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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ

INSTITUTO DE ENGENHARIA E GEOCIÊNCIAS


PROGRAMA CIÊNCIAS DA TERRA
BACHARELADO EM GEOLOGIA

ALEX ALVES LIMA


NOEVERTON MAIA DO CARMO

RELATÓRIO DE CAMPO
GEOLOGIA URBANA E AMBIENTAL

SANTARÉM-PARÁ
2019
ALEX ALVES LIMA
NOEVERTON MAIA DO CARMO

RELATÓRIO DE CAMPO
GEOLOGIA URBANA E AMBIENTAL

Trabalho apresentado ao Programa Ciências da Terra,


curso Bacharelado em Geologia como requisito parcial
para a obtenção de nota da disciplina de Geologia
Urbana e Ambiental. Universidade Federal do Oeste do
Pará.

Prof.ª Drª Christiane do Nascimento Monte.

SANTARÉM-PARÁ
2019
Lista de Figuras

Figura 1 - Mapa de localização e acesso dos pontos analisados. ............................................... 6


Figura 2 - Lago do Mapiri. A- Bancos de areia, B- Casas de moradores preparadas para
cheias, C e D exibem plantas Fitorremediadoras (Rizofiltradoras). ......................................... 11
Figura 3 - Orla do Mapirí. A, B e C - Saídas de esgoto, D- Ponto que interliga o Mapiri com
Maracanã. ................................................................................................................................. 12
Figura 4 - Irurá- A e B mostram canal do Irurá, C- Estação de Tratamento de Esgoto (ETE),
D- Torre de Monitoramento. .................................................................................................... 13
Figura 5 - Sopé da Serra do Índio. A e B - Mostram casas em risco de deslizamento de terra,
C - Deslizamento de terra, D - Despejo de lixo em Ravinas. ................................................... 14
Figura 6 - Mapa de Risco da Serra do Índio ............................................................................. 15
Figura 7 - Topo da Serra do Índio. A- Morrote da serra do índio, B- Cobertura Lateriticas, C-
Voçorocas, D- Deslizamentos de blocos, E- Ravinas. ............................................................. 16
Figura 8 - Serra da Matinha. A- Mostra vegetação e área de extração ilegal de areia, B e D-
Blocos decorrente de movimento de massa C- Casas em risco. ............................................... 18
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 5
2. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................. 5
3. GEOLOGIA REGIONAL ........................................................................................ 6
3.1. LIMITES E CARACTERÍSTICAS DA BACIA DO AMAZONAS ........................... 6
3.2. ARCABOUÇO LITOESTRATIGRÁFICO ............................................................. 7
3.2.1 EMBASAMENTO ............................................................................................. 7
3.2.2 MEGASSEQUÊNCIA PALEOZOICA................................................................. 7
3.2.2.1 SEQUÊNCIA ORDOVÍCIO-DEVONIANA................................................... 7
3.2.2.2 SEQUÊNCIA DEVONO-TOURNAISIANA .................................................. 8
3.2.2.3 SEQUÊNCIA NEOVISEANA ...................................................................... 8
3.2.2.4 SEQUÊNCIA PENSILVANIANO-PERMIANA............................................. 9
3.2.3 MEGASSEQUÊNCIA MESOZOICA-CENOZOICA ............................................ 9
4. GEOLOGIA LOCAL ............................................................................................. 10
5. DESCRIÇÃO DOS PONTOS E TIPOS DE RISCOS GEOLÓGICOS ..................... 10
5.1 MAPIRI ............................................................................................................. 10
5.2 SERRA DO ÍNDIO ............................................................................................. 13
5.3 SERRA DA MATINHA ...................................................................................... 17
6. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20
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1. INTRODUÇÃO
A Amazônia deveria se desenvolver e que as cidades deveriam fazer parte desse
progresso, atrelado à exploração mecanizada fez com que se estimulasse um processo de
migração intenso da zona rural para as cidades. Esse processo de migração acarretou em um
crescimento desordenado na zona urbana de muitos municípios paraense, tais como Santarém,
Ananindeua, Altamira, Parauapebas (CARDOSO, 2017).
A cidade de Santarém, incialmente habitada pelo povo Tupaius e denominada Aldeia
dos Tapajós, foi elevada primeiramente à categoria de Vila em 1758 com a expulsão dos
Jesuítas que nela habitavam para catequisar os índios. A independência e o título de cidade
vieram somente em 1848, com uma economia impulsionada pela busca da “droga-do-sertão”
e posteriormente pelo cultivo de cacau, da borracha, juta, pimenta do reino e extração de ouro.
Desde então a cidade que se tornou um polo estratégico passa por um intenso processo de
crescimento populacional (CARDOSO, 2017).
A falta de organização ou infra-estrutura habitacional/urbana em grandes cidades
geram grandes problemas, um deles são a invasão de locais impróprios a moradias, a partir
destas ocupações, formam-se as periferias das cidades, onde identifica-se o surgimento de
numerosos bairros “ilegais” com grande quantidade populacional que são caracterizados por
uma precária infraestrutura e serviços, além de ruas não asfaltadas e ausência de uma rede de
esgoto (OLIVEIRA, 2008).
A presente pesquisa traz um estudo de campo em três áreas distintas do município de
Santarém, as quais sofreram modificações ao longo do tempo devidas ao processo de
crescimento populacional e de moradias em áreas sem infraestrutura. Implicando não apenas
na infraestrutura do município, como também em problemas ambientais.
A presente pesquisa por meio de levantamento em campo em três áreas distintas do
município de Santarém-Pa, as modificações ao longo do tempo devido processo de
crescimento populacional desordenado causando problemas devido, estas famílias procuram
lugares de riscos para construírem suas casas, além de que Santarém é uma cidade de grande
interesse mobiliários, fazendo que alguma pessoa de má fé realize vendas de terrenos ilegais
de alto risco para habitação.
2. ÁREA DE ESTUDO
A área de estudo (Fig. 1) situa-se na área urbana de Santarém que está inserida na
mesorregião do Baixo Amazonas no estado do Pará, Brasil. A cidade é banhada pelos rios
Amazonas e Tapajós, limitada a norte pelos municípios de Alenquer, Monte Alegre e Óbidos,
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à sul por Uruará, Belterra e Mojuí dos Campos, encontra-se aproximadamente a 700 km de
Belém capital do estado.
A cidade possui população estimada em 304,589 habitantes, com unidade territorial de
17.898,389 km². Atualmente a malha urbana está subdividida em 48 bairros, segundo o plano
diretor do município, dente os quais quatro destes foram visitados alguns pontos (IBGE,
2019).

