Você está na página 1de 45

Escola Nacional de Aeronáutica

JOSÉ DOS SANTOS MACARINGUE

Curso: Electrónica e Telecomunicações

Tema:

Fonte de Alimentação chaveada ATX

Maputo, janeiro de 2022


Escola Nacional de Aeronáutica

Curso: Electrónica e Telecomunicações

FONTE DE ALIMENTAÇÃO CHAVEADA ATX

Trabalho de fim do curso apresentado à direcção do curso de Electrónica e Telecomunicações da


Escola Nacional de Aeronáutica, como requisito para obtenção do nível técnico médio profissional.

supervisor: Elcar Tíquico Macuacua

Maputo, junho de 2022


JOSÉ DOS SANTOS MACARINGUE

Tema:

Fonte de Alimentação Chaveada ATX

Trabalho de fim do curso apresentado à direcção do curso de Electrónica e Telecomunicações da


Escola Nacional de Aeronáutica, como requisito para obtenção do nível técnico médio profissional.

Membros do Júri

………………………………………………………
Guedes de Argentina Armando
(Director Pedagógico)

……………………………………………………………..
António Pedro Rungo
(Coordenador do curso)

………………………………………………………….
Henrique Nazareth das Neves Saúde
(docente)

…………………………………………………………….
Pedro Amone Júnior
(docente)

Maputo, junho de 2022


AGRACIMENTOS

Agradeço a Deus por tornar minha jornada na terra muito agradável, mesmo com obstáculos em
meu caminho, fornece pessoas necessárias para me auxiliar a superá-los, aos meus pais, aos
professores, amigos e colegas.

José dos Santos Macaringue

Junho de 2022
Curso: Eletrónica e Telecomunicações

Palavras-chave: Fonte de alimentação, Fonte ATX, Fonte Chaveada.

Número de páginas: 45 incluindo os anexos.

Resumo: O trabalho descreve o estudo completo das fontes de alimentação chaveada ATX
destinado para aplicações com potências de 120-600W, podendo ser utilizado como fonte de
alimentação de computadores.
Índice
Índice de figuras ............................................................................................................................................ 8
Índice de tabelas ........................................................................................................................................... 9
1 Objectivos ........................................................................................................................................... 12
1.1 Objectivo Geral: .......................................................................................................................... 12
1.2 Objectivos Específicos: ................................................................................................................ 12
2 Introdução........................................................................................................................................... 13
3 Fonte de Alimentação ......................................................................................................................... 14
3.1 Transformador ............................................................................................................................ 15
3.2 Retificação................................................................................................................................... 17
3.3 Filtro ............................................................................................................................................ 18
3.4 Circuito Regulador ...................................................................................................................... 19
4 Classificação das fontes de alimentação............................................................................................. 20
4.1 Fonte Chaveada .......................................................................................................................... 21
4.2 Tendências de evolução das fontes chaveadas .......................................................................... 24
5 Padrões de fontes de alimentação chaveadas.................................................................................... 25
5.1 Razões para troca do padrão AT para ATX.................................................................................. 26
5.2 Tensões das fontes de alimentação ............................................................................................ 27
5.3 Potência das fontes de alimentação ........................................................................................... 27
5.4 Teste em fontes ATX ................................................................................................................... 29
6 Conectores das fontes de alimentação ATX ....................................................................................... 30
6.1 ATX-P4 ou ATX 12V ..................................................................................................................... 30
6.2 EPS 12V ....................................................................................................................................... 31
6.3 Molex ou IDE ............................................................................................................................... 31
6.4 SATA ............................................................................................................................................ 32
PCI Express para placa de vídeo .............................................................................................................. 32
7 Princípio de funcionamento e disposição dos componentes na fonte ATX ....................................... 34
7.1 Etapa 1 – Filtro de Transiente ..................................................................................................... 35
7.2 Etapa 2 – Retificação Primária .................................................................................................... 36
7.3 Etapa 3 – Dobrador de Tensão.................................................................................................... 36
7.4 Etapa 4 – Chaveadores de potência............................................................................................ 37
7.5 Etapa 5 – Transformador de saída .............................................................................................. 37
7.6 Etapa 6 - Retificador Rápido ....................................................................................................... 38
7.7 Etapa 7 – Filtro de Saída.............................................................................................................. 39
7.8 Etapa 8 – Transformador Driver ................................................................................................. 39
7.9 Etapa 9 – Controlador PWM ....................................................................................................... 40
7.10 Etapa 10 – Circuito VSB ............................................................................................................... 41
8 Conclusão ............................................................................................................................................ 42
9 Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 43
Índice de figuras
Figura 1: Diagrama em blocos de fonte de alimentação linear .................................................................. 15
Figura 2:Transformador com núcleo de ferro............................................................................................. 16
Figura 3: Retificador de onda completa em ponte. .................................................................................... 17
Figura 4: Filtro capacitivo ............................................................................................................................ 19
Figura 5: Regulador de tensão .................................................................................................................... 20
Figura 6: Fonte ATX ..................................................................................................................................... 21
Figura 7: Rotulo descritivo de uma fonte ATX ............................................................................................ 29
Figura 8: Teste de corrente de fonte ATX ................................................................................................... 30
Figura 9: Cabo ATX 12v ............................................................................................................................... 30
Figura 10: Conector EPS 12v separado ....................................................................................................... 31
Figura 11: Conector EPS 12v integrado....................................................................................................... 31
Figura 12: Conector IDE .............................................................................................................................. 31
Figura 13: Conector SATA ........................................................................................................................... 32
Figura 14: Conector PCI Express ................................................................................................................. 32
Figura 15: Disposição dos pinos dos conectores das fontes ATX................................................................ 33
Figura 16: Diagrama em blocos de fonte ATX ............................................................................................. 34
Figura 17: Filtro Transiente ......................................................................................................................... 35
Figura 18: Retificador primario ................................................................................................................... 36
Figura 19: Dobrador de tensão ................................................................................................................... 36
Figura 20: Chaveadores de potência........................................................................................................... 37
Figura 21: Transformador de saída ............................................................................................................. 38
Figura 22: Retificador rápido ...................................................................................................................... 38
Figura 23: Filtro de saída ............................................................................................................................. 39
Figura 24: Transformador driver ................................................................................................................. 40
Figura 25: Controlador PWM ...................................................................................................................... 40
Figura 26: Circuito VSB ................................................................................................................................ 41
Índice de tabelas
Tabela 1: Comparação fonte linear e chaveada ......................................................................................... 23
Tabela 2: Especificações de uma fonte ATX................................................................................................ 29
Índice de ANEXOS

