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DÉCADA DE 1940
Quando tudo começou
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O início de uma estratégia visionária, que
culminou com uma longa trajetória de
progresso da Aviação no País
EXPEDIENTE
Chefe do CECOMSAER: Diagramação:
Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Sargento SDE Polyana Rithielly
Esplanada dos Ministérios, Bloco M, 7º Andar Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Distribuição Gratuita
CEP: 70045-900 - Brasília - DF Tenente-Coronel Aviador Claudio Mariano Acesse a edição eletrônica:
Tiragem: 18 mil exemplares. Rodrigues Santana www.fab.mil.br/publicacao/listagemAerovisao
Impressão: Edigráfica.
Período: Edição Especial Edição:
2021 - Ano 48 Tenente Jornalista Jonathan Jayme
(MTB - 2481)
Tenente Jornalista Flávia Rocha
Contato: redacao@fab.mil.br (DRT - 1354)
Reportagens:
Jornalistas do CECOMSAER
Divulgação:DCTA
DÉCADA DE 1960
Novos ares
Comando da Aeronáutica é transferido
para a nova capital federal. E surge o
Bandeirante, avião que impulsonou a
indústria aeronáutica nacional
22
DÉCADA DE 1950
Brasil ganha uma “máquina”de cérebros
Década é marcada por inovações e pelo desenvolvimento
42 DÉCADA DE 1990
Inovação e Desenvolvimento tecnológico
Anos de 1990 foram marcados pelo progresso
das engenharias das mulheres na carreira e a transposição de
Ministério para comando da Aeronáutica
30 DÉCADA DE 1970
O surgimento do CENIPA
Investigação de acidentes aeronáuticos
50 DÉCADA DE 2000
Solidariedade
Época destaca-se pela participação da FAB
no Brasil passa por uma grande mudança em grandes operações de resgates e ajuda
filosófica humanitária no Brasil e no mundo
36 DÉCADA DE 1980
Foguete no espaço
O nascimento do que seria chamado de janela brasileira
56 DÉCADA DE 2010
Atuação em grandes eventos
Visita do Papa, Copa do Mundo e Jogos Olím-
para o espaço: o Centro de Lançamento de Alcântara picos: com participação da FAB, Brasil passa no
(CLA) é criado no Maranhão teste de garantia da segurança
O COMEÇO DE TUDO
H
á 80 anos começava uma es- meço de tudo: 20 de janeiro de 1941,
Acervo Força Aérea
Para a efetiva atuação por parte aeroclubes e o governo para a expansão da costa e treinamento de Aviado-
do Ministério da Aeronáutica, de do setor no País, arrecadando recursos res, além de ter criado sua primeira
modo a proporcionar a expan- financeiros, materiais para construção Unidade de Caça; aeroportos, com
são da Aviação Militar no Brasil, de aviões e doações de aeronaves. pistas asfaltadas, foram construídos;
criou-se a Diretoria de Rotas. A Ainda com a visão de expansão, o e pilotos formados.
missão estava em promover o de- Ministério da Aeronáutica refundou “O Brasil está empenhado em
senvolvimento da infraestrutura e as escolas de formação, de pilotos e de grandes preparativos para tornar-se
da segurança da navegação aérea. especialistas; criou normas para evitar a uma potência aérea independente.
Assim, uma série de ações foram competição predatória entre as empre- Deixei uma frota de cerca 1.500 aviões
planejadas e realizadas, como a sas aéreas; inaugurou novas fábricas e militares em condições de uso, cerca
chegada de 100 aviões Fairchild escolas civis; diversas concessões foram de 3.000 pilotos treinados, 15 Bases
PT-19, um biplace monoplano de fornecidas para a exploração do trans- Aéreas instaladas, 580 aeroportos
asa baixa, para a instrução primária porte aéreo no País; as linhas aéreas funcionando no País e a maioria deles,
de pilotos brasileiros; a fábrica de ultrapassaram as fronteiras, chegando cerca de 70%, com pistas asfaltadas”,
aviões de Lagoa Santa (MG), en- aos países vizinhos, aos Estados Unidos disse o ministro Salgado Filho, ao dei-
trou em funcionamento e produziu e à Europa; a Força Aérea recebeu aero- xar o cargo, no final de 1945, de acordo
aeronaves T-6; a Campanha Nacio- naves para preparação de seus pilotos, com o livro Salgado Filho, Primeiro
nal de Aviação reuniu empresários, particularmente para o patrulhamento Ministro da Aeronáutica do Brasil.
