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Corrosão

Corrosão pós recuperação?


Viaduto, no Rio de Janeiro, apresenta sintomas de
corrosão nas armaduras do concreto dos pilares, 5 meses
após obras de recuperação estrutural.

Joaquim Rodrigues

O viaduto do Joá, no Rio de Janeiro, liga a



Barra da Tijuca ao bairro de São Conrado. É


uma importante via de acesso carioca. Cons-



truído na década de 70, originalmente em


concreto armado, veio a receber significati-



vos reforços por protensão externa alguns


anos mais tarde, concomitantemente com



obras de recuperação cuja causa era a corro-


são. Este viaduto está encravado entre a en-



costa rochosa da pedra da Gávea e o mar,


fazendo com que parte de seus pilares fiquem



sujeitos à ação do batimento das ondas e, em


sua totalidade, a forte marezia, condicionan-



do-o a uma atmosfera altamente agressiva.


Há um ano atrás, fizemos uma rápida visto-



ria na infraestrutura do viaduto e constata-


mos uma enorme quantidade de sintomas



de corrosão, particularmente em seus pila-


res. Doze meses se passaram. Uma obra de



recuperação foi feita na região dos pilares


neste intervalo de tempo e voltamos nas



mesmas regiões para checar os resultados


da obra. A equipe, formada por engenhei-



ros mestrandos em Patologia da Constru-


ção, gastou três semanas avaliando a infra-



estrutura do viaduto.

Nesta pequena

Longarinas e travessas “janela”, aberta para


fazer a ligação da

semi-pilha, verificou-

Felizmente, a topografia da região permite se que a armadura


que um pequeno trecho do viaduto tenha apresentava grandes


carepas de corrosão.

contato com a região superior junto às lon- Houve necessidade


garinas e travessas. Nestas peças foram fei- de limpá-la para


proceder à ligação do

tos testes de pH, teor de cloretos e potenciais aparelho.


de corrosão, além da análise visual.


Posteriormente, foi

Na análise visual feita por nossa equipe cons- refeito com


argamassa estrutural.
tatamos que praticamente todas as juntas

entre vãos existentes sobre os pórticos apre-


Análise do estado de corrosão do pilar junto à sua grande sapata. Neste local foram encontrados valores
sentam vazamentos ou infiltração para as tra-

que atestam o total comprometimento do pilar e sapata pela corrosão em suas armaduras. Note o estado

vessas em forma de arco. A intensidade dos de fissuração da argamassa de recuperação. Há sinais visíveis de corrosão.

4 RECUPERAR • Março/Abril 2000


Neste outro pilar, junto à sua sapata, altos potenciais informam que as arma- A abertura de uma “janela”, na quina do pilar analisado, confirmou o estado
duras “tratadas” apresentam-se em estado de corrosão. Note na foto menor o avançado de corrosão nas armaduras da peça. Note a presença da película
estado da superfície da recuperação. epóxica que nada adianta na proteção da corrosão. O reparo foi feito com
argamassa de cimento e areia aditivada com polímero e fibra sintética.
vazamentos está evidenciada pela variedade contaminada com sais depositados na região água torna o concreto um perfeito ambiente

de descolorações acompanhadas de grandes superior do tabuleiro escorre pela junta aden- ao desenvolvimento de células de corrosão


depósitos ou eflorescências brancas ou de trando e afetando o topo das longarinas e e toda a sintomatologia inerente. A geome-

grandes manchas de limo. As conseqüênci- tabuleiros que se apoiam nas travessas que tria das peças de protensão externas que


as deste fato são as piores possíveis. A água por sua vez absorve parte desta água. Esta envolvem as longarinas de apoio dos tabu-

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ continua na pág. 9

Parece difícil recuperar...


A ARCANO Engª é especializada na arte de
recuperar concreto armado. Nossa especiali-
dade é o reforço estrutural com fibra de carbo-
no e a utilização de resinas de baixa viscosi-
dade no tratamento de trincas e fissuras. Uti-
lizamos proteção catódica para interromper
a corrosão no concreto armado e protendido.
Consulte-nos hoje mesmo.

Tel/Fax: (21) 252-1154


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RECUPERAR • Março/Abril 2000 5


2º ANO 3º ANO

CORROSÃO EM ESTRUTURAS DE

Indústrias de Estruturas
processamento químico offshore

6 RECUPERAR • Março/Abril 2000


4º ANO 5º ANO

E CONCRETO ARMADO

Fax consulta nº 400


Sua única garantia (viável) contra o não
surgimento de corrosão no concreto
armado e no concreto protendido.

Pontes e Edificações
viadutos costeiras

Aplicável em obras novas ou em


serviços
RECUPERAR de 2000
• Março/Abril recuperação estrutural 7
A presença de eflorescências ferrosas (óxido de ferro) nas peças que compõem a protensão externa, sob os tabuleiros do viaduto, dão evidências de
possíveis estados de corrosão nos cabos de protensão. A geometria destas peças promove a deposição de sal e a alimentação de células de corrosão.

Nestas duas fotos atesta-se o estado de ruína das juntas de dilatação, que deixam passar a água Esta foto já é conhecida dos leitores (RECUPE-
contaminada, em função do ambiente local, comprometendo as travessas que suportam os tabuleiros RAR Nº 28. A presença de corrosão junto a anco-
do viaduto. Na foto da esquerda, note a presença de óxidos ferrosos que evidenciam presença de ragem de um cabo protensão, continua um ano
corrosão. depois.

8 RECUPERAR • Março/Abril 2000



Extração de pó de concreto a várias profundi-


dades com uma furadeira alimentada a bateria


(1). Análise do estado de corrosão com o uso


do CHLOR-TEST (2) e (3). O resultado para



obtenção da presença e teor da contaminação


por cloretos é obtido em 3 minutos.






























A furação...














...o pó do concreto é posto no tubo de látex,


adicionando-se o reagente...












A situação de um outro pilar e sua sapata. Repare na presença de grandes sintomas de corrosão na sapata.

O corpo do pilar é testemunha da presença de corrosão. Repare que a proteção por barreira da película

epóxica de pouco adiantou.


leiros estabelecem regiões inclinadas que, A concentração de íons cloretos em relação




ainda assim, recebem depósitos de sais (não à massa de cimento foi determinada através

de testes com kits Chlortest, feitos a diver-



possuem nenhum revestimento estanque)



que, com as chuvas, adentram através do sas profundidades. O resultado dos testes

(tabela 1) no fundo das longarinas, base do



concreto, podendo penetrar nas bainhas, par-



concreto que reveste as protensões exter-


ticularmente nas zonas de ancoragem, crian-

nas e travessas, deu uma média de 0,14% o



do células de corrosão nos cabos. que é mais do que suficiente para detonar

Os sintomas, levantados após a análise vi-



processos de corrosão.

sual, totalizaram, pelo menos, duas regiões Na análise dos potenciais de corrosão, na


...seguindo-se da imersão do tubo de titula- onde há extensa quantidade de óxido de fer- tabela 2, houve valores de incerteza. O teste

ção que informará o nível de contaminação


ro emergindo de pequenos buracos existen- do pH com o lápis medidor evidenciou va-

do concreto.

tes ao longo das peças de protensão externa. lores que variavam de 8 a 13 (tabela 3).