ANEXO 1: Disposição dos componentes na placa do circuito................................................................... 44


ANEXO 2: Circuito de fonte de alimentação ATX ...................................................................................... 45
Abreviaturas
CD – Disc drive
HD – Hard drive
CA – Corrente alternada
AC - Alternating Current
DC - Direct Current
ATX - Advanced Technology Extended
AT - Advanced Technology
TTL - Transistor-Transistor Logic)
PS_ON- Power Supply On
RAM – Read Access Memory
W - Watt
NTC- Negative Temperature Coeccient
CI – circuito integrado
PWM – Pulse width Modulation (modulação de largura de pulso)
VSB – Significa: Voltage Standby
UBE – Tensão Base Emissor
1 Objectivos

1.1 Objectivo Geral:


Descrever o princípio de funcionamento e de uma fonte de alimentação ATX

1.2 Objectivos Específicos:


Comparar uma fonte linear a uma fonte chaveada para entender o porque a mudança para
fontes chaveadas:
Analisar acessórios e conectores das fontes descrevendo-as de maneira objectiva;
Analisar diagramas e esquemas eléctricos da fonte ATX

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 12 de 45
2 Introdução
Devido ao avanço tecnológico ocorrido nos últimos anos, o ser humano vive cercado por
equipamentos eletrónicos, os quais se tornam mais populares e numerosos a cada ano. Muitos
destes equipamentos tais como, televisores, microcomputadores e fornos de micro-ondas, possuem
conversores de potência, necessários para converter a tensão alternada da rede eléctrica nos valores
de corrente continua exigidos para seu funcionamento. É comum, nesse tipo de equipamento, que
o primeiro estágio de processamento de potência corresponda a um rectificador associado a um
filtro capacitivo.

Os computadores, assim como outros componentes, são alimentados pela energia eléctrica, ou seja,
utilizam a energia eléctrica para funcionar. A fonte de alimentação é que fornece essa energia e é
dessa fonte que o trabalho aborda.

Sua função principal é transformar a tensão alternada em tensão contínua para fornecer a energia
necessária para os equipamentos dentro do gabinete (drive de CD-ROM, HD, drive de disquete e
outros.) e fora dele em algumas fontes, existe uma saída para ligar o monitor, principalmente.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 13 de 45
3 Fonte de Alimentação
Um dos componentes internos de um computador que merece mais atenção, embora na maioria
das vezes seja negligenciado por quem o utiliza, é a fonte de alimentação, dispositivo de vital
importância por ser responsável pelo fornecimento de energia para que os demais dispositivos do
computador funcionem correctamente.

A fonte de alimentação tem o papel de converter a corrente alternada, fornecida pelo fornecedor
de energia eléctrica, em corrente contínua, mais apropriada ao funcionamento de equipamentos
eletrônicos, como o computador. Essa conversão é necessária porque a corrente alternada possui
oscilações em seu curso, além de uma alta voltagem, propriedades que embora permitam o
percurso de longos trajetos das usinas às residências sem grandes perdas, não são indicadas para a
alimentação de equipamentos eletrônicos, mais sensíveis a variações de tensão e curto-circuitos.

Embora fundamental para o bom funcionamento do computador e de seus demais componentes


internos, a fonte de alimentação, tradicionalmente, não é levada em consideração no momento da
compra ou na montagem de um computador. Isso ocorre porque outros componentes como a
frequência do processador, a quantidade de memória, o volume de armazenamento do disco rígido
e a capacidade da placa de vídeo, além de serem mais transparentes ao usuário final, tem maior
apelo comercial, enquanto a fonte de alimentação, o “combustível” para que todos esses outros
componentes funcionem correctamente, actua praticamente impercetível.

As fontes de alimentação em corrente contínua podem ser de dois tipos, fontes não reguladas e
fontes reguladas. As fontes não reguladas são modelos simples onde não há qualquer mecanismo
para controlo dos valores de saída. Essas fontes não se preocupam se a sua saída irá sentir variações
na entrada, ou seja, mudanças bruscas ou mínimas de tensão na entrada serão refletidas na saída
desse tipo de fonte.

Já as fontes reguladas possuem em sua estrutura constituinte o circuito de uma fonte não regulada
em adição com circuito regulador cuja função é manter constante o valor de saída, independente
as variações de suas condições de funcionamento.

Os componentes dos equipamentos eletrónicos são semicondutores e polarizados, estes necessitam


geralmente de serem alimentados por uma tensão contínua. Uma vez que a nossa rede eléctrica
fornece uma tensão monofásica ou trifásica de 220V alternados, torna-se assim necessário,

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 14 de 45
converter esta tensão alternada da rede eléctrica, numa tensão contínua. Surge então, a importância
da fonte de alimentação. Para construir uma fonte de alimentação primária são necessárias várias
etapas. O primeiro estágio da fonte de alimentação é constituído por um transformador, que reduz
a tensão de entrada. No segundo estágio é feita uma rectificação do sinal alternado, usando um
circuito com díodos. No terceiro estágio, o circuito de filtro, normalmente capacitivo, transforma
a tensão contínua pulsante, em contínua pura. No quarto e último estágio é feita a estabilização da
tensão de saída, através de um regulador de tensão.

Eis o diagrama em blocos de uma fonte de alimentação regulada:

Figura 1: Diagrama em blocos de fonte de alimentação linear

(Fonte 3)

3.1 Transformador
Transformadores são dispositivos usados para abaixar ou aumentar a tensão e a corrente elétricas.
Os transformadores consistem em dois enrolamentos de fios, primário e secundário, envolvidos
em um núcleo metálico. A passagem de uma corrente elétrica alternada no enrolamento
primário induz à formação de uma corrente elétrica alternada no enrolamento secundário.
A proporção entre as correntes primária e secundária depende da relação entre o número de
voltas em cada um dos enrolamentos.

