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O uso do populismo digital pelo presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19

Lorrany Ribeiro Conceição1


Silvia Garcia Nogueira2

Resumo: O uso das redes sociais como instrumento de comunicação direta entre líderes estatais
e a comunidade doméstica e internacional tem se tornado um fenômeno cada vez mais
frequente. Dessa maneira, as plataformas digitais têm se consagrado como ferramenta base de
propagação e difusão de informações políticas e ideológicas por parte dos estadistas. O
presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro (2019-) tem se utilizado dessa estratégia desde a
campanha eleitoral para angariar e manter sua rede de apoio no Brasil. Nesse sentido, este
trabalho tem por finalidade analisar o recurso ao populismo digital pelo presidente durante sua
gestão governamental na crise sanitária da Covid-19 (2020-2021) e o modo como ele e sua
equipe vêm construindo sua imagem nas redes sociais Facebook, Twitter e WhatsApp. Para
tanto, será realizada a revisão de literatura sobre o populismo digital e a presença de Jair
Bolsonaro nas redes sociais mencionadas, além de análise de alguns dados coletados em
pesquisa das proponentes desta comunicação sobre tweets presidenciais (em @jairbolsonaro,
entre fevereiro de 2020 e julho de 2021) sobre a pandemia no Brasil.

Palavras-chave: Populismo digital; Bolsonaro; Redes sociais.

Introdução

O uso das redes sociais como instrumento de comunicação direta entre líderes estatais e a
comunidade doméstica e internacional tem se tornado um fenômeno cada vez mais frequente
na sociedade pós-digital (BLOMMAERT, 2019). Dessa maneira, essas plataformas vêm se

1
Discente do curso de Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba. Bolsista PIBIC
(CNPq/UEPB). E-mail: lorranyribeiroconceicao@gmail.com
2
Professora da graduação e da pós-graduação em Relações Internacionais da Universidade Estadual da Paraíba.
E-mail: snogueirari@gmail.com
consagrando como ferramenta base de propagação e difusão de informações políticas e
ideológicas por parte dos estadistas com a utilização do recurso populista.
A definição de populismo é diversa. Aqui, o entenderemos como um fenômeno global
apartidário e atemporal que pode emergir em qualquer lugar do mundo (LISI; TEIXEIRA,
2020). Por se manifestar em diferentes contextos históricos e em diferentes ideologias políticas,
torna-se difícil eleger um conceito único, entretanto, uma de suas características é o
estabelecimento de uma fronteira discursiva que marca politicamente a diferença de uma
relação do tipo “Nós x Eles” (VISCARDI, 2020), constituindo-se em um caminho adotado para
se fazer política (MOUFFE, 2018; LACLAU, 2005). Outra particularidade é o forte teor
nacionalista tendo como representante em potencial uma figura que se apresenta como
defensora dos interesses do povo (LANDOWSKI, 2020).
A referida estratégia política é adotada para persuadir a população e tem sido utilizada pelo
presidente brasileiro Jair Messias Bolsonaro (2019-) nas redes sociais desde a campanha
eleitoral à presidência para angariar e manter sua rede de apoio. Nesse sentido, este trabalho
tem por finalidade analisar o recurso ao populismo digital pelo presidente durante sua gestão
governamental na crise sanitária da Covid-19 (2020-2021) e o modo como ele e sua equipe
vêm construindo sua imagem no Facebook, Twitter e WhatsApp.
As perguntas que pretendemos responder são: De que modo Bolsonaro se utiliza do populismo
digital como estratégia de aproximação popular na pandemia? Qual o modus operandi
presidencial nas redes sociais? E qual a imagem construída pelo presidente a partir das
atividades nessas redes? Tendo isso em vista, esta comunicação apresenta analiticamente a
forma como o presidente Jair Bolsonaro tem se utilizado do populismo digital como tática de
aproximação junto ao eleitorado e para atrair atenção da mídia no ínterim da crise sanitária de
Covid-19, além de tecer uma interpretação sobre a imagem política e pública do presidente nas
redes sociais tendo por base posts e bibliografia que versam sobre o assunto.
Para responder a essas questões foi realizado um panorama geral da literatura sobre o
populismo tradicional e o digital em adição àqueles que retratam a presença de Jair Bolsonaro
nas redes sociais Facebook, Twitter e WhatsApp. Também foram analisados alguns dados
coletados em pesquisa das proponentes desta comunicação sobre tweets presidenciais (em
@jairbolsonaro entre fevereiro de 2020 e julho de 2021) que dissertam sobre a temática da
pandemia da Covid-19 no Brasil.
A seleção dos materiais utilizados como complemento para essa pesquisa se deu através da
presença dos termos “Bolsonaro, redes sociais e/ou populismo” nas palavras-chave dos artigos
indexados no Scielo. Ademais, foram consultados alguns dos trabalhos publicados na 67ª
edição da revista Relações Internacionais - intitulada “Populismo: uma introdução” - de 2020
do Instituto Português de Relações Internacionais. Dessa forma, ao revisar os materiais e o
banco de dados elaborado pelas autoras deste trabalho, foi possível identificar o padrão
comportamental de Bolsonaro nessas redes sociais, além de perceber como o líder se utiliza
dessas tecnologias para se manter na mídia ou atingir mais engajamento.