Participação do Brasil na II
Guerra Mundial
O engajamento militar brasileiro
na Segunda Guerra Mundial
foi o ápice de um processo
de evolução do panorama
político-estratégico, nacional e
internacional
De 1939 até o início de 1941, quando foi Em 28 de janeiro de 1942, o Brasil a Primeira Esquadrilha de Ligação e
criado o Ministério da Aeronáutica, a hipó- rompeu as relações diplomáticas com Observação (1º ELO).
tese de emprego em Teatro de Operações os países do Eixo, marcando o apoio aos Conforme o livro História Geral
Extracontinental era improvável, já que a aliados. Assim, a Aviação de Patrulha da Aeronáutica Brasileira, de 1991, o
posição do Brasil era de estrita neutralidade. entrou no conflito para defender os engajamento militar brasileiro na Se-
A possibilidade de participação no Teatro navios brasileiros dos submarinos ini- gunda Guerra Mundial foi o ápice de
de Operações evoluiu rapidamente diante migos. A declaração formal de guerra um processo de evolução do panorama
da entrada dos Estados Unidos na batalha do Brasil aos governos da Alemanha e político-estratégico, nacional e interna-
– e a presença da FAB naquele contexto foi da Itália aconteceria em 22 de agosto. cional, que levou o País, no interregno
acelerada como parte integrante da estra- Diante do desafio imposto, o Alto- de três anos, de uma postura de estrita
tégia de crescimento da Força. A expansão -Comando da FAB definiu o nível e o neutralidade no início do conflito ao
dos recursos humanos foi a primeira ação tipo de sua participação no Teatro de estado de franca beligerância em 31 de
relacionada a essa determinação de evoluir Operações (TO), em defesa dos ideais agosto de 1942. Com a participação, e
a Força. As repercussões aconteceram em de liberdade. Com isso, em 18 de de- atuação, na II Guerra Mundial, a recém-
cadeia: melhorias nas áreas de logística – zembro de 1943 foi criado o Primeiro -criada Força Aérea Brasileira, enquanto
suprimento e manutenção, equipamentos Grupo de Aviação de Caça (1º GAVCA) se estruturava, já havia sido envolvida e
e treinamentos. e, em 20 de julho de 1944, foi ativada forjada na batalha.
Acervo EDA
F
oi no início da década de 1950
que São José dos Campos, no
Vale do Paraíba (SP), deixou
de ser apenas uma estância climáti-
ca para tratamento de pessoas com
tuberculose no Estado para seguir a
vocação de pólo de desenvolvimento
nacional. A transformação da cidade
de 30 mil habitantes começou com
a construção do Centro Técnico de
Aeronáutica (CTA), erguido para
abrigar dois institutos científicos: um
para o ensino superior, o Instituto
Tecnológico de Aeronáutica (ITA),
e outro para pesquisa e desenvolvi-
mento nas áreas de aviação militar e
comercial, o Instituto de Pesquisas e
Desenvolvimento (IPD).
Criado em 1950 com o objetivo de
formar engenheiros de excelência e
desenvolver tecnologia aeronáutica
de ponta, o ITA foi idealizado pelo
Marechal do Ar Casimiro Montene-
gro Filho (1904-2000), pioneiro do
Correio Aéreo Nacional. Os primei-
ros grandes projetos desenvolvidos
Criado em 1950 com o objetivo de
por professores, ex-alunos e alunos formar engenheiros de excelência e
do ITA, em laboratórios do então desenvolver tecnologia aeronáutica
IPD, foram o Projeto Convertiplano de ponta, o ITA foi idealizado pelo
Marechal do Ar Casimiro Montene-
(aeronave híbrida de decolagem ver-
gro Filho (1904-2000), pioneiro do
tical, que contém características tanto Correio Aéreo Nacional
de aviões quanto de helicópteros),
idealizado em 1952, e o Projeto Beija- criação, o ITA se transformou numa
-Flor (helicóptero de rotor rígido com Instituição de excelência na área da
capacidade para duas pessoas). O BF educação e um centro de referência
1 Beija-Flor fez o primeiro voo em no ensino de Engenharia no Brasil,
1958, simbolizando um importante contribuindo com o desenvolvimen-
estágio da engenharia aeronáutica to de pesquisas nas mais diversas
brasileira. Comemorava-se, afinal, áreas: telecomunicações, informática,
o primeiro helicóptero projetado e infraestrutura aeroportuária, auto-
construído no Brasil. mação bancária, transporte aéreo e
Ao longo dos 70 anos de sua indústria automobilística.