Figura 1 - Mapa de localização e acesso dos pontos analisados.

Fonte: Autores (2019)

3. GEOLOGIA REGIONAL
3.1. LIMITES E CARACTERÍSTICAS DA BACIA DO AMAZONAS
A região de Santarém está inserida na Bacia do Amazonas de idade paleozoica,
intracratônica com aproximadamente, 500.000 km2 de área, 1.300 km de comprimento e 380
km de largura. Ao norte da Bacia está o Escudo das Guianas e ao sul o Escuro Brasileiro. A
leste está a Bacia do Marajó, sendo separada da Bacia do Amazonas pelo Arco Gurupá, e a
oeste a Bacia do Solimões, separadas pelo Arco Purus.
A sinéclese instalou-se de fato no início do Paleozoico com a formação de um rifte
(evidenciado por massas densas ultrabásicas – idade 565 +/- 70 Ma) evoluindo para uma bacia
intracratônica (CAPUTO, 2014). Para Cunha et al. (2007), este rifte está associado a Orogenia
Brasiliana/Pan-Africana que devido aos esforços compressivos na direção E-W, gerou zona
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de alívio na direção N-S, tendo ainda propagado-se para leste e oeste devido reativação de
zonas de fraqueza pré-cambrianas. Caracterizada por seu eixo maior orientado na direção
ENE-WSW, paralela ao vale do Rio Amazonas. A partir da ocorrência do resfriamento das
massas magmáticas, dar-se início a subsidência térmica regional, com o desenvolvimento da
sinéclise intracontinental.
A Bacia do Amazonas teve sua efetiva sinéclise em torno de 450 M.a (Ordoviciano
Superior). Por toda a era Paleozoica a Bacia do Amazonas apresentou grande estabilidade
tectônica. Apenas nas eras Mesozoica e Cenosoica Linhas de fraqueza foram reativadas
devido a ruptura dos continentes Pangea e Gondwana (CAPUTO, 2014).
3.2. ARCABOUÇO LITOESTRATIGRÁFICO
3.2.1 EMBASAMENTO
Obtendo estabilidade no Neoproterozoico (1,0 G.a), o Cráton Amazônico compõe o
embasamento da Bacia. Possuindo mais de 4,4 milhões de km² no Brasil, ainda há poucas
informações sobre ele, em parte devido à complexidade em realizar mapeamento geológico na
Amazônia.
3.2.2 MEGASSEQUÊNCIA PALEOZOICA
A partir dos princípios da Estratigrafia de Sequências, a bacia apresenta duas
sequências de primeira ordem realizadas em sinéclises, sendo chamadas de megassequências:
Megassequência Paleozoica e Meso-cenozoica.
A megasequência Paleozoica se encontra dividida em quatro sequências de segunda
ordem, depositadas em sinéclises e delimitadas por discordâncias regionais (CUNHA et al.,
2007). Da mais antiga para a mais recente temos as seguintes sequências: Ordovício-
Devoniana (caracterizada pela sedimentação do Grupo Trombetas), Devono-Tournaisiana
(grupos Urupadi e Curuá), Neoviseana (Formação Faro) e Pensilvaniano-Permiana (Grupo
Tapajós) (CUNHA et al., 2007).
3.2.2.1 SEQUÊNCIA ORDOVÍCIO-DEVONIANA
Primeira sequência depositada em sinéclise na bacia através das formações do Grupo
Trombetas. A Formação Autás-Mirim foi proposta por Proposta por Caputo (1984)
corresponde à porção basal do Grupo Trombetas e não aflora em porção alguma da bacia.
Possui litologia formada por arenitos e siltitos intercalados, cujo ambiente é tido como flúvio-
