, o tipo de cionamento das disciplinas, através do
acordo com as respectivas especifici- recursos disponibilizados nas áreas de qual foi possível concentrar o esforço
dades, foram utilizados os seguintes trabalho de cada disciplina. Para além dos alunos ao longo do tempo num
parâmetros de avaliação: prova escrita da partilha de informações de diversos número limitado de tópicos de estudo
individual, apresentação e discussão tipos e da disponibilização de recursos e de tarefas simultâneas.
pública de trabalhos, participação em de aprendizagem, são também pro- A metodologia de e-Learning utilizada
grupos de discussão propostos pelos videnciadas diferentes ferramentas de nestes cursos permitiu ter alunos ori-
docentes, contributos para o progres- comunicação para suporte ao trabalho undos um pouco de todo o continente
so do trabalho de grupo. No que respei- colaborativo entre os participantes. e, ainda, um grupo de alunos residen-
ta a este último item, contribuição pa- tes na Região Autónoma da Madeira.
(
Nº35
Figura 4
Página inicial da área de trabalho da disciplina Comunidades de Aprendizagem Distribuídas da pós-graduação em Multimédia em Educação
da Universidade de Aveiro (ano lectivo 2002-2003).
Por razões logísticas relacionadas com de recolha de informações dos alunos O grau de satisfação dos alunos - no
a organização da actividade dos do- com periodicidade mensal. Neste sis- total dos dois grupos mais de 70
centes, as actividades destes dois tema, essencialmente baseado em alunos - em relação à generalidade dos
grupos foram desfasadas, no tempo, inquéritos de resposta anónima, foram parâmetros avaliados foi muito eleva-
cerca de 2 semanas. As estratégias sendo recolhidas informações sobre a do, sendo igualmente elevado o grau
utilizadas em ambos os grupos foram organização e funcionamento de cada de satisfação dos docentes face às ex-
idênticas, excepto que, por razões disciplina, incluindo aspectos tão va- pectativas de formação ini-cialmente
logísticas, enquanto as sessões pre- riados como a relevância das matérias formuladas. A sequencialização tem-
senciais do grupo do continente se estudadas, a eficácia das estratégias poral do funcionamento das discipli-
realizaram na Universidade de Aveiro pedagógicas utilizadas, a qualidade nas e a flexibilidade temporal e espaci-
deslocando-se os alunos a Aveiro, as dos materiais de estudo recomen- al proporcionadas pela metodologia
sessões do grupo da Madeira se rea- dados, o apoio prestado pelos docen- de eLearning utilizada foram as princi-
lizaram no Funchal, deslocando-se os tes através da Internet, a adequação pais razões apontadas pelos alunos
docentes a esta cidade. da plataforma tecnológica utilizada ou para justificarem os excelentes resul-
Por forma a monitorizar a qualidade a eficiência dos serviços técnicos de tados que obtiveram e pelo alto nível de
das acções foi implantado um sistema apoio. satisfação que afirmaram ter obtido os
Nº36
% de alunos
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Muito Moderadamente Pouco Muito pouco Nada
Figura 5
Grau de satisfação global, relativo à evolução de conhecimentos, dos alunos dos cursos de Mestrado e de Formação Especializada
em Multimédia em Educação da Universidade de Aveiro, oferecidos com suporte em e-Learning (ano lectivo 2002-2003).
dos estudos e trabalhos realizados. ensino universitário, a Universidade de havida de crescimento exponencial da
A figura 5 indica o grau global de satis- Aveiro, e no âmbito do programa Dis- adesão ao e-Learning por parte de
fação referido pelos alunos expresso Net, vai alargar a oferta de cursos de docentes e alunos, mas também da
em função do grau de evolução dos pós-graduação com supor te em própria instituição como um todo,
seus conhecimentos, calculado como eLearning (modelo de tipo blended permite criar a expectativa de se vir a
a média dos valores indicados para learning) no ano lectivo 2003-2004, registar um crescimento assinalável
cada uma das disciplinas leccionadas. através da oferta do novo Mestrado em da oferta de cursos de pós-graduação
Comunicação em Ciência e em parte com base neste sistema de trabalho
Fruto da cultura que tem vindo a ser de- do Mestrado em Microbiologia Mole-
senvolvida de adopção do e-Learning cular. Prevê-se, ainda, a possibilidade
como componente essencial das me- de dar início a um novo curso de Mes-
todologias de trabalho com elevado trado na área da Saúde ainda durante
grau de exigência que devem pautar o este mesmo ano lectivo. A experiência
CNED-Centro Naval de
Ensino a Distância
Génese do CNED dos três ramos das Forças Armadas porque isso paralisaria a Marinha por
espalhados pelos teatros de operação falta de pessoal para as guarnições dos
O
Centro Naval de Ensino a Dis-
em que actuam forças portuguesas e navios, para além de se tornar
tância (CNED) foi criado no iní-
iniciará no último trimestre do próxi- economicamente insustentável.
cio dos anos 90 com a missão
mo ano a primeira fase de pilotagem do >> Sendo todos os possíveis alunos
de promover a elevação dos níveis aca-
curso para o 3º Ciclo do Ensino Básico adultos e naturalmente interessados
démicos do pessoal em serviço na Ma-
Recorrente. em prosseguir a carreira naval ou en-
rinha, visando a sua progressão na car-
A adopção do ensino a distância e a contrar saídas profissionais, é de espe-
reira e formação contínua, utilizando
criação do CNED foi determinada fun- rar que consigam desenvolver motiva-
como metodologia o ensino a distân-
damentalmente pelos seguintes facto- ção pessoal para aprender.
cia. O novo Centro veio substituir o
res: >> Dado o elevado número de alunos e
Centro de Instrução por Correspon-
a diversidade das suas situações é
dência que, durante a década anterior,
>> A população-alvo está dispersa por imperioso proporcionar igualdade de
tinha desenvolvido através do ensino
todo o país, incluindo os arquipélagos oportunidades para todos os interes-
programado por correspondência um
dos Açores e Madeira e mesmo a pres- sados.
conjunto significativo de cursos
tar serviço em países estrangeiros.
visando, quer a elevação do nível cul-
>> Muitos dos possíveis interessados
tural do pessoal, quer a sua prepara-
estão embarcados em navios com
ção para a realização das provas nacio- 1. Modelo de ensino
grande mobilidade.
nais dos 2º e 3º ciclos do ensino básico.