RECUPERAR • Março/Abril 2000 9


Tabela 1 - Avaliação da contaminação do concreto por íons cloretos Tabela 3 - Valores de pH
obtidos com lápis
Amostra Localização Profundidade % íons cloretos
nº cm em relação à Localização Valores obtidos
massa de cimento (média de 2 aplicações)

Pilar A 8
1 Pilar A 1cm 0,55
Pilar B 8
2 Pilar A 3cm 0,40
Pilar C 8
3 Pilar B 5cm 0,28 Longarina A 11
4 Pilar C 5cm 0,20 Longarina B 10
5 Região inferior da 1cm 0,24 Longarina A 11
longarina A
(protensão externa)
6 Região inferior da 3cm 0,11 A situação dos pilares
longarina A
Uma grande quantidade de pilares apre-
(protensão externa)
senta grandes quantidades de formas
7 Região inferior da 5cm 0,09 pontuais de corrosão que afloram inde-
longarina B pendentemente da película epóxica apli-
(protensão externa) cada.
8 Travessa A 3cm 0,12 Há extensas trincas longitudinais não tra-
tadas ao longo de alguns pilares, signifi-
cando grande aumento de seção das barras
Tabela 2 - Avaliação dos potenciais de corrosão pela corrosão. Algumas trincas já existiam
quando da vistoria, em abril de 1999.
Eletrodo de cobre Äreas estudadas Os desplacamentos existentes anterior-
sulfato de cobre Pilar Pilar Pilar Longarina Longarina Travessa mente foram recuperados. Mesmo assim
podemos questioná-los em função de al-
A B C A B A gumas anormalidades que comprometem
Mais positivo que -0,20V — — — 1 1 — o serviço:
Entre -0,20V e -0,35V — — — 6 6 6 • A superfície da massa de algumas recu-
Mais negativo do que -0,35V 8 8 8 1 1 2 perações apresentam fissuras e trincas, o
que é prejudicial à estrutura.
NOTA: Foram feitas oito verificações em cada peça estrutural.
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10 RECUPERAR • Março/Abril 2000


SE SUA ESTRUTURA ESTÁ COM PROBLEMAS...
...Reforce-a com a tecnologia da fibra de carbono.

USE Pilares, vigas e lajes além de tubulações de concreto e aço

MFC poderão ser reforçados fácil e rapidamente com MFC,

a melhor mesmo para estrutras subaquáticas, já que a tecnologia


associação da fibra MFC dispõe de epóxis estruturantes específicos para
de carbono com
este ambiente.
os epóxis
estruturantes. Use tecnologia Hi-Tech Japonesa em seu próximo serviço
de recuperação estrutural.
Fax consulta nº 410

Use MFC.

MFC
reforça melhor
RECUPERAR • Março/Abril 2000 11
A presença de corrosão na base destes pilares foi combatida com o aumento de suas seções, o que não impediu a continuidade das reações eletroquímicas
que, após apenas alguns poucos meses já afloram.


• Um pequeno pedaço da recuperação em lise dos potenciais de corrosão e o que se locais em que se procedeu aquela análise,


um determinado pilar foi quebrado, não constatou foi uma barra vertical com gran- foram feitos arremates com argamassa de



com a intensão de se checar a qualidade de quantidade de carepas de corrosão. cimento e areia traço 1:2.

do trabalho, mas com o objetivo de se li- Tornou-se necessário limpar a barra para • Na base de diversos pilares foram feitos


gar o equipamento semi-pilha para a aná- se ligar o aparelho. Posteriormente, nos encamisamentos até uma altura aproxi-

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Fax consulta nº 402


E:
CAUSA DA MORT
r Cloretos
Contaminação po
S:
OUTROS FATORE
me nto Ina de quado
Tr ata
PROFISS ÃO :
Gerente de Obras

ELE ESTAVA TODO CONTAMINADO...


Contaminação no concreto armado e protendido é fatal. O que se CHLOR-TEST “S” - para averiguar o estado de contaminação de superfícies de concreto e
pode fazer para sabermos se o concreto está ou não contamina- metálicas.
do? CHLOR-TEST é a única maneira de verificarmos se há ou não CHLOR-TEST “W” - para checar a presença de concentrações perniciosas de cloretos na
contaminação por íons cloretos, esses “bichinhos” que ativam a água de amassamento.
massa do concreto, tornando-a um “inferno” para o aço. CHLOR- CHLOR-TEST “A” - para verificar se sua areia de jateamento está ou não contaminada com
TEST é um teste high-tec que, em apenas 3 minutos, o informa da cloretos.
existência daqueles bichinhos e sua quantidade. CHLOR-TEST é
vendido em 3 versões: Contaminado já basta o aí de cima
Use CHLOR-TEST CHLOR-TEST

12 RECUPERAR • Março/Abril 2000


dade de corrosão nas armaduras dos pilares

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OPINIÃO


analisados, restrito a uma altura aproximada


de 2 metros.



Evidentemente, este trabalho de investiga-
SABER RECUPERAR


ção é apenas uma idéia de como pode se



O termo “recuperação estrutural” apli- conduzir um futuro trabalho de recupera-


cado em uma estrutura, motivado por ção estrutural com base, não na aparência



processo de corrosão em suas armadu- (desplacamentos e sinais visíveis de corro-


ras significa a restituição da sua integri- são) e sim em resultados palpáveis e orien-


dade em todos os sentidos, seja o físico

tados de como proceder de forma específi-

e químico, sempre considerando-se que ca, sem necessidade de exames laboratori-

um processo é uma série de fenômenos ais custosos e demorados. Em outras pala-



sucessivos com nexo de causa e efeito. vras, é preciso “perguntar à estrutura”.


A restituição das seções do aço e do


Fax consulta nº 414


concreto, danificados por processos de


corrosão nas armaduras, representa nada Para ter mais informações



mais nada menos do que o efeito. E a sobre Corrosão.


causa? Bem, a causa da corrosão todos Click aqui:


http://www.recuperar.com.br

nós já sabemos, é de origem eletroquími-


ca, somente neutralizada por processo


eletroquímico (veja RECUPERAR nº 33).



Por que apenas tratar os efeitos? Evi- REFERÊNCIAS


dentemente, esta forma de recuperação


• Joaquim Rodrigues é engenheiro civil, mem-


estrutural conduz ao aceleramento da de-


bro de diversos institutos nos EUA, em assun-


terioração da estrutura. Não desejamos

tos de patologia da construção. É editor e dire-


ser draconianos nesta crítica. Parece-nos tor da RECUPERAR, além de consultor técni-

que no atual nível tecnológico em que co de diversas empresas.



nos encontramos há, evidentemente,


uma assinergia que está levando bens


públicos à condição de ruína, assim
como o erário. “O ataque químico no
A tolerância a esta situação passou do
caráter provisional. Como diria Louis concreto submerso.”
Kahn, “Nada funciona se o todo não fun-
ciona”. Não perca

mada de 2m, num formato circular, com o nº 35


objetivo natural de dar mais proteção ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
contra a corrosão àquelas peças. Cons-
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

tatou-se sinais de corrorsão nestas en-


voltórias.
• Não foram constatados novos desplaca-

CTL
mentos.
A concentração de íons cloretos foi deter-
Recuperação na Bahia é com a
minada com o uso dos dispositivos chlor-
test a diversas profundidades, com o uso
de uma furadeira alimentada a bateria. Fo-
ram coletadas amostras em alguns pilares e
os valores são apresentados na tabela 1. Os
furos foram preenchidos com argamassas
de cimento e areia traço 1:2. Nas áreas ana-
lisadas, verificou-se a presença de teores
de cloretos que comprometem a estrutura,
promovendo o abaixamento do pH do con- Recuperações e Reforços Estruturais
creto, tornando-o um excelente eletrólito à Pinturas Especiais • Impermeabilizações
surgência de mais células de corrosão.
Os valores dos potenciais elétricos de corro- Tel.: (71) 362-7370 • Telefax: (71) 362-6447
são verificados estão na tabela 2. Os resulta- e-mail:fbola@e-net.com.br
dos apresentados indicam uma grande ativi-
RECUPERAR • Março/Abril 2000 13
Análise

Você conhece
os adesivos que utiliza?
A intimidade dos adesivos que você utiliza em sua obra.