estuarino de idade Neo-Ordoviciana. A Formação Nhamundá mais a oeste da faixa aflorante
do Grupo Trombetas. Composta por arenitos finos a médios com estratificação cruzada e
bioturbação na parte mais basal e folhelhos laminados de cor cinza, com intercalação de
siltitos e diamictitos.
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A Formação Pitinga às rochas que afloram nas bordas mais a norte e sul da bacia,
depositadas em ambiente glácio-marinho. Constitui-se de folhelhos de cor cinza, arenitos
finos de cor cinza claro a branco, caulínicos, com estratificação plano-paralela e cruzada, e
diamictitos suportados por matriz argilo-arenosa com seixos angulosos de folhelho, quartzo e
feldspato. A Formação Manacapuru com arenitos branco, muito fino, laminado e arenito
médio com estratificação cruzada, bem classificado, com intercalações espessas de folhelho e
siltito e com camadas ferríferas que ocorrem em todo o flanco norte da Bacia do Amazonas e
no rio Xingu (CAPUTO, 2014). A Formação Jatapu litogia formada por arenitos finos,
fossilíferos, bioturbados, com intercalações de folhelhos e siltitos cinza escuro (PASTANA,
1999).
3.2.2.2 SEQUÊNCIA DEVONO-TOURNAISIANA
Essa vindo este a dar origem ao grupo Urupadi (composto pelas formações Maecuru e
Ererê) e Curuá (composto pelas formações Barreirinha, Curiri e Oriximiná (CUNHA et al.,
2007).
A Formação Maecuru é composta por sedimentação de ambientes fluvial e deltaico,
ocorrência de arenitos de granulometria fina a média, estratificações horizontal e cruzada e
em algumas porções, grãos grosseiros a conglomeráticos (CAPUTO, 2014). A Formação
Ererê consiste em ambiente deposicional transicional em planície de maré, principalmente
com intercalações entre siltitos e arenitos; os arenitos possuem coloração que vai de branco a
avermelhada e os siltitos são cinza-esverdeados. A Formação Barreirinha depositada em
ambiente marinho profundo sob condições anóxicas, a formação consiste em folhelhos negros
a cinza-escuro, com alto conteúdo de matéria orgânica e denota a maior transgressão marinha.
E dividida ainda em três membros: Abaxis, Urubu e Arariá.
A Formação Curiri constituída principalmente por diamictitos, seguido por folhelhos,
siltitos e arenitos (Caputo, 1984) de ambientes glacial e periglacial depositados no Neo-
Devoniano. A Formação Oriximiná foi proposta por Caputo (1984), dizendo que predominam
arenitos finos a médios com estratificação cruzada e bioturbação, localmente com
intercalações de siltitos, folhelhos e diamictitos. O ambiente deposicional é fluvial e deltaico,
com contribuição glacial.
3.2.2.3 SEQUÊNCIA NEOVISEANA
Composta apenas pela Formação Faro separada das sequencias inferior e superior por
causa da orogenia Acadiana que ocasionou um hiato deposicional. A Formação Faro em
ambiente flúvio-deltaico a litorâneo com influência de tempestades. Há a dominância de
arenitos finos quartzosos de coloração cinza a esverdeada, e arenitos médios ferruginosos,
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com estratificações plano-paralela e cruzada do tipo hummocky; na parte mais superior há