>> É impossível enviar para as escolas, a distância do CNED
O CNED disponibiliza actualmente um
durante períodos prolongados, algu- Uma das características definidoras
curso para o Ensino Secundário Recor-
mas centenas ou milhares de militares do ensino a distância é o facto dos nar
rente com cerca de 600 alunos activos
Nº38
actos de ensinar do professor e de distância tem vindo a consubstanciar- ciplinas que integram os cursos. Cada
aprender do aluno estarem separados se no desenvolvimento de um modelo unidade didáctica recorre a áreas
no espaço e no tempo ou em ambos que, tomando em consideração as va- disciplinares1 e desenvolvendo-se nu-
simultaneamente. O sistema de ensino riáveis intervenientes na aprendiza- ma árvores constituída por três níveis -
a distância tem como finalidade elimi- gem realizada pelo aluno, nos siste- temas, conteúdos e indicadores de
nar ou minorar essas barreiras espa- mas de distribuição da formação e aprendizagem e gerando uma “ma -
cio-temporais abrindo oportunidades apoio aos alunos e no sistema de ava- triz de indicadores da unidade” que
de formação a todos aqueles que não liação, nos orienta nas várias fases do orienta os autores na produção dos
têm a possibilidade de se deslocar a desenvolvimento de um curso e na materiais e na concepção da avaliação
uma escola. monitorização e avaliação do seu fun- da aprendizagem.
A variedade de situações em que se cionamento. Cada indicador de aprendizagem, for-
encontram os nossos alunos, os meios mula uma realização do aluno com um
acessíveis nessas situações e a diver- determinado nível de realização (Com-
sidade de competências dos alunos preensão, Aplicação ou Produção) e
para lidar com eles, obriga a que as de- 2. Desenvolvimento uma determinada Relevância Cur-
cisões sobre os materiais e os apoios à e produção de materiais ricular (Muito relevante, Relevante e
aprendizagem a fornecer a todos os Irrelevante). A partir da matriz de indi-
O Gabinete de Desenvolvimento Cur-
alunos em geral acautelem sempre a cadores da unidade é desenvolvida
ricular é responsável pela coorde-
não exclusão de ninguém da oportu- uma “matriz de teste” que serve de
nação de todo o processo de produção
nidade oferecida para elevar as qualifi- base para a construção do banco de
que obedece ao modelo representado
cações académicas. testes que será aplicado para a ava-
na figura 1. O desenvolvimento e pro-
Desta forma a construção do sistema liação da aprendizagem dos alunos.
dução de materiais estão a cargo de
de ensino a distância na Marinha orien- Por sua vez os indicadores de apren-
equipas de professores.
tou-se pelos seguintes princípios: dizagem dão origem a itens de teste
A unidade didáctica é o elemento -base
que são caracterizados por um “tempo
para a formação de módulos ou dis -
>> A adopção dos conceitos de unida-
de didáctica (capitalizável no caso do
ensino recorrente) e crédito para o de-
senvolvimento dos currículos e para a Área disciplinar
Unidade Módulo do curso
Curso
disciplina (disciplina)
certificação académica e profissional.
>> A combinação de formação presen-
Temas
cial em escola e no local de trabalho
para as componentes técnica e tecno-
lógica, com o ensino a distância para a Conteúdo
1 No caso dos ensinos básico e secundário recorrentes as fontes são os próprios programas oficiais do Ministério da Educação.
(
Nº39
zagem com áreas para cada uma das ção e monitorização do sistema de (para a consulta dos seus dados e ava-
disciplinas e para cada tutor, é ainda ensino. liação formativa), quer o dos tutores
reduzido o número de alunos com pos- que poderão assim consultar ou intro-
sibilidades de utilizar esta facilidade. duzir dados sem necessidade de se
Estabelecemos como meta para 2003 deslocarem ao CNED.
5. Gestão do sistema
termos 10% dos nossos alunos com A definição das variáveis pertinentes é
apoio tutorial através da Internet. de ensino e Qualidade determinada com base num referen-
A gestão do sistema de ensino é apoia- cial que temos vindo a desenvolver
da por uma aplicação informática em desde há alguns anos.
base de dados ORACLE que guarda a A análise dos dados recolhidos ao lon-
4. Avaliação
informação de todos os processos, go dos vários processos figura 3 - per-
A equipa de professores de cada uma
desde a concepção dos materiais à mite-nos verificar sistematicamente a
das disciplinas concebe a matriz base
avaliação dos alunos. O acesso aos forma como funcionam os diversos
de teste para cada uma das unidades e
dados recolhidos é facultado a todos componentes do sistema de ensino -
produz o teste modelo que acompanha
os intervenientes no processo (incluin- materiais, o sistema de apoio e tutoria
os materiais e dois testes sumativos . O
do evidentemente os alunos) de acordo e a avaliação - e tomar as medidas
Gabinete de Avaliação é responsável
com as suas necessidades. Estamos adequadas no sentido de eliminar ou
pela gestão do banco de testes e pelo
actualmente a realizar a migração da minimizar os problemas que vamos
processo de avaliação dos alunos. A
base de dados para a Internet de forma detectando e melhorar de forma contí-
realização dos testes é sempre pre-
a facilitar quer o trabalho dos alunos nua a formação que disponibilizamos
sencial e pode ser efectuada em qual-
quer local que reuna as condições de
segurança estabelecidas.
