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ESTUDOS SOB R E
A T E C NOL OG I A PRATICA
D OS TR I L HOS L ONGOS S O L D A D O S.
Engenheiros:
- Thales de Lorena Peixoto Jr.
- José Bernardes Felex
- Mario Izumi Saito
Apresentação
CAPÍTULO I
CAPÍTULO II
CAPÍTULO III
~O transporte dos trilhos soldados em oficina •••• 23
Procedimento durante a descarga dos trilhos
longos • .. • o • $ • e o 24
Os trilhos e as juntas. Como evitar puxamento ••••• 25
Localização da extremidade do trilho • • • •• • • • 26
Operações na descarga do trilho longo •••••••• 26
Particularidades e cuidados a tomar •••••••• 29
Como ligar 2 perfis diferentes de trilhos • • • • • • • • 31
PosiçÕes usuais para descarga, como ~fetuar
a substituição sem interrupção do trafego normal •• 32
Desca~ga na Santos-Jundiaf •••••••• 34
Descarga durante a construção de uma nova via..... 34
Recarregamento de trilhos usados •••••••• 35
Acerca de tempos na descarga e substituição
de trilhos longos •••••••• 36
-03-
1 - Introdução:
A afirmação abaixo data de 1829 (Seguin Senior, Ar-
te de construir a via férrea) :
11 t muito poss!vel que se possa construir uma linha
técnica e econômica.
A causa? - O dogma da dilatação sobrepôs-se a tudo,
e indica~a ser necessário deixar o trilho expandir-se livremente:
Todos "'tisualizavam o dogma fÍsico da dilatação das barras aplica-
do aos trilhos, e a variação dos comprimentos das barras, por uma
variação de temperatura foi suposta diretamente proporcional ao -
comprimento da barra, esquecendo-se que o trilho é uma barra sob
a influência do atrito, cujo comportamento é bastante diferente,-
na influência da temperatura.
As primeiras soldas colocaram (em locais como, F~a~
ça, Alemanha, etc.) em uso corrente, trilhos de 24 a 45 metros,di
minuindo, porém não eliminando as juntas, mantendo a mesma fixa-
ção rÍgida, com grandes problemas de caminhamento de trilhos e n.ão
contaram com estudos técnicos que dissessem da sua viabilidade, -
que controlasse os resultados e eliminasse o dogma da dilatação.
Principalmente, apÓs a segunda guerra mundial, é que
simultâneamente em vários locais êsse probl~ma foi solucionado
-04'-f-
,
quase que simultâneamente (apesar de que cada um queira ter a glo
ria de ter sido o primeiro e Único: francêees, americanos, alemã-
es, etc.) surgindo então a teoria dos "trilhos longos soldados 11 -
que provocou a colocação em uso de trilhos com grandes comprimen-
tos, eliminando ou diminuindo enormemente de juntas d~. estação a
estação.
Exemplificando: A SNCF (Societé Nacional de Chemins
de Fer, França) solda barras em tôrno de 800 metros, a RENFE (Rê-
de Ferroviária da Espanha) de 1.000 a 1.200 metros, a DB (Rêde
Ferroviária da Alemanha) solda de estação a estação e as barras -
de muitos quilÔmetros são lá muito frequentes apesar das condi~
climáticas muito mais severas do que no Brasil.
Na TunÍsia, por exemplo, em 1958, barras até 11.000
metros de comprimento, foram soldadas .com aparêlhos de dilata~ão
na extremidade e em 1960 uma barra foi colocada sem nenhum aparê-
lho de dilatação.
as de s e via
c~ s
p .
~ancias diferent-e
s s
-o -
,.., . I ' .
Por exemplo: a fixaçao r1gida, a prego, perm1te o -
caminhamento dos trilhos, por isso é necessário retensionar a li-
nha fixada à pregos e dormente, visando .obter uma maior resistên-
cia ao movimento longitudinal.
O estudo econômico da implantação da linha soldada-
.,
continua deve estar sempre acompanhado do estudo do material Ja
existente na linha com trilhos curtos e, as condições técnicas e
econômicas de seu emprêgo e reaproveitamento na linha continua.
Cabe aqui uma advertência: a implantação da linha -
de trilhos longos soldados deve ser estudada rigorosamente procu-
rando a solução.mais econômica, num acÔrdo com as condiçÕes exis-
tentes, as condições de solicitação e a boa técnica, grande parte
das soluções têm sido regionais, à partir dos estudos técnicos de
cada caso, dai não haver bom senso em copiá-las, e aceitá-las ~o
mo as Únicas possiveis.