O populismo como estratégia de persuasão: uma tática de líderes estadistas como Jair
Bolsonaro

Os governantes que adotam estrategicamente essa direção negociam tanto sua imagem pública
quanto sua imagem política (VISCARDI, 2020). O discurso populista está estruturado em torno
de um antagonismo moral, relacional e causal entre “pessoas de bem” e “culpados” de “todas
as doenças que assolam a sociedade” (FIGUEIRA, 2020, p.31). Ou seja, os enunciados estão
centrados na criação de signos linguísticos que fornecem contextos próprios (SILVA, 2020) e
que a partir do uso das redes sociais podem ser compartilhados e replicados, alcançando um
alto número de espectadores.
Nessa direção, as mídias sociais de tais políticos muitas vezes são utilizadas para difusão de
“discursos públicos incendiários” e demagogos (OTT, 2017). Os posicionamentos, conteúdos
veiculados por eles e suas performances midiáticas contribuem significativamente para a
construção de suas imagens políticas (LEMPERT; SILVERSTEIN, 2012).
De acordo com Figueira (2020, p. 32), os políticos populistas assumem o papel de servirem
como porta-vozes das pessoas que carregam frustrações, raiva e sentimentos de ultraje por meio
de discursos “estilo tablóide” (sensacionalista) que chamam a atenção da população e pautam
a agenda da cobertura da mídia (atrás de notícias com alta carga emocional). Em último caso,
Jair Bolsonaro foi a personificação das insatisfações de parte dos brasileiros em relação aos
governos anteriores. Era ele o “Messias” que iria conduzir as mudanças e rupturas políticas que
tanto ansiavam, já que não se sentiam representados e buscavam uma nova forma de fazer
política, ainda inédita no país. Sendo assim, Bolsonaro e sua equipe souberam conduzir uma
campanha de oposição ao Partido dos Trabalhadores (PT) e catalisaram a polarização entre o
candidato do PSL - o “cidadão de bem” - e o petista Fernando Haddad - o “pai do kit gay”
conforme tuitado pelo atual presidente (BOLSONARO, 2018).
Bolsonaro detinha expressividade no Rio de Janeiro, mas seu nome tinha pouco alcance
nacional (RETRATO NARRADO, 2020). Ele foi angariando apoio popular conforme se
tornava assunto, especialmente por ser um crítico ferrenho das administrações anteriores e
também por proferir falas polêmicas (Idem, 2020). Em 17 de abril de 2016, por exemplo,
enquanto deputado federal3 e votante do processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff (PT), Bolsonaro ao proferir seu voto a favor do impedimento, disse: “Pela memória
do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra4, o pavor de Dilma Rousseff"5 e ali, já enraizou seu
slogan eleitoral “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Essa frase, além do ultra nacionalismo representado pelo uso das cores da bandeira do Brasil,
são marcas registradas do bolsonarismo. Essa força antipolítica conforme Andreazza (2019),
age “em prol de um projeto autoritário de poder, de vocação autocrática, cujo êxito depende da
depredação progressiva das instituições republicanas sem, entretanto, prescindir do gatilho
legitimador eleitoral” (Idem, 2019). Para o jornalista, esse fenômeno carrega em si uma gama
de códigos e meios próprios configurando signos e interesses comuns entre seus seguidores.
Cerca de 57,8 milhões de brasileiros se identificaram com as propostas e a comunicação direta
do “Mito”6, parte do sucesso se deve à presença de alguns pilares em seus discursos como: o