Michelle Batista
Imagine tentar fazer uma obra de recupe-

Como os adesivos funcionam


ração ou mesmo construção sem a utiliza-


ção de adesivos. Praticamente impossível



não é? A grande variedade de adesivos


no mercado permite, quando adequada-



mente preparados, ajudar a fazer o seu tra-


balho de colagem, desde que, primeiro,



você analise a compatibilidade com a su-


perfície suporte.

É interessante relembrar que os primeiros


adesivos foram originados de árvores e



animais. No século 19, a borracha era o


principal ingrediente. Hoje, usam-se polí-



meros. O adesivo que você usa promove


a colagem porque suas moléculas formam



ligações com as peças que você quer ade-


rir. Estas ligações podem ser tão fortes



como as que mantêem juntas as molécu-


las de uma rocha. Os adesivos podem ser



divididos em três grandes categorias, que


apresentamos a seguir.


Os adesivos orgânicos


Estes adesivos são misturados à água, ne-



cessitando que haja a posterior evapora-


ção ou mesmo a sua absorção para que



ocorra o processo de cura. São formados Estabilizadores ácidos impedem que as moléculas adesivas se juntem dentro do tubo.

por cola animal, sem qualquer resistência


Quando você espirra a cola do tubo, ela absorve umidade do ar e da superfície. A


à água e colas à base de caseína, deriva- umidade neutraliza o estabilizador, permitindo que as moléculas adesivas se juntem. Os

das do soro da borracha coagulada, que


polímeros, cadeias de macromoléculas, formam vínculos fortes entre as superfícies em


só deverá apenas ser aplicada em interio- contato com a cola.


res.


Os adesivos termorrígidos mente contêem alto peso molecular, apre- fusível para aquele estado de infusível, de-


(ou termoestáveis) sentam viscosidades elevadas, podendo-se vido a introdução de ligações cruzadas, após

encontrar valores da ordem de 5.000 (centi- a sua aplicação, alcançando a polimeriza-




Estes adesivos amolecem ao serem aqueci- poises) vezes a viscosidade da água ( 1 cen- ção pela aplicação de pressão, na presença

dos pela primeira vez, mas tornam-se infusí- tipoise). O adesivo, efetivamente, entra em de catalizadores, chamados de agentes de


veis a aquecimentos subsequentes. Normal- ação, isto é, perde aquela forma solúvel e cura. Os adesivos monocomponentes for-

14 RECUPERAR • Março/Abril 2000


necidos em tubos, cartuchos ou mesmo a Os adesivos amino ou aminados também Os super adesivos



granel possuem moléculas estabilizadoras têm importância dentro deste contexto. São


que impedem a polimerização e mantêem a representados pelos adesivos à base de São substâncias à base de cianocrilato e



cola em estado líquido. Os adesivos ter- uréia e melamínicos. A presença d’água ou têm como particularidade a adesão ins-


morrígidos, efetivamente, são os mais uti- umidade sensibiliza o produto. tantânea. É comum colarem-se os dedos



lizados na área de recuperação. A seguir, com este adesivo, sendo que algumas


apresentaremos os mais utilizados, comen- Os adesivos epóxicos vezes só são separados com cirurgia.


tando características particulares de cada



um. Sintetizados desde 1930, são os adesivos Adesivos de poliuretano


mais empregados em serviços de recupe-



Os adesivos formaldeídos ração e também na construção. São bas- Este produto, além de formar excelente


tante estáveis, devido a presença de liga- adesivo, tem a particularidade de ofere-



Destes, o principal é o adesivo fenólico, ções cruzadas, que lhe conferem rigidez, cer inúmeras facetas que permitem criar


considerado o mais antigo dos adesivos. elevada resistência à ação de produtos colagens nas situações mais difíceis.



Sua química é baseada na condensação do químicos e do calor. As resinas epóxicas Basicamente é formado pela ligação en-


fenol, como por exemplo o bisfenol A e o que formam estes adesivos podem ser co- tre um grupo di- ou poli-isocianato que



cresol ( fenol derivado do tolueno, extraí- polimerizadas com outras resinas, como reage com um grupo polihidroxila (poli-


do do alcatrão da hulha) com um aldeído fenólica, amino, poliamida, celulose, etc, ol), formando uma substância bi-compo-



fórmico ( ou formaldeído). Estes adesivos para formar outras classes de adesivos. nente. Existem também os adesivos de


possuem excelentes propriedades de ade- Seus agentes de cura (endurecedores) prin- poliuretano monocomponente que curam



são, com ótima resistência à umidade e ao cipais são a poliamina, a amina e a poliami- em presença de umidade. Para estes ade-


oxigênio. Apresentam também muito boa da. Um produto bastante usado, proveni- sivos, a umidade do ar acima de 75% ace-



resistência ao calor e a produtos quími- ente da modificação do epóxi, é o adesivo lera demasiadamente a cura do produto,


cos. Seu ponto fraco são os grupos hi- epóxico acrilatado. fazendo com que as bolhas de dióxido de



droxilas (OH) que a tornam vulnerável ou carbono liberadas pela reação fiquem


sensível às substâncias alcalinas. Reagin- Os adesivos de poliéster encapsuladas no adesivo. É comum en-


do-se grandes quantidades de fenol em contrarem-se adesivos de poliuretano hi-


solução ácida, formam-se álcools fenóli- Estes adesivos à base de poliésters não bridizados com acrílico e as colas de po-

cos que condensam rapidamente com o saturados têm grande aplicação na enge- liuretano à base d’água.


fenol adicional para formar um polímero nharia, particularmente na colagem de la-


de cadeia relativamente curta na ligação minados e em encapsulantes. Durante a Os adesivos termoplásticos



dos anéis fenólicos com grupos metileno. polimerização, apresentam grande retra-

Este polímero assim formado chama-se ção e podem comprometer a adesão final. Estes adesivos amolecem sob a ação do


novolac e, frequentemente, é taxado de fe- Uma forma de compensar este problema é calor e endurecem pelo resfriamento, po-

nol “não reativo”. São utilizados em cola- utilizando-se uma excelente preparação da dendo ser aquecidos e resfriados inúme-


gem de laminados e numa infinidade de ou- superfície, seguida da aplicação de um pri- ras vezes, desde que não sejam aqueci-

tras aplicações. mer. dos além do seu ponto de decomposição.



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Só existe uma maneira de interromper a


REATIVIDADE ÁLCALI-SÍLICA...
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Fax consulta nº 364

RECUPERAR • Março/Abril 2000 15


Um erro comum na colagem de granitos
Fachadas em granito com sintomas de descolamento em uma grande edificação, 7 anos após a construção.. Ao leitor caberá discutir o deficiente
mecanismo de colagem desta situação, associado ao estado de ruína existente. Deverá ser considerado o mecanismo de ruína deste adesivo
termorrígido, levando-se em conta a preparação da superfície, a preparação do adesivo, suas condições de aplicação, o tempo de cura para ser
posto em serviço e sua retração.

