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Aula 02

(Exclusivamente em
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PM-AM - História e Geografia do
Amazonas - 2021 (Pós-Edital)

Autor:
Sergio Henrique

22 de Dezembro de 2021

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Sergio Henrique
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SUMÁRIO

00. Bate Papo Inicial ....................................................................................................... 2


1. A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas: Características e Potencialidades ..................... 3
2. O Domínio Geomorfológico ........................................................................................ 6
3. Transportes do Estado do Amazonas: Rodoviário, Aeroviário, Fluviais .........................10
4. Ecologia: Impactos ambientais, Reservas e Parques Ecológicos ...................................16
5. O Ecossistema e as Questões Ambientais na Amazônia Brasileira ................................19
5.1. Solos..................................................................................................................................... 23
6. Geopolítica da Amazônia e a Integração do Estado nos níveis Nacional e Internacional24
6.1. A Sudam ............................................................................................................................... 25
6.2. A Suframa ............................................................................................................................ 27
6.3. A BR-364 .............................................................................................................................. 27
6.4. Expansão da Fronteira Agrícola ............................................................................................ 28
6.5. Urbanização ......................................................................................................................... 31
6.6. Geopolítica Amazônica ......................................................................................................... 32
6.7. A Amazônia e o Desenvolvimento Sustentável ..................................................................... 34
6.8. A Economia Florestal ............................................................................................................ 36
7. Atributos Socioculturais e a Identidade Amazônica.....................................................37
8. Orientações de Estudo (Checklist) e Pontos a Destacar ...............................................40
9. Questionário de Revisão ............................................................................................53
Questionário - Somente Perguntas.............................................................................................. 53
Questionário - Perguntas e Respostas ......................................................................................... 54
10. Exercícios ................................................................................................................62
11. Considerações Finais ...............................................................................................86

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00. BATE PAPO INICIAL


Olá amigo concurseiro. É com muito prazer que os recebo novamente para podermos discutir
um pouco de geografia e desvelarmos de forma objetiva os principais tópicos para concursos. O
curso passará por mudanças ao longo do tempo. Sempre estaremos em atualização. Este curso foi
totalmente orientado pelo nosso mestre, professor Leandro Signori. Eu os acompanharei em todas
as dúvidas no fórum e em alguns resumos e dicas de história, que ao longo do curso publicarei.
Contem comigo a todo o momento. Vamos começar então o nosso trabalho, vamos lá.

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1. A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS: CARACTERÍSTICAS E


POTENCIALIDADES
A hidrografia é uma das características mais marcantes da região, que apresenta a maior bacia
hidrográfica do planeta: a Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas, ou somente Bacia Amazônica. Essa
imensa rede hidrográfica só é possível devido à intensa evapotranspiração da floresta amazônica e
o clima equatorial, com chuvas em quase todos os dias do ano.

A Bacia Amazônica abrange terras do Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e
Bolívia. Seu principal rio é o Amazonas, cuja nascente localiza-se nos Andes peruanos. Recebe vários
nomes em seu trajeto rumo ao Brasil: ao entrar em território brasileiro, é chamado de Solimões, e
somente na confluência com o Rio Negro é que recebe o nome de Amazonas. Outros rios
importantes dessa bacia são: Juruá, Tefé, Purus, Madeira, Negro e Branco.
O Amazonas é o rio mais extenso (6.992 km no total) e de maior volume de água do planeta.
Sua vazão média é de cerca de 132 mil m3/s e representa cerca de 18% da água doce que todos os

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rios do planeta lançam no oceano. Esse fato é explicado pela presença de afluentes nos dois
hemisférios (norte e sul), o que permite dupla captação das cheias de verão.
A bacia hidrográfica drena 56% do território brasileiro (3,8 milhões de km²). Ao atingirem as
terras baixas, os rios tornam-se navegáveis. O rio Amazonas, que corre no centro da planície, é
inteiramente navegável. Em território brasileiro, da divisa com o Peru até a foz, o rio Amazonas
percorre mais de 3 mil km e tem uma variação altimétrica de apenas 65 metros. Os afluentes do rio
Amazonas nascem, em sua maioria, no planalto das Guianas e no planalto Central.
O Rio Amazonas é o segundo rio mais extenso do mundo (cerca de 7 mil km de extensão) e o
maior em volume de água. É um rio de planície com baixo declividade que possui grande potencial
de navegação. O local apresenta mais de 20 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis e ainda, o
maior potencial de geração de energia hidrelétrica do Brasil.
Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz respeito à construção
de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o potencial hídrico da bacia Amazônica. Na bacia,
está o maior potencial hidrelétrico não instalado do país (o maior potencial hidrelétrico instalado
está na Bacia do Paraná).
No Rio Madeira, em Rondônia, foram construídas as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.
No rio Xingu, no Pará, está em construção Belo Monte. Quando totalmente concluída, terá
capacidade instalada para gerar 11,2 mil megawatts, será a segunda maior do país. Entidades
ambientalistas temem os prováveis impactos sobre os ecossistemas amazônicos, as comunidades
ribeirinhas e locais e aos indígenas que vivem na região.
A região Amazônica apresenta um relevo relativamente plano e o clima equatorial (uma vez
que está próximo da Linha Equador), com elevadas temperaturas e alto índice pluviométrico, de
forma que apresenta chuvas em quase todos os meses do ano.
De tal maneira, os rios possuem dois períodos: um de cheia e outro menor, de seca (estiagem). Com
frequência, a mata do local é inundada sazonalmente pelos rios que a compõem, o qual passa a ser
denominado de Mata de Igapó.
O Rio Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no Peru. Possui 6.868 km, sendo que 3.165
km estão em território brasileiro. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m³/s e 290.000 m³/s na
estação de chuvas. É um rio típico de planície, ele e muitos de seus afluentes são navegáveis, o que
é muito importante para a população da Amazônia, que se serve do rio como meio de locomoção.
O rio é divido em três partes:
✓ ainda nos países andinos, é chamado de rio Marañón;
✓ ao entrar no Brasil, é chamado de rio Solimões;
✓ ao receber as águas do rio Negro passa a ser chamado de rio Amazonas.

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A largura média do rio Amazonas é de aproximadamente 5 quilômetros. Em alguns lugares,


de uma margem é impossível ver a margem oposta, por causa da curvatura da superfície terrestre.
No ponto onde o rio mais se contrai – o chamado “Estreito de Óbidos” – a largura diminui para 1,5
quilômetro e a profundidade chega a 100 metros.
As terras amazônicas, como se disse, formam uma planície no sentido atual da palavra, ou
seja, um território formado pela sedimentação. Ao norte e ao sul essa planície é limitada pelos
escudos das Guianas e Brasileiro, respectivamente.
Uma divisão elementar das terras da bacia amazônica permite classificá-las em:
✓ Igapó: terras muito próximas aos rios onde está sempre alagado apresentando árvores
não muito altas e rica em espécies vegetais;
✓ Várzeas: terras próximas ao rio, que são inundadas pelas enchentes anuais, ou mesmo
diariamente;
✓ Terras firmes: nunca são alagadas pelas enchentes.
Em razão dos rios serem caudalosos, a Bacia Amazônica é muito rica em volume de água,
aspecto que resulta em um enorme potencial de produção de energia elétrica (é a maior do país
com essa característica). Outro potencial extremamente importante da bacia é a navegação. A Bacia
Amazônica encontra-se estabelecida na planície Amazônica, portanto o relevo é plano, condição
essa que permite que quase todos os rios que integram a bacia, inclusive o Amazonas, sejam
navegáveis.
O transporte hidroviário é muito importante para a população nortista. Há muito tempo, toda
hidrografia da região Norte foi usada como via de acesso a essa porção do espaço brasileiro, até
porque em muitos casos outra forma de transporte não seria viável. Tal fato não ocorreu somente
no passado, pois atualmente os rios ainda são os principais meios de deslocamento e comunicação.

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2. O DOMÍNIO GEOMORFOLÓGICO
A geomorfologia é a área da geografia que estuda as formas do relevo da superfície terrestre,
sua origem e seus processos de transformação.
O relevo da região possui uma grande diversidade de formas, com planícies, planaltos e
depressões. Entretanto, ele é na sua maioria, de baixa altitude, predominam as planícies e as
depressões.

✓ Planaltos - superfícies mais ou menos planas, nas quais os processos de erosão predominam
e superam os de sedimentação. Situam-se normalmente acima de 200 metros, podendo
ultrapassar os 2 mil metros de altitude. Podem estar assentados em estruturas cristalinas ou
em estruturas sedimentares.
✓ Planícies - superfícies pouco acidentadas, mais ou menos planas, geralmente situadas a
poucos metros do nível do mar, embora possam ocorrer em altitudes maiores. Nessas áreas,
os processos de deposição de sedimentos superam os processos de erosão. Por serem
formados pelo acumulo contínuo de sedimentos, as planícies são formas de relevo
relativamente recentes.
✓ Depressão - relevo aplainado, rebaixado em relação ao seu entorno; nele predominam
processos erosivos.

A classificação do relevo brasileiro mais sistematizada foi feita pelo geógrafo Jurandyr
Ross. É nessa classificação que nos basearemos para compreender o relevo amazônico. A
seguir, veja o mapa que classifica o relevo brasileiro. Mas não se desespere, vamos estudar
apenas a região amazônica:

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Repare que no mapa há uma linha vermelha A-B. Ela representa um perfil topográfico
representado na figura abaixo:

No extremo norte estão presentes alguns pequenos planaltos, os Planaltos Residuais Norte-
Amazônicos (representados pelo número 5), também chamado de Planalto das Guianas. Pequenos
somente em extensão, pois aqui, no ponto mais setentrional do país, encontram-se os picos mais
altos do Brasil, como o Pico da Neblina (2.995 metros) e o Pico 31 de Março (2.974 metros). Esse
compartimento do relevo tem origem muito antiga, relacionada a movimentos tectônicos que o
soergueram. Desde então, vem sofrendo constante processo erosivo.
A Depressão Marginal Norte-Amazônica (representada pelo número 13) está localizada
entre os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, ao norte, e a Depressão da Amazônia Ocidental e o
Planalto da Amazônia Oriental, ao sul. Sua altitude oscila entre 200 e 300 metros.
Já a Depressão da Amazônia Ocidental (representada pelo número 12) limita-se com as
depressões Norte-Amazônica e Sul-Amazônica, sendo cortada, assim como o Planalto da Amazônia
Oriental, pela Planície do Rio Amazonas. Possui terrenos baixos, com altitudes inferiores a 200
metros, com topos planos sustentados principalmente por rochas sedimentares.
No centro dessa grande região, está a grandiosa Planície do rio Amazonas, que com seu
grande volume de água está constantemente erodindo o relevo da planície, formando as planícies
fluviais, caracterizadas por uma grande deposição de sedimentos provenientes dos rios e das áreas
mais altas.
O número 1 representa o Planalto da Amazônia Oriental, que é cortado ao meio pela Planície
do rio Amazonas. Estende-se de Manaus até o oceano Atlântico e constitui os limites norte e sul da
Bacia Amazônica. Esse planalto apresenta altitudes bem menores do que o Planalto da Amazônia
Oriental, com uma altitude média de 400 metros, recoberto por mata densa, onde se desenvolvem
árvores como a seringueira e o cacaueiro. Apresenta topos arredondados, onde se encontram alguns
morros residuais de topo plano.
No sul da região, afloram mais alguns planaltos, os Planaltos Residuais Sul-Amazônicos. Parte
dessa formação está no estado de Rondônia, junto com o os Planaltos e Chapada dos Parecis
(representado pelo número 4).

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A Planície do rio Araguaia (representada pelo número 24) também faz parte da região, pois
além de abranger o estado do Tocantins, o Araguaia é um afluente do Amazonas. É uma região plana,
com altitudes de até 200 metros, constituída por sedimentos recentes. A vegetação predominante
é de cerrados abertos e campos limpos.
É necessário dizer que 95% das terras amazônicas são terras baixas, ora semiplanas, ora semi-
onduladas, formando um vastíssimo conjunto de colinas. O Amazonas começa no encontro das
águas e vai até o golfão Marajoara; o Solimões à montante, até a fronteira com outros países. A
somatória de todas as planícies aluviais embutidas nas colinas abrange de 3 a 5% do espaço total
amazônico. Isso quer dizer que 95% dos espaços regionais ou são colinas ou – no caso do planalto
das Guianas e do planalto brasileiro setentrional (área designada pelo professor Keneth Kaster como
Austro-Brasília) – são de baixos platôs, morros e cerranias interfluviais extensivamente recobertas
por densas florestas biodiversas, onde ocorrem maciços bem individualizados, com florestas no
entorno e cimeiras campestres localizadas (caso da Serra dos Carajás), áreas mais enrugadas, regiões
de morros e pequenas serras interfluviais, em geral florestadas.
Dentro desse conjunto de colinas, morros florestados em rochas cristalinas decompostas e
de eventuais serras com topo plano, às vezes, como é o caso dos Carajás, representam uma
velhíssima superfície de aplainamento, onde ocorrem redutos de campestres como: catassias,
bromélias e vegetação campestre metalogênica. Por que metalogênica? Porque ali a crosta
superficial de mineral de ferro é tão espessa que impediu a penetração das florestas tropicais.
Quando um rio qualquer sai da serra e consegue escavar essas crostas, acontecem duas
coisas: ou se formam pequenos lagos de cimeira, por causa da dificuldade de trânsito das águas, ou
florestas de galerias que, lateralmente, parecem com as do Brasil central porque também têm
veredas de campestres. As florestas de galerias caminham no meio dos campestres até chegar no
bordo da serra, onde a floresta está presente em todas as encostas.
Também queria dizer que a razão de ser dessa fertilidade excepcional da planície, apesar dos
dédalos dos lagos, está relacionada com o trânsito dos sedimentos que vêm desde os Andes ou pré-
Andes, atravessando várias regiões de formações geológicas, sedimentares etc., e depois vão
correndo e acrescentando os sedimentos de formação, retirados das pequenas barreiras, que, no
caso, seriam falésias fluviais, de onde eram retiradas argilas e areias, que vão se misturando aos
sedimentos que vêm de longe através de um complexo processo de comércio de sedimentação
aluvial. Isso foi bem estudado e bem exposto pelo professor Wolfgang Junk, que é um dos grandes
estudiosos da Amazônia.
Existe uma grande diferença entre os solos das planícies de rios afluentes e o conjunto de
solos da faixa aluvial Solimões-Amazonas. Na realidade, os mais ricos solos de toda a Amazônia, que
se destacam em relação aos imensos setores de solos mais pobres, constituem uma grande exceção.
Convém lembrar que, apesar dos mosaicos de lagos, furos, igarapés e paranás-mirins, foi essa

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planície aluvial extensa o primeiro conjunto de solos úteis para as populações amazônicas
tradicionais, por meio de cultivo tipo vazante, criação de gado bovino e pesca em todas as correntes
e massas fluviais. Lembro que alguns técnicos mal preparados para entender a importância popular
das chamadas várzeas amazônicas, em termos de sobrevivência de populações ribeirinhas,
pressionavam empresários e governantes para fazer grandiosas plantações de arroz no espaço total
das planícies. Uma proposta que demonstra uma lamentável falta de compromisso com o social
regional.
Embutido em vastas áreas de tabuleiros ondulados e baixos platôs, o curso d'água do
Solimões-Amazonas, através de seus transbordes atuais e subatuais, conforma uma planície aluvial
de 15 a 20 km de largura, em média, sendo que o grande rio apresenta, ele próprio, uma largura de
4 a 5 km, de forma que entre a largura do rio e a extensão lateral das planícies existe uma relação
de apenas um para quatro, ou, eventualmente, um para seis. Portanto, aquilo que o povo da
Amazônia chama de várzea, não é tão largo e tampouco homogêneo devido ao dédalo de lagoas,
furos, igarapés e paranás-mirins.
Convém registrar que a cachoeira de Santo Antônio, entre o baixo e o médio Jarí, é um ponto
de uma fall line menos visível em rios afluentes provindos do Planalto das Guianas. E, além disso,
que São Gabriel da Cachoeira, no médio-alto vale do rio Negro, constituiu outro ponto de fall
lines dos rios afluentes da margem esquerda do Solimões-Amazonas.
No que concerne às terras firmes, a qualidade do solo para fins de atividades agrárias e
agropecuárias é muito diferente. O solo foi formado por uma evolução integrada da floresta e de
todos os seus componentes: os herbáceos, os subarbustivos e as grandes árvores etc. De tal maneira
que o solo que a floresta engendrou não tem nada a ver com o solo que os agricultores pensam que
vão encontrar quando devastam as florestas e queimam as toras para tentar fazer alguma
agricultura. Nunca deu certo a agricultura extensiva, então os proprietários de terra entraram no
domínio da agropecuária e, sobretudo, da pecuária mesmo. E isso é um problema muito sério
porque os proprietários que compraram terras por preços aviltadíssimos na Amazônia dizem
sempre: "agora a terra é minha e eu faço com ela o que quiser e quando quiser". Esse é o grande
dilema da Amazônia em relação à destruição da cobertura vegetal para atividades ditas
agropecuárias. (Ab’Sáber. 2005)

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3. TRANSPORTES DO ESTADO DO AMAZONAS: RODOVIÁRIO, AEROVIÁRIO,


FLUVIAIS

“O fato de a densidade demográfica do estado do Amazonas ser baixa, aproximadamente


2,21 habitantes por km² em 2010 (IBGE, 2010), e de muitos dos municípios e das suas
localidades possuírem precárias ligações de infraestrutura de transporte – que vão desde as
rodovias mal conservadas ou de sua inexistência, hidrovias intermitentes e sujeitas às
sazonalidades dos rios e pistas de pouso ou aeroportos sem adequados instrumentos para
voos –, representam obstáculos para o cumprimento das políticas públicas voltadas à
promoção do desenvolvimento regional, para o incremento da divisão territorial do
trabalho, e para a plena circulação da produção, mercadorias e das pessoas.”
SILVA, Ronaldo Sérgio da; SILVEIRA, Rogério Leandro Lima da. Meios de transporte e desenvolvimento regional no estado do Amazonas: uma
análise das microrregiões geográficas do Madeira e do Purus. Novos Cadernos Naea, v. 15, n. 2, p.1-44, 11 mar. 2013.
http://dx.doi.org/10.5801/ncn.v15i2.655.

Quando a construção de Brasília começou a se consolidar, no segundo semestre de 1958, o


presidente Juscelino Kubitschek chamou o engenheiro agrônomo Bernardo Sayão, do Ministério da
Agricultura, e lhe propôs comandar a construção de uma estrada que cortasse o Cerrado, “arrombar
a selva e unir o país de norte a sul”, substituindo o longo caminho marítimo que sempre ligara as
duas regiões do país. À frente de milhares de operários, Sayão venceu o Cerrado e selvas na frente
sul da construção, que se iniciou em Brasília, enquanto Waldir Bouhid, médico sanitarista paraense,
abriu florestas ao norte com outro batalhão de trabalhadores, vindo de Belém. Os dois se
encontrariam no início de 1959, num ponto intermediário do caminho, fechando a ligação de Brasília
(DF) a Belém (PA). De outro lado, a abertura da então BR-29, que hoje é a BR-364, foi um novo
desafio que o país hoje deve a JK. Tanto isso é reconhecido que, através da Lei 8.733, de 25 de
novembro de 1993, o então presidente Itamar Franco deu a denominação de “Presidente Juscelino
Kubitschek de Oliveira” à rodovia BR-364.
As microrregiões do Madeira e do Purus, como parte da história construída pelos homens e
palco dos diversos arranjos institucionais, foram contempladas com a construção das rodovias BR-
319, BR-317, BR-230 (Transamazônica) que, em conjunto com algumas rodovias estaduais (AM-364
e AM-356), interligam cerca de 60% das sedes municipais do estado do Amazonas com a capital,
Manaus, e com o restante do país, constituindo-se na área amazônica mais bem servida por estradas
de rodagem. Estes objetos (rodovias) surgiram no território com o advento de diversos planos
governamentais, dentre eles, o de Integração Nacional (IBGE, 1991).

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No Brasil, projetos oficiais e privados de colonização, ao longo das décadas de 1970 e 1980,
principalmente, redefiniram o uso social do território, reorganizando-o, em especial na Amazônia. O
assentamento de famílias é uma das variáveis que expressam essa redefinição.
As primeiras penetrações pelo rio Madeira datam nos registros de 1637, quando da expedição
de Pedro Teixeira, ligando Belém do Pará a Quito, no Equador. Habitavam na região, primitivamente,
os índios: Toras, Barés, Muras, Urupás, Araras e outros.
Em meados do século XIX, a Freguesia de Nossa Senhora do Bem de Humaitá foi fundada pelo
comendador José Francisco Monteiro. Humaitá tornou-se o mais importante centro urbano da
microrregião, em virtude de sua localização geográfica, em meio a um entroncamento rodo-fluvial
formado pelas rodovias BR-319 (trecho Porto Velho-Manaus), BR-230 (Transamazônica) e pelo rio
Madeira. A cidade dispõe dos principais serviços urbanos.
A criação do município de Apuí, em 1988, que fica às margens da Transamazônica (BR-230),
“representou uma tentativa de expansão da atividade agrícola, mas a possibilidade de transporte e
a irregularidade de tráfego e as grandes distâncias para atingir os centros consumidores
transformaram a agricultura em modesta expressão econômica”, embora seja a segunda área
produtora do estado.
O acesso aos municípios da microrregião do Madeira se faz por via fluvial, rodoviária e aérea.
A distância em linha reta da sede dos municípios à capital, Manaus, é: Apuí, 460 km; Borba, 150 km;
Humaitá, 580 km; Manicoré, 333 km; e Novo Aripuanã, 255 km. Por via fluvial, a distância é: Borba,
215 km; Humaitá, 959 km; Manicoré, 421 km; e Novo Aripuanã, 300 km. O município de Apuí não
possui ligação fluvial – e sim rodoviária, através do uso das BR-230 e 319.
A microrregião do Madeira tem uma área de 221.036,6 km², ocupando 14,07 % do estado do
Amazonas. Seus municípios são: Apuí, Borba, Humaitá, Manicoré e o município de Novo Aripuanã
(SEPLAN-AM, 2009).
Até a metade da década de 1980, conforme IBGE (1991), a coleta da borracha, da madeira e
da castanha-do-pará ainda prevalecia; e só mais recentemente a economia local se modificou,
apoiando-se não apenas no extrativismo vegetal, mas também na extração de ouro e de cassiterita,
na regularização da pesca em colônia, no estabelecimento das fazendas de gado nos antigos
seringais e no surgimento dos cultivos de café, arroz e soja. Estes são apenas alguns exemplos da
nova dinâmica da região, que faz de Porto Velho um centro importante, com forte influência regional
e com estreita relação com as microrregiões selecionadas.
As articulações através das rodovias beneficiaram as microrregiões do Madeira e do Purus
com a construção da BR-319. A articulação das microrregiões se completa com todos os modais
possíveis para a região – as hidrovias, as rodovias e as aerovias. As aerovias, com as linhas aéreas

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regionais, interligam as suas sedes municipais às cidades de Porto Velho e de Manaus e, através
destas, com as demais regiões do país.
Enquanto o Vale do rio Madeira dispõe da via rodoviária e da via fluvial para as suas
comunicações com o estado e com o país, o Vale do rio Purus ainda tem na via fluvial o principal
meio de comunicação, embora em ambas as microrregiões existam ligações por linhas aéreas
regionais, mas tal transporte é restrito, devido ao alto custo de suas tarifas.
A construção de rodovias no estado do Amazonas se realizou principalmente nas
microrregiões geográficas do Madeira e do Purus, em maiores extensões; em outras microrregiões
em menor extensão; e em algumas nem foram contempladas.
A Rodovia Belém-Brasília é um vetor oriental de ocupação, que se estruturou a partir da
década de 1960. Nas décadas seguintes, uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de
intensa modificação das paisagens naturais, organizou-se em torno do vetor oriental. A Rodovia
Belém-Brasília é um conjunto formado por onze rodovias federais do Brasil, que ligam a capital do
país, Brasília, à capital do Pará, Belém. A chamada Rodovia Belém-Brasília passa pelos Estados de
Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. Ela é uma área de fluxo que interliga diversas regiões do país.
A Rodovia Brasília-Acre é um vetor ocidental de ocupação estruturou-se a partir da década de
1970. A colonização agrícola impulsionada por imigrantes do Centro- Sul originou dezenas de
núcleos urbanos, dando origem a uma rede urbana original, complexa e diferenciada.
Já a Rodovia Cuiabá-Santarém liga a capital do Estado do Mato Grosso e a cidade portuária
Santarém, no Pará. A Rodovia Cuiabá-Santarém atravessa uma das regiões mais ricas do país em
recursos naturais e potencial econômico.
A seguir, vamos listar algumas das principais rodovias do Estado do Amazonas:
✓ A BR-230, também conhecida como Rodovia Transamazônica, é uma rodovia federal
transversal do Brasil, com extensão de 5 662,60 quilômetros (incluindo os trechos não
construídos), sendo a maior rodovia do país. Foi criada durante o governo do presidente
Emílio Garrastazu Médici (1969 a 1974), sendo uma das obras inacabadas devido às suas
proporções enormes, realizadas durante o período da ditadura militar. Ao extremo leste
(na região Nordeste), se inicia na cidade de Cabedelo, no estado da Paraíba; enquanto
que ao extremo oeste (na região Norte), se inicia na cidade de Lábrea, no estado do
Amazonas.

