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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE CASTANHAL
FACULDADE DE PEDAGOGIA

ESTÁGIO EM PEDAGOGIA NÃO ESCOLAR

TEMBÉ, RUTH GARCIA


THAÍS SANTA BRIGIDA MOREIRA
Artigo apresentado à Faculdade
de Pedagogia da Universidade
Federal do Pará – Campus
Castanhal, na disciplina Estágio
em Pedagogia Não Escolar, como
requisito parcial de avaliação.
Sob a orientação do Professor
Francisco Valdinei dos Santos
anjos.

CATANHAL-PA
2022
RESUMO

O presente artigo tem o objetivo de refletir acerca do estágio da


Pedagogia em Ambiente Não Escolar, a partir da relação entre teoria e prática. Para tanto, foi
realizado um período de estágio no CREAS do Município de Tomé-Açu. Com base na
observação e nos diálogos estabelecidos com a pedagoga e com outros profissionais do local
estruturou-se os seguintes temas de discussão: a) O planejamento das atividades pedagógicas
do setor; b) A metodologia de atendimento do público; c) As contribuições dos serviços para a
comunidade e os desafios da atuação do pedagogo neste ambiente. Conclui-se então, que o
pedagogo é uma figura de muita importância no tocante à atuação no CREAS, lidando com
pessoas que buscam sua ajuda diariamente e tendo que atuar com pessoas em situação de
risco, pessoas essas que muitas vezes buscam mais do que ajuda financeira, buscam apoio,
consolo, um ouvido para ouvi-los, uma ajuda para sair de uma situação difícil, nós pedagogos
além de ter que ser profissionais, tem de ser humano e empático.

Palavras-chave: Pedagogia. Ambiente Não Escolar. CREAS.

ABSTRACT
This article aims to reflect on the stage of Pedagogy in Non-School Environment, from the
relationship between theory and practice. For Therefore, an internship period was carried out
at CREAS do Municipality of Tomé-Açu. Based on observation and dialogues established
with the pedagogue and other local professional the following topics of discussion were
structured: a) The planning of activities sector pedagogies; b) The methodology for serving
the public; c) The contributions of services to the community and the challenges of the
pedagogue's performance in this environment. It is concluded, then, that the pedagogue is a
very important figure in terms of acting in CREAS, dealing with people who seek their help
daily and having to work with people at risk, people who often seek more than help. financial,
they seek support, comfort, an ear to listen to them, help to get out of a difficult situation, we
pedagogues, besides having to be professionals, have to be human and empathetic.