Os transformadores comuns são constituídos por enrolamentos de fios de cobre, chamados de


primário e secundário. Esses enrolamentos sempre contam com diferentes números de voltas e

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 15 de 45
encontram-se então torcidos em volta de um núcleo de ferro, sem que haja contato entre eles.
Observe a figura a seguir:

Figura 2:Transformador com núcleo de ferro

(Fonte 3)

Esse campo magnético é então concentrado e amplificado pelo núcleo férreo em direção ao
enrolamento secundário. O campo magnético variável induz ao surgimento de uma corrente
elétrica no secundário. A relação entre os potenciais elétricos entre os enrolamentos primário e
secundário é dada pela fórmula seguinte:

Onde:

VP — tensão no enrolamento primário

VS — tensão no enrolamento secundário

NP — número de espiras no enrolamento primário

NS — número de espiras no enrolamento secundário

Como sabemos, a tensão e a corrente elétricas são inversamente proporcionais, portanto, a relação
para as correntes elétricas dos enrolamentos primário e secundário é invertida:

Onde:

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 16 de 45
IP — corrente elétrica no enrolamento primário

IS — corrente elétrica no enrolamento secundário

NP — número de espiras no enrolamento primário

NS — número de espiras no enrolamento secundário

3.2 Retificação
Um retificador consiste num dispositivo conversor de corrente elétrica utilizado em engenharia
elétrica para obter uma corrente contínua (c.c.) a partir de uma corrente alternada (c.a.), fornecida
por uma fonte de alimentação. Este aparelho é de grande utilidade, uma vez que grande parte da
energia elétrica é gerada, transmitida e fornecida sob forma de corrente alternada, enquanto que
muitos dispositivos, desde aparelhos de televisão a motores elétricos, trabalham em corrente
contínua.
Há aparelhos que incluem placas retificadoras, díodos termiónicos ou díodos semicondutores.
Um único díodo produz uma retificação de meia onda, deixando fluir a corrente apenas numa
direção, durante o correspondente semiciclo da corrente alternada. Trata-se de um processo pouco
eficiente pois, durante metade do tempo, o fornecimento de energia não é realizado. No entanto,
uma ponte retificadora, constituída por quatro díodos, efetua uma retificação de onda completa,
uma vez que ambos os semiciclos da corrente alternada (positivo e negativo) produzem, à saída,
uma corrente que flui sempre na mesma direção. Neste caso, os mais usuais são do tipo díodo
semicondutor (cobre-óxido, selénio, germânio, silício).

Figura 3: Retificador de onda completa em ponte.

(Fonte 3)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 17 de 45
Essa configuração é diferente do retificador de meia onda, que utiliza apenas um díodo. Num
retificador de meia onda, o semiciclo negativo tem sua passagem da corrente interrompida devido
ao díodo, que só permite a passagem de corrente em um só sentido. Com a estrutura em ponte, os
dois semiciclos (positivo e negativo) conseguem ter sua passagem de corrente.

O retificador de onda completa não necessita de transformador com tomada central e utiliza quatro
díodos. A tensão de entrada (V1) pode ser tanto a tensão da rede como a do secundário de um
transformador. Observando a tensão senoidal aplicada na entrada, pode-se perceber que, durante
o semiciclo positivo da tensão de entrada, os díodos D2 e D4 estão polarizados diretamente e os
díodos D1 e D3 cortados.

As oscilações que aparecem na tensão sobre a carga, denominam-se “ripple”. Este ripple de tensão
pode ser reduzido com a inclusão de um filtro capacitivo, normalmente um capacitor eletrolítico
de alto valor em paralelo com a carga.

Uma das poucas desvantagens do retificador em ponte é a queda de tensão adicional por causa do
uso de mais díodos, pois enquanto o retificador com derivação central perde apenas 0,7 V com
relação à onda de entrada, no retificador em ponte os díodos consomem 1,4 V da tensão inicial.

As vantagens do retificador em ponte são saídas em onda completa, tensão ideal de pico igual à
tensão de pico do secundário e não necessitar do enrolamento secundário com tomada central.
Essas vantagens fizeram do retificador em ponte o projeto mais popular de retificador. Muitos
equipamentos usam o retificador em ponte para converter a tensão CA da linha em uma
tensão CC adequada ao uso dos dispositivos semicondutores.

3.3 Filtro
Um filtro capacitivo é um arranjo de circuito elétrico que tem a finalidade de reduzir variações de
tensão e corrente de altas frequências. Basicamente os filtros capacitivos usados em fontes servem
para eliminar uma tensão alternada pulsativa e transformá-la em uma (tensão continua) que varia
menos. Essa variação é chamada de tensão de ondulação ou ripple.

Usando um filtro capacitivo em um circuito retificador, obtém-se uma tensão de ripple resultante
do descarregamento lento do capacitor em relação à fonte. O dimensionamento do capacitor
utilizado no filtro pode ser feito para gerar uma tensão de ripple controlada para ser posteriormente
eliminada através de regulador zener, regulador linear ou outros tipos de regulagem.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 18 de 45
A imagem a seguir mostra um retificador de meia onda com uma ceta indicando o filtro capacitivo.

Figura 4: Filtro capacitivo

(Fonte 6)

3.4 Circuito Regulador


O circuito regulador pode aproveitar a entrada contínua advinda do filtro para produzir uma tensão
que não só possua menor ripple, mas que ainda mantenha constante seu nível de saída, mesmo
para variações na entrada ou na carga conectada. Em aplicações onde se necessita valores
reduzidos de corrente, essa regulação é, via de regra, obtida, utilizando-se reguladores a base de
circuitos integrados, como mostrado por MALVINO (1987). Já em aplicações que necessitam
maiores valores de corrente, os circuitos reguladores são constituídos de elementos discretos
baseados em transístores.

No caso mais simples é utilizada a polarização coletor comum, também conhecido como seguidor
de emissor. Esta configuração é usada com a base do díodo regulador conectado diretamente ao
referencial de voltagem

A tensão de saída do estabilizador é igual à tensão do díodo Zener menos a tensão emissora base
do díodo (UZ – UBE), onde UBE é geralmente cerca de 0,7 V para um díodo de silício,
dependendo da carga da corrente. Se a voltagem da saída cair por qualquer razão externa, a díodo
emissor base do díodo (UBE) aumenta,

Rv fornece uma corrente de polarização tanto para o díodo Zener como para o díodo. A corrente
no díodo é mínima quando a corrente de carga é máxima. O projetista do circuito deve escolher
uma tensão mínima que possa ser tolerada por Rv, tendo em mente que quanto maior for essa

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 19 de 45
exigência de tensão, maior a tensão de entrada necessária, e, portanto, menor a eficiência do
regulador. Por outro lado, valores menores de Rv levam a uma maior dissipação de energia no
díodo.

Figura 5: Regulador de tensão

(Fonte 6)

Onde:

VR min é a tensão mínima a ser mantida através de Rv;

ID min é a corrente mínima a ser mantida através do díodo Zener;

IL max é a corrente máxima de carga de projeto;

IL max é o ganho de corrente direta do transístor (IC / IB).

4 Classificação das fontes de alimentação


As fontes de alimentação modernas podem ser classificadas em dois grandes grupos: com
Regulação Linear e com Regulação Chaveada ou comutada. Desse modo, o que denomina
simplesmente de Fonte Chaveada é na verdade, um Conversor Estático de Corrente Alternada em
Corrente Continua com Regulação por Chaveamento.