✓ A BR-319, oficialmente Rodovia Álvaro Maia, mais conhecida como Rodovia Manaus–
Porto Velho, é uma rodovia federal diagonal brasileira que inicia no município de Manaus,
capital do Amazonas, e finaliza em Porto Velho, capital de Rondônia. Com 885
quilômetros, é a única ligação rodoviária dos estados do Amazonas e de Roraima com o
restante do Brasil.

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✓ A BR-174, também conhecida por Manaus–Boa Vista, é uma rodovia longitudinal que
interliga os estados brasileiros de Mato Grosso, Rondônia, Amazonas e Roraima à
Venezuela. Planejada originalmente para facilitar a ligação da Fronteira Brasil–Venezuela
com o restante do Brasil, estava previsto, no antigo Plano Nacional de Rodovias, que a
BR-174 se estenderia por 3.319,90 quilômetros. Contudo, até hoje vários trechos da
rodovia sequer existem e os que chegaram a ser abertos estão sem pavimentação até os
dias atuais ou correm concomitante com outras estradas federais e estaduais.
Considerando apenas os trechos existentes oficialmente, a rodovia possui 1 902
quilômetros.

✓ A Rodovia Torquato Tapajós ou Deputado Vital de Mendonça (AM-010) é uma rodovia


do estado do Amazonas. Ela liga os municípios de Manaus, Rio Preto da Eva e Itacoatiara,
em um total de 250 quilômetros de extensão.

✓ A Rodovia Manoel Urbano (AM-070) é uma rodovia do estado do Amazonas. Com 93


quilômetros de extensão, possui 3 pontes, entre elas a Ponte Jornalista Phelippe Daou,
ligando os municípios de Manaus, Iranduba e Manacapuru. A AM-070 é fundamental na
integração da Região Metropolitana de Manaus.

No Amazonas, o que se vê é que a utilização da hidrovia (rota por tráfego aquático) está cada
vez mais incrementada, tanto na otimização das embarcações e sinalizações dos rios, quanto na
tecnologia e melhoramento dos portos do interior do estado. Os rios também permitem o
transporte rodoviário/fluvial, onde os semirreboques de cargas naveguem sobre balsas. As cargas
também podem ser transportadas sobre o convés e nos porões das balsas – cargas sólidas e líquidas,
respectivamente. Uma modalidade que persiste nos rios do Amazonas são os armazéns flutuantes,
com capacidade de carga de 28.000 toneladas, em comboios de 12 balsas. Em Manaus pode-se
observar a intermodalidade fluvial e marítima.
As condições naturais, especialmente a grande extensão de vias navegáveis, fazem com que
o transporte hidroviário seja tomado como ponto de referência básico para organização da rede de
transportes da Amazônia.
As velocidades dos transportes estão diretamente relacionadas ao sentir as agruras do espaço
a ser percorrido e, também, quanto mais lento é o transporte, mais se percebe o sofrimento e as
necessidades da população. Como os tomadores de decisões se deslocam em altas velocidades, via
área ou em lanchas “voadoras”, supomos que não percebem as verdadeiras necessidades da
população e as melhorias por elas exigidas não são tidas como reais, pois estes não são
conhecedores do espaço vivido.

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As enormes distâncias das áreas de produção aos centros consumidores provocam


desperdício da produção, que chega a estragar; e também desmotivam os agricultores a ampliarem
as suas roças.
Outro fator atraente do modal hidroviário é o preço dos fretes e das passagens, o baixo valor
de manutenção das embarcações e das vias, enquanto as rodovias, que sofrem com as intempéries
e desgastes associados à circulação dos veículos, logicamente necessitam de uma maior
manutenção, redundando, assim, em mais gastos.
No Amazonas, o transporte aéreo é, em tese, complementar ao transporte fluvial, mas
geralmente é o único modo de transporte permanentemente utilizável no território, por não sofrer
as influências sazonais que sofrem alguns rios em sua perenidade.
As construções dos aeroportos no estado do Amazonas foram influenciadas pelos rios, e
eles estão sempre próximos dos mesmos.
Assim, as demais modalidades de transporte são chamadas a integrar-se com o sistema
hidroviário e a complementá-lo. Como exemplo, podemos citar o transporte de soja, que parte do
Norte de Mato Grosso, entra no Amazonas e segue destinos internacionais. Além das opções
exclusivas, existe a intermodalidade, mesclando-se o transporte terrestre com o fluvial e, em alguns
casos, com o aéreo. Considerando que nenhum dos modais possui condições adequadas de trânsito,
a escolha tende a levar em consideração todos os custos socioeconômicos ambientais envolvidos no
processo de adequação das vias.
O transporte aéreo demanda os maiores custos operacionais e apresenta elevado consumo
de combustíveis, que varia conforme o porte da aeronave, depende das condições atmosféricas e
causa poluição atmosférica e sonora.
Em relação às aerovias (rota por tráfego aéreo), apesar de existirem várias cobrindo todo o
estado, alguns municípios são atendidos sistematicamente pelas companhias aéreas; e os demais,
por aviões da Força Aérea, com finalidades específicas e não regulares.
No Amazonas, as grandes distâncias que separam os centros urbanos entre si e também da
capital, aliadas à carência de infraestrutura adequada de transporte nos três modais que são
possíveis no Estado: aeroviário, rodoviário e o fluvial, permitem aos agentes que disputam esse
mercado tomarem decisões que impactam sobre a vida dos que deles se utilizam, sem se preocupar
com suas consequências. Nos três modais, observamos que os interesses dos proprietários dos
meios de transportes acabam por determinar a criação e extinção de linhas, a mudança de horários
e de itinerários, e, na maioria das vezes, a priorização do transporte de cargas ao de pessoas. Esses
agentes priorizam também o atendimento a certos centros urbanos em detrimentos de outros,
como constatado durante a pesquisa sobre a utilização dos aeroportos do estado do Amazonas.

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Os aeroportos dos municípios que integram as microrregiões selecionadas são raramente


utilizados pela população em geral, pois praticam preços proibitivos, e quando são utilizados,
atendem aos governos municipal, estadual e federal.
Assim, podemos dizer que não existe uma rede de transporte que esteja efetivamente em
uso nas microrregiões, e sim uma utilização maciça do modal hidroviário para o atendimento das
infinitas necessidades da população. (Silva, 2012)

Rede Territorial: transportes e circulação de soja Amazônia Meridional (RO e MT). Fonte: SILVA (2013 e 2009) Disponível em:
<https://journals.openedition.org/confins/9949?gathStatIcon=true&lang=pt>

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4. ECOLOGIA: IMPACTOS AMBIENTAIS, RESERVAS E PARQUES ECOLÓGICOS


Atualmente, uma das grandes discussões acerca da questão ambiental no Brasil é a
modificação do Código Florestal. São grandes as controvérsias entre ambientalistas e ruralistas na
construção de um modelo coerente de desenvolvimento sustentável. Um dos pontos mais discutidos
é a questão das chamadas “reservas legais” nos diferentes ecossistemas brasileiros.
Segundo o art. 3º do Código Florestal, uma reserva legal é uma área localizada no interior de
uma propriedade ou posse rural, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável
dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos
ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa. No caso de região amazônica, 80% da propriedade rural deve ser
preservada. E a porcentagem de 35% diz respeito a propriedades situadas em áreas de Cerrado na
Amazônia Legal, sendo no mínimo 20% na propriedade e 15% na forma de compensação ambiental
em outra área, porém na mesma microbacia.
Atualmente, a possibilidade de maior impacto no ecossistema amazônico ocorre pela a
construção de novas usinas hidroelétricas. Isso porque as usinas hidroelétricas não são
consideradas uma fonte 100% limpa de produção de energia, pois as barragens construídas para o
estoque de água a ser usado nas usinas destroem regiões inteiras, alagando a flora, a fauna e até
submergindo cidades por completo.
A biopirataria na Amazônia é um grande problema ecológico enfrentado. Os biopiratas
coletam ilegalmente da floresta Amazônica mudas de plantas nativas, animais, micro-organismos e
fungos que saem do país disfarçadamente pelos portos e por aeroportos. Os produtos da floresta
são vendidos para laboratórios ou colecionadores que os patenteiam. Segundo a CPI da biopirataria,
o tráfico de animais e de plantas movimenta anualmente US$ 1 bilhão, aproximadamente. O
principal prejuízo é a possível extinção das espécies animais e vegetais traficadas, por falta de
controle e reposição.
Vale dizer ainda que a biopirataria não é apenas o contrabando de diversas formas de vida da
flora e fauna, mas principalmente a apropriação e monopolização dos conhecimentos das
populações tradicionais no que se refere ao uso dos recursos naturais. Ainda existe o fato de que
estas populações estão perdendo o controle sobre esses recursos. Este conhecimento, portanto, é
coletivo, e não simplesmente uma mercadoria que se pode comercializar como qualquer objeto no
mercado. Porém, nos últimos anos, através do avanço da biotecnologia, da facilidade de se registrar
marcas e patentes em âmbito internacional, bem como dos acordos internacionais sobre
propriedade intelectual, tais como TRIPs, as possibilidades de tal exploração se multiplicaram.
Na primeira década do século XXI, a geógrafa Bertha Becker, em um artigo intitulado
Geopolítica da Amazônia (2005), afirmou que a “Amazônia não deveria mais ser vista apenas como

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uma área de expansão da fronteira móvel, mas como uma região em si, em razão dos avanços
econômicos, sociais e políticos observados nas últimas décadas.” A criação de unidades de
conservação e a demarcação de terras indígenas ampliaram consideravelmente as áreas protegidas
do território amazônico. A sociedade civil passou a ser um ator fundamental especialmente pelas
suas reivindicações de cidadania, , como no caso das populações indígenas e quilombolas, influindo,
inclusive, no desenvolvimento urbano, de modo pontual na região da Zona Franca de Manaus.
A atuação da FUNAI com a demarcação de terras indígenas também, de modo que ampliaram
consideravelmente as áreas protegidas do território amazônico. De outro lado, nas últimas décadas
também se viu a expansão do plantio de soja e a melhoria das pastagens e dos rebanhos
concorreram para a consolidação do povoamento no chamado Arco de Fogo.
Cabe ainda enfatizar que o maior patrimônio desta floresta tropical úmida é a sua
biodiversidade. Cerca de 50% do patrimônio genético da humanidade encontra-se na Amazônia,
abrigando cerca de 80 mil espécies de plantas e cerca de 30 milhões de espécies animais, talvez 0
maior patrimônio biológico do planeta, segundo Paul A. Aolinvaux (in "The Past and Future Amazon",
"Scientific American", maio 1989, p.102).
Todavia, há que se levar em consideração que nem todas as partes estão igualmente providas
dos mesmos meios, e dessa forma todo o desafio esta em garantir direitos iguais entre desiguais. No
caso da Amazônia, por exemplo, temos desde comunidades indígenas e extrativistas e grandes
grupos monopolísticos nacionais e multinacionais com estratégias diferenciadas pela apropriação da
sua enorme riqueza mineral e genética (biodiversidade). Tanto os povos indígenas, como os
ribeirinhos e extrativistas, extraem da floresta uma serie de frutas traduzidas numa rica culinária e
farmacologia num manejo florestal sustentado que precisa ser levado em consideração, sobretudo
num momento onde e enorme o interesse sobre a área pelos grandes monopólios nacionais e
internacionais da madeira face à devastação que se abate na floresta tropical da Ásia (Malásia,
sobretudo) e da África (Zaire sobretudo). A pobreza genética dos principais países industrializados
se deve a uma pratica que muito tem a ver com a logica capitalista de ao selecionar as sementes
mais produtivas, simplificar os ecossistemas, homogeneizá-los, e, dessa forma, torna-los mais
vulneráveis aos ataques de pragas. Os agros ecossistemas assim constituídos têm mantido o seu
equilíbrio graças a agroquímica, através de agrotóxicos. Além disso, as praticas da manejo florestal
sustentado, privilegiando espécies de alto valor comercial e, portanto, com simplificac6es e
homogeneização dos sistemas, como é comum nos países nórdicos e no Canada, encontra ai alguma
razão de ser, pois estas áreas apresentavam florestas relativamente homogêneas. Entretanto, a
floresta tropical úmida não pede receber um transplante mecânico destas praticas, sob pena de a
desequilibrarmos. importante ressaltar que mesmo com essas praticas nesses países a demanda de
matéria-prima por parte das industrias de papel e celulose não é satisfeita e dai a pressão sobre as
florestas tropicais. Enfim, o enorme patrimônio da floresta tropical está na sua heterogeneidade - a
biodiversidade - e esta corre sérios riscos pela concepção estreita de manejo florestal sustentado

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que vê a madeira como principal recurso, desconhecendo que manejo florestal sustentado precisa
ser demonstrado empiricamente, sendo necessário para isso um largo tempo que leve em
consideração a reprodução das varias espécies. Sobre isso, convenhamos, o verdadeiro manejo
florestal sustentado é a posta em pratica pelos povos indígenas e demais extrativistas que, mesmo
apos milênios vivendo na região conseguiram trazer ate nós essa floresta tão diversificada. Se
quisermos ir às ultimas consequências com este conceito e necessário que incluamos esses próprios
povos como parte constitutiva dessa floresta e que, por isso, precisam reproduzir-se pois suas
historias, suas culturas fazem parte da vida da floresta. As consequências de uma logica mercantil-
capitalista sobre a floresta é, no mínimo, preocupante quando levamos em consideração a
complexidade do ecossistema amazônico e da vida desses povos. A tendência homogeneizante e
simplificadora do sistema industrial inerente a uma sociedade produtivista encontra na Amazônia
fortes razoes para não ser implementada e devemos reconhecer que o complexo tecnologico-
ideologico industrial que o mundo conhece não se desenvolveu a partir de uma relação com
ecossistemas tropicais cuja dinâmica de equilíbrio é muito diferente daquela existente nos parses
que hoje detém a propriedade das tecnologias de ponta. (Gonçalvez. 1989).

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5. O ECOSSISTEMA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA


A floresta amazônica, também conhecida como floresta equatorial, é o ecossistema
dominante do bioma amazônico. Nele também são encontrados encraves de campos, cerrados e
caatinga.
A formação florestal que predomina é a floresta ombrófila densa, seguida da floresta
ombrófila aberta. As árvores são do tipo latifoliadas (folhas largas e grandes), o que facilita a
evapotranspiração, e perenifólias (tem folhas durante o ano inteiro).
A floresta possui algumas características:
✓ Mata de terra firme: área que nunca inunda, na qual se encontra vegetação de grande
porte, com árvores chegando aos 606metros de altura, como a castanheira-do-pará e o
cedro. O entrelaçamento das copas das árvores forma um dossel que dificulta a
penetração da luz, originando um ambiente sombrio e úmido no interior da floresta.
✓ Mata de várzea: área sujeita a inundações periódicas, com a vegetação de médio porte
raramente ultrapassando os 20 m de altura, como o pau-mulato e a seringueira. Como se
situa entre as matas de igapó e de terra firme, possui características de ambas.
✓ Mata de igapó: desenvolve-se ao longo dos rios, numa área permanentemente alagada.
Em comparação com os outros estratos da floresta é a que possui menor quantidade de
espécies e é constituída por árvores de menor porte, incluindo palmeiras, e plantas
aquáticas, destacando-se a vitória- régia.
✓ Igarapé (pequenos rios que cruzam as florestas de várzeas) - são cursos de água
amazônicos de primeira ou segunda ordem, componentes primários de tributação de rios
pequenos, médios e grandes, sendo que a sua boca serve de porta de acesso às matas.

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Vista de cima, a floresta Amazônica possui a aparência de uma camada contínua de copas
largas, situadas a aproximadamente 30 metros acima do solo. A dificuldade para a entrada de luz
pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia. Pelo
mesmo motivo, a maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das
árvores, entre 30 e 50 metros.
A bacia amazônica é considerada a maior bacia do mundo e compreende uma área de
6.112.000 Km², ocupando cerca de 42 % da superfície do território brasileiro. É formada pelos rios
Amazonas, Solimões, Negro, Xingu, Tapajós, Jurema, Madeira, Purus, Branco, Juruá, Trombetas e
Uatumã e muitos outros.
Estudos sobre o clima têm mostrado que a Amazônia possui grande importância para a
estabilidade ambiental do planeta pelas altíssimas quantidades de carbono fixadas na massa vegetal
2
e pela altíssima quantidade de carbono sequestrada anualmente da atmosfera. Essa massa vegetal
evapora algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera. A
floresta Amazônica é uma das principais reservas de biodiversidade do mundo. Estima-se que
abrigue pelo menos a metade de todas as espécies vivas do planeta.
O desmatamento é o mais grave problema ambiental da Amazônia. Essa degradação se deve
a vários fatores, sendo os mais importantes:
✓ Expansão da pecuária bovina.
✓ Atuação indiscriminada de madeireiras.
✓ Aumento do número de garimpos.
✓ Implantação de grandes projetos econômicos, voltados tanto para atividades
agropecuárias como para mineração.
Outro grande problema da Amazônia, que contribui sobremaneira para o desmatamento, são
as queimadas, que normalmente não são acidentais, mas provocadas por ação humana. Agricultores
e pecuaristas usam o fogo para desmatar grandes áreas a fim de iniciar cultivos e outras atividades.
Os incêndios provocam grandes prejuízos à floresta. A fauna e a flora são imensamente
afetadas. Além disso, o fogo causa emissões de gases estufa, que agravam o aquecimento global.
Entre as consequências atuais e futuras dessa degradação, podemos mencionar:
✓ Menor umidade do ar.
✓ Diminuição do volume de água dos rios da região.
✓ Menor evapotranspiração.
✓ Rebaixamento do nível do lençol freático, por causa da menor retenção de água na
superfície e da maior velocidade de escoamento.
Estima-se que já tenham sido derrubados em torno de 18% da mata original da Floresta
Amazônica. O desmate da Amazônia acontece tanto nas zonas de transição, nas bordas da floresta

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com o Cerrado – região conhecida como Arco do Desmatamento –, quanto no interior da mata,
principalmente no oeste paraense e no entorno da Rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), na Terra do
Meio.
O ritmo da destruição, entre 2008 e 2018, o desmatamento na Amazônia foi 170 vezes mais
rápido do que aquele registrado na Mata Atlântica durante o Brasil Colônia.
Nos últimos anos, o desmatamento vem sofrendo uma queda continuada em função de um
maior sucesso da política de combate ao desmatamento e de usos racional e sustentável do solo e
da riqueza amazônica. Em 2004, chegou a 27.772 Km². Nos anos seguintes, caiu até o seu menor
patamar em 2012. A partir daí, conheceu momentos de alta e de baixa.
Após uma alta nos períodos de 2014/2015 e 2015/2016, o desmatamento na Amazônia caiu
16% entre agosto de 2016 e julho de 2017, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas
d
Espaciais (Inpe). A maior parte do desmatamento ocorreu nos estados do Pará (2.413 km²) e no
Mato Grosso (1.341 km²).

Sem controle, a taxa de desmatamento poderá atingir patamares anuais entre 9.391 km² e
13.789 km² até 2027, se mantida a mesma relação histórica entre rebanho bovino e área total

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desmatada – considerando que a pecuária é um dos principais vetores de desmatamento na


Amazônia. Isso pode elevar o desmatamento a um estado irreversível.
A preservação da Amazônia tem sido tema de preocupação internacional, pois a perda da
vegetação pode modificar a temperatura, o regime de chuvas e o regime de rios de outras regiões,
especialmente o Centro-Oeste e o Sudeste. A perda da biodiversidade também é importante, já que
a variedade de animais e plantas está relacionada à conservação dos ecossistemas.
A maior preocupação diz respeito ao controle do aquecimento global. De um lado, porque
funciona como uma espécie de “filtro” de carbono. Em condições normais, a floresta tem uma
enorme capacidade de retirar pelo processo de fotossíntese, o CO2 da atmosfera, um dos grandes
vilões do aumento da temperatura mundial, e estocá-lo na forma de biomassa.
Por outro lado, a queima e a degradação de biomassa resultante do desmatamento na
5
Amazônia são fatores agravantes do efeito estufa.
Diminuir o desmatamento na Amazônia é um dos focos mais importantes da Política Nacional
de Mudança do Clima (PNMC). O plano objetiva alcançar, até o ano 2020, uma taxa 80% menor que
a média registrada entre 1996 e 2005. Por essa meta, o desmatamento anual não poderá ser
superior a 3.925 quilômetros quadrados. Como se vê, considerando o desmatamento dos últimos
anos, o Brasil está longe de alcançar esse objetivo.
As medidas implementadas entre 2005 e 2012 derrubaram as taxas de desmatamento na
região em cerca de 70% e indicam quais são os elementos necessários para atingir o desmatamento
zero. Entre eles estão os acordos pelo fim do desmatamento pela agropecuária, o aumento da
eficiência da pecuária nas áreas já abertas, a criação de áreas protegidas (Unidades de Conservação
e terras indígenas) e o cumprimento do Código Florestal. Tais políticas, se aplicadas não somente
à Amazônia, mas também a outros biomas, seriam capazes de, antes de
2030, zerar o desmatamento no país.
Para combater o desmatamento, o Poder Público executa programas de fiscalização, de
licenciamento ambiental, de regularização ambiental, de exploração sustentável da floresta, de
criação de unidades de conservação e de homologação de terras indígenas.
A redução do desmatamento associados às queimadas na Amazônia evitou de 400 até 1.700
mortes precoces por doenças respiratórias por ano entre 2001 e 2012, na América Latina. A queda
do desmatamento reduziu a taxa de nascimentos prematuros e de crianças com peso abaixo do
normal.
O grande desafio é o desenvolvimento econômico e social com a manutenção da floresta em
pé. Ou seja, a geração de trabalho, renda e riqueza para a população da Amazônia, por meio da
exploração dos produtos florestais, com o menor desmatamento possível da floresta.

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Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz respeito à construção
de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o potencial hídrico da Bacia Amazônica. No rio
Madeira, em Rondônia, foram construídas as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio. No rio Xingu, no
Pará, já inaugurada, mas ainda em construção, está Belo Monte. Há a previsão de construção de
várias outras hidrelétricas em rios amazônicos.
Movimentos contrários à construção das hidrelétricas temem os impactos sobre os
ecossistemas amazônicos, comunidades ribeirinhas e indígenas da região.
No âmbito governamental podem ser adotados algumas medidas para zerar o desmatamento
da Amazônia, tais como: o fim de subsídio aos desmatadores; aumento da fiscalização ambiental;
repressão da grilagem; criação de mais Unidades de Conservação; demarcação de Terras Indígenas;
promoção da transparência total e ativa de dados que auxiliam no controle de cadeias produtivas;
apoio de usos sustentáveis da floresta e melhores práticas agropecuárias; fortalecimento de planos
que aumentem a renda associada à conservação florestal; criação de programas que remunerem o
produtor que conserva áreas além do requerido pela legislação; aumento das transferências
financeiras para municípios e Estados que reduzem desmatamento e mantêm maior estoque de
floresta; priorização do crédito rural para municípios que reduziram desmatamento, entre outros.
(Legnaioli. 2019)

5.1. SOLOS

Apesar de sustentar uma rica flora e fauna devido ao estado de equilíbrio atingido pelo
ecossistema, o solo amazônico apresenta, em geral, pouca espessura e baixa fertilidade (reduzida
quantidade de nutrientes). A maior parte dos nutrientes é produzida pela própria floresta,
estabelecendo-se assim uma perfeita interação entre os diversos componentes da paisagem.
Qualquer perda do equilíbrio afeta todo o sistema. Vejamos como isso ocorre:
Por baixo da floresta, uma fina camada de húmus (solo fértil orgânico) é continuamente
renovada pela decomposição de folhas, galhos e animais mortos, os quais são convertidos em
nutrientes e reabsorvidos pelas raízes das plantas. Nas áreas muito úmidas, como as equatoriais,
ocorre intenso processo de lixiviação, ou seja, os solos são lavados e têm seus minerais e nutrientes
escoados pelas águas das chuvas. A retirada da vegetação, portanto, significa a alteração desse
delicado equilíbrio e o empobrecimento dos solos em curto prazo.
Apesar da exuberância apresentada pela floresta, os solos nos quais está fixada não possuem
grande riqueza em nutrientes. Porém, nas margens dos rios podemos encontrar solos mais férteis,
conhecidos como várzea. Nelas são acumuladas grandes quantidades de nutrientes trazidos pelas
águas em períodos de cheias, especialmente vindos de áreas próximas à Cordilheira dos Andes.

