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Ponte 516 Arouca – Visão do empreiteiro
Resumo
O contrato da empreitada foi celebrado em 25 de outubro de 2017
e a obra foi consignada em 15 de março de 2018. Como o DPSS
só foi aprovado em reunião de Câmara de 27 de março de 2018, e
comunicado à Conduril Engenharia S.A. em 04 de abril de 2018, os
trabalhos e respetivo início de contagem do prazo da empreitada só
se iniciaram nesta última data.
A obra consistia na construção de uma ponte pedonal suspensa,
sobre o rio Paiva e nas proximidades das localidades de Alvarenga
e Chieira (Arouca).
Durante o decorrer da empreitada houve necessidade de proceder a
alterações de projeto, resultando na necessidade de aumentar o vão
da ponte passando dos 488 ml iniciais para 516 metros (distância
entre pilares).
Palavras-chave: Ponte Pedonal de Arouca / Procedimentos de montagem
desenvolvidos pela Conduril / Construtora / Desafio
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516 Arouca bridge – Constructor view
Bruno Rocha
Abstract
The contract for the construction of the Bridge was signed on
October 25, 2017, and the work was consigned on March 15, 2018.
As the DPSS was only approved by C.M. Arouca on March 27, 2018,
and communicated to Conduril Engenharia S.A. on April 4, 2018, the
works and the corresponding start of the contract period only began
on this last date.
The project consisted of the construction of a suspended pedestrian
bridge, over the Paiva River and near the towns of Alvarenga and
Chieira (Arouca).
During the project, there was a need to make design changes,
resulting in the need to extend the span of the bridge from the initial
488 meters to 516 meters (distance between pillars).
Keywords: Arouca Pedestrian Bridge / Assembly procedures developed by
Conduril / Construction company / Challenge
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Bruno Rocha

Bruno Rocha 1 Enquadramento

Engenheiro Civil Tratando-se de uma obra de elevada mediatização e atendendo às
Conduril Engenharia S.A. suas especificidades técnicas, foi necessário adotar procedimentos
Ermesinde, Portugal que possibilitassem antecipar imprevistos cuja resolução em fase de
obra seriam de maior complexidade.
Neste enquadramento, o projeto foi desenvolvido com sucesso, para
o qual foi determinante a excelente colaboração entre a ITeCons, a
Conduril Engenharia S.A. e a C.M. Arouca.
A ausência de levantamento topográfico no local da empreitada,
bem como a inexistência de sondagens em fase de projeto resultou
na necessidade de proceder a alterações de projeto, nomeadamente
no reajuste na implantação da localização dos pilares e a necessidade
de se proceder à execução de microestacas nas fundações do pilar
da margem esquerda. Com esta alteração, o vão da ponte sofreu
um aumento significativo passando dos 480 ml iniciais para 516 ml
(distância entre eixo de pilares).

Figura 1 Instabilidade do talude da margem direita obrigou a

reposicionamento do pilar

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Figura 2 Foram executadas 42 microestacas na fundação do pilar

ROCHA, B. – Ponte 516 Arouca – Visão do empreiteiro. Revista
Portuguesa de Engenharia de Estruturas. Ed. LNEC. Série III. n.º 20.
ISSN 2183-8488. (novembro 2022) 15-20.
da margem esquerda
Atendendo à singularidade da empreitada, foram montados três
tabuleiros no laboratório do IteCons de forma a avaliar alguns
detalhes no que concerne às fixações do tabuleiro. Desse ensaio,
o D.O. comunicou que, era sua pretensão reduzir os movimentos
/ deslocações que o tabuleiro tinha aquando da sua utilização. Essa
instrução resultou na necessidade de montar contraventamentos
transversais, solução essa que foi idealizada pelo projetista. A solução

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Figura 3 Vista do tabuleiro com o sistema anti-torção

preconizada consistiu na colocação de dois cabos secundários

adicionais que limitavam os deslocamentos do tabuleiro. Esta
solução permite ao Dono de Obra reajustar conforme as suas
pretensões o “grau de radicalismo” que quer dotar à ponte para com
os seus utilizadores (maiores ou menores movimentos).