Como já dito, as fontes de alimentação são equipamentos responsáveis pelo fornecimento de


energia elétrica aos dispositivos dos computadores. Para isso, convertem corrente alternada (AC -

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 20 de 45
Alternating Current), isto é, a energia recebida por meio de geradores, como uma hidroelétrica em
corrente contínua (DC Direct Current), uma tensão apropriada para uso em aparelhos eletrônicos.
Assim, a energia que chega nas tomadas da sua casa em 210 V (Volts) ou 220 V é transformada
em tensões como 5 V e 12 V por exemplo.

4.1 Fonte Chaveada


Os computadores usam fontes de alimentação do tipo chaveada. Trata-se de um padrão que faz
uso de capacitores e indutores no processo de conversão de energia e recebe esse nome por possuir,
um controlo de chaveamento que "liga e desliga" a passagem de energia de forma a gerar e fixar
uma tensão de saída.

Outra maneira de se obter a regulação da tensão de saída de uma fonte de tensão contínua é através
do chaveamento de um dispositivo semicondutor em frequência elevada.

Um regulador chaveado é basicamente um conversor no qual tanto a tensão de entrada como de


saída são contínuas (conversor CC-CC). Conforme o tipo de conversor implementado, o valor da
tensão de saída pode ser maior ou menor que a tensão de entrada, apesar que nas fontes usadas em
telecomunicações normalmente a tensão de saída é menor que a de entrada. O interruptor
eletrônico opera somente nos estados de saturação (ligado) e corte (desligado), com frequência de
operação muito maior que a frequência da rede elétrica. O resultado é, então, uma tensão alternada
não-senoidal (onda quadrada) que é retificada novamente e entregue à carga.

Figura 6: Fonte ATX

(Fonte 5)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 21 de 45
Parâmetro Regulação Linear Fonte Chaveada

Eficiência Pode chegar a 50%, mas Mesmo nas fontes mais simples é
normalmente é da ordem de 25% superior a 65% e em projectos de
alta qualidade é superior a 95%.

Temperatura O transístor usado como Como a dissipação é menor, é mais


regulador opera em alta fácil manter a temperatura do
dos
temperatura, atingindo transístor usado como interruptor
componentes frequentemente 80ºC. Os demais em níveis baixos. No entanto,
componentes acabam também se como o volume da fonte é
aquecendo e o tempo de vida útil reduzido, é comum usar
é reduzido. ventiladores para auxiliar a
dissipação.

Ondulação da Tensão de Saída É muito baixa, como resultado da O uso de alta frequência introduz
operação do transístor em região uma ondulação adicional. Para
linear. obter-se o mesmo nível de
ondulação da regulação linear, é
necessário um projecto cuidadoso.

Resposta a Transientes É muito rápida, devido à Para ter-se resposta, é necessário


utilização do transístor em região usar frequência de chaveamento
linear. elevada e circuitos de comando
sofisticados.

Relação Potência/Peso Da ordem de 25W/Kg Normalmente 100W/Kg.

Relação Volume/Potência Da ordem de 30cm3/W Normalmente 8cm3/W

Emissão Radio-Interferências É praticamente nula O uso do interruptor do transístor


operando em alta frequência
produz ruido e faz com que sejam
necessárias blindagens e filtragens.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 22 de 45
Confiabilidade Como o número de componentes Devido a complexidade do circuito
é reduzido, a confiabilidade é e ao alto número de componentes,
aparentemente alta. No entanto, a confiabilidade é naturalmente
caso a dissipação de potência do baixa. O uso de circuitos
transístor regulador não seja integrados que reúnem várias das
adequada, pode-se ter funções da fonte chaveada aumenta
temperaturas elevadas que a confiabilidade.
afectam a confiabilidade.

Interferência a rede eléctrica Existe somente o ruído normal É necessário filtrar o ruido de
decorrente da operação do chaveamento do interruptor
retificador de entrada. eletrónico.

Tabela 1: Comparação fonte linear e chaveada

(Fonte 5)

Verifica-se, portanto, que a principal vantagem da fonte chaveada, em relação a uma fonte de
mesma potência empregando regulação linear, é o peso e o volume. As fontes com regulação
linear, apesar de volumosas e pesadas, possuem ainda uma ampla aplicação, principalmente
quando os requisitos de confiabilidade são fundamentais.

Uma outra questão crucial que emerge do exame do Quadro 1 é o custo de fabricação. Num
primeiro momento as fontes chaveadas só eram interessantes devido ao menor volume e peso,
apresentando custo superior às fontes com regulação linear. Dessa forma, eram empregadas
principalmente quando o uso de uma fonte com regulação linear comprometesse de alguma forma
o espaço ocupado produto final. Esse foi o caso, por exemplo, dos primeiros microcomputadores
pessoais, onde a necessidade de uma fonte com potência da ordem de 200 W faria com que,
optando-se pelo uso de uma fonte de regulação linear, o volume final do computador fosse
provavelmente o dobro e o peso bastante superior. Actualmente, no entanto, o desenvolvimento
de circuitos integrados especiais para fontes chaveadas tem facilitado a tarefa de projeta-las,
diminuído sua complexidade e baixando seus custos. Como consequência, as fontes chaveadas

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 23 de 45
estão presentes actualmente na maioria dos equipamentos eletrônicos, tanto nas áreas industriais
como para entretenimento.

4.2 Tendências de evolução das fontes chaveadas


Observa-se a cada dia o uso mais frequente de fontes chaveadas nos mais diversos sistemas
eletrônicos. As razões para tal crescimento são, basicamente, os requisitos de volume e peso dos
equipamentos. Apesar do avanço verificado na técnica de projecto e nos componentes electrônicos,
a fonte de alimentação permanece, dentro de um sistema eletrônico, como o subsistema que ocupa
mais espaço relativo e o de menor confiabilidade. A tecnologia de fontes chaveadas recebe dois
impulsos valiosos para prosseguir avançando. O principal, sem dúvida, vem da indústria de
microcomputadores e demais equipamentos de informática. Nesse caso a demanda dos fabricantes
é por fontes de volume menor e que apresentem menor custo. O custo de produção dos circuitos
integrados digitais e microprocessadores mostra uma redução significativa com o aumento do
número de peças produzidas, já que são fabricados por processos automatizados. Porém as fontes
de alimentação (chaveadas ou não) ainda utilizam um grande número de componentes discretos,
como é o caso dos transístores usados como interruptores electrônicos e dos componentes
magnéticos (indutores e transformadores). O resultado é que o processo de fabricação das fontes
faz uso de mão de obra tradicional, elevando o custo final. Os fabricantes de microcomputadores
demandam também uma redução do volume final das fontes, que é considerado excessivo frente à
miniaturização dos demais componentes. Por exemplo, num microcomputador portátil é
impossível incorporar a fonte de alimentação ao próprio equipamento, sendo essa ainda um
elemento volumoso e pesado. Assim, apesar do equipamento ser portátil e poder ser acionado “em
qualquer lugar” através das baterias internas, na verdade o usuário é obrigado a levar em sua
bagagem a fonte de alimentação para prover a carga das baterias e operar o equipamento por um
período mais longo.