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Ainda são encontrados solos férteis em restritas áreas da região da Amazônia, com destaque para
os Estados de Rondônia e Acre.
Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica que se encontra na
superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada fértil é oriunda da própria floresta, nela os
organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente.
Além disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que permanece alta o
ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na região e a restrita variação do clima. Tudo
isso garante a sustentação da floresta.
Podemos afirmar que a serrapilheira sustenta a exuberância da floresta Amazônica, é uma
fina camada de solo superficial formada a partir da decomposição de folhas, galhos, frutos, além de
animais mortos, que formam uma rica matéria-orgânica. Isso acontece em um longo e complexo
processo biológico, que então explica como, apesar de possuir um solo pobre, a floresta permanece
sempre verde e exuberante. (Freitas. 2019)

6. GEOPOLÍTICA DA AMAZÔNIA E A INTEGRAÇÃO DO ESTADO NOS NÍVEIS


NACIONAL E INTERNACIONAL
Resignada à economia extrativista durante quase toda sua história, desde a colonização até
tempos recentes, a Amazônia foi sempre a região brasileira que recebeu menos atenção por parte
dos agentes públicos e privados.

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Somente nos anos 1950, com o processo de industrialização brasileiro é que se começou a
pensar na integração dessa região com o resto do Brasil, sobretudo com o centro político-
econômico, o Sudeste. Para atrair indústrias, a industrialização dessa região contou com muitos
incentivos fiscais.
Entre os projetos industriais mais relevantes, destacaram-se o processamento de minérios e
outros recursos naturais de um lado; e a implantação da indústria eletroeletrônica na Zona Franca
de Manaus, de outro. A construção da BR-364 veio para consolidar esses projetos, permitindo não
somente o escoamento da produção como para a ligação da Amazônia com as outras regiões
brasileiras.

6.1. A SUDAM

Em 1966, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); assim,


surgiu a Amazônia Legal. Apoiada por outro órgão oficial, o Banco da Amazônia, a Sudam concedeu
incentivos fiscais e créditos para as empresas interessadas em investir na região de planejamento.
Os projetos de investimento aprovados foram beneficiados com isenção de impostos e com
empréstimos a juros baixíssimos. Entre 1966 e 1985, a Sudam apoiou mais de 900 projetos, a maioria
deles de exploração florestal e agropecuária.
De acordo com o artigo 10 da Lei nº 5.173, a Sudam tinha as atribuições específicas de avaliar
e rever anualmente o plano de valorização, e coordenar e supervisionar os programas e planos de
outros órgãos atuantes na Amazônia, prestando assistência técnica aos projetos considerados
prioritários para o desenvolvimento da região. Também era de sua competência a fiscalização sobre
o emprego das verbas destinadas ao plano; a decisão sobre a distribuição de recursos entre os
projetos privados propostos para a região — era dada a preferência aos projetos de industrialização
de matéria-prima regional —; a apresentação de sugestões relativas à criação, modificação ou
extinção de entidades e, finalmente, a promoção e divulgação de estudos e pesquisas que
permitissem um maior conhecimento das potencialidades regionais.
Os recursos da Sudam consistiam basicamente em 2% da renda tributária da União e 3% da
renda dos estados, territórios e municípios da Amazônia. Além disso, poderiam provir de sua própria
renda patrimonial; de dotações orçamentárias e créditos adicionais; do produto de operações de
crédito, juros de depósitos bancários e multas; dos lucros advindos de serviços prestados ou da
participação em empresas; de auxílios, subvenções, contribuições e doações de entidades privadas
ou públicas nacionais ou estrangeiras. A Sudam poderia ainda contrair empréstimos no país e no
exterior, assim como obter recursos junto ao Fundo para Investimentos Privados no
Desenvolvimento da Amazônia.

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Do ponto de vista organizacional, era dirigida por um superintendente e possuía um conselho


deliberativo e uma secretaria executiva. Órgão de cúpula, o conselho era integrado por um
superintendente, pelos governadores das nove unidades federativas que compunham a Amazônia
legal, por 12 representantes dos vários ministérios, por um representante do Estado-Maior das
Forças Armadas, por três representantes de bancos oficiais (Banco do Brasil, Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Banco da Amazônia S.A.), pelo superintendente da Superintendência
da Zona Franca de Manaus e por um representante do então Conselho Nacional para o
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O mais famoso dos projetos desse tipo foi o Jari Florestal e Agropecuário. Localizado no Vale
do Rio Jari, ocupa uma área de 1,6 milhão de hectares, ou seja, imensas porções do Pará e do Amapá,
equivalentes à área da Bélgica. Esse projeto foi idealizado e iniciado pelo milionário estadunidense
Daniel Ludwig (em 1967), cujo objetivo era desenvolver atividades integradas de silvicultura,
agropecuária e indústria.
No início dos anos 1980, o empreendimento passou a ter dificuldades financeiras e acabou
sendo vendido para um consórcio formado por mais de duas dezenas de grupos empresariais
brasileiros – o qual também não suportou o ônus envolvido. Em 2000, um grupo empresarial
brasileiro do ramo de papel e celulose o assumiu e, com a alta do preço da celulose, o negócio
tornou-se bem-sucedido.
Outro projeto de grande destaque foi o Programa Grande Carajás (PGC). Descoberta em 1967,
a província mineral da Serra dos Carajás, no sudeste do Pará, abriga a maior reserva de minério de
ferro do mundo, além de grandes reservas de manganês, cobre e ouro. Foi implantado no final da
década de 70 pela então estatal Companhia Vale do Rio Doce, hoje privatizada e rebatizada como
Vale.
Atuando em vários setores, a autarquia tem dado especial atenção às áreas de educação e
saúde. Foram preparados vários projetos visando a ampliação da rede escolar primária, a melhoria
do nível do corpo docente e a formação de mão-de-obra qualificada para atender à demanda do
mercado regional. No setor de saúde, em vista da alta incidência de doenças transmissíveis como
a hanseníase, a malária e a tuberculose, e de problemas como a subnutrição e a mortalidade infantil,
foram adotadas como diretrizes básicas a reestruturação das secretarias e divisões de saúde, a
realização de pesquisas de interesse médico-sanitário e a manutenção de um processo de
planejamento permanente. O objetivo básico desse processo seria racionalizar ao máximo a
distribuição dos recursos disponíveis no setor e integrar a atuação dos órgãos locais e regionais.
(Cardoso. 1988)

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6.2. A SUFRAMA

Um ano depois da Sudam, foi criada a Superintendência para a Zona Franca de Manaus
(Suframa), com a responsabilidade de planejar e coordenar um empreendimento ambicioso: a
transformação de Manaus em um centro industrial de grande porte. Desse modo, a capital do estado
teria de influenciar toda a parte ocidental da Amazônia, contribuindo para integrá-la ao restante do
país.
A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é uma Autarquia vinculada ao
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de
Manaus - ZFM, com a responsabilidade de construir um modelo de desenvolvimento regional que
utilize de forma sustentável os recursos naturais, assegurando viabilidade econômica e melhoria da
qualidade de vida das populações locais.
Com quatro decênios de existência, a Suframa viabilizou a implantação dos três pólos que
compõem a ZFM - comercial, industrial e agropecuário - e promove a interiorização do
desenvolvimento por todos os estados da área de abrangência do modelo, identificando
oportunidades de negócios e atrai investimentos para a região tanto para o Pólo Industrial de
Manaus quanto para os demais setores econômicos da sua área de atuação.
Com recursos arrecadados com a prestação de serviço das empresas beneficiadas com os
incentivos fiscais do modelo ZFM, a Suframa faz parcerias com governos estaduais e municipais,
instituições de ensino e pesquisa e cooperativas, financia projetos de apoio à infraestrutura
econômica, produção, turismo, pesquisa & desenvolvimento e de formação de capital intelectual. O
objetivo é minimizar o custo amazônico, ampliar a produção de bens e serviços voltados à vocação
regional e, ainda, capacitar, treinar e qualificar trabalhadores.
Para promover a instalação de indústrias, a Zona Franca foi definida como área isenta de
impostos de importação. Assim, as empresas lá implantadas poderiam comprar peças e
componentes do exterior, a custos baixos, a fim de montar eletrodomésticos e outros bens de
consumo para serem vendidos no Centro-Sul do Brasil.
A meta de atração de empresas foi atingida. A capital do Amazonas tornou-se, em uma
década, um polo industrial e comercial. Sua população cresceu espantosamente, o que provocou
sérios problemas ligados à pobreza e ao saneamento básico.

6.3. A BR-364

A BR 364 é a rodovia mais importante da Amazônia Ocidental, além de ser muito importante
para toda a região Norte, pois faz a ligação da região com o Centro-Sul do país, permitindo o
escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país.

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Possui cerca de 4.300 quilômetros de extensão, é uma rodovia diagonal que se inicia em
Limeira (SP) — no km 153 da SP-330 — e vai até Rodrigues Alves (AC) — fronteira do Brasil com o
Peru. Atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Além disso, foi muito importante no processo de ocupação e formação territorial de Rondônia
e da Amazônia Ocidental. Antes da construção da BR- 364, só se chegava a Porto Velho de ferrovia
pela Estrada de Ferro Madeira-Mamoré a partir de Guajará-Mirim, de balsa a partir de Manaus ou
de avião. O transporte rodoviário era inexistente. A sua construção facilitou muito a migração, que
foi a base de boa parte da ocupação da região, posto que grande parte da população rondoniense
não é originária do estado.
A BR-364 se tornou a principal rodovia no escoamento da safra de arroz, milho e soja. A
estrada também serve para escoar a produção de alimentos de parte do Mato Grosso e do Acre.
Essa rodovia foi, inicialmente, planejada por Marechal Rondon, que durante a Comissão
Rondon, traçou a sua base inicial.
Com o início da ditadura Vargas, em 1937, o estado brasileiro apresenta declaradamente sua
opção pela modernização do país e pela indústria. Nesse contexto, foi dentro do Plano Rodoviário
Nacional, em 1944, que foi planejada a rodovia Cuiabá-Porto Velho, a BR 364. Entretanto, sua
construção só terminou por completo em 1960. Em 1981, o Programa de Desenvolvimento
Integrado do Noroeste do Brasil (POLONOROESTE), financiando pelo Banco Mundial, pavimentou a
BR-364.

6.4. EXPANSÃO DA FRONTEIRA AGRÍCOLA

O termo fronteira agrícola representa uma área mais ou menos definida de expansão das
atividades agropecuárias sobre o meio natural. Geralmente, é nessa zona que se registram casos de
desmatamento ilegal e de conflitos envolvendo a posse e o uso da terra sobre as chamadas terras
devolutas, espaços naturais pertencentes à união e que não são delimitados por propriedades legais,
servindo de moradia para índios e comunidades tradicionais e familiares.
A localização dessa área de expansão foi se modificando ao longo da história. Durante o
período colonial, após o descobrimento, quando a Coroa Portuguesa decidiu implementar uma
produção agrícola no país, a zona litorânea composta predominantemente pela Mata Atlântica
constituiu-se, então, como a primeira fronteira agrícola brasileira.
Posteriormente, sobretudo ao longo do século XX, as práticas agrícolas expandiram-se de
forma mais intensa para o interior do território nacional, em função tanto da política de Marcha para

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o Oeste, implementada por Getúlio Vargas, quanto da política de substituição de importações


promovida por Juscelino Kubitschek.
Nesse ínterim, a região de expansão passou a ser a região Centro-Oeste, com frentes
migratórias de produtores advindos principalmente das regiões Sul e Sudeste do Brasil. O resultado
foi a transformação de estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em verdadeiros
celeiros, produtores principalmente de grãos, com destaque para a soja voltada para a exportação.
Além disso, houve também uma intensa devastação do Cerrado, que conta atualmente com menos
da metade de suas reservas originais.
Na atualidade, as fronteiras agrícolas se expandem principalmente pelo Centro-Oeste e pela
periferia da Amazônia, em regiões de relevo relativamente plano - o que facilita a mecanização - e
de solos e climas favoráveis utilizando corretivos e, às vezes, irrigação. Uma área em destaque é o
Matopiba (sul do Maranhão, noroeste de Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia).
A pressão da busca por novas áreas de plantio está diretamente associada ao desmatamento
do cerrado e da Amazônia nas últimas décadas. Os poderosos interesses econômicos envolvidos
nesse processo estão na origem dos embates que opõem os grandes fazendeiros aos ambientalistas,
na sociedade e no Congresso Nacional, em relação a temas como a preservação da natureza e o novo
Código Florestal.
A expansão da área plantada tem se dado, sobretudo, no sentido norte a partir da região
central brasileira, ou seja, atingindo diretamente o ecossistema frágil correspondente à Floresta
Amazônica. Essa expansão tem gerado impactos sócio-ambientais que envolvem desde queimadas
nas áreas da Floresta Amazônica para expansão da área plantada (que respondem a grandes
percentuais de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera), a mudanças no uso da terra e
concentração latifundiária, entre outros.
Não obstante, o crescimento da produção das regiões Centro-Oeste e Norte do país vem
sendo registrado desde o fim da década de 1980, superando áreas tradicionais de pecuária bovina,
como as do Sul. A pecuária bovina brasileira vem passando, desde a década de 1980, por uma
mudança estrutural, deixando de ser predominantemente extensiva. Tem se tornado cada vez mais
frequente a seleção de raças e a vacinação do gado, que é alimentado em pastos cultivados, no
período chuvoso, e com ração, nos períodos de estiagem. Essas características são típicas da
pecuária semi-intensiva ou intensiva, cada vez mais dominada por grandes empresas agroindustriais.
A expansão da fronteira agrícola não atingiu Rondônia de forma tão agressiva como se verifica
em outros estados da região amazônica, como o Pará. Entretanto, parte dos migrantes da década
de 70 e 80, provenientes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste veio em busca de terras, motivada
pela política de governo que privilegiou essa atividade econômica. Não coincidentemente, grande
parte da produção agropecuária do estado está monopolizado na Mesorregião Leste Rondoniense,

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em municípios como Ji-Paraná, que por fazer parte da periferia amazônica, é por onde avança a
fronteira.
Essa diferença se deu sobretudo por causa dos incentivos para a produção de soja, a
disponibilidade e a oferta de terras para cultivo e a introdução de novas tecnologias e de sementes
mais adaptadas ao clima tropical chuvoso da Amazônia. Ainda, a busca pelo aumento da
produtividade, com a inserção de fertilizantes, a mecanização da produção, e o uso de sementes
modificadas geneticamente causam impactos no solo. A soja vem, portanto, se expandindo sobre as
áreas de floresta, e, apesar de muitos produtores agrícolas estarem utilizando antigas pastagens
para plantar soja, grandes extensões de floresta não estão sendo poupadas.
O crescimento das áreas agrícolas se dá em meio a conflitos com o meio ambiente. A pressão
da busca por novas áreas de plantio está diretamente associada ao desmatamento do cerrado e da
Amazônia nas últimas décadas.
Outras causas apontadas são os crescimentos da população e da agricultura na região. Até
2004, cerca de 1,2 milhões de hectares de florestas foram convertidas em plantação de soja só no
Brasil. Isso porque desmatar áreas de florestas intactas custa bem mais barato para as empresas do
que investir em novas estradas, silos e portos para utilizar áreas já desmatadas.
Estudos indicam que quase metade do desmatamento na Amazônia é provocado para abrir
pastos e lavouras de soja. Os poderosos interesses econômicos envolvidos nesse processo estão na
origem dos embates que opõem os grandes fazendeiros aos ambientalistas na sociedade e no
Congresso Nacional, em relação a temas como a preservação da natureza e o novo Código Florestal.
Em 2004/05, foram plantados 1,2 milhões de hectares de soja na Floresta Amazônica
brasileira, o que representou cerca de 5% da área plantada nacional (ISA, 2005). Ainda, de acordo
com as informações do Greenpeace (2006), até 2005 mais de um milhão de hectares de florestas
foram convertidos em campos de soja na Amazônia, mesmo com estudos que apontam que a
fragilidade do solo da região não sustenta mais que três anos de produção de soja e alertam para
uma possível contaminação de lençóis freáticos por agrotóxicos.
Desde o início de 2002 até abril de 2006, foram destruídos 70 mil quilômetros quadrados da
Floresta Amazônica. Somente entre 2003 e 2004, foram 27 mil quilômetros quadrados, sendo que
três quartos dessa área foram destruídos ilegalmente.
Especificamente, a área analisada neste estudo, que corresponde à região noroeste do estado
do Mato Grosso, apresenta uma grande extensão de terras protegidas, populações tradicionais e
assentamentos rurais. Essa região vem sofrendo fortes pressões devido a interesses econômicos
diversos, como a exploração de minérios e de madeira e a expansão da pecuária, provocando
conflitos com as populações locais e o comprometimento da floresta e da biodiversidade. As regiões
do noroeste do estado são aquelas que mais crescem em termos demográficos.

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Boa parte desse crescimento se deve ao surgimento de novos núcleos rurais. O noroeste do
Mato Grosso se configura como alternativa para a absorção de um grande contingente de pessoas
que exercem atividades ligadas a terra. A duração do ciclo de culturas nas áreas recém-desmatadas
está se tornando mais curta.
Esse processo é mais evidente nas regiões que já possuem uma fronteira agrícola
relativamente consolidada, além de acesso à infraestrutura e topografia plana. Há indícios de que o
prazo de aproximadamente cinco anos entre o desmatamento e a mecanização estimado pela maior
parte dos observadores esteja se reduzindo para aproximadamente de dois a três anos. Em 20% dos
casos analisados, o prazo foi de apenas um ano.
O domínio vegetacional que se estabelece na região de avanço agrícola é a Floresta
Amazônica, que representa um dos ecossistemas de maior importância do mundo, devido à
colaboração na regulagem climática, por meio da evapotranspiração e sequestro de carbono, e na
conservação da biodiversidade, entre outros benefícios.
Porém, isso não impediu que houvesse abertura de novas áreas para a monocultura da soja,
às custas do desmatamento de florestas, o que pode intensificar processos de erosão, perda de solo
e lixiviação.
Além disso, cenários futuros apontam um aumento da expansão da cultura em função da
disponibilidade de terra e presença de infraestrutura disponível. Há elementos que indicam que a
soja desloca a pecuária para novas áreas, com provável efeito de desmatamento adicional. Isso pode
ser observado pelo fenômeno da redução do rebanho bovino nos principais municípios produtores
de soja, porém com aumento de rebanho nas regiões limítrofes, com destaque, no caso do Mato
Grosso, para os municípios das regiões de fronteira móvel. Nesse estado, particularmente, foram
analisadas diversas variáveis para a quantificação desse processo.
Nas áreas de expansão da soja, é a lucratividade da pecuária e a posterior transformação ou
venda da terra para a agricultura intensiva que sinaliza, tanto para os agentes iniciais quanto para
os próprios pecuaristas, que o desmatamento e a conversão das florestas em pastagens são
rentáveis. Se não existissem lucros, não haveria interesse pela apropriação ou compra de terras
convertidas, e os desmatamentos certamente teriam um ritmo muito menos intenso. (Domingues,
Bermann. 2012).

6.5. URBANIZAÇÃO

Como consequência dessas e de outras ações, uma grande modificação estrutural ocorreu no
povoamento regional, que se localizou ao longo das rodovias, não mais ao longo da rede fluvial,
como no passado, e no rápido crescimento populacional, sobretudo urbano. Ocorreu na região uma
penosa mobilidade espacial, com forte migração e contínua expropriação da terra, e assim, ligada a

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um processo de urbanização. Em vista disso, a Amazônia teve uma das maiores taxas de crescimento
urbano do país nas últimas décadas.
Em 1950, a população rural brasileira era de 33.161.506 habitantes, e correspondia a 63,84%
da população total. Vinte anos depois, os habitantes das zonas rurais eram 41.037.586, porém
correspondiam a 44% da população total. A modernização da agricultura, o extremo parcelamento
da terra no campesinato do Sul e o avanço da fronteira agropecuária no Centro-Oeste e no Norte
conferiram complexidade à evolução da população rural no país.
Foi a soja, inicialmente auxiliada pelo trigo, a responsável pela implementação da agricultura
comercial no Brasil. Apoiou a aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, a modernização
do sistema de transportes, a expansão da fronteira agrícola, o incremento do comércio internacional
e a aceleração da urbanização do país.

6.6. GEOPOLÍTICA AMAZÔNICA

A Amazônia apresenta, do ponto de vista geopolítico, uma importância ímpar no cenário


mundial. Sua importância pode ser observada em dois principais aspectos: no que tange à sua
grande riqueza natural, sendo a principal área florestal remanescente do mundo; e no que tange ao
seu valor econômico, devido às abundantes riquezas minerais, de água doce, madeira, de terras
produtivas, enfim, tudo o que pode ser capitalizado. Por isso, muitos dizem que a Amazônia é, hoje,
a grande fronteira do capital natural no mundo.
No final do século XX, houve, portanto, impactos negativos, mas também mudanças
estruturais e novas realidades geradas na fronteira, a qual se tomou como espaço não plenamente
estruturado e por isso mesmo capaz de gerar realidades novas. Dentre as mudanças, destaca-se a
da conectividade regional, um dos elementos mais importantes na Amazônia. Não se trata apenas
das estradas, elementos que contribuíram para depredação dos recursos e da sociedade, mas sim,
sobretudo, das telecomunicações, porque a rede de telecomunicações na Amazônia permitiu
articulações locais/ nacionais, bem como locais/ globais. Outra mudança importante é a da
economia, que passou da exclusividade do extrativismo para a industrialização, com a exploração
mineral e com a Zona Franca de Manaus, que foi um posto avançado geopolítico colocado pelo
Estado na fronteira norte, em pleno ambiente extrativista tradicional. Há problemas na Zona Franca,
mas hoje ela é grande produtora não só de bens de consumo duráveis, como da indústria de duas
rodas, de telefonia e mesmo de biotecnologia.
Até recentemente, dominava, no projeto internacional, a percepção da Amazônia como uma
imensa unidade de conservação a ser preservada, tendo em vista a sobrevivência do planeta, posto
os irreparáveis danos causados pela sociedade ao meio ambiente. A natureza foi então reavaliada e

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revalorizada a partir de duas lógicas muito diferentes, mas que convergem para o mesmo projeto
de preservação da Amazônia.
A primeira lógica é a civilizatória, ou cultural, que possui uma preocupação legítima com a
natureza pela questão da vida, o que dá origem aos movimentos ambientalistas. A outra lógica é a
da acumulação, que vê a natureza como recurso escasso e como reserva de valor para a realização
de capital futuro, fundamentalmente no que tange ao uso da biodiversidade condicionada ao avanço
tecnológico.
Torna-se patente que, se há uma valorização da natureza e da Amazônia, há também a
relativização do poder da virtualidade dos fluxos e redes do mundo contemporâneo, com a
globalização, que acaba com as fronteiras e com os Estados. Na verdade, os fluxos e redes não
eliminam o valor estratégico da riqueza localizada, in situ; eles sustentam a riqueza circulante do
sistema financeiro, da informação, mas a riqueza localizada no território também tem seu papel e
seu valor.
Isso, consequentemente, trouxe uma disputa das potências pelos estoques das riquezas
naturais, uma vez que a distribuição geográfica de tecnologia e de recursos está distribuída de
maneira desigual. Enquanto as tecnologias avançadas são desenvolvidas nos centros de poder, as
reservas naturais estão localizadas nos países periféricos, ou em áreas não regulamentadas
juridicamente. Esta é, pois, a base da disputa.
Há três grandes eldorados naturais no mundo contemporâneo: a Antártida, que é um espaço
dividido entre as grandes potências; os fundos marinhos, riquíssimos em minerais e vegetais, que
são espaços não regulamentados juridicamente; e a Amazônia, região que está sob a soberania de
estados nacionais, entre eles o Brasil.
Esse contexto geopolítico, principalmente na década de 1980 e 1990, gerou sugestões
mundiais pela soberania compartilhada e o poder de gerenciar a Amazônia, que abalou até o Direito
Internacional. Hoje, contudo, são crescentes os interesses ligados à valorização do capital natural,
que tende a se sobrepor à lógica cultural.
Um segundo projeto internacional diz respeito à integração da Amazônia transnacional, da
Amazônia sul-americana. Trata-se de uma nova escala para pensar e agir na Amazônia. Esse dado é
importante por múltiplas razões. Primeiro, porque a união dos países amazônicos pode fortalecer o
Mercosul e, de certa maneira, construir um contraponto nas relações com a Alca e com a própria
União Europeia. Em segundo lugar, porque pode permitir uma presença coletiva e uma estratégia
comum no cenário internacional, fortalecendo a voz da América do Sul. Em terceiro lugar, porque é
fundamental para estabelecer projetos conjuntos quanto ao aproveitamento da biodiversidade e da
água, inclusive nas áreas que já possuem equipamento territorial e intercâmbio, como é o caso das
cidades gêmeas localizadas em pontos das fronteiras políticas.