O aluno decide quando e onde vai
realizar a avaliação fazendo chegar o Análise do programa
Conteúdos
seu pedido de avaliação através do Objectivos
tutor, da Coordenação, do Oficial Avaliação competências adquiridas pelos alunos
N
uma análise da situação com- camente social de todos estes proces- funcionais e organizacionais.
petititiva da Europa1 no con- sos.
texto mundial reconhecia-se a Entre os resultados deste trabalho me-
excelência do trabalho realizado por Atenta a este problema, a Comissão rece um destaque especial o estabe-
reputadas universidades e centros de Europeia incluiu como parte integran- lecimento duma comunidade virtual
investigação mas constatava-se a di- te das activitidades de investigação e em torno do tema “gestão de conhe-
ficuldade em traduzir o conhecimento desenvolvimento do programa IST - cimento”. Esta comunidade virtual
assim gerado numa vantagem compe- Tecnologias para a Sociedade de Infor- tem como principal âncora o site
titiva durável. Entre os factores que mação (5° Programa-Quadro 1998- “Knowledge Board - The European KM
parecem contribuir para esta situação 2002) um conjunto de projectos sob o co m mu n it y” ( www.k n owl e d geb o -
avulta a dificuldade em promover uma tema “gestão de conhecimento” no ard.com) e abrange um vasto leque de
prática de partilha de informação e co- âmbito da area temática “novos méto- actividades que incluem a difusão e
nhecimento tanto no seio das organi- dos de trabalho e comércio electróni- troca de informação sobre resultados
zações como entre profissionais dum co”. Estes projectos (alguns dos quais de projectos, eventos, exemplos de
mesmo sector. Esta partilha para ser ainda em curso) tinham como objec- boas práticas de aplicação dos con-
efectiva tem que reflectir uma visão tivo comum desenvolver tecnologias ceitos de gestão de conhecimento,
ampla do processo de aquisição e de gestão inteligente do conhecimento bem como a organização de eventos
assimilação de conhecimento que vai e proceder à sua validação através do (ex. Escola de Verão) visando contri-
para além do acesso passivo a infor- desenvolvimento de aplicações, meto- buir para a reflexão colectiva sobre o
mação / conhecimento de natureza dologias e casos práticos permitindo tema.
mais ou menos explícita para englobar explorar de forma mais ampla as múl-
um leque mais vasto de aspectos entre tiplas fontes de conhecimento indivi- Outro projecto que pelo seu carácter
os quais avultam os paradigmas de dual e organizacional, independen- federador merece uma referência é o
aprendizagem e a natureza intrínse- temente das tradicionais barreiras projecto BEEP - “Better eEurope
1
Ver “European Innovation Scoreboard”
i
Nº42
www.knowledgeboard.com
www.beepknowledgesystem.org
(
i
Nº43
Carlos Oliveira
Administrador Principal na Comissão
Europeia (Aplicações para a Educação
e Formação)
www.knowlaboration.net
www.kmeurope.com
i eventos
Nº7
De norte a sul da Europa são vários os eventos que vão ser promovidos no âmbito da temática das
Novas Tecnologias para a Educação/Formação e Gestão do Conhecimento.
Eis quatro iniciativas, que vão decorrer entre Dezembro de 2003 e Junho de 2004, com propostas de
comunicações, workshops, laboratórios e exposições bastante diversificadas.
Evento 01
Designação >> Online Educa Berlin
Resumo >> A 9ª edição da conferência internacional sobre aprendizagem e formação mediada por tecnologias, o Online Educa Berlim, promovida pela ICWE
com o apoio da Comissão Europeia (DG Information Society; DG Education and Culture), decorre este ano entre 3 e 5 de Dezembro.
Na anterior edição do Online Educa Berlin estiveram presentes 1127 participantes, de 64 países, de diferentes sectores como o Governo, Empresas,
Associações e Instituições de Ensino e Formação. Nesta edição está previsto um índice de participação semelhante, sendo os temas centrais
em discussão, os seguintes: o e-Learning nas empresas, políticas para práticas de e-Learning, novos papeis para professores e formadores, a gestão
da mudança no Ensino Superior, abordagens inovadores para a aprendizagem e factores de qualidade no e-Learning.
O evento encontra-se dividido em três dias, sendo o primeiro dedicado a workshops de trabalho e pré-conferências, num total de 17, onde
os participantes puderão adquirir e aprofundar conhecimentos através de um contacto privilegiado com os especialistas do sector. Nos restantes
dias, a conferência apresenta uma estrutura com exposição, sessões plenárias e sessões paralelas contando entre outros com a presença de Gilly
Salmon.
(
i
Nº45
Evento 01 Evento 02
Evento 03 Evento 04
Evento 02
Designação >> m-ICTE2003 (Second International Conference on Multimédia and Information & Communication Technologies in Education)
Resumo >> A 2ª edição do m-ICTE aponta como conceitos chave a pedagogia, a tecnologia, a inovação e a rede, preparando-se um debate teórico e prático
em torno das diferentes aplicações destas noções. Na anterior, e primeira edição, estiveram presentes 335 participantes de 50 países com um total
de 379 apresentações (papers).
O evento encontra-se organizado em sessões plenárias e paralelas, apresentando também uma exposição onde será efectuada a divulgação
de produtos relacionados com a temática. Umas das inovações desta conferência reside na possibilidade de participar e apresentar “papers”
virtualmente, através de um sistema desenvolvido para a conferência.
Relativamente aos temas a serem abordados no evento, é possível apresentar três grandes grupos de categorias: Tecnologias, Pedagogia e Gestão
do Conhecimento, sendo de realçar para esta última as comunidades de práticas, os ambientem virtuais de aprendizagem, a aprendizagem
organizacional, os LMS, os LCMS e os KMS.
i
Nº46
Evento 03
Designação >> The European Human Capital Summit 2004
Promotor >> Leading Minds Balanced Scorecard Collaborative (Harvard Business School Publishing)
Resumo >> Realiza-se no mês de Março, em Amesterdão, um seminário e diferentes cursos de formação sob a temática da Gestão do Conhecimento,
o "The European Human Capital Summit 2004: Aligning Human Capital with Business Strategy", organizados, num trabalho conjunto, pela LEADING
MINDS e a Balanced Scorecard Collaborative.
Com a presença de reconhecidos nomes na área como os de Dabe Ulrich, Lynda Gratton e Steve Kerr, neste encontro serão tratados assuntos como:
as melhorias necessárias para a inovação na gestão de recursos humanos com recurso às tecnologias de informação e comunicação, a utilização
de ferramentas adequadas para o aumento do capital humano e intelectual das empresas, e a transformação das organizações em comunidades
aprendentes.
Destinado, especialmente, para profissionais de gestão de recursos humanos e outros executivos empenhados na promoção e capitalização
dos recursos tangíveis e intangíveis dos seus colaboradores, o evento encontra-se organizado em sessões plenárias e grupos de trabalhos
Para a definição de estratégias comuns de acção.
