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Introdução à

Regulamentação
da Aviação Civil
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte

Curso on-line – Introdução à Regulamentação da


Aviação Civil – Brasília: SEST/SENAT, 2016.

80 p. :il. – (EaD)

1. Aviação civil - legislação. 2. Transporte aéreo. I.


Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de
Aprendizagem do Transporte. III. Título.

CDU 347.82

ead.sestsenat.org.br
Sumário
Apresentação 5

Unidade 1 | Introdução 6

Glossário 10

Atividades 11

Referências 12

Unidade 2 | Regulamentação da Aviação Civil Nacional e Internacional 15

1 Histórico 16

2 Convenção de Chicago 17

2.3 Organização de Aviação Civil Internacional (OACI) 20

2.1 Regulamentação da Aviação Civil Nacional 22

Glossário 23

Atividades 24

Referências 25

Unidade 3 | Legislação Básica Atual da Aviação Civil Nacional 28

1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 29

2 Lei nº 7.565/1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) 30

3 Lei nº 7.183/1984 – Lei do Aeronauta 36

4 Lei nº 11.182/2005 – Lei de Criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) 36

5 Acordos e Convenções Internacionais 44

6 Legislação Complementar 44

6.1 Resolução 45

6.2 Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) 45

6.3 Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) 46

6.4 Instrução Suplementar (IS) 47

Glossário 48

3
Atividades 49

Referências 50

Unidade 4 | Órgãos e Competências 53

1 Conselho de Aviação Civil (Conac) 54

2 Secretaria de Aviação Civil (SAC) 55

3 Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) 57

4 Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) 59

5 Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) 61

6 Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) 62

Glossário 65

Atividades 66

Referências 67

Unidade 5 | Organizações Internacionais 70

1 International Air Transport Association (IATA) 71

2 Federal Aviation Administration (FAA) 72

3 European Aviation Safety Agency (EASA) 73

Glossário 74

Atividades 75

Referências 76

Gabarito 79

4
Apresentação

Prezado(a) aluno(a),

Seja bem-vindo(a) ao curso Introdução à Regulamentação da Aviação Civil!

Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de


cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos,
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e
ajudar na compreensão do conteúdo.

O curso possui carga horária total de 10 horas e foi organizado em 5 unidades, conforme
a tabela a seguir.

Unidades Carga Horária


Unidade 1 | Introdução 2h
Unidade 2 | Regulamentação da Aviação Civil Nacional e
2h
Internacional
Unidade 3 | Legislação Básica Atual da Aviação Civil Nacional 2h
Unidade 4 | Órgãos e Competências 2h
Unidade 5 | Organizações Internacionais 2h

Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:

a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas


“Aulas Interativas”;

b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60;

c) responder à “Avaliação de Reação”; e

d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.

Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de


dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br.

Bons estudos!

5
UNIDADE 1 | INTRODUÇÃO

6
Unidade 1 | Introdução
O primeiro passo para estudar os temas pertinentes à aviação civil é entender a
definição do que é aviação civil. Aviação civil é a utilização não militar da aviação, de
natureza comercial ou privada.

Pode-se dividi-la em duas categorias:

a) Aviação de transporte – engloba o transporte comercial de passageiros e de


carga.

b) Aviação geral – abrange as demais utilizações comerciais e privadas, tais como a


aviação esportiva, executiva, agrícola, táxi-aéreo, entre outras operações de voo.

Atualmente, a aviação civil no Brasil é regulada por leis, que são complementadas por
normas expedidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), no âmbito de sua
competência, conferida por lei. Dessa forma, a Anac foi qualificada como autoridade
da aviação civil para planejar, gerenciar e controlar a aviação civil, nos limites da lei.
Como autoridade da aviação civil brasileira, cabe à Anac, entre outras atribuições,
regulamentar e fiscalizar as atividades da aviação civil e de infraestrutura aeronáutica
e aeroportuária.

Incluem ainda tarefas que podem ser entendidas como a instituição de normas ou
de regras referentes ao funcionamento de certas atividades e à execução de atos e,
também, zelar para que essas normas sejam fielmente cumpridas.

A regulamentação abrange a ordenação de regras suplementares ou subsidiárias que


definem ou orientam práticas, de modo a se conduzirem os assuntos e as atividades já
regulados por leis. É fazer valer, na prática, a vontade da lei. Não é função das normas
suplementares, portanto, instituir nova regra não autorizada por lei, nem estabelecer
princípio ou regra divergente da lei.

A fim de distinguir as competências da Anac das reservadas ao


Comando da Aeronáutica, a lei adotou a denominação Autoridade
de Aviação Civil para designar a Agência e Autoridade
Aeronáutica para o comandante da Aeronáutica (Art. 5º, § 2º,
Art. 8º, Lei nº 11.182/2005).

7
O artigo 25 da Lei nº 7.565/1986 define infraestrutura
aeronáutica como o conjunto de órgãos ou estruturas terrestres
de apoio à navegação aérea, para promover-lhe a segurança,
regularidade e eficiência, e discrimina em dez incisos quais são
os sistemas que compõem a infraestrutura aeronáutica.

Nesse cenário, cabe à Anac a emissão de documentos que estabeleçam conceitos,


práticas e procedimentos relacionados a diversas áreas da aviação civil, sob sua
responsabilidade, em consonância com os padrões internacionais estabelecidos para
o setor.

Conforme está disposto no portal eletrônico da Anac, a atividade regulatória do


transporte aéreo envolve duas frentes de atuação: a regulação técnica e a regulação
econômica.

A regulação técnica objetiva garantir a segurança de passageiros e usuários da


aviação civil, por meio de regulamentos que versam sobre certificação e fiscalização
da indústria, atividade que envolve o cumprimento de requisitos de segurança e de
treinamento de mão de obra pelas empresas aéreas.

Já a regulação econômica envolve a atuação do Estado diante do setor em função


de falhas de mercado. Os dados e as informações necessárias para essa análise são
obtidos por meio de um monitoramento constante do transporte aéreo, que tem como
objetivo subsidiar decisões regulatórias e supervisionar os serviços oferecidos aos
usuários, de modo a garantirem a segurança e a eficiência na aviação civil.

Como se pode supor, há diversas atividades relacionadas à aviação civil. Ao viajar de


avião, verificam-se alguns serviços típicos de aeroporto, tais como check-in, bagagem,
transporte terrestre, contraincêndio, climatização, informação, entre tantos outros.
Existem, também, as atividades ligadas ao voo da aeronave, tais como formação e
treinamento da tripulação, dos mecânicos, serviços de manutenção das aeronaves e
de apoio ao voo etc.

Há ainda o serviço de controle de tráfego aéreo, que gerencia o fluxo dos voos nos
céus, e o serviço de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos, que zela para
que a aviação continue a ser um dos transportes mais seguros. Como se vê, é uma série
de atividades que se relacionam e se complementam para que o usuário utilize com
conforto e segurança os serviços aéreos como meio de transporte.

8
Seguindo o raciocínio, conclui-se que a regulação e o gerenciamento de todas essas
atividades requerem uma quantidade de normas expressivas. Por esse motivo, outros
órgãos dividem as tarefas com a Anac, de acordo com suas competências, estabelecidas
por lei.

A Figura 1 mostra um organograma que permite visualizar os principais agentes da


aviação civil brasileira.

Figura 1: Organograma dos órgãos responsáveis pela aviação civil brasileira

As competências para execução do gerenciamento e o apoio à aviação civil no Brasil


são divididas da seguinte forma:

a) Anac – órgão central do setor de aviação civil brasileira.

b) Infraero – responsável pela administração e infraestrutura dos aeroportos sob


sua responsabilidade.

c) Decea – órgão Central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro


(Sisceab), subordinado ao Comando da Aeronáutica.

9
d)
Cenipa – centro responsável pela investigação e prevenção de acidentes
aeronáuticos, assim como o Decea, subordinado ao Comando da Aeronáutica.

Os demais nomes constantes no organograma serão estudados

ee nas próximas unidades. Por enquanto, o objetivo é mostrar a


estrutura básica dos órgãos responsáveis pela aviação civil no
âmbito do território brasileiro.

Resumindo

Nesta unidade foi apresentada uma abordagem geral sobre a necessidade


de regulamentação da aviação civil nacional e internacional, com a
apresentação de conceitos, definições e organizações envolvidas com o
setor.

Foram ressaltados o significado do termo aviação civil, as principais


atribuições da Anac, o que é atividade regulatória, o órgão que exerce a
função de autoridade da aviação civil brasileira. Também foi apresentada a
estrutura básica dos órgãos reguladores e de apoio à aviação civil brasileira.

Glossário

Contraincêndio: serviço oferecido em aeroportos que envolvem salvamento e combate


a incêndio em situações de acidentes aeronáuticos no aeroporto e nas proximidades. A
atividade de prevenção a incêndios também é atribuição desse tipo de serviço.

Regras subsidiárias: são regras que complementam as regras principais de maior


hierarquia. Como exemplo, pode-se citar os regulamentos que explicam ou padronizam
condutas estabelecidas em lei.

10
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Aviação civil é a utilização não
militar da aviação, de natureza comercial ou privada.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A regulamentação abrange a


ordenação de regras suplementares ou subsidiárias que
definem ou orientam práticas, de modo a se conduzirem os
assuntos e as atividades já regulados por leis.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

11
Referências

ARAUJO NETO, M. C. de. Aviação Civil Brasileira. Compilações da Legislação Brasileira.


Rio Grande do Sul: Nuria Fabris, 2008. 309p.

BRASIL – Agência Nacional de Aviação Civil. Lei nº 11.182, de 27 de setembro de


2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Lei/
L11182.htm>. Acesso em: 5 mar. 2015.

______. Agência Nacional de Aviação Civil. Características e Atribuições da ANAC.


Brasília, 2012. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/anac/atribuicoesAnac.asp>.
Acesso em: 5 ago. 2015.

______. Agência Nacional de Aviação Civil. Regulação da Aviação Civil. Disponível em:
<http://www.anac.gov.br/Area.aspx?ttCD_CHAVE=14>. Acesso em: 5 mar. 2015.

______. Agência Nacional de Aviação Civil. Resolução n° 30 da ANAC, de 21 de maio


de 2008. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/biblioteca/resolucao/resolucao30.
pdf>. Acesso em: 5 mar. 2015.

______. Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial. Textos de Direito


Aeronáutico. Disponível em: <http://www.sbda.org.br/textos/textos.htm>. Acesso
em: 5 mar. 2015.

______. Código Brasileiro de Aeronáutica. Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986.


Dispõe sobre o Código Brasileiro de Aeronáutica. Brasília, 1986. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7565.htm>. Acesso em: 6 mar. 2015.

______. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília,


1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 5 mar. 2015.

______. Decreto nº 69.565, de 19 de novembro de 1971. Institui o Sistema de


Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáutica, e dá outras providências. Brasília,
1971. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/
decreto-69565-19-novembro-1971-417852-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em:
5 mar. 2015.