3
A carreira política de Bolsonaro começou em 1988 como vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Dois
anos depois se tornou deputado federal pelo mesmo estado, cargo que ocupou por sete mandatos consecutivos até
se tornar o presidente da República do Brasil, em 2018 (GOVERNO FEDERAL, 2018).
4
Carlos Alberto Brilhante Ustra, um coronel reformado do Exército, foi chefe do Destacamento de Operações de
Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) - um centro de repressão da Ditadura Civil
Militar - de São Paulo, por 4 anos. Ele foi reconhecido pela Justiça brasileira como um dos 377 torturadores e
assassinos dos anos de chumbo (MORAIS, 2015).
5
A gravação está disponível no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=xiAZn7bUC8A
6
A referência de Bolsonaro como “Mito” foi construída ao longo dos anos. Ao pé da letra, o termo se refere a
algo que não é verdade, para seus apoiadores, o sentido do apelido é outro. Mito por ser diferente dos demais e
por falar aquilo que ninguém mais tem coragem, mas pensa (GUEDES, 20121). Essa nomenclatura, chegou a
compor o título do livro biográfico do pai escrito por Flávio Bolsonaro (filho 01).
combate à ameaça comunista, o nacionalismo, a defesa da família tradicional, o livre exercício
da religião e o afrouxamento da legislação sobre o armamento.

A inserção e a presença do atual presidente do Brasil nas redes sociais

Em 2010, Carlos Bolsonaro (“filho 02”7, como é conhecido) adiciona imagens e informações
do pai na internet através de um blog com a finalidade de construir um novo significado para
o nome e a figura do então deputado federal (LEDA, 2020). Posteriormente, o inseriu nas redes
sociais, no Twitter, por exemplo, a conta foi criada em 31 de março do mesmo ano. Líderes
populistas que aderem essas plataformas o fazem com base principalmente, segundo Sorensen
(2018), em intenções de visibilidade (que permite melhor gerenciamento de sua
autorrepresentação, com destaque sobre si e não sobre políticas públicas propostas),
autenticidade (com foco na performatividade espetacular) e eficiência (baseada na interação
entre seu estilo de comunicação, ideologia e o uso das mídias). Para atrair apoiadores e
disseminar seus atributos e ideologias, Jair Bolsonaro aderiu à rede de mensagens instantâneas
WhatsApp, mas não só, se fez presente também no Facebook, Twitter, Instagram e, mais
recentemente, no Telegram. Para Viscardi,

todas as redes sociais vêm sendo utilizadas nos últimos anos para a construção e
manutenção da mensagem e persona dos políticos, a disseminação de ideias de todo
tipo (incluindo teorias conspiratórias e informações falsas e manipuladas) e a captação
de eleitores (VISCARDI, 2020, p. 1137).

Chagas (2020) demonstra que, no caso de Bolsonaro, os memes e as fake news se tornaram
uma estratégia discursiva nos grupos de debate entre apoiadores no WhatsApp. Esse recurso
foi utilizado para gerar conexão e identificação entre o político e os membros que aderiram à
comunidade na plataforma. Outrossim, o autor aponta que o humor foi um fundamento
importante para a concretização da eleição presidencial, propiciando ainda espaço em
programas de televisão de plateia ou humorísticos como o CQC e o Pânico da Band em
contraposição aos poucos minutos adquiridos em TV aberta para a campanha.