Keywords: Pedagogy. Non-School Environment. CREAS


1 INTRODUÇÃO
Começo meu artigo citando o que disse TAVARES (2010) “Começamos este trabalho
epigrafados por Saramago, para avisar, a quem por este texto quiser se aventurar que aqui
tratamos de pessoas, pessoas com coração, coração de carne, coração que sangra todos os
dias. Pessoas desvalidas de toda sorte e com uma historia a ser modificada, com uma vida à
espera de modificação”.
Tradicionalmente a escola é o principal espaço de trabalho do pedagogo, porém entendemos a
pratica pedagógica como uma pratica social e muito mais ampla, faz-se necessário considerar
a pluralidade social e a transversalidade das áreas de conhecimento da pedagogia (DA SILVA
FERREIRA; DE SOUZA). Não é somente na escola, dando aulas que podemos atuar depois
de formados, a área da pedagogia é ampla no mercado de trabalho, na verdade atualmente
grande maioria das empresas precisa de um profissional da pedagogia, hospitais contam com
pedagogos na brinquedoteca, na administração e em diversas áreas, CRAS E CREAS
necessitam do pedagogo para juntamente com o assistente social desenvolverem projetos que
visem ajudar pessoas em situação de risco e vulnerabilidade. O psicopedagogo hoje está em
alta; A Psicopedagogia trabalha na interseção entre os campos de conhecimento do psicólogo
e do pedagogo. O papel do profissional é analisar os diversos fatores que favorecem ou
prejudicam uma boa aprendizagem, a partir desse diagnóstico, ele propõe métodos que devem
ser aplicados para desenvolver novas estratégias de ensino. Estratégias com base nas
necessidades reais de cada instituição ou indivíduo. Com a oportunidade de ter contato com
uma pedagoga com especialização em psicopedagogia consegui entender a importância de seu
trabalho, que analisa a real necessidade da criança.
A instituição escolhida por mim foi o CREAS, do município de tome-açu localizado na Rod.
PA 140, 1521, onde estive acompanhando durante um período de 7 dias, lá tive contato com
assistente social e pedagogo, tendo como minha supervisora, Ronisia de Sousa farias,
assistente social, que me explicou a dinâmica do local e sua aplicabilidade na sociedade, o
CREAS atua tendo como publico alvo pessoas em situações de risco e vulnerabilidade social,
encaminhamentos e orientações, e segundo (ZART;VIEIRA e AMARAL) na cartilha do
CREAS:
O CREAS é uma unidade pública estatal, de
abrangência municipal ou regional, referência
para a oferta de trabalho social a famílias e
indivíduos em situação de risco pessoal e social,
por violação de direitos, que demandam
intervenções especializadas no âmbito do SUAS.
Sua gestão e funcionamento compreendem um
conjunto de aspectos, tais como: infraestrutura e
recursos humanos compatíveis com os serviços
ofertados, trabalho em rede, articulação com as
demais unidades e serviços da rede
socioassistencial, das demais políticas públicas e
órgãos de defesa de direitos, além da organização
de registros de informação e o desenvolvimento
de processos de monitoramento e avaliação das
ações realizadas.
Para explicar isso devemos diferenciar risco social de vulnerabilidade social, A
vulnerabilidade social materializa-se nas situações que desencadeiam ou podem desencadear
processos de exclusão social de famílias e indivíduos que vivenciem contexto de pobreza,
privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso a serviços públicos) e/ ou fragilização de
vínculos afetivos, relacionais e de pertencimento social, discriminações etárias, étnicas, de
gênero ou por deficiência, dentre outras (PNAS/2004).
O conceito de risco social, por sua vez, relaciona-se com a probabilidade de um evento
acontecer no percurso de vida de um indivíduo e/ou grupo, podendo, portanto atingir qualquer
cidadão (ã). Contudo, as situações de vulnerabilidades sociais podem culminar em riscos
pessoais e sociais, devido às dificuldades de reunir condições para preveni-los ou enfrentá-los,
assim, “as sequelas podem ser mais ampliadas para uns do que para outros” (SPOSATI,
2001).
O Brasil é um país com dimensões territoriais continentais, com uma grande diversidade
étnica e cultural, além de alarmantes índices de desigualdade social (DA SILVA FERREIRA
& DE SOUZA) O combate às manifestações da questão social (a fome, o analfabetismo, o
desemprego, a violência, questões de saúde, etc.) se dá de forma fragmentada e parcializada
através das políticas sociais, entre elas a de Educação e a de Assistência Social, que atuam em
prol da garantia de direitos ao mesmo tempo em que corroboram a lógica que mantém o modo
de produção e reprodução da vida social no capitalismo em funcionamento, atuando
contraditoriamente, amenizando os conflitos existentes na sociedade, ao mesmo tempo em
que os conservam até o limite da manutenção da ordem social. (YAMAMOTO, 2003;
NASCIMENTO, 2015).
O (a) profissional da Pedagogia tem um papel importante nessa tarefa, pois sua prática voltada
a tais processos deve objetivar a formação integral dos sujeitos possibilitando a superação da
condição de alienação e vulnerabilidade, sendo, portanto, sua atuação bastante relevante na
busca pela superação das relações sociais desiguais (DA SILVA FERREIRA & DE SOUZA).