Acervo ITA
Aerovisão
Edição Especial/2021
Acervo Força Aérea
Acervo ITA
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DÉCADA DE 1950
Acervo Pessoal
Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Acervo MUSAL
Gloster Meteor: o primeiro
avião a jato do Brasil Gloster Meteor em exposição
no Museu Aeroespacial
(MUSAL), no Campo dos
Na década de 1950, o Brasil troca dos antigos caças P-47 Thunder- Afonsos, no Rio de Janeiro
trocou com a Inglaterra 15 mil tone- bolt e Curtiss P-40 pelo jato de combate
ladas de algodão por 60 aviões que, bimotor britânico.
após a montagem, na Fábrica do Ga- A partir da experiência da Força
leão, no Rio de Janeiro, equiparam Aérea, as companhias aéreas no Brasil
a Força Aérea Brasileira até 1974. também foram impulsionadas. Para Desse modo, a aquisição do Gloster Me-
Tratava-se de jatos que mudaram a operar jatos, a FAB teve de montar uma teor revolucionou não apenas a aviação
história da aviação militar no País. logística de combustíveis e lubrificantes, militar, mas também a civil.
Incorporado à Força Aérea Bra- isso porque os motores eram movidos Por ser o principal avião de caça da
sileira (FAB) em 1953, o Gloster a querosene de aviação, inexistente no FAB até 1970, os Glosters se transfor-
Meteor foi o primeiro avião a jato País à época. Apesar de ser mais seguro, maram em sinônimo de aeronave de
do Brasil. Com ele, a FAB ingressou o combustível importado requeria cui- ataque e foram empregados em missões
na “Era das Turbinas”. Começava a dados no armazenamento e manuseio. de ataque ao solo.
Albatross
O Albatross (GRUMMAN G-64) é um
avião anfíbio destinado a missões de busca e
salvamento, sendo capaz de operar na água,
na terra, na neve e no gelo. No Brasil, foram
Acervo MUSAL
o então Ministério da
Aeronáutica no Rio de
Janeiro (RJ)
O primeiro protótipo
do Bandeirante, então
denominado de IPD-
6504, realizou o voo de
teste inaugural em 22 de
outubro de 1968, com
a presença da equipe
técnica do projeto
Acervo EMBRAER
Com a criação do Centro Técnico programa de envolvimento do Brasil em deu origem ao Instituto de Atividades
Aeroespacial (CTA), nos anos de 1950, pesquisas espaciais. O GOCNAE instalou- Espaciais (IAE), no CTA. O Instituto
começou no País um novo pensamento -se no CTA e iniciou suas atividades com ficaria responsável pelos projetos de
para o desenvolvimento dos programas equipamentos cedidos pela Agência Espa- pesquisa e desenvolvimento de fogue-
aeroespaciais. Em 1960, o Presidente Jânio cial Americana (NASA) e pesquisadores tes, cabendo ao Centro de Lançamento
Quadros criou uma comissão para dar militares e civis do Ministério da Aero- da Barreira do Inferno (CLBI) a parte
os primeiros passos para a elaboração náutica. Em dezembro de 1965, ocorreu operacional de lançamento de vários
de um programa nacional de exploração o primeiro lançamento em solo brasileiro. foguetes estrangeiros e os nacionais,
espacial. O resultado foi a formação, em Era um foguete de sondagem de fabrica- como SONDA I, II, III e IV. Apesar de
agosto do ano seguinte, do Grupo de Or- ção norte-americana – o Nike Apache. o Brasil não ter conseguido o efetivo
ganização da Comissão Nacional de Ati- Em 1966, começou o Projeto EXAMENT lançamento operacional de foguete
vidades Espaciais (GOCNAE), com sede para estudos da atmosfera em altitudes de na década de 60, o SONDA I foi a
em São José dos Campos, subordinado ao 30 a 60 km. No final da década, o Grupo grande escola do Programa Espacial
Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq), Executivo e de Trabalho e Estudos de Pro- Brasileiro, por meio do qual a FAB deu
com o propósito de sugerir a política e o jetos Espaciais (GETEPE) foi desativado e os primeiros passos nessa área.