12
______. Decreto nº 3.564, de 17 de agosto de 2000. Dispõe sobre a estrutura e
o funcionamento do Conselho de Aviação Civil - CONAC e dá outras providências.
Brasília, 2000. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3564.
htm>. Acesso em: 5 mar. 2015.

______. Decreto nº 4.911, DE 12 de janeiro de 1925. Fixa a Despesa Geral da República


dos Estados Unidos do Brasil para o exercício de 1925. Rio de Janeiro, 1925. Disponível
em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1920-1929/decreto-4911-12-
janeiro-1925-565565-publicacaooriginal-89335-pl.html>. Acesso em: 6 mar. 2015.

______. Decreto Nº 6.834, de 30 de abril de 2009. Aprova a Estrutura Regimental e o


Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores e das Funções Gratificadas do Comando da Aeronáutica, do Ministério da
Defesa, e dá outras providências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6834.htm#art7>. Acesso em: 5 mar.
2015.

______. Decreto nº 65.144, de 12 de setembro de 1969. Institui o Sistema de Aviação


Civil do Ministério da Aeronáutica e dá outras providências. Brasília, 1969. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D65144.htm>. Acesso
em: 5 mar. 2015.

______. Lei nº 5.862, de 12 de dezembro de 1972. Autoriza o Poder Executivo a constituir


a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária
- INFRAERO, e dá outras providências. Brasília, 1972. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5862.htm>. Acesso em: 8 mar. 2015.

______. Lei nº 9.649, de 27 de maio de 1998. Dispõe sobre a organização da Presidência


da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Brasília, 1998. Disponível em:
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______. Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de


Contratações Públicas – RDC [...]. Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/Lei/L12462.htm>. Acesso em: 5 mar. 2015.

______. Medida Provisória nº 2.216-37, de 31 de agosto de 2001. Altera dispositivos


da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998, que dispõe sobre a organização da Presidência
da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/2216-37.htm>. Acesso em: 9 jul. 2015.

EASA – EUROPEAN AVIATION SAFETY AGENCY. The Agency. Portal da internet, 2016.
Disponível em: <https://www.easa.europa.eu/the-agency>. Acesso em: 20 mar. 2015.

13
FAA – Federal Aviation Administration. About FAA. Disponível em: <http://www.faa.
gov/>. Acesso em: 20 mar. 2015.

IATA – International Air Transport Association. About Us. Portal da internet, 2016.
Disponível em: <http://www.iata.org/Pages/default.aspx>. Acesso em: 19 mar. 2015.

______. International Civil Aviation Organization (ICAO). Executive Summary of


Annex 19. 1ª ed. Montreal: [s.n.], 2013. Disponível em: <http://www.icao.int/safety/
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______. International Civil Aviation Organization (ICAO). Council-States. Disponível


em: <http://www.icao.int/about-icao/Pages/council-states-2014-2016.aspx>. Acesso
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______. International Civil Aviation Organization (ICAO). About Us. Disponível em:
<http://www.icao.int/about-icao/Pages/default.aspx>. Acesso em: 6 mar. 2015.

PEREIRA, Guttemberg Rodrigues. Certas Regras Relativas ao Transporte Aéreo


Internacional. Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial. Disponível em:
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PINTO, V. C. O Marco Regulatório da Aviação Civil: Elementos para a Reforma do


Código Brasileiro de Aeronáutica. Consultoria Legislativa do Senado Federal. Texto
para Discussão nº 42, Brasília, DF, junho, 2008. Disponível em: <http://www.senado.
gov.br/conleg/textos_discussao.htm>. Acesso em: 12 mar. 2015.

PORTAL GLOBO. 100 anos da Aviação Comercial. Jornal O Globo. Infográfico,


Economia. Disponível em: <http://infograficos.oglobo.globo.com/economia/100-anos-
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SABATOVSKI, E.; FONTOURA, I. P.; KNIHS, K. Código Brasileiro de Aeronáutica.


Curitiba, Paraná: Juruá, 2009. 131p.

SHARP, TIM. World’s first commercial airline the greatest moments in flight. Space.
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2015.

TYLER, Tony. Os 23 minutos que mudaram o mundo. Revista Aeromagazine, n. 227,


abr. 2013. Disponível em: <http://aeromagazine.uol.com.br/artigo/os-23-minutos-que-
mudaram-o-mundo_930.html>. Acesso em: 17 abr. 2015.

14
UNIDADE 2 | REGULAMENTAÇÃO
DA AVIAÇÃO CIVIL NACIONAL E
INTERNACIONAL

15
Unidade 2 | Regulamentação da Aviação Civil
Nacional e Internacional
Para que a aviação civil atingisse a grandeza atual, foi necessário um grande esforço em
nível mundial para que todas as atividades pertinentes a esse setor fossem amparadas
por normas legais comuns. Para tanto, foram realizadas diversas convenções e acordos
internacionais com a finalidade de padronizar as legislações e regras operacionais.

Esse esforço continua em evolução e assim se manterá em função da necessidade de se


aumentar a segurança, de baixar os custos operacionais e de acompanhar as constantes
evoluções tecnológicas empregadas na aviação e nos setores de apoio ao voo.

1 Histórico

Antes de abordar a legislação nacional, é importante fazer um resumo sobre a evolução


histórica da regulamentação da aviação civil mundial, com o fim de contextualizar o
atual estágio da legislação no país e os órgãos responsáveis pela regulamentação e
pelo gerenciamento da aviação civil brasileira.

Em 1919, foi realizada Convenção de Paris, onde foi criada a Comissão Internacional de
Navegação Aérea (CINA), considerada o embrião da atual Organização da Aviação Civil
Internacional (OACI).

Em 1929, ocorreu a Convenção de Varsóvia, que visava à unificação de certas regras


relativas ao transporte aéreo internacional. Tal convenção tratou de regras sobre
contratos de transporte aéreo internacional para passageiro, bagagem e carga e
estabeleceu limites de responsabilidade do transportador nos casos de acidente aéreo,
atraso e dano à bagagem. O Brasil aderiu a essa convenção e a inseriu no ordenamento
jurídico do país, por meio do Decreto nº 20.704, de 24 de novembro de 1931. O texto
original da convenção sofreu várias emendas (retificações) ao longo das décadas
seguintes, até ser substituída pela Convenção de Montreal, de 1999.

Aconteceram também as Convenções de Havana, em 1928, de Roma, em 1933 (com


protocolo adicional, aprovado em Bruxelas, em 1938); de Chicago, em 1947; de Tóquio,
em 1963; de Haia, em 1970; de Montreal, em 1971(com protocolo suplementar em
1988).

16
Dessas, a Convenção da Aviação Civil Internacional de 1944, também conhecida como
Convenção de Chicago, é considerada um marco na regulação da aviação civil, pois
estabeleceu as bases da aviação internacional. Nela foram tratados praticamente
todos os aspectos da aviação civil, tais como: navegação aérea, regras de tráfego
aéreo, taxas aeroportuárias, nacionalidade de aeronaves, normas alfandegárias e
de imigração, investigação de acidentes, auxílio à navegação aérea, certificação de
aeronaves, licenciamento de tripulantes, entre outros temas.

Dessa forma, a partir das convenções internacionais, criou-se uma padronização que
facilitou o entendimento e o amparo legal das atividades inerentes à aviação civil em
nível global. Por ser um marco regulatório internacional, a Convenção de Chicago será
estudada separadamente no tópico seguinte.

2 Convenção de Chicago

Um ponto de destaque desta convenção foi a criação da Organização da Aviação Civil


Internacional (OACI), com sede em Montreal, no Canadá, para, segundo o artigo 44 da
Convenção: “desenvolver os princípios e a técnica da navegação aérea internacional e
de favorecer o estabelecimento e estimulante desenvolvimento de transportes aéreos
internacionais...”. (BRASIL, Decreto nº 21.713, de 27 de agosto de 1946).

Os aspectos técnicos da aviação foram tratados em 18 anexos da Convenção, com


normas e procedimentos recomendados pela OACI e atualizados constantemente por
ela. Em 2013, esse número subiu para 19. Os anexos (ICAO, 2015) tratam dos seguintes
temas:

Anexo 1 – Licenças de pessoal.

Anexo 2 – Regras do ar.

Anexo 3 – Serviço meteorológico para a navegação aérea internacional.

Anexo 4 – Cartas aeronáuticas.

Anexo 5 – Unidades de medida utilizadas nas operações aéreas e terrestres.

Anexo 6 – Operações com aeronaves.

17
Anexo 7 – Marcas de nacionalidade e de matrícula das aeronaves.

Anexo 8 – Aeronavegabilidade.

Anexo 9 – Facilitação.

Anexo 10 – Telecomunicações aeronáuticas.

Anexo 11 – Serviços de tráfego aéreo.

Anexo 12 – Busca e salvamento.

Anexo 13 – Investigação de acidentes de aviação.

Anexo 14 – Aeroportos.

Anexo 15 – Serviços de informação aeronáutica.

Anexo 16 – Proteção ambiental.

Anexo 17 – Segurança: proteção da aviação civil internacional contra atos de


interferência ilícita.

Anexo 18 – Transporte de mercadorias perigosas.

Anexo 19 – Gerenciamento de segurança operacional

A Convenção de Chicago substituiu as Convenções de Paris (1919), que regulamentavam


a navegação aérea internacional e a de Havana (1928), sobre a aviação comercial.

Cabe destacar que os membros participantes das convenções

ee internacionais não são obrigados a aderirem à determinada


convenção. O país-membro deve protocolar na OACI o interesse
em aderir à convenção e, posteriormente, ratificar essa intenção,
inserindo os termos da convenção em seu ordenamento jurídico.
No Brasil, as convenções internacionais são aprovadas pelo
Congresso Nacional, por meio de decreto legislativo, e são
promulgadas por decreto do Presidente da República.

18
Como exemplo, cita-se o processo de adesão à Convenção de Montreal, de 1999, que
foi aprovada pelo Congresso Nacional, por meio do Decreto Legislativo nº 59, de 18
de abril de 2006, e promulgada pelo Presidente da República, por meio do Decreto
nº 5.910, de 27 de setembro de 2006. É digno de comentário que o acordo entrou em
vigor em 4 de novembro de 2003, sendo que, para o Brasil, só passou a vigorar a partir
de 18 de julho de 2006, conforme artigo 53 da Convenção.

Após serem inseridos no ordenamento jurídico brasileiro os assuntos constantes na


norma legal, que estão sob a responsabilidade da Anac, são aplicados por meio do
Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC) e detalhado por meio de instrução
suplementar (IS), após aprovados por resolução da Anac. Dessa forma, as decisões
tratadas nas convenções são efetivadas nas rotinas das atividades ligadas à aviação
civil brasileira.

hh
No Portal da Anac é possível pesquisar a Resolução nº 30, da
Anac, de 21 de maio de 2008, e conhecer os temas abordados
por essa resolução que constam dos anexos da Convenção de
Chicago. Também se pode verificar como funciona a incorporação
de temas tratados em convenção internacional ao sistema
jurídico brasileiro, além de conhecer os critérios para elaboração
dos RBAC e das IS, haja vista que a Resolução nº 30 instituiu
essas duas normas.