Evento 04
Designação >> ED-MEDIA 2004 (World Conference on Educational Multimedia, Hypermedia & Telecommunications)
conf@aace.org
Tel.: 757-623-7588
Fax: 703-997-8760
Resumo >> Sob a temática das Tecnologias Educativas e Ensino a Distância (multimédia e hipermédia) realiza-se em Junho, na Suiça, o ED-MEDIA2004,
já na décima sexta edição, com a organização da “Association for the Advancement of Computing in Education”. Esta conferência funciona enquanto
fórum multidisciplinar para a discussão e troca de informação na área da educação a distância.
Os formatos de apresentação são diversificados como: keynote speakers, apresentações longas e breves, vídeos, demonstrações, posters,
apresentações de empresas, Workshops, mesas redondas, discussões temáticas especiais e simpósios.
Os principais tópicos em debate, atendendo à temática do evento, são: as infra-estruturas, as ferramentas e aplicações para a concepção
de conteúdos, os novos papéis do formador e aprendente, a aprendizagem mediada pelo computador, projectos e estudos de caso, e as regulações,
leis e linhas de orientação para a acessibilidade na web.
Estudos de
i Investigação
A
normalização de conteúdos pa- modo a produzir um guia de orientação
ra ambientes de e-Learning e as do, a cargo da SAF, empresa de e-Lear- para o mercado português”, este tra-
diferentes propostas neste do- ning da Novabase, à necessidade de balho foi alargado ao estudo da “cor-
mínio, AICC, IMS e SCORM, associadas informação estratégica na área. No relação entre as normas de e-Learning
à noção de qualidade e a caracteriza- âmbito do Programa Operacional de e os resultados da formação a distân-
ção do mercado(oferta e procura) de Emprego, Formação e Desenvolvimen- cia no mercado português”. Pretende-
sistemas deste tipo, são os princípios to Social, este trabalho, que ainda se se, desta forma, estudar também o
orientadores da investigação que deu encontra numa primeira fase de desen- impacto das normas nos resultados da
origem ao relatório que apresentamos volvimento, pretende retratar o impa- formação.
nesta edição. cto da adopção das normas SCORM no
mercado português, inserido num Organizado em quatro partes prin-
objectivo maior de diagnosticar e pros- cipais, uma primeira onde é realizado
pectar a “Qualidade no e-Learning em o design e percurso metodológico do
Estudo Portugal”. estudo, uma segunda onde é descrito o
O estado do e-Learning em Portugal e a processo de normalização do e-Lear-
normalização de conteúdos para sis- Com um objectivo inicial que se pren- ning, com o inventário e a sistematiza-
temas de e-Learning são temáticas dia com “O estudo do grau de maturi- ção das normas em vigor, as restantes
com grande interesse para o mercado dade da oferta nacional de e-Learning partes caracterizam a oferta de con-
nacional nas vertentes da procura e da face à implementação das Normas, de teúdos de e-Learning a nível interna-
Designação do Estudo >> A Qualidade no e-Learning em Portugal.O impacto da adopção das normas SCORM no mercado português
A sistematização
dos conteúdos dos eventos anuais
Nov@Formação
inofor
Destaques
i Editoriais
A
Nov@Formação, destaca, nesta O principal valor desta obra, com a pesquisa desenvolvida recentemente
edição, duas obras com chancela da Oxford University Press, no âmbito da “organizational learning”,
conteúdos técnicos bastante reside no facto de proporcionar uma referenciando práticas em curso na
exaustivos e pertinentes em duas te- visão integrada e plural sobre o con- Europa, América e Ásia e analisando
máticas de grande actualidade: apren- ceito “organizational learning”, desig- casos com evidências ao nível da “cri-
dizagem organizacional e sistema de nadamente a forma como emergiu, ação e produção de conhecimento” e
gestão da aprendizagem. como é entendido e utilizado actual- de “aprendizagem organizacional”.
mente, sendo ainda discutidos alguns
cenários de desenvolvimento desta Através da leitura dos nove capítulos
(
i
Nº51
E-Learning o papel Web-Edu, no qual o INOFOR era um dos Ao iniciarmos a leitura do livro depa-
membros da parceria. ramo-nos com um capítulo dedicado a
dos sistemas de gestão definições e conceitos básicos, o que
da aprendizagem O conhecimento das funcionalidades e dada a proliferação de termos exis-
vantagens de diversas aplicações de tentes no domínio do e-Learning é uma
na Europa software de gestão da aprendizagem leitura obrigatória para quem não está
Título da Obra: e-Learning: o papel foi o guia do projecto e da investigação muito familiarizado com a terminolo-
dos sistemas de gestão da prosseguida, respondendo o presente gia. Para aqueles que já dominam os
aprendizagem na Europa livro ao seguinte objectivo - perceber o conceitos relacionados com o e-Lear-
Autores: Desmond Keegan, Ana Dias, grau de satisfação de diversas institui- ning podem, assim, aprofundar e siste-
Carina Baptista, Gro-Anett Olsen, ções europeias pela utilização de Lear- matizar ideias.
Helmut Fritsch, Holger Follmer, Mária ning Management Systems (LMS) nas
Micincová, Morten Flate Paulsen, suas actividades de formação. Os autores fazem, ainda, nos capítulos
Paulo Dias, Pedro Pimenta iniciais uma rápida incursão sobre a
Editor: INOFOR Com uma estruturação clara, através situação portuguesa da oferta de e-
Ano da Edição: 2002 de uma breve revisão do índice da Learning que, sendo manifestamente
publicação verificamos rapidamente a incipiente, dá já sinais positivos quan-
A presente publicação, editada pelo existência de três eixos de reflexão: to à sua evolução.