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DÉCADA DE 1970
A implantação do Sistema Integrado de Controle do
Tráfego Aéreo e a Era dos Supersônicos
A década de 1970 marca o início
de uma nova fase para a Força Aérea
Brasileira. Chegava a vez dos supersô-
nicos. Pouco antes, em 1969, após uma
série de estudos, o Ministério da Aero-
náutica concebeu o Sistema Integrado
de Controle do Espaço Aéreo, um pro-
jeto ambicioso e estratégico que previa
a utilização conjunta de equipamentos
de detecção, de telecomunicações e
de apoio às atividades de defesa e de
controle de tráfego aéreo.
Acervo Musal
Aerovisão
Edição Especial/2021
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Sargento Bruno Batista / Agência Força Aérea
Acervo Força Aérea
DÉCADA DE 1980
Aerovisão
Edição Especial/2021
Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
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Sargento Johnson Barros / Agência Força Aérea
DÉCADA DE 1990
Asas que vigiam
O planejamento para colocar o acordo para a produção de aviões
projeto SIVAM em funcionamento, que pudessem fazer a vigilância do
necessitava de uma série de provi- espaço aéreo com radares transpor-
dências, entre as quais a criação de táveis para a Força Aérea Brasileira:
uma rede de 25 sítios radares em os modelos EMB-145-AS, os E-99,
solo, que resultaram em quase 100% para vigilância aérea, e os EMB-145-
de cobertura radar da região, e a RS, os R-99, para o sensoriamento
aquisição de vetores aéreos que pu- remoto. As aeronaves são equipadas
deram prover superioridade aérea, com modernos equipamentos, como
sensoriamento remoto e alerta aéreo o radar PS-890 Erieye, capaz de de-
antecipado. Foi o passo inicial para tectar aviões voando à baixa altura,
criar as bases para o surgimento dos e sensores de última geração, como
vetores. radar de abertura sintética SAR, que
Em 1997, a EMBRAER assinou fornece imagens em tempo real.
O Ministério da Aeronáutica
Mulheres no céu
A Academia da Força Aérea candidatas enfrentaram provas
(AFA), em Pirassununga (SP), teóricas, além de testes físico,
ficou ainda mais diversa a partir psicológico e de saúde.
de 2003, quando as primeiras mu- Na caminhada do curso, na
lheres ingressaram no Quadro de Academia da Força Aérea, pas-
Oficiais Aviadores, um fato inédito saram pelo salto de emergência
para a aviação militar do País. com paraquedas, por exercícios
No concurso, houve mais de 150 de campanha e pela instrução
candidatas para cada vaga, e, ao teórica e prática do voo, além da
final, 13 novas integrantes da FAB instrução acadêmica oferecida
se formaram. Hoje, as pioneiras já pela AFA. As militares integram,
ocupam o posto de Major. atualmente, todas as Aviações
Para ingressarem na AFA, as na FAB.
Enchentes
No Brasil, cheias em diversas regi- ocasião, os militares a bordo
ões mobilizaram a FAB para o trans- dos helicópteros voltaram a
porte de alimentos e remédios, resgate resgatar pessoas de telhados
de vítimas e socorro aos doentes. A de casas ou de cima de árvores.
operação mais difícil foi em cidades Um Hospital de Campanha foi
de Santa Catarina, em 2008. Foram instalado na cidade de Barreiros
cumpridas mais de 500 missões com (PE) e superou seis mil atendi-
helicópteros e aviões, particularmente mentos.
na região do Vale do Itajaí, uma das Em 2007, a Força Aérea já
áreas mais afetadas pelas cheias. Além havia atuado na Bolívia, em
da atuação das Unidades Aéreas, a uma das maiores enchentes
equipe do Hospital de Campanha da daquele país. Ao longo de mais
Aeronáutica atendeu mais de três mil de dois meses de operação,
pessoas. Em 2009 e 2010, a FAB voltou a FAB e o Exército Brasileiro
a atuar de forma decisiva para dimi- transportaram mais de cem
nuir os impactos de enchentes, dessa toneladas de alimentos e me-
vez na Região Nordeste – Maranhão, dicamentos. Duas mil pessoas
Piauí, Alagoas e Pernambuco. Na foram resgatadas.