19
2.3 Organização de Aviação Civil Internacional (OACI)

A OACI, em Inglês, International Civil


Aviation Organization (ICAO) é uma
agência especializada da Organização
das Nações Unidas (ONU), instituída
formalmente pelo artigo 43 da Convenção
de Chicago, nos seguintes termos:

Art. 43. Esta Convenção estabelece


uma organização que se denominará
Organização Internacional de Aviação
Civil, e será composta de uma Assembleia,
Figura 2: Símbolo da OACI
de um Conselho e demais órgãos julgados
necessários. (BRASIL, Decreto nº 21.713, de 27 de agosto de 1946).

No artigo seguinte, foram estabelecidos os objetivos específicos da organização:

Art. 44. Os fins e objetivos da Organização serão desenvolver os princípios e a técnica


da navegação aérea internacional e favorecer o estabelecimento e estimulante
desenvolvimento de transportes aéreos internacionais a fim de poder:

a. Assegurar o desenvolvimento seguro e ordeiro da aviação civil


internacional do mundo.

b. Incentivar a técnica de desenhar aeronaves e sua operação para


fins pacíficos;

c. Estimular o desenvolvimento de aerovias, aeroportos e


facilidade de navegação aérea na aviação civil internacional.

d. Satisfazer às necessidades dos povos do mundo no tocante a


transporte aéreo seguro, regular, eficiente e econômico.

e. Evitar o desperdício de recursos econômicos causados por


competição desarrazoável.

f. Assegurar que os direitos dos Estados contratantes sejam


plenamente respeitados, e que todo o Estado contratante

20
tenha uma oportunidade equitativa de operar empresas aéreas
internacionais.

g. Evitar a discriminação entre os Estados contratantes.

h. Contribuir para a segurança dos voos na navegação aérea


internacional.

i. Fomentar, de modo geral, o desenvolvimento de todos os


aspectos da aeronáutica civil internacional.

(BRASIL, Decreto nº 21.713, de 27 de agosto de 1946).

A principal atividade da OACI é promover a padronização internacional das práticas


e recomendações a serem observadas pelos países no tocante aos procedimentos
técnicos da aviação civil, na qualificação e na habilitação do pessoal navegante e de
terra, nas regras de circulação no espaço aéreo, de meteorologia, mapas aeronáuticos,
unidades de medidas, operação de aeronaves, nacionalidade e registro de aeronaves,
certificados de navegabilidade, comunicações aeronáuticas, tráfego aéreo, busca de
salvamento, investigação e prevenção de acidentes, ruído e segurança.

A organização tem sede em Montreal, no Canadá, e escritórios em Bangkok (Tailândia),


Cairo (Egito), Dacar (Senegal), Lima (Peru), cidade do México (México), Nairóbi (Quênia)
e Paris (França). Atualmente, a OACI conta com 191 países-membros que compõem
a Assembleia Geral. O órgão máximo da organização é o Conselho, composto por 36
países-membros da Assembleia Geral por ela eleitos, para um mandato de três anos.

O Conselho tem um presidente eleito pelos próprios membros e conta com órgãos
especializados, entre os quais a Comissão de Navegação Aérea, que elabora e
recomenda, para aprovação do Conselho da OACI, normas, práticas recomendadas,
em Inglês Standards and Recommended Practices (SARP) e procedimentos para
os serviços de navegação aérea, em Inglês Procedures for Air Navigation Services
(PANS), visando à segurança e à eficácia da aviação civil internacional.

21
As comissões são compostas por 19 pessoas dotadas de competência e experiência em
ciência e em prática da aeronáutica. Os membros da comissão são indicados pelos
Estados contratantes e nomeados pelo Conselho da OACI. Eles atuam na qualidade de
peritos, opinando sobre assuntos técnicos, que visem melhor à segurança, à qualidade
e à eficiência da aviação civil em escala global.

Figura 3: Conselho da OACI


Fonte: OACI, 2015.

2.1 Regulamentação da Aviação Civil Nacional

Em 12 de janeiro de 1925, foi editado o Decreto nº 4.911, considerado o marco inicial


da regulamentação da aviação civil no Brasil, pois, em seu artigo 19, definia que o
governo regulamentará o serviço de aviação. O curioso desse decreto é que ele tratava
da fixação da despesa geral para o exercício de 1925 (BRASIL, Câmara dos Deputados,
6 mar. 2015), da então República dos Estados Unidos do Brasil).

A partir desse marco, a aviação civil brasileira passou a ter a regulamentação crescente
com base em leis, tratados e convenções de que o Brasil foi signatário, chegando à
legislação atual.

Atualmente, os principais documentos que formam a estrutura legal básica de amparo


à aviação civil brasileira são: a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
o Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA), a Lei do Aeronauta, a Lei de Criação da Anac,
os acordos e as convenções internacionais e a legislação complementar emitida pela
Anac.

22
Resumindo

Nesta unidade foi apresentada uma introdução ao estudo da


regulamentação da aviação civil nacional e internacional, o histórico da
regulamentação com seus principais fatos, as principais convenções
internacionais e a Convenção de Chicago. Conheceu-se, também, a
Organização Internacional de Aviação Civil e as principais leis que regulam
a aviação civil brasileira.

Dessa forma, pode-se perceber o quanto avançaram a aviação civil brasileira


e a mundial e quanto esse setor requer a integração de normas, governos,
empresas e órgãos para que a aviação civil continue a contar com a confiança
das pessoas e a ser um grande negócio em nível global.

Glossário

Aeronavegabilidade: duas condições são necessárias para a emissão de um Certificado


de Aeronavegabilidade: a aeronave deve estar em conformidade com seu projeto de
tipo; e aeronave deve estar em condição de operação segura.

Facilitação: conjunto de medidas destinadas a desembaraçar a aeronave, o tripulante,


o passageiro e a carga aérea.

Procedures For Air Navigation Services (Pans): são procedimentos recomendados


para serviços de navegação aérea que especificam com mais detalhes em relação
às normas e às práticas recomendadas. São divididos em três categorias: PANS-Air
Traffic Control (PANS-ATC); PANS-ATM (Air Traffic Management) e PANS-OPS (Aircraft
Operations).

Standards And Recommended Practices (Sarp): qualquer especificação de


características físicas, configuração, material, desempenho, pessoal ou procedimento,
cuja aplicação uniforme é reconhecida como necessária à segurança ou à regularidade
da navegação aérea internacional.

23
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A Convenção da Aviação Civil
Internacional de 1944, também conhecida como Convenção
de Chicago, é considerada um marco na regulação da aviação
civil, pois estabeleceu as bases da aviação internacional.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A principal atividade da OACI é


promover a padronização internacional das práticas e
recomendações a serem observadas pelos países no tocante
aos procedimentos técnicos da aviação civil.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

24
Referências

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5 mar. 2015.

25
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Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
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26
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mudaram-o-mundo_930.html>. Acesso em: 17 abr. 2015.

27
UNIDADE 3 | LEGISLAÇÃO
BÁSICA ATUAL DA AVIAÇÃO
CIVIL NACIONAL

28
Unidade 3 | Legislação Básica Atual da Aviação
Civil Nacional
O amparo legal das atividades ligadas à aviação civil brasileira é composto por normas
nacionais e internacionais, de direito público e privado, que integram principalmente
o ramo do Direito Aeronáutico. Devido ao extenso e variado número de relações e
responsabilidades que se verificam nas atividades do setor, diversos outros ramos do
direito amparam as relações jurídicas, tais como o Direito do Consumidor, Direito Civil,
Penal, Administrativo, entre outros.

No Brasil, o Direito Aeronáutico é regulado por tratados, convenções e atos


internacionais de que o Brasil seja parte, pelo Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA
(Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986) e pela legislação complementar (art. 1º, Lei
nº 7.565/1986).

1 Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

A Constituição Federal, lei máxima do direito brasileiro, trata do tema em três artigos
mostrados a seguir:

Art. 21. Compete à União:

[...]

X – manter o serviço postal e correio aéreo nacional;

[...]

XII – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão


ou permissão:

[...]

c) a navegação aérea, aeroespacial e a infraestrutura


aeroportuária;

29
[...] XXII – executar os serviços de polícia marítima, aeroportuária
e de fronteiras;

[...]

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:

I – direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário,


marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;

[...]

XI – trânsito e transporte.

Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo,


aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte
internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido
o princípio da reciprocidade.

(BRASIL, 1988).

Desses dispositivos, cabe destacar o fato de pertencer à União a competência privativa


para legislar sobre Direito Aeronáutico, ou seja, o Poder Executivo Federal é quem
detém a competência para a iniciativa de lei referente a tema ligado ao Direito
Aeronáutico.

2 Lei nº 7.565/1986 – Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA)

O Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA) é o principal documento da legislação


brasileira sobre a aviação civil nacional. Ele foi inserido no ordenamento jurídico
brasileiro, por meio da Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de 1986, e sofreu diversas
alterações posteriores.

O código dispõe praticamente sobre todos os aspectos da aviação civil. Está disposto
em 11 títulos, divididos da seguinte maneira:

a) Introdução.

30
b) Do espaço aéreo e seu uso para fins aeronáuticos.

c) Da infraestrutura aeronáutica.

d) Das aeronaves.

e) Da tripulação.

f) Dos serviços aéreos.

g) Do contrato de transporte aéreo.

h) Da responsabilidade civil.

i) Das infrações e providências administrativas.

j) Dos prazos extintivos.

k) Disposições finais e transitórias. (BRASIL, 1986).

A leitura do CBA requer algum cuidado em virtude de conter

ee informações desatualizadas, principalmente no que se refere às


competências atribuídas à Anac pela Lei nº 11.182/2005, as
quais o CBA ainda atribui ao extinto Ministério da Aeronáutica,
hoje Comando da Aeronáutica (Medida Provisória nº 2.216-
37/2001, que alterou a Lei 9.649/1998). Portanto, ao ler o CBA,
há de se considerar que é atribuição da Anac regular e fiscalizar
as atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária, por força do artigo 2o da lei que instituiu essa
Agência.

Quanto ao conteúdo do CBA, cabem os seguintes destaques:

Art. 1° O Direito Aeronáutico é regulado pelos Tratados,


Convenções e Atos Internacionais de que o Brasil seja parte, por
este Código e pela legislação complementar.

§ 1° Os Tratados, Convenções e Atos Internacionais, celebrados


por delegação do Poder Executivo e aprovados pelo Congresso

31
Nacional, vigoram a partir da data neles prevista para esse efeito,
após o depósito ou troca das respectivas ratificações, podendo,
mediante cláusula expressa, autorizar a aplicação provisória de
suas disposições pelas autoridades aeronáuticas, nos limites de
suas atribuições, a partir da assinatura (artigos 14; 204 a 214)
(BRASIL, 1986).