Esse mesmo tipo de demanda ocorre, no campo das telecomunicações, na telefonia móvel. Os
telefones celulares mais modernos são, em alguns casos, menores e mais leves que a fonte de
alimentação que é necessária para realizar a carga das baterias. Esses exemplos cotidianos mostram
que a tecnologia das fontes chaveadas é ainda um campo fértil para a evolução tecnológica.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 24 de 45
O principal motivo de se buscar um incremento na frequência de chaveamento é a redução do
tamanho dos transformadores, indutores e capacitores da fonte chaveada.

O aumento da frequência de chaveamento reduz o tamanho dos componentes magnéticos e dos


capacitores devido à maneira como operam as fontes chaveadas: o chaveamento do interruptor
electrônico é responsável por um mecanismo de transferência de energia. Ou seja, durante cada
ciclo de chaveamento a energia é armazenada em um componente (indutor, transformador ou
capacitor – conforme o tipo de circuito usado na fonte) e transferida à carga. Ou seja, toda fonte
chaveada opera por um princípio de carga e descarga da energia. À medida que a frequência
aumenta, o elemento no qual a energia é armazenada pode ser menor, pois uma quantidade menor
de energia necessita ser “guardada” a cada ciclo. O resultado final, portanto, são componentes de
menor volume ao se aumentar a frequência de chaveamento.

Apesar de ser observado que o volume dos componentes de armazenamento diminui com o
aumento da frequência, na verdade a tecnologia encontra uma barreira ao se promover tal
incremento de frequências.

5 Padrões de fontes de alimentação chaveadas


Assim como qualquer tecnologia produzida por mais de um fabricante, as fontes de alimentação
devem ser fornecidas dentro de padrões estabelecidos pela indústria de forma a garantir sua
compatibilidade com outros dispositivos e o seu funcionamento regular. No caso das fontes, o
padrão mais utilizado nos dias de hoje é o ATX (Advanced Tecnology Extendend), que surgiu em
meados de 1996 e que também especifica formatos de gabinetes de computadores e de placas-mãe.

Com essa padronização, uma pessoa saberá que, ao montar um computador, a placa-mãe se
encaixará adequadamente no gabinete da máquina, assim como a fonte de alimentação. Também
haverá certeza de provimento de certos recursos, por exemplo: as fontes ATX são capazes de
fornecer tensão de 3,3 V, característica que não existia no padrão anterior, o AT (Advanced
Tecnology). O padrão ATX, na verdade, é uma evolução deste último, portanto, adiciona
melhorias em pontos deficientes do AT. Isso fica evidente, por exemplo, no conector de
alimentação da placa-mãe: no padrão AT, esse plugue era dividido em dois, podendo facilmente
fazer com que o usuário os invertesse e ocasionasse danos. No padrão ATX, esse conector é uma
peça única e só possível de ser encaixada de uma forma, evitando problemas por conexão incorreta.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 25 de 45
As fontes ATX também trouxeram um recurso que permite o desligamento do computador por
software. Para isso, as fontes desse tipo contam com um sinal TTL (Transistor-Transistor Logic)
chamado PS_ON (Power Supply On). Quando está ligada e em uso, a placa-mãe mantém o PS_ON
em nível baixo, como se o estive deixando em um estado considerado “desligado”. Se a placa-mãe
estiver em desuso, ou seja, não estiver recebendo as tensões, deixa de gerar o nível baixo e o
PS_ON fica em nível alto. Esse sinal pode mudar seu nível quando receber ordens de activação ou
desactivação de determinados recursos, por exemplo:

- Soft Power Control: usado para ligar ou desligar a fonte por software. É graças a esse recurso
que o sistema operacional consegue desligar o computador sem que o usuário tenha que apertar
um botão para isso;

- Wake-on-LAN: permite ligar ou desligar a fonte por placa de rede.

Por se tratar de um equipamento que gera campo eletromagnético (já que é capaz de trabalhar com
altas frequências), as fontes devem ser blindadas para evitar interferência em outros aparelhos e
no próprio computador.

Antes de ligar seu computador na rede elétrica, é de extrema importância verificar se o seletor de
voltagem da fonte de alimentação corresponde à tensão da tomada (em Moçambique é de 220 V).
Se o seletor estiver na posição errada, a fonte poderá ser danificada, assim como outros
componentes da máquina. Menos comuns, há modelos de fontes que são capazes de fazer a
seleção automaticamente.

5.1 Razões para troca do padrão AT para ATX


Um dos motivos para a troca do AT para o ATX é que os dois conectores da fonte AT (P8 e P9),
se colocados de forma invertida na placa-mãe, podem queimar a placa e outros componentes
internos do micro. O conector para placa-mãe ATX não tem como ser colocado de forma invertida,
existindo uma única posição.

Outra razão é que a principal característica de uma fonte ATX é o seu desligamento via software,
ou seja, por meio do comando Desligar do Windows. Outra forma de desligar a fonte ATX é
pressionando o seu botão Power durante alguns segundos, mas essa segunda prática não é muito
segura.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 26 de 45
Na fonte AT, devemos acionar o comando desligar do Windows, e depois desligar manualmente
pelo botão liga-desliga.

Se desligarmos direto nesse botão, existe o risco de danificar o sistema e o micro.

A vantagem de ter uma fonte ATX é que nela é possível conectar mais dispositivos
simultaneamente do que na fonte AT, pois a sua potência é bem maior do que a desta última. Com
o passar do tempo, novos dispositivos surgem e se faz necessária uma fonte cada vez mais potente.
Nos dias actuais, por exemplo, é possível usar em um único computador gravadores de DVD,
CDROM, MP3, MP4, impressora, microfone, caixa de som, câmera digital e outros.