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Esse processo levou a uma forte reativação das fronteiras políticas da Amazônia, consideradas
anteriormente como fronteiras mortas, e basta ir a Tabatinga e a Letícia para constatar a vivificação
das mesmas, o que vem a constituir uma preocupação para todos os países.
Mas o fato de a globalização incidir na Amazônia dos países vizinhos através da presença
militar, e no Brasil por intermédio da cooperação internacional, constitui uma diferença importante.
Realiza-se uma articulação sul-americana por meio do resgate do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA), e também a partir da iniciativa do planejamento físico da integração por meio
de transporte multimodal, difusão da internet nos países vizinhos e intercâmbio energético. Em
Roraima deu-se o primeiro passo para a integração oficial através da construção da estrada que liga
Manaus à Venezuela. O gás já vem sendo transferido da Bolívia e do Peru, e a Bolsa de Mercadorias
e Estudos propõe a extensão da fronteira agropecuária do centro-oeste brasileiro para os países
vizinhos.
Hoje, a Amazônia não é mais mera fronteira de expansão de forças exógenas nacionais ou
internacionais, mas sim uma região no sistema espacial nacional, com estrutura produtiva própria e
múltiplos projetos de diferentes atores. Nela, a sociedade civil passou a ser um ator fundamental,
tanto no campo como nas cidades, especialmente pelas suas reivindicações de cidadania, que
inclusive influem no desenvolvimento urbano. O Grupo de Trabalho Amazônico (GTA) tem 315
associações, entre elas a federação das organizações indígenas. Os índios são espertíssimos,
aprendem tudo rapidamente, mantêm a sua cultura e crescem num ritmo que é o dobro da taxa
nacional. Além disso, criam ONGs para ajudar outras comunidades não tão informadas como a deles.
(Becker. 2005)

6.7. A AMAZÔNIA E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

A Amazônia brasileira abriga recursos naturais incalculáveis, representados pela


biodiversidade dos ecossistemas da floresta equatorial e pelas imensas reservas de água das bacias
Amazônica e do Tocantins-Araguaia. A preservação desses recursos para as gerações futuras é uma
responsabilidade de toda a nação e um compromisso internacional do Estado brasileiro.
Mas a região não deve ser vista unicamente como uma grande reserva de recursos naturais.
Na Amazônia Legal viviam, em 2010, quase 25 milhões de pessoas, das quais cerca de 17 milhões
habitavam o meio urbano. A melhoria das condições de vida dessa população depende do
desenvolvimento econômico regional, que não pode ser bloqueado sob argumentos
conservacionistas. O dilema que se apresenta, para todo o país, incide sobre o sentido do
planejamento: como conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação da cobertura
vegetal e dos rios amazônicos?

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A herança do planejamento do regime militar pesa fortemente sobre a região. Os eixos viários
abertos para a colonização da Amazônia converteram- se em corredores de desflorestamento e
áreas de conflitos fundiários.
Quanto ao pilar ambiental, embora o desmatamento na Floresta Amazônica tenha se
reduzido, continuam ocorrendo impactos ambientais regionais, inter-regionais e internacionais. A
derrubada de florestas está concentrada no chamado Arco do Desmatamento, junto ao Cerrado.
Nas savanas da parte oriental e sul da região, no Cerrado amazônico, o desmatamento continua
intenso. Regionalmente, ocorrem poluição atmosférica, chuvas tardias e torrenciais, secas e
enchentes, falta de saneamento e doenças tropicais, entre outros impactos, que são mais fortes
sobre os grupos vulneráveis. Nas regiões vizinhas a oeste, sul e leste, a redução de fluxos de umidade
atmosférica deverá implicar a escassez de água para o consumo, a agricultura e a geração de energia
hidrelétrica.
A partir da Conferência Rio-92, o meio ambiente da Amazônia passou a ser objeto de políticas
nacionais específicas e cooperação internacional (HALL, 2005). As respostas políticas foram
principalmente a criação de áreas protegidas, a demarcação de terras indígenas e a ampliação de
áreas reservadas, isto é, aumento da Reserva Legal prevista no Código Florestal de 50% para 80% na
Amazônia, exceto em áreas de Cerrado, onde essa reserva é de 35% quando na Amazônia Legal. No
resto do Cerrado, como também no resto do País, é de apenas 20%. Com a exceção de reservas
extrativistas e de terras indígenas, a seu modo, o sentido geral das políticas foi de isolar a população
e a sociedade, de um lado, e a natureza, do outro. A agenda verde conservacionista foi privilegiada,
se não imposta, e outras agendas ou abordagens foram desprezadas ou relegadas a um segundo
plano.
Atualmente, as unidades de conservação e terras indígenas cobrem 43,9% do bioma
Amazônia, em proporções quase iguais. A proporção no bioma Amazônia é muito maior que no
bioma Cerrado. A cobertura segue, até certo ponto, a definição de áreas prioritárias para
conservação por meio de consultas a especialistas.
Além disso, ao tornar o estoque de terra remanescente mais escasso, a criação de extensas
áreas protegidas acelera a valorização da terra ainda disponível, o que estimula a especulação
fundiária e o desmatamento, de forma perversa. Há de se lembrar que a maior parte do meio
ambiente está nos outros 83% do território, onde estão os recursos hídricos e o carbono, além da
população. Contraditoriamente, de forma que pode ser contraproducente, “unidades” de
conservação necessariamente implicam escala reduzida, que pode evitar a extinção de espécies
ameaçadas, mas é insuficiente para manter as funções ecológicas que exigem escala maior. A
sustentabilidade ambiental não se resume a pontos isolados, nem mosaicos ou corredores
ecológicos, mas depende do território como um todo, o que implica a presença humana.

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Em anos recentes, o desmatamento na Floresta Amazônica reduziu-se de quase 30 mil km2²


por ano em 1996 a 4,5 mil km² em 2012, devido a uma combinação sinérgica de tendências
econômicas, praticamente invisíveis, e iniciativas políticas, de alta visibilidade, que incidem mais
sobre as grandes propriedades. A bolha especulativa se esvazia à medida que avança o processo
econômico estrutural subjacente, que induz a reconcentração espacial. O comando e controle por
meio de fiscalização funcionam melhor quando o ganho esperado é menor.
O desmatamento acumulado no bioma Amazônia ainda não chegou a 20%, que seria 840 mil
km². No ritmo atual, levaria 21 anos para chegar a 30%. O bioma Cerrado, por sua vez, já perdeu
50%, 1 milhão de km², num ritmo anual médio de 20 mil km2 ao longo dos últimos 50 anos,
comparado com uma média de 17 mil km² por ano na Amazônia, uma área duas vezes maior. Parte
significativa da Amazônia pode estar passando por regeneração da vegetação nativa na forma de
floresta secundária. Se for apenas 1% ao ano da área total desmatada, seria em torno de 8 mil km²
por ano. (Ministério do Meio Ambiente. 2014).

6.8. A ECONOMIA FLORESTAL

A incrementação e a modernização da exploração dos produtos da floresta baseiam-se na


experiência histórica da produção familiar na Amazônia. O extrativismo florestal e a pesca ribeirinha
são as atividades mais tradicionais na região e sustentam significativa parcela da população que
habita as várzeas fluviais.
A extração da borracha natural sobreviveu ao encerramento do grande “ciclo da borracha”,
entre o final do século XIX e o início do século XX, e ao fim do pequeno ciclo incentivado pelo governo
Vargas à época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Na década de 1980, os seringueiros do
Acre se organizaram para resistir à derrubada da floresta, com o avanço da exploração de madeira
e a instalação das fazendas de gado. Na época, foram criadas reservas extrativistas comunitárias, um
modelo que hoje se procura difundir em outras áreas da Amazônia.
Se desmatamento e queimadas marcam o atual momento da Amazônia, a economia da
floresta em pé consolidou-se como importante motor econômico das reservas extrativistas do
Riozinho do Anfrísio, do Iriri e do Xingu. Atualmente, os povos vendem borracha, castanha-do-pará,
óleo de copaíba, farinha e óleo de babaçu, entre outros. Óleo de coco e andiroba são os próximos
produtos que extrativistas pretendem comercializar. Os povos da floresta do Xingu integram a rede
Origens Brasil, administrada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora)
em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA). Em junho, a iniciativa conquistou o Prêmio
Internacional de Inovação para a Alimentação e Agricultura Sustentável, da Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

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Entre as árvores frutíferas da floresta destacam-se o cacau, a castanha-do-pará, o guaraná, o


açaí, o cupuaçu, a pupunha e o bacuri. Além das árvores frutíferas, a coleta florestal abrange a
extração de corantes, como o urucum, e de fibras, como a da malva, usada na indústria de sacaria.
O extrativismo não predatório é uma atividade capaz de sustentar parte significativa da
população rural da região, mantendo preservada a floresta. Contudo, o avanço da agropecuária e
das madeireiras ameaça diretamente a sua continuidade. No baixo curso do Tocantins e do
Amazonas, ao redor de Belém, a derrubada de palmeiras para a retirada de palmito coloca em risco
a coleta de açaí. No sul do Pará, em torno de Marabá, extensas áreas do Polígono dos castanhais
foram inteiramente devastadas.
A sobrevivência da economia florestal depende de sua modernização e de sua integração aos
circuitos produtivos nacionais e internacionais. O cultivo de juta, uma planta indiana que fornece
fibras resistentes e flexíveis, introduzida há décadas nas áreas de Santarém (PA) e Parintins (AM),
mostrou um caminho, que foi seguido com o cultivo de urucum, malva e guaraná.
A transição da coleta florestal para a agricultura de plantas nativas é incentivada por
pesquisas conduzidas nas universidades e institutos científicos da Amazônia. Os pesquisadores
buscam aplicações para os produtos da floresta nas indústrias de alimentos e farmacêutica.
O Imaflora é uma organização da sociedade civil que completará 25 anos em 2020, focada em
ações voltadas à economia de floresta em pé. Se as atividades agroextrativistas sustentáveis das
comunidades são valorizadas, os produtos fazem frente às atividades ilegais e predatórias que
ameaçam os territórios.
Com o resultado positivo da rede, o Imaflora conseguiu um financiamento do Fundo
Amazônia para ampliar o Origens Brasil a outros territórios. O critério principal é que sejam
populações tradicionais que vivam em áreas de proteção. A rede identifica as cadeias de valor
estruturadas na comunidade e mapeia os atores locais – produtores, associações comunitárias e
organizações de suporte técnico. Depois, fornece ferramentas para que as organizações locais
informem sobre produções e ofertas do território. (Damasio. 2019).

7. ATRIBUTOS SOCIOCULTURAIS E A IDENTIDADE AMAZÔNICA


Em primeiro lugar, é preciso entender que os povos da Amazônia não vivem isolados no
tempo e no espaço; pelo contrário, sempre estabeleceram - e continuam a estabelecer - relações de
trocas materiais e simbólicas entre si, com as comunidades vizinhas e com os agentes mediadores
da cultura, entre o mundo rural e o urbano e a vida em escala global.
Nessa região vivem cerca de 180 povos indígenas, somando uma população de
aproximadamente 208 mil indivíduos, além de 357 comunidades remanescentes de quilombolas e
milhares de comunidades de seringueiros, ribeirinhos ou babaçueiros.

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A ideia de que os povos amazônicos sustentam um modo de vida estritamente tradicional


não deve ser considerada, tal como se vivessem de modo estático e congelado. Suas manifestações
culturais e sociais se expandem pelo mundo urbano e vice-versa, assimilando algumas práticas e
rejeitando outras. Ainda que reproduzam manifestações ditas tradicionais em suas vidas cotidianas,
não podemos afirmar que esses grupos não estejam inseridos em um processo progressivo de
diferenciação e transformação.
A cultura amazônica é formada por uma grande diversidade de costumes, tradições e povos
diferentes. Ela é marcada principalmente pela forte ligação com a etnia indígena, porém com todas
as migrações para a região, temos uma grande diversidade cultural nessa região. Veríssimo (1970)
afirma que o Brasil é uma região onde as raças se mesclam, desaparecendo completamente os tipos
puros e a região amazônica é um exemplo vivo desse fato. Índios, caboclos, portugueses, paraoaras,
católicos, protestantes, umbandistas, seringueiros, mineiros e uma infinidade de outros povos
habitam a região.
A identidade amazônica é mais atribuída externamente, de fora para dentro, do que sentida
pela população regional. Há grande multiplicidade de identidades específicas, especialmente
indígenas. De acordo com as identidades, há uma tendência de divisão em territórios “congelados”,
apesar da sobreposição, interpenetração e movimentos de expansão e retração. A territorialização
aproxima-se de privatização comunitária, sem clareza sobre desencontros de governança em uma
federação fragmentada.
A identidade ribeirinha é uma identidade territorial por ser construída a partir de
representações simbólicas e empíricas das comunidades sociais com o território. As identidades
territoriais são traçadas no e pelo processo de apropriação do espaço entre as relações de poder.
No entanto se pode assegurar que em todo processo de territorialização as identidades se
constituem, não se pode afirmar que toda identidade é dada a partir de um território, nem toda
identidade constrói territórios, pois todas estão situadas no espaço-temporal, mas apenas algumas
têm seu ponto referencial no território.
O espaço de referência identitário que é referente ao espaço e tempo onde se alcança o
conhecimento social e cultural é neste espaço que são urdidas as práticas e representações que
estabelecem o sentimento e o significado de pertencimento das comunidades em seu território. A
localização geográfica é mencionada como referência para a construção da identidade nas
dimensões físicas naturais, sociais e simbólicas. Tomamos como exemplo a atribuição do rio como
espaço de referência da identidade amazônica, o rio é uma paisagem natural e essencial para a
população ribeirinha por ser um local como fonte de recursos naturais (para realizar atividades de
subsistência) e também como meio para a locomoção, como foi mencionado anteriormente. É onde
se entrelaça as tramas e dramas sociais que constroem a maneira de viver do ribeirinho com seus
conhecimentos, fazeres e sociabilidades do dia-a-dia. E como espaço simbólico ele é a centralidade

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do fantasioso, invenção e produto das crenças, lendas, e mitos em conjunto com a floresta e o
mundo das águas, estes são ambientes essenciais na construção cultural ribeirinha e logo, um
importante referencial para a constituição da identidade na Amazônia.
As terras indígenas na Amazônia legal, como no restante do país, são extremamente
vulneráveis, invadidas constantemente por madeireiros, garimpeiros, peixeiros, rizicultores,
fazendeiros, posseiros, biopiratas e outros aventureiros em busca do lucro fácil. No sul do Pará, na
terra indígena Kayapó, por exemplo, existe contrabando de mogno. Em Rondônia, terras indígenas
continuam sendo arrasadas pela exploração ilegal de madeira e pelo garimpo. Em Roraima, na terra
indígena Raposa Serra do Sol, fazendeiros praticam a monocultura do arroz usando agrotóxicos que
envenenam os rios e os solos e provocam a mortandade dos pássaros. A terra indígena Yanomami
até hoje não está livre da invasão garimpeira.
Embora as tentativas de eliminar e/ou esconjurar qualquer traço da cultura e modo de vida
indígena tenham sido inflexíveis e avassaladoras, o resultado não foi plenamente alcançado. O ser
da Amazônia permanece imbuído da identidade dos nossos mais antigos ancestrais.
Os numerosos grupos sociais que habitam a Amazônia desenvolvem um singular estilo de
vida, transmitindo seus costumes e suas práticas culturais de geração em geração, sem, muitas
vezes, haver um reconhecimento político de suas existências.
Em meio a inúmeras tentativas de progresso econômicos à custa dos ricos potenciais
existentes na região amazônica, paira a incerteza do ser da Amazônia. Entre tantos projetos
implantados em diferentes localidades da região, sempre esteve a presença do homem amazônica,
apoiando projetos políticos que dizem trazer benefícios para os seus povos, mas quase sempre são
enganosos e fantasiosos. É de posse dos pequenos e indispensáveis fragmentos da política que o
homem amazônico construiu e constrói suas concepções e perspectivas de vida. A cada novo
momento, desse cenário complexo, renasce a esperança de melhores condições de habitação,
escolaridade, saúde, renda, etc.
Ao longo da história, numerosos povos indígenas optaram por se manter afastados da
sociedade brasileira, em função de suas experiências traumáticas com as frentes de expansão
nacional e as agências públicas. Essa estratégia de sobrevivência continua sendo usada por muitos
povos na Amazônia. Esses povos são comumente chamados, de forma inadequada, de "isolados" ou
"sem contato". Preferimos chamá-los de "livres" por não se sujeitarem a forma alguma de
dominação. Não estão livres, no entanto, dos massacres, das epidemias e da usurpação de seus
territórios. A história recente da Amazônia, por ocasião da abertura das estradas que apregoavam a
integração nacional, é repleta de fatos que atestam como esses povos tiveram sua opção pela
liberdade desrespeitada, sendo vítimas de enormes atrocidades. Contra eles foram usados
modernas armas de fogo, gases tóxicos, arsênico misturado no açúcar e terríveis doenças
epidêmicas. Nessa época, caso a ação de "pacificação" feita pelas agências do Estado não alcançasse

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os resultados esperados para retirar os "obstáculos do desenvolvimento", recorria-se à força das


armas. É o que acontece com a abertura da BR 174, diante da defesa organizada dos Waimiri-Atroari
de seu território. Entre 1968 e 1971, estima-se que dois mil índios foram mortos, seja pelas forças
repressivas do Estado ou de mercenários a seu serviço.
A vinda de povos diversos em diferentes momentos históricos acabou por constituir na região
uma profusão de hábitos e costumes que, misturados com as práticas nativas, fizeram da Amazônia
um mosaico de culturas que mexem com o imaginário e despertam a curiosidade de estudiosos e
pessoas do mundo inteiro. (Heck, Loebens, Carvalho. 2005)

8. ORIENTAÇÕES DE ESTUDO (CHECKLIST) E PONTOS A DESTACAR

8.1. A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO AMAZONAS: CARACTERÍSTICAS E POTENCIALIDADES

✓ A Bacia Amazônica abrange terras do Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e
Bolívia. Seu principal rio é o Amazonas, cuja nascente localiza-se nos Andes peruanos. Recebe
vários nomes em seu trajeto rumo ao Brasil: ao entrar em território brasileiro, é chamado de
Solimões, e somente na confluência com o Rio Negro é que recebe o nome de Amazonas.
Outros rios importantes dessa bacia são: Juruá, Tefé, Purus, Madeira, Negro e Branco.

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✓ O Amazonas é o rio mais extenso (6.992 km no total) e de maior volume de água do planeta.
Sua vazão média é de cerca de 132 mil m3/s e representa cerca de 18% da água doce que todos
os rios do planeta lançam no oceano. Esse fato é explicado pela presença de afluentes nos dois
hemisférios (norte e sul), o que permite dupla captação das cheias de verão.
✓ A bacia hidrográfica drena 56% do território brasileiro (3,8 milhões de km²). Ao atingirem as
terras baixas, os rios tornam-se navegáveis. O rio Amazonas, que corre no centro da planície, é
inteiramente navegável. Em território brasileiro, da divisa com o Peru até a foz, o rio Amazonas
percorre mais de 3 mil km e tem uma variação altimétrica de apenas 65 metros. Os afluentes
do rio Amazonas nascem, em sua maioria, no planalto das Guianas e no planalto Central.
✓ Uma das grandes polêmicas atuais sobre o uso do solo na Amazônia diz respeito à construção
de usinas hidrelétricas, que pretendem aproveitar o potencial hídrico da bacia Amazônica. Na
bacia, está o maior potencial hidrelétrico não instalado do país (o maior potencial hidrelétrico
instalado está na Bacia do Paraná).
✓ O Rio Amazonas é o segundo rio mais extenso do mundo (cerca de 7 mil km de extensão) e o
maior em volume de água. É um rio de planície com baixo declividade que possui grande
potencial de navegação. O local apresenta mais de 20 mil quilômetros de vias fluviais
navegáveis e ainda, o maior potencial de geração de energia hidrelétrica do Brasil.
✓ O transporte hidroviário é muito importante para a população nortista. Há muito tempo, toda
hidrografia da região Norte foi usada como via de acesso a essa porção do espaço brasileiro,
até porque em muitos casos outra forma de transporte não seria viável. Tal fato não ocorreu
somente no passado, pois atualmente os rios ainda são os principais meios de deslocamento e
comunicação.

8.2. DOMÍNIO GEOMORFOLÓGICO

✓ A Depressão Marginal Norte-Amazônica (representada pelo número 13) está localizada


entre os Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, ao norte, e a Depressão da Amazônia Ocidental
e o Planalto da Amazônia Oriental, ao sul. Sua altitude oscila entre 200 e 300 metros.
✓ Já a Depressão da Amazônia Ocidental (representada pelo número 12) limita-se com as
depressões Norte-Amazônica e Sul-Amazônica, sendo cortada, assim como o Planalto da
Amazônia Oriental, pela Planície do Rio Amazonas. Possui terrenos baixos, com altitudes
inferiores a 200 metros, com topos planos sustentados principalmente por rochas
sedimentares.
✓ No centro dessa grande região, está a grandiosa Planície do rio Amazonas, que com seu grande
volume de água está constantemente erodindo o relevo da planície, formando as planícies
fluviais, caracterizadas por uma grande deposição de sedimentos provenientes dos rios e das
áreas mais altas.

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✓ Há também o Planalto da Amazônia Oriental, que é cortado pela planície do rio Amazonas; os
Planaltos Residuais Sul-Amazônicos; e a Planície do rio Araguaia, região plana, com altitudes de
até 200 metros, constituída por sedimentos recentes.
✓ Dentro desse conjunto de colinas, morros florestados em rochas cristalinas decompostas e de
eventuais serras com topo plano, às vezes, como é o caso dos Carajás, representam uma
velhíssima superfície de aplainamento, onde ocorrem redutos de campestres como: catassias,
bromélias e vegetação campestre metalogênica. Por que metalogênica? Porque ali a crosta
superficial de mineral de ferro é tão espessa que impediu a penetração das florestas tropicais.

8.3. TRANSPORTES DO ESTADO DO AMAZONAS: RODOVIÁRIO, AEROVIÁRIO, FLUVIAIS

✓ A construção de rodovias no estado do Amazonas se realizou principalmente nas microrregiões


geográficas do Madeira e do Purus, em maiores extensões; em outras microrregiões em menor
extensão; e em algumas nem foram contempladas.
✓ A Rodovia Belém-Brasília é um vetor oriental de ocupação, que se estruturou a partir da década
de 1960. Nas décadas seguintes, uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de
intensa modificação das paisagens naturais, organizou-se em torno do vetor oriental. A
Rodovia Belém-Brasília é um conjunto formado por onze rodovias federais do Brasil, que ligam
a capital do país, Brasília, à capital do Pará, Belém. A chamada Rodovia Belém-Brasília passa
pelos Estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. Ela é uma área de fluxo que interliga
diversas regiões do país.
✓ Destaca-se as rodovias: BR-230 (Transamazônica), BR 319 (Rodovia Álvaro Maia), BR-174
(Manaus-Boa Vista), Rodovia Torquato Tapajós (AM-010), Rodovia Manoel Urbano (AM-070).
✓ As condições naturais, especialmente a grande extensão de vias navegáveis, fazem com que o
transporte hidroviário seja tomado como ponto de referência básico para organização da rede
de transportes da Amazônia.
✓ Assim, as demais modalidades de transporte são chamadas a integrar-se com o sistema
hidroviário e a complementá-lo. Como exemplo, podemos citar o transporte de soja, que parte
do Norte de Mato Grosso, entra no Amazonas e segue destinos internacionais. Além das
opções exclusivas, existe a intermodalidade, mesclando-se o transporte terrestre com o fluvial
e, em alguns casos, com o aéreo. Considerando que nenhum dos modais possui condições
adequadas de trânsito, a escolha tende a levar em consideração todos os custos
socioeconômicos ambientais envolvidos no processo de adequação das vias.
✓ No Amazonas, o transporte aéreo é, em tese, complementar ao transporte fluvial, mas
geralmente é o único modo de transporte permanentemente utilizável no território, por não
sofrer as influências sazonais que sofrem alguns rios em sua perenidade.
✓ Em relação às aerovias (rota por tráfego aéreo), apesar de existirem várias cobrindo todo o
estado, alguns municípios são atendidos sistematicamente pelas companhias aéreas; e os
demais, por aviões da Força Aérea, com finalidades específicas e não regulares.