presença de siltitos laminados (CAPUTO, 2014).
3.2.2.4 SEQUÊNCIA PENSILVANIANO-PERMIANA
Engloba as formações Monte Alegre, Itaituba, Nova Olinda e Andirá, onde as
formações concordantes Monte Alegre, Itaituba e Nova Olinda possuem deposição associada
a clima semiárido e quente, como consequência de deslocamento continental de altas para
médias latitudes (CUNHA et al., 2007), (CAPUTO, 2014).
A formação Monte Alegre é marcada pela ocorrência de arenitos eólicos com
intercalações de siltitos e folhelhos de interdunas (COSTA, 1984 apud CUNHA et al., 2007).
A Formação Itaituba dispõe de calcário cinza, anidrita ou gipsita, exibindo finas e esporádicas
camadas de halita. O ambiente atribuído a essa formação é lagunar a marinho raso (Cunha et
al. 2007), (Caputo, 2014). Segundo Cunha et al. (2007) formação apresenta um conteúdo
fossilífero marinho muito abundante, isso se deve ao fluxo marinho muito expressivo nessa
formação devido ao degelo das calotas no Neocarbonífero.
A Formação Nova Olinda é proposta por Cunha et al. (2007) com uma divisão em dois
membros Fazendinha e Ararí, o Membro Fazendinha apresenta, em sua maioria, carbonato,
anidrita, halita, depositados em lagos hipersalinos e mar raso. O Membro Ararí não possui
carbonatos, sendo mais frequente a presença de arenitos e sedimentação característica de
ambiente continental. E a última formação do grupo a Formação Andirá que apresenta
deposição em ambiente flúvio-lacustre, do qual a litologia exibe arenitos avermelhados na
porção basal, calcários na porção média e siltitos na porção superior (Caputo, 2014).
3.2.3 MEGASSEQUÊNCIA MESOZOICA-CENOZOICA
O ciclo deposicional que resultou no Grupo Javari, representado pela Formação Alter
do Chão e Formação Solimões e Marajó (Cunha et al. 2007).
Durante o Cretáceo, ocorre sistema fluvial de alta energia estendendo-se até as bacias
subandinas. Esse processo originou a deposição dos arenitos grossos, variegados,
conglomerado e processos de lateritização. A Formação Solimões ocorre a partir do
soerguimento andino, os rios do Cretáceo foram transformados em lagos de água doce através
de assoreamento por rios meandrantes de baixa energia de forma abrupta, depositando pelitos
com restos vegetais e conchas de molusco característicos da Formação Solimões, que se
delineia em discordância com a Formação Alter do Chão (CUNHA et al., 2007).
Cunha et al. (2007) fala que na porção mais a leste da Bacia do Amazonas, há a
ocorrência de sedimentos de predominância arenosa e secundariamente argilosa, de idade
Paleógeno (Paleoceno/Eoceno) isso em vários poços situados às imediações do Arco de
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Gurupá, com características distintas dos sedimentos terciários essencialmente argilosos da