5.2 Tensões das fontes de alimentação


Os dispositivos que compõem um computador são tão variados que requerem níveis diferentes de
tensão para o seu funcionamento. Por isso, as fontes de alimentação fornecem, essencialmente, as
seguintes tensões: +3,3 V, +5 V, +12 V, -5 V e -12 V (as antigas fontes AT não oferecem a tensão
de +3,3 V). As saídas de +3,3 V e +5 V são mais direcionadas a dispositivos menores, como chips
de memória. A tensão de +12 V é utilizada por dispositivos que consomem mais energia, tais como
os que contam com “motores”, como HDs (cujo motor é responsável por girar os discos) e drives
de DVD ou Blu-ray (que possuem motores para abrir a gaveta e para girar o disco). As tensões de
-5 V e -12 V são pouco utilizadas

É claro que há dispositivos que exigem voltagens menores. Memórias RAM o tipo DDR3, por
exemplo, podem trabalhar com +1,5 V. Para esses casos, a placa-mãe conta com reguladores que
convertem uma saída de voltagem da fonte de alimentação para a tensão necessária ao componente
em questão.

5.3 Potência das fontes de alimentação


Esse é o aspecto mais considerado por qualquer pessoa na hora de comprar uma fonte, e deve ser
mesmo. Se adquirir uma fonte com potência mais baixa que a que seu computador necessita, vários
problemas podem acontecer, como desligamento repentino da máquina ou reinicializações
constantes. O ideal é optar por uma fonte que ofereça uma certa “folga” neste aspecto. Mas
escolher uma requer alguns cuidados.

O principal problema está no fato de que algumas fontes, principalmente as de baixo custo, nem
sempre oferecem toda a potência que é descrita em seu rótulo. Por exemplo, uma fonte de

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 27 de 45
alimentação pode ter em sua descrição 500 W (Watts) de potência, mas em condições normais de
uso pode oferecer, no máximo 400 W. Acontece que o fabricante pode ter atingindo a capacidade
de 500 W em testes laboratoriais com temperaturas abaixo das que são encontradas dentro do
computador ou ter informado esse número com base em cálculos duvidosos, por exemplo. Por
isso, no acto da compra, é importante se informar sobre a potência real da fonte.

Para isso, é necessário fazer um cálculo que considera alguns aspectos, sendo o mais importante
deles o conceito de potência combinada. Antes de compreendermos o que isso significa, vamos
entender o seguinte: como você já viu, no que se refere às fontes ATX, temos as seguintes saídas:
+3,3 V, +5 V, +12 V, -5 V e -12 V. Há mais uma chamada de +5 VSB (standby). O fabricante
deve informar, para cada uma dessas saídas, o seu respectivo valor de corrente, que é medido em
amperes (A). A definição da potência de cada saída é então calculada multiplicando o valor em
volts pelo número de amperes. Por exemplo, se a saída de +5 V tem 30 A, basta fazer 5x30, que é
igual a 150. A partir daí, resta fazer esse cálculo para todas as saídas e somar todos os resultados
para conhecer a potência total da fonte. Isso está errado! Esse, aliás, é um dos cálculos duvidosos
que alguns fabricantes usam para “maquiar” a potência de suas fontes.

É aí que entra em cena a potência combinada. As saídas de +3,3 V e +5 V são combinadas, assim
como todas as saídas de +12 V. A potência máxima de cada uma só é possível de ser alcançada
quando a saída “vizinha” não estiver em uso. Ou seja, no exemplo anterior, a potência da saída de
+5 V só seria possível se a tensão de +3,3 V não fosse utilizada. Há ainda outro detalhe: uma outra
medida de potência combinada considera os três tipos de saída mencionados: +3,3 V, +5 V, +12
V. Esse valor é então somado com as potências das saídas de -12 V (note que o sinal negativo
deve ser ignorado no cálculo) e +5 VSB. Daí obtém-se a potência total da fonte.

Para facilitar na compreensão, vamos partir para um exemplo. Vamos considerar uma fonte cujo
rótulo informa o seguinte:

Tensões +3V 5V +12V (1) +12V (2) -12V +5VSB

Corrente 28A 30A 22A 22A 0.6A 3A

160W 384W 7.2W 15W

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 28 de 45
Potência Combinada 477.8W 22.2W

500W

Tabela 2: Especificações de uma fonte ATX

(Fonte 8)

As potências combinadas das tensões +3,3 V, + 5 V e +12 V é de 477,8 W, que é somada com a
potência das saídas de - 12 V e +5 VSB, que é 22,2 W (7,2 + 15). Assim, a fonte tem 500 W de
potência total. Mas aqui vai uma dica: no acto da compra, observe se as saídas de +12 V (sim,
geralmente há mais de uma) fornecem uma potência combinada razoável. Essa é mais importante
porque consiste na tensão que é utilizada pelos dispositivos que mais exigem energia, como o
processador e a placa de vídeo. No nosso exemplo, esse valor é de 384 W.

Figura 7: Rotulo descritivo de uma fonte ATX

(Fonte 8)

5.4 Teste em fontes ATX


Para fazer com que fontes ATX sejam ligadas sem estar conectadas à placa mãe, primeiro a fonte
deve estar ligada a corrente e é só alterar o pino PS-ON da fonte de alimentação, isto é, conectar o

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 29 de 45
pino PS-ON (pino14) à terra (pinos 3, 5, 7, 13, 16 ou 17). Como em geral o PS-ON é um fio preto,
através de um pequeno fio mesmo um clipes de papel aberto.

Figura 8: Teste de corrente de fonte ATX

(Fonte 8)

É válido lembrar que, muitas vezes, as fontes indicam tensão de alimentação correta quando
testadas com um multímetro, porém, não funcionam corretamente quando há uma carga aplicada,
ou seja, quando são conectadas a placa mãe.

6 Conectores das fontes de alimentação ATX

6.1 ATX-P4 ou ATX 12V


É aquele que alimenta a placa-mãe. Antes com 20 pinos, o padrão actual tem 24. É quase sempre
constituído por um bloco de 20, no qual se pode adicionar um bloco de 4 pinos. Isto, para respeitar
a retrocompatibilidade com as antigas placas-mãe, com conectores de 20 pinos. Imagem
com conector 20 + 4 desconectado:

Figura 9: Cabo ATX 12v

(Fonte 8)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 30 de 45
Este conector, chamado ATX-P4 (ou ATX 12V), foi introduzido pela Intel para o Pentium 4. Ele
se conecta na placa-mãe e é exclusivamente reservado à alimentação do processador. Sem ele, o
arranque do PC é impossível.

6.2 EPS 12V


Hoje, a maioria das placas-mãe passam de 4 para 8 pinos, já que a potência dos processadores
evoluiu. Nos mais recentes padrões de alimentação, isso significa um conector de 8 pinos
(chamado, às vezes, de EPS 12V), composto por dois blocos de 4 pinos, aí também para garantir
a compatibilidade com placas antigas, e o tradicional ATX P4.