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✓ Os aeroportos dos municípios que integram as microrregiões selecionadas são raramente


utilizados pela população em geral, pois praticam preços proibitivos, e quando são utilizados,
atendem aos governos municipal, estadual e federal.

8.4. ECOLOGIA: IMPACTOS AMBIENTAIS, RESERVAS E PARQUES ECOLÓGICOS

✓ Atualmente, a possibilidade de maior impacto no ecossistema amazônico ocorre pela a


construção de novas usinas hidroelétricas. Isso porque as usinas hidroelétricas não são
consideradas uma fonte 100% limpa de produção de energia, pois as barragens construídas
para o estoque de água a ser usado nas usinas destroem regiões inteiras, alagando a flora, a
fauna e até submergindo cidades por completo.
✓ A biopirataria na Amazônia é um grande problema ecológico enfrentado. Os biopiratas coletam
ilegalmente da floresta Amazônica mudas de plantas nativas, animais, micro-organismos e
fungos que saem do país disfarçadamente pelos portos e por aeroportos. Os produtos da
floresta são vendidos para laboratórios ou colecionadores que os patenteiam. Segundo a CPI
da biopirataria, o tráfico de animais e de plantas movimenta anualmente US$ 1 bilhão,
aproximadamente. O principal prejuízo é a possível extinção das espécies animais e vegetais
traficadas, por falta de controle e reposição.
✓ A atuação da FUNAI com a demarcação de terras indígenas também, de modo que ampliaram
consideravelmente as áreas protegidas do território amazônico. De outro lado, nas últimas
décadas também se viu a expansão do plantio de soja e a melhoria das pastagens e dos
rebanhos concorreram para a consolidação do povoamento no chamado Arco de Fogo.
✓ Cerca de 50% do patrimônio genético da humanidade encontra-se na Amazônia, abrigando
cerca de 80 mil espécies de plantas e cerca de 30 milhões de espécies animais, talvez 0 maior
patrimônio biológico do planeta.
✓ No caso da Amazônia, por exemplo, temos desde comunidades indígenas e extrativistas e
grandes grupos monopolísticos nacionais e multinacionais com estratégias diferenciadas pela
apropriação da sua enorme riqueza mineral e genética (biodiversidade).
✓ Os agros ecossistemas assim constituídos têm mantido o seu equilíbrio graças a agroquímica,
através de agrotóxicos. Além disso, as práticas da manejo florestal sustentado, privilegiando
espécies de alto valor comercial e, portanto, com simplificac6es e homogeneização dos
sistemas, como é comum nos países nórdicos e no Canada, encontra ai alguma razão de ser,
pois estas áreas apresentavam florestas relativamente homogêneas.

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8.5. O ECOSSISTEMA E AS QUESTÕES AMBIENTAIS NA AMAZÔNIA BRASILEIRA

✓ Temos a Mata de terra firme, área que nunca inunda, na qual se encontra vegetação de grande
porte; mata de várzea, área sujeita a inundações periódicas, com vegetação de médio porte;
mata de igapó, área permanentemente alagada; igarapé; cursos de agua amazônicos de
primeira e segunda ordem.
✓ A bacia amazônica é considerada a maior bacia do mundo e compreende uma área de
6.112.000 Km², ocupando cerca de 42 % da superfície do território brasileiro. É formada pelos
rios Amazonas, Solimões, Negro, Xingu, Tapajós, Jurema, Madeira, Purus, Branco, Juruá,
Trombetas e Uatumã e muitos outros.
✓ Estima-se que já tenham sido derrubados em torno de 18% da mata original da Floresta
Amazônica. O desmate da Amazônia acontece tanto nas zonas de transição, nas bordas da
floresta com o Cerrado – região conhecida como Arco do Desmatamento –, quanto no interior
da mata, principalmente no oeste paraense e no entorno da Rodovia BR-163 (Cuiabá-
Santarém), na Terra do Meio.
✓ Após uma alta nos períodos de 2014/2015 e 2015/2016, o desmatamento na Amazônia caiu
16% entre agosto de 2016 e julho de 2017, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe). A maior parte do desmatamento ocorreu nos estados do Pará (2.413 km²) e
no Mato Grosso (1.341 km²).
✓ Sem controle, a taxa de desmatamento poderá atingir patamares anuais entre 9.391 km² e
13.789 km² até 2027, se mantida a mesma relação histórica entre rebanho bovino e área total
desmatada – considerando que a pecuária é um dos principais vetores de desmatamento na
Amazônia. Isso pode elevar o desmatamento a um estado irreversível.
✓ As medidas implementadas entre 2005 e 2012 derrubaram as taxas de desmatamento na
região em cerca de 70% e indicam quais são os elementos necessários para atingir o
desmatamento zero. Entre eles estão os acordos pelo fim do desmatamento pela agropecuária,
o aumento da eficiência da pecuária nas áreas já abertas, a criação de áreas protegidas
(Unidades de Conservação e terras indígenas) e o cumprimento do Código Florestal. Tais
políticas, se aplicadas não somente à Amazônia, mas também a outros biomas, seriam capazes
de, antes de 2030, zerar o desmatamento no país.
✓ Os incêndios são outro grande problema na Amazônia, que contribui para o desmatamento,
além de afetar a fauna e a flora da floresta.

8.5.1. Solos

✓ Apesar da exuberância apresentada pela floresta, os solos nos quais está fixada não possuem
grande riqueza em nutrientes. Porém, nas margens dos rios podemos encontrar solos mais
férteis, conhecidos como várzea. Nelas são acumuladas grandes quantidades de nutrientes
trazidos pelas águas em períodos de cheias, especialmente vindos de áreas próximas à

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Cordilheira dos Andes. Ainda são encontrados solos férteis em restritas áreas da região da
Amazônia, com destaque para os Estados de Rondônia e Acre.
✓ Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica que se encontra na
superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada fértil é oriunda da própria floresta, nela
os organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no
ambiente. Além disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que
permanece alta o ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na região e a restrita
variação do clima. Tudo isso garante a sustentação da floresta.

8.6. GEOPOLÍTICA DA AMAZÔNIA E A INTEGRAÇÃO DO ESTADO NOS NÍVEIS NACIONAL E


INTERNACIONAL

8.6.1. A Sudam

✓ De acordo com o artigo 10 da Lei nº 5.173, a Sudam tinha as atribuições específicas de avaliar
e rever anualmente o plano de valorização, e coordenar e supervisionar os programas e planos
de outros órgãos atuantes na Amazônia, prestando assistência técnica aos projetos
considerados prioritários para o desenvolvimento da região. Também era de sua competência
a fiscalização sobre o emprego das verbas destinadas ao plano; a decisão sobre a distribuição
de recursos entre os projetos privados propostos para a região — era dada a preferência aos
projetos de industrialização de matéria-prima regional —; a apresentação de sugestões
relativas à criação, modificação ou extinção de entidades e, finalmente, a promoção e
divulgação de estudos e pesquisas que permitissem um maior conhecimento das
potencialidades regionais.
✓ Atuando em vários setores, a autarquia tem dado especial atenção às áreas de educação e
saúde. Foram preparados vários projetos visando a ampliação da rede escolar primária, a
melhoria do nível do corpo docente e a formação de mão-de-obra qualificada para atender à
demanda do mercado regional. No setor de saúde, em vista da alta incidência de doenças
transmissíveis como a hanseníase, a malária e a tuberculose, e de problemas como a
subnutrição e a mortalidade infantil, foram adotadas como diretrizes básicas a reestruturação
das secretarias e divisões de saúde, a realização de pesquisas de interesse médico-sanitário e
a manutenção de um processo de planejamento permanente. O objetivo básico desse processo
seria racionalizar ao máximo a distribuição dos recursos disponíveis no setor e integrar a
atuação dos órgãos locais e regionais.
✓ O mais famoso dos projetos desse tipo foi o Jari Florestal e Agropecuário. Localizado no Vale
do Rio Jari, ocupa uma área de 1,6 milhão de hectares, ou seja, imensas porções do Pará e do
Amapá, equivalentes à área da Bélgica. Esse projeto foi idealizado e iniciado pelo milionário
estadunidense Daniel Ludwig (em 1967), cujo objetivo era desenvolver atividades integradas
de silvicultura, agropecuária e indústria. Outro projeto de grande destaque foi o Programa
Grande Carajás (PGC). Descoberta em 1967, a província mineral da Serra dos Carajás, no

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sudeste do Pará, abriga a maior reserva de minério de ferro do mundo, além de grandes
reservas de manganês, cobre e ouro. Foi implantado no final da década de 70 pela então estatal
Companhia Vale do Rio Doce, hoje privatizada e rebatizada como Vale.

8.6.2. Suframa

✓ A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é uma Autarquia vinculada ao


Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a Zona Franca de
Manaus - ZFM, com a responsabilidade de construir um modelo de desenvolvimento regional
que utilize de forma sustentável os recursos naturais, assegurando viabilidade econômica e
melhoria da qualidade de vida das populações locais.
✓ Com quatro decênios de existência, a Suframa viabilizou a implantação dos três polos que
compõem a ZFM - comercial, industrial e agropecuário - e promove a interiorização do
desenvolvimento por todos os estados da área de abrangência do modelo, identificando
oportunidades de negócios e atrai investimentos para a região tanto para o Polo Industrial de
Manaus quanto para os demais setores econômicos da sua área de atuação.
✓ Com recursos arrecadados com a prestação de serviço das empresas beneficiadas com os
incentivos fiscais do modelo ZFM, a Suframa faz parcerias com governos estaduais e
municipais, instituições de ensino e pesquisa e cooperativas, financia projetos de apoio à
infraestrutura econômica, produção, turismo, pesquisa & desenvolvimento e de formação de
capital intelectual. O objetivo é minimizar o custo amazônico, ampliar a produção de bens e
serviços voltados à vocação regional e, ainda, capacitar, treinar e qualificar trabalhadores.

8.6.3. A BR-364

✓ Possui cerca de 4.300 quilômetros de extensão, é uma rodovia diagonal que se inicia em
Limeira (SP) — no km 153 da SP-330 — e vai até Rodrigues Alves (AC) — fronteira do Brasil com
o Peru. Atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
✓ A BR-364 se tornou a principal rodovia no escoamento da safra de arroz, milho e soja. A estrada
também serve para escoar a produção de alimentos de parte do Mato Grosso e do Acre.

8.6.4. Expansão da Fronteira Agrícola

✓ Na atualidade, as fronteiras agrícolas se expandem principalmente pelo Centro-Oeste e pela


periferia da Amazônia, em regiões de relevo relativamente plano - o que facilita a mecanização
- e de solos e climas favoráveis utilizando corretivos e, às vezes, irrigação. Uma área em
destaque é o Matopiba (sul do Maranhão, noroeste de Tocantins, sul do Piauí e oeste da Bahia).
✓ A expansão da área plantada tem se dado, sobretudo, no sentido norte a partir da região
central brasileira, ou seja, atingindo diretamente o ecossistema frágil correspondente à
Floresta Amazônica. Essa expansão tem gerado impactos sócio-ambientais que envolvem

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desde queimadas nas áreas da Floresta Amazônica para expansão da área plantada (que
respondem a grandes percentuais de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera), a
mudanças no uso da terra e concentração latifundiária, entre outros.
✓ Essa diferença se deu sobretudo por causa dos incentivos para a produção de soja, a
disponibilidade e a oferta de terras para cultivo e a introdução de novas tecnologias e de
sementes mais adaptadas ao clima tropical chuvoso da Amazônia. Ainda, a busca pelo aumento
da produtividade, com a inserção de fertilizantes, a mecanização da produção, e o uso de
sementes modificadas geneticamente causam impactos no solo. A soja vem, portanto, se
expandindo sobre as áreas de floresta, e, apesar de muitos produtores agrícolas estarem
utilizando antigas pastagens para plantar soja, grandes extensões de floresta não estão sendo
poupadas.
✓ Outras causas apontadas são os crescimentos da população e da agricultura na região. Até
2004, cerca de 1,2 milhões de hectares de florestas foram convertidas em plantação de soja só
no Brasil. Isso porque desmatar áreas de florestas intactas custa bem mais barato para as
empresas do que investir em novas estradas, silos e portos para utilizar áreas já desmatadas.
✓ Boa parte desse crescimento se deve ao surgimento de novos núcleos rurais. O noroeste do
Mato Grosso se configura como alternativa para a absorção de um grande contingente de
pessoas que exercem atividades ligadas a terra. A duração do ciclo de culturas nas áreas recém-
desmatadas está se tornando mais curta.
✓ Além disso, cenários futuros apontam um aumento da expansão da cultura em função da
disponibilidade de terra e presença de infraestrutura disponível. Há elementos que indicam
que a soja desloca a pecuária para novas áreas, com provável efeito de desmatamento
adicional. Isso pode ser observado pelo fenômeno da redução do rebanho bovino nos
principais municípios produtores de soja, porém com aumento de rebanho nas regiões
limítrofes, com destaque, no caso do Mato Grosso, para os municípios das regiões de fronteira
móvel. Nesse estado, particularmente, foram analisadas diversas variáveis para a quantificação
desse processo.

8.6.5. Urbanização

✓ Em 1950, a população rural brasileira era de 33.161.506 habitantes, e correspondia a 63,84%


da população total. Vinte anos depois, os habitantes das zonas rurais eram 41.037.586, porém
correspondiam a 44% da população total. A modernização da agricultura, o extremo
parcelamento da terra no campesinato do Sul e o avanço da fronteira agropecuária no Centro-
Oeste e no Norte conferiram complexidade à evolução da população rural no país.

8.6.6. Geopolítica Amazônica

✓ No final do século XX, houve, portanto, impactos negativos, mas também mudanças estruturais
e novas realidades geradas na fronteira, a qual se tomou como espaço não plenamente

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estruturado e por isso mesmo capaz de gerar realidades novas. Dentre as mudanças, destaca-
se a da conectividade regional, um dos elementos mais importantes na Amazônia. Não se trata
apenas das estradas, elementos que contribuíram para depredação dos recursos e da
sociedade, mas sim, sobretudo, das telecomunicações, porque a rede de telecomunicações na
Amazônia permitiu articulações locais/ nacionais, bem como locais/ globais. Outra mudança
importante é a da economia, que passou da exclusividade do extrativismo para a
industrialização, com a exploração mineral e com a Zona Franca de Manaus, que foi um posto
avançado geopolítico colocado pelo Estado na fronteira norte, em pleno ambiente extrativista
tradicional. Há problemas na Zona Franca, mas hoje ela é grande produtora não só de bens de
consumo duráveis, como da indústria de duas rodas, de telefonia e mesmo de biotecnologia.
✓ Torna-se patente que, se há uma valorização da natureza e da Amazônia, há também a
relativização do poder da virtualidade dos fluxos e redes do mundo contemporâneo, com a
globalização, que acaba com as fronteiras e com os Estados. Na verdade, os fluxos e redes não
eliminam o valor estratégico da riqueza localizada, in situ; eles sustentam a riqueza circulante
do sistema financeiro, da informação, mas a riqueza localizada no território também tem seu
papel e seu valor.
✓ Isso, consequentemente, trouxe uma disputa das potências pelos estoques das riquezas
naturais, uma vez que a distribuição geográfica de tecnologia e de recursos está distribuída de
maneira desigual. Enquanto as tecnologias avançadas são desenvolvidas nos centros de poder,
as reservas naturais estão localizadas nos países periféricos, ou em áreas não regulamentadas
juridicamente. Esta é, pois, a base da disputa.
✓ Esse contexto geopolítico, principalmente na década de 1980 e 1990, gerou sugestões
mundiais pela soberania compartilhada e o poder de gerenciar a Amazônia, que abalou até o
Direito Internacional. Hoje, contudo, são crescentes os interesses ligados à valorização do
capital natural, que tende a se sobrepor à lógica cultural.
✓ Realiza-se uma articulação sul-americana por meio do resgate do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA), e também a partir da iniciativa do planejamento físico da integração por
meio de transporte multimodal, difusão da internet nos países vizinhos e intercâmbio
energético. Em Roraima deu-se o primeiro passo para a integração oficial através da construção
da estrada que liga Manaus à Venezuela. O gás já vem sendo transferido da Bolívia e do Peru,
e a Bolsa de Mercadorias e Estudos propõe a extensão da fronteira agropecuária do centro-
oeste brasileiro para os países vizinhos.

8.6.7. A Amazônia e o Desenvolvimento Sustentável

✓ Quanto ao pilar ambiental, embora o desmatamento na Floresta Amazônica tenha se reduzido,


continuam ocorrendo impactos ambientais regionais, inter-regionais e internacionais. A
derrubada de florestas está concentrada no chamado Arco do Desmatamento, junto ao
Cerrado. Nas savanas da parte oriental e sul da região, no Cerrado amazônico, o desmatamento
continua intenso. Regionalmente, ocorrem poluição atmosférica, chuvas tardias e torrenciais,
secas e enchentes, falta de saneamento e doenças tropicais, entre outros impactos, que são

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mais fortes sobre os grupos vulneráveis. Nas regiões vizinhas a oeste, sul e leste, a redução de
fluxos de umidade atmosférica deverá implicar a escassez de água para o consumo, a
agricultura e a geração de energia hidrelétrica.
✓ Em anos recentes, o desmatamento na Floresta Amazônica reduziu-se de quase 30 mil km2 por
ano em 1996 a 4,5 mil km2 em 2012, devido a uma combinação sinérgica de tendências
econômicas, praticamente invisíveis, e iniciativas políticas, de alta visibilidade, que incidem
mais sobre as grandes propriedades. A bolha especulativa se esvazia à medida que avança o
processo econômico estrutural subjacente, que induz a reconcentração espacial. O comando e
controle por meio de fiscalização funcionam melhor quando o ganho esperado é menor.
✓ Atualmente, as unidades de conservação e terras indígenas cobrem 43,9% do bioma Amazônia,
em proporções quase iguais. A proporção no bioma Amazônia é muito maior que no bioma
Cerrado. A cobertura segue, até certo ponto, a definição de áreas prioritárias para conservação
por meio de consultas a especialistas. ==62d5==

8.6.8. A Economia Florestal

✓ Se desmatamento e queimadas marcam o atual momento da Amazônia, a economia da floresta


em pé consolidou-se como importante motor econômico das reservas extrativistas do Riozinho
do Anfrísio, do Iriri e do Xingu. Atualmente, os povos vendem borracha, castanha-do-pará, óleo
de copaíba, farinha e óleo de babaçu, entre outros. Óleo de coco e andiroba são os próximos
produtos que extrativistas pretendem comercializar. Os povos da floresta do Xingu integram a
rede Origens Brasil, administrada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola
(Imaflora) em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA). Em junho, a iniciativa conquistou
o Prêmio Internacional de Inovação para a Alimentação e Agricultura Sustentável, da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
✓ O extrativismo não predatório é uma atividade capaz de sustentar parte significativa da
população rural da região, mantendo preservada a floresta. Contudo, o avanço da agropecuária
e das madeireiras ameaça diretamente a sua continuidade. No baixo curso do Tocantins e do
Amazonas, ao redor de Belém, a derrubada de palmeiras para a retirada de palmito coloca em
risco a coleta de açaí. No sul do Pará, em torno de Marabá, extensas áreas do Polígono dos
castanhais foram inteiramente devastadas.
✓ O Imaflora é uma organização da sociedade civil que completará 25 anos em 2020, focada em
ações voltadas à economia de floresta em pé. Se as atividades agroextrativistas sustentáveis
das comunidades são valorizadas, os produtos fazem frente às atividades ilegais e predatórias
que ameaçam os territórios.

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8.7. ATRIBUTOS SOCIOCULTURAIS E A IDENTIDADE AMAZÔNICA

✓ Nessa região vivem cerca de 180 povos indígenas, somando uma população de
aproximadamente 208 mil indivíduos, além de 357 comunidades remanescentes de
quilombolas e milhares de comunidades de seringueiros, ribeirinhos ou babaçueiros.
✓ A identidade amazônica é mais atribuída externamente, de fora para dentro, do que sentida
pela população regional. Há grande multiplicidade de identidades específicas, especialmente
indígenas. De acordo com as identidades, há uma tendência de divisão em territórios
“congelados”, apesar da sobreposição, interpenetração e movimentos de expansão e retração.
A territorialização aproxima-se de privatização comunitária, sem clareza sobre desencontros
de governança em uma federação fragmentada.
✓ A cultura amazônica é formada por uma grande diversidade de costumes, tradições e povos
diferentes. Ela é marcada principalmente pela forte ligação com a etnia indígena, porém com
todas as migrações para a região, temos uma grande diversidade cultural nessa região.
✓ O espaço de referência identitário que é referente ao espaço e tempo onde se alcança o
conhecimento social e cultural é neste espaço que são urdidas as práticas e representações
que estabelecem o sentimento e o significado de pertencimento das comunidades em seu
território. A localização geográfica é mencionada como referência para a construção da
identidade nas dimensões físicas naturais, sociais e simbólicas.
✓ Os numerosos grupos sociais que habitam a Amazônia desenvolvem um singular estilo de vida,
transmitindo seus costumes e suas práticas culturais de geração em geração, sem, muitas
vezes, haver um reconhecimento político de suas existências.
✓ Ao longo da história, numerosos povos indígenas optaram por se manter afastados da
sociedade brasileira, em função de suas experiências traumáticas com as frentes de expansão
nacional e as agências públicas. Essa estratégia de sobrevivência continua sendo usada por
muitos povos na Amazônia. Esses povos são comumente chamados, de forma inadequada, de
"isolados" ou "sem contato".

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A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas


Abrange terras do Brasil, Peru, Colômbia, Equador,
Localização
Venezuela, Guiana e Bolívia.
Seu principal rio é o Amazonas, cuja nascente localiza-se nos Andes
peruanos. É também o rio mais extenso e de maior volume de água do
planeta.
Principais rios Outros rios importantes dessa bacia são: Juruá, Tefé, Purus, Madeira,
Negro e Branco.
Boa parte dos rios são navegáveis ao atingirem as terras baixas, por
serem rios de planície.
No Rio Madeira, em Rondônia, foram construídas as hidrelétricas de
Jirau e Santo Antônio. No rio Xingu, no Pará, está em construção Belo
Hidrelétricas
Monte.
Na bacia está o maior potencial hidrelétrico não instalado do país.
Relevo

É na sua maioria, de baixa altitude, predominando as planícies e as


Topografia
depressões.

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Planaltos Residuais Norte-Amazônicos; Depressão


Marginal Norte-Amazônica; Depressão da Amazônia Ocidental; Planície
do rio Amazonas; Planalto da Amazônia Oriental; Planaltos Residuais
Sul-Amazônicos; Planície do rio Araguaia.
Unidades
geomorfológicas

Pico da Neblina (2.995 metros) e o Pico 31 de Março (2.974 metros),


Pontos
localizados nos Planaltos Residuais Norte-Amazônicos (ou Planalto das
culminantes
Guianas)

Vegetação

A floresta amazônica, também conhecida como floresta equatorial, é o ecossistema


dominante do bioma amazônico. Nele também são encontrados encraves de campos,
cerrados e caatinga.
A formação florestal que predomina é a floresta ombrófila densa,
seguida da floresta ombrófila aberta. As árvores são do tipo latifoliadas
Floresta
(folhas largas e grandes), o que facilita a evapotranspiração, e
amazônica
perenifólias (tem folhas durante o ano inteiro).
O solo é pouco espesso e de baixa fertilidade.
Mata de terra
Área que nunca inunda, com vegetação de grande porte.
firme

Mata de várzea Área sujeita a inundações periódicas, com árvores de médio porte.

Área permanentemente alagada, com árvores de menor porte e


Mata de igapó
adaptadas ao ambiente aquático.

