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ASPECTOS DE OCUPAÇÃO E COLONIZAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DAS

MESORREGIÕES NORTE CENTRAL, NOROESTE E CENTRO-


OCIDENTAL PARANAENSE

Alexandre Luís Ponce Martins (PIBIC/CNPq-UEM), e-mail:


poncemartins@hotmail.com, Maria das Graças de Lima (Orientador)

Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Geografia/Maringá, PR.

Ciências Humanas Geografia Humana

Palavras-chave: Colonização, Economia, Norte do Paraná.

Resumo:

Este trabalho fornece dados que foram observados, discutidos e sintetizados


para melhor representar a pesquisa que, por fim se encerra. Levando-se em
consideração o histórico de três mesorregiões paranaenses; norte central,
noroeste e centro-ocidental; foram coletadas informações relevantes; por
meio de sítios eletrônicos presentes na rede mundial de computadores ou
pesquisa bibliográfica presente em livros, periódicos ou artigos; para se
conhecer as companhias colonizadoras e as respectivas economias dos
municípios localizados naquelas já apontadas mesorregiões. Assim, foi
cumprido o objetivo principal de apresentar quem colonizou os municípios,
assim como o mapeamento das cidades não colonizadas pela Companhia
Melhoramentos Norte do Paraná (CMNP); e os específicos que ficam por
conta das economias municipais iniciais, de modo que, fica comprovado a
viabilidade do projeto que se baseou em pesquisa bibliográfica e trabalho de
campo.

Introdução

Em publicação produzida em 1975, a CMNP descreve a localização do


norte paranaense da seguinte maneira: ‘A região comumente chamada
Norte do Paraná pode ser definida como a soma territorial dos vales muito
férteis formados pelos afluentes da margem esquerda dos rios Paraná e
Paranapanema, no arco que esses cursos d’água traçam entre as cidades
de Cambará e Guaíra’ (Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, 1975.
p. 35). Ainda segundo a CMNP o norte paranaense é dividido em norte
velho, norte novo e norte novíssimo.

ANAIS DO 21º EAIC / 2º EAITI | ISSN - 1676-0018 | www.eaic.uem.br


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O IBGE apresenta uma classificação semelhante, denominando as áreas
de mesorregiões ou regiões geográficas, sendo estas no caso, chamadas
de: norte pioneiro, norte central e noroeste paranaense.
A CMNP e outras colonizadoras que atuaram na região, não encontraram
uma paisagem vazia. Reconhecemos o fato de que as terras colonizadas
pelas companhias eram ocupadas por grupos indígenas, caboclos (Sutis),
sertanistas, agregados, posseiros, que do local tiravam seu sustento. Vale
ressaltar que além das ocupações dos grupos sociais que citamos
anteriormente, historicamente a área já vinha sendo ocupada desde as
antigas missões jesuíticas hispânicas no século XVI como afirma
HOLANDA, e também a presença de uma colônia militar nas proximidades
do rio Ivaí na metade do século XIX como aponta MONBEIG.
Delimitaremos nosso estudo, nessa pesquisa, à colonização iniciada a partir
da década de 1940, e promovida pela CMNP. O norte velho ou pioneiro,
beneficiado pelo desenvolvimento da região de Campinas, estava quase
completamente ocupado, de modo que, as áreas presentes ao lado oeste
das margens do rio Tibagi permaneciam majoritariamente intocadas.
Investidores ingleses observaram uma grande oportunidade de negócio no
local. O objetivo da CTNP no Brasil, inicialmente era instalar uma plantation
de algodão para abastecer a indústria têxtil inglesa, todavia a colonização
da região se mostrou um empreendimento mais lucrativo. Foram adotadas
diretrizes para a implementação da colonização na região, que se tratava
da projeção de cidades núcleo a cada, aproximadamente, 100 Km. As
cidades pólo definidas foram: Londrina, Maringá, Cianorte e Umuarama. Os
lotes rurais se estendiam desde um topo de vertente até o fundo de vale.
No espigão se encontravam as estradas de acesso, enquanto que todos os
lotes eram abrangidos pela água de algum rio.
Tendo Londrina como a principal cidade projetada, a CTNP foi vendida a
investidores brasileiros em 1943, a fim de financiar os gastos da segunda
guerra mundial, sua atuação se estendeu até a cidade de Mandaguari.
A CTNP iniciou a ocupação de uma área com aproximadamente 545 mil
alqueires. Esta área corresponde a 1/5 do norte paranaense, e do total
dessa área, a CMNP ‘participou da (re) ocupação de 20% do território da
região em estudo’( TOMAZI, 1999, pág. 78).
A região Centro-Ocidental é de demasiada importância para a pesquisa,
pois faz parte da ocupação das áreas de estudo, fazendo parte do chamado
Paraná Novo (LIMA).