Figura 11: Conector EPS 12v integrado Figura 10: Conector EPS 12v separado

(Fonte 8)
6.3 Molex ou IDE
É o mais tradicional, ainda muito presente nos PCs, por vezes conectado diretamente na placa-
mãe. Ele é utilizado para ligar qualquer tipo de disco rígido e unidade (leitor/gravador). Algumas
placas gráficas podem precisar deste conector também. Para aqueles que precisam, é possível
encontrar sem dificuldades conectores/adaptadores MOLEX/SATA. Em segundo plano, podemos
distinguir um ‘sobrevivente’: o conector necessário para um leitor de disquete:

Figura 12: Conector IDE

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 31 de 45
(Fonte 8)

6.4 SATA
Apareceu com o padrão do mesmo nome e tornou-se indispensável, já que está presente em todos
os PCs modernos. Uma fonte de alimentação deve possuir, no mínimo, quatro deles hoje em dia.
Serve, principalmente, para a alimentação dos discos rígidos e gravadores com padrão SATA.

Como podemos ver na figura 13, todos estes conectores são equipados de Poka-Yoke. Nunca
devem ser forçados para encaixá-los. Espere, observe o conector e verifique se é o correto e se está
bem encaixado.

Figura 13: Conector SATA


(Fonte 8)

PCI Express para placa de vídeo


A potência das placas de vídeo não para de crescer e muitas delas exigem uma alimentação directa
do bloco principal (às vezes, até dois). Este é o papel do conector PCI Express. Inicialmente com
seis pinos, agora encontramos cada vez mais opções com oito pinos. Sem esses conectores, placas
de vídeo poderosas não funcionarão:

Figura 14: Conector PCI Express

(Fonte 8)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 32 de 45
A disposição dos pinos nas fontes de alimentação é demostrada na imagem a seguir resume a ondem
dos pinos, as suas tensões e suas cores.

Figura 15: Disposição dos pinos dos conectores das fontes ATX

(Fonte 8)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 33 de 45
7 Princípio de funcionamento e disposição dos componentes na fonte ATX

As fontes chaveadas ATX, apresentam algumas características interessantes se comparado com as


fontes comutadas padrões SMPS, a sigla do inglês (switched Mode Power Supply).

Nas fontes ATX, existem tensões de saídas distintas, que são: +12v, +5v, +3.3v, -5v, e 5vSB.
Existem algumas variações nesses tipos de fontes, porem no contexto geral, o padrão é esse.

O modo de funcionamento das SMPS são praticamente os mesmos. Eles controlam a tensão de
saída, abrindo e fechando o circuito comutador, de modo a manter pelo tempo de abertura e
fechamento deste circuito, ou seja, a largura dos pulsos e suas frequências, para obterem a tensão
desejada. Existem processos separados para que tudo venha funcionar harmoniosamente. Então
vamos ver o diagrama em blocos para “destrinchar” etapas desses processos, para que possamos
entender passo a passo.

Este e o diagrama em blocos dividido em etapas, para melhorar o entendimento.

Figura 16: Diagrama em blocos de fonte ATX

(Fonte 12)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 34 de 45
Existem 10 etapas básicas para o funcionamento de uma fonte ATX, existem outros módulos
subjacentes que estão intrínsecos nas etapas, mas, não vamos entrar tão a fundo, pois ficaria
extremamente grande esse trabalho.

7.1 Etapa 1 – Filtro de Transiente


É por essa etapa que a tensão vinda da sua rede, seja 110 ou 220V AC deverá entrar. Essa tensão
passa por uma proteção básica, o fusível, que se por ventura alguma etapa adiante entre em curto,
o fusível se abre, evitando estourar tudo pela frente, e na mesma linha, temos o NTC que é uma
sigla do inglês (Negative Temperature Coeccient) que em uma tradução livre seria: Coeficiente
Negativo de Temperatura. Ele é um limitador da corrente de surto, em série com o circuito elétrico,
nele o valor da resistência ôhmica diminui à medida que a sua temperatura se eleva, sua resistência
inicial é aproximadamente 15 Ohms, o que podemos entender pela lei de Ohms, as vantagens que
se tem em usar ele em série, depois que a fonte liga ele baixa sua resistência para aproximadamente
0.5 Ohms. Também existe, as bobinas filtros contra EMI, essas servem para evitar os ruídos de
alta frequência e uma enorme quantidade de harmônicas geradas pelos chaveadores que podem se
propagar pela rede elétrica e causar interferências em equipamentos eletrônicos próximos.

Figura 17: Filtro Transiente

(Fonte 12)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 35 de 45
7.2 Etapa 2 – Retificação Primária
Nessa etapa encontramos a ponte retificadora, ou um arranjo formado por quatro díodos comuns,
que possui a função de fazer a retificação de uma tensão em onda completa, ou seja, retificar uma
corrente elétrica alternada (AC) transformando-a em corrente elétrica contínua (DC).

Figura 18: Retificador primario

(Fonte 12)

7.3 Etapa 3 – Dobrador de Tensão


Após a retificação, o sinal DC apresenta, Riples (que são pequenas variações, os capacitores são
responsáveis pela filtragem e estabilização, ou seja, diminuição desses Riples, na tensão retificada,
essa tensão se eleva para algo em torno de 300V, que são usados nos chaveadores de potência,
essa parte é fundamental para a correcta estabilização da fonte principalmente se a sua fonte for
de alta potência.

Figura 19: Dobrador de tensão

(Fonte 12)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 36 de 45
7.4 Etapa 4 – Chaveadores de potência
Estes chaveadores podem ser do tipo Transístores Bipolares de Potência, como os MOSFETs, ou
qualquer outro tipo, porém eles se diferenciam dos transístores comuns, pelo tipo de operação em
que esses transístores trabalham, esses transístores chaveadores dissipam menor potência de que
um transístor comum trabalhando em uma fonte linear, pois eles trabalham como uma chave
liga/desliga em altas velocidades, dependendo do projetco da fonte, eles sofrem variações que
normalmente estão entre 20Khz a 100kHz, eles são diretamente responsáveis pela tensão de saída,
e estabilidade dessa tensão, através dos comandos recebidos pelo Circuito de Controlo.