Repare que nesta fachada o granito está todo manchado pela umidade presente em seu tardoz, devido a penetração da chuva pelas juntas. A
solução para este caso seria a injeção de PH Flex conforme descrito na RECUPERAR nº 23, já que somente o calafetamento com elastômero não
teve sucesso. Adicionalmente, o PH Flex promove uma excelente aderência entre o emboço e o granito. Este tipo de assentamento de granito
deve ser evitado. Os motivos estão explicados na RECUPERAR nº 20. O processo correto de fixação do granito e mármores dever-se-á fazer com
componentes metálicos (Maiores detalhes solicite o fax consulta nº 418). Repare na foto do canto direito que houve o descolamento da cola e
das pedrinhas aplicadas para dar rugosidade à superfície. Note na foto do meio (canto esquerdo) que todo o revestimento apresenta-se
descolado da superfície. A sistemática de trabalho da construtora foi o seguinte:
1 - Aplicação de adesivo à base de poliéster no tardoz do granito. Naturalmente não costuma-se neutralizar a poeira existente na superfície
antes da colagem. Também não foi aplicado primer.
2 - Aspersão de brita zero sobre a cola anterior ainda fresca.
3 - Desta forma o tardoz apresentaria uma boa condição de aderência no emboço suporte. Por 5 anos apenas.
4 - A umidade provocada pela penetração da água da chuva, através da junta, as altas temperaturas a que se submete o granito pela exposição
direta do sol, o grande trabalho de retração do poliéster foram algumas das causas do descolamento.

Os adesivos termoplásticos, de um modo límero se combinem, formando uma ligação. Adesivo de acetado de polivinila

geral, têm um solvente introduzido no polí- Se o produto colado é aquecido, o adesivo


mero, que evapora após a aplicação do pro- amolece ou desenvolve uma situação de flu- É aquela cola branca, miscível em água,


duto, fazendo com que as moléculas do po- ência que poderá comprometer. bastante utilizada em colagem de madei-

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Você está tratando minação d’água com produtos de superfície?


Trátamentos tópicos apresentam riscos e você sabe disso.
A tecnologia da injeção com minações d’água, pisos e poços de
Fax consulta nº 328

poliuretano hidroativado PH Flex elevadores, galerias, metrôs e


ataca, de maneira profunda, a água vazamentos em castelos d’água
de onde quer que ela venha. Assim, são resolvidos direta e profunda-
infiltrações em galerias e paredes mente, sem chance de retorno.
de barragens, paredes diafragma, Para sempre!

Injete PH FLEX.
16 RECUPERAR • Março/Abril 2000
ras. Sua utilização como agente de colagem • O adesivo é estocado de maneira incon- tre adesivos e as superfícies a serem cola-



para argamassas e concretos não é aconse- veniente pelo fato da temperatura ou da das (veja RECUPERAR nº 25).


lhada. umidade atuarem sobre o produto alteran-


Fax consulta nº 415


do sua performance.


Adesivos betuminosos • Durante a aplicação, a temperatura ambi- Para ter mais informações



ente e/ou sua umidade são inadequadas, sobre Adesivos.



Os adesivos betuminosos aquosos, que já que a superfície a ser colada também Click aqui:


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possuem baixa resistência de tração, são apresenta as mesmas condições ou até



utilizados freqüentemente para colar pisos piores.



de PVC. Este tipo de colagem é factível na • A utilização de adesivos com dois com-



medida que o piso deixa passar umidade ponentes deverá ter cuidados adicionais,



REFERÊNCIAS
proveniente do terreno, acarretando a que- já que utilizando-se endurecedor demais,



bra da ligação promovida pelo adesivo, sol- reduzir-se-á o tempo de cura, fazendo com

• Michelle Batista é Química.


tando o piso assim colado. que o adesivo fique quebradiço. Com en-


• “Sheet and tile flooring made from thermo-


durecedor de menos, esticar-se-á o tem-

plastic binder”. Building reseach establishment,


As colas de contato po de cura, encurtando-se a performance


HSMO.


(resistência) do adesivo a longo prazo. • Materials - Mitchells building construction.


Os adesivos à base de borracha formam o • A preparação das superfícies é fundamen-

• Taylor, G.D. - Construction Materials.


que denominamos colas de contato que, tal em todos os casos de colagem. As su-



após a aplicação nas duas superfícies a se- perfícies do concreto, por exemplo, deve-

rem coladas, dever-se-á esperar para secar rão ser lixadas para a remoção da nata

de modo a expulsar o solvente, para só en- superficial sobre a qual nada adere direi-

Na RECUPERAR você encontra uma


tão aderir-se as duas partes. to, pois trata-se de partículas de cimento


friá-veis, não hidratadas totalmente. A apli- verdadeira assessoria técnica ao seu



Comentários finais cação de adesivos de forma inadequada,


seja pela pouca quantidade do produto, problema, em sua construção.



Com tamanha gama de adesivos e parti- seja pela sujeira ignorada na superfície (que

cularidades, não será surpresa ocorrer, funciona como barreira) ou mesmo pela

Assine

nas obras, a ruína de algum tipo de cola- grande retração que ocorrerá posteriormen-

gem. Para minimizar estes efeitos apre- te, certamente conduzirá o serviço à ruína.

sentamos alguns detalhes fundamentais Por fim, dever-se-á considerar os valores da (21) 493-4702

em qualquer processo de colagem. movimentação higrotérmica diferencial en-



○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

O neutralizador de odores NEUTR'ODOR recupera qui-

NEUTR'ODOR micamente gases nocivos, transformando-os em ga-


ses totalmente sem cheiro. A fórmula do NEUTR'ODOR
utiliza ingredientes orgânicos biodegradáveis, abso-
Recupera o mau lutamente não corrosivos e seguros ao meio ambien-
te.
cheiro de indústrias Projetado para desodorizar simultaneamente uma
grande quantidade de gases ácidos ou alcalinos, as
diversas fórmulas de NEUTR'ODOR dissolvem e neu-
tralizam gases, através de reações químicas inversas e
de absorção. As fórmulas do NEUTR'ODOR são es-
pecialmente adequadas para neutralizar odores de
refinarias, estações de tratamento de esgotos e de lixo,
Fax consulta nº 355

indústrias de processamento químico, etc.


Faça um teste rápido em seu laboratório (poucos mi-
nutos) e você saberá porque NEUTR'ODOR é a me-
lhor resposta à presença daquele cheiro que compro-
mete seu negócio. NEUTR'ODOR é a única alternati-
va para o uso de agentes que mascaram odores.
Peça hoje mesmo informações.

NEUTR'ODOR
O controle total do odor

RECUPERAR • Março/Abril 2000 17


Métodos de Recuperação

Patologistas precisam mergulhar


para recuperar estruturas submersas
Veja a importância de mergulhos periódicos, com profissionais capacitados, para se
checar o estado das estruturas. Novas tecnologias facilitam o trabalho.

Carlos Alberto Monge


Muitos de nós ainda acreditamos que exis-

tam materiais invulneráveis e o principal


desta lista, infelizmente, é o concreto. Sen-



do um pseudo-sólido, uma vez em conta-


to com a água, fica sujeito a uma grande



variedade de agressões que acabam mi-


nando sua principal qualidade – a durabi-



lidade. A ação de uma série de patologias


conduzirá a uma situação de deterioração



acelerada, tornando-se, a partir daí, impor-


tante visualizar a melhor estratégia de re-



cuperação. Acima da linha d’água, o pro-



cesso de deterioração é mais fácil de ser


detectado e, conseqüentemente, os ser-



viços de recuperação poderão ser execu-


tados facilmente. Quando a estrutura está



parcial ou totalmente submersa, a deteri-


oração, normalmente, chega ao estado de



pré-ruína, em função da ausência de crité-


rios de manutenção, muito comum entre



nós.