INOFOR em Novembro 2002 e inserida conceitos e termos aplicados quando
na Colecção Formação a Distância & e- analisamos LMS; diagnóstico da utili- O corpo principal do estudo, onde são
Learning na categoria de livro técnico, zação de LMS na Europa; e, reflexão abordados os Sistemas de Gestão da
resultou de uma investigação desen- crítica sobre os Sistemas de Gestão da Aprendizagem na Europa (LMS), con-
i
Nº52
centra-se nos capítulos 4 a 7, onde é Um dos capítulos finais, a realçar, é mula da exaustiva informação mos-
efectuada uma análise bastante exaus- dedicado à análise da utilização da trada nos capítulo anteriores. Outros
tiva sobre os LMS utilizados na Europa normalização no e-Learning. De leitura elementos a reter da síntese final da
do Sul, na Europa Central, na Irlanda acessível, os autores apresentam as publicação são: a prevalência de LMS
do Norte e Reino Unido, bem como nos questões essenciais que giram em concebidos localmente na Europa não
países nórdicos. torno da normalização e apontam já anglófona e a existência de 60 LMS
para uma necessidade de uma diferentes no total das 113 instituições
É possível encontrar uma análise glo- verdadeira concertação neste domínio auscultadas.
bal de cada uma das áreas geográficas e que ultrapasse os aspectos mera-
acima citadas focando nos seguintes mente tecnológicos, reconhecendo, (Esta obra está disponível, em forma-
pontos: modelos de concepção e de- porém, que não pode haver e-Learning to integral, no site www.crcvirtual.pt)
senvolvimento de cursos, instrumen- sem tecnologia.
tos de apoio aos formandos e mecanis-
mos de tutoria, aspectos tecnológicos, De um modo geral, constata-se que a 1ºlivro :: Horácio Covita
Coordenador do Centro
administrativos e financeiros e grau de maioria dos LMS apresentam todas as
de Recuros em Conhecimento
satisfação e expectativas das insti- funcionalidades que importam para os do INOFOR
tuições inquiridas. projectos de e-Learning, tendo em con- 2ºlivro :: José Lagarto
ta as necessidades específicas dos uti- Docente convidado do Instituto
de Educação da Universidade
Nesta obra encontram-se múltiplas lizadores. No entanto, verifica-se ain-
Católica
referências cruzadas aos objectos de da uma distribuição desigual dos LMS
estudo sem, no entanto, se procurar nos diferentes países europeus.
fazer uma valoração hierarquizada dos
mesmos. A leitura atenta destes ca- As conclusões, muito bem organizadas
pítulos é, assim, recomendada, pois no capítulo 9, apontam para um au-
contêm óptimos indícios sobre as mento constante da utilização deste
características particulares de alguns tipo de ferramentas, nomeadamente
LMS. ao nível do ensino superior, constitu-
indo este capítulo uma excelente sú-
i sites...
Nº7
www.elementk.com
http://www.beepknowledgesystem.org/
http://www.knowledgeboard.com/
http://www.cikm.ul.ie/
i
Nº54
Nesta edição, a Nov@Formação seleccionou um conjunto de sites com uma rica e diversificada panóplia de informações desde relatórios de
estudos de caso, catálogos de cursos on-line, e outros, até à possibilidade de participar em fóruns de discussão e subscrever a publicação de
artigos esperando que constituam referências úteis para os leitores.
Site 01
Designação >> Element K: the knowledge catalyst
Resumo >>
A Element k é um fornecedor de soluções integradas de e-Learning para empresas, agências governamentais, instituições de ensino e formação
e profissionais, que tem por parceiros a Microsoft, a Cisco Systems e a IBM: Lotus. Através do portal é possível aceder a espaços sobre e-Learning,
ao catálogo de cursos, ao jornal e newsletter, a informações sobre a empresa, a noticias e eventos, bem como aceder à plataforma e a cursos.
No portal de acesso à plataforma encontra-se disponível um conjunto de informações úteis para os interessados na temática do e-Learning, ao qual
é possível ter acesso de diferentes formas: por públicos, grupos de interesse e assunto. As informações sobre e-Learning são vastas e apresentam-se
na forma de dicas e breves sínteses, mas também de artigos completos, estudos de caso e de “white papers”, disponíveis na íntegra.
Para quem esteja interessado em experimentar um sistema de formação a distância, via e-Learning, pode aceder a um dos muitos cursos disponíveis
pela Element K. Ficam alguns exemplos de cursos grátis: Excel 2000-nível 1; PowerPoint 2000; Acess 2000; Microsoft Project 2000: Advanced.
Site 02
Designação >> Beep Knowledge Systems
Resumo >> Desenvolvido com base em fundos da Comissão Europeia, do IST Programme, o site da Beep continua a ser actualizado pós financiamento,
colaborando com um elevado número de organizações, aos níveis internacional, nacional e regional. A sua missão é providenciar livre acesso a “boas
práticas” de gestão do conhecimento, identificando recursos úteis no universo das Tecnologias da Informação e Comunicação, de modo a suportar
a concretização de objectivos internacionais e nacionais no que se refere aos campos social, económico, tecnológico e cultural.
Contendo, até à data, 270 relatórios de estudos de caso, os mesmos estão estruturados de acordo com as temáticas centrais do site: trabalho
e competências, PME's na era digital, inclusão social e desenvolvimento regional, podendo os mesmos ser pesquisados através de diferentes
métodos de pesquisa mapa conceptual, características da pesquisa, palavras chave, pesquisa livre e pesquisa avançada.
Destinado a todos aqueles que desenvolvem projectos e têm de tomar decisões na área das tecnologias da informação e comunicação aplicadas
à gestão do conhecimento, é possível um acesso ilimitado ao site através de um simples registo.
(
i
Nº55
Site 03
Designação >> Knowledge Board: the European KM Community
Resumo >> A constituição do “Knowledge Board” resultou, inicialmente, da junção de representantes de 13 projectos europeus no campo da Gestão
do Conhecimento, como objectivo de potenciar as sinergias de projectos com o mesmo campo de intervenção. Actualmente, o site tem por missão
construir uma comunidade europeia de gestão do conhecimento, apoiando o desenvolvimento e implementação do conceito e do estudo do mesmo.
As possibilidades de participação activa no site são diversificadas passando por discussão em grupos de interesse, publicação de artigos, aplicação
dos dispositivos de avaliação disponíveis no site, participação em worhshops on-line, entre muitas outras formas de participação.
Apesar de grande parte dos conteúdos encontrar-se disponível sem necessidade de registo, para uma maior participação nos grupos de discussão
e partilha de informações, encontrando-se disponíveis quatro formas de inscrição no Knowledge Board: inscrição individual, inscrição de uma rede
de KM (knowledge Management), inscrição de instituições e inscrição de projectos.
Através do acesso ao site pode ainda aceder aos seguintes tópicos relacionados com a gestão do conhecimento: estudos, artigos, informações
para iniciados, eventos, arquivo de notícias, blogs, bibliografia, links, oportunidades de emprego.