2 Preparação da obra
Na preparação desta empreitada foram consideradas três fases para
a execução dos trabalhos.
A primeira fase consistiu na criação de acessos com vista à adequada
execução dos trabalhos e à obtenção do melhor rendimento dos
meios de produção afetos à obra.
Foram realizados inúmeros estudos e alguns desses traçados tiveram
de ser reajustados após implantação no local. Tornou-se bastante
Figura 4 Criação de acessos
difícil conciliar o melhor traçado do ponto de vista da produção, com
a acentuada inclinação da encosta, a existência de arvores de espécie A segunda fase consistiu nos trabalhos de betão armado.
protegidas e, uma das situações que nos criou mais incómodos, a Atendendo à tipologia do pilar, para otimizar o prazo e meios para
tipologia do local onde abundavam pedras de elevadas dimensões a realização deste trabalho, aumentou-se (ao máximo) a altura de
cuja instabilidade condicionou bastante a criação dos acessos. betonagem de cada elevação. Foram executados vários estudos
Foram necessários dois meses para a criação dos acessos (cimbre ao solo, cofragens trepantes, …) tendo-se optado pelas
(1 mês para o lado de Alvarenga e 1 mês para o lado de Canelas – cofragens trepantes. O rendimento obtido para a elevação de cada
Passadiços do Paiva). pilar foi de 1 elevação / semana.

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A terceira fase dos trabalhos consistiu na montagem dos cabos

principais, secundários e tabuleiro.
Em fase de produção das diversas peças que iriam constituir o sistema
de fixação dos tabuleiros, optou-se por fazer moldes (em madeira)
à escala real de peças para avaliação da melhor metodologia para
aplicar na fase de montagem de cada constituinte. Foram utilizados
tubos de PEAD dim. 40 para simular os cabos de aço principais a
montar em obra.
Atendendo à especificidade da natureza destes trabalhos, os
mesmos foram realizados por alpinistas. O rendimento obtido para
a realização destas tarefas foi de 5 meses, com a presença máxima
em obra de 6 alpinistas.

Figura 5 Montagem do Cimbre para a Viga de Travamento

Figura 6 Moldes em madeira para simular as peças a aplicar

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Figura 7 Fotos de montagem de Pendurais
3 Faseamento dos cabos e tabuleiro
Das diversas fases da construção da 516 Arouca, as operações da
montagem dos cabos (principais e secundários) e da montagem dos
tabuleiros foram as mais críticas.
O faseamento para a realização destes trabalhos foi:
–– Passagem de cabos auxiliares para a montagem do sistema
que deu apoio à montagem dos cabos principais e tabuleiros.
Figura 8 Fotos da passagem do cabo auxiliar na margem direita
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–– Montagem do sistema que deu apoio à montagem dos
cabos principais e tabuleiros.
Figura 9 Fotos do sistema que deu apoio ao lançamento dos
cabos principais e tabuleiros
–– Passagem dos cabos principais. Para a realização desta tarefa,
tivemos de utilizar uma máquina de rastos de grande porte,
uma grua movel com capacidade para elevar o cabo acima
do pilar e mão de obra especializada. Para este trabalho, foi
idealizado um sistema de roldanas para evitar danos nos
referidos cabos. Esta operação foi das mais importantes
nesta empreitada uma vez que tivemos de garantir o
posicionamento de cada cabo principal em cada peça
acessória (transição do pilar, em cada placa de cintagem
/ suspensão e nos maciços de ancoragem). Cada cabo foi
fabricado com uma medida exata para uma determinada
posição e para um determinado desenvolvimento. Se não
fosse garantido esse posicionamento e desenvolvimento,
e atendendo ao comprimento dos cabos, podíamos ser
confrontados com a impossibilidade de fixar o cabo aos
maciços (p.e. se um cabo fosse colocado de forma aleatória
a sua trajetória seria diferente da idealizada e o seu
desenvolvimento seria superior ao previsto, ficando mais
curto e impossibilitando a sua fixação ao maciço). Nesta
fase, e com o auxílio da topografia, foi marcado em cada
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Figura 10 Identificação da localização de cada cabo principal

cabo principal a localização das planas de ancoragem e de

fixação.
–– Colocação dos cabos secundários e tabuleiros. Esta
operação foi executada com auxílio de alpinistas e o sistema
de movimentação de cargas instalado em obra.

Figura 11 Fotos da colocação do tabuleiro e cabos secundários

4 Agradecimentos
Deixa-se um especial agradecimento à EDIRIO (empresa
metalomecânica responsável pelo fabrico das estruturas metálicas),
à OUTSIDE WORKS (empresa de trabalhos verticais responsável
pela montagem dos cabos e tabuleiros), à GEONORTE (empresa
responsável pelos trabalhos de geotecnia) e a TODA a equipa que
esteve envolvida neste projeto.

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