Principal problema ambiental, causado sobretudo pela expansão da


fronteira agrícola, extração de madeira, garimpos e outros projetos
econômicos.
Desmatamento
Estima-se que já tenham sido derrubados em torno de 18% da mata
original da Floresta Amazônica. Nos últimos anos o desmatamento tem
diminuído.

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Geopolítica da Amazônia e a Integração do Estado nos Níveis Nacional e Internacional

A região amazônica é muito importante e muito visada mundo afora, sobretudo pela grande
quantidade e diversidade de recursos naturais presentes, como minérios, reservas de água e
outros produtos da floresta. Durante a segunda metade do século passado, ganhou corpo o
projeto de integrar essa região com o resto do país como forma de protege-la e também
desenvolvê-la. Para isso, diversas ações governamentais foram necessárias, e como
consequência, a região amazônica, sobretudo as capitais, como Manaus, se urbanizaram
rapidamente, desencadeando muitos problemas como a favelização, aglomerações
populacionais, problemas ambientais, etc.
Atualmente, se fala muito no projeto de desenvolvimento sustentável na região, como o
extrativismo não-predatório, mantendo o estilo de vida das populações tradicionais.

9. QUESTIONÁRIO DE REVISÃO

QUESTIONÁRIO - SOMENTE PERGUNTAS


1) Em quais países a Bacia Amazônica está localizada? Qual seu principal rio? Qual é a vazão
desse rio?
2) Qual a extensão do Rio Amazonas? Cite dados sobre o seu local.
3) Como é o relevo da região Amazônica?
4) Quais são os nomes dos principais relevos da região Amazônica?
5) Como é a qualidade do solo para fins de atividades agrárias?
6) Em quais locais no Amazonas se realizou a construção de rodovias?
7) Quais são as principais rodovias que abrangem a região do Amazonas e quais são as suas
características?
8) Quais são as principais rodovias do estado do Amazonas?
9) Como é o transporte hidroviário na região Amazônica?
10) Quais são os pontos positivos no transporte hidroviário?
11) Como é o transporte aeroviário na região Amazônica?

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12) Quais são os principais problemas relacionados aos impactos ambientais na região
amazônica?
13) Quais são as características do ecossistema da floresta amazônica?
14) Quais são os dados sobre o desmatamento da Amazônia? Como são as medidas para
conter esse desmatamento?
15) De que é feito o solo Amazônico?
16) O que é a SUDAM? Quais são as suas atribuições?
17) O que é a SUFRAMA? Qual é a sua responsabilidade?
18) Quais são as características da BR-364?
19) Como se deu a expansão agropecuária na Amazônia?
20) Como foi a urbanização na região amazônica? Quais foram seus fatores?
21) Como é o impacto da Amazônia no aspecto internacional?
22) Como se dá o desenvolvimento sustentável na região amazônica?
23) Como é a economia florestal na Amazônia?
24) Como é a cultura e a identidade dos povos amazônicos? Como eles ainda conseguem se
manter?

QUESTIONÁRIO - PERGUNTAS E RESPOSTAS

1) Em quais países a Bacia Amazônica está localizada? Qual seu principal rio? Qual é a vazão
desse rio?
A Bacia Amazônica abrange terras do Brasil, Peru, Colômbia, Equador, Venezuela, Guiana e
Bolívia. Seu principal rio é o Amazonas, cuja nascente localiza-se nos Andes peruanos. Recebe
vários nomes em seu trajeto rumo ao Brasil: ao entrar em território brasileiro, é chamado de
Solimões, e somente na confluência com o Rio Negro é que recebe o nome de Amazonas.
Outros rios importantes dessa bacia são: Juruá, Tefé, Purus, Madeira, Negro e Branco. O
Amazonas é o rio mais extenso (6.992 km no total) e de maior volume de água do planeta. Sua
vazão média é de cerca de 132 mil m3/s e representa cerca de 18% da água doce que todos os
rios do planeta lançam no oceano. Esse fato é explicado pela presença de afluentes nos dois
hemisférios (norte e sul), o que permite dupla captação das cheias de verão.
2) Qual a extensão do Rio Amazonas? Cite dados sobre o seu local.
A bacia hidrográfica drena 56% do território brasileiro (3,8 milhões de km²). Ao atingirem as
terras baixas, os rios tornam-se navegáveis. O rio Amazonas, que corre no centro da planície, é
inteiramente navegável. Em território brasileiro, da divisa com o Peru até a foz, o rio Amazonas
percorre mais de 3 mil km e tem uma variação altimétrica de apenas 65 metros. Os afluentes
do rio Amazonas nascem, em sua maioria, no planalto das Guianas e no planalto Central. O Rio
Amazonas é o segundo rio mais extenso do mundo (cerca de 7 mil km de extensão) e o maior
em volume de água. É um rio de planície com baixo declividade que possui grande potencial de

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navegação. O local apresenta mais de 20 mil quilômetros de vias fluviais navegáveis e ainda, o
maior potencial de geração de energia hidrelétrica do Brasil. O Rio Amazonas nasce na
cordilheira dos Andes, no Peru. Possui 6.868 km, sendo que 3.165 km estão em território
brasileiro. Sua vazão média é da ordem de 109.000 m³/s e 290.000 m³/s na estação de chuvas.
É um rio típico de planície, ele e muitos de seus afluentes são navegáveis, o que é muito
importante para a população da Amazônia, que se serve do rio como meio de locomoção.
3) Como é o relevo da região Amazônica?
A região Amazônica apresenta um relevo relativamente plano e o clima equatorial (uma vez
que está próximo da Linha Equador), com elevadas temperaturas e alto índice pluviométrico,
de forma que apresenta chuvas em quase todos os meses do ano. De tal maneira, os rios
possuem dois períodos: um de cheia e outro menor, de seca (estiagem). Com frequência, a
mata do local é inundada sazonalmente pelos rios que a compõem, o qual passa a ser
denominado de Mata de Igapó.
4) Quais são os nomes dos principais relevos da região Amazônica?
Os principais são: Planaltos Residuais Norte-Amazônicos, Depressão Marginal Norte-
Amazônica, Depressão da Amazônia Ocidental, Planície do rio Amazonas, Planalto da Amazônia
Oriental, Planaltos Residuais Sul-Amazônicos, Planície do rio Araguaia.
5) Como é a qualidade do solo para fins de atividades agrárias?
No que concerne às terras firmes, a qualidade do solo para fins de atividades agrárias e
agropecuárias é muito diferente. O solo foi formado por uma evolução integrada da floresta e
de todos os seus componentes: os herbáceos, os subarbustivos e as grandes árvores etc. De tal
maneira que o solo que a floresta engendrou não tem nada a ver com o solo que os agricultores
pensam que vão encontrar quando devastam as florestas e queimam as toras para tentar fazer
alguma agricultura. Nunca deu certo a agricultura extensiva, então os proprietários de terra
entraram no domínio da agropecuária e, sobretudo, da pecuária mesmo.
6) Em quais locais no Amazonas se realizou a construção de rodovias?
A construção de rodovias no estado do Amazonas se realizou principalmente nas microrregiões
geográficas do Madeira e do Purus, em maiores extensões; em outras microrregiões em menor
extensão; e em algumas nem foram contempladas.
7) Quais são as principais rodovias que abrangem a região do Amazonas e quais são as suas
características?
A Rodovia Belém-Brasília é um vetor oriental de ocupação, que se estruturou a partir da década
de 1960. Nas décadas seguintes, uma vasta mancha de povoamento, nucleada por áreas de
intensa modificação das paisagens naturais, organizou-se em torno do vetor oriental. A
Rodovia Belém-Brasília é um conjunto formado por onze rodovias federais do Brasil, que ligam
a capital do país, Brasília, à capital do Pará, Belém. A chamada Rodovia Belém-Brasília passa
pelos Estados de Goiás, Tocantins, Maranhão e Pará. Ela é uma área de fluxo que interliga
diversas regiões do país. A Rodovia Brasília-Acre é um vetor ocidental de ocupação estruturou-
se a partir da década de 1970. A colonização agrícola impulsionada por imigrantes do Centro-
Sul originou dezenas de núcleos urbanos, dando origem a uma rede urbana original, complexa
e diferenciada. Já a Rodovia Cuiabá-Santarém liga a capital do Estado do Mato Grosso e a

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cidade portuária Santarém, no Pará. A Rodovia Cuiabá-Santarém atravessa uma das regiões
mais ricas do país em recursos naturais e potencial econômico.
8) Quais são as principais rodovias do estado do Amazonas?
São elas: BR-230 (Transamazônica), BR-319 (Rodovia Álvaro Maia), BR-174(Manaus-Boa Vista),
Rodovia Torquato Tapajós ou Deputado Vital de Mendonça (AM-010), Rodovia Manoel Urbano
(AM-070).
9) Como é o transporte hidroviário na região Amazônica?
No Amazonas, o que se vê é que a utilização da hidrovia (rota por tráfego aquático) está cada
vez mais incrementada, tanto na otimização das embarcações e sinalizações dos rios, quanto
na tecnologia e melhoramento dos portos do interior do estado. Os rios também permitem o
transporte rodoviário/fluvial, onde os semirreboques de cargas naveguem sobre balsas. As
cargas também podem ser transportadas sobre o convés e nos porões das balsas – cargas
sólidas e líquidas, respectivamente. Uma modalidade que persiste nos rios do Amazonas são
os armazéns flutuantes, com capacidade de carga de 28.000 toneladas, em comboios de 12
balsas. Em Manaus pode-se observar a intermodalidade fluvial e marítima. As condições
naturais, especialmente a grande extensão de vias navegáveis, fazem com que o transporte
hidroviário seja tomado como ponto de referência básico para organização da rede de
transportes da Amazônia.
10) Quais são os pontos positivos no transporte hidroviário?
As velocidades dos transportes estão diretamente relacionadas ao sentir as agruras do espaço
a ser percorrido e, também, quanto mais lento é o transporte, mais se percebe o sofrimento e
as necessidades da população. Como os tomadores de decisões se deslocam em altas
velocidades, via área ou em lanchas “voadoras”, supomos que não percebem as verdadeiras
necessidades da população e as melhorias por elas exigidas não são tidas como reais, pois estes
não são conhecedores do espaço vivido. As enormes distâncias das áreas de produção aos
centros consumidores provocam desperdício da produção, que chega a estragar; e também
desmotivam os agricultores a ampliarem as suas roças. Outro fator atraente do modal
hidroviário é o preço dos fretes e das passagens, o baixo valor de manutenção das embarcações
e das vias, enquanto as rodovias, que sofrem com as intempéries e desgastes associados à
circulação dos veículos, logicamente necessitam de uma maior manutenção, redundando,
assim, em mais gastos.
11) Como é o transporte aeroviário na região Amazônica?
No Amazonas, o transporte aéreo é, em tese, complementar ao transporte fluvial, mas
geralmente é o único modo de transporte permanentemente utilizável no território, por não
sofrer as influências sazonais que sofrem alguns rios em sua perenidade. O transporte aéreo
demanda os maiores custos operacionais e apresenta elevado consumo de combustíveis, que
varia conforme o porte da aeronave, depende das condições atmosféricas e causa poluição
atmosférica e sonora. Em relação às aerovias (rota por tráfego aéreo), apesar de existirem
várias cobrindo todo o estado, alguns municípios são atendidos sistematicamente pelas
companhias aéreas; e os demais, por aviões da Força Aérea, com finalidades específicas e não
regulares. Os aeroportos dos municípios que integram as microrregiões selecionadas são

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raramente utilizados pela população em geral, pois praticam preços proibitivos, e quando são
utilizados, atendem aos governos municipal, estadual e federal.
12) Quais são os principais problemas relacionados aos impactos ambientais na região
amazônica?
Atualmente, a possibilidade de maior impacto no ecossistema amazônico ocorre pela a
construção de novas usinas hidroelétricas. Isso porque as usinas hidroelétricas não são
consideradas uma fonte 100% limpa de produção de energia, pois as barragens construídas
para o estoque de água a ser usado nas usinas destroem regiões inteiras, alagando a flora, a
fauna e até submergindo cidades por completo. A biopirataria na Amazônia é um grande
problema ecológico enfrentado. Os biopiratas coletam ilegalmente da floresta Amazônica
mudas de plantas nativas, animais, micro-organismos e fungos que saem do país
disfarçadamente pelos portos e por aeroportos. Os produtos da floresta são vendidos para
laboratórios ou colecionadores que os patenteiam. Segundo a CPI da biopirataria, o tráfico de
animais e de plantas movimenta anualmente US$ 1 bilhão, aproximadamente. O principal
prejuízo é a possível extinção das espécies animais e vegetais traficadas, por falta de controle
e reposição.

13) Quais são as características do ecossistema da floresta amazônica?


São elas: Mata de terra firme (área que nunca inunda, na qual se encontra vegetação de grande
porte), Mata de Várzea (área sujeita a inundações periódicas, com a vegetação de médio
porte), Mata de Igapó (desenvolve-se ao longo dos rios, numa área permanentemente alagada)
e Igarapé (pequenos rios que cruzam as florestas de várzeas).
14) Quais são os dados sobre o desmatamento da Amazônia? Como são as medidas para
conter esse desmatamento?
Estima-se que já tenham sido derrubados em torno de 18% da mata original da Floresta
Amazônica. O desmate da Amazônia acontece tanto nas zonas de transição, nas bordas da
floresta com o Cerrado – região conhecida como Arco do Desmatamento –, quanto no interior
da mata, principalmente no oeste paraense e no entorno da Rodovia BR-163 (Cuiabá-
Santarém), na Terra do Meio. O ritmo da destruição, entre 2008 e 2018, o desmatamento na
Amazônia foi 170 vezes mais rápido do que aquele registrado na Mata Atlântica durante o
Brasil Colônia. Sem controle, a taxa de desmatamento poderá atingir patamares anuais entre
9.391 km² e 13.789 km² até 2027, se mantida a mesma relação histórica entre rebanho bovino
e área total desmatada – considerando que a pecuária é um dos principais vetores de
desmatamento na Amazônia. Isso pode elevar o desmatamento a um estado irreversível.
Diminuir o desmatamento na Amazônia é um dos focos mais importantes da Política Nacional
de Mudança do Clima (PNMC). O plano objetiva alcançar, até o ano 2020, uma taxa 80% menor
que a média registrada entre 1996 e 2005. Por essa meta, o desmatamento anual não poderá
ser superior a 3.925 quilômetros quadrados. Como se vê, considerando o desmatamento dos
últimos anos, o Brasil está longe de alcançar esse objetivo. As medidas implementadas entre
2005 e 2012 derrubaram as taxas de desmatamento na região em cerca de 70% e indicam quais
são os elementos necessários para atingir o desmatamento zero. Entre eles estão os acordos
pelo fim do desmatamento pela agropecuária, o aumento da eficiência da pecuária nas áreas

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já abertas, a criação de áreas protegidas (Unidades de Conservação e terras indígenas) e o


cumprimento do Código Florestal. Tais políticas, se aplicadas não somente à Amazônia, mas
também a outros biomas, seriam capazes de, antes de 2030, zerar o desmatamento no país.
15) De que é feito o solo Amazônico?
Os solos amazônicos possuem uma restrita camada de matéria-orgânica que se encontra na
superfície, conhecida como húmus. Essa fina camada fértil é oriunda da própria floresta, nela
os organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no
ambiente. Além disso, outros fatores contribuem para o processo, como a temperatura, que
permanece alta o ano todo; a enorme umidade relativa do ar presente na região e a restrita
variação do clima. Tudo isso garante a sustentação da floresta.
16) O que é a SUDAM? Quais são as suas atribuições?
Em 1966, foi criada a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam); assim,
surgiu a Amazônia Legal. Apoiada por outro órgão oficial, o Banco da Amazônia, a Sudam
concedeu incentivos fiscais e créditos para as empresas interessadas em investir na região de
planejamento. De acordo com o artigo 10 da Lei nº 5.173, a Sudam tinha as atribuições
específicas de avaliar e rever anualmente o plano de valorização, e coordenar e supervisionar
os programas e planos de outros órgãos atuantes na Amazônia, prestando assistência técnica
aos projetos considerados prioritários para o desenvolvimento da região. Também era de sua
competência a fiscalização sobre o emprego das verbas destinadas ao plano; a decisão sobre a
distribuição de recursos entre os projetos privados propostos para a região — era dada a
preferência aos projetos de industrialização de matéria-prima regional —; a apresentação de
sugestões relativas à criação, modificação ou extinção de entidades e, finalmente, a promoção
e divulgação de estudos e pesquisas que permitissem um maior conhecimento das
potencialidades regionais.
17) O que é a SUFRAMA? Qual é a sua responsabilidade?
Um ano depois da Sudam, foi criada a Superintendência para a Zona Franca de Manaus
(Suframa), com a responsabilidade de planejar e coordenar um empreendimento ambicioso: a
transformação de Manaus em um centro industrial de grande porte. Desse modo, a capital do
estado teria de influenciar toda a parte ocidental da Amazônia, contribuindo para integrá-la ao
restante do país. A Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) é uma Autarquia
vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que administra a
Zona Franca de Manaus - ZFM, com a responsabilidade de construir um modelo de
desenvolvimento regional que utilize de forma sustentável os recursos naturais, assegurando
viabilidade econômica e melhoria da qualidade de vida das populações locais. Com quatro
decênios de existência, a Suframa viabilizou a implantação dos três pólos que compõem a ZFM
- comercial, industrial e agropecuário - e promove a interiorização do desenvolvimento por
todos os estados da área de abrangência do modelo, identificando oportunidades de negócios
e atrai investimentos para a região tanto para o Pólo Industrial de Manaus quanto para os
demais setores econômicos da sua área de atuação.
18) Quais são as características da BR-364?
A BR 364 é a rodovia mais importante da Amazônia Ocidental, além de ser muito importante
para toda a região Norte, pois faz a ligação da região com o Centro-Sul do país, permitindo o

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escoamento da produção das regiões Norte e Centro-Oeste do país. Possui cerca de 4.300
quilômetros de extensão, é uma rodovia diagonal que se inicia em Limeira (SP) — no km 153
da SP-330 — e vai até Rodrigues Alves (AC) — fronteira do Brasil com o Peru. Atravessa os
estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre. Além disso, foi muito
importante no processo de ocupação e formação territorial de Rondônia e da Amazônia
Ocidental. Antes da construção da BR- 364, só se chegava a Porto Velho de ferrovia pela Estrada
de Ferro Madeira-Mamoré a partir de Guajará-Mirim, de balsa a partir de Manaus ou de avião.
O transporte rodoviário era inexistente. A sua construção facilitou muito a migração, que foi a
base de boa parte da ocupação da região, posto que grande parte da população rondoniense
não é originária do estado. A BR-364 se tornou a principal rodovia no escoamento da safra de
arroz, milho e soja. A estrada também serve para escoar a produção de alimentos de parte do
Mato Grosso e do Acre.
19) Como se deu a expansão agropecuária na Amazônia?
A expansão da área plantada tem se dado, sobretudo, no sentido norte a partir da região
central brasileira, ou seja, atingindo diretamente o ecossistema frágil correspondente à
Floresta Amazônica. Essa expansão tem gerado impactos sócio-ambientais que envolvem
desde queimadas nas áreas da Floresta Amazônica para expansão da área plantada (que
respondem a grandes percentuais de gases de efeito estufa emitidos na atmosfera), a
mudanças no uso da terra e concentração latifundiária, entre outros. A expansão da fronteira
agrícola não atingiu Rondônia de forma tão agressiva como se verifica em outros estados da
região amazônica, como o Pará. Entretanto, parte dos migrantes da década de 70 e 80,
provenientes das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste veio em busca de terras, motivada pela
política de governo que privilegiou essa atividade econômica. Não coincidentemente, grande
parte da produção agropecuária do estado está monopolizado na Mesorregião Leste
Rondoniense, em municípios como Ji-Paraná, que por fazer parte da periferia amazônica, é por
onde avança a fronteira. Essa diferença se deu sobretudo por causa dos incentivos para a
produção de soja, a disponibilidade e a oferta de terras para cultivo e a introdução de novas
tecnologias e de sementes mais adaptadas ao clima tropical chuvoso da Amazônia. Ainda, a
busca pelo aumento da produtividade, com a inserção de fertilizantes, a mecanização da
produção, e o uso de sementes modificadas geneticamente causam impactos no solo. A soja
vem, portanto, se expandindo sobre as áreas de floresta, e, apesar de muitos produtores
agrícolas estarem utilizando antigas pastagens para plantar soja, grandes extensões de floresta
não estão sendo poupadas.
20) Como foi a urbanização na região amazônica? Quais foram seus fatores?
Em 1950, a população rural brasileira era de 33.161.506 habitantes, e correspondia a 63,84%
da população total. Vinte anos depois, os habitantes das zonas rurais eram 41.037.586, porém
correspondiam a 44% da população total. A modernização da agricultura, o extremo
parcelamento da terra no campesinato do Sul e o avanço da fronteira agropecuária no Centro-
Oeste e no Norte conferiram complexidade à evolução da população rural no país. Foi a soja,
inicialmente auxiliada pelo trigo, a responsável pela implementação da agricultura comercial
no Brasil. Apoiou a aceleração da mecanização das lavouras brasileiras, a modernização do
sistema de transportes, a expansão da fronteira agrícola, o incremento do comércio
internacional e a aceleração da urbanização do país.

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21) Como é o impacto da Amazônia no aspecto internacional?