O artigo 1º estabelece as normas que são fontes do Direito Aeronáutico e explica o


processo da adesão a tratados, convenções e atos internacionais.

Art. 12. Ressalvadas as atribuições específicas, fixadas em lei,


submetem-se às normas (artigo 1º, § 3º), orientação, coordenação,
controle e fiscalização do Ministério da Aeronáutica:

I. A navegação aérea.

II. O tráfego aéreo.

III. A infraestrutura aeronáutica.

IV. A aeronave.

V. A tripulação.

VI. Os serviços, direta ou indiretamente relacionados ao voo.

(BRASIL, 1986)

O artigo 12 é um exemplo claro da necessidade de uma interpretação do código, a partir


das competências atribuídas à Anac. Dessa forma, chega-se à conclusão de que as duas
primeiras atividades continuam sob a responsabilidade do Comando da Aeronáutica e
as demais estão sob a tutela da Anac.

Os próximos artigos foram destacados por apresentarem conceitos e informações


consideradas relevantes para os que estão iniciando o estudo desta lei.

Art. 14. No tráfego de aeronaves no espaço aéreo brasileiro


observam-se as disposições estabelecidas nos Tratados,
Convenções e Atos Internacionais de que o Brasil seja parte (artigo
1°, § 1°), neste Código (artigo 1°, § 2°) e na legislação complementar
(artigo 1°, § 3°). (BRASIL, 1986)

32
O art. 14 esclarece que os tratados e as convenções internacionais sobre tráfego de
aeronaves no espaço aéreo brasileiro de que o Brasil seja signatário fazem parte da
legislação pátria, devendo ser inserido no ordenamento jurídico nacional por meio
do processo pertinente. Não dá para imaginar a aviação civil internacional sem uma
padronização mínima das normas de tráfego aéreo.

Os artigos 25, 26 e 47 Lei nº 7.565/1986 a seguir, dispõem acerca da infraestrutura


aeronáutica, trazendo informações sobre sistemas:

Art. 25. Constitui infraestrutura aeronáutica o conjunto de


órgãos, instalações ou estruturas terrestres de apoio à navegação
aérea, para promover-lhe a segurança, regularidade e eficiência,
compreendendo:

I – o sistema aeroportuário (artigos 26 a 46).

II – o sistema de proteção ao voo (artigos 47 a 65).

III – o sistema de segurança de voo (artigos 66 a 71).

IV – o sistema de Registro Aeronáutico Brasileiro (artigos 72 a 85).

V – o sistema de investigação e prevenção de acidentes


aeronáuticos (artigos 86 a 93).

VI – o sistema de facilitação, segurança e coordenação do


transporte aéreo (artigos 94 a 96).

VII – o sistema de formação e adestramento de pessoal destinado


à navegação aérea e à infraestrutura aeronáutica (artigos 97 a
100).

VIII – o sistema de indústria aeronáutica (artigo 101).

IX – o sistema de serviços auxiliares (artigos 102 a 104).

X – o sistema de coordenação da infraestrutura aeronáutica


(artigo 105).

Art. 26. O Sistema Aeroportuário é constituído pelo conjunto de

33
aeródromos brasileiros, com todas as pistas de pouso, pistas de
táxi, pátio de estacionamento de aeronave, terminal de carga
aérea, terminal de passageiros e as respectivas facilidades.

Parágrafo único. São facilidades: o balisamento diurno e noturno;


a iluminação do pátio; serviço contraincêndio especializado e o
serviço de remoção de emergência médica; área de pré-embarque,
climatização, ônibus, ponte de embarque, sistema de esteiras
para despacho de bagagem, carrinhos para passageiros, pontes
de desembarque, sistema de ascenso-descenso de passageiros por
escadas rolantes, orientação por circuito fechado de televisão,
sistema semiautomático anunciador de mensagem, sistema
de som, sistema informativo de voo, climatização geral, locais
destinados a serviços públicos, locais destinados a apoio comercial,
serviço médico, serviço de salvamento aquático especializado e
outras, cuja implantação seja autorizada ou determinada pela
autoridade aeronáutica.

Art. 47. O Sistema de Proteção ao Voo visa à regularidade,


segurança e eficiência do fluxo de tráfego no espaço aéreo,
abrangendo as seguintes atividades:

I – de controle de tráfego aéreo.

II – de telecomunicações aeronáuticas e dos auxílios à navegação


aérea.

III – de meteorologia aeronáutica.

IV – de cartografia e informações aeronáuticas.

V – de busca e salvamento.

VI – de inspeção em voo.

VII – de coordenação e fiscalização do ensino técnico específico.

VIII – de supervisão de fabricação, reparo, manutenção e


distribuição de equipamentos terrestres de auxílio à navegação
aérea.

34
Como se pode observar, a partir da leitura dos artigos a seguir, o CBA é importante
fonte de informação sobre as definições de conceitos utilizados na aviação civil. Tais
informações são muito importantes para o próprio entendimento da lei e para a
delegação de responsabilidades aos órgãos que atuam no setor, conforme se verifica
nos artigos a seguir:

Art. 86. Compete ao Sistema de Investigação e Prevenção de


Acidentes Aeronáuticos planejar, orientar, coordenar, controlar
e executar as atividades de investigação e de prevenção de
acidentes Aeronáuticos.

Art. 86-A. A investigação de acidentes e incidentes aeronáuticos


tem por objetivo único a prevenção de outros acidentes e
incidentes por meio da identificação dos fatores que tenham
contribuído, direta ou indiretamente, para a ocorrência e da
emissão de recomendações de segurança operacional.

Art. 94. O sistema de facilitação do transporte aéreo, vinculado


ao Ministério da Aeronáutica, tem por objetivo estudar as normas
e recomendações pertinentes da Organização de Aviação Civil
Internacional – OACI e propor aos órgãos interessados as medidas
adequadas a implementá-las no país, avaliando os resultados e
sugerindo as alterações necessárias ao aperfeiçoamento dos
serviços aéreos.

Art. 100. Os programas de desenvolvimento de ensino e


adestramento de pessoal civil vinculado à infraestrutura
aeronáutica compreendem a formação, aperfeiçoamento e
especialização de técnicos para todos os elementos indispensáveis,
imediata ou mediatamente, à navegação aérea, inclusive à
fabricação, revisão e manutenção de produtos aeronáuticos ou
relativos à proteção ao voo.

Parágrafo único. Cabe à autoridade aeronáutica expedir licença


ou certificado de controladores de tráfego aéreo e de outros
profissionais dos diversos setores de atividades vinculadas à
navegação aérea e à infraestrutura aeronáutica.

35
Art. 108. A aeronave é considerada da nacionalidade do Estado
em que esteja matriculada.

Art. 114. Nenhuma aeronave poderá ser autorizada para o


voo sem a prévia expedição do correspondente certificado
de aeronavegabilidade que só será válido durante o prazo
estipulado e enquanto observadas as condições obrigatórias nele
mencionadas (artigos 20 e 68, § 2°). (BRASIL, 1986)

3 Lei nº 7.183/1984 – Lei do Aeronauta

A Lei nº 7.183, de 5 de abril de 1984, conhecida como Lei do Aeronauta, regula o exercício
da profissão e dá outras providências. Ela define como aeronauta o profissional
habilitado que exerce atividade a bordo de aeronave civil, mediante contrato de
trabalho (art. 2º). Estabelece, ainda, que são tripulantes o comandante da aeronave, o
copiloto, o mecânico de voo, o navegador, o radioperador de voo e o comissário (art.
6º).

A lei também aborda o regime de trabalho, os limites de voo e de pouso por jornada,
os períodos de repouso, a alimentação, as férias, entre outros assuntos.

4 Lei nº 11.182/2005 – Lei de Criação da Agência Nacional


de Aviação Civil (Anac)

O artigo 2º dessa lei define:

Compete à União, por intermédio da Anac e nos termos das


políticas estabelecidas pelos Poderes Executivo e Legislativo,
regular e fiscalizar as atividades de aviação civil e de infraestrutura
aeronáutica e aeroportuária (BRASIL, 2005).

36
Como se pode observar, o governo federal delegou responsabilidade à Anac para
regularização e fiscalização das atividades ligadas à aviação civil no Brasil. Dessa forma,
ao estudar a lei de criação da Anac, se reconhece o próprio funcionamento da aviação
civil brasileira, haja vista que ela é o órgão central desse setor.

A seguir, serão destacados alguns artigos julgados importantes para o entendimento


da Anac e da aviação civil.

Art. 1º Fica criada a Agência Nacional de Aviação Civil – Anac,


entidade integrante da Administração Pública Federal indireta,
submetida a regime autárquico especial, vinculada ao Ministério
da Defesa, com prazo de duração indeterminado.

Art. 3º A Anac, no exercício de suas competências, deverá observar


e implementar as orientações, diretrizes e políticas estabelecidas
pelo governo federal, especialmente no que se refere a:

I – a representação do Brasil em convenções, acordos, tratados


e atos de transporte aéreo internacional com outros países ou
organizações internacionais de aviação civil.

II – o estabelecimento do modelo de concessão de infraestrutura


aeroportuária, a ser submetido ao Presidente da República.

III – a outorga de serviços aéreos.

IV – a suplementação de recursos para aeroportos de interesse


estratégico, econômico ou turístico.

V – a aplicabilidade do instituto da concessão ou da permissão na


exploração comercial de serviços aéreos.

Art. 4º A natureza de autarquia especial conferida à Anac é


caracterizada por independência administrativa, autonomia
financeira, ausência de subordinação hierárquica e mandato fixo
de seus dirigentes. (BRASIL, 2005)

Com a leitura do art. 4º, pode-se concluir que a Anac não é subordinada ao Ministério
da Defesa. Ela é vinculada a este Ministério, conforme dispõe o art. 1º da lei. O mesmo
raciocínio vale para a relação da Anac com a Secretaria de Aviação Civil.

37
Os artigos 5º e 8º dispõem sobre forma de atuação da Anac, sendo que os incisos do
artigo 8ª tratam da política pública de desenvolvimento da aviação:

Art. 5º A Anac atuará como autoridade de aviação civil,


assegurando-se-lhe, nos termos desta Lei, as prerrogativas
necessárias ao exercício adequado de sua competência.

Art. 8º Cabe à Anac adotar as medidas necessárias para o


atendimento do interesse público e para o desenvolvimento
e fomento da aviação civil, da infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária do país, atuando com independência, legalidade,
impessoalidade e publicidade, competindo-lhe:

I – implementar, em sua esfera de atuação, a política de aviação


civil.

II – representar o país junto aos organismos internacionais de


aviação civil, exceto nos assuntos relativos ao sistema de controle
do espaço aéreo e ao sistema de investigação e prevenção de
acidentes aeronáuticos.

III – elaborar relatórios e emitir pareceres sobre acordos,


tratados, convenções e outros atos relativos ao transporte aéreo
internacional, celebrados ou a ser celebrados com outros países
ou organizações internacionais.

IV – realizar estudos, estabelecer normas, promover a


implementação das normas e recomendações internacionais
de aviação civil, observados os acordos, tratados e convenções
internacionais de que seja parte a República Federativa do Brasil.

V – negociar o estabelecimento de acordos e tratados sobre


transporte aéreo internacional, observadas as diretrizes do Conac.

VII – regular e fiscalizar a operação de serviços aéreos prestados


no país, por empresas estrangeiras, observados os acordos,
tratados e convenções internacionais de que seja parte a República
Federativa do Brasil.

38
VIII – promover, junto aos órgãos competentes, o cumprimento dos
atos internacionais sobre aviação civil ratificados pela República
Federativa do Brasil.

[...]

X – regular e fiscalizar os serviços aéreos, os produtos e


processos aeronáuticos, a formação e o treinamento de pessoal
especializado, os serviços auxiliares, a segurança da aviação civil,
a facilitação do transporte aéreo, a habilitação de tripulantes,
as emissões de poluentes e o ruído aeronáutico, os sistemas de
reservas, a movimentação de passageiros e carga e as demais
atividades de aviação civil.

XI – expedir regras sobre segurança em área aeroportuária e a


bordo de aeronaves civis, porte e transporte de cargas perigosas,
inclusive o porte ou transporte de armamento, explosivos,
material bélico ou de quaisquer outros produtos, substâncias ou
objetos que possam por em risco os tripulantes ou passageiros, ou
a própria aeronave ou, ainda, que sejam nocivos à saúde.

[...]

XIII – regular e fiscalizar a outorga de serviços aéreos.

XIV – conceder, permitir ou autorizar a exploração de serviços


aéreos.

XV – promover a apreensão de bens e produtos aeronáuticos de


uso civil, que estejam em desacordo com as especificações.

XVI – fiscalizar as aeronaves civis, seus componentes,


equipamentos e serviços de manutenção, com o objetivo de
assegurar o cumprimento das normas de segurança de voo.

XVII – proceder à homologação e emitir certificados, atestados,


aprovações e autorizações, relativos às atividades de competência
do sistema de segurança de voo da aviação civil, bem como
licenças de tripulantes e certificados de habilitação técnica e de

39
capacidade física e mental, observados os padrões e normas por
ela estabelecidos.

XVIII – administrar o Registro Aeronáutico Brasileiro.

[...]

XXI – regular e fiscalizar a infraestrutura aeronáutica e


aeroportuária, com exceção das atividades e procedimentos
relacionados com o sistema de controle do espaço aéreo e com o
sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos.
(BRASIL, 2005)

Em relação ao inciso XXI, destaca-se que o sistema de controle do espaço aéreo e o


sistema de investigação e prevenção de acidentes aeronáuticos continuam sob a
responsabilidade do Comando da Aeronáutica.

XXX – expedir normas e estabelecer padrões mínimos de segurança


de voo, de desempenho e eficiência, a serem cumpridos pelas
prestadoras de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica
e aeroportuária, inclusive quanto a equipamentos, materiais,
produtos e processos que utilizarem e serviços que prestarem.

XXXI – expedir certificados de Aeronavegabilidade.

XXXII – regular, fiscalizar e autorizar os serviços aéreos prestados


por aeroclubes, escolas e cursos de aviação civil.

XXXIII – expedir, homologar ou reconhecer a certificação de


produtos e processos aeronáuticos de uso civil, observados os
padrões e normas por ela estabelecidos.

XXXIV – integrar o Sistema de Investigação e Prevenção de


Acidentes Aeronáuticos – Sipaer.

[...]

XL – elaborar e enviar o relatório anual de suas atividades à


Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e, por
intermédio da Presidência da República, ao Congresso Nacional.

40
[...]

XLIII – decidir, em último grau, sobre as matérias de sua


competência.

[...]

XLV – deliberar, na esfera técnica, quanto à interpretação das


normas e recomendações internacionais relativas ao sistema de
segurança de voo da aviação civil, inclusive os casos omissos.

[...]

§ 2º A Anac observará as prerrogativas específicas da Autoridade


Aeronáutica, atribuídas ao Comandante da Aeronáutica,
devendo ser previamente consultada sobre a edição de normas
e procedimentos de controle do espaço aéreo que tenham
repercussão econômica ou operacional na prestação de serviços
aéreos e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária.

[...]

§ 6º Para os efeitos previstos nesta lei, o Sistema de Controle do


Espaço Aéreo Brasileiro será explorado diretamente pela União,
por intermédio do Comando da Aeronáutica, ou por entidade a
quem ele delegar.

§ 7o As expressões infraestrutura aeronáutica e infraestrutura


aeroportuária, mencionadas nesta lei, referem-se às infraestruturas
civis, não se aplicando o disposto nela às infraestruturas militares.

[...]

Art. 9º A Anac terá como órgão de deliberação máxima a Diretoria,


contando, também, com uma Procuradoria, uma Corregedoria,
um Conselho Consultivo e uma Ouvidoria, além das unidades
especializadas.

Art. 10. A Diretoria atuará em regime de colegiado e será composta

41
por 1 (um) Diretor-Presidente e 4 (quatro) Diretores, que decidirão
por maioria absoluta, cabendo ao Diretor-Presidente, além do
voto ordinário, o voto de qualidade.

As fontes de receita da Anac estão indicadas no artigo 31 da Lei nº 11.182/2005:

Art. 31. Constituem receitas da Anac:

I – dotações, créditos adicionais e especiais e repasses que lhe


forem consignados no Orçamento Geral da União.

II – recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos


celebrados com órgãos ou entidades federais, estaduais e
municipais, empresas públicas ou privadas, nacionais ou
estrangeiras, e organismos internacionais.

III – recursos do Fundo Aeroviário.

IV – recursos provenientes de pagamentos de taxas.

[...]

X – outros recursos que lhe forem destinados.

Art. 32. São transferidos à Anac o patrimônio, o acervo técnico,


as obrigações e os direitos de organizações do Comando da
Aeronáutica, correspondentes às atividades a ela atribuídas por
esta lei.

[...]

Como consequência do artigo 47, I, as normas que ainda não foram reformadas pela
Anac continuam em vigor, sendo interpretadas com base na legislação atual. Quanto
ao tema, cabem os seguintes comentários:

• Para regulamentar os assuntos sob sua competência legal, a Anac utiliza normas
infralegais, ou seja, normas que possuem força normativa, mas que não podem
extrapolar os poderes conferidos por lei. As resoluções da Anac têm força
legal, uma vez que a lei conferiu a ela a competência para deliberar nas esferas
administrativa e técnica.

42
• Há diversas normas anteriores à criação da Anac sobre praticamente todos
os assuntos de sua competência, editadas pelo extinto Departamento de
Aviação Civil (DAC), pelo Comando da Aeronáutica ou pelo antigo Ministério
da Aeronáutica, que continuam em vigor e foram recepcionadas com status de
resolução da Agência.

• Após a leitura da lei de criação da Anac, é possível constatar que ela recebeu uma
longa lista de competências que abrange duas naturezas distintas, uma econômica,
que se refere às atividades ligadas à prestação de serviços ao consumidor, e a
outra de natureza técnica, concernente às atividades relacionadas ao voo das
aeronaves e todo o apoio para realização do voo. Daí a afirmação de que a Anac
exerce a figura central da estrutura da aviação civil brasileira. Veja, na integra, o
artigo 47:

Art. 47. Na aplicação desta Lei, serão observadas as seguintes


disposições:

I – os regulamentos, normas e demais regras em vigor serão


gradativamente substituídos por regulamentação a ser editada
pela Anac, sendo que as concessões, permissões e autorizações
pertinentes a prestação de serviços aéreos e a exploração de
áreas e instalações aeroportuárias continuarão regidas pelos
atuais regulamentos, normas e regras, enquanto não for editada
nova regulamentação.

[...]

III – as atividades de administração e exploração de aeródromos


exercidas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
– Infraero passarão a ser reguladas por atos da Anac. (BRASIL,
2005)

43
5 Acordos e Convenções Internacionais

A regulamentação da aviação civil sofre interferência de processos de padronização


que são efetivados por meio de acordos e tratados internacionais. Por esse motivo, o
Direito Aeronáutico recebe uma influência muito grande do Direito Internacional.

No sistema jurídico brasileiro, as convenções e os acordos internacionais precisam


ser aprovados pelo Congresso Nacional, por meio de decretos legislativos, e
posteriormente, ser promulgados por decreto do Presidente da República.

As principais convenções e protocolos internacionais de que o Brasil foi signatário são


divididas em quatro temas:

a) Aviação civil internacional;

b) Transporte aéreo;

c) Direitos sobre aeronaves; e

d) Segurança.

Entre os acordos, destaca-se como o principal documento internacional a Convenção


sobre a Aviação Civil Internacional, de 1944, conhecida como Convenção de Chicago,
que estabeleceu as bases da aviação internacional. Nela foram abordados praticamente
todos os aspectos da aviação civil, em vigor até os dias atuais. A Convenção de Montreal,
de 1999, tratou da unificação de certas regras de transporte aéreo internacional,
modernizando os acordos firmados pela Convenção de Varsóvia, de 1929, e seus
protocolos posteriores.

6 Legislação Complementar

Em muitos casos, para que a lei possa ser aplicada nas situações concretas, ela precisa
ser regulamentada por normas que explicam, detalham e estabelecem competências,
sempre respeitando o texto da lei que regulamentam. Nesse sentido, a Anac, para
exercer a sua competência conferida por lei, exerce a sua autoridade por meio de

44
normas infralegais, tais como resoluções, regulamentos, instruções suplementares e
decisões, as quais devem ser observadas nas relações a que se referem as normas. Tal
competência está prevista na lei de criação da Anac, nos seguintes termos:

Art. 8. Cabe à Anac adotar as medidas necessárias para o


atendimento do interesse público e para o desenvolvimento
e fomento da aviação civil, da infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária do País, atuando com independência, legalidade,
impessoalidade e publicidade, competindo-lhe:

[...]

XLVI – editar e dar publicidade às instruções e aos regulamentos


necessários à aplicação desta Lei. (BRASIL, 2005)

Algumas normas complementares serão destacadas para servirem de exemplo, com o


propósito de familiarização com esse tipo de documento.

6.1 Resolução

A Anac efetiva ações normativas por meio de resoluções quando necessita instituir,
aprovar ou modificar normas que estão sob sua competência, tais como regulamentos,
programas, regimento interno e normas de caráter administrativo da Agência, tornando
público esses atos, por meio de publicação em Diário Oficial. Cita-se como exemplo a
Resolução nº 64, de 26 de novembro de 2008, publicada no Diário Oficial da União, em
27 de novembro de2008, que aprova o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil nº 01.

6.2 Regulamento Brasileiro de Aviação Civil (RBAC)

A Resolução da Anac n° 30, de 21 de maio de 2008, no seu artigo 1o, instituiu o


Regulamento Brasileiro da Aviação Civil, norma de caráter geral e abstrato com efeito
externo ou externo e interno, visando estabelecer requisitos destinados à aviação civil
brasileira.

45
O RBAC abrange as normas e os procedimentos recomendados pela OACI, aplicáveis
às matérias de competência da Anac, em face do Decreto n° 21.713, de 27 de agosto
de 1946, e do art. 8°, inciso IV, da Lei n° 11.182/2005. Portanto, é por meio desse
instrumento que a Anac aplica as resoluções acertadas entre o Brasil e a OACI.

hh
Na biblioteca do portal eletrônico da Anac, estão disponíveis os
seguintes Regulamentos: RBAC 21 (Certificação de Produto
Aeronáutico), RBAC 39 (Diretrizes de Aeronavegabilidade),
RBAC 43 (Manutenção, Manutenção Preventiva, Reconstrução e
Alteração) e RBAC 145 (Organizações de Manutenção de
Produto Aeronáutico).

6.3 Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica


(RBHA)

O RBHA era utilizado anteriormente à criação da Anac, pelo extinto Departamento de


Aviação Civil (DAC). Atualmente, a Anac utiliza em seu lugar o RBAC.

O RBAC nº 01, que aborda as definições, as regras de redação e as unidades de


medida para uso nos RBAC, em suas disposições finais, estabelece que, nas definições
constantes desse regulamento, quando houver menção a um RBAC ainda não emitido,
deverá ser considerado como referência o RBHA correspondente em vigor, até que
este seja substituído pelo RBAC apropriado. Portanto, os RBHA continuam em vigor
até a sua revogação por um RBAC.

46
6.4 Instrução Suplementar (IS)

A Resolução da Anac n° 30 instituiu, em seu art. 14, a instrução suplementar, como norma
suplementar, de caráter geral, editada pelo superintendente da área competente,
objetivando esclarecer, detalhar e orientar a aplicação de requisitos previstos em
RBAC.

A tabela a seguir exemplifica a relação entre os temas tratados nas instruções


suplementares e nos regulamentos a que fazem referência. A própria numeração da IS
faz referência ao RBAC de origem.
Tabela 1: Exemplos de regulamentos e instruções suplementares correspondentes da Anac

IS Assunto Referência
Utilização de dispositivos eletrônicos
IS 91-21-001A RBAC 21
portáteis
IS 39-001A Diretrizes de aeronavegabilidade RBAC 39
Certificação de empresa de manutenção
IS 145-002 RBAC 145
estrangeira

Resumindo

Nesta unidade foram abordados os aspectos relevantes dos principais


documentos que regulam as atividades da aviação civil brasileira e as fontes
de consulta desses documentos.

Apresentaram-se os artigos da Constituição Federal que tratam do tema


Direito Aeronáutico e os principais artigos do Código Brasileiro de
Aeronáutica (CBA), da Lei do Aeronauta e da Lei de Criação da Anac. Por
fim, tomou-se conhecimento das principais características dos acordos e
das convenções internacionais e das normas complementares em matéria
de aviação civil.

47
Glossário

Administração Pública Federal Indireta: pessoas jurídicas constituídas para o


desempenho especializado de um serviço público. São vinculadas à administração
pública direta, mas gozam de autonomia de gestão. Exemplo: autarquias, fundações,
empresas públicas, sociedades de economia mista.

Concessão: delegação da prestação de serviço público, feita pelo poder concedente,


mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou ao consórcio
de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e
por prazo determinado.

Permissão: delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços


públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco.

48
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A regulamentação da aviação
civil sofre interferência de processos de padronização que
são efetivados por meio de acordos e tratados
internacionais.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. Na Lei nº 11.182/2005 – Lei de


Criação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o
governo federal delegou responsabilidade à Anac para
regularização e fiscalização das atividades ligadas à aviação
civil no Brasil.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

49
Referências

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______. Agência Nacional de Aviação Civil. Resolução n° 30 da ANAC, de 21 de maio


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50
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Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores e das Funções Gratificadas do Comando da Aeronáutica, do Ministério da
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Civil do Ministério da Aeronáutica e dá outras providências. Brasília, 1969. Disponível
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a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária
- INFRAERO, e dá outras providências. Brasília, 1972. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L5862.htm>. Acesso em: 8 mar. 2015.

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<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9649cons.htm>. Acesso em: 8 mar. 2015.

______. Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011. Institui o Regime Diferenciado de


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da República e dos Ministérios, e dá outras providências. Brasília, 2001. Disponível em:
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51
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52
UNIDADE 4 | ÓRGÃOS E
COMPETÊNCIAS

53
Unidade 4 | Órgãos e Competências
Tendo em vista a complexidade e a extensão das atividades ligadas à aviação civil, as
competências para regular, fiscalizar, executar e planejar as atividades foram atribuídas
a órgãos especializados de acordo com as suas funções estabelecidas por lei.

No Brasil, há diversos órgãos que exercem atribuições específicas na aviação civil


brasileira e atuam de maneira coordenada para o pleno funcionamento da aviação civil
no âmbito nacional. Esses órgãos exercem competências de planejamento, elaboração
de políticas de aviação civil, normatização do setor, infraestrutura, apoio logístico,
segurança, entre tantas outras responsabilidades.

1 Conselho de Aviação Civil (Conac)

Conforme disposto no Decreto nº 3.564, de 2000, o Conselho de Aviação Civil é um


órgão de assessoramento da Presidência da República para formulação da política
de ordenação da aviação civil brasileira. Posteriormente, a Lei nº 11.182, de 2005,
estabeleceu que a Anac, no exercício de suas competências, deverá observar e
implementar orientações, diretrizes e políticas estabelecidas pelo Conselho de Aviação
Civil (Conac). Ele tem por atribuição a formulação de políticas para a aviação civil e a
Anac deve observar e implantar as diretrizes formuladas pelo Conac.

Conforme dispõe o Decreto nº 3.564, de 17 de agosto de 2000, o Conselho é composto


por oito ministros, mais o chefe da Casa Civil da Presidência da República e do
comandante da Aeronáutica, cabendo a presidência ao ministro de Estado chefe da
Secretaria de Aviação Civil (SAC).

A secretaria do Conselho é exercida pela Secretaria de Aviação Civil (SAC), que,


segundo Resolução do Conac nº 2, de 8 de julho de 2009, também coordena a Comissão
Técnica de Coordenação das Atividades Aéreas, de natureza consultiva, integrada por
representantes de ministérios, da Anac, do Gabinete do Comandante da Aeronáutica,
do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), da Infraero, do Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e do Departamento de
Polícia Federal (DPF).

54
De acordo com o artigo 2º, do Decreto nº 3.564, de 17 de agosto de 2000, o Conselho
possui as seguintes atribuições:

a) Estabelecer as diretrizes para a representação do Brasil


em convenções, acordos, tratados e atos de transporte aéreo
internacional com outros países ou organizações internacionais
de aviação civil.

b) Propor o modelo de concessão de infraestrutura aeroportuária,


submetendo-o ao Presidente da República.

c) Aprovaras diretrizes de suplementação de recursos para linhas


aéreas e aeroportos de interesse estratégico, econômico ou
turístico.

d) Promovera coordenação entre as atividades de proteção de


voo e as atividades de regulação aérea.

e) Aprovar o plano geral de outorgas de linhas aéreas.

f) Estabelecer as diretrizes para a aplicabilidade do instituto da


concessão ou permissão na exploração comercial de linhas aéreas
(BRASIL, 2000).

O mesmo decreto prevê que o Conac deve elaborar anualmente um relatório,


encaminhado à Presidência da República para avaliar as atividades desenvolvidas pelos
diversos setores ligados à aviação civil no país e as suas perspectivas.

2 Secretaria de Aviação Civil (SAC)

A Secretaria de Aviação Civil (SAC) foi instituída pela Lei nº 12.462, de 2011, com status
de ministério, e ligada à Presidência da República. Ela conta com três secretarias em
sua estrutura: a de Política Regulatória, a de Aeroportos e a de Navegação Aérea Civil.
Cabe à SAC formular as políticas submetidas ao Conselho, assim como coordenar a
atuação e o planejamento dos demais órgãos executivos.

55
O artigo 24-D, da Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2013, define as seguintes atribuições
para a Secretaria Aviação Civil:

Art. 24-D À Secretaria de Aviação Civil compete:

I – Formular, coordenar e supervisionar as políticas para o


desenvolvimento do setor de aviação civil e das infraestruturas
aeroportuária e aeronáutica civil, em articulação, no que couber,
com o Ministério da Defesa.

II – Elaborar estudos e projeções relativos aos assuntos de aviação


civil e de infraestruturas aeroportuária e aeronáutica civil e sobre
a logística do transporte aéreo e do transporte intermodal e
multimodal, ao longo de eixos e fluxos de produção em articulação
com os demais órgãos governamentais competentes, com atenção
às exigências de mobilidade urbana e acessibilidade.

III – Formular e implementar o planejamento estratégico do setor,


definindo prioridades dos programas de investimentos.

IV – Elaborar e aprovar os planos de outorgas para exploração


da infraestrutura aeroportuária, ouvida a Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac).

V – Propor ao Presidente da República a declaração de utilidade


pública, para fins de desapropriação ou instituição de servidão
administrativa, dos bens necessários à construção, manutenção e
expansão da infraestrutura aeronáutica e aeroportuária.

VI – Administrar recursos e programas de desenvolvimento da


infraestrutura de aviação civil.

VII – Coordenar os órgãos e entidades do sistema de aviação civil,


em articulação com o Ministério da Defesa, no que couber.

VIII – Transferir para Estados, Distrito Federal e Municípios a


implantação, administração, operação, manutenção e exploração
de aeródromos públicos, direta ou indiretamente. (BRASIL, 2003)

56
3 Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)

A Anac é uma autarquia especial, vinculada à SAC da


Presidência da República e ao Ministério da Defesa,
dotada de independência administrativa, autonomia
financeira, ausência de subordinação hierárquica e
mandato fixo de seus dirigentes, com competência
para regular e fiscalizar as atividades de aviação civil
e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária.

Ela foi instituída pela Lei nº 11.182, de 2005, e


regulamentada pelo Decreto nº 5.731, de 2006, que
dispõe sobre sua instalação, estrutura organizacional
Figura 4: Logo da ANAC
e aprova seu regulamento.

Conforme disposto na página eletrônica da Anac, como agência reguladora


independente, seus atos administrativos visam a:

a) Manter a continuidade na prestação de um serviço público de


âmbito nacional.

b) Zelar pelo interesse dos usuários.

c) Cumprir a legislação pertinente ao sistema por ela regulado,


considerados, em especial, o Código Brasileiro de Aeronáutica, a
Lei das Concessões, a Lei Geral das Agências Reguladoras e a Lei
de Criação da Anac.

No exercício de suas competências, a Anac tem o poder de:

a) Outorgar concessões de serviços aéreos e de infraestrutura


aeronáutica e aeroportuária.

b) Regular essas concessões.

c) Representar o Brasil em convenções, acordos, tratados e atos de


transporte aéreo internacional com outros países ou organizações
internacionais de aviação civil.

57
d) Aprovar os planos diretores dos aeroportos.

e) Compor, administrativamente, conflitos de interesse entre


prestadores de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária (arbitragem administrativa).

f) Estabelecer o regime tarifário da exploração da infraestrutura


aeroportuária.

g) Contribuir para a preservação do patrimônio histórico e da


memória da aviação civil e da infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária.

h) Regular as atividades de administração e exploração de


aeródromos, inclusive as exercidas pela INFRAERO (BRASIL, 2012,
p. 1).

Como se pode observar não estão no campo de atuação da Anac as atividades de


investigação de acidentes aeronáuticos e do controle do espaço aéreo, que ficam a cargo
do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa) e do Departamento de
Controle do Espaço Aéreo (Decea), subordinados ao Ministério da Defesa e Comando
da Aeronáutica.

Entretanto a Anac deverá ser previamente consultada sobre a edição de normas e


procedimentos de controle do espaço aéreo que tenham repercussão econômica
ou operacional na prestação de serviços aéreos e de infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária, conforme dispõe o § 2º, do artigo 8º, da Lei nº 11.182/2005.

Em termos práticos, a Anac é o órgão mais próximo do profissional que atua na área
de aviação civil, haja vista que é responsável pela emissão de licenças e habilitação
para pilotos, mecânicos de manutenção aeronáutica, despachantes de voo, fixação de
requisitos para as escolas de aviação, entre tantas outras atividades relacionadas às
atividades da aviação civil.

58
4 Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária
(Infraero)

Após a autorização concedida pela Lei nº 5.862, de 1972, a Infraero foi fundada no dia
31 de maio de 1973, sob a forma de empresa pública. Atualmente ela está vinculada à
SAC e apresenta as seguintes finalidades:

Art. 2º A Infraero terá por finalidade implantar, administrar,


operar e explorar industrial e comercialmente a infraestrutura
aeroportuária que lhe for atribuída pela Secretaria de Aviação
Civil da Presidência da República (BRASIL, 1972).

As atribuições da Infraero estão dispostas nos seguintes termos da citada lei,


lembrando que a interpretação dos artigos deve levar em consideração a estrutura
atual da aviação civil brasileira, tendo a Anac como figura central:

Art. 3º Para a realização de sua finalidade compete, ainda, à


Infraero:

I. superintender técnica, operacional e administrativamente as


unidades da infraestrutura aeroportuária.

II. criar agências, escritórios ou dependência em todo o território


nacional;

III. gerir a participação acionária do Governo Federal nas suas


empresas subsidiárias.

IV. promover a captação de recursos em fontes internas e externas,


a serem aplicados na administração, operação, manutenção,
expansão e aprimoramento da infraestrutura aeroportuária.

V. preparar orçamentos-programa de suas atividades e analisar os


apresentados por suas subsidiárias, compatibilizando-os com o seu,
considerados os encargos de administração, manutenção e novos
investimentos, e encaminhá-los ao Ministério da Aeronáutica,
para justificar a utilização de recursos do Fundo Aeroviário.

59
VI. representar o Governo Federal nos atos, contratos e convênios
existentes e celebrar outros, julgados convenientes pelo Ministério
da Aeronáutica, com os Estados da Federação, Territórios Federais,
Municípios e entidades públicas e privadas, para os fins previstos
no artigo anterior.

VII. promover a constituição de subsidiárias para gerir unidades


de infraestrutura aeroportuária cuja complexidade exigir
administração descentralizada;

VIII. executar ou promover a contratação de estudos, planos,


projetos, obras e serviços relativos às suas atividades;

IX. executar ou promover a contratação de estudos, planos,


projetos, obras e serviços de interesse do Ministério da Aeronáutica,
condizentes com seus objetivos, para os quais forem destinados
recursos especiais;

X. celebrar contratos e convênios com órgãos da Administração


Direta e Indireta do Ministério da Aeronáutica, para prestação de
serviços técnicos especializados;

XI. promover a formação, treinamento e aperfeiçoamento de


pessoal especializado, necessário às suas atividades;

XII. promover e coordenar junto aos órgãos competentes as


medidas necessárias para instalação e permanência dos serviços
de segurança, polícia, alfândega e saúde nos aeroportos
internacionais, supervisionando-as e controlando-as para que
sejam fielmente executadas;

XIII. promover a execução de outras atividades relacionadas com


a sua finalidade. (BRASIL, 1972)

Em 2015, a Infraero está administrando 60 aeroportos, 72 estações prestadoras de


serviços de telecomunicações e de tráfego aéreo e 28 terminais de logística de carga. A
empresa também tem participação de 49%, nas Sociedades de Propósitos Específicos
(SPE), que administram os terminais de Guarulhos e Viracopos (SP), Brasília (DF),
Confins (MG) e Galeão (RJ).

60
5 Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea)

Mesmo após a criação da Anac, algumas atividades continuaram sob a responsabilidade


do Comando da Aeronáutica. Nesse sentido, destaca-se o Sistema de Controle do
Espaço Aéreo e o Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos,
conforme aponta o inciso II e os §§ 2º e 6º, do artigo 8º, da Lei nº 11.182, de 2005, a Lei
de Criação da Anac.

A posição do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, dentro da estrutura do


Comando da Aeronáutica, foi fixada pelo Decreto nº 5.196, de 26 de agosto de 2004,
que, posteriormente, foi revogado pelo Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009. No
artigo 19 constam as seguintes atribuições ao Decea:

Art. 19. Ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo compete:


(Redação dada pelo Decreto nº 7.245, de 2010).

I. planejar, gerenciar e controlar as atividades relacionadas com o


controle do espaço aéreo, com a proteção ao voo, com o serviço
de busca e salvamento e com as telecomunicações do Comando
da Aeronáutica (incluído pelo Decreto nº 7.245, de 2010).

II. apoiar a Junta de Julgamento da Aeronáutica em suas funções.


(incluído pelo Decreto nº 7.245, de 2010).

§ 1º O Departamento de Controle do Espaço Aéreo é órgão central


do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro e do Sistema
de Proteção ao Voo.

§ 2º São ainda subordinados ao Departamento de Controle do


Espaço Aéreo: o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea, o
Grupo Especial de Inspeção em Voo, os Grupos de Comunicação e
Controle, os seus Institutos, os Parques de Material de Eletrônica
e os Serviços Regionais de Proteção ao Voo. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.069, de 2010). (BRASIL, 2009)

O Decea, portanto, é o órgão central do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro


(Sisceab), que pode ser entendido como o conjunto de órgãos e instalações (radares
de vigilância, equipamentos de auxílio à navegação aérea, centros de controle e torres

61
de controle de aeródromo, estações de telecomunicações etc.). Ele tem por objetivo
proporcionar regularidade, segurança e eficiência ao fluxo de tráfego nos aeroportos
e no espaço aéreo, abrangendo as seguintes atividades:

• Controle de tráfego aéreo (CTA);

• Telecomunicações aeronáuticas e auxílios à navegação aérea;

• Meteorologia aeronáutica;

• Cartografia e informações aeronáuticas;

• Busca e salvamento;

• Inspeção em voo;

• Coordenação e fiscalização de ensino técnico específico; e

• Supervisão de fabricação, reparo, manutenção e distribuição de equipamentos


terrestres de auxílio à navegação aérea.

O Decea exerce papel fundamental no contexto do controle do espaço aéreo mundial,


pois gerencia a significativa parcela de 8,5 milhões de km² de espaço soberano, que
constitui um verdadeiro corredor rumo aos continentes africano e europeu e ao
Oriente Médio a partir da América do Sul.

6 Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes


Aeronáuticos (Cenipa)

O Cenipa é o órgão responsável pela investigação de acidentes aéreos ocorridos em


solo brasileiro ou que envolvam aeronaves brasileiras. Assim como o Decea, o Cenipa
pertence à estrutura do Comando da Aeronáutica. Cabe destacar que a investigação
conduzida por esse centro possui natureza completamente diferente da investigação
criminal ou da sindicância administrativa. A investigação criminal e a sindicância
administrativa têm o cunho de identificar os que tenham agido com dolo ou culpa
para a ocorrência de um crime ou transgressão. Já as investigações do Cenipa visam
exclusivamente à prevenção de futuros acidentes.

62
O Cenipa foi criado pelo Decreto nº 69.565, de 19 de novembro de 1971, como
órgão central do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(Sipaer). Sua criação representou o surgimento de uma nova filosofia de prevenção de
acidentes a ser difundida no país: a palavra inquérito foi substituída e as investigações
passaram a ser realizadas com o único objetivo de promover a prevenção de acidentes
aeronáuticos, em concordância com normas internacionais.

O artigo 14 do Decreto nº 6.834, de 30 de abril de 2009, estabelece as seguintes


atribuições ao Cenipa:

Art. 14. Ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes


Aeronáuticos compete planejar, gerenciar, controlar e executar
as atividades relacionadas com a prevenção e a investigação de
acidentes aeronáuticos e assessorar o Comandante da Aeronáutica
nos assuntos de sua competência.

Parágrafo único. Entende-se por acidentes aeronáuticos aqueles


que envolvam a infraestrutura aeronáutica brasileira, incluindo,
entre outros, a aviação militar, a aviação civil, os operadores
brasileiros de aeronaves civis e militares, a infraestrutura
aeroportuária brasileira, o controle do espaço aéreo brasileiro, a
indústria aeronáutica brasileira e todos os segmentos relacionados.
(BRASIL, 2009)

Na página eletrônica do Cenipa estão destacadas ainda as seguintes atribuições:

a) Planejar, normatizar, orientar, coordenar, controlar e


supervisionar as atividades de prevenção de acidentes
aeronáuticos envolvendo a infraestrutura aeronáutica
brasileira, incluindo, entre outros, a aviação militar, a aviação
civil, os operadores brasileiros de aeronaves civis e militares, a
infraestrutura aeroportuária brasileira, o controle do espaço
aéreo brasileiro, a indústria aeronáutica brasileira e todos os
segmentos relacionados.

b) Normatizar, orientar, coordenar, controlar e executar atividades


de investigação de acidentes aeronáuticos, de incidentes
aeronáuticos e de ocorrências de solo havidos em território
nacional.

63
c) Supervisionar as atividades de prevenção e de investigação de
acidentes aeronáuticos, incidentes aeronáuticos e ocorrências
de solo realizadas pelos Serviços Regionais de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa).

d) Supervisionar, regular, coordenar, executar e fazer cumprir os


dispositivos relativos à prevenção e à investigação de acidentes
aeronáuticos, no âmbito da aviação civil, em conformidade com
os Anexos à Convenção de Aviação Civil Internacional e com as
normas do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Sipaer);

e) Supervisionar, regular, coordenar, executar e fazer cumprir os


dispositivos relativos à prevenção e à investigação de acidentes
aeronáuticos, no âmbito da aviação militar, em conformidade
com as normas do Sipaer;

f) Participar das atividades de investigação de acidentes e


incidentes aeronáuticos ocorridos no exterior, envolvendo:
operador civil brasileiro; aeronave civil de matrícula brasileira;
aeronaves militares brasileiras ou aeronave de fabricação
brasileira;

g) Elaborar e divulgar os Relatórios Finais de acidentes


aeronáuticos, de incidentes aeronáuticos e de ocorrências de solo;

h) Coordenar e apoiar a realização das sessões plenárias e reuniões


do Comitê Nacional de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos
(CNPAA);

i) Planejar, executar e supervisionar a formação, o treinamento


e o aperfeiçoamento técnico-profissional dos recursos humanos
para o exercício das atividades no âmbito do Sipaer;

j) Elaborar o Programa de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos


(PPAA) para a aviação civil e militar brasileira, bem como,
juntamente com o Decea, o Programa de Segurança Operacional
Específico (PSOE) do Comando da Aeronáutica; e

64
k) Representar o País junto aos organismos internacionais nos
assuntos relacionados com a prevenção e a investigação de
acidentes aeronáuticos.

Resumindo

Nesta unidade viu-se que, em virtude da grande amplitude e complexidade


das atividades ligadas ao setor de aviação civil, as competências foram
atribuídas por lei a órgãos especializados. Nesse cenário, foram vistas as
principais atribuições e características dos seguintes órgãos:

• Conselho de Aviação Civil;

• Secretaria de Aviação Civil; Agência Nacional de Aviação Civil;

• Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária;

• Departamento de Controle do Tráfego Aéreo; e

• Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos.

Foi verificado que todos esses órgãos atuam de maneira coordenada, cada
um exercendo as competências conferidas por lei e seguindo a política de
aviação civil nacional determinada pela autoridade brasileira do setor.
Também foi visto que a Anac exerce a figura central da aviação civil
brasileira, cabendo a essa a maior parte das atribuições da aviação civil
brasileira.

Glossário

Inspeção em Voo: inspeção com o objetivo de garantir a qualidade e a segurança dos


serviços prestados pelo Decea, uma vez que os mantém aferidos e operando todos
os equipamentos de auxílio à navegação aérea, aproximação e pouso disponibilizados
pelo Brasil.

65
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. Conselho de Aviação Civil
(Conac) é um órgão de assessoramento da Presidência da
República para formulação da política de ordenação da
aviação civil brasileira.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A Anac é uma autarquia


especial dotada de independência administrativa, autonomia
financeira com competência para regular e fiscalizar as
atividades de aviação civil e de infraestrutura aeronáutica e
aeroportuária.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

66
Referências

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Brasília, 2012. Disponível em: <http://www2.anac.gov.br/anac/atribuicoesAnac.asp>.
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______. Agência Nacional de Aviação Civil. Resolução n° 30 da ANAC, de 21 de maio


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______. Decreto nº 69.565, de 19 de novembro de 1971. Institui o Sistema de


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67
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Superiores e das Funções Gratificadas do Comando da Aeronáutica, do Ministério da
Defesa, e dá outras providências. Brasília, 2009. Disponível em: <http://www.planalto.
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Civil do Ministério da Aeronáutica e dá outras providências. Brasília, 1969. Disponível
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______. Lei nº 5.862, de 12 de dezembro de 1972. Autoriza o Poder Executivo a constituir


a empresa pública denominada Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária
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Contratações Públicas – RDC [...]. Brasília, 2011. Disponível em: <http://www.planalto.
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______. Medida Provisória nº 2.216-37, de 31 de agosto de 2001. Altera dispositivos


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mudaram-o-mundo_930.html>. Acesso em: 17 abr. 2015.

69
UNIDADE 5 | ORGANIZAÇÕES
INTERNACIONAIS

70
Unidade 5 | Organizações Internacionais
A aviação civil engloba atividades complexas, tanto de natureza técnica quanto de
ordem econômica. É difícil imaginar o setor, hoje em dia, sem a atuação das principais
organizações internacionais de regulamentação, de apoio e fomento das atividades
ligadas à aviação, as quais são referências para a harmonização de normas que regem
a aviação civil e para a elaboração de parâmetros e condutas que buscam a segurança
de todas as atividades desenvolvidas no setor.

1 International Air Transport Association (IATA)

A IATA foi fundada em abril de 1945, em Havana, Cuba, com o objetivo de proporcionar
a cooperação entre os associados em matéria de segurança, regularidade e economia
no transporte aéreo, em benefício dos usuários. A IATA é sucessora da Air Traffic
Association, fundada em Haia, em 1919.

Diferentemente da OACI, que é uma organização governamental, a IATA é uma


associação de direito privado, embora tenha características peculiares, uma vez que nela
participam, além dos agentes de viagem, empresas de transporte aéreo internacional
ou doméstico, regular ou não regular. Muitas delas são empresas cuja propriedade ou
maioria do capital votante pertence ao Estado onde estão sediadas, significando uma
participação indireta, mas efetiva, de governos em uma associação de direito privado.

Com sede em Montreal, no Canadá, a IATA conta atualmente com cerca de 250 linhas
aéreas associadas, em 118 países, representando aproximadamente 84% do total de
tráfego aéreo mundial. Possui 63 escritórios em 60 países, divididos em cinco regiões:
China e Norte da Ásia, Ásia-Pacífico, África e Oriente Médio, Europa e Américas. A
IATA mantém relações estreitas com governos e agências de aviação, aeroportos,
prestadores de serviços de navegação aérea e associações de companhias aéreas
regionais.

Um conceito norteador da estrutura da IATA é desenvolvimento global e entrega


regional, em que as divisões da matriz impulsionam o desenvolvimento de padrões
globais e sistemas. Já os escritórios regionais e nacionais são responsáveis pela
implementação.

71
Uma das ações marcantes da IATA foi a criação de uma estrutura coerente de preços
que evitou a concorrência predatória entre as empresas aéreas, respeitando os
interesses do consumidor. A primeira conferência de tráfego foi realizada em 1947,
no Rio de Janeiro, e chegou a um acordo unânime sobre cerca de 400 resoluções. As
regras e os mecanismos da IATA referentes às tarifas aéreas e à sua regulamentação
estão inseridos em diversos acordos bilaterais e multilaterais de transporte aéreo.

No Brasil, como resultado desse procedimento, na prática, toda comercialização do


transporte aéreo internacional de passageiro e de carga está subordinada às regras
e aos mecanismos da IATA, cujas resoluções precisam ser aprovadas pela Anac para
serem incorporadas à legislação interna do país.

Outra ação importante efetivada pela IATA foi a criação de códigos para identificação
de companhias aéreas, destinos, aeronaves, aeroportos e documentos de trânsito.
Esses códigos são fundamentais para o bom funcionamento de centenas de aplicações
eletrônicas que foram construídas em torno desses sistemas de codificação, para fins
de tráfego de passageiros e carga.

A missão principal da IATA é representar, liderar e servir à indústria aérea. Entre seus
objetivos principais, constam os de prover transporte aéreo com segurança, eficiência
e economia. Com esse foco, ela exerce papel fundamental para o desenvolvimento
da aviação civil mundial, sendo uma fonte importante para desenvolvimento e
harmonização das regras de aviação civil em escala mundial.

A IATA possui uma série de programas importantes nas áreas de segurança, de


simplificação de negócios, de questões ambientais e de serviços, que servem de base
para as ações e regulamentações dos países adeptos.

2 Federal Aviation Administration (FAA)

A Federal Aviation Administration (FAA) é uma agência de aviação, ligada ao departamento


dos transportes do governo americano, responsável pelos regulamentos e por todos
os aspectos da aviação civil nos Estados Unidos. Entre as suas atribuições, constam
regular o transporte aéreo comercial, a navegação aérea e os padrões de inspeção
de voo, desenvolver a aviação civil com pesquisas tecnológicas, emitir e controlar
os certificados de pilotos, controlar a segurança dos voos da aviação civil, operar o
sistema de controle aéreo e promover o transporte comercial espacial.

72
Sediada em Washington, Estados Unidos, a FAA nasceu em 1940 com a criação da Civil
Aeronautics Administration. Em 1958, um decreto federal transferiu as competências
desse órgão para um novo, designado por Federal Aviation Agency em 1967, a sua
designação mudou para Federal Aviation Administration.

Em virtude da importância da indústria americana de produtos aeronáuticos, da


dimensão do setor aéreo americano e da experiência e liderança na área de aviação, as
regulamentações emitidas pela FAA são referências para os demais países. Portanto,
é uma fonte de regulamentação muito importante no cenário da aviação mundial para
todos os aspectos ligados à aviação.

3 European Aviation Safety Agency (EASA)

A European Aviation Safety Agency (EASA) é a autoridade da União Europeia (UE) em


matéria de segurança da aviação. As principais atividades da organização incluem a
estratégia e a gestão da segurança, a certificação de produtos de aviação e a supervisão
das organizações aprovadas e dos Estados-membros da União Europeia.

Fundada em 2002, ela é composta por mais de 700 especialistas em aviação e


administradores de todos os Estados-membros da UE. A agência conta com uma sede
na cidade de Colônia, na Alemanha, com um escritório em Bruxelas (Bélgica) e três
representações internacionais permanentes em Washington (EUA), Montreal (Canadá)
e Pequim (China).

A Agência desempenha papel de liderança dentro da política externa de aviação da UE


e contribui para exportação das normas de aviação para todo o mundo, constituindo,
assim como a FAA, uma fonte de regulamentação muito importante no cenário da
aviação mundial.

73
Resumindo

Nesta unidade foram apresentadas algumas organizações estrangeiras de


apoio e regulamentação em matéria de aviação civil e suas principais
características. Verificou-se que existe uma coordenação em nível global
para o desenvolvimento da aviação, por meio da IATA, agências reguladoras,
empresas aéreas, indústrias aeronáuticas e governos, cujo objetivo é elevar
o nível de segurança, eficiência e reduzir os custos operacionais da aviação
civil mundial.

Destacou-se o papel da IATA, as suas principais atribuições e as ações


desenvolvidas no setor de aviação civil. E por fim, ressaltaram-se a FAA e a
EASA e a importância delas para a regulamentação da aviação civil mundial.

Glossário

Fomento: estímulo, impulso, auxílio. Promoção do progresso.

74
Atividades

aa
1) Julgue verdadeiro ou falso. A International Air Transport
Association (IATA) tem o objetivo de proporcionar a
cooperação entre os associados em matéria de segurança,
regularidade e economia no transporte aéreo, em benefício
dos usuários.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

2) Julgue verdadeiro ou falso. A Federal Aviation


Administration (FAA) é uma agência de aviação, ligada ao
departamento dos transportes do governo americano,
responsável pelos regulamentos e por todos os aspectos da
aviação civil nos Estados Unidos.

Verdadeiro ( ) Falso ( )

75
Referências

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78
Gabarito

Questão 1 Questão 2

Unidade 1 V V

Unidade 2 V V

Unidade 3 V V

Unidade 4 V V

Unidade 5 V V

79

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