Materiais e métodos

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O desenvolvimento da pesquisa ocorreu a partir de pesquisa em sítio
eletrônico das prefeituras dos municípios estudados e demais fontes
relevantes, que disponibilizam os fatores históricos que contribuíram para o
desenvolvimento de sua respectiva cidade. Foram recolhidos dados de
todos os municípios (165 no total) das mesorregiões Norte Central,
Noroeste e Centro-Ocidental do estado do Paraná. Ao fim desta etapa,
foram construídas bases cartográficas, diferindo os municípios colonizados
pela CMNP, colonizados por outras companhias (que foram sendo
identificadas) e os demais planejados pelo Estado.

Resultados e Discussões

Os dados referentes às 165 cidades presentes nas três mesorregiões, Norte


Central, Noroeste e Centro-Ocidental Paranaense, foram recolhidos e
mapeados, vide figura 1. Genericamente é possível afirmar que a CMNP foi
de suma importância para o desenvolvimento das regiões, mas pode-se
observar também que outras companhias colonizadoras, e também, o
Estado do Paraná estavam presentes naquele momento. Quanto à
economia, a maior parte dos municípios se baseava na cafeicultura, salvo
algumas exceções, onde se cultivava milho, algodão e também a criação de
suínos (suinocultura).

Figura 1 – Colonização dos municípios das mesorregiões Norte Central, Noroeste e


Centro-Ocidental Paranaense

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Conclusões

É inegável a contribuição da CMNP para a ocupação das porções norte e


noroeste do Estado do Paraná, todavia esta não foi a única empresa a
colonizar a área de estudo, pois durante a pesquisa foram identificadas
várias companhias de menor atuação, e também a ação do Estado. No
senso comum, muitas vezes, é creditada à referida companhia a colonização
de todo o norte paranaense, fato que não se comprovou na iniciação
científica. Quanto à economia, pesa o fator solo, este prejudicava o plantio
de café quando apresentava características arenosas causando doenças e
baixa produtividade. Estas áreas com solo arenoso correspondem à porção
ocidental do noroeste paranaense, local onde é encontrado majoritariamente
o arenito Caiuá. A CMNP não encontrou interesse econômico nessas áreas,
assim ocorreu uma diferenciação quanto às companhias de terras a partir de
Cianorte e Umuarama.

Referências

COMPANHIA MELHORAMENTOS NORTE DO PARANÁ. Colonização e


desenvolvimento do norte do Paraná: publicação comemorativa do
cinqüentenário da Companhia Melhoramentos Norte Do Paraná. 1a ed.
São Paulo, Editora Ave Maria Ltda,1977.

HOLANDA, Sérgio Buarque de. O extremo oeste. São Paulo: Brasiliense,


1986.

LIMA, Maria das Graças de. A Sobrevivência dos Sítios Rurais em


Moreira Sales – PR. Monografia (Mestrado). Mestrado em Geografia
Humana, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1993.

MONBEIG, Pierre. Pioneiros e fazendeiros de São Paulo. São Paulo:


Hucitec, 1984.

TOMAZI, Nelson Dacio. Construções e silêncios sobre a (re)ocupação do


norte do estado do Paraná. In: DIAS, Reginaldo Benedito; GONÇALVES,
José Henrique Rollo (Orgs.). Maringá e o Norte do Paraná: estudos de
história regional. Maringá: Eduem, 1999.

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