Torna-se patente que, se há uma valorização da natureza e da Amazônia, há também a
relativização do poder da virtualidade dos fluxos e redes do mundo contemporâneo, com a
globalização, que acaba com as fronteiras e com os Estados. Na verdade, os fluxos e redes não
eliminam o valor estratégico da riqueza localizada, in situ; eles sustentam a riqueza circulante
do sistema financeiro, da informação, mas a riqueza localizada no território também tem seu
papel e seu valor. Isso, consequentemente, trouxe uma disputa das potências pelos estoques
das riquezas naturais, uma vez que a distribuição geográfica de tecnologia e de recursos está
distribuída de maneira desigual. Enquanto as tecnologias avançadas são desenvolvidas nos
centros de poder, as reservas naturais estão localizadas nos países periféricos, ou em áreas não
regulamentadas juridicamente. Esta é, pois, a base da disputa. Realiza-se uma articulação sul-
americana por meio do resgate do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), e também a
partir da iniciativa do planejamento físico da integração por meio de transporte multimodal,
difusão da internet nos países vizinhos e intercâmbio energético. Em Roraima deu-se o
primeiro passo para a integração oficial através da construção da estrada que liga Manaus à
Venezuela. O gás já vem sendo transferido da Bolívia e do Peru, e a Bolsa de Mercadorias e
Estudos propõe a extensão da fronteira agropecuária do centro-oeste brasileiro para os países
vizinhos. Hoje, a Amazônia não é mais mera fronteira de expansão de forças exógenas
nacionais ou internacionais, mas sim uma região no sistema espacial nacional, com estrutura
produtiva própria e múltiplos projetos de diferentes atores. Nela, a sociedade civil passou a ser
um ator fundamental, tanto no campo como nas cidades, especialmente pelas suas
reivindicações de cidadania, que inclusive influem no desenvolvimento urbano. O Grupo de
Trabalho Amazônico (GTA) tem 315 associações, entre elas a federação das organizações
indígenas. Os índios são espertíssimos, aprendem tudo rapidamente, mantêm a sua cultura e
crescem num ritmo que é o dobro da taxa nacional. Além disso, criam ONGs para ajudar outras
comunidades não tão informadas como a deles.
22) Como se dá o desenvolvimento sustentável na região amazônica?
A partir da Conferência Rio-92, o meio ambiente da Amazônia passou a ser objeto de políticas
nacionais específicas e cooperação internacional (HALL, 2005). As respostas políticas foram
principalmente a criação de áreas protegidas, a demarcação de terras indígenas e a ampliação
de áreas reservadas, isto é, aumento da Reserva Legal prevista no Código Florestal de 50% para
80% na Amazônia, exceto em áreas de Cerrado, onde essa reserva é de 35% quando na
Amazônia Legal. No resto do Cerrado, como também no resto do País, é de apenas 20%. Com
a exceção de reservas extrativistas e de terras indígenas, a seu modo, o sentido geral das
políticas foi de isolar a população e a sociedade, de um lado, e a natureza, do outro. A agenda
verde conservacionista foi privilegiada, se não imposta, e outras agendas ou abordagens foram
desprezadas ou relegadas a um segundo plano. Atualmente, as unidades de conservação e
terras indígenas cobrem 43,9% do bioma Amazônia, em proporções quase iguais. A proporção
no bioma Amazônia é muito maior que no bioma Cerrado. A cobertura segue, até certo ponto,
a definição de áreas prioritárias para conservação por meio de consultas a especialistas. Além
disso, ao tornar o estoque de terra remanescente mais escasso, a criação de extensas áreas
protegidas acelera a valorização da terra ainda disponível, o que estimula a especulação
fundiária e o desmatamento, de forma perversa. Há de se lembrar que a maior parte do meio

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ambiente está nos outros 83% do território, onde estão os recursos hídricos e o carbono, além
da população. Contraditoriamente, de forma que pode ser contraproducente, “unidades” de
conservação necessariamente implicam escala reduzida, que pode evitar a extinção de
espécies ameaçadas, mas é insuficiente para manter as funções ecológicas que exigem escala
maior. A sustentabilidade ambiental não se resume a pontos isolados, nem mosaicos ou
corredores ecológicos, mas depende do território como um todo, o que implica a presença
humana.
23) Como é a economia florestal na Amazônia?
Se desmatamento e queimadas marcam o atual momento da Amazônia, a economia da floresta
em pé consolidou-se como importante motor econômico das reservas extrativistas do Riozinho
do Anfrísio, do Iriri e do Xingu. Atualmente, os povos vendem borracha, castanha-do-pará, óleo
de copaíba, farinha e óleo de babaçu, entre outros. Óleo de coco e andiroba são os próximos
produtos que extrativistas pretendem comercializar. Os povos da floresta do Xingu integram a
rede Origens Brasil, administrada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola
(Imaflora) em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA). Em junho, a iniciativa conquistou
o Prêmio Internacional de Inovação para a Alimentação e Agricultura Sustentável, da
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
24) Como é a cultura e a identidade dos povos amazônicos? Como eles ainda conseguem se
manter?
A identidade ribeirinha é uma identidade territorial por ser construída a partir de
representações simbólicas e empíricas das comunidades sociais com o território. As
identidades territoriais são traçadas no e pelo processo de apropriação do espaço entre as
relações de poder. No entanto se pode assegurar que em todo processo de territorialização as
identidades se constituem, não se pode afirmar que toda identidade é dada a partir de um
território, nem toda identidade constrói territórios, pois todas estão situadas no espaço-
temporal, mas apenas algumas têm seu ponto referencial no território. O espaço de referência
identitário que é referente ao espaço e tempo onde se alcança o conhecimento social e cultural
é neste espaço que são urdidas as práticas e representações que estabelecem o sentimento e
o significado de pertencimento das comunidades em seu território. A localização geográfica é
mencionada como referência para a construção da identidade nas dimensões físicas naturais,
sociais e simbólicas. Tomamos como exemplo a atribuição do rio como espaço de referência
da identidade amazônica, o rio é uma paisagem natural e essencial para a população ribeirinha
por ser um local como fonte de recursos naturais (para realizar atividades de subsistência) e
também como meio para a locomoção, como foi mencionado anteriormente. É onde se
entrelaça as tramas e dramas sociais que constroem a maneira de viver do ribeirinho com seus
conhecimentos, fazeres e sociabilidades do dia-a-dia. E como espaço simbólico ele é a
centralidade do fantasioso, invenção e produto das crenças, lendas, e mitos em conjunto com
a floresta e o mundo das águas, estes são ambientes essenciais na construção cultural
ribeirinha e logo, um importante referencial para a constituição da identidade na Amazônia.
Ao longo da história, numerosos povos indígenas optaram por se manter afastados da
sociedade brasileira, em função de suas experiências traumáticas com as frentes de expansão
nacional e as agências públicas. Essa estratégia de sobrevivência continua sendo usada por
muitos povos na Amazônia. Esses povos são comumente chamados, de forma inadequada, de

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"isolados" ou "sem contato". Preferimos chamá-los de "livres" por não se sujeitarem a forma
alguma de dominação. Não estão livres, no entanto, dos massacres, das epidemias e da
usurpação de seus territórios. A história recente da Amazônia, por ocasião da abertura das
estradas que apregoavam a integração nacional, é repleta de fatos que atestam como esses
povos tiveram sua opção pela liberdade desrespeitada, sendo vítimas de enormes atrocidades.
Contra eles foram usados modernas armas de fogo, gases tóxicos, arsênico misturado no
açúcar e terríveis doenças epidêmicas. Nessa época, caso a ação de "pacificação" feita pelas
agências do Estado não alcançasse os resultados esperados para retirar os "obstáculos do
desenvolvimento", recorria-se à força das armas. É o que acontece com a abertura da BR 174,
diante da defesa organizada dos Waimiri-Atroari de seu território. Entre 1968 e 1971, estima-
se que dois mil índios foram mortos, seja pelas forças repressivas do Estado ou de mercenários
a seu serviço.

10. EXERCÍCIOS

1. (CESPE/IRB/2010 – DIPLOMATA)
Hileia amazônica, formação estratificada, subdivide-se em mata de igapó, de várzea e de terra
firme, definidas com base em tipos de embasamento, sendo os sedimentares associados à
mata de igapó, e os rochosos, às demais.
Comentários
A formação estratificada da floresta amazônica não é definida com base em tipos de embasamentos
geológicos. A sua divisão está associada às variações topográficas do relevo da bacia Amazônica.
As planícies inundáveis, ao longo dos principais cursos fluviais, são dominadas pelas matas de igapó
(em terrenos permanentemente alagados) e pelas matas de várzeas (nas áreas de inundação
periódica). As matas de terra firme ocorrem em baixos planaltos e platôs sedimentares.
Gabarito: Errado

2. (CESPE/IRB/2010 – DIPLOMATA)

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Acerca dos domínios vegetacionais brasileiros, ilustrados no mapa acima, julgue o item.
O bioma Amazônia, com mais de 4 milhões de km², é muito importante para a estabilidade
ambiental do planeta, pois ali estão fixadas trilhões de toneladas de carbono, sua massa vegetal
libera toneladas de água para a atmosfera, via evapotranspiração, e seus rios descarregam
cerca de 20% de toda a água doce despejada nos oceanos pelos rios existentes no mundo.
Comentários
Estudos sobre o clima têm mostrado que a Amazônia possui grande importância para a estabilidade
ambiental do planeta pelas altíssimas quantidades de carbono fixadas na massa vegetal e pela
altíssima quantidade de carbono sequestrada anualmente da atmosfera. Essa massa vegetal evapora
algo em torno de sete trilhões de toneladas de água anualmente para a atmosfera. A bacia
hidrográfica do rio Amazonas escoa 20% do volume de água doce do mundo.
Gabarito: Certo

3. (CESPE/IRB/2013 – DIPLOMATA)
O bioma Amazônia apresenta clima equatorial e se caracteriza por folhas latifoliadas; nesse
bioma, a umidade é garantida pela bacia amazônica, cujo rio principal contém um talvegue
profundo que contribui para as constantes inundações do bioma.
Comentários
O bioma Amazônia se caracteriza por folhas latifoliadas (folhas largas e planas, que propiciam
intensa evapotranspiração). O clima é equatorial. A elevada umidade é garantida pela intensa
evapotranspiração da floresta.
A evapotranspiração é um fenômeno de fundamental importância para se compreender a relação
entre o clima pluvial amazônico e a existência da floresta. Cerca de metade da água da chuva que
cai na região retorna através de evapotranspiração diretamente à atmosfera, onde novamente se

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condensa e volta a cair. Existe, pois, uma retroalimentação altamente significativa pela presença da
floresta. O clima da região é dependente da floresta amazônica.
O talvegue profundo não contribui para as constantes inundações do bioma. Se o talvegue fosse raso
a capacidade de armazenamento de água seria menor, aí poderíamos dizer que ele contribui para
as constantes inundações.
Gabarito: Errado

(CESPE/IRB/2008 – DIPLOMATA)
Acerca das transformações globais, nacionais e locais relacionadas ao desafio do
desenvolvimento ambiental sustentável, julgue (C ou E) os itens a seguir.
4.
Na Amazônia, o crescimento do agronegócio e a expansão das culturas de commodities têm
sido observados em um grande número de pequenas propriedades, o que se justifica por serem
tais empreendimentos prioritários para a desconcentração da propriedade da terra.

Comentários
O crescimento do agronegócio e a expansão das culturas de commodities na Amazônia têm como
base as grandes propriedades. O que proporciona a desconcentração da terra é uma reforma agrária
efetiva, o que nunca ocorreu no Brasil.
Gabarito: Errado

5.
Influenciada pelo agronegócio, a agricultura familiar ou de subsistência praticada atualmente
na Amazônia tem sido apoiada por inovações tecnológicas e pela utilização dos créditos
ambientais subsidiados por políticas públicas de preservação, que objetivam recompensar o
abandono da prática de derrubada ou queimada da floresta ou da vegetação secundária.
Comentários
A agricultura familiar na Amazônia possui muitas carências. Falta uma assistência técnica adequada,
a infraestrutura é deficiente, a produção é escoada com dificuldade e o crédito insuficiente. Além
disso, a atividade agrícola encontra muitos problemas para desenvolver um modelo sustentável de
produção com preservação ambiental.
Gabarito: Errado

6. (CESPE/IRB/2004 – DIPLOMATA)

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A Amazônia que você aprendeu na escola não existe mais. Hoje, você procura uma aldeia de
índios e encontra uma fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha mato 10 anos atrás,
agora você pode ser atropelado. A partir das ideias do texto acima, julgue o seguinte item.
Políticas territoriais levadas a efeito pelo Estado inibiram a formação de latifúndios na região
amazônica, em razão dos projetos de colonização implantados na segunda metade do século
passado.
Comentários
As políticas territoriais para a Amazônia, sob o regime militar (segunda metade do século passado)
concebiam a região como espaço de fronteira, num triplo sentido:
Fronteira geopolítica: espaço de afirmação do poder nacional em áreas de “fronteira morta” (faixa
de limites internacionais pouco povoada, sujeita a pressões de Estados estrangeiros e de facções
criminosas ligadas ao narcotráfico, ao contrabando e ao comércio ilegal de armas). Sua ocupação
efetiva permitiria o exercício do poder nacional nas faixas de fronteiras.
Fronteira demográfica: área de atração de fluxos migratórios e válvula de escape de tensões sociais
no campo. A Amazônia era um grande vazio, que poderia receber os excedentes populacionais do
Centro-Sul e, principalmente do Nordeste, diminuindo as pressões pela reforma agrária.
Fronteira econômica: área de implantação de grandes projetos florestais, minerais e industriais com
produção destinada à exportação, além de projetos agropecuários baseados na grande propriedade.
Os recursos naturais da Amazônia e os incentivos financeiros do Banco da Amazônia seriam os
fundamentos da valorização econômica regional.
Na vertente econômica, o governo estimulou a implantação de grandes projetos agropecuários na
região. Ou seja, a política territorial para a Amazônia estimulou a formação de latifúndios.
Gabarito: Errado

(CESPE/ABIN/2008 - Oficial de Inteligência)


Perduram imagens obsoletas sobre a região amazônica, verdadeiros mitos. Não apenas os
mitos tradicionais da terra exótica e dos espaços vazios, mas também mitos recentes que
obscurecem a realidade regional e dificultam a elaboração de políticas públicas adequadas ao
seu desenvolvimento. Nas últimas décadas do século XX, mudanças bem mais drásticas
ocorreram na região, tanto no que se refere a aspectos políticos e econômicos quanto no que
diz respeito a políticas públicas. As populações regionais se organizam e se tornam atores
políticos significativos, a cooperação internacional financeira e tecnocientífica assume
influência crescente, e o terceiro setor emerge como mediador de interesses diversos,
reduzindo o papel do Estado.
B. K.. Becker. Amazônia: nova geografia, nova política regional e nova escala de ação. In: M.
Coy e Kohlhepp (Coords.). Amazônia sustentável. Garamond, 2005, p. 23-4 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os próximos itens, acerca das
transformações político-econômicas que têm ocorrido na região amazônica.

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7.
A implementação de novas políticas regionais trouxe como consequência para a Amazônia a
desarticulação dessa região da dinâmica socioeconômica no Brasil, prevalecendo, então, os
interesses locais, isto é, da própria região.
Comentários
Um dos grandes problemas da Amazônia sempre foi a sua desarticulação com o resto do país, que
apesar de representar grande parte de nosso território, nunca se articulou integralmente na vida
econômica e política do Brasil. Nesse sentido, muitas políticas governamentais foram propostas para
a sua efetiva articulação. Uma das principais foi a criação da SUDAM, a Superintendência do
Desenvolvimento da Amazônia, além da implantação da Zona Franca de Manaus e alguns
investimentos de infraestrutura na região, como hidrelétricas e grandes projetos de extração
mineral. São investimentos que aos estão aos poucos articulando a região amazônica com o resto
do Brasil. Portanto, a implementação de novas políticas regionais não está desarticulando a
Amazônia, muito pelo contrário.
Gabarito: Errado

8.
O aproveitamento da vastidão das terras da região amazônica por meio da alocação de
pequenos produtores rurais, na segunda metade do século XX, desencadeou intenso fluxo
migratório para a região.
Comentários
Na segunda metade do século XX, o governo militar incentivou a ocupação da Amazônia através de
várias atividades econômicas, sobretudo na agropecuária e a mineração (Projeto Jari, Serra do Navio
e Carajás).
Na questão agropecuária, a ocupação da Amazônia teve como um dos seus objetivos a redução dos
conflitos de terras que ocorriam no país, principalmente do Sul e do Sudeste. Sendo assim, milhares
de pequenos produtores rurais foram alocados na Amazônia. Nesse aspecto, é notável a criação do
INCRA, em 1970, o Instituto de Nacional de Colonização e Reforma Agrária, que representou na
época uma atuação mais efetiva na colonização do que na reforma agrária.
Os projetos de colonização da Amazônia desencadearam intenso fluxo migratório para a região, na
segunda metade do século XX.
Cabe ressaltar que o governo também estimulou a implantação de grandes projetos de ocupação da
Amazônia, em glebas gigantes. Latifúndios se consolidaram, e o desmatamento se intensificou.
Gabarito: Certo

9.
Na região amazônica, a desconcentração da propriedade da terra, decorrente da ocupação
desta por pequenos agricultores, direcionados por programas de assentamento
implementados tanto pelo Estado, no caso do Programa Integrado de Colonização, quanto pela

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iniciativa particular, tornou a estrutura fundiária da Amazônia diferente da de outras regiões


do país, em que existem os conflitos agrários.
Comentários
A região amazônica é marcada pela grande concentração de terras e por grandes latifúndios, onde
seguidamente ocorrem conflitos agrários. Aliás, é a região brasileira onde mais se registram conflitos
agrários, e onde há maior concentração de terras. A concentração de terras é uma característica do
campo brasileiro. Não é igual em todas as regiões, mas todas exibem a marca da concentração de
terras. Pouca gente com muita terra e muita gente com pouca ou nenhuma terra.
Gabarito: Errado

10.
Na Amazônia, o avanço da fronteira agrícola ocorre por meio da recuperação das áreas
degradadas utilizadas para o cultivo de produtos, cuja exportação representa uma forma de
inserção do Brasil no mercado internacional.
Comentários
Seria muito bom se o avanço da fronteira agrícola ocorresse por meio da recuperação de áreas
degradadas. A fronteira agrícola avança por meio do desmatamento de áreas de floresta,
convertendo a terra para a agropecuária. Muitas dessas áreas se degradam pelo uso excessivo e mau
uso da terra. E ali ficam degradadas e a fronteira agrícola avança em cima de novas áreas de floresta.
Gabarito: Errado

11. (CONSULPLAN/IBGE/2011 – AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO)


Observe a descrição que trata de uma das bacias hidrográficas brasileiras apresentando as suas
principais características: “Com 3.856.528 km2, drena terras de mais de 45% do território
brasileiro. Seu principal rio nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru, e recebe denominações
diferentes até atingir o Oceano Atlântico.”
(Almeida, Lúcia Marina Alves de e Rigolin, Tércio Barbosa. Geografia: Geral e do Brasil.
Volume Único. 1ª Ed. São Paulo: Ática 2005, pág.129)
Qual é a bacia hidrográfica descrita anteriormente?
A) Bacia Platina.
B) Bacia do Tocantins-Araguaia.
C) Bacia do São Francisco.
D) Bacia do Leste.
E) Bacia Amazônica.
Comentários
A Bacia Amazônica drena 56% do território brasileiro. O Amazonas, seu rio principal, tem sua origem
na cordilheira dos Andes, no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico, no delta do Amazonas, no

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norte brasileiro. O rio entra no território brasileiro com o nome de rio Solimões e finalmente, em
Manaus, após a junção com o rio Negro, assim que suas águas se misturam ele recebe o nome de
Amazonas e como tal segue até a sua foz no oceano Atlântico.
Gabarito: E

12. (FGV/SEFAZ AP/2010 – FISCAL DA RECEITA ESTADUAL)


Segundo o IBGE, a Região Amazônica vive hoje um novo período graças à adoção do modelo
de desenvolvimento socioambiental, conceitualmente estruturado sob a égide do
desenvolvimento sustentável.
Com relação aos objetivos desse modelo, analise as afirmativas a seguir.
I. Reduzir o desmatamento e promover a adoção das práticas de manejo florestal.
II. Desenvolver os múltiplos usos dos ambientes florestais em benefício das populações locais.
III. Promover o desenvolvimento de sistemas agroflorestais por meio da criação de Reservas
Extrativistas de Uso Sustentável.

Assinale:
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
B) se somente a afirmativa II estiver correta.
C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
E) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Comentários
Um modelo sustentável de desenvolvimento para a Amazônia é aquele que gera renda e bem-estar
social para região com a floresta em pé, com a sua exploração racional. Os itens I, II e III apresentam
iniciativas neste sentido, que estão sendo implementadas na Região Amazônica.
Gabarito: E

13. (FCC/SEE-MG/2012 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA)


Observe a figura a seguir.

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O conteúdo da imagem faz referência Parte superior do formulário


A) aos projetos de constituição de novos estados na região Norte.
B) à relação entre o consumo cotidiano e a sustentabilidade ambiental.
C) aos interesses por trás da campanha de internacionalização da Amazônia.
D) à futura transformação da Amazônia no celeiro do mundo.
Comentários
A imagem associa a criação de gado ao desmatamento na Amazônia. A floresta é desmatada para o
plantio de pastagens e a posterior criação de gado de corte. Daí a pergunta: Você já comeu a
Amazônia hoje? Ao consumir carne, proveniente de gado criado na Amazônia, o consumidor estaria
contribuindo com o desmatamento da floresta. Ou seja, o conteúdo da imagem faz referência entre
o consumo cotidiano e a sustentabilidade ambiental.
Gabarito: B

14. (FGV/TJ-RO/2015 - TÉCNICO JUDICIÁRIO)

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A vegetação da Amazônia está dividida em tipos diferentes, cada um com características e


potenciais específicos. Baseado na imagem apresentada, pode-se caracterizar corretamente
essa diversidade ao se afirmar que:
A) o número 1 na imagem corresponde à várzea, um tipo de vegetação que tem um potencial
agrícola muito mais alto do que os demais tipos;
B) o Igarapé identificado com o número 3 na imagem é um tipo de vegetação que ocorre ao
longo dos rios de "água preta" pobres de nutrientes, como o rio Negro;
C) no número 2 ocorre a mata de várzea, onde os solos são permanentes alagados, em terrenos
baixos próximos aos rios;
D) os tipos de terra firme exemplificados com o número 1 correspondem à Amazônia
fitogeograficamente, ou "hileia", onde a arrancada recente para a colonização concentrou-se;
E) a fertilidade do solo da várzea, identificada com o número 3, é renovada periodicamente
pelo sedimento depositado pelos rios.
Comentários
A) Incorreta. O número 1 não corresponde a uma várzea, isto é, a região que fica na margem dos
cursos d’água. As várzeas são áreas que alagam constantemente, sendo chamadas também de
planícies de inundação. Suas terras são bastante férteis e propícias para a agricultura. Na imagem,
corresponde ao número 2.
B) Incorreta. O número 3 corresponde a um igarapé, que ocorrem ao longo dos rios de “água preta”,
como o rio Negro. Entretanto, tais rios não são pobres em nutrientes, pois eles contêm muita
matéria orgânica.
C) Incorreta. Como vimos na alternativa “a”, a várzea da imagem está representada pelo número 2.
Há outro erro na afirmativa: nas várzeas, os solos são temporariamente alagados, e não
permanentemente, em terrenos baixos próximos aos rios.
D) Correta. O número 1 corresponde à mata de terra firme, um estrato da floresta amazônica que
está sempre acima do nível da água. Devido a isso, é o ambiente amazônico que mais foi desmatado
durante a história e também recentemente, para a utilização de atividades agropecuárias.

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E) Incorreta. Os solos da várzea são alagados periodicamente. Sendo assim, os rios não possuem a
capacidade constante de renovar o solo e de depositar sedimentos se não atingem o nível das
florestas de várzea. Entretanto, quando atingem o nível nas inundações periódicas, eles fazem a
constante lavagem dos nutrientes, e ao voltarem para seu nível mais baixo, depositam muitos
sedimentos.
Gabarito: D

Os diferentes rios amazônicos


Os sistemas fluviais amazônicos não são caracterizados somente pelo imenso número de
rios e igarapés, eles se distinguem também uns dos outros por certas qualidades físicas e
químicas de forma que se pode classificá-los em um sistema de tipos de rios amazônicos,
uma tipologia que consiste de dois grandes grupos: os rios de águas negras, os rios de águas
brancas e os rios de águas claras.
Os rios de água branca, como o Solimões e o Madeira, são os que nascem em lugares muito
montanhosos. Apesar do nome não sugerir, eles são rios barrentos, túrbidos. A coloração
barrenta da água vem da terra que esses rios arrancam das montanhas quando descem,
possuindo uma alta carga de sedimentos. Rios de águas brancas apresentam um conteúdo
de nutrientes superior ao do encontrado em rios de águas negras e claras, e são esses rios
que formam as várzeas, que, por sua vez, possuem um solo bastante fértil.
Os rios de água preta, como o Rio Negro, são caracterizados pela cor marrom. As águas
pretas são essencialmente um “chá” que é fermentado em áreas onde os compostos
químicos das plantas não são completamente decompostos. Portanto, possuem bastante
matéria orgânica. Devido às propriedades físico-químicas, esses rios geralmente formam os
igarapés.
Os rios de águas claras são os menos túrbidos, mais cristalinos, e possuem baixa composição
de nutrientes e sedimentos. Um exemplo de rio de águas claras é o Tapajós.
15. (FUNCAB/PC-RO/2014 - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)
Os rios e bacias hidrográficas não obedecem limites políticos entre estados e países. Muitos
rios possuem suas nascentes em um país e sua foz em outro. Entre os rios a seguir, assinale o
que conecta diretamente os estados de Rondônia e Amazonas.
A) Madeira.
B) Jaciparaná.
C) Mamoré.
D) Guaporé.
E) Corumbiara.
Comentários

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O rio Madeira é um dos principais afluentes do rio Amazonas, conecta diretamente os estados de
Rondônia e Amazonas.
Gabarito: A

16. (FUNCAB/MPE-RO/2012 - TÉCNICO ADMINISTRATIVO)


As usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau serão as primeiras da Amazônia a utilizar o
sistema de turbina tipo bulbo, que não exige grandes superfícies alagadas, sugerindo uma
perspectiva de sustentabilidade ecológica. Essas usinas estão sendo construídas no rio:
A) Guaporé.
B) Abunã.
C) Mamoré.
D) Jamari.
E) Madeira.
Comentários
As usinas de Santo Antônio e Jirau tiveram suas obras concluídas em dezembro de 2016, e estão
localizadas no rio Madeira.
Gabarito: E

17. (FGV/SEPOG/2017 – TÉCNICO EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL)


As formações vegetais do ambiente amazônico variam em função dos tipos de solo e de sua
localização em relação aos rios. Com base na imagem, assinale a afirmativa correta sobre os
tipos de vegetação da Amazônia.

A) O tipo 1 corresponde a uma vegetação diversificada, combinando a floresta de árvores de


grande porte, como castanheiras e ipês, com a floresta de igapó.
B) O tipo 2 corresponde à floresta de terra firme, predominantemente composta por floresta
ombrófila aberta e manchas de campinaranas.
C) O tipo 3 é característico das regiões de alagamento, em áreas próximas aos rios, banhadas
por águas claras ou barrentas de acordo com o período de cheia ou vazante.