7
Bolsonaro é pai de 5 filhos: Flávio, Carlos, Eduardo, Jair Renan e Laura, respectivamente. Estes, por sua vez,
são identificados pelo pai por números, segundo a ordem de nascimento.
Letícia Cesarino (2019) reconheceu cinco padrões nas mensagens cotidianas dos grupos de
apoio ao presidente circuladas no WhatsApp, a autora argumenta que os informes buscam

criar uma fronteira amigo-inimigo; fortalecer o carisma do candidato e traçar paralelos


entre ele e seus seguidores; manter a audiência mobilizada através de mensagens
alarmistas e conspiratórias; canibalizar o oponente e desqualificar fontes de
conhecimento padrão como a mídia e a academia (tradução nossa) (CESARINO,
2019).8

O estudo de Chagas (2020) realizado no mesmo ambiente digital corrobora os padrões


identificados por Cesarino (2019). O primeiro, afirma que os memes bolsonaristas da rede de
mensagens instantâneas

apresenta[m] o presidente como seu protagonista, seja na condição de herói, de ungido


ou de vítima de uma sociedade perversa e dividida pelo campo progressista. Muitos
desferem ataques aos adversários políticos ou à mídia, facilitando um ambiente de
campanha negativa apócrifa promovido não por agentes políticos mas por usuários
comuns, cidadãos ordinários, o que dificulta em alguma medida a tomada de ações em
represália. Além disso, a relação entre os acontecimentos políticos e a circulação de
conteúdos como esses memes nas mídias sociais é bastante evidente. Em períodos de
maior agitação social e crises no governo, há frequentemente uma intensificação na
produção e no compartilhamento dessas peças, de modo que estudar os memes é
compreender, em algum sentido, os reflexos da conjuntura política nas redes
(CHAGAS, 2020, p. 178).

No Twitter, Bolsonaro vem construindo sua imagem já há alguns anos (SILVA, 2019). Para
Viscardi (2020), o presidente utiliza-se de uma linguagem negativa e divulga inverdades em
sua conta oficial. Durante a pesquisa realizada pelas autoras deste trabalho, foram constatadas
diversas postagens com teor infundado e tendencioso na página do presidente da República.
No exemplo a seguir, Bolsonaro sugere que a vacina contra a Covid-19 estava sendo utilizada
por outros (se referindo a governadores) para fins políticos.

Figura 1: Postagem de 08 de dezembro de 2020 sobre a disponibilização das vacinas

8
to draw a friend-enemy frontier; to bolster the leader’s charisma and trace continuities between himself and his
followers; to keep the public mobilized through alarmistic or conspiratory messages; to cannibalize and turn the
opponents’ accusations around; and to displace mainstream sources of authoritative knowledge such as the press
and academics (CESARINO, 2019).
Fonte: Bolsonaro via Twitter (BOLSONARO, 2020)

A equipe do Twitter já ocultou algumas dessas publicações sob justificativa de que iam contra
as diretrizes da plataforma expondo que os referidos textos eram fake news.

Figura 2: Twitter sinaliza publicação de Jair Bolsonaro como falaciosa em 15 de janeiro de 2021 sobre a vacina

Fonte: Bolsonaro no Twitter (BOLSONARO, 2021)

No tweet, o presidente afirmou que “- Estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce
da Covid, com antimaláricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização
e estão associados à redução da mortalidade. @alexandregarcia”, no entanto, diversos estudos
conduzidos e acompanhados até mesmo pela Organização Mundial da Saúde não comprovaram
a eficácia dos referidos medicamentos como medidas profiláticas para o novo coronavírus.
Domesticamente, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) não recomendou o uso precoce
das drogas, justamente por não trazerem benefícios e por apresentarem efeitos colaterais.

Figura 3: Tweet da SBI no dia anterior à publicação de Bolsonaro


Fonte: SBI via Twitter

Figura 4: Exposição dos argumentos publicados como resposta ao conteúdo da figura anterior

Fonte: SBI via Twitter (SOCIEDADE, 2021a, 2021b, 2021c, 2021d)