Diante de tantos problemas que têm ocor-



rido em nossas estruturas submersas, tor-


na-se imperioso expor a importância da



inspeção subaquática, feita com pessoal



qualificado, dentro de um programa de ma-


nutenção que deve existir em toda a es-



trutura.

Nenhum material é invulnerável, muito me-



nos o concreto armado. Sua durabilidade


deve ser checada constantemente, sem o



que ocasionará sucessivos prejuízos, po-


dendo levar a estrutura à ruína. Acima



d‘água, qualquer sintoma anormal torna-


se logo aparente, assim como rapidamente



poder-se-á tomar medidas no sentido de


sua recuperação. Quando uma estrutura é



parcial ou totalmente submersa, os danos


Um mergulhador usa um esclerômetro subaquático para estimar a resistência à compressão do


não se tornam imediatamente aparentes e, concreto de uma estaca.


22 RECUPERAR • Março/Abril 2000


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Melhor que metacrilato

PP50
é só verter.
Na zona de variação da maré é onde acontecem os principais danos nas
estacas. Uma boa limpeza torna-se necessário para se diagnosticar o estado
da estaca.

freqüentemente, o problema só é detectado na situação de ruína


parcial ou total.
Desta forma, a inspeção subaquática, feita por técnicos qualifica-
dos na área de patologia, torna-se extremamente importante e
vital para a vida de estruturas submersas, estejam elas no mar, em
rios, canais ou em indústrias. De um modo geral existem três ra-
zões para que se proceda inspeções de rotina neste tipo de estru-
tura:
1. O proprietário necessita acessar a situação da estrutura, de
modo a saber se a estrutura está operando com segurança .
2. Demonstrar à população ou ao governo que as condições
existentes são seguras.
3. Evitar que pequenos problemas tonem-se grandes, ocacio-
nando prejuízos maiores.

São extremas as condições a que ficam submetidas estruturas de


concreto armado ou protendido, particularmente em água salga-
da, já que os agentes agressivos são os piores possíveis. Partin-
do desta situação, podemos exemplificar o recente colapso da
estrutura do emissário submarino, situado na praia de Ipanema,
no Rio de Janeiro. Nada de injeção e perda de tempo.
A necessidade da inspeção Preencher e monolitizar trincas e fissuras no con-
creto estrutural ficou mais fácil com o revolucionário
A técnica de inspeção do concreto não é uma ciência exata (pelo sistema epóxico de baixa viscosidade PP50. Isento
menos debaixo d’água). Esta afirmação é corroborada pelas inú- de solventes, com 100% de sólidos, possui viscosi-
Fax consulta nº 399

meras informações que deverão ser cruzadas, de modo a obter- dade praticamente igual a da água. Basta verter e
mos o melhor diagnóstico. O uso de mergulhadores profissionais pronto. Sua estrutura está novamente monolitizada.
sem qualquer conhecimento de patologias de estruturas, normal- PP50 só tem dois componentes e é um potente
mente conduz à obtenção de informações incertas acerca da situ- monolitizador, superior ao metacrilato pelo preço e
ação e, conseqüentemente, à erros de julgamento. Queremos di- pela facilidade de aplicação. Ideal para aplicação
zer que é raro encontrarmos mergulhadores que sejam, pelo me-
em estruturas com trincas e fissuras como lajes, pi-
nos, especialistas em tecnologia do concreto, de modo a que,
sos industriais, lajes de vertedouros, etc.
com um pouco de conhecimento de causa, possa se manter um
quadro sintomático seguro. Para uma análise da estrutura exigir-
se-á o seguinte plano de trabalho:
• Inspeções preliminares para se identificar as áreas ou regiões PP50 na sua estrutura!
problemáticas.

RECUPERAR • Março/Abril 2000 23


• Inspeções mais detalhadas, quantifican- de bactérias. Para nós, as mais perigosas são Na condição de submerso, o concreto terá




do-se os danos. as bactérias redutoras de sulfatos que pro- pouco oxigênio para ativar o elemento cató-



• Avaliação da situação. duzem aquele conhecido cheiro de sulfeto dico da célula. Logo, em estruturas submer-




• Recuperação. de hidrogênio, acompanhado de ácido sul- sas, haverá pouca evidência de corrosão,



• Monitoramento. fúrico que, rapidamente, liquida o concreto. mesmo que haja a total despassivação das




Voltamos a salientar que a inspeção ou avali- É importante ressaltar que o concreto (os pro- barras. No entanto, se estas regiões, que



ação preliminar é o mais importante estágio dutos de hidratação do cimento) é extrema- tornaram-se despassivadas, se conseguir




do programa, pois o concreto no estado sub- mente sensível a águas ácidas. As conse- ligar ou conectar (através da massa do con-



merso está sujeito a uma grande gama de fa- qüências deste ambiente são a formação de creto) com outras zonas da estrutura, esta-



tores que, simplesmente, podem-no destruir substâncias cálcicas bastante solúveis em belecer-se-á macrocélulas de corrosão.



rapidamente. As principais causas são: água. Os produtos da corrosão desenvolvidos em



• Ataques químicos dentro da matriz do con- estruturas submersas apresentam formas



creto. Corrosão das armaduras diferentes chamadas de magnetitas, um óxi-



• Perda do ambiente alcalino (passivação) do de ferro não expansivo, bastante difícil


que envolve as armaduras. O aço não é um material puro como o ouro. de ser detectado que, uma vez formando



• Erosão. É formado por uma série de outros metais macrocélulas, provocará o surgimento de


• Impactos. que, no final das contas, quando submeti- pastas pretas com alta atividade corrosiva


do a um ambiente que sirva de eletrólito, (grande taxa de corrosão).



O ataque químico rapidamente ocorre o início de uma ativida-


de eletroquímica, estabelecendo células de O efeito da vegetação marinha



Usualmente, o ataque químico conduz à de- corrosão em que, de um lado há um catodo sobre o concreto


sintegração da matriz do concreto (pasta de e de outro um anodo. A célula anódica apa-



cimento), com inevitável perda de resistên- rece onde foi quebrado aquele estado de Organismos vivos que vivem na superfície


cia. O fator crítico neste processo é a perme- passividade do aço. do concreto de estruturas submersas afe-



abilidade do material. Conseqüentemente, a Sua área catódica associada será aquela tam sobremaneira sua performance. Nestas


água do mar impõe ao concreto uma série de onde existe uma condutividade que as une. condições, algas e hidróides formam uma



reações químicas que o conduzem a um rápi- continua na pág. 26


do estado de ruína, quase sempre tendo



como causa os sulfatos existentes que rea-


gem com o aluminato tricálcico da pasta de



concreto, formando a etringita, que provoca


expansão ou inchamento da matriz acompa-



nhado de trincas. Uma outra reação muito


comum é a reação dos sulfatos com o hidró-


xido de cálcio, com formação de gesso ( ma-



terial pulverulento), facilmente removido pela


movimentação da água. É muito comum em



nossas costas haver a presença de matéria


orgânica em decomposição que gera famílias


A célula de corrosão. A macrocélula de corrosão.