Site 04
Designação >> Centre for Information and Knowledge Management
Autores >> Centre for Information & Knowledge Management, Robert Schuman Building
Resumo >> Inserido no site da Universidade de Limerick, o portal do “Centre for Information and Knowledge Management” foi constituído em 2000
para fundamentar e apoiar a tomada decisão quando relacionada com a gestão da informação e do conhecimento.
Através do portal é possível aceder a uma série de informações desde programas de investigação, relatórios de pesquisa, guia de eventos e recursos
em linha até serviços de consultadoria na área.
Os recursos on-line apresentam ainda ligações a sites, portais, bibliotecas digitais, artigos e publicações relacionados com a gestão da informação
e a do conhecimento, quer para iniciados na temática como para o aprofundamento de conhecimentos na área
Perguntas
mais frequentes
?
Qual é a diferença entre capital
humano e capital intelectual?
(
Nº57
?
Como se desenvolve e aplica o humano seja convertido em capital es- definição dos compromissos e objecti-
conhecimento? trutural. A liderança de topo das orga- vos individuais dos colaboradores.
nizações deve facilitar métodos de tra-
balho que promovam a conversão das
O conhecimento é um conceito competências individuais em capital
?
operacional. Alguns autores definem organizacional, permitindo a sua des- O e-Learning pode contribuir
conhecimento como a informação que multiplicação por toda a organização. para a gestão
ganha valor em interacção com o ca- Tradicionalmente, mede-se o capital do conhecimento?
pital intelectual. O conhecimento de- humano através dos custos de pessoal
senvolve-se por processos de apren- ou através do valor acrescentado por A existência de um sistema que si-
dizagem, assumindo o e-Learning um empregado. Neste campo, o caso multaneamente cria, armazena e dis-
papel de extrema importância. A apli- Skandia introduz indicadores mais tribui de forma controlada “pedaços”
cação do conhecimento resulta da mo- qualitativos por empregado e, com a de conhecimento constitui a base do
tivação existente. Colaboradores mo- ajuda do Skandia Navigator, desen- processo de desenvolvimento do ca-
tivados colocam o seu conhecimento volvido com base nas teses de Edvins- pital estrutural. Desta forma o e-Lear-
ao serviço da organização. Em suma, o son, cria uma imagem global do capital ning actua em duas dimensões: capital
conhecimento desenvolve-se por intelectual da organização. O Skandia humano e capital estrutural. Os sis-
aprendizagem e aplica-se por Navigator tem como objectivo desen- temas de e-Learning, baseados em
motivação. volver um plano de negócio orientado dispositivos como LMS Learning
para o futuro. Esta ferramenta permite Management Systems e LCMS Lear-
uma visão mais equilibrada da orga- ning Content Management Systems,
nização, incluindo as operações um são bons exemplos do que se acabou
?
Como medir o capital balanço entre o passado (foco finan- de referir. Enquanto na formação pre-
intelectual? ceiro), o presente (foco cliente, foco sencial o acesso ao conhecimento es-
processos e foco pessoas) e o futuro gota-se com o fim da acção de forma-
(foco renovação e desenvolvimento). O ção, no e-Learning existe um sistema
É muito importante que o capital navegador é também utilizado para que disponibiliza permanentemente o
Skandia Navigator
Foco Financeiro
Foco
Foco Cliente Pessoas Foco Processo
Fonte
Leif Edvinsson, Intellectual Capital Report, Skandia 1998
Nº58
conhecimento actualizado através de Chris com Knowledge for Action cação informática desenvolvida por
uma dinâmica própria. analistas e programadores com o ob-
jectivo de gerir a aprendizagem on-li-
ne. O desenvolvimento de um sistema
de gestão da formação on-line próprio
LMS- Learning
?
Que relação existe entre é uma alternativa que pode ser equa-
conhecimento e competências? Management Systems cionada. Para fazer este desenvol-
?
Quais as principais vimento é necessário constituir uma e-
características de um LMS? quipa pluridiscliplinar que inclua es-
Competência é um cluster organizado pecialistas em e-Learning e técnicos
de conhecimentos. Competência é a de informática. A decisão de desenvol-
capacidade de resolver de forma sis- As principais características de um ver ou comprar uma solução já existen-
temática uma dada categoria de pro- Learning Management System são as te no mercado depende essencial-
blemas. Para a resolução desses pro- seguintes: mente da complexidade do projecto de
blemas é necessário possuir um con- e-Learning a desenvolver. Em cada ca-
junto de conhecimentos que uma vez >> Sistema de avaliação de pré-requi- so deve ser avaliado o custo de uma
aplicados permitem a sua resolução. sitos (pré-avaliação). solução chave-na-mão comparativa-
mente com o desenvolvimento de uma
>> Sistema de registo automático de solução própria. No caso de se optar
participantes. por uma solução chave-na-mão tem-se
?
Armazenar os mails que acesso à experiência do fornecedor em
circulam numa organização é > > Catálogo on-line de cursos. outras situações e pode-se contar com
gerir o conhecimento? o suporte de uma empresa especi-
>> Monitorização e controlo das activi- alizada e ter acesso aos outros cli-
Armazenar informação não proces- dades dos formandos. entes. Numa solução própria pode-se
sada não significa gerir conhecimento. conseguir um sistema mais adequado
Como vimos atrás, conhecimento é in- >> Gestão dos conteúdos formativos. às necessidades específicas do
formação que ganha valor em intera- projecto, mas muitas vezes de custo
cção com o capital intelectual, isto é, >> Sistema de avaliação. superior considerando também o
informação processada. Um conjunto esforço de manutenção associado.
de mails não é mais que um conjunto >> Suportar sistemas colaborativos de
de diálogos, de informação. Podem aprendizagem.
conter informação muito útil, mas ain-
?
da não é um sistema de gestão do co- >> Integrar um repositório de conteú- Como devo seleccionar
nhecimento. dos de aprendizagem. o meu fornecedor de LMS?
?
Quem são os principais necedores de e-Learning, é importante
autores na área da gestão do >> Compatível com as especificações salientar as regras de selecção desse
conhecimento? técnicas existentes. tipo de serviços.
Na área da gestão do conhecimento >> Independente de browser e plug-in. >> Desenvolver um caderno de encar-
destacam-se autores como: gos.
Nonaka, Ikujiro & Takeuchi, Hirotaka >> Possibilidade de customização.
com The Knowledge Creating Company >> Envolver o departamento de siste-
How Japanese Companies Create the mas de informação.
Dynamics of Innovation Davenport,
?