Desde a explosão do novo coronavírus no país, Bolsonaro segue tornando público conteúdos
anti científicos e antiglobalistas. O líder foi contra a ciência quando mandou o Exército
produzir mais hidroxicloroquina mesmo sabendo da ineficácia do medicamento, pois - em suas
palavras -, “Isso se chama precaução” em 21 de março de 2020 e antiglobalista ao dizer: “não
precisamos de ninguém de lá de fora para dar palpite na saúde aqui dentro”, fazendo referência
à OMS em 05 de junho de 2020.
Recorrentemente, o presidente publica uma foto ou vídeo aglomerando e sem máscara ao lado
de apoiadores, desrespeitando e contrariando as recomendações da OMS e do próprio
Ministério da Saúde. Galdino, Conceição e Nogueira (2020) apontam que a conta do líder
brasileiro possui um alto poder persuasivo induzindo e influenciando a população a pesquisar
no Google termos que ele menciona em seus tweets, como “hidroxicloroquina” registrado julho
de 2020 quando o chefe testou positivo para a doença e promoveu o medicamento em sua
página. Na ocasião, a análise do Google Trends demonstrou que antes do teste positivo (1-6),
as buscas pouco variavam, atingindo entre 30 e 37 pontos. No dia do resultado (7) e no
subsequente (8) a palavra atingiu 100 pontos e 98, respectivamente, esse movimento aconteceu
porque o chefe afirmou estar se tratando com a droga. No dia 18, quando Bolsonaro
compartilhou mais uma publicação no Twitter sobre o medicamento, a plataforma registrou o
segundo pico em buscas (80 pontos) em contraposição aos tímidos 50 de uma semana antes,
quando o chefe não se referiu ao remédio. No dia 20, atinge 64 pontos com uma nova menção
do líder e finalmente, nos dias 28 e 29 o termo cresce novamente.
São comuns ainda a utilização de boats pró-Bolsonaro na rede social do passarinho, mas
também estão presentes em menor proporção no Facebook (ORTELLADO; RIBEIRO, 2018,
p. 6). Os boats são “perfis operados por software para produzir e/ou compartilhar conteúdo nas
redes sociais” (Idem, 2018, p. 7). Esse artifício é utilizado especialmente no Twitter porque
possibilita elevar aos trending topics9 (tópico de tendência do momento na rede social)
palavras-chave e colocar tal assunto em alta na plataforma.
No Facebook são comuns os perfis fakes operados por pessoas reais que publicam e
reproduzem discursos a fim de influenciar sua rede de amigos (isto é, contas que não
representam na realidade quem está por trás da tela). Silva, Francisco e Sampaio (2021)

9
Vão para os trending topics as palavras ou conjunto de palavras mais mencionadas na rede social em um período
de tempo (podendo ser uma tendência nacional ou mundial). Esses termos variam a posição conforme a quantidade
de tweets mencionando a(s) palavra(s)-chave e se mantém em alta se os usuários da rede continuam utilizando o
fragmento textual em suas publicações (postagens, repostagens ou comentários).
argumentam que a página oficial do presidente nessa rede social foi utilizada entre 2013 e 2016
para disseminar discursos de ódio.
Semanalmente, o presidente realiza uma live (ao vivo) em sua página oficial onde torna pública
sua opinião e dialoga livremente com seus interlocutores. Segundo Gortázar (2021), nesses
momentos, o líder brasileiro está em sua bolha, ninguém o critica ou questiona. Pelo contrário,
durante a transmissão muitos são os comentários de apoio a Bolsonaro e/ou antidemocráticos
(Idem, 2021). No encontro virtual do dia 26 de março de 2020, se referindo ao novo coronavírus
e às medidas de contenção da doença por parte de governadores e prefeitos, Bolsonaro disse:
“pelo amor de Deus, fechar casa lotérica? Pelo amor de Deus, fechar casa lotérica… Inclusive,
o cara que trabalha na lotérica tem um vidro blindado. Quer dizer, não vai passar… Não vai
passar o vírus ali. O vidro é blindado, não vai passar, ele trabalha no lado de cá” (grifo nosso)
(PODER 360, 2020).
Segundo Ribeiro (2020), Bolsonaro amplia seu alcance digital compartilhando diferentes
conteúdos em suas redes sociais Facebook, Instagram, Twitter e YouTube. Nos interessa aqui
a diferença de atuação no Twitter e no Facebook. De acordo com o pesquisador e coordenador
do Monitor de Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo (USP), na
primeira plataforma o público engaja nos tweets que aborda os eventos oficiais, já no Facebook,
são privilegiadas aquelas publicações que se relacionam com manobras políticas e
manifestações.
Desse modo, as performances do populismo (MOFFIT, 2016) encontram nas redes sociais
ambientes propícios para disseminação de conteúdos e significados. Além disso, é interessante
notar que cada vez que Bolsonaro pronuncia ou publica um discurso inverídico ou carregado
de preconceitos, ele se torna assunto na mídia nacional e internacional.