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

24 RECUPERAR • Março/Abril 2000


As incrustrações difíceis Descrições fortes raízes capazes de destruir o concreto,


Tempo máximo de



com o agravante da liberação do ácido car-



Tubos
bonico e outras substâncias orgânicas que duração do mergulho




pioram ainda mais a situação. Como sabe- sem parada



Graca ou mos, a liberação do dióxido de carbono du-



rante a luz do dia aumenta a taxa de carbo-



Bermaca
Profundidade Tempo de mergulho



natação. Inúmeras estruturas marinhas evi- (m) (min)



denciam sinais de ruína pouco tempo após



Incrustrações 12 200



postas em serviço. Fato atribuído à ação do 18 60



Moles
desenvolvimento do enxofre quando da de-



30 25



composição das algas marinhas. 40 10



Hidróides



58 5



Os métodos de inspeção




Esponjas Os métodos de inspeção resumem-se ao uso


de mergulhadores, que tem limitada profun- o tempo todo. A verdade é que as condi-


ções de mergulho variam enormemente po-


didade de trabalho, e do veículo operado


por controle remoto (VOCR). Mergulhar a dendo-se, em uma situação mergulhar a 3


profundidades superiores a 50 metros re- metros para inspecionar um bloco de uma


Alga marinha


quer uma mistura de gases, onde o hélio é ponte e em outra, o mergulhador patologis-


usado para substituir o nitrogênio na mis- ta poderá estar a 50m checando o estado do



A vegetação marinha. tura dentro da garrafa. Para mergulhos de concreto armado de um interceptor oceâni-


profundidade, necessita-se de grandes pe- co. Em última análise, o treinamento e a qua-


cobertura fibrosa tão densa que diminui a


ríodos de saturação, o que é feito subme- lificação do mergulhador será consoante


permeabilidade dos gases que penetram no tendo o mergulhador à pressão de trabalho, com o tipo de mergulho que ele fará.


concreto, reduzindo a carbonatação e a dis-


À medida que a operação de mergulho tor-

por períodos prolongados, em câmaras de


ponibilidade de oxigênio para promover as pressão hiperbárica para então transportá- na-se complicada, seu custo aumenta. Daí o

reações de corrosão nas armaduras. Muitas surgimento do VOCR, um equipamento con-



lo à profundidade de trabalho em um sino


plantas, como as algas marinhas, possuem de mergulho, mantendo-se aquela pressão


trolado na superfície, que pode “mergulhar”


○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Fax consulta nº 271

Corrosão bacteriológica?
O epóxi 28 da E-POXI Industries é a melhor resposta à ação bacteriológica em
estações de tratamento de esgoto. O concreto não resiste à ação do esgoto.
O EPÓXI 28 sim.

26 RECUPERAR • Março/Abril 2000


Ultrasson



Este equipamento é uma importante ferra-


menta que informa, através da velocidade



de pulsos enviados por meio do concreto.


Sempre comparando-se com valores padro-


nizados, avaliar o estado da estrutura, in-



clusive envidenciando-se a profundidade de


trincas existentes.




Semi- pilhas



Armaduras e cabos perdem seu estado de


proteção e entram em estado de corrosão,



apresentando, nesta etapa, potenciais elé-


tricos mais negativos. A varredura desses



Uma elaboração adequada do projeto de estruturas de concreto armado submersas, tipo interceptores potênciais torna possível identificar aque-


oceânicos, utilizando-se anodos de sacrifício, impede processos de corrosão futuros que são onerosos las áreas comprometidas com células de cor-


e difíceis de resolver.


rosão ainda incipientes, permitindo-se o seu


indistivamente em profundidades diferen- do. A primeira investigação tem a ver com tratamento.


ciadas, com águas claras ou turvas. Possui a qualidade do concreto. A segunda com



uma câmera de televisão em seu corpo que o estado e a integridade das armaduras Resistividade


funciona como os olhos do mergulhador, ou cabos. Para se verificar a qualidade do Este equipamento complementa a obtenção



tanto em serviços de inspeção como de concreto, necessita-se dos seguintes equi- dos potenciais (volts) de corrosão.


intervenção. E claro, poupando qualquer pamentos listados abaixo:



risco à vida dos mergulhadores. Recuperando o concreto


Exclerômetro submerso



Os testes não destrutivos São equipamentos que devem ser usados


para fazer comparações de resistência à ○
Efetivamente, dispomos de muita experiên-

Existem dois tipos de inspeção para es- compressão entre áreas da mesma estru-

cia na recuperação de estruturas situadas



truturas de concreto armado e protendi- tura. em terra. No entanto, o mesmo não aconte-

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Após a limpeza...

Fax consulta nº 274

...Epóxis Subaquáticos.
Estes são os epóxis que efetivamente fazem o melhor trabalho de proteção em sua obra.
Epóxi Bio-Seal 182 Epóxi Bio-Dur 561 Epóxi Sub-RG
Epóxi incolor com 100% de sólidos, A + B, aplicado com trincha ou Pasta epóxica tixotrópica com 100% de sólidos, A + B, estruturada Epóxi com 100% de sólidos, A + B, aplicado com trincha ou rolo.
rolo. com micro-fibras de Kevlar, aplicável com espátula ou à mão.

Promovem uma efetiva e segura proteção para superfícies de concreto expostas a toda sorte de contaminação do tipo salmouras, gasolina, óleos e produtos cáusticos.
Protege superfícies expostas a agentes corrosivos como maresia e ambientes industriais, particularmente sujeitas a ataques de ácido sulfúrico. Indicado exclusivamente
para uso profissional em água doce ou salgada. Material com 100% de sólidos.

RECUPERAR • Março/Abril 2000 27


teção catódica, de modo a impedir qualquer



Cantoneiras
início de processo de corrosão, assim como


pré fixadas interromper os existentes.


Cabo de fixação


Cabo pré-fixado


quebrado
O acesso ao local a ser recuperado


(antigo)
Barras Cordão


Anodo de especiais Anodo de


sacrifício sacrifício
Nas regiões sujeitas à variação da maré, tor-


Flat-jack (Pastilhas)
Cabos


antigos na-se quase obrigatório o uso de cimentos Armadura O concreto é


em forma de lançado de
de pega e cura rápidas, de modo a aprovei-


Concreto de gaiola baixo para cima


recuperação tar o período de maré baixa. Nos locais sem- Armadura nova à medida que
vai fechando a


Anodos de é soldada à
pre submersos, há diversas técnicas de re- jaqueta.


sacrifício antiga
(Pastilhas)
cuperação evidenciadas acima.



Jaqueta
○ Com o advento de diversas técnicas eletro-


químicas de recuperação do concreto arma-



do submetido a processo de corrosão, de-


a)Recuperação com
ver-se-á, através de um mergulhador, seja


Flat-jack b) Recuperação com união


indireta dos cabos patologista ou não, instalar anodos de sa-


crifício em forma de pastilha ou jaqueta, ne- Moderna concepção de recuperação de estacas...


Conexão de tração


Barra especial
cessitando-se apenas que se proceda à lim-


Concreto de recuperação
peza das armaduras, de modo a se conse-



guir uma boa ligação elétrica com o anodo.


Anodos de
sacrifício Esta técnica, após a restituição das seções


(Pastilhas)


de concreto e armaduras, interromperá o pro-


cesso de corrosão.




Os materiais de recuperação


c) Recuperação com apro-


veitamento dos cabos


Você pode utilizar desde argamassas con-


Tipos de recuperação em estacas protendidas.

vencionais e grauts até materiais absoluta-


mente modificados pelo uso de aditivos e



Armaduras polímeros, que resultam em características


bastante adequadas ao meio subaquático.


