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PAPO DE INCLUSÃO:
TESSITURAS SOBRE UMA EXPERIÊNCIA FORMATIVA
EM TEMPOS PANDÊMICOS
Então, ao final de maio de 2020, mais precisamente dia vinte e dois, lançamos
pela plataforma Youtube o “Papo de Inclusão”, em que contamos com a audiodescrição
(AD) e intérpretes em língua brasileira de sinais (Libras). A partir daí, oferecemos até os
dias de hoje o papo que veio para trazer formação e informação para nossos seguidores e
para nosso Grupo de Pesquisa, além de ser um canal de pesquisa/formação para as
pessoas que buscam os mais variados materiais para desenvolver suas pesquisas e
conhecimentos, além de motivação para continuar construindo conhecimentos. Emancipar
é preciso, ainda mais neste período conturbado que vivenciamos e “[...] a possibilidade de
levar cada um a ‘aprender por intermédio da motivação’ converte-se numa forma
particular do desenvolvimento da emancipação.” (Adorno, 2012, p.170).
O “Papo de Inclusão” é um movimento de troca de experiências mediadas sempre
por um interlocutor do Lepedi que faz essa interação com o palestrante e público. Não é
algo engessado, mas uma conversa descontraída regada a muito conhecimento. Com
essa mudança de plataforma, os programas passaram a ser referência para muitos
pesquisadores, pois as parcerias firmadas são de grande importância para a tríade
ensino, pesquisa e extensão, haja vista a sua indissociabilidade de acordo com a
Constituição Federal em seu Artigo 207: “as universidade gozam de autonomia didático-
científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio
de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão." (Brasil, 1988).
Durante todo ano de 2020, os “Papos de Inclusão” estavam no ar todas as sextas-
feiras, mas a partir de 2021, com o retorno gradual das unidades escolares nos âmbitos
estaduais e municipais, passou a ser veiculado quinzenalmente, quartas-feiras às 20h.
Mas com a mesma tônica e acessibilidade. Diante desse cenário apresentado, relatamos
o que vivenciamos em cada papo.
Cada “Papo de Inclusão” nasceu de buscas e pesquisas preliminares, para que
atendam à contento a tônica do LEPEDI. E assim buscamos a cada dia levar aos nossos
interlocutores, matérias bem atuais para dialogar com a demanda de cada pessoa que
busca nosso canal. Conforme o papo avança novas ideias surgem e assim buscamos
atender as especificidades de nosso público pois, “nosso desafio tem sido, sobretudo,
compreender os fenômenos da cibercultura, especificamente aqueles relacionados aos
processos educacionais, a exemplo da educação e docência online e da aprendizagem
ubíqua.” (Santos, 2019, p. 133).
Ao longo do caminho percorrido houve construção de laços e parcerias. Muitos
papos foram ao ar, atualmente contamos com cinquenta mediações, entre os mais
variados programas elencamos: deficiência visual, surdos, TEA, deficiência intelectual,
altas habilidades/superdotação, Síndrome de Down, gênero e diversidade na escola,
entre outros.
O grande destaque dos papos foram as pessoas com deficiência que aceitaram
prontamente o desafio e estiveram conosco, trazendo um pouco de suas experiências,
nos deixando sempre comovidos com suas histórias de vida e superação. Este ponto nos
remete à Adorno (2012) que nos convida à reflexão sobre percepções equivocadas, daí a
exclusão e/ou segregação, nos remetendo “a exigência que Auschwitz não se repita é a
rimeira de todas para a educação.” (p.118).
Não menos importante, contamos com a participação dos mais seletos nomes de
pesquisadores que contribuíram com nossos papos, rendendo muitas reflexões acerca de
nossas pesquisas e trabalho. Durante os tantos “Papos de Inclusão” coletamos algumas
contribuições:
Freire, P. (2009). A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São
Paulo: Cortez.
Lei nº 13.146 de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Recuperado de
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm.
4. Cabe ressaltar que os sujeitos participantes deste estudo foram identificados por
pseudônimos, a fim de preservar suas identidades, mantendo a confidencialidade
conforme TCLE.