As contas oficiais de Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19

No início de 2020, foi identificado o primeiro caso de Covid-19 no Brasil, inaugurando o


período com caráter pandêmico no país. Desde então, já foram perdidas mais de 590.508 vidas,
conforme os dados do Ministério da Saúde10 para o dia 19 de setembro de 2021. No entanto,
mesmo diante de uma crise sanitária de magnitude global, Ribeiro (2020) expõe que houve um

10
Ministério da Saúde. Coronavírus Brasil: https://covid.saude.gov.br/
aumento na base de apoio do presidente nas redes sociais. A pesquisa concluiu que em
momentos de crise no governo, o líder angariou mais seguidores. Nesse período, Bolsonaro se
manteve ativo nas mídias digitais, atraindo mais seguidores que no ano anterior (2019) à
deflagração da crise, conforme o relatório do pesquisador da USP.
O que chama a atenção na atuação do líder no momento delicado que o Brasil enfrenta é o forte
negacionismo em relação ao vírus (gripezinha), o descumprimento das medidas sanitárias
adotadas no Brasil e no mundo (realizando aglomerações e descartando o uso de máscara), a
veiculação de teorias conspiratórias (vachina), a publicação de notícias falsas (quanto ao
tratamento precoce) e o antiglobalismo reverberado contra a Organização Mundial da Saúde.
De histeria a superdimensionamento dos impactos do novo coronavírus, diversas foram as
oportunidades em que o presidente minimizou a pandemia publicamente.
Jornais nacionais como G111 e o Estadão12 e periódicos estrangeiros de alcance mundial
como o The New York Times veiculam a forma como o chefe do Brasil interage nas redes
sociais com seus apoiadores e opositores e a forma como este tem administrado a crise de
Covid-19. A cobertura por parte da mídia internacional faz com que a imagem digital do
presidente seja reverberada externamente.

Figura 5: Fragmento de um artigo de opinião do The New York Times do dia 23 de março de 2020

11
Bolsonaro bloqueou 176 perfis nas redes sociais, diz relatório da Human Rights Watch:
https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2021/08/19/bolsonaro-bloqueou-176-perfis-nas-redes-sociais-
diz-relatorio-da-human-rights-watch.ghtml
12
Após críticas ao recuo de Bolsonaro, #euconfionopresidente fica entre as mais comentadas do Twitter:
https://politica.estadao.com.br/noticias/geral,apos-criticas-ao-recuo-de-bolsonaro-euconfionopresidente-fica-
entre-as-mais-comentadas-do-twitter,70003836507
Fonte: Site do The New York Times13

Portanto, é possível considerar que Bolsonaro se utiliza do populismo digital - construído desde
o período pré-eleitoral - e de sua visibilidade perante situações polêmicas como estratégia de
aproximação popular na pandemia e fortalecimento de suas redes sociais.
No ambiente digital, o presidente e sua equipe usam do humor (CHAGAS, 2020) e de um
padrão de conteúdos direcionados (RIBEIRO, 2020) para propagar seus interesses em torno da
mensagem ou da figura do líder, em especial em momentos de crise como “o aumento das
queimadas na Amazônia [e] as denúncias de que sua família estaria ligada ao assassinato de
Marielle Franco” (Idem, 2020, p. 2). Ademais, também são empregados sentidos negativos aos
opositores (vacina chinesa de João Dória14), bem como o incentivo à propagação de fake news
(eficácia da hidroxicloroquina contra a Covid-1915).