Formação Solimões (Mioceno/ Plioceno).
4. GEOLOGIA LOCAL
A geologia da área estudada é composta pela formação Alter do Chão, na esta unidade
distribui-se de litologias variando de intercalações de arenitos e argilitos a rochas com
granulometria mais grossas bem como conglomerados e rochas lateríticas, possui ambiente
fluvial como ambiente dominante.
Mendes, Truckenbrod & Nogueira (2012) falam que a Formação Alter do Chão foi
definida pela primeira por Kistler (1954) como a uma unidade sendo composta de arenitos
avermelhados, argilitos, conglomerados e brechas intraformacionais, tradicionalmente
atribuídos a sistemas fluvial e lacustre/deltaico. Pode notar-se em campo que as fáceis da área
não havia uma variação litológica, mas apenas granulométrica, com relação granulométrica
variando de areia média a areia fina, notou-se ainda a crosta laterítica aflorando em certo
ponto da Serra do Índio.
Em Santarém a Formação Alter do Chão é fortemente caracterizada nas porções leste,
sul e oeste do município, constituindo uma morfologia típica, com elevações de topo plano,
bordas escarpadas e fortemente ravinadas, na forma de platôs. Na porção de topo desses
platôs, é frequente a presença de crosta ferruginosa (lateríta), por vezes constituindo um nível
concrecionário. Essa crosta, possui função de ser responsável pela preservação dos platôs que
caracterizam essa unidade (DE OLIVEIRA et al., 2000).
A Formação Alter do Chão corresponde a uma das unidades mais de topo e também
mais recente da bacia e de grande ocorrência no município de Santarém, com boas exposições
no rio Tapajós e ao longo da BR163.
5. DESCRIÇÃO DOS PONTOS E TIPOS DE RISCOS GEOLÓGICOS
5.1 MAPIRI
Lago do mapiri/ Foz do igarapé do Irurá.
Neste ponto 01, foi observada como estava disposto a antiga orla do Mapirí onde
antigamente era um balneário, servindo como local de lazer a população, hoje é encontrado
bancos de areias (Fig. 2A), e diversas poças de lama oriundo das saídas de esgoto doméstico
que se acumulam (Fig. 2C,D), ocasionando mal cheiro a população que reside no entorno. As
casas da localidade, quanto à estrutura e marcas de cheias, comprovam o quanto diminuiu o
fluxo de água (Fig. 2B). Inclusive, por meio de relatos dos moradores, que até a década de 90,
possuía a presença de peixes ornamentais.
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Observam-se espécies conhecidas como Rizofiltradoras (Fig. 2C,D), que são plantas
fotorremediadoras bem como o aguapé, que nascem nas margens para o centro e não no canal
principal, devido estarem relacionado ao fluxo de energia que no centro esse fluxo e a energia
são maiores.
Figura 2 - Lago do Mapiri. A- Bancos de areia, B- Casas de moradores preparadas para cheias, C e D exibem
plantas Fitorremediadoras (Rizofiltradoras).

Fonte: Autores (2019).

Na margem, por conta da energia ser menor há grande concentração de matéria


orgânica, decorrente a grande carga de esgoto despejado, com isso gerando a eutrofização da
aguas. A eutrofização é reconhecida como um dos problemas de qualidade da água de maior
importância na atualidade. Dentre os males causados pela eutrofização destacam-se a
proliferação acelerada de macrófitas aquáticas e algas que podem produzir substâncias tóxicas
nocivas à saúde. Dependendo do nível de eutrofização as espécies podem cobrir todo o leito
do rio, o que mostra a total diferença dentro da bacia. Este tipo de planta antes não existia no
local e com o tempo passou a se proliferar em todo a microbacia. Vários problemas estão
geralmente relacionados a atividades antrópicas, Segundo BRAGA et al., (2005), as
atividades antrópicas consistem em importante fator responsável pela diminuição da
qualidade da água, uma vez que o desenvolvimento urbano promove entre outros impactos
ambientais, a eutrofização dos rios.
Ponte do Mapiri
Neste ponto observa-se um ambiente devastado pela ação antrópica, devido também
ao grande descarga de esgoto no rio Irurá (Fig. 3A,B,C), dessa forma, o que se libera a partir
do esgoto é matéria orgânica, que consome oxigênio para poder ser decomposta. Visto que o
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oxigênio disponível na água deveria ser utilizado pelas espécies de peixes que vivem no local,
hoje é usado para a quebra e decomposição da matéria orgânica que ali é despejada.
Figura 3 - Orla do Mapirí. A, B e C - Saídas de esgoto, D- Ponto que interliga o Mapiri com Maracanã.