Camisa

metálica
Como opção, temos as fantásticas resinas

epóxicas subaquáticas adequadas a todo



tipo de trabalho. Propriedades como coesi- ...com a utilização de jaquetas de pano sintético

vidade, altas resistências iniciais, uma bela


resistente e fecho eclair. O restabelecimento físi-


trabalhabilidade associada a uma resistên- co da seção do concreto e das armaduras não


significa o fim da recuperação. A presença de


cia incomum à lavagem da pasta pela água

corrosão pede, adicionalmente, um tratamento


e, porque não citar, também a desejabilida- eletroquímico com anodos de sacrifício ou Ja-

quetas G.
de de se ter retração zero, são condições

Corte do concreto
Estribos ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

onde havia
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

estruturantes
desplacamento
• Controle global da qualidade na construção;
Massa nova
• Controle tecnológico de concreto, solos e pavimentação;
Estaca antiga • Recuperação e reforço de estruturas;
Local de injeção da
nova massa
• Gerenciamento e fiscalização de obras;
Suporte vedante • Inspeções e laudos técnicos em estruturas;
Anodos de • Provas de cargas e controle de recalques;
sacrifício
• Análises químicas, físicas e metalográficas.
Recuperação com jaqueta metálica fixa.
Grupo
ce em meio subaquático. Neste ambiente há,
sempre uma grande possibilidade de não falcão bauer
procedermos o enchimento adequado das
peças, acompanhado do risco de lavagem Rua Aquinos, 111 - São Paulo - CEP 05036-070
da pasta aglomerante como do comprometi- fones: (11) 861-0833 / 861-0677 - fax: (11) 861-0170
mento da adesão da resina empregada. Em internet: http://www.falcaobauer.com.br • e-mail: bauer@falcaobauer.com.br
todas as situações, sugere-se o uso de pro- CREDENCIADO: INMETRO E IBQN

28 RECUPERAR • Março/Abril 2000



Principais vantagens dos


Lançamento


materiais cimentícios em da massa


relação às resinas




Tubo de saída
Compatibilidade com a estrutura, principal-



mente em termos da paridade do módulo de


elasticidade e expansão térmica (veja RE-



CUPERAR nº 25).


Obs.: É comum utilizar-se grauts cimentícios



com módulo bem superior ao concreto origi- Anodos de Anodos de


sacrifício sacrifício
nal, o que é errado. ○

(Pastilhas) (Pastilhas)

Pode ser usado em grandes volumes e ain-



da ser economicamente viável.



O microcimento (MICROCIM) viabiliza a re-


Tubo de injeção
dução da viscosidade das caldas a valores do graut

próximos aos da água (viscosidade= 1cps) Gaxeta vedante



mantendo altas resistências, principalmente Parafuso de


de compressão. ancoragem

O uso do aditivo subaquático antidesagre-


a) Forma para lançamento por bombeamento. b) Forma para lançamento por gravidade.

gante (ASA) elimina o grande problema cau-


sado pela dissolução da pasta da massa pela


Tipos de fôrmas para pequenas recuperações. Repare que a interrupção da corrosão foi feita com anodo

água. de sacrifício (pastilhas).


mínimas ou mesmo suficientes para a apli-



REFERÊNCIAS

cação de materiais cimentícios. Nos quadros


abaixo apresentamos as vantagens do uso • Carlos Alberto Monge é engenheiro civil,



Principais vantagens das


das resinas epóxicas e dos materiais à base especialista em serviços de recuperação.


resinas sobre os materiais • Popovics, S. and MacDonald, W. E. -


de cimento portland, sendo que para ambos



cimentícios inspection of engineering condition of


necessita-se de uma preparação adequada


underwater concrete structures.



da superfície, principalmente em relação à


• Wilkins, N. J. M. - The corrosion of steel


Altas resistências de adesão.



eliminação daquela camada de nata superfi- reinforcement immersed in sea water.



Alta flexibilidade adequada a existência de cial sobre a qual nada adere direito. • Holland T. C. - Concrete deterioration in

spillway warm water chute, Raystown dam.


movimentos.


Altas resistências iniciais e finais. Fax consulta nº 416




Resistentes à lavagem pela água já que as Para ter mais informações


Assine

sobre Inspeção Subaquática.


resinas subaquáticas têm o poder de deslo-


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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

UNDERWATER ENGINEERING TECHNOLOGIES


Fax consulta nº 413

Os melhores profissionais e equipamentos


para análise de estruturas submersas de
concreto ou metálicas.

RECUPERAR • Março/Abril 2000 29


Pintura

Checando pinturas em
estruturas subaquáticas
Saiba como verificar a situação das pinturas que servem de proteção contra a
corrosão em estruturas metálicas.

Carlos Carvalho Rocha


Estruturas submersas precisam de prote- trutura seja de concreto ou metálica. O pre- quidos oxidantes com pH extremo ou



ção por barreira. Isso é feito através de pin- juízo é significantemente maior. combinações destes com altas tempera-


turas com tintas adequadas a este ambien- Procuramos, nesta matéria, explicitar os ti- turas.



te. A etapa mais importante na execução pos de danos ou estados de ruína que ocor-


de uma barreira de proteção, seja para es- rem nas películas de proteção aplicadas em



truturas submersas ou mesmo em terra, está estruturas subaquáticas, que ficam conti-


na escolha do produto adequado e na pri- nuamente imersas em líquidos agressivos



meira aplicação deste material. Infelizmen- do tipo:



te, nossa educação nos ensina que os tra- ○



balhos executados devem durar para sem- • Água limpa isenta de contaminação.

pre. Com esta visão, esquecemos que exis- • Água limpa contaminada com lixo orgâ-


te uma outra etapa tão importante quanto a nico ou radioativo.



inicial – as inspeções periódicas e a recu- • Água salgada.



peração de pequenos problemas localiza- • Líquidos químicos ácidos (pH 2,0 a 5,0).


dos ao longo das áreas tratadas, que aju- • Líquidos químicos neutros (pH 5,0 a 9,0).

dam enormemente a aumentar a vida útil • Líquidos químicos alcalinos (pH 9,0 a


destas barreiras. Ao contrário, deixamos a 12,0).



barreira entrar em ruína e, quando vemos, • Solventes químicos suaves.



já há inclusive o comprometimento da es- • Exposição química severa, incluindo lí-































É necessário que o patologista, com experiência


subaquática, disponha de equipamentos específi-


O mergulhador mede a espessura da película existente. Repare no traçado da malha. cos para o desenvolvimento do seu trabalho.

30 RECUPERAR
RECUPERAR •• Março/Abril
Março/Abril 2000
2000


3D 3E
























4D 4E


Macrofotografia do traçado de uma malha. Cada quadrado é analisado dentro de um contexto geral.

O plano de manutenção tentes, normalmente localizados em região



de soldagem ou em diminutas descontinui-


É necessário que se faça uma inspeção su- dades. A pintura de proteção em estruturas



baquática ao final do primeiro ano de apli- de concreto submersas normalmente é da-


cação da pintura de proteção, de modo a nificada durante a fase de montagem. Após



identificar áreas com problemas para que ○ a recuperação da película, dever-se-á che-


sejam rapidamente recuperadas. Este servi- car no vaso industrial ou reservatório, an-

ço deverá ser feito por pessoal competente tes de enchê-lo novamente, a existência de


É extremamente importante inspeções periódicas,


e com técnica apropriada, já que poder-se- danos mecânicos na pintura, a presença de

feitas por técnicos especializados, para a durabilida-


á piorar ainda mais pequenos problemas exis- solvente ainda dentro da película (tintas com

de da estrutura.

○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

SEMI-PILHA CPV4

Para medir os potenciais de corrosão no concreto armado, agora se


dispõe do novo conjunto semi-pilha
CPV-4 com voltímetro digital.
A semi-pilha CPV-4 é um
revolucionário instrumento que mede
os potenciais de corrosão em
superfícies de concreto armado e
protendido. Com este equipamento
Fax consulta nº 351

poder-se-á levantar ou monitorar, de


tempos em tempos, possíveis estados de
corrosão e a sua evolução, antes que a estrutura apresente sinais de
ruína por sintomas de corrosão.