2. A PEDAGOGIA EM AMBIENTES NÃO ESCOLARES: Algumas considerações a


partir da literatura atual

Segundo (ROSSI et. al., 2016) A Pedagogia Social, Educação Social e/ou Educação Popular
surgiu em outros países, pois num primeiro momento relacionava-se com o processo de
ensino-aprendizagem. As medidas sócias pedagógicas. Após algum tempo se introduziu no
Brasil para tentar socializar a grande massa de habitantes da classe mais humilde que não
possuíam oportunidades de acesso à escola e não sabiam ler e escrever. E ainda citando
ROSSI, DE QUADROS FERREIRA e GLAP (2016) Atualmente, se percebe que a Pedagogia
Social parece estar mais voltada para pessoas que se encontram em condições sociais
desfavoráveis. É uma ciência de prática educacional e pedagógica que propõe um trabalho de
ajuda, conforme a necessidade do usuário buscando desenvolver valores como o da
solidariedade e da cidadania procurando desta forma, apresentar mais perspectivas para cada
contexto e realidade vivida, buscando a socialização do indivíduo.
O trabalho do (a) pedagogo (a) em espaços não escolares evidencia a necessidade de
ampliação do arcabouço epistemológico e metodológico do profissional egresso da academia.
Como diz Nascimento et al (2010), a formação do(a) pedagogo(a) está diretamente ligada às
transformações sociais contemporâneas e deve enfocar aspectos como “o desenvolvimento
humano, o trabalho em equipe, o aprofundamento teórico, [...]os processos de aprendizagem,
as estratégias de ensino, dentre outros requisitos [...]” (NASCIMENTO et al, 2010, p.62)
O Educador Social ou o Pedagogo foi inserido na Assistência Social da mesma maneira que
foi incluído em outros espaços, percebendo a necessidade de contribuições no que se refere
aos aspectos pedagógicos, mobilizando assim a sociedade na garantia de direito e perpetuando
uma cultura de paz (MENDES et. al. 2021).
Ainda segundo MENDES et. al. (2021) sobre o papel do pedagogo como educador social no
CREAS “O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Resolução nº 9, de 15 de abril
de 2014, no art. 4º no inciso II, definiu as funções do Educador Social, a conhecer: a)
desenvolver atividades socioeducativas e de convivência e socialização visando à atenção,
defesa e garantia de direitos e proteção aos indivíduos e famílias em situações de
vulnerabilidade e/ou risco social e pessoal, que contribuam com o fortalecimento da função
protetiva da família; b) desenvolver atividades instrumentais e registro para assegurar direitos,
(re)construção da autonomia, autoestima, convívio e participação social dos usuários, a partir
de diferentes formas e metodologias, contemplando as dimensões individuais e coletivas,
levando em consideração o ciclo de vida e ações intergeracionais; c) assegurar a participação
social dos usuários em todas as etapas do trabalho social; d) apoiar e desenvolver atividades
de abordagem social e busca ativa; e) atuar na recepção dos usuários possibilitando ambiência
acolhedora; f) apoiar na identificação e registro de necessidades e demandas dos usuários,
assegurando a privacidade das informações; g) apoiar e participar no planejamento das ações;
h) organizar, facilitar oficinas e desenvolver atividades individuais e coletivas de vivência nas
unidades e/ou na comunidade; i) acompanhar, orientar e monitorar os usuários na execução
das atividades; j) apoiar na organização de eventos artísticos, lúdicos e culturais nas unidades
e/ou na comunidade; k) apoiar no processo de mobilização e campanhas intersetoriais nos
territórios de vivência para a prevenção e o enfrentamento de situações de risco social e/ou
pessoal, violação de direitos e divulgação das ações das Unidades socioassistenciais; l) apoiar
na elaboração e distribuição de materiais de divulgação das ações; m) apoiar os demais
membros da equipe de referência em todas etapas do processo de trabalho; n) apoiar na
elaboração de registros das atividades desenvolvidas, subsidiando a equipe com insumos para
a relação com os órgãos de defesa de direitos e para o preenchimento do Plano de
Acompanhamento Individual e/ou familiar; o) apoiar na orientação, informação,
encaminhamentos e acesso a serviços, programas, projetos, benefícios, transferência de renda,
ao mundo do trabalho por meio de articulação com políticas afetas ao trabalho e ao emprego,
dentre outras políticas públicas, contribuindo para o usufruto de direitos sociais; p) apoiar no
acompanhamento dos encaminhamentos realizados; q) apoiar na articulação com a rede de
serviços socioassistenciais e políticas públicas; r) participar das reuniões de equipe para o
planejamento das atividades, avaliação de processos, fluxos de trabalho e resultado; s)
desenvolver atividades que contribuam com a prevenção de rompimentos de vínculos
familiares e comunitários, possibilitando a superação de situações de fragilidade social
vivenciadas; t) apoiar na identificação e acompanhamento das famílias em descumprimento
de condicionalidades; u) informar, sensibilizar e encaminhar famílias e indivíduos sobre as
possibilidades de acesso e participação em cursos de formação e qualificação profissional,
programas e projetos de inclusão produtiva e serviços de intermediação de mão de obra; v)
acompanhar o ingresso, frequência e o desempenho dos usuários nos cursos por meio de
registros periódicos; w) apoiar no desenvolvimento dos mapas de oportunidades e demandas”.