Fonte: Autores (2019)


Em épocas chuvosas, os níveis na foz, sofrem a influência do Rio Tapajós devido ter
um grande fator de diluição, os nutrientes ali estão dissolvidos, ao contrário da parte que
contém o descarrego de muitos esgotos, como é o caso da área próxima à estação de esgoto,
que quanto mais distante da foz os resíduos liberados do esgoto são mais concentrados.
O bairro do Mapiri contém uma estação de tratamento de esgoto bem próxima da
ponte que interliga o bairro do Mapiri ao maracanã, esta ETE (Fig. 4C) atende os bairros do
Mapiri, bairro da liberdade e parte do Caranazal. O grande problema está que a ETE não
opera 24h, e os resíduos são despejados diretamente no irurá (Fig. 3C).
O grande problema está na gestão da ETE, devido não operar 24h, dessa forma,
quando a usina não está funcionando os resíduos são despejados diretamente no irurá,
causando danos a qualidade da agua.
Abaixo da ponte, passa o canal principal do Igarapé do Irurá (Fig. 4B). Este se
encontra visivelmente poluído por sedimentos em suspensão oriundo da serra da matinha e
proliferação algas, o que se comprova com a cor turva e esverdeada da água do local gerando
diminuição do nível de oxigênio causando morte de peixes. Além disso, a presença de
espécies rizofiltradoras também é observada como um biomarcador de nutrientes (Fig. 4B),
até em maior em quantidade do que na foz.
Figura 4 - Irurá- A e B mostram canal do Irurá, C- Estação de Tratamento 13
de Esgoto (ETE), D- Torre de Monitoramento.

Fonte: Autores (2019)


Nos anos 2000 este local foi palco de pesca com a utilização de bombas, devido isso,
foi construída uma torre de monitoramento para interferi os pescadores que utilizavam estas
bombas (Fig. 4D).
5.2 SERRA DO ÍNDIO
A Serra do Índio pertence à Formação Alter do Chão, que data do Cretáceo. Na área,
exibe uma evolução erosiva, apresentando, sulcos, ravinas e até mesmo voçorocas no sopé e
um topo praticamente, além do que, áreas de riscos foram observadas locais, variando desde
risco baixo a risco alto.
Sopé da Serra do Índio
A base ou sopé da serra foi toda loteada há anos atrás e casas foram sendo implantadas
e habitadas. Estas que antes eram em sua grande maioria de madeira passaram por uma
renovação de padrão e hoje se apresentam na forma de alvenaria (Fig. 5). Por se tratar de uma
área com terrenos com preços mais acessíveis, transformou-se em um bairro com casas de
classe média que está em constante povoação.
Juntamente com o crescimento populacional vieram as consequências: Um local com
infraestrutura inadequada, que além de se tratar de uma área de risco por conta da serra, não
apresenta redes de esgoto, o que acaba agravando a situação. Na base da serra, encontra-se um
dos maiores problemas, erosão e movimento de massa (Fig. 5C), de acordo com CPRM e
defesa civil é um local de risco geológico devido está muito próxima ao morrotes de areias,
podendo ocorrer um movimento de massa e causar acidentes (Fig. 5 B).
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Figura 5 - Sopé da Serra do Índio. A e B - Mostram casas em risco de deslizamento de terra, C - Deslizamento de
terra, D - Despejo de lixo em Ravinas.

Fonte: Autores (2019)

A erosão é outro problema sério que vem ocorrendo naquela região, devido ao
aumento da urbanização no trecho próximo ao pé da serra, que antigamente era apenas uma
espécie de beco, que foi transformado em rua após maquinas da prefeitura realizar
manutenção da área.
Observa-se no local o deslizamento do tipo rastejo, que devido intempéries vem
afetando principalmente as residências mais próximas, onde o material carreado chega às
cercas das moradias, que servem como anteparo e se descolam (Fig. 5B), dobram ou em
alguns casos chegam até ser retiradas. A presença de lixo também colabora para movimentos
de massa.
Um dos principais problemas observado é a falta de redes de esgotos, por ser um
bairro ‘’novo’’, que atrelado ás chuvas e sendo um local de escoamento de água, acabou
gerando sulco e posteriormente ravinas que chega transportar agua e lixo para casa em cotas
mais baixas.
A área no entorno da Serra do índio apresenta vários riscos geológicos, como
movimento de massa, ravinas, voçorocas e inundações que se intensificam nos períodos
chuvosos. Além disso, a geomorfologia da área de estudo intensifica os processos erosivos,
proporcionando que sedimentos, água da chuva e grande quantidade de lixo são carreados
para as regiões de menor elevação do bairro.
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A população ao observar sulcos e ravinas e por vezes voçorocas aproveitam para jogar
lixos nesses locais (Fig. 5D), causando proliferação de insetos e animais, inclusive em
períodos de chuva, ocorrem enxurradas causando alagamento de várias residências. Caso não
haja a implantação de outros mecanismos de intervenção o processo continuará
transformando-se em uma voçoroca que pode atingir até o lençol freático.
Na (Fig. 6) demonstra o grau de risco na serra do índio mapeado por (Muniz, 2019)
que classificando o grau de riscos relatando os processos erosivos e de movimentos de massa
na área do entorno. De acordo com Muniz (2019) que classificou a área do sopé como R4
(muito alto).
As áreas de risco muito alto (R4) apresentam extrema potencialidade a
escorregamentos de taludes em avançado estado de desenvolvimento caracterizado por
voçorocas de mais de 2 metros de profundidade na parte superior da serra e por taludes
extremamente intemperizados próximos às casas de madeira na parte inferior. Além de
movimentos de massa frequentes de baixa a alta velocidade, como o creep (baixa velocidade),
o qual inclina cercas e rolamento de blocos do alto da serra (alta velocidade). Devida a falta
de programa de habitação causam a ocupação dessas áreas de riscos.
Figura 6 - Mapa de Risco da Serra do Índio