RECUPERAR • Março/Abril 2000 31


Os pites de corrosão são identificáveis pela



presença de nódulos e são típicos em tan-


ques, vasos metálicos, estruturas offshore,



etc, tornando-se necessário medir sua pro-


fundidade com medidores ultrassônicos de



espessura com micrômetros de profundia-


de, de modo a se ter noção da perda de se-



ção da parede da estrutura, com vistas a


uma análise dos limites da pressão atuante


Um pite de corrosão em um revestimento epó-
no local.


xico, apresentando perda de metal de 1,62mm.


Dever-se-á estabelecer, para uma análise


quantitativa, amostras padrão através da



○ demarcação de pequenas áreas para análi-


se, normalmente 5x5cm, numerando-as e



identificando-se os locais onde foram loca-


das. Cada uma destas áreas, com 25cm2,



deverá ser fotografada, quantificando-se os


pites da corrosão existentes e a porcenta-


Na maioria das vezes o nível de impregnação é


tamanho que torna-se necessário utilizar ferramen-
gem de área com problemas. O produto final


tas pesadas para a sua remoção, de modo a acessar- A região do pite após a limpeza.
será um relatório que dirá as condições da


se a superfície da estrutura.


estrutura e a necessidade ou não de uma


menos de 100% de sólidos) ou contaminan- recuperação e o nível de serviços necessá-



tes que possam causar o chamado empola- rios. As análises subseqüentes (periódicas)


mento osmótico, próprio de revestimentos tornam-se importantes para se estabelecer



orgânicos. a existência de taxas de corrosão, porventu-


Estruturas submersas variam desde pe- ra existentes, naquelas mesmas áreas anali-



quenos tanques industriais com água po- sadas.


tável até profundos reservatórios de es-


tocagem de líquidos contaminantes. Po- A solução A recuperação com um epóxi subaquático.


der-se-á fazer uso de mergulhadores ou



do veículo operado por controle remoto Quando os serviços de proteção por barreira quáticas com 100% de sólidos, capazes de

(VOCR) que poderão executar tanto sim- são executados com materiais adequados e deslocar a água da superfície, disponíveis


ples inspeções visuais como medir espes- sob uma orientação experiente, as áreas com tanto na consistência espatulado (alta vis-

suras de paredes. deficiências, normalmente, representam uma cosidade) como com aplicação por trinchas


É muito comum mergulhadores usarem câ- pequena porção da estrutura. A melhor e mais ou rolos (baixa viscosidade). A limpeza das

meras de televisão coloridas, inclusive gabaritada sitemática de trabalho de recupe- superfícies dever-se-á executar, obedecendo-


com dispositivo para “ver” através de ração é feita com a utilização de epóxis suba- se as diretrizes da SSPC-SP-11. Após a lim-

águas turvas, o “silicon intensified tar- ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○


continua na pág. 34
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

get”, gravando-se, ao final, numa fita de


vídeo.

Os problemas

Películas de pintura sempre apresentam de-


feitos. Daí a necessidade de inspeções peri-
ódicas que, certamente, detectarão o início
de um estado de corrosão naquelas áreas,
corrigindo-o, mantendo-se desta forma a in-
tegridade e a garantia daquela barreira. A
ocorrência de estados de corrosão em es-
truturas de concreto armado ou protendido
dever-se-á tratar com técnica eletroquímica.
As deficiências que ocorrem nas películas
de pintura ou de revestimentos que formam
barreiras de proteção em estruturas metáli-
cas incluem a formação de bolhas, descola-
mentos e fissuras no filme, além de peque-
nos pontos de corrosão (pites) ou regiões
com corrosão uniforme.
32 RECUPERAR • Março/Abril 2000
CEVA DECK 300
Impermeabilidade e durabilidade exige flexibilidade contínua.

Nada de mantas asfálticas,


recobrimentos e tempo perdido.

Fax consulta nº 309


reservatórios e estádios exigem CEVA DECK 300.

Exija epóxis flexíveis.


Exija CEVA DECK 300.

No mundo inteiro, hoje, utilizam-se membranas epóxicas flexíveis para impermeabilização, com exce-
lente resistência ao tráfego de carros e pessoas, além de grande resistência química. Ideal para ambientes
industriais. CEVA DECK 300 é uma membrana epóxica flexível, extremamente resistente, normalmente
utilizada em pavimentos de garagens, play-grounds, marquises, áreas indústriais e comerciais.
Tecnologia com 100% de sólidos.

RECUPERAR • Março/Abril 2000 33


Fax consulta nº 417
As ferramentas necessárias Para ter mais
informações sobre pintura
• Escova de aço e escova de nylon para remoção de resíduos. Click aqui:
• Diversos tipos de espátulas. http://www.recuperar.com.br
• Lixadeira pneumática.
• Aspirador para ser utilizado em meio subaquático. REFERÊNCIAS
• Capacete com luz direcional.
• Carlos Carvalho Rocha é engenheiro civil,
• Medidor de espessura de película seca. especializado em serviços de recuperação.
• Micrômetro de profundidade. • C. O. Stuart - Using underwater inspection to
• Trena. extend de service life of immersion coatings.
• Filmadora ou máquina fotográfica subaquática. • Collard, M.J. - Inspection and maintenance of
North Sea Concrete Platforms.
• Venables, R.K., Sharp, J.V. and Leenning, M.B.
- Concrete in the oceans - a Coordinated
peza, é aplicado o epóxi, avançando-se a pe- estruturas de concreto armado ou pites dis- offshore research programme.
lícula de recuperação sobre as áreas adja- seminados em estruturas metálicas, sendo • Beaton, J.L. and Spellman, D.L. - Corrosion
centes. Sua cura é feita no prazo de 24 a 36 que, nesta situação, ambos apresentam qua- of Steel in conlinnously submerged reinforced
concrete piling.
horas, dependendo da temperatura. Esta sis- se sempre grandes vazamentos.
temática de trabalho é aprovada em todas as ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

instalações nucleares norte-americanas.

Outras considerações

Mais uma vez salientamos que proprietários


de indústrias deverão se conscientizar da ne-
cessidade de inspeções periódicas em seus
tanques, vasos ou reservatórios, já que tra-
ta-se de uma medida extremamente eficaz que
gera economia em todos os sentidos. Na ver-
dade, nem sempre é possível esvaziar uma
estrutura destas para se proceder à análise.
No entanto, é incomparável a qualidade do
serviço realizado nesta condição.
Uma coisa é certa, na maioria dos casos, o
estado de ruína está ligado à ausência de Substitui o jet grouting
manutenção, resultando quase sempre em um
com vantagens no custo e

Fax consulta nº 306


estado de corrosão precoce e/ou fadiga es- no prazo de execução. A
trutural. O resultado é a paralização total do resinahidroexpansivado
sistema.
PH Solo Estabilizador, em
Na maioria das vezes, as estruturas são mal apenas 24 horas, restabelece
dimensionadas para os serviços de manu- qualquersituaçãosuporte,
tenção subseqüentes, de modo que são pra-
principalmenteempresença
ticamente inacessíveis e impossíveis de se- de grandes fluxos d’água, em
rem vistoriadas a contento, somente quando qualquer tipo de solo.
apresentam situacões terminais com grandes
Na próxima vez não
desplacamentos ou mesmo ruína como em sobrecarregue ou arrebente o
seu solo.
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nº 35

34 RECUPERAR • Março/Abril 2000

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