3. O CREAS E O PAPEL DO PEDAGOGO

A equipe do CREAS deve ser responsável pela acolhida, pelo atendimento e acompanhamento
das famílias e indivíduos em situação de risco e vulnerabilidade social e pessoal, por
violência, abuso, exploração sexual, ocorrência de abandono, violência contra o idoso, maus
tratos físicos e psíquicos, cumprimento de medidas socioeducativas e de trabalho infantil,
entre outras situações de violências dos direitos.
O CREAS de Tomé-Açu conta com profissionais especializados nas suas respectivas áreas,
assistentes sociais, psicólogo, pedagogo, que estão prontos para receber e atender as famílias e
indivíduos que ali chegam precisando de ajuda, fui assistida pela assistente social Ronisia
Farias, que me explicou que o CREAS do município tem como objetivos: atendimento para as
pessoas em busca ativa e acolhida, diagnóstico da situação, plano de atendimento,
acompanhamento psicossocial e articulação Inter setorial e mobilização da sociedade para
enfrentamento das situações de violação dos direitos, também fazem campanhas periódicas
para inserir a sociedade no contexto da trabalho no CREAS, fazendo até visitas em casas e
áreas da cidade.
O pedagogo no CREAS desenvolve atividades socioeducativas através de espaços de reflexão,
socialização de informações junto às famílias e os indivíduos com seus direitos violados.
Organiza procedimentos, organiza o planejamento das atividades a serem desenvolvidas.
O Pedagogo diferentemente do Assistente Social percebe aspectos educacionais que precisam
ser garantidos a criança e ao adolescente, como por exemplo: o direito a educação, a
profissionalização e sua inserção na sociedade. Os casos atendidos pelos CREAS perpassaram
pela equipe técnica no que são discutidas as demandas recebidas proporcionando uma visão e
uma compreensão no que diz respeito a aspectos sociais, legais, psicológicos e educacionais.
Dessa forma, ao evidenciar os papéis e os serviços oferecidos pelo CREAS faz-se necessário
atribuir a esses serviços a função do pedagogo, mediante os atendimentos com violação de
Direito. A compreensão acerca do papel do Pedagogo na assistência social é baseada pelas
publicações e regulamentações disponibilizadas no Ministério do Desenvolvimento Social,
vinculado ao governo federal (MENDES et. al. 2021).
Sendo assim o pedagogo atua de forma a resguardar os direitos da criança e adolescentes, sua
educação, seu bem estar, sempre educando os pais quanto a escolaridade da criança, e
combatendo os casos de violação dos direitos infantis. Durante minha estadia no CREAS de
Tomé-Açu, pude observar casos de violência infantil, trabalho infantil, e até abusos, sendo
estes últimos tratados com sigilo pelos profissionais e não pude ter todos os detalhes dos
envolvidos no caso para resguardar a segurança das crianças envolvidas, porém pude perceber
que há uma atenção especial por parte dos profissionais da pedagogia para cuidar do
psicológico das crianças vitimas dessa violência tão cruel. Os casos de violência contra a
mulher os profissionais da pedagogia abordam de forma a conversar com a envolvida,
buscando a esclarecer sobre os direitos que ela tem a segurança e bem estar, medidas
protetivas entre outras, a fim de inserir ela em uma vida livre e em paz.

4. O ESTÁGIO NO AMBIENTE NÃO ESCOLAR: Um olhar sobre o papel do/a


Pedagogo/a partir do CREAS
Como já foi abordado anteriormente o papel do pedagogo no CREAS é educativo,
informativo, sempre prezando pela informação e educação, orientação e acolhimento das
famílias e indivíduos em situações de risco e vulnerabilidade social e pessoal. Também fazer
relatórios, e desenvolver atividades sociais e educativas, também elaborar campanhas em que
conseguimos inserir as pessoas da comunidade nas atividades do CREAS, e resguardar os
direitos dos indivíduos os orientandos inclusive os encaminhando aos profissionais adequados
a cada problema a ser resolvido.