Thomas & Prusak, Laurence com Posso criar o meu próprio >> Identificar claramente os requisi-
Working Knowledge How organiza- LMS? tos funcionais do sistema de gestão da
tions manage what they know formação on-line.
Edvinsson, Leif com Intellectual
Capital e Corporate Longitude Argyris, Um LMS não é mais do que uma apli- >> Procurar um processo de venda for-
(
Nº59
?
Quais os factores de custo
>> Transmitir ao fornecedor os pro- mais importantes num sistema
jectos futuros. de e-Learning?
?
Quais os principais lação-alvo.
fornecedores de LMS
existentes em Portugal? >> Plataforma. Normalmente conhe-
cida por LMS Learning Management
Existem actualmente perto de uma System constitui o sistema operativo
centena de fornecedores de sistemas do e-Learning. São aplicações infor-
de gestão da formação on-line, quase máticas que gerem a distribuição dos
todos de origem americana. Existem conteúdos de acordo com uma me-
sistemas que não são certificados pe- todologia e fazem o controlo e monito-
las entidades que produzem actu- rização do processo de aprendizagem.
almente especificações e normas para
o e-Learning como o AICC, IMS e >> Infra-estrutura tecnológica. O har-
SCORM. Assistimos também a um dware de base que suporta o funcio-
envolvimento das grandes empresas namento dos sistemas aplicacionais.
de tecnologias de informação nesta Inclui servidores e equipamento de
área. São exemplos disso a Oracle com comunicações
o produto Oracle i-Learning e a IBM
com o Lotus Learning Space e o IBM
Mário Figueira
Lotus Learning Management System. Presidente da SAF / Novabase
De destacar também o caso da Saba,
que se tem revelado também como um
Ideias
e sugestões
1 Também designado por “Ambiente de Gestão da Aprendizagem” ou por “Plataforma de e-Learning e de b-Learning”. Este conceito
não deve ser confundido com o chamado Knowledge Management System (por exemplo o Saba ou o Docent), cuja complexidade é bem maior .
(
Nº61
Router / Firewall
LAN Internet
Utilizadores
Router
Servidores
Intranet
Utilizadores
Figura 1
Cenário de utilização de um LMS
Grau de Confidencialidade da Informação >> Garantido pelo LSP Garantido pela Organização
Largura de Banda (acesso ao LMS)* >> Dependente do ISP Dependente da Intranet da Organização
Nº62
Acesso ao Serviço via Internet (do LMS ao ISP) >> Baixo Elevado
Operação, Manutenção e Gestão (OMG) >> Externa (LSP) Interna 8ou esterna)
Helpdesk Técnico ao Gestor do LMS >> Externo (LSP) Interno (ou externo)
logias pedagógicas e restrições tecno- síncrona consome, em média, 20 Kbps Director, Authorware, Dreamweaver,
lógicas). de largura de banda, de modo a obter ReadyGo, TutorPro, FrontPage ou Tool-
De acordo com o relatório “Outlook for uma qualidade de serviço mínima book.
the LMS Market” de WR Hambrecht and durante a ligação ao servidor.
Co's 2001”, um LMS só faz sentido se Significa isto, que, para obter uma boa
permitir a uma organização potenciar
o conhecimento e as aptidões colecti-
sessão de formação síncrona, com 20
alunos, que inclua áudio e vídeo em
3. Instrumentos de Avaliação que
possibilitem a gestão individual do an-
vas do seu efectivo de um modo mais tempo real, o acesso do LMS ao ISP
tes, durante e pós formação, de modo a
estratégico, se constituir a base para deverá ter pelo menos 400 Kbps de
visualizar o desempenho humano ao
aumentar a eficácia do processo de largura de banda.
longo do seu processo de aprendiza-
formação interno e se melhorar a co-
gem.
municação entre os seus colabora-
dores.
Uma vez tomada a decisão, é neces-
sário equacionar duas possibilidades
3. 4. Funcionalidades de Blended
para a instalação do HW e SW neces- Principais Learning, combinando a gestão da
sários para o LMS. formação presencial com a gestão da
O LMS poderá ser instalado em regime
Características formação a distância e dotando os sis-
de hosting (nas instalações do Lear-- de um LMS temas de funcionalidades de colabora-
ning Service Provider - LSP) ou em re-- De acordo com a investigação efectua- ção, de comunicação síncrona e assín-
gime de colocação (nas instalações da da pela Brandon-hall e descrita no ar- crona e de directório, facilmente utili-
organização). tigo “LMS 2001 How to Choose the Right záveis.
Identificam-se, para ambas as opções, System for your Organization”, iden-
aspectos técnicos e financeiros que tificam-se, como principais, as se-
devem ser considerados antes da guintes características para um LMS: 5. Conformidade com os Standard
tomada de decisão para a implemen-
do sector por forma a dotar o LMS do
tação de um LMS numa Organização:
cumprimento de normas específicas
(
Nº63
> > Pe r m i t i r u m c o n t r o l o d a
>> Permitir a gestão integrada (e em
informação com gestão e securização
web) de Catálogo, Cursos, Utilizado-
res, Plano de formação, Alertas, Con-
>> Garantir a confidencialidade e
teúdos, Questionários, Trabalhos Indi-
autenticação personalizada
viduais ou de Grupo, Biblioteca, Calen-
darização, Avaliação, Notícias e Recur-
>> Disponibilizar serviços telemáticos
sos Pedagógicos.
e de comunicação síncronos e
assíncronos
>> Permitir a integração com sistemas
de base de dados externos
>> Possibilitar a criação e difusão de
2 Apenas se apresentam algumas das principais funcionalidades que um LMS deve disponibilizar. Existem muitas outras.
Glossário
C
Conhecimento Tácito
O conhecimento tácito é um conhe-
cimento pessoal e difícil de formalizar,
profundamente enraizado nas acções
In: Nonaka, Ikujiro & Takeuchi, Hirotaka. (1995).
The knowledge-creating company : how japanese
companies create the dynamics of innovation.
Oxford: Oxford University Press, p.8.
principal ocupação, algo que fazem no
curso da sua actividade principal ou
algo que fazem nas suas horas de lazer.