Figura 6: Publicação de Jair Bolsonaro no Twitter em 12 de abril de 2020

13
“É lamentável que o coronavírus tenha ocorrido durante uma era de populismo. Em todas as Américas, os
presidentes López Obrador, Donald Trump e Jair Bolsonaro do Brasil minimizaram o perigo do vírus e culparam
os inimigos por ele. Entretanto, nenhum governo pareceu grande em meio à crise, e países sem presidentes
populistas, como a França e a Alemanha, também viram infecções dispararem. Estes são os líderes com os quais
temos que trabalhar para enfrentar este vírus, quer queiramos quer não” (tradução nossa) (GRILLO, 2020).
14
https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1318909799505985537
15
https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1247841886917791745
Fonte: Bolsonaro via Twitter (BOLSONARO, 2020)

Em síntese, tem-se tentado construir uma imagem de “perseguido” em torno de Bolsonaro.


Nesse enredo criado, diversos grupos presentes e atuantes no Brasil estão contra o presidente
dando margem para que de forma recorrente, sejam criados “inimigos nacionais” como
aconteceu com Fernando Haddad, Manuela D’Ávila, Sérgio Moro (traidor) e mais
recentemente com os ministros do Supremo Tribunal Federal.

Considerações finais

O populismo em si não é um fenômeno novo, tampouco pode ser classificado como uma
característica de um único viés ideológico ou de um período determinado da história. No
entanto, pode-se dizer que os estadistas que adotam essa tática têm se adaptado a um novo
cenário: o digital. As redes sociais se configuram como um espaço em potencial para a
propagação e difusão de mensagens de qualquer teor, além de possibilitar um estreitamento
dos laços afetivos e emocionais entre o influenciador e os influenciados.
Jair Messias Bolsonaro é um dos governantes que adotou o populismo digital como estratégia
de persuasão popular. Na pandemia, suas redes sociais cresceram e ele se tornou mais influente
entre os usuários de cada uma das páginas que mantém uma conta oficial (Facebook: 71 mil
novos seguidores, YouTube: 50 mil, Twitter: 77 mil e Instagram: 147 mil). Ribeiro (2020)
constatou que esse aumento do engajamento aparece, especialmente, em momentos de crise no
governo, como na ocasião em que o prefeito de Nova York recusou receber o líder do Brasil
ou com o pronunciamento do dia 24 de março de 2020 sobre a flexibilização das restrições
impostas pelos governadores para diminuir o contágio pelo novo coronavírus.
Há ainda, um esforço em transmitir um ideal aos apoiadores nas mensagens de WhatsApp,
Facebook e Twitter. Conclui-se que ora Bolsonaro constrói uma imagem de “oprimido”, ora se
apresenta como porta-voz e líder de pessoas desiludidas, insatisfeitas e/ou indignadas em
relação a determinadas pautas político-sociais. O discurso populista presidencial com potencial
sensacionalista envolve também um cálculo de atração das mídias tradicionais e digitais a fim
de manter a popularidade de seu nome e manter o engajamento de suas redes sociais, seja por
parte de apoiadores, seja pela interação de críticos ao governo.
Nesse sentido, é evidente que Bolsonaro se utiliza do populismo digital como estratégia de
aproximação popular na pandemia quando opta por veicular conteúdos direcionados em cada
rede social para dialogar com seus interlocutores e obter engajamento, ou seja, seu modus
operandi prevê um comportamento personalizado em cada mídia conforme os interesses dos
usuários. Entretanto, tais conteúdos contribuem para a construção de uma imagem negativa do
país internacionalmente por jornais de alcance mundial como o The New York Times, em
especial pelo fato de o presidente se demonstrar negacionista quanto à pandemia nessas
plataformas.

Referências

ANDREAZZA, Carlos. O que é o bolsonarismo? O Globo. 30 de abril de 2019. Disponível


em: <https://oglobo.globo.com/opiniao/o-que-o-bolsonarismo-23630071> Acesso em: 06 de
setembro de 2021

BARROS, Ana Tereza Duarte Lima de. A TENTAÇÃO POPULISTA SEGUE VIVA. Em
Tese, Florianópolis, v. 17, n. 1, p. 127-132, jan/jun., 2020. Universidade Federal de Santa
Catarina. ISSN 1806-5023. DOI: https://doi.org/10.5007/1806-5023.2020v17n1p127