Fonte: Muniz (2019)


Pontos no Topo da Serra do Índio.
Estes Pontos localizam-se mais adentro da serra na parte superior em cotas mais
elevadas em relação ao sopé.
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De início foram observadas que esta porção da área possui um loteamento, onde há a
presença de residências, algumas ainda em fase de construção outras já construídas. Percebe-
se no caminho moradias revelam-se padrão mais alto mostrando moradores de classe média,
porém sendo área de risco bem aparente.
Esta área é de domínio municipal, no entanto está abandona pelo poder público que
não tem interesse em realizar algum tipo de atividade ou urbanização. Visto pela falta de
infraestrutura bem como asfalto, rede de esgoto e iluminação pública.
Anos atrás, foram retirados materiais para aterrar outras áreas da cidade, além disso, o
morrote foi rebaixado para não atrapalha o espaço aéreo de Santarém que antes situava seu
aeroporto no bairro do aeroporto velho. Hoje, a vegetação é pouca aparente resultando um
local bastante vulnerável a processos erosivos a deslizamento de terra (Fig. 7A,D).
Em algumas porções da área foram vistos rolamentos de blocos, de baixas velocidades
(Fig. 7 A,D), além de processos erosivos atuantes geradores de ravinas e posteriormente
voçorocas que chegam em torno de 2 metros de altura (Fig. 7C,E) . Os sedimentos da serra do
índio são transportados por agente de transporte bem como água e vento para locais cota mais
baixas, sendo depositados em bacias e microbacias, tais como do rio Irurá que detém desses
sedimentos desta serra. O principal fator para geração de ravinas e voçorocas é a falta de
vegetação e intensa ação da chuva.
Figura 7 - Topo da Serra do Índio. A- Morrote da serra do índio, B- Cobertura Lateriticas, C-Voçorocas, D-
Deslizamentos de blocos, E- Ravinas.

Fonte: Autores (2019).


Em relação ao tipo de risco encontrado nesta porção, foi denominado por Muniz
(2019), áreas (R3) Risco alto, devido apresentar processos erosivos e de sedimentação
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desenvolvidos, representados por voçorocas por movimentos de massa nas áreas mais
próximas ao talude, apresentando alta potencialidade de escorregamento (Fig. 7A), e se
mantidas as condições existentes, é possível a ocorrência de eventos destrutivos durante
chuvas torrenciais.
Observa-se Lateritas ferruginosas na parte superior, gerando sustentação e estabilidade
a serra, estas Lateritas (Fig. 7B) são características da Formação Alter do Chão que
predominam toda cidade de Santarém.
A serra, inserida na Formação Alter do Chão e pertencente aos Planaltos residuais da
Amazônia, é constituída basicamente de arenitos, serve como fonte de material para
construção civil. Nela se encontra estruturas sedimentares um tanto erodidas.
5.3 SERRA DA MATINHA
Como em outras áreas, a serra da Matinha também é circundada por residências, que
diferentemente das observadas na serra do índio, são em sua grande maioria de madeira.
Outra diferença está na inclinação do terreno, que é um tanto mais elevada e é um fator
agravante, no entanto, de acordo com CPRM e defesa civil são áreas de risco.
De início foi visitada a porção deste bairro situado próximo a base da serra (Fig. 8)
que geralmente é atingida principalmente por inundações. Com vegetação mais rasteira, com
pouquíssimas árvores de grande porte que estabilizem o terreno, a ação intempérica e erosiva
destruiu toda a estrutura. Questão que se agrava por se tratar da parte mais baixa da elevação,
onde a água carreada das chuvas chega a atingir as residências devido à falta de infraestrutura
e saneamento. Em períodos de chuvas torrenciais esta área fica quase intrafegável, as linhas
ônibus ficam impossibilitadas de trafegar uma vez que as ruas, na verdade são vielas de areia,
e tornam-se lamaçais.
Deslocados principalmente em épocas de chuvas torrenciais, observa-se a presença de
dois blocos já rolado (Fig. 8B,D) e outros em eminência de cair, pois as plantas, na parte
superior da serra, estão com suas raízes à mostra, além disso na parte inferior na serra, há
relatos que casa e até mesmo muro de uma escola foram destruídos por movimentos de massa.
Nesta local também é uma área que sofre com a exploração de material para
construção, atividade bem como areia, sendo que esta acelera o processo erosivo com a
retirada constante de material pelas maquinas (Fig. 8A). Algumas medidas a serem tomadas
pela prefeitura em relação ao problema ambiental desta localidade seria primeiramente o
reflorestamento, a construção de um muro de contenção e a execução de obras de drenagem
para o caminho das chuvas, melhorando a segurança e qualidade de vida dos moradores.
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Figura 8 - Serra da Matinha. A- Mostra vegetação e área de extração ilegal de areia, B e D- Blocos decorrente de
movimento de massa C- Casas em risco.