4.1 O planejamento das atividades pedagógicas do CREAS

Uma das atividades no CREAS é a ressocialização de jovens infratores, e as atividades que


são utilizadas nesse contexto são divididas em 3 etapas: primeira delas diz respeito às
condições da medida socioeducativa de liberdade assistida aplicada no Centro de Referência
Especializado de Assistência Social (CREAS) buscamos discutir o conceito e os objetivos da
Liberdade Assistida de acordo com a legislação brasileira que também surge como foco de
nossa problematização sobre o poder do Estado sobre os indivíduos a fins de ressocializa-lo e
reintegra-lo a sociedade quando este faz algo que fere o contrato social e é afastado o convívio
com os demais integrantes da sociedade.
A segunda categoria teórica é referente a da descrição do perfil dos adolescentes atendidos por
organizações que trabalham com Liberdade Assistida. A trajetória desses jovens em conflito
com a lei e as suas relações com as suas famílias e comunidades ajudam a construir um
diagnóstico da eficácia das medidas socioeducativas assim como problematizam as variáveis
que levam esses adolescentes a cometerem os atos infracionais.
A terceira e última categoria diz respeito a Prática Pedagógica utilizada pelo CREAS para o
atendimento dos adolescentes infratores, nesse sentido cremos como necessário discutir a
epistemologia do conceito de prática e o que a faz pedagógica relacionando esses conceitos
com o que é posto a partir do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) no que diz respeito
a educação de menores em conflito com a lei.
São analisados os interesses para o melhor para a criança e também sociedade, tentando
sempre que ele/ela seja reinserido na sociedade de maneira adequada e dentro dos âmbitos da
lei, cuidando para resguardar os direitos da criança.
Portanto as atividades pedagógicas a serem desenvolvidas no CREAS buscam o melhor para o
individuo envolvido na situação problema, buscando uma melhoria de vida para ele/ela, são
utilizados e embasados nos estatutos da criança e adolescente, do idoso, a fim de analisar a
situação e apresentar uma solução para o referido problema.
Para Pereira (2013) a Pedagogia Social é como uma resposta às demandas emergentes, por
meio de práticas educativas e políticas públicas mais humanizadas que atendem às questões
sociais como a pobreza, o uso de drogas, o abandono, a violência, entre outras.
Outras atividades do CREAS é o acompanhamento de idosos que sofreram maus tratos, visitas
em lares de crianças onde houve denuncias de maus tratos, abusos e trabalho infantil, sendo
este ultimo que esbarra no problema que há uma fala de familiares que dizem “eu trabalhei
quando criança e me tornei um bom cidadão”, sem perceber que este trabalho está
atrapalhando os estudos da criança que tem de faltar a escola para trabalhar, tem de ter um
atendimento com cautela pois leva-se em conta que essa família só colocou a criança para
trabalhar pois passam por necessidades alimentares e financeiras.
4.2 A metodologia de atendimento do público
Segundo VALE (2019) O Sistema Único de Assistência Social – SUAS considera que as
famílias, independentemente dos seus arranjos e configurações – que variam conforme o
contexto histórico e cultural – constituem espaço de proteção, socialização e referência para
seus membros, ao mesmo tempo em que estão sujeitas a ocorrências de violências e violações
de direitos. Com isso, o atendimento socioassistencial voltado à proteção da criança e da/do
adolescente se estende, necessariamente, à sua família, para que reúna ou amplie as condições
e habilidades para cuidar e protegê-la, considerando as possibilidades de proteção social no
local onde vivem. Esses são elementos de análise fundamentais para não sobrecarregar e
culpabilizar as famílias em maior situação de vulnerabilidade social, pois são as que
justamente mais necessitam da proteção do Estado. Sendo assim não é somente atender o
envolvido mas também toda a família dele afim de solucionar o problema de uma vez por
todas e também inserir a família do envolvido a fim de que todos busquem a melhor solução
para a situação.
Ao chegar buscando atendimento no CREAS, o individuo é atendido por terapeutas
ocupacionais, pedagogos, assistentes sociais, psicólogos e se necessário terá acompanhamento
de um advogado disponibilizado pelo município, conselho tutelar e CREAS são parceiros no
tocante à busca de melhor atendimento e soluções quando a situação envolve crianças, e a
metodologia adotada sempre é a gestão democrática com todas as equipes, e também um
trabalho interdisciplinar.
4.3 As contribuições dos serviços para a comunidade
Segundo JORDÃO (2020) Com o passar do tempo visando aprimoramento dos equipamentos
das políticas públicas viu-se a necessidade de inserir neste contexto outros profissionais na
linha de frente para operacionalizar os serviços propostos na política nacional de assistência
social, entre estes o pedagogo. “O pedagogo desenvolve a participa de todos os projetos do
CREAS quando solicitado, atuando em todas as frentes que houver demandas”
(PEDAGOGA).
“O trabalho pedagogo no CRAS ou no CREAS, na assistência de modo geral é feito em rede,
a gente trabalha em rede, desenvolvendo palestras, contribuindo para implementação da
política a meu ver é isso que o pedagogo faz na assistência social” (PEDAGOGA).
Ainda citando JORDÃO (2020) “O pedagogo desenvolve diversas ações educativas, junto aos
demais técnicos, elaborando projetos, palestras” (PEDAGOGA 3). Nesse sentido o trabalho
do pedagogo na assistência social ao desenvolver ações educativas, consiste em levar
educação popular possibilitando aos usuários do serviço se apropriarem dos seus direitos.
E com isso vem contribuindo para a sociedade de forma continua e ativa, pois diariamente
atende e acolhe pessoas necessitadas de diversas formas, analisando seus casos e juntamente
com os outros profissionais da equipe buscando o melhor para o próximo, resguardando os
direitos das crianças, adolescentes, idosos e outros.

4.4 Os desafios da atuação do pedagogo CREAS


A falta de investimento em materiais pedagógicos que atendam as necessidades de execução
das atividades tem dificultado o trabalhado da equipe, poucas verbas e materiais dificultam a
atuação do pedagogo, também por vezes o ambiente físico necessita de reparos e acabam
tendo que esperar o município fazer os reparos, enfim basicamente a falta de politicas
publicas adequadas atrapalha o cumprimento do trabalho do pedagogo. Também outro desafio
é conscientizar os familiares de indivíduos atendidos pelo CREAS diagnosticados com
depressão, precisa-se fazer todo um trabalho de conscientização com a família, a fim de os
explicar que depressão não é frescura, que não é falta de Deus e sim é uma doença que
necessita de tratamento, as vezes o paciente quer ser atendido, mas a equipe não encontra
apoio da família do atendido.
5 CONCLUSÃO
Portanto conclui-se com este artigo que, lhe dar com pessoas em situações de risco e
vulnerabilidade social e pessoal, necessita de empatia, conhecimento, aperfeiçoamento,
profissionalismo, educação e sempre analisar o caso individualmente, cada caso é um caso,
cada vida é uma vida, e no CREAS o pedagogo lhe dá com vidas, e não apenas com situações.
Concluí que os profissionais do CREAS do município de Tomé-Açu são especializados e
experientes em suas áreas de atuação, sempre buscando sua melhoria educacional, a fim de
proporcionar o melhor atendimento ao publico.
Contudo também notei a necessidade de maior investimento por parte do poder público, pois
bons profissionais temos, basta apenas melhor condições de trabalho para que eles possam
desenvolver suas atividades de maneira muito melhor.
Acredito que devemos reconhecer que a atividade pedagógica em espaço não formal como
transformadora, e como um mecanismo para a diminuição da vulnerabilidade social, e com o
investimento certo e necessário alcançaríamos o real objetivo do serviço. Verificamos que os
indivíduos analisados atendidos no CREAS de Tomé-Açu conseguiram recuperar os vínculos
que foram fragilizados quando seus direitos foram violados. Também o pedagogo atua de
forma a fornecer o conhecimento necessário para que os atendidos alcancem uma posição
melhor em suas vidas e na sociedade, formando um pensamento critico, e pessoas que não
aceitam que seus direitos sejam tirados de si.
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