C
e experiências de um indivíduo, bem
comunicação ágil, flexível e de baixo
como valores ou emoções. Adquirimos
este tipo de conhecimento através da Comunidades custo e a sua adopção em larga escala
pelas organizações foram os propul-
prática, da experiência, dos erros e dos Virtuais de Prática sores das comunidades virtuais de
sucessos. A comunidade é a estrutura social que
práticas. Grupos de pessoas com inte-
desenvolve respeito e confiança recí-
resses comuns - em uma organização
Podemos encontrar duas dimensões proca, e a prática é o conjunto de cená-
ou em várias formaram-se paulatina-
chave na noção de conhecimento táci- rios, ideias, ferramentas, informação,
mente, comunicando através de e-
to que são: a dimensão técnica e a di- estilos, linguagem, estórias e docu-
mail, chats e websites. Profissionais
mensão cognitiva. A primeira engloba mentos sobre os quais a comunidade
de uma área específica passaram a
o tipo de capacidades informais e vai actuar.
poder trocar informações relevantes
difíceis de definir bem representadas
sobre e para o seu dia-a-dia, sobre as
pelo termo “Know-How”. A segunda As comunidades de prática são cons-
suas "melhores práticas", a sua forma
consiste em esquemas, modelos tituídas por pessoas que partilham
de estruturar processos e de compar-
mentais, crenças e percepções de tal uma actividade e que se reúnem para
tilhar soluções para os problemas
forma embrenhadas que as tomamos discutir aspectos com ela relaciona-
mais comuns. Verdadeiras "comunida-
como certas. dos. Essa actividade pode ser: a sua
des" começaram a formar-se nas em-
(
Nº65
O
In: Senge, Peter. (1993). The fifth discipline: the As pessoas quando aprendem
art and practice of the learning organization. mobilizam diferentes sentidos para
Organização Aprendente London: Century Business. Pp.3-14.
realizar uma tarefa sendo que nem
(learning organization)
A
todas as pessoas mobilizam os mes-
São aquelas organizações onde as mos sentidos da mesma forma. Essas
pessoas expandem de forma contínua
Aprendizagem diferenças determinam os denomina-
a sua capacidade de criar os resul- colaborativa dos estilos de aprendizagem.
tados que verdadeiramente desejam, Forma de desenvolvimento onde os
onde novos e expansivos padrões de aprendentes partilham ideias e cons- Há pessoas que aprendem melhor
pensamento são desenvolvidos, onde a troem em conjunto os caminhos que os através dos estímulos visuais, outras
aspiração colectiva é libertada, e onde conduzem à aprendizagem. A premis- pelos estímulos auditivos e outras
as pessoas continuamente aprendem a sa fundamental da aprendizagem co- pelos estímulos cinestésicos e tácteis.
aprender em conjunto. laborativa é baseada na construção de Existem vários testes que permitem
consensos, resultado da cooperação determinar o estilo de cada pessoa e
Imagine uma organização em que entre os membros do grupo. Este mo- adaptar as estratégias de ensino a
todos falam, e todos ouvem. Imagine delo de aprendizagem centra-se fun- cada uma delas, se for entendido como
uma organização capaz de aplicar damentalmente no aprendente. conveniente.
novas teorias, técnicas e ferramentas,
de gerar novos conhecimentos, de Por exemplo, uma categorização co-
A
assimilar novos paradigmas, em su- nhecida classifica os estilos em con-
ma, capaz de acompanhar a mudança. Aprendizagem cretos activos, concretos reflexivos,
Imagine uma empresa em que todos os abstractos activos e abstractos refle-
seus membros caminham para o mes-
cooperativa xivos
Conjunto de processos que auxiliam os
mo objectivo, em que todos se em-
aprendentes a interagir uns com os
penham em aprofundar e expandir as
outros de forma a conseguir atingir um
suas capacidades enquanto colectivo,
objectivo específico ou a desenvolver
enquanto um todo. Estas são as cara-
um produto relacionado com um dado
cterísticas de uma "learning organiza-
conteúdo. Pode ser um trabalho de
tion".
projecto em que as diferentes partes
são realizadas por diferentes elemen-
Alguns dos factores chave associados
tos, coordenados entre si e com uma
a esta visão estratégia de organização
forte interacção e conhecimento do
e gestão da organização são: melhor
que cada um executa.
performance, criar uma vantagem
competitiva, criar uma equipa dinâmi-
Em comparação com a aprendizagem
ca (shared vision e personal mastery),
colaborativa, a noção de aprendiza-
o diálogo e a abertura, a capacidade
gem cooperativa aponta para um mo-
de gerir a mudança.
delo mais directivo que é normalmente
orientado pelo professor.
Neste tipo de organização a partici-
pação é aberta a todos. Mesmo aque-
Adaptação de Panitz, Ted (1996)
les que não dão a sua opinião acabam
por votar com o seu comportamento -
desde o apoio incondicional, à resis-
Opinião do leitor
Parabéns pela Nov@ Formação! Seria também útil, atendendo à diversidade do público-alvo,
É um instrumento válido para todos os profissionais ligados à rubricas mais especializadas e menos generalizadas, como
Formação Profissional. Já fazia falta. ...................................... avaliação na formação a distância, modelos pedagógicos,
sistemas de apoio, materiais didácticos para a formação a
distância.
Faço votos pela sua continuação pois é extremamente útil. ........
Na minha modesta opinião penso que com esta publicação todos
iremos ganhar: o Instituto, porque dá a conhecer realidades
diferentes, e nós porque tomamos consciência do trabalho que
podemos realizar. Bem Haja! .................................................. A publicação apresenta uma boa imagem e qualidade gráfica.
Poderá vir a desempenhar um papel importante no acesso ao
conhecimento e actualização, nomeadamente na área da For-
mação e as novas tecnologias. Papel relevante especialmente
Parabéns!!! para os que trabalham longe dos grandes centros. ...................
Faltava uma compilação, organizada, abrangente e relevante,
que se afigura como um guia de referência. ...............................
A equipa da Nov@Formação agradece, contando sempre com a opinião e a orientação dos leitores para a publicação de uma revista que se pretende cada vez mais pertinente,
cumprindo o objectivo a que inicialmente se propôs: constituir-se como um verdadeiro guia de apoio ao desenvolvimento e experimentação de práticas de formação inovadoras,
onde procuraremos espelhar, em todas as edições, com sobriedade, a variedade de temas e o aprofundamento dos conteúdos que este tipo de projecto editorial exige.