Terremotos
Em 2008, a FAB foi encarre-
gada de transportar alimentos e
remédios para a cidade de Pisco,
no Peru, fato que fez a diferença
em um local devastado com mais
de 500 mortos. Outras cidades
próximas também foram vítimas
da catástrofe. Foi um ano, na his-
tória moderna, que mais sofreu
com tremores de terra como o de
2010. Particularmente por causa da
Cabo Silva Lopes / Agência Força Aérea
A primeira aeronave
multimissão F-39E Gripen
tocou o solo brasileiro, em
setembro de 2020
O Poder Aeroespacial
O Brasil e a Força Aérea Brasilei- satélite, está o Comando de Operações lançadores não militares, compondo
ra deram mais um passo histórico: Aeroespaciais (COMAE), por intermé- os meios disponíveis do Centro Es-
o primeiro Satélite Geoestacionário dio do seu Centro de Operações Espa- pacial de Alcântara (CEA), que já se
Brasileiro de Defesa e Comunicações ciais (COPE), uma estrutura localizada apresenta como um dos principais do
Estratégicas (SGDC), foi lançado ao em Brasília (DF) e ativada pela FAB, Hemisfério Sul.
espaço no dia 4 de maio de 2017. em 23 de junho de 2020. Construído Em fevereiro de 2020, após apro-
A partir daí, o país passou a contar para servir como centro de controle vação pelo Congresso Nacional, foi
com um programa capaz de fornecer do SGDC e com a possibilidade de promulgado o decreto legislativo que
conexão de Internet banda larga de controlar diversos satélites geoestacio- oficializou o Acordo de Salvaguardas
alta velocidade em 100% do território nários e de baixa órbita, as instalações Tecnológicas (AST) entre os governos
nacional, beneficiando a comunicação do COPE foram projetadas com alto brasileiro e norte-americano. O AST
no setor de Defesa e para a sociedade nível de segurança e disponibilidade assegura a proteção de tecnologias
de modo geral. de rede, tornando-se referência pela norte-americanas utilizadas em com-
Desenvolvido pela empresa fran- complexidade e modernidade. ponentes embarcados em foguetes e
cesa Thales Alenia Space, que assinou Provendo serviços com aplicação satélites, não bélicos, que serão lança-
um contrato com a Visiona (uma join- civil e militar e atuando com plena dos do CEA.
tventure formada pela Embraer e pela confiabilidade, o COPE tem capacida- A exploração de operações de
estatal Telebras), o SGDC tem uso dual, de de operação continuada nos mais lançadores não militares empregando
ou seja, civil e militar. De um lado, diversos cenários. O COPE é fruto da o CEA é um novo passo e será funda-
utilizando a banda Ka, que possibilita linha diretiva do Programa Estratégico mental para o desenvolvimento do Pro-
acesso à conexão de banda larga em de Sistemas Espaciais (PESE). grama Espacial Brasileiro e a inserção
todos os locais do País. De outro, a A Força Aérea Brasileira tem sido do País no mercado espacial global. De
partir da banda X, é possível tramitar uma das protagonistas do Setor Espa- acordo com o Ministério da Ciência e
informações afetas às áreas de defesa cial no País. Conhecido como a Janela Tecnologia, atualmente, o mercado es-
e governamental. Brasileira para o Espaço, o Centro de pacial como um todo movimenta cerca
Com o SGDC, a FAB entra definiti- Lançamento de Alcântara (CLA), no de US$ 360 bilhões por ano. A expecta-
vamente na era do espaço. Cabe à Ins- Maranhão, pode tornar-se ainda mais tiva é de que o Brasil possa atrair, pelo
tituição a responsabilidade por operar relevante com seus bens e serviços menos, uma pequena parte do volume
e monitorar o SGDC. No controle do sendo empregados em operações com de negócios deste mercado bilionário.
0800 61 3040
www.fhe.org.br
Aerovisão Edição Especial/2021 67