BOLSONARO, Jair. - Estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid, com
antimaláricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização e estão
associados à redução da mortalidade. @alexandregarcia. 15 de janeiro de 2021. Twitter:
@jairbolsonaro. Disponível em:
<https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1350149912009334784> Acesso em: 15 de setembro
de 2021

BOLSONARO, Jair. Ninguém mentiu mais que o PT nesta eleição. São mestres em enganar.
Mudaram o plano de governo diversas vezes após expormos seu viés totalitário. Agora dizem
respeitar a família, a democracia e a justiça, mas sabemos que a missão do pai do Kit-gay é
soltar o chefe da quadrilha! 26 de outubro de 2018. Twitter: @jairbolsonaro. Disponível
em:<https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1055814725383131136> Acesso em: 06 de
setembro de 2021

BOLSONARO, Jair. - O Brasil disponibilizará vacinas de forma gratuita e voluntária após


COMPROVADA EFICÁCIA E REGISTRO NA ANVISA. Vamos proteger a população
respeitando sua liberdade, e não usá-la para fins políticos, colocando sua saúde em risco por
conta de projetos pessoais de poder. 08 de dezembro de 2020a. Twitter: @jairbolsonaro.
Disponível em: <https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1336416466539778048?lang=pt>
Acesso em: 15 de setembro de 2021

BOLSONARO, Jair. Esse jornal apoiou ações daqueles que destruíram empregos, e agora quer
culpar o Presidente da República das consequências. 12 de abril de 2020b. Twitter:
@jairbolsonaro. Disponível em:
<https://twitter.com/jairbolsonaro/status/1249331365600014336> Acesso em: 20 de setembro
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BLOMMAERT, Jan. (2019). Political discourse in post-digital societies. Trab. Ling. Aplic.,
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CESARINO, Letícia. On Digital Populism in Brazil. PoLAR: Political and Legal


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Publicação Contínua. http://dx.doi.org/10.1590/1982-2553202151831. Nº 46, 2021, pp.1-26

SOCIEDADE Brasileira de Infectologia. A SBI não recomenda tratamento precoce para


COVID-19 com qualquer medicamento (cloroquina, hidroxicloroquina, ivermectina,
azitromicina, nitazoxanida, corticoide, zinco, vitaminas, anticoagulante, ozônio por via retal,
dióxido de cloro), porque os estudos clínicos (segue). 14 de janeiro de 2021a. Twitter:
@SBinfectologia. Disponível em:
<https://twitter.com/SBInfectologia/status/1349856405612859397> Acesso em: 15 de
setembro de 2021

SOCIEDADE Brasileira de Infectologia. randomizados com grupo controle existentes até o


momento não mostraram benefício e, além disso, alguns destes medicamentos podem causar
efeitos
colaterais. Ou seja, não existe comprovação científica de que esses medicamentos sejam
eficazes contra a COVID-19. (segue). 14 de janeiro de 2021b. Twitter: @SBinfectologia.
Disponível em: <https://twitter.com/SBInfectologia/status/1349856405612859397> Acesso
em: 15 de setembro de 2021
SOCIEDADE Brasileira de Infectologia. Essa orientação da SBI está alinhada com as
recomendações das seguintes sociedades médicas científicas e outros organismos sanitários
nacionais e internacionais, como: Sociedade de Infectologia dos EUA (IDSA) e da Europa
(ESCMID), Instituto Nacional de Saúde dos EUA (NIH) (segue). 14 de janeiro de 2021c.
Twitter: @SBinfectologia. Disponível em:
<https://twitter.com/SBInfectologia/status/1349856405612859397> Acesso em: 15 de
setembro de 2021

SOCIEDADE Brasileira de Infectologia. Centos Norte-Americanos de Controle e Prevenção


de Doenças (CDC), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Agência Nacional de Vigilância
do Ministério da Saúde do Brasil (ANVISA). 14 de janeiro de 2021d. Twitter:
@SBinfectologia. Disponível em:
<https://twitter.com/SBInfectologia/status/1349856405612859397> Acesso em: 15 de
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JAIR BOLSONARO NO TWITTER. Trab. Ling. Aplic., Campinas, n(59.2): 1134-1157,
mai./ago. 2020.

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