Anexamos as soluções adotadas pela Companhia Mogia-
na de Estradas de Ferro, no caso de suas linhas com f1xaçoes. - .a
prego ou à grampo elástico, visando obter condições para adotar -
os trilhos longos.
No nosso clima tropical, as diferenças de temperat~
ra entre o dia e a noite, de estação a estação permitem em qual--
,
quer epoca do ano, ach~r uma temperatura conveniente para o asse~
tamento ~o trilho longo soldado, e al~m disso, é poss{vel a solda
de grandes comprimentos de trilhos, sem qualquer junta, colocando
simplesmente dois ou três trilhos curtos na extremidade do trilho
longo (com talas e parafusos) para substituir o aparêlho final da
C.:. i la tação, provocando uma eliminação quase total das juntas e po_E
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CAPiTULO t:I li
1. Generalidades
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:Passemos agora à um estudo um pouco mais detalhado-
das operaçoes e do Lay-Out das oficinas de soldagem~
ço lig~~o a guincho, -
quando se deseja apro-
xima-la da oficina ou
a::;>ro7eita..;.se a declivi
dade do terreno quan-
do em sentido c
rio ..
"
A maquina Sperry
ajusta e alinha-
os tôpos dos tri
lhos, que serao- -
soldados, e sol-
da-os por fusão-
..
devido a corren-
te elétrica e,l~
go em seguida e-
fetua a retirada
das rebarbas ma-
is grosseiras,r~
sultantes do pr~
cesso ..
=============================
Por que não soldar barras de.mais de 300 metros?
Historicamente, por 3 motivos:
- inicialmente não se acreditava na possibilidade de
se eliminar quase totalmente as juntas de uma via.
- mesmo quando se usava barras de 250 m sempre houve
dificuldades na aquisição do material para transportar o trilho -
longo soldado e mais ainda no seu manuseio.
- quando da passagem do comprimento da barra soldada-
de 250m para 300m foi necessário obstruir-o tráfego de uma ave-
nida de Rio Claro; e 300 m se tornou o máximo comprimento possível
na oficina de solda da Paulista.
~stes problemas são semelhantes ao de tÔdas as ofi-
cinas fixas para obtenção de trilhos longos soldados, e, como se
pode frisar são restrições de ordem econômica, Lay-Out e localiz~
ção das oficinas, nada havendo em comum com a técnica de assenta-
mento ce maior comprimento do trilho longo soldado.
Vale a pena frisar, que a SNCF obtém em oficina fi-
xa trilhos de 800 m, declarando formalmente que somente por con-
fÔrto no manuseio dos trilhos é que não solda barras de maior com
primento.
Apos .
" o recoz1mento e" -
necessário proteger o
trilho contra resfria-
mento brusco, para tan
to logo ao sair do fÔ~
no a região de solda é
coberta por um protSDr~
{.foto ao lado)
~~patim
- alma
- boleto
i?
O processo usado e o
... . ,
desbaste mecanlco, u
" .
sando-se uma maquln?.
diferente para cada-
caso,
i?
Nas fotos desta pa~
gina, e a Última da
anterior, uma vis·ta
"
de cada uma das ma-
quinas.,
f O carre amento do
* composição que -
Á
' ,
~ransportara a barra
A oficina dispõe de
plaina que efetua o
corte desta rebarba.
O detector Sperry~ usado nas oficinas de Rio Claro, baseia-se
na passagem de uma corrente elétrica pelo trilho. Uma trinca in-
terna é detectada pela luz do ~uia do
,,, aparêlhoó
d) Cortes das partes-que apresentaram defeitos.
- Usa-se uma serra de mesa (para aço)
- I? I?
Insistimos, dizendo qMe esta inspeçao so e usada no
caso de trilhos curtos já usados
,, na. linha, em muitos casos êste -
processo é usado, porque representa;uma grande economia quando os
li . " usados
trilhos da via ainda est~o em boas 6ondiç3es (apesar de Ja
como trilhos curtos)~
Vale a pena comentar que durante as operaç3es de
inspeção os trilhos não podem ser mbvimentados pelo equipamento -
de carregamento, para sua manipulação usa-se talhas e ganchos,
pontes rolantes normais e hidr4ulicas, de tipo industrial®
Esta inspeção simpleswente seleciona o trilho que
posteriormente, vai ser ~oldado na ~esma sequênci~ que o trilho -
novo.
Autalmente (1970), todo êste equipamento de inspeção
encontra-se sem uso, considerando que a Cia. l'aul"ista está empe-
nhada em obter barras soldadas a partir de trilhos novos~ que se-
rão usados nas suas variantes.