Figura 20: Chaveadores de potência

(Fonte 12)

7.5 Etapa 5 – Transformador de saída


O transformador é um TRANSFORMADOR CHOPPER de Alta frequência, e eles também
trabalham com tensão Alternada, ao passar pelos chaveadores a tensão será uma onda quadrada do
tipo AC, porém com alta frequência, não com a mesma frequência de 60Hz da tensão de entrada.
Os chaveadores trabalham com dois níveis distintos, alto e baixo, quando se encontra em nível
ALTO, a tensão passa por ele normalmente, fazendo surgir um nível de tensão constante na entrada
da bobina do transformador, a acção desses transístores, passa do estado ALTO para BAIXO muito
rapidamente. Isso induzirá nos enrolamentos as tensões necessárias de acordo com o enrolamento
e a frequência colocada nesses chaveadores.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 37 de 45
Figura 21: Transformador de saída

(Fonte 12)

7.6 Etapa 6 - Retificador Rápido


Com a tensão gerada pelos chaveadores em alta frequência, é necessário um díodo que atenda essa
demanda, por isso temos os díodos de alta velocidade chamados DIODOS SCHOTTKY ou díodos
de recuperação rápida, já que díodos comuns não seriam capazes de trabalhar com tensões em alta
frequência

Figura 22: Retificador rápido

(Fonte 12)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 38 de 45
7.7 Etapa 7 – Filtro de Saída
Os filtros são compostos por dois componentes basicamente. O indutor que tem a função de
eliminar as harmônicas de altas frequências, para que não interfiram com outros equipamentos que
serão alimentados, pois imaginemos se, essas harmônicas passarem para um microcontrolador por
exemplo, poderiam ocasionar acionamentos de cargas indevidas e erros de leitura nos processos
de controlo. E os capacitores são eles que fazem a filtragem e a estabilização da tensão na saída,
evitando os ripples e as instabilidades na saída.

Figura 23: Filtro de saída

(Fonte 12)

7.8 Etapa 8 – Transformador Driver


O transformador driver nesse caso é nada mais nada menos que o responsável por transmitir as
informações vindas do Circuito Integrado Controlador, e passar esses comandos para os
chaveadores, de forma que traga isolação ou desacoplamento elétrico entre primário e secundário,
nessa topologia, existe um par de transístores que também chaveiam o Trafo Drive recebendo esses
pulsos PWM do CI piloto, e passando essa informação para a etapa de potência que vimos na Etapa
4.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 39 de 45
Figura 24: Transformador driver

(Fonte 12)

7.9 Etapa 9 – Controlador PWM


O cérebro de uma fonte chaveada é o seu controlador PWM, são Circuitos integrados dedicados,
para executarem esse trabalho, mas eles não trabalham só, existe também os sensores de corrente,
que também variam de fonte para fonte, mas é muito provável que encontre na sua fonte o CI
TL341, ele tem o especto de um transístor, mas, não é um transístor, ele é bem popular por seu
custo benefício. Este circuito é ligado a saída da fonte, recebe o Feedback e direciona as
informações de tensões para o CI que controla o oscilador que gera um sinal retangular cuja largura
do pulso é controlada e enviada para o Trafo Drive que envia esses comandos para a etapa de
potência. Se a potência na saída elevar a tensão tender a cair, o circuito activa a correção
instantânea na largura de pulso dos transístores chaveadores e a tensão mantém estabilizada.

Figura 25: Controlador PWM

(Fonte 12)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 40 de 45
7.10 Etapa 10 – Circuito VSB
VSB – Significa: Voltage Standby, ou seja voltagem de espera, tecnicamente seria uma fonte que
mantem activa a sua saída, sempre que o cabo de alimentação da fonte estiver conectado à rede
eléctrica, sua capacidade é de aproximadamente 2 Amperes, e isso depende da potência total da
fonte, essa linha de tensão activa, é para manter os circuito activos e é necessário para quando for
ativado o botão de ligar a fonte, através do PSON, que é o START da fonte, daí então o oscilador
passa a activar a etapa de potência, essa linha também alimenta o hardware das placas mães para
activar periféricos via software, teclado, rede e etc.

Figura 26: Circuito VSB

(Fonte 12)

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 41 de 45
8 Conclusão

No decorrer do trabalho pude perceber que, a fonte de alimentação tem mais importância para um
computador do que muitos utilizadores imaginam. Por isso, é necessário direcionar maior atenção
a esse item na hora de fazer um upgrade (troca de dispositivo ou peça para uma melhor) ou montar
uma máquina. No comprar de qualquer produto, deve-se fazer uma pesquisa, e devemos dar
preferência por modelos de marcas conceituadas, que fornecem todos os detalhes de seus produtos
e garantia. E mesmo assim, pesquisar na internet pelos modelos que te interessaram, pois mesmo
entre fabricantes reconhecidos há produtos que decepcionam. É claro que na maioria das vezes
não é necessário adquirir uma fonte top de linha, por outro lado, fontes de custo muito baixo,
apelidadas de "genéricas", devem ser evitadas sempre que possível, pois quase sempre são de baixa
qualidade e podem inclusive representar algum risco ao seu computador.

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 42 de 45
9 Referências Bibliográficas

1. BARBI, I., “projecto de fontes chaveadas”, Ed do Autor, INEP - UFSC,


Florianópolis, 2001.
2. FERREIRA, S. Montagem de Micros para estudantes de Técnicos de PCs. Axcel:
Rio de Janeiro, 2005.
3. BOYLESTAD, R., NASHELSKY, L. Dispositivos Eletrônicos e Teoria de
Circuitos. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
4. BASCOPÉ, René P. T. & PERIN, Arnaldo J. O transístor IGBT aplicado em
eletrônica de potência. Sagra Luzzatto, Porto Alegre, 1997.
5. SOUSA J. S.. Montagem e Manutenção de computadores -Manaus: Centro de
Educação Tecnológica do Amazonas, 2011.
6. TORRES, G. Fontes de alimentação.

Disponível online em «www.clubedohardware.com.br».

7. BORGES, F.F.. Fontes de alimentação.

Disponível online em CefetPB.com.br/cursodehardware

8. Disponível online em https://www.infowester.com/hardware.php e


https://www.infowester.com/fontesatx.php
9. Disponível online em electronica-pt.com
10. Disponível online em http://forum.clubedohardware.com.br/eletronic
11. Disponível online em
https://www.youtube.com/channel/UCnaAKKkyhX7LY2ZYIff-qug
12. Disponível online em https://www.fvml.com.br/2019/01/how-atx-pc-power-
supply-work.html
13. Disponível online em https://www.youtube.com/watch?v=qkbYj3J7RoA

Fonte de Alimentação Chaveada ATX


Página 43 de 45
ANEXO 1: Disposição dos componentes na placa do circuito
Escola Nacional de Aeronáutica

ANEXO 2: Circuito de fonte de alimentação ATX

Você também pode gostar