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D) Os tipos 1 e 2 se desenvolvem em solos argiloso, bem drenados, em relevo plano ou com


inclinação suave, sujeitos a inundação periódica.
E) O tipo 2 corresponde à floresta inundável conhecida como mata de várzea, que se beneficia
dos nutrientes, sedimentos e matéria orgânica trazidos pelas cheias sazonais.
Comentários
A) Incorreto. O tipo 1 corresponde a uma vegetação diversificada, com floresta de árvores de grande
porte, entretanto, não possui espécies da floresta de igapó, que na figura é o tipo 2. A floresta de
igapó possui espécies adaptadas ao ambiente aquático dos rios, e o tipo 1, a mata de terra-firme,
não apresenta as condições ambientais específicas para esse tipo de vegetação.
B) Incorreto. A floresta de terra firme é representada pelo tipo 1. O tipo 2 é a mata de várzea, sujeita
a inundações sazonais.
C) Incorreto. O tipo 3, a mata de igapó, ou igarapé cresce dentro dos rios, e não em áreas próximas.
É uma região permanentemente alagada. As águas dos igarapés geralmente são barrentas.
D) Incorreto. Afirmativa parcialmente correta. Os solos amazônicos são bastante argilosos devido ao
constante processo de intemperização causado pelas chuvas, bem drenados e com inclinação suave
ou plana. Entretanto, o tipo 1 não está sujeito às inundações periódicas, é a mata de terra firme, que
fica acima do nível das cheias.
E) Correto. O tipo 2 corresponde à mata de várzea, um estrato florestal que inunda periodicamente,
por vezes chamada de floresta inundável, pois embora não possua árvores tão grandes como nas
terras altas da Amazônia, é uma formação tipicamente florestal e alagável. Essa área possui um solo
muito fértil devido aos nutrientes, sedimentos e matéria orgânica trazidos pelas cheias sazonais,
sendo muito procurada para a agricultura.
Gabarito: E

18. (FGV/DPE-RO/2015 - ANALISTA JURÍDICO)


“Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio
Vargas (1930/1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para os
interesses nacionais. Era a época da Marcha para o Oeste. (...) Durante a ditadura militar, a
política para a Amazônia ficou conhecida pelo lema 'Integrar para não Entregar'.“
(Peixoto, Fabrícia. Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia.
Disponível em www.bbc.co.uk)
A ocupação da Amazônia ganhou fôlego no século XX, como mostra o trecho da reportagem
acima. Sobre as consequências dessa ocupação, pode-se destacar:
A) o desenvolvimento econômico baseado nos princípios da sustentabilidade, que garantiu a
preservação da floresta;
B) a demarcação das terras dos grupos indígenas que viviam na região, evitando conflitos por
terras;

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C) a forte deterioração do bioma da região norte, como consequência da exploração


desenfreada da região;
D) a adoção de um padrão de transportes ferroviário, distinto do restante do país;
E) a abertura das fronteiras à penetração de países vizinhos que exploravam a região.
Comentários
A) Incorreto. No geral, na prática, a sustentabilidade não foi um dos princípios adotados para a
ocupação da região amazônica. Nas áreas ocupadas a floresta está bastante desmatada. Foi uma
ocupação que também não teve cuidados na preservação da biodiversidade.
B) Incorreto. A demarcação de terras indígenas avançou no final do século passado e no século XXI.
No entanto, no processo histórico, a ocupação de terras na Amazônia provocou muitos conflitos com
indígenas. Conflitos que seguem ocorrendo na atualidade. Assim como a extinção de espécies
animais e vegetais, muitas etnias indígenas sofreram genocídio violento e pereceram deixando
pouco ou nenhum vestígio. A região Norte registra o maior número de conflitos por terras no Brasil,
sobretudo pelo embate entre os latifundiários contra os indígenas e outras comunidades regionais.
C) Correto. A forte deterioração do bioma da região Norte, o bioma amazônico, foi intrínseco à
exploração econômica da região. Estima-se que já tenham sido derrubados em torno de 18% da
mata original da Floresta Amazônica. Pode não parecer muito, “apenas 1/5”, mas vamos nos
lembrar que a floresta amazônica é gigante, em termos relativos pode ser pouco, mas em termos
absolutos, é muita área desmatada.
D) Incorreto. As linhas de transporte ferroviário na região são pouco significativas. No Brasil em
geral, esse é um modal de transporte que foi pouco priorizado durante a nossa história, mesmo que
o mesmo possuía muitas vantagens em relação ao transporte rodoviário, o principal meio de
transporte brasileiro. Seguindo o padrão brasileiro, grandes rodovias foram construídas na
Amazônia, como a Belém-Brasília (BR-010), Cuiabá-Porto Velho (BR-364), BR- 230 (Transamazônica
– PA/AM), BR-163 (Cuiabá-Santarém) e BR-319 (Porto Velho –Manaus).
E) Incorreto. Não houve a abertura de fronteiras como descreve a questão. Na Era Vargas e nos
governos militares, um dos objetivos da ocupação da Amazônia era protege-la da “ameaça
internacional”.
Gabarito: C

19. (FGV/SEPOG/2017 – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental)


Inicialmente, a categoria "populações tradicionais" congregava seringueiros e castanheiros da
Amazônia. Desde então, expandiu-se, abrangendo outros grupos que vão de coletores de
berbigão de Santa Catarina a babaçueiras do sul do Maranhão e quilombolas do Tocantins. (...)
O que todos possuem em comum é o fato de que tiveram uma história de baixo impacto
ambiental; formas equitativas de organização social e a presença de instituições com
legitimidade para fazer cumprir suas leis. Mas, acima de tudo, estão todos dispostos a uma
negociação: em troca do reconhecimento e do controle sobre o território, comprometem-se a
prestar serviços ambientais. As populações tradicionais e suas organizações não tratam apenas

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com fazendeiros, madeireiros e garimpeiros. Tornaram-se parceiras de instituições centrais


como as Nações Unidas, o Banco Mundial e as poderosas ONGs do primeiro mundo.
Adaptado de Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia. CUNHA,
M. C. e ALMEIDA, W. B. de A. (2001).
Com base no texto, compreende-se o uso da categoria "populações tradicionais" para indicar
grupos que:
A) participam da economia global, agregando conhecimento local e preservando técnicas de
baixo impacto ambiental.
B) são naturalmente conservacionistas e se mantêm fora dos circuitos centrais da economia de
mercado.
C) organizam-se em tribos e comunidades autogeridas, com leis e tradições orais milenares.
D) correspondem à população nativa, etnicamente identificada com os índios brasileiros.
E) desejam permanecer em estado de isolamento em relação às instituições que representam
o Estado Nacional.
Comentários
Povos tradicionais são grupos que possuem formas própria de organização social, necessitam de um
território e recursos naturais para a reprodução de seus meios de vida, os quais são geralmente
práticas e conhecimentos transmitidos pela tradição. O enunciado ainda complementa mais ainda
essa questão, que pode ser tranquilamente respondida pelo mesmo. A resposta certa é a letra “A”.
Vamos ver onde está o erro das outras alternativas:
B) Incorreto. São naturalmente conservacionistas, mas atualmente, os povos tradicionais estão
conectados com a economia de mercado. Não são povos que fecham a sua economia para si
mesmos. Muitos produtos dos povos tradicionais podem ter alto valor de mercado, devido à sua
origem produtiva de acordo com práticas sustentáveis. Atualmente, o mercado de produtos
sustentáveis está crescendo bastante, como uma demanda de grupos civis.
C) Incorreto. Embora a denominação de povos tradicionais, para nós, cidadãos urbanos, aparente se
referir à um grupo diferente, com costumes e uma cultura diferente, os povos tradicionais são
cidadãos brasileiros, com direitos e deveres, geralmente habitantes de zonas rurais. Não são,
portanto, comunidades autogeridas.
D) Incorreto. Erroneamente identificados como povos indígenas, os povos tradicionais são os
seringueiros, extrativistas, ribeirinhos, quilombolas, entre outros. Os povos indígenas são os povos
originários.
E) Incorreto. Os povos tradicionais são parte da sociedade brasileira, sujeitos à constituição como
todos nós. Não desejam permanecer em estado de isolamento, como inclusive recebem apoio de
instituições nacionais públicas e privadas.
Gabarito: A

20. (FGV/SEPOG/2017 – TÉCNICO EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL)

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As opções a seguir descrevem corretamente a importância da BR-364 para o desenvolvimento


da Amazônia Ocidental, à exceção de uma. Assinale-a.
A) A construção da BR-29 a partir dos anos 1960, depois chamada de BR-364, ligando Brasília
ao Acre, contribuiu para a colonização dessa região, em função do desenvolvimento de
atividades agropecuárias.
B) Com a abertura da BR-364 surgiram pequenos núcleos às margens da nova estrada,
promovendo, a partir da década de 1980, a ocupação da região e o surgimento de novos
municípios.
C) As ações de colonização do INCRA, a partir dos anos 1970, promoveram assentamentos e
contribuíram para a abertura de fronteiras agrícolas em Rondônia, favorecendo o
desmatamento para a formação de pastagens.
D) A rodovia estimulou processos migratórios associados à exploração mineral e vegetal e à
produção agropecuária, com predomínio de um modelo de agricultura familiar de alta
produtividade.
E) A BR-364 continua sendo o principal elo de ligação entre a Amazônia Ocidental e o resto do
Brasil, passando a ser também um caminho de integração em direção aos países andinos.
Comentários
A) Correto. A BR-364, denominada de BR-29 no sistema antigo de numeração de rodovias federais
do Brasil, contribuiu para a colonização da região da Amazônia Oriental em função do
desenvolvimento das atividades agropecuárias, mas não somente dessas.
B) Correto. A abertura de novas estradas estimula o surgimento de núcleos de povoamento nas suas
margens. Com a BR-364, não foi diferente. Essa estrada é uma das responsáveis pelo processo de
ocupação da Amazônia e do surgimento de novos municípios.
C) Correto. O INCRA teve um papel importante na colonização agrícola da Amazônia. Entretanto,
sabemos bem que esse processo intensificou muito o desmatamento.
D) Incorreto. O predomínio do modelo de agricultura não foi familiar de alta produtividade. Embora
o INCRA tenha estimulado à migração de pequenos proprietários para agricultura familiar,
predominou e predomina na região o grande latifúndio de exploração, marcado sobretudo pela
cultura da soja e a criação do gado.
E) Correto. Além de principal elo de ligação entre a Amazônia Ocidental e o resto do Brasil, é um
caminho de integração com os países andinos. O ponto extremo da rodovia à oeste é a fronteira
entre o Brasil e o Peru, no Acre, sendo uma porta de entrada ou de saída do Brasil para esse e outros
países andinos.
Gabarito: D

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1. (CESPE/IRB/2010 – DIPLOMATA)
Hileia amazônica, formação estratificada, subdivide-se em mata de igapó, de várzea e de terra
firme, definidas com base em tipos de embasamento, sendo os sedimentares associados à
mata de igapó, e os rochosos, às demais.

2. (CESPE/IRB/2010 – DIPLOMATA)

Acerca dos domínios vegetacionais brasileiros, ilustrados no mapa acima, julgue o item.
O bioma Amazônia, com mais de 4 milhões de km², é muito importante para a estabilidade
ambiental do planeta, pois ali estão fixadas trilhões de toneladas de carbono, sua massa vegetal
libera toneladas de água para a atmosfera, via evapotranspiração, e seus rios descarregam
cerca de 20% de toda a água doce despejada nos oceanos pelos rios existentes no mundo.

3. (CESPE/IRB/2013 – DIPLOMATA)
O bioma Amazônia apresenta clima equatorial e se caracteriza por folhas latifoliadas; nesse
bioma, a umidade é garantida pela bacia amazônica, cujo rio principal contém um talvegue
profundo que contribui para as constantes inundações do bioma.

(CESPE/IRB/2008 – DIPLOMATA)

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Acerca das transformações globais, nacionais e locais relacionadas ao desafio do


desenvolvimento ambiental sustentável, julgue (C ou E) os itens a seguir.

4.
Na Amazônia, o crescimento do agronegócio e a expansão das culturas de commodities têm
sido observados em um grande número de pequenas propriedades, o que se justifica por serem
tais empreendimentos prioritários para a desconcentração da propriedade da terra.

5.
Influenciada pelo agronegócio, a agricultura familiar ou de subsistência praticada atualmente
na Amazônia tem sido apoiada por inovações tecnológicas e pela utilização dos créditos
ambientais subsidiados por políticas públicas de preservação, que objetivam recompensar o
abandono da prática de derrubada ou queimada da floresta ou da vegetação secundária.

6. (CESPE/IRB/2004 – DIPLOMATA)
A Amazônia que você aprendeu na escola não existe mais. Hoje, você procura uma aldeia de
índios e encontra uma fábrica ou uma fazenda moderna. Onde só tinha mato 10 anos atrás,
agora você pode ser atropelado. A partir das ideias do texto acima, julgue o seguinte item.
Políticas territoriais levadas a efeito pelo Estado inibiram a formação de latifúndios na região
amazônica, em razão dos projetos de colonização implantados na segunda metade do século
passado.

(CESPE/ABIN/2008 - Oficial de Inteligência)


Perduram imagens obsoletas sobre a região amazônica, verdadeiros mitos. Não apenas os
mitos tradicionais da terra exótica e dos espaços vazios, mas também mitos recentes que
obscurecem a realidade regional e dificultam a elaboração de políticas públicas adequadas ao
seu desenvolvimento. Nas últimas décadas do século XX, mudanças bem mais drásticas
ocorreram na região, tanto no que se refere a aspectos políticos e econômicos quanto no que
diz respeito a políticas públicas. As populações regionais se organizam e se tornam atores
políticos significativos, a cooperação internacional financeira e tecnocientífica assume
influência crescente, e o terceiro setor emerge como mediador de interesses diversos,
reduzindo o papel do Estado.
B. K.. Becker. Amazônia: nova geografia, nova política regional e nova escala de ação. In: M.
Coy e Kohlhepp (Coords.). Amazônia sustentável. Garamond, 2005, p. 23-4 (com adaptações).

Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os próximos itens, acerca das
transformações político-econômicas que têm ocorrido na região amazônica.
7.

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A implementação de novas políticas regionais trouxe como consequência para a Amazônia a


desarticulação dessa região da dinâmica socioeconômica no Brasil, prevalecendo, então, os
interesses locais, isto é, da própria região.

8.
O aproveitamento da vastidão das terras da região amazônica por meio da alocação de
pequenos produtores rurais, na segunda metade do século XX, desencadeou intenso fluxo
migratório para a região.

9.
Na região amazônica, a desconcentração da propriedade da terra, decorrente da ocupação
desta por pequenos agricultores, direcionados por programas de assentamento
implementados tanto pelo Estado, no caso do Programa Integrado de Colonização, quanto pela
iniciativa particular, tornou a estrutura fundiária da Amazônia diferente da de outras regiões
do país, em que existem os conflitos agrários.

10.
Na Amazônia, o avanço da fronteira agrícola ocorre por meio da recuperação das áreas
degradadas utilizadas para o cultivo de produtos, cuja exportação representa uma forma de
inserção do Brasil no mercado internacional.

11. (CONSULPLAN/IBGE/2011 – AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO)


Observe a descrição que trata de uma das bacias hidrográficas brasileiras apresentando as suas
principais características: “Com 3.856.528 km2, drena terras de mais de 45% do território
brasileiro. Seu principal rio nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru, e recebe denominações
diferentes até atingir o Oceano Atlântico.”
(Almeida, Lúcia Marina Alves de e Rigolin, Tércio Barbosa. Geografia: Geral e do Brasil.
Volume Único. 1ª Ed. São Paulo: Ática 2005, pág.129)
Qual é a bacia hidrográfica descrita anteriormente?
A) Bacia Platina.
B) Bacia do Tocantins-Araguaia.
C) Bacia do São Francisco.
D) Bacia do Leste.
E) Bacia Amazônica.
12. (FGV/SEFAZ AP/2010 – FISCAL DA RECEITA ESTADUAL)

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Segundo o IBGE, a Região Amazônica vive hoje um novo período graças à adoção do modelo
de desenvolvimento socioambiental, conceitualmente estruturado sob a égide do
desenvolvimento sustentável.
Com relação aos objetivos desse modelo, analise as afirmativas a seguir.
I. Reduzir o desmatamento e promover a adoção das práticas de manejo florestal.
II. Desenvolver os múltiplos usos dos ambientes florestais em benefício das populações locais.
III. Promover o desenvolvimento de sistemas agroflorestais por meio da criação de Reservas
Extrativistas de Uso Sustentável.

Assinale:
A) se somente a afirmativa I estiver correta.
B) se somente a afirmativa II estiver correta.
C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

13. (FCC/SEE-MG/2012 – PROFESSOR DE GEOGRAFIA)


Observe a figura a seguir.

O conteúdo da imagem faz referência Parte superior do formulário


A) aos projetos de constituição de novos estados na região Norte.
B) à relação entre o consumo cotidiano e a sustentabilidade ambiental.
C) aos interesses por trás da campanha de internacionalização da Amazônia.
D) à futura transformação da Amazônia no celeiro do mundo.
14. (FGV/TJ-RO/2015 - TÉCNICO JUDICIÁRIO)

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A vegetação da Amazônia está dividida em tipos diferentes, cada um com características e


potenciais específicos. Baseado na imagem apresentada, pode-se caracterizar corretamente
essa diversidade ao se afirmar que:

A) o número 1 na imagem corresponde à várzea, um tipo de vegetação que tem um potencial


agrícola muito mais alto do que os demais tipos;
B) o Igarapé identificado com o número 3 na imagem é um tipo de vegetação que ocorre ao
longo dos rios de "água preta" pobres de nutrientes, como o rio Negro;
C) no número 2 ocorre a mata de várzea, onde os solos são permanentes alagados, em terrenos
baixos próximos aos rios;
D) os tipos de terra firme exemplificados com o número 1 correspondem à Amazônia
fitogeograficamente, ou "hileia", onde a arrancada recente para a colonização concentrou-se;
E) a fertilidade do solo da várzea, identificada com o número 3, é renovada periodicamente
pelo sedimento depositado pelos rios.

15. (FUNCAB/PC-RO/2014 - DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL)


Os rios e bacias hidrográficas não obedecem limites políticos entre estados e países. Muitos
rios possuem suas nascentes em um país e sua foz em outro. Entre os rios a seguir, assinale o
que conecta diretamente os estados de Rondônia e Amazonas.
A) Madeira.
B) Jaciparaná.
C) Mamoré.
D) Guaporé.
E) Corumbiara.

16. (FUNCAB/MPE-RO/2012 - TÉCNICO ADMINISTRATIVO)

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As usinas hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau serão as primeiras da Amazônia a utilizar o


sistema de turbina tipo bulbo, que não exige grandes superfícies alagadas, sugerindo uma
perspectiva de sustentabilidade ecológica. Essas usinas estão sendo construídas no rio:
A) Guaporé.
B) Abunã.
C) Mamoré.
D) Jamari.
E) Madeira.

17. (FGV/SEPOG/2017 – TÉCNICO EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL)


As formações vegetais do ambiente amazônico variam em função dos tipos de solo e de sua
localização em relação aos rios. Com base na imagem, assinale a afirmativa correta sobre os
tipos de vegetação da Amazônia.

A) O tipo 1 corresponde a uma vegetação diversificada, combinando a floresta de árvores de


grande porte, como castanheiras e ipês, com a floresta de igapó.
B) O tipo 2 corresponde à floresta de terra firme, predominantemente composta por floresta
ombrófila aberta e manchas de campinaranas.
C) O tipo 3 é característico das regiões de alagamento, em áreas próximas aos rios, banhadas
por águas claras ou barrentas de acordo com o período de cheia ou vazante.
D) Os tipos 1 e 2 se desenvolvem em solos argiloso, bem drenados, em relevo plano ou com
inclinação suave, sujeitos a inundação periódica.
E) O tipo 2 corresponde à floresta inundável conhecida como mata de várzea, que se beneficia
dos nutrientes, sedimentos e matéria orgânica trazidos pelas cheias sazonais.

18. (FGV/DPE-RO/2015 - ANALISTA JURÍDICO)


“Há sinais desse movimento desde a época do descobrimento, mas foi no governo de Getúlio
Vargas (1930/1945) que a colonização da floresta passou a ser vista como estratégica para os

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interesses nacionais. Era a época da Marcha para o Oeste. (...) Durante a ditadura militar, a
política para a Amazônia ficou conhecida pelo lema 'Integrar para não Entregar'.“
(Peixoto, Fabrícia. Linha do tempo: Entenda como ocorreu a ocupação da Amazônia.
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A ocupação da Amazônia ganhou fôlego no século XX, como mostra o trecho da reportagem
acima. Sobre as consequências dessa ocupação, pode-se destacar:
A) o desenvolvimento econômico baseado nos princípios da sustentabilidade, que garantiu a
preservação da floresta;
B) a demarcação das terras dos grupos indígenas que viviam na região, evitando conflitos por
terras;
C) a forte deterioração do bioma da região norte, como consequência da exploração
desenfreada da região;
D) a adoção de um padrão de transportes ferroviário, distinto do restante do país;
E) a abertura das fronteiras à penetração de países vizinhos que exploravam a região.

19. (FGV/SEPOG/2017 – Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental)


Inicialmente, a categoria "populações tradicionais" congregava seringueiros e castanheiros da
Amazônia. Desde então, expandiu-se, abrangendo outros grupos que vão de coletores de
berbigão de Santa Catarina a babaçueiras do sul do Maranhão e quilombolas do Tocantins. (...)
O que todos possuem em comum é o fato de que tiveram uma história de baixo impacto
ambiental; formas equitativas de organização social e a presença de instituições com
legitimidade para fazer cumprir suas leis. Mas, acima de tudo, estão todos dispostos a uma
negociação: em troca do reconhecimento e do controle sobre o território, comprometem-se a
prestar serviços ambientais. As populações tradicionais e suas organizações não tratam apenas
com fazendeiros, madeireiros e garimpeiros. Tornaram-se parceiras de instituições centrais
como as Nações Unidas, o Banco Mundial e as poderosas ONGs do primeiro mundo.
Adaptado de Populações Indígenas, Povos Tradicionais e Preservação na Amazônia. CUNHA,
M. C. e ALMEIDA, W. B. de A. (2001).
Com base no texto, compreende-se o uso da categoria "populações tradicionais" para indicar
grupos que:
A) participam da economia global, agregando conhecimento local e preservando técnicas de
baixo impacto ambiental.
B) são naturalmente conservacionistas e se mantêm fora dos circuitos centrais da economia de
mercado.
C) organizam-se em tribos e comunidades autogeridas, com leis e tradições orais milenares.
D) correspondem à população nativa, etnicamente identificada com os índios brasileiros.

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o Estado Nacional.

20. (FGV/SEPOG/2017 – TÉCNICO EM POLÍTICAS PÚBLICAS E GESTÃO GOVERNAMENTAL)


As opções a seguir descrevem corretamente a importância da BR-364 para o desenvolvimento
da Amazônia Ocidental, à exceção de uma. Assinale-a.
A) A construção da BR-29 a partir dos anos 1960, depois chamada de BR-364, ligando Brasília
ao Acre, contribuiu para a colonização dessa região, em função do desenvolvimento de
atividades agropecuárias.
B) Com a abertura da BR-364 surgiram pequenos núcleos às margens da nova estrada,
promovendo, a partir da década de 1980, a ocupação da região e o surgimento de novos
municípios.
C) As ações de colonização do INCRA, a partir dos anos 1970, promoveram assentamentos e
contribuíram para a abertura de fronteiras agrícolas em Rondônia, favorecendo o
desmatamento para a formação de pastagens.
D) A rodovia estimulou processos migratórios associados à exploração mineral e vegetal e à
produção agropecuária, com predomínio de um modelo de agricultura familiar de alta
produtividade.
E) A BR-364 continua sendo o principal elo de ligação entre a Amazônia Ocidental e o resto do
Brasil, passando a ser também um caminho de integração em direção aos países andinos.

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1. Errado 7. Errado 14. Alternativa D


2. Certo 8. Certo 15. Alternativa A
3. Errado 9. Errado 16. Alternativa E
4. Errado 10. Errado 17. Alternativa E
5. Errado 11. Alternativa E 18. Alternativa C
6. Errado 12. Alternativa E 19. Alternativa A
13. Alternativa B 20. Alternativa D

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11. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Muito bem, querido amigo concurseiro. Se chegou até aqui é um bom sinal: o de que tentou
praticar todos os exercícios. Não se esqueça da importância de ler a teoria completa e sempre
consultá-la. Não esqueça dos seus objetivos e dedique-se com toda a força para alcança-los. Sonhe
alto, pois “quem sente o impulso de voar, nunca mais se contentará em rastejar”. Te encontro na
nossa próxima aula.
Bons estudos, um grande abraço e foco no sucesso.

Até logo...

Prof. Sérgio Henrique Lima Reis.

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