-2.3 ·-
1-. Introdução
O comprimento do trilho soldado em oficina exige
cuidados especiais no seu manejoe
Após a realização da retificação do perfil de tri-
lhoi no local da solda, a Última operação da sequência da sold~
gem do trilho, efetua-se o carrega.mento,geralmente,usando-se o
I'
- - - ,-
~-~ 1-i ,-i
i li I I
r I'
I
'
I I
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l --..-.
I JI
J L -' '-' J u 1_1
- '- '-
P-----------------~'A tremidade A~ do
l cabo de aço a ser
engastada no tr~
lho longo probl~
ma, pertença à
vertical que con
tém o ponto X.,
Recordamos que, durante o descarregamento, esta locomotiva J, o
cabo, e o,trilho se manterão fixos em relação a Terra, o movLue~
to que permitirá descarregar o trilho longo será o de resto da
composição ..
t'là. ilustra-
ção ao ladd, verifica-
-se a solução dêste pro-;
blema em obra (Brotas).
O operário,
à direita, está sobre o
Último vagão da composi-
ção que transporta os tri
lhos,.
1- As operações durante
a descarga do trilho loE;
~----------------------------~==============
if.2.
-------------·-.. ~·--~-----------------_.
andam.er1 to : A par-:
tir desta fase é
. a·2-sper:csave-'-
1.n "" . , a
colocação dos op~
p .. ... -. "
rar1os v2sanao gu~
ar e> extremidade
do trilho longo
Detalhe:
-A fixação da extre- . ~
~
midade do trilho~ no l
cabo de aço ligando a i
locomotiva. 1
-Operários conduzin-
do a extremidade do 1
trilho.
·i l
i
\
l I
I
ei-) ;Q~scarga em
aE§:_8.Jilento. Jnterm~-
As alavancas usadas
pelos operários vi-
SG~ dirigir o tri-
lhg de maneira que
êle fi~ue colocado
~ \
de modo a nao 2~"Gra-
palhar o uso da 1i-
nha já existente®
O trilho, n~
',
foto ao lado
já foi gran-
de parte de~
carregado e
por isto se
acomoda mais
f'àcilmente na
posição dese-
jada.,
éi f;; ,,,.
.. ..: -
j,
o o o o o o l!
lo o o o o o! I
I
'7 \o. 7
i-
ra os trens que
·circularem neste
trecho em servi-
ço ..
c) Troca propria-
mente dita:. Quan-
do no intervalo de
tempo conveniente
retiram-se as fixações restantes~ .7"emovendo os trilhos usados e
substituindo-o pelo trilho deseja.d.O~
Está fácil deduzir e.rl.:tão que é indispensável que
devamos já ter organizados, no lo~~l de nossa op~ração ' tÔdas
as equipes necessárias para todOII.· 1(l. nossa operação, tÔdas as
I
'I
I
Também é possível construir a linha totalmente com
barras do comprimento fornecido pelas siderúrgicas e posterior-
mente soldá-lo pelo processo aluminotérmico na prÓpria via, ap~
sar das implicações técnicas que ês·~e processo acarreta .. Poste-
riormente forneceremos mais detalhes, principalmente porque é o
processo previsto para obtermos linha contínuas com trilhos de
comprimento maior ou igual a dois ou mais trilhos.soldados em 2
ficina ..
cima da com:posiçÊio.,
Assim.o carregamen se a,t-;é rss-;:;a:r~em. ale. .utl'J.S m.e=~
tros de trilho g_-,_~a:::J.c.o. en duz-se (no trilho)
outro capacete c;om forma de pe~fil do trilho e ro
..,
As oficinas fixas para soldagena s .Longos
geralmente oferecem u:ma carga s em períodos
que variam de u..ma semana à. de:,.-:.;
No caso da con:s
so da variante Rio Claro=It!irapina, descarga d~
tes trilhos (uma carga completE'\) er2:. em
Pode então extrapolar~se gere~-lmente é impossível
manter-se (nas nossas condições as es .:::;:;;:al:alham nêates
serviços em trabalho (con )y
te 1 e" l.mportante
. estudar-se com::; f,:'-~·
máximo ..
Há .!IDlll:Ltcs .grupos e12. de diminuir o
trabe.lho ocios dessas equipes~ corbinarJ.do-se es--
tudos técnicos e 21.8 s variadas
condições de ambientes 1visando também ,. a troca de trilhos,
aumentando ou pelo menos co.ncentrando melhor os períodos de tra
balho.
Porém, até o· momento, as soluções a que se chegou
somente são úteis para solução de problemas específicos e de emer
gência, nunca nos locais onde se exige suas aplicações continua-
mente,.