Fonte: Autores (2019).


Em relação aos tipos de riscos geológicos neste local, foi determinado que a aréa
possui risco de nível alto R3 e R4. Isto devido apresentar movimento de massa de baixa
velocidade por rastejamento, além disso, foram observados grandes blocos (Fig. 8B e D) que
se deslocaram no período da noite sem afetar ninguém, no entanto, serve como alerta para
quando iniciar o período chuvoso, pode ocorrer novos deslizamentos, podendo atingir
moradias do entorno.
As áreas de nível alto R3 estão caracterizadas por regiões com processo de
instabilidade em desenvolvimento de escorregamentos. São áreas que apresentam pouca
inclinação, mas que estão a poucos metros do talude. Dessa forma, é possível a ocorrência de
processos destrutivos a partir de movimento de massa durante episódios de chuvas torrenciais,
além de áreas que apresentam desenvolvimento de voçorocas em meio urbano, que junto ao
acumulo de lixo pode ser caracterizado como área de alto risco (ROSA FILHO, 2010).
Por fim, as áreas de nível muito alto R4 estão caracterizadas por grande
desestabilidade dos sedimentos, com presença de regiões ricas em margens de drenagem,
voçorocas, e sedimentos intemperizados. Estas áreas ainda podem ser caracterizadas por casas
feitas de madeira a menos de 10 metros do talude e áreas que já sofrem com a sedimentação,
que provocam a inclinação de cercas e leva sedimentos para casas e ruas (CARVALHO,
2007).
O Bairro da Matinha sofre constantemente com o risco geológico de deslizamento de
terra. Estes problemas são visíveis por meio de cercas, postes e árvores se encontram
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deslocadas, e servem como uma barreira, pois os sedimentos descem serra abaixo por
rastejamento (Fig. 8C).
6. CONCLUSÃO
No decorrer da atividade pratica, observa-se que parte dos problemas ambientais que
afetam o município de Santarém se deu devido o crescimento populacional desordenado e,
falta de programas sociais que integrem essas pessoas, gerando consequentemente, à
implantação de moradias em áreas não apropriadas. Isto está atrelado devido à falta de
infraestrutura e saneamento básico, que trouxe além dos riscos de deslizamento de terra, o
assoreamento e poluição dos meios aquíferos. Os órgãos públicos deveriam realizar visitas e
monitoramentos dos principais locais com risco de acidentes principalmente naqueles
classificados R4 alto risco, dessa forma, pode-se evitar tragédias com famílias daqueles locais.
O igarapé do Irurá por ser um canal que abrange grande parte dos pontos analisados é
um dos mais atingidos com a poluição e carreamento de areia provindo, principalmente, em
época de chuvas intensas.
A estação de tratamento de esgoto atue 24h, além de realizar reflorestamento nas áreas
de serra onde tem-se grande risco de deslizamento de terra, medidas estas que poderiam
remediar alguns possíveis problemas encontrados.
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